Este projeto visa melhorar as condições de vida de uma família de 8 pessoas que vive em situação de risco em Ichu-Bahia através da construção de uma cisterna e casa nova. A família atualmente vive em uma casa pequena e sem infraestrutura básica. O projeto inclui acompanhamento médico, documentação, água, energia elétrica e uma casa digna para a família.
2. APRESENTAÇÃO
A Campanha da Fraternidade 2015 propõe uma reflexão profunda do
verdadeiro sentido de Ser Igreja, e mais ainda, do significado de ser uma Igreja
discípula de Jesus. Como tema Fraternidade: Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim
para servir” (Mc 10, 45), nos convida a refletir sobre o exemplo dado por Jesus,
de servidor da vontade do Pai, e sobre a responsabilidade de ser Igreja numa
sociedade marcada pelo individualismo e pela “cultura do descartável”.
Jesus nos propõe com seu exemplo, um modo de vida desapegado dos
interesses individuais, que coloca o semelhante em primeiro plano, servindo-o em
suas necessidades. Ele acolheu, curou, ressuscitou, consolou, ensinou... Mais
ainda, Jesus nos provoca dizendo que para ser seu discípulo é preciso lavar os
pés um dos outros!
Nós, Igreja, enquanto responsáveis pela construção do Reino de Deus,
precisamos exercitar a sensibilidade do nosso olhar para os excluídos e a
generosidade em nossas atitudes, fortalecendo o compromisso com uma
sociedade mais justa.
Se somos seguidores de Cristo, não devemos ser omissos a situações de
abandono, descaso ou de negação dos direitos humanos. Devemos ser
defensores da vida e da dignidade da vida. Do respeito à família enquanto
instituição máxima da sociedade.
Papa Francisco nos alerta para a “cultura do descartável”: “O ser humano é
considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e
depois lançar fora” (E.G. 53). O consumismo nos leva a transferir esse
comportamento de desperdiço de coisas para a relação que estabelecemos com
as pessoas, em que o próprio ser humano é descartado. O aborto, a destruição
da natureza, crianças que sobrevivem nos lixões, jovens assassinados, etc., são
exemplos dessa “cultura do descartável”.
Foi mobilizado por essas reflexões realizadas no período Quaresmal e
Pascoal, e por conhecimento da realidade local, que o grupo Casais Jovens da
Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Ichu-Bahia, Diocese de Serrinha, com o
3. apoio do padre Rodrigo Pinheiro, propõe este projeto a toda comunidade Católica
e não Católica com o intuito de proporcionar melhorias na qualidade de vida de
uma família da nossa comunidade que se encontra em situação de risco.
OBJETIVO
Proporcionar melhores condições de vida para uma família que está
vivendo em situação de risco.
JUSTIFICATIVA
Considerando a realidade em que vive a família em questão, a proposta
esboçada nesse projeto se faz de extrema necessidade e urgência uma vez que a
mesma vive em situação de miséria, de forma desumana, na qual lhes são
negados direitos básicos, como água, saúde, energia elétrica e moradia digna.
PUBLICO ALVO E SITUAÇÃO-PROBLEMA
Trata-se da família do casal de lavradores senhor José de Araújo (58 anos)
e dona Maria Eunice Santos de Araújo (48 anos) com seus seis filhos, totalizando
assim oito pessoas que vivem na casa. Residem no município de Ichu–Bahia a
quatro anos. São naturais do município de Serrinha-Ba, porém residiram seus
últimos dez anos em um acampamento de Sem Terra no município de Nova
Soure–Bahia. As condições de vida que levavam no acampamento,
principalmente no que dizia respeito ao acesso à saúde, fez a família migrar para
o atual município.
Passaram então a residir numa casa situada no Conjunto José Carneiro de
Almeida, a qual não oferece condições mínimas para uma vida digna. A casa é
muito pequena para abrigar oito membros, composta de uma sala, cozinha e três
quartos. Não possui banheiro, nem reservatório de água (apenas um de 1.000
litros para toda a família). Não há rede de água e nem rede elétrica. A estrutura
da casa é crítica: paredes construídas sem planejamento e sem um mínimo de
segurança, com rachaduras expostas, teto feito com telhas quebradas em sua
maioria. Os quartos não tem espaço suficiente para móveis como armários para
roupas (ficam guardadas numa áreas externa da casa). Não tem pia para cozinha
4. nem para lavagem de roupas. A família faz uso de fogão à lenha para o preparo
de alimentos. E o banho acontece no meio do quintal sobre uma pequena tábua.
A família sobrevive da renda da Bolsa Família, programa de distribuição de
renda do Governo Federal. O marido, está sem condições para o trabalho por
conta de uma artrite e tendinite em um dos ombros desencadeadas depois de um
acidente de bicicleta. A esposa, sofre de hipertensão e de um problema no
coração, também impossibilitada ao trabalho. Os filhos maiores ajudam na renda
da família na medida do possível, prestando serviços informais.
Membros da família
(Obs.: na foto falta o filho mais velho que não estava em casa no momento)
Fachada da casa
5. Sala e cozinha
Quarto casal
Área externa onde é colocado o armário
com as roupas
Quintal
6. Fogão à lenha para o preparo do
alimento.
Local para lavagem de
roupas
Cisterna 1000 litros descoberta (único
reservatório)
Local do banho
7. AÇÕES E METAS
A fim de conhecer mais de perto a realidade da família e a sua história, o
grupo, juntamente com o padre, realizou uma visita à casa onde tivemos a
oportunidade de conversar e estreitar os laços de amizade com a família. A partir
da visita, identificamos os pontos críticos e fizemos um levantamento de ações
que precisam ser adotadas como forma de amenizaros problemas enfrentados
pela família.
Assim destacamos:
1. Acompanhamento do estado de saúde do senhor José, providenciando a
realização de exames, consultas e medicações necessárias;
2. Encaminhamento do Auxilio Doença do senhor José junto à Previdência
Social;
3. Acompanhamento da emissão de documentos pessoais dos membros da
família por meio de cobrança à Secretaria de Ação Social que está
encaminhando a confecção dos mesmos (os documentos do casal estão
estragados e os filhos não possuem RG e CPF);
4. Verificar a existência de projeto de extensão de rede de água para a rua onde
reside a família, cobrando do poder público agilidade no processo de
ampliação e na ligação da residência à rede de distribuição de água;
5. Verificar a existência de projeto de extensão de rede de energia elétrica para a
rua onde reside a família, cobrando do poder público agilidade no processo de
ampliação e na ligação da residência;
6. Encascalhamento do trecho da rua que dá acesso à residência, onde se forma
um alagadiço nos períodos chuvosos que tornam difícil o trânsito de pessoas e
veículos;
7. Construção de cisterna para armazenamento de água potável com capacidade
suficiente para atender a quantidade de pessoas que residem na casa;
8. Construção de casa com estrutura adequada à quantidade de membros da
família e que ofereça um padrão mínimo de qualidade e segurança para
acolher dignamente uma família.