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Lição de Vida
100 histórias de vitória inspiradas no programa apresentado
por Paulo Alexandre Barbosa
Lição de Vida
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Título: Lição de Vida, 100 histórias de vitória inspiradas no programa apresentado por Paulo Alexandre Barbosa
Autor: Paulo Alexandre Barbosa
Organizadoras da obra: Renata Ferrarezi e Viviane Pereira
Editoras: Cristiana Negrão e Renata Ferrarezi
Assistente Editorial: Jocelma Cruz
Fotografia: Renata Ferrarezi
Revisão: Lilian Miyoko Kumai e Patricia Bernardo de Almeida
Projeto Gráfico: Celeiro.BMD®
Ilustração: Osvaldo da Silva DaCosta
Editora Canção Nova
Rua São Bento, 43 - Centro
01011-000 São Paulo SP
Telefax [55] (11) 3106-9080
e-mail: editora@cancaonova.com
vendas@cancaonova.com
Home page: http://editora.cancaonova.com
Todos os direitos reservados.
ISBN: 978-85-7677-209-5
© EDITORA CANÇÃO NOVA, São Paulo, SP, Brasil, 2010
5
Paulo Alexandre Barbosa
Lição de Vida
100 histórias de vitória inspiradas no programa apresentado por
Paulo Alexandre Barbosa
1ª edição
São Paulo
Editora Canção Nova
2010
Dedic
Lição de Vida
6
catória7
Paulo Alexandre Barbosa
A minha eterna gratidão ao Monsenhor Jonas Abib, ao Eto e à Luzia
Santiago, que me proporcionaram a oportunidade de integrar o contexto de
evangelização do Sistema Canção Nova de Comunicação e de enriquecer a
minha vida e o meu espírito por meio da apresentação do Programa Lição
de Vida; à Glaucya Tavares pela confiança; à equipe técnica e de produção
da TV Canção Nova pelo empenho e a todas as pessoas e entidades sociais
que compõem este livro pelas lições de amor e solidariedade. Dedico este
livro ao fundador desta grande obra, Monsenhor Jonas Abib, a toda família
Canção Nova, em especial aos sócios evangelizadores, sem os quais nada
seria possível.
Sum
Lição de Vida
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Prefácio
Introdução
Programas gravados em 2007
Associação Equoterapia – O conhecimento aliado à natureza
Associação Comunitária Despertar – Amor para mudar o mundo
Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto – Acreditando para fazer sempre mais
Associação Educacional e Assistencial “Casa do Zezinho” – Devolvendo o direito de sonhar
Lar das Moças Cegas – Abrindo portas para um novo mundo
Projeto Jovem Profissional – Educação para o trabalho
Projeto Arrastão – Fazendo o bem
Casa Cactos – Devolvendo a liberdade
Associação Cultural Poder Negro – A força de um sonho
Associação da Casa dos Deficientes de Ermelino Matarazzo – ACDEM – A felicidade de ajudar
Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer – GRAACC – Apoio e alegria para as horas difíceis
Jockey Instituição Promocional – JIP – Oportunidade de vida aos jovens
Casa da Esperança de Cubatão – Cuidando com carinho
Casa do Sol – Um lugar para o bem viver
Obra Social Dom Bosco – Um presente divino
BRASCRI – Construindo relacionamento
Associação de Amigos dos Autistas – AMA – Trabalhando com amor
Associação Casa da Criança – Bom filho a casa torna
Casa Vó Benedita – Dedicação que muda vidas
Projeto Tesourinha – Das palavras à ação
Lar de Assistência ao Menor – LAM – Grandiosidade de abrigar os pequenos
Fundação Cafu – Alimentando sonhos
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Cajamar – Ajuda de coração aberto
Especial de Natal com Lu Alckmin – Amor em cada ação
Especial de Ano Novo na Fundação Pagoba – Construindo hoje um novo amanhã
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Programas gravados em 2008
Comunidade Assistencial Irmãos de Emaús – Casa Abrigo – A chance de recomeçar
Casa Crescer e Brilhar – Um novo lar
Fundação Educacional e Cultural de Praia Grande – Agindo pelo bem estar
República da Vida – Fé na caminhada
Unidade Vicentina Promocional – Repouso para a terceira idade
Creche Lar Padre Vita – Preservando as crianças
Casa do Amor Fraterno – Vontade de mudar o destino
Associação Assistencial Nosso Lar de Fernandópolis – Uma grande família
Obra de Serviço Social Pio XII – Presença Divina em todo lugar
Especial Dia Internacional da Mulher com Mônica Serra – Força feminina
Lar dos Velhinhos – Lugar para viver feliz
Centro Educacional Catarina Kentenich – Trabalho que nasceu de um sonho
Associação dos Amigos da Criança com Câncer ou Cardiopatia – AMICC – Uma nova família
Lar Nossa Senhora da Salette – Recuperando o prazer de viver
Recanto Vida – O resgate da dignidade
Creche Jesus de Nazareth – Servindo para transformar
Casa João Paulo II – A garantia de novas perspectivas
Associação de Amigos e Moradores de Áreas Verdes – AAMAVI – Cidadania para promover felicidade
Recanto Colônia Veneza – Promovendo união e harmonia nas famílias
Especial de 1º aniversário do Lição de Vida com o Eto da Canção Nova – Vencendo desafios
Posto Médico Padre Pio – A humanização da saúde
Instituto Canção Nova – Construindo homens novos para um mundo novo
Projeto Geração Nova – Progen – Comunicar como ato divino
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Bertioga – Exemplo de persistência
Grupo de Apoio a Criança – GAC – Descobrindo o tesouro dos pequenos
Casa Abrigo Madre Assunta Marchetti – Abrigando gerações
Serviço Social Bom Jesus – Clube da Turma M’Boi Mirim – Criando um novo cenário
Sum
Lição de Vida
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Associação Prato de Sopa Monsenhor Moreira – Do assistencialismo à geração de renda
Especial Dia dos Pais – Amor paterno
Associação Beneficente Nossa Senhora de Guadalupe – Vidas renovadas
Projeto Educacional de Conscientização e Educação – PROECO – Apontando caminhos para a juventude
Gravação com a vencedora da promoção “Eu ajudo a construir homens novos para um mundo novo” – Momentos especiais, pessoas especiais
Centro de Capacitação Comunitária – CEC – Qualidade de vida para as famílias
Casa de Emaús – Comunidade que acolhe
Creche São Miguel Arcanjo – Vivenciando a caridade
Casa da Esperança de Santos – Uma atenção especial
Grupo Amigo do Lar Pobre – GALP – Preparando para a vida
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE São Vicente – Fé e realização
Lar da Bênção Divina – União para transformação
Especial de Natal com o Pauê – Exemplo de superação
Especial de Ano Novo com Elza Batalha – Nunca é tarde
Programas gravados em 2009
Núcleo de Amparo a Criança e Adultos com Câncer – NACAC – Estímulo para lutar com alegria
Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro – CAMP – Futuro promissor
Estrela da Mama – Força para vencer o medo
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Atibaia – Uma ação elevada
Projeto Quixote – Da rua para a vida
Associação Poiesis – Experiência que faz a diferença
Associação Beneficente Nossa Senhora do Bom Conselho e São Luis Gonzaga – Devolvendo a força para a batalha cotidiana
Instituto Arte no Dique – A perfeita expressão da arte
ONG Pró-Viver – Uma fábrica de sonhos
Centro de Aprendizagem Cultural e Profissional do Perequê – Oferecendo oportunidades
Projeto Anjos do Senhor – Um chamado de Deus
Instituto Esporte & Educação – Mudando rumos
Instituto Neo Mama – Apoio amoroso
ONG Tia Lucia – Fazendo a sua parte
ONG Grupo da Solidariedade – Quando a dor vira amor
Liga Solidária – Formando novos cidadãos
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Fundação Gol de Letra – A arte de realizar sonhos
Instituto São José – Ação pelas crianças
Associação Projeto TAM TAM – Inclusão pela arte
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais- APAE Cubatão – Superando limites
Vila Ponte Nova Instituição Promocional- VIP – A mulher que plantou esperança
Instituto Evolução – Sonho realizado
Instituto Dom Bosco – Formando a juventude
Creche Comunitária Cantinho da Criança – Proteção e aconchego para as crianças
Assistência Vicentina da Ilha de Santo Amaro – Promovendo alegria aos idosos
Educandário Anália Franco – Abrigando com o coração
A Alternativa – Oportunidade especial
ONG Cia. de Artes Tribus – Um convite à imersão no mundo da arte
Especial com a secretária de Assistência Social do Estado de São Paulo, Rita Passos – Cuidando do terceiro setor
Creche Padre Lucio Floro – Preparando o amanhã
Projeto Cubatão Sinfonia – Música abrindo caminhos
Associação Beneficente Maria da Paz – Bondade sem fronteiras
Creche Menino Jesus – Educação por um mundo melhor
Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – Referência em responsabilidade social
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Prefá
Lição de Vida
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Durante seis anos da minha vida missionária, vivenciei uma experiência fantástica, apresentando o
programa ‘Resgate Já’ pela TV Canção Nova. As gravações ocorriam todas as quartas-feiras em lugares nos
quais o ser humano é chamado a um estado constante de superação, lugares como: presídios de segurança
máxima, casas de apoio aos soros positivos (HIV) em fase terminal, casas para menores abandonados, idosos,
bebês com síndromes etc...
Esta trajetória me proporcionou um amadurecimento espiritual missionário, pois tive a oportunidade
de tocar na essência do ser humano e da misericórdia de Deus, através daqueles que por algum motivo
conheceram o fracasso. Por meio do programa, pude dar visibilidade nacional às obras sociais maravilhosas
que receberam a solidariedade de muitas partes do Brasil e, é claro, contagiar muitas pessoas a fazerem
parte dessa corrente do BEM.
Vivi essa experiência tão intensamente que Deus me presenteou com uma grande inspiração: depois
de ver tanta gente lutando para recuperar um tempo perdido e/ou pagando um preço muito alto pelos erros
de percurso, Deus colocou em meu coração “ENSINA ESSE POVO A DIZER NÃO AO PECADO PARA QUE NÃO
NECESSITEM PAGAR NO PRÓPRIO CORPO POR AQUILO QUE JÁ PAGUEI NO MEU!”. Assim nasceu a frase “POR
HOJE EU NÃO VOU PECAR”, e a sigla “ PHN”, que se tornou o maior movimento atual da juventude no Brasil,
chegando a reunir na sede da Canção Nova, comunidade católica carismática em Cachoeira Paulista, cerca
de 150 mil jovens, num encontro anual que representa a sede que a juventude tem de fazer a coisa certa.
Esta corrente também tem sido levada aos jovens por meio dos programas de TV, rádio, Web TV, shows, blogs,
twitter, entre outros meios.
Minha alegria hoje é saber que o programa o qual originou tudo isso está tendo continuidade com meu
amigo e parceiro nessa linda história de superação e inspiração, Paulo Alexandre Barbosa, que apresenta o
mesmo formato de programa, porém com o nome “Lição de Vida”. Na condição de homem público, ele tem
RESGATE, UMA LIÇÃO DE VIDA
ácio 13
Paulo Alexandre Barbosa
feito um trabalho maravilhoso, pois além de apresentar o programa, assim como eu o fiz durante seis
anos, também orienta e ajuda concretamente as entidades visitadas. É bom ver que um homem bem
formado, com uma família fantástica, a qual eu tive a chance de conhecer pessoalmente e que possui
um histórico também de superação, traz em si uma sensibilidade ao sofrimento do próximo.
Vejo que se trata de um plano fantástico de Deus se realizando na vida de alguém que resolveu se
lançar em uma aventura que desinstala o homem, impulsionando-o a ir em direção ao próximo. E uma
vez capacitado pelo próprio Deus, por onde passa e em todos os projetos que realiza, deixa a marca
dos que foram chamados para fazer a diferença num mundo tão necessitado de exemplos de atitudes
sinceras e honestas, e de preferência direcionada aos mais necessitados.
Esse livro mostra a ação contínua do bem na vida de pessoas que se tornaram alvos da
misericórdia e também outras pessoas que são ferramentas nas mãos de Deus para que o bem nunca
deixe de ser um objetivo a ser buscado por todos os homens.
Estou feliz em ver que aquilo que comecei, hoje se dá em continuidade na vida e
através da vida desse homem talhado pelo exemplo de seus pais e lapidado pelas
intervenções de Deus no caminho trilhado.
Que o ‘Resgate’ e as ‘Lições de Vida’ continuem a acontecer através de homens
e mulheres relatados nesse livro e que o mundo se contagie com a caridade que
Deus plantou no coração de todo ser humano.
Parabéns, Paulo Alexandre Barbosa. Estamos unidos pela força do BEM!!!
Dunga, missionário da Comunidade Canção Nova,
cantor e apresentador do PHN pela TV Canção Nova
Introd
introdução
Lição de Vida
14
Este é um livro de história.
Em tempos de outrora, havia a estória e a história. A primeira referia-se aos contos, fábulas, ensinamentos
repassados através das gerações. A segunda explicava os fatos, cronologicamente, dentro de um contexto
político, econômico e social. O sentido de uma nos induzia à compreensão da outra.
	 As melhores estórias nem sempre ilustraram as páginas da história. Sabemos que a palavra da história
fica um pouco mais ao lado daqueles que venceram suas disputas e impuseram seus interesses.
	 Nossa rica língua portuguesa houve por bem unificar a palavra, agregando-lhe ambos os sentidos. Ao
escrever essa introdução, sinto a ausência daquela que mais combinava com as verdadeiras lições de vida.
	 As páginas seguintes apresentam personagens anônimos, protagonistas de fatos que merecem entrar
para a história, sob o signo da Paz. Nosso cotidiano nem sempre permite o registro, e talvez a percepção, dos
acontecimentos mais sublimes. Certamente, a simplicidade desses personagens não atrai a atenção da massa,
pois sobre eles não recai a luz da exposição.
	 Melhor assim. Os grandes exemplos de dedicação, generosidade, coragem e realização são construídos
sob o manto da discrição de homens e mulheres, fiéis ao pensamento de Santo Agostinho, que amaram sem
medida e assim encontraram a medida do amor. O conteúdo de tais obras, entretanto, não merece resguardo,
dução15
Paulo Alexandre Barbosa
mas serve de motivação para o surgimento de novos personagens de mesmos ideais, exatamente como nos
ensinou Jesus na passagem retratada por São Mateus (5,15) “Não se acende uma lâmpada para colocá-la
debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa.”
	 Este é o objetivo principal do livro. Retratar, ainda que em linhas gerais, a fábula de personagens
reais, que modificaram o mundo ao seu redor, melhoraram as suas condições pessoais, desenvolveram suas
potencialidades e nos deixam uma mensagem de otimismo e fé na capacidade de superação do ser humano.
	 Nosso programa“Lição deVida”,exibido pelaTV Canção Nova,desde 2007,coleciona esses aprendizados
e os multiplica levando-os ao lar de milhares de pessoas. Agradecemos ao Monsenhor Jonas Abib, ao Eto e à
Luzia, por esta grande oportunidade de poder testemunhar os resultados proporcionados pelo trabalho das
pessoas que participaram do programa e nos servem de exemplo para o crescimento pessoal.
	 Agradeço também pela colaboração das jornalistas Renata Ferrarezi e Viviane Pereira, grandes
personagens na história deste livro.
	 Bons Exemplos!
	
Paulo Alexandre Barbosa
Lição de Vida
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O que poderia ser um sonho impossível tornou-se realidade com as atitudes de uma pessoa que ousou fazer o
que era possível para ajudar. Formada em pedagogia para excepcionais, a pedagoga Daniela Perrí sempre teve muito
interesse e uma ligação forte com cavalos. Quando soube que havia um pessoal em São Paulo utilizando esses animais
para tratar crianças com deficiência, resolveu conhecer o projeto e foi trabalhar como voluntária.
Surgiu uma possibilidade de estágio em equoterapia em Milão e na Suíça e Daniela foi com um grupo. “Na Europa,
o tratamento é muito difundido. Na Suíça, pouco se vê consultório de psicologia; o trabalho é muito feito ao ar livre e
com cavalos. Lá eu enxerguei melhor minha área, como pedagoga, dentro da equoterapia”, conta. Depois dessa expe-
riência de três meses conhecendo o trabalho fora do país, Daniela retornou ao Brasil decidida a levar essa alternativa
para sua região, onde montou os centros de equoterapia em Santos e São Vicente.
“Conseguimos essa realização porque o trabalho foi amparado por pessoas que se sensibilizaram. É importante as
pessoas voltarem um pouco o olhar e ajudar a quem precisa”, diz a pedagoga.
O trabalho coordenado por Daniela ajuda pessoas como Tiago, que tem deficiência e, pela segunda vez, passou
pelo tratamento de um ano. Já entrosado com os animais, o menino vai de baia em baia dando comida na boca dos
cavalos, fazendo carinho. “Eu sou corajoso, mas quando vou dar comida para os cavalos, digo a eles: ‘calma, calma
que eu não vou fazer nada’. Também converso com eles quando ando”, conta Tiago, que
adora a equoterapia. A mãe do garoto, Anália, revela que o filho é audacioso e nunca teve
medo, nem na adaptação. “Eu é quem ficava com medo no começo”, revela Anália, que
cita os principais benefícios conquistados por Tiago. “Melhorou muito o equilíbrio
dele e tanto em casa quanto na escola melhorou a atenção, além de ajudar para a
cirurgia que ele precisou fazer de alongamento do tendão. Até o comporta-
mento dele melhorou”, comemora.
Associação Equoterapia - Santos
O conhecimento aliado à natureza
“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de
repente você estará fazendo o impossível.”
São F
rancisco de Assis
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Paulo Alexandre Barbosa
Método terapêutico que utiliza cavalos nas abordagens de educação, saúde e equitação, a equoterapia é usada para
tratamento de portadores de necessidades especiais. Trazida para o Brasil há mais de uma década por um grupo do Exército
de Brasília, que foi ao exterior aprender a técnica, a equoterapia chegou à Baixada Santista em 1997, em São Vicente. A
entidade foi criada em 2000, sendo inaugurado em 2004 o centro de Santos, onde são atendidos anualmente 72 crianças e
jovens, de 3 a 19 anos.
Depois de um ano de tratamento, novos alunos são chamados para participar, fazendo um rodízio. Daniela Perrí explica
que com esse tempo é possível trabalhar aspectos importantes do desenvolvimento, fixando o aprendizado. Assim, quando
as crianças voltam, pelo sistema de rodízio, o tratamento segue de onde tinha parado. “Quem já fez o trabalho em anos
anteriores começa outro processo, com maior autonomia sobre o cavalo, conduzindo sozinho; nessa fase, junto com a reabi-
litação, eles aprendem técnicas de equitação.”
“Atendemos crianças com comprometimento neurológico,
comprometimento motor, síndromes e sequelas de
meningite, entre outros casos. Elas se inscrevem na
prefeitura e nossa equipe faz a seleção. É um trabalho
que exige envolvimento. Nossa diretoria é toda
voluntária.”
Clarice Esteves, Presidente
“O primeiro ponto para tratar o cavalo é ter amor pelo animal, precisa passar
carinho. Eu chego de manhã, trato, lavo, limpo a baia dele e depois monto, passo trote
e galope para que fiquem mais calmos para a equoterapia.”
Maciel Moreira, Tratador de Cavalos
Associação Equoterapia - Santos
Local: Avenida Francisco Manoel, s/nº
Jabaquara- Santos (SP)
Fundação: 2004
Contato: (13) 3221-7706
Site: www.associacaoequoterapia.com.br
Programa exibido em: 25/05/07
Lição de Vida
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Quem ama ao próximo como a si mesmo ajuda não só ao outro, mas traz benefícios para sua própria
vida. O amor ao próximo possibilita que sejam realizadas grandes transformações, como as que aconte-
cem diariamente na Associação Comunitária Despertar.
Testemunha das mudanças trazidas por esse amor, Cleusa, ex-aluna da entidade, fez vários cursos,
como modelagem e costura, o que lhe permitiu conseguir um sustento. Estabilizada financeiramente,
passou a ensinar, compartilhando o que aprendeu e transmitindo o amor recebido.
A Despertar transformou também a vida de Maria do Carmo, ex-aluna que aprendeu
na entidade diversos tipos de artesanato, como bijuteria, bordado em pedraria, tricô etc.
Com o dinheiro conquistado com a venda dos produtos, ela conseguiu realizar um antigo
sonho: visitar a mãe, a qual Maria do Carmo não via havia dez anos, em Salvador. A filha
pagou as passagens e se manteve na cidade com o dinheiro que conseguiu com seu
trabalho.
Além de gerar renda com o artesanato que aprendeu a fazer nos cursos
promovidos pela entidade, Neusa conquistou um bem mais precioso: a von-
tade de viver. Depois de aposentada, ela começou a entrar em depressão,
sentia-se desanimada. Foi na Associação que encontrou a motivação
que precisava, tornando-se frequentadora assídua: faz dança de sa-
lão, ginástica, alongamento. Às amigas que têm problemas em casa
ou depressão, Neusa não hesita em recomendar que frequentem a
entidade, para que elas despertem para um novo mundo, transforma-
do pelo amor.
Associação Comunitária Despertar
Amor para mudar o mundo
“Ame ao próximo ou porque ele é bom ou para
que ele se torne bom.”
Santo Agostinho
19
Paulo Alexandre Barbosa
Essas histórias e tantas outras ilustram como o amor ao próximo pode trazer à tona o bem que o outro tem para oferecer.
Esse foi o vislumbre que a idealizadora dessa instituição, Milú Villela, teve quando pensou que gostaria de desenvolver alguma
atividade na área educacional, com arte, cultura e formação, para ajudar comunidades carentes da Zona Sul de São Paulo.
A entidade, que atende cerca de 3 mil pessoas por ano, promove cursos de formação profissional para adultos, ajudando-
os a encontrar uma forma de geração de renda, e para adolescentes, auxiliando-os na iniciação profissional, facilitando sua
inserção no mercado de trabalho. A família também é amparada com a creche da associação, na qual as crianças podem
participar de atividades esportivas e culturais.
Um dos destaques da Despertar é o Projeto Sociocultural Charanga, uma orquestra de percussão onde os jovens
aprendem sobre várias tradições brasileiras, além de ter aulas sobre consciência, cidadania e musicalidade. A orquestra faz
várias apresentações, recebendo destaque nacional e internacional.
“Nesse trabalho observamos que não há grandes
problemas para realizá-lo; basta que alguém realmente
tenha o desejo de oferecer algo à comunidade, que venha
somar conosco. É possível implantar um trabalho assim
através de soluções simples – não precisa ostentar
muito e nem de grandes aparatos. Basta oferecer para a
comunidade o que ela tanto necessita.”
Nanci Marilena Marques Pereira Gorni, diretora
“As alunas passam pelo curso de aperfeiçoamento
e, depois que terminam, selecionamos algumas para
atuar na produção. Elas vão produzir materiais e
poderão gerar suas rendas.”
Maria Cardoso, coordenadora pedagógica
“Uma coisa que acontece no comportamento do jovem é a questão
da integração. A gente os tira da ociosidade, de só ficar na escola;
muitas vezes eles ficam na rua e no lugar disso colocamos uma
atividade cultural, que traz uma brasilidade pra dentro da cabeça
dele, pra poder afastar um pouco do consumismo americano. Então,
damos um objetivo para a vida deles, um objetivo voltado para o
lado artístico. Outro ponto bom é a educação, que é dirigida não
só ao profissionalismo, mas para a parte educacional e esporte
também. A gente está mudando coisas concretas, dando uma vida
melhor, mais saudável, com mais educação, uma vida com mais
cultura, com mais relação cultural brasileira.”
Maurício Alves de Oliveira, professor responsável pelo projeto Charanga
Associação Comunitária Despertar
Local: Rua Antonio Machado Sobrinho, nº 220
Jardim Villas Boas- São Paulo (SP)
Fundação: 1994
Contato: (11) 5621-0901
Site: www.despertar.org.br
Programa exibido em: 01/06/07
Lição de Vida
20
Acreditar que tudo é possível é o primeiro passo para realizar. Gilberto voltou a acreditar no seu potencial,
na sua vida, quando atravessou as portas do Centro Comunitário São Martinho de Lima, uma das 57 unidades
do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. Morador de rua, Gilberto foi buscar um pouco de comida, um
teto e, quem sabe, alguma esperança na entidade que acolhe moradores de rua.
Ficou assim alguns meses, frequentando o centro, e logo começou a ajudar na cozinha. Mostrou que era
bom no serviço e por isso foi chamado para trabalhar: no começo, ganhou uma bolsa e, com o tempo, foi ofi-
cialmente contratado, com carteira assinada. Gilberto tornou-se o chefe da cozinha, responsável por preparar
a refeição das mais de 500 pessoas que passam diariamente pela casa.
Por ter frequentado a casa, ele sabe muito bem a importância que aquela comida tem para cada um dos
que chegam ali procurando auxílio – muitas vezes a única refeição que terão em dias. Por isso, faz tudo com
muito carinho; sua alegria é chegar e ver as pessoas esperando sua comida, apreciando, elogiando. “Isso dá
uma grande alegria. Elaboramos cada dia um cardápio diferente, com muita higiene e carinho. Tem comida
para todo mundo e para todos gostos.”
Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto
Acreditando para fazer sempre mais
“Pois todo aquele que pede recebe,
quem procura encontra, e a quem
bate, a porta será aberta.”
(Mt 7,7)
21
Paulo Alexandre Barbosa
A grandiosidade é a principal marca dessa obra criada na Zona Leste de São Paulo por iniciativa de um grupo
de senhoras católicas, com apoio de Dom Luciano Mendes de Almeida. Uma das maiores obras sociais da capital
paulista, o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto reúne 57 unidades de atendimento, que acolhe pessoas de
várias idades e com diferentes necessidades.
São realizados mais de 8 mil atendimentos, envolvendo cerca de 1 mil educadores. A orientadora pedagógica
responsável por toda obra do centro social, Sueli, explica que a equipe está distribuída em todas as unidades, mas há
formações mensais para disseminar os valores e a missão da organização.
A entidade atende crianças de 0 a 6 anos nos centros educacionais infantis – creches –, de 6 a 15 anos nos
centros educacionais comunitários, jovens nos centros pré-profissionalizantes e idosos nas casas-lares. Há ainda
centros para atender a população de rua. Referência em atendimento, a entidade já ganhou inúmeros prêmios.
“Para nós é importante cuidar não só do desenvolvimento
da criança, mas também propiciar uma relação de víncu-
lo com a família, procurando o bem-estar dessa criança.
Temos encontros mensais com os familiares para nos
mantermos próximos e favorecer não só a criança, mas a
família em geral.”
Sueli, orientadora pedagógica da entidade
“Trabalhamos com o portão aberto para atender a todos. Esse é um dos nossos diferenciais. Nossa única exigência ética é o
respeito à vida e à comunidade. A casa tem a tradição de acolher a todos e tem como fator principal a pedagogia da convivência e
a hospitalidade. É a metodologia do nosso trabalho. Temos atividades socioeducativas, há o grupo de leitura, o espaço cidadão,
reflexão ecumênica, oficina de panificação. É um espaço alternativo ao da rua. Aqui os moradores de rua encontram acolhimen-
to, hospitalidade, convivência. É um espaço onde eles se encontram.
Vemos o resultado tanto na aparência física quanto nos que conseguem deixar a situação de rua. Em média são 70 por ano que
voltam para a família. Há muitos casos de pessoas que passaram a trabalhar conosco.”
Sandro, coordenador do Centro Comunitário São Martinho de Lima
Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto
Centro Comunitário São Martinho de Lima
Local: Rua Siqueira Bueno, nº 667- Belenzinho- São Paulo (SP)
Fundação: 1946
Contato: (11) 6696-3200
Site: www.acolhe.org.br
Programa exibido em: 08/06/07
Lição de Vida
22
Vontade de lutar foi o que mais motivou a pedagoga Dagmar Garroux, a agir, indignada com a situação de
crianças e jovens carentes. Sua história de batalha começa na década de 1970, época da ditadura militar, quando
a TV entrou na favela e começou a levar sonhos consumistas para jovens sem poder aquisitivo para comprar o
que a TV estimulava. “Todo mundo via na TV uma criança comendo iogurte, escrevendo com canetinha especial,
usando tênis. O jovem da favela queria participar dessa história, então o pai começa a perder a autoridade e eles
começam a roubar dentro da comunidade e criar o grupo de extermínio”, recorda Dagmar, a tia Dag, como é
carinhosamente chamada. “Eles colocavam no poste dentro da favela a relação de nomes das pessoas que iam
morrer em sete dias – eu estou falando de crianças de 11, 12 e 13 anos.”
Dagmar começou a esconder as crianças marcadas para morrer em sua casa – logo a casa começou a ficar
pequena e foi preciso adquirir um imóvel. Ela notava que as crianças – filhos de negros, de
índios, de imigrantes – tinham perdido sua cultura e, por isso tentava mostrar-lhes suas
origens. A pedagoga conta que se uniu com cinco amigas da USP, todas com o desejo de
mudar o país através da educação, e criaram a casa do Zezinho, com sete “Zezinhos”.
“Nossa grande preocupação é com o menino que está preso em gueto. Você pergunta
para algum menino de periferia: ‘Você é brasileiro?’ Ele responde: ‘Não.’ ‘Paulistano?’
‘Não.’ ‘Paulista?’ ‘Não’. Então ele é periferia, ele perde a identidade primeira que é o
direito civil”, diz Dagmar explicando que o objetivo da casa é fazer esses meninos
atravessarem a ponte para a sociedade. “Esse jovem foi o país quem criou e agora o
jovem é problema. Jovem para mim é solução; por meio do jovem vêm as grandes
mudanças. Já que somos um país democrático, tem que ter democracia na edu-
cação, democracia na saúde, na moradia. Em tudo meu jovem tem que estar na
mesma condição que o jovem de classe média: para competição, para o mercado de
trabalho, para o que ele quer ser.”
Esse é o trabalho que Dagmar desenvolve há mais de 30 anos. Esta é a mis-
são da Casa do Zezinho: devolver a esses jovens o direito de sonhar e a esperan-
ça de um dia vencer.
Associação Educacional e Assistencial “Casa do Zezinho”
Devolvendo o direito de sonhar
“Enquanto houver vontade de
lutar haverá esperança de vencer.”
Santo Agostinho
23
Paulo Alexandre Barbosa
Criada para abrigar crianças e jovens de baixa renda, a Casa do Zezinho recebe hoje mais de 1200 pessoas, de 6 a 21 anos, na
sede própria que tem área construída de 2.900 m². A entidade oferece várias opções de aprendizagem, com mais de 18 oficinas e
ateliês de arte, quadras poliesportivas, piscina, refeitório, padaria, cabeleireiro, auditório, ambulatório médico, consultório dentário e
horta. Há oficinas de capacitação profissional, orientação em saúde e atendimento às famílias, entre outras iniciativas.
“O jovem tem muita energia positiva que precisa ser canalizada e com ações como as oficinas de mosaico e esporte, realiza-
das na casa, a gente consegue direcionar este jovem para o caminho do bem”, conta a tia Dag.
“Na Casa do Zezinho a primeira
coisa que fazemos é olhar, obser-
var, cheirar, ouvir. Esse é o nosso
primeiro ato. Afeto e carinho são
muito importantes aqui e a equipe
toda acredita neste projeto e vê
resultados. Hoje tenho mais de 50
Zezinhos em faculdades, Zezinhos
com pós-graduação, temos Zezinhos
fazendo pedagogia porque querem
ser educadores da Casa do Zezinho.
Esta semente foi jogada e brotou;
não é mais meu sonho: é o sonho de
uma comunidade inteira.”
Dagmar Garroux, presidente e fundadora
“Estamos trabalhando como será
nosso futuro, pensando nesta questão
do meio ambiente para criar pessoas
conscientes desde agora. Assim vamos
mudar este futuro.”
Vivian Venâncio Santana Souza, educadora social
“Comecei aqui na casa com 12 anos,
como Zezinho, e aos 16 me tornei vo-
luntário da sala de informática. Fiquei
dois anos e passei a ser educador – dei
aula por quatro meses, até surgir
uma oportunidade no banco, onde já
trabalho há quase um ano. Agora
venho todo sábado fazer trabalho
voluntário.”
Marcio Gieso Rodrigues, ex-aluno
“No mosaico eles focam a atenção no
momento. A cada caco que colocam é um
pedaço da sua vida; eles juntam suas
experiências nesses pedaços e, criando
coisas novas, eles criam novas possibili-
dades para suas vidas.”
Ana Maria Sandoval, professora da oficina de artes
“A família pode ter, na Casa do Zezinho,
uma referência de apoio, de acolhimento,
de escuta, de respeito e não de julgamento;
então ela se dispõe a rever as próprias
atitudes no desafio que é educar, vem
fazer parte desse processo e começa a se
perceber, podendo intervir na própria his-
tória, no próprio destino e entender que a
dificuldade, seja ela de que ordem for, pode
sofrer todo tipo de intervenção possível.
Eles vão descobrindo a possibilidade de
serem autores da própria história, do pró-
prio caminho e podem reescrever quantas
vezes for preciso.”
Ana Beatriz Fernandes Nogueira, coordenadora
pedagógica
Associação Educacional e Assistencial Casa do Zezinho
Local: Rua Anália Dolácio Albino, nº 30
Parque Maria Helena- São Paulo (SP)
Fundação: 1994
Contato: (11) 5512-0878
Site: www.casadozezinho.org.br
Programa exibido em: 15/06/07
Lição de Vida
24
Saber viver é saber recomeçar, superar os obstáculos da vida e sorrir, buscando a felicidade onde quer
que ela esteja. Acreditar que sempre é possível, porque a vida pode surpreender com uma boa oportunidade,
uma chance de reaprender a ler o mundo ou com um grande amor.
Milena Ribeiro Simões perdeu a visão aos 19 anos, por causa de diabetes. Ela precisava redescobrir
a vida, recuperar sua independência e procurou o Lar para começar uma nova etapa. “Comecei a fazer os
cursos e me adaptar. Uma das coisas mais importantes que eu aprendi foi andar com a bengala, ter a minha
independência, porque a bengala ajuda muito”, conta a moça, com 24 anos.
Além da independência reconquistada, Milena conquistou no Lar também um grande amor, quando
conheceu Gilmar Ribeiro dos Santos, ex-aluno e professor da entidade. Ela descobriu que a felicidade vem
para todos, independentemente das dificuldades enfrentadas. “O Lar foi uma das coisas mais importantes da
minha vida depois que eu perdi a visão. Eu tenho uma deficiência, mas sou uma pessoa super feliz, pratico os
esportes que eu gosto e, graças a Deus, eu conheci o Gilmar aqui, que é uma pessoa maravilhosa pra mim e
me faz feliz.”
Lar das Moças Cegas
Abrindo portas para um novo mundo
“Tudo é possível para quem crê.”
(Mc 9,23)
25
Paulo Alexandre Barbosa
A cidade de Santos (SP) não tinha nenhum atendimento voltado aos deficientes visuais. Para preencher essa lacuna, foi
fundado o Lar das Moças Cegas, que atende deficientes visuais de toda a região. No começo, a entidade atendia somente
mulheres, com o tempo, foi abrangendo os homens.“Nosso atendimento vai do primeiro mês de vida até a terceira idade.
Entidade que atenda dessa forma, só o Lar das Moças Cegas”, esclarece o presidente, Carlos Antonio Gomes, o Caluxo, que
segue o caminho do pai, que foi presidente da instituição por 25 anos.
O primeiro passo de quem entra no Lar é fazer os cursos básicos fundamentais, como o AVD – Atividade da Vida Diária,
em que o deficiente visual irá reaprender a ser independente, desde a hora que acorda até deitar-se. Eles aprendem a arrumar
cama, organizar gavetas e armário, utilizar fogão, ligar equipamentos eletrônicos, andar com bengala, ler no sistema braile,
enfim, aprendem desde ações mais básicas do dia a dia às mais complexas. Há ainda diversas oficinas, atividades esportivas,
banda, coral, além dos cursos de capacitação, como informática, telefonia, massagem, culinária, entre outros. São mais de 30
cursos.
“No primeiro momento, quando o deficiente passa por aque-
la porta, o olhar dele é mais entristecido, uma postura mais
comedida; e depois dos primeiros dias de aula, da convivência, a
postura já muda, o olhar já muda. Ele começa a perceber que é
um deficiente, mas que ele é eficiente em todos os sentidos da
sua vida.”
Myrina Paiva Gomes, coordenadora pedagógica
“Comecei a frequentar o Lar ano passado, no curso de
telefonia, e tive a oportunidade de entrar no mercado
de trabalho. Também decidi fazer o curso de culinária
porque acho que o deficiente tem que ser independente em
todas as funções, desde cozinhar, trabalhar, estudar.”
Soraia Lisboa Salgado, aluna
“Cheguei aqui sem saber nada e aprendi o braile, a andar de benga-
la, a cozinhar. A gente sai daqui preparado pra enfrentar a vida
lá fora. Eu já leio livros, já leio tudo.”
Maria Dilma, aluna
“No curso de orientação e mobilidade a gente procura trabalhar os
sentidos remanescentes - tato, audição, olfato, a percepção, que é um
sentido muito importante que a gente vai trabalhar com o deficiente.
Também trabalhamos o lado emocional e psicológico, até que ele se
sinta seguro em estar pegando a bengala pra desenvolver as ativida-
des dentro da escola. Ele aprende a lidar com ambientes internos e
externos. A gente treina travessias, uso de transporte e comércio em
geral, até que chega num ponto em que o deficiente visual esteja indo e
voltando da casa dele pra escola sem precisar de um guia vidente ou de
usar nosso transporte. Aí ele vai estar totalmente independente pra
voltar pra sociedade.”
Gilmar Ribeiro dos Santos, professor
Lar das Moças Cegas
Local: Avenida Ana Costa, nº 19
Vila Mathias- Santos (SP)
Fundação: 1943
Contato: (13) 3226-2760
Site: www.lardasmocascegas.org.br
Programa exibido em: 22/6/07
Lição de Vida
26
Preparar o jovem para o mercado de trabalho é mais do que ensinar a profissão – é necessário ter uma
visão global, como faz o Projeto Jovem Profissional. Esse é um dos segredos para o sucesso da iniciativa,
que tem boa empregabilidade, oferecendo a oportunidade especial do primeiro emprego aos jovens. Pode ser
um passo modesto, mas essencial para afastá-los dos problemas sociais e levá-los para o bom caminho. “A
oportunidade que damos aqui muitas vezes substitui toda deficiência que a família anteriormente não pôde
suprir. Eu procuro resgatar a autoestima e mostrar que se chegou até aqui, já é vencedor”, explica a psicóloga
Edwiges Lucia Howath.
O diferencial do projeto é trabalhar o jovem por inteiro, preparando-o tanto como profissional quanto
como ser humano, comprova a coordenadora pedagógica Regina Célia. “Percebemos que quando o aluno
chega à fundação, precisa ser trabalhado em seu comportamento, seu intelectual e conteúdo. Sem isso, pode
encontrar dificuldades no mercado de trabalho. Por isso, trabalhamos postura, higiene, saúde e se comportar
quando numa entrevista de emprego.”
Com esse direcionamento, o Projeto Jovem Profissional prepara
os jovens para o futuro, ajudando-os a esquecer os problemas do
passado, superar as limitações da vida, além de ensiná-los a olhar para
frente, para a capacidade de fazer, transformar e agir. Quem passa pela
entidade aprende realmente a seguir o ensinamento do papa João 23: a
caminhar em direção ao que ainda há para fazer.
Projeto Jovem Profissional
Educação para o trabalho
“Preocupe-se não com aquilo que você
tentou e falhou, mas sim com aquilo que
você ainda há de fazer.”
João XXIII, Papa de 1958 a 1963
27
Paulo Alexandre Barbosa
Criado para ajudar jovens a ingressar no mercado de trabalho, o Projeto Jovem Profissional oferece oportunidades aos
adolescentes de 14 a 17 anos em três cursos: auxiliar de escritório, serigrafia e solda plana em PVC, com aulas teóricas e
práticas. A entidade funciona embaixo do Viaduto 9 de Julho, em São Paulo.
“Esses alunos passam o dia conosco, recebem refeições, reforço escolar, tratamento psicológico. Nossa meta é que
cada vez mais jovens tenham a oportunidade na vida de serem profissionais conscientes”, afirma a presidente da enti-
dade, Ana Maria de Andrade. A inserção dos alunos no mercado de trabalho acontece graças à parceria com mais de 100
empresas. “Os jovens começam como estagiários, mas a maioria é efetivada. Nossos ex-alunos mantêm laços fortes com a
fundação através do balcão de empregos. Quando eles estão no mercado de trabalho, procuram a fundação e nós encami-
nhamos esses jovens.”
“A gente oferece toda preparação para que os alunos se de-
senvolvam na área administrativa da empresa. A gente procura
qualificá-los. As oficinas abrem um leque grande de possibilidades
de um futuro trabalho. Ressaltamos que o melhor estímulo é a
vontade: vontade de progredir, de crescer, de evoluir, de ter um
futuro melhor e, o principal, dar um futuro melhor para os pais,
pois é nisso que eles pensam mais, na família.”
Welma Carlos Oliveira, instrutora
“Nós vendemos o que produzimos e a renda ajuda a man-
ter o projeto. Temos clientes fidelíssimos que compram
conosco pela causa social, por manter o projeto e isso
é bem explicado no primeiro contato – de que eles não
estão apenas comprando o produto: estão ajudando uma
causa.”
Jaqueline Barros Barbosa, ex-aluna e Assistente de Vendas do Projeto
Projeto Jovem Profissional
Local: Avenida Nove de Julho, 399- Bela Vista- São Paulo (SP)
Fundação: 1937
Contato: (11) 3241-5588
Site: www.jovempro.org.br
Programa exibido em: 29/06/07
Lição de Vida
28
Fazer o bem é a melhor forma de ver o bem se multiplicar, muitas vezes atingindo proporções
inimagináveis, transformando vidas, criando histórias, como a de Denis Calazans Silva. Antes de entrar no
projeto, Denis levava uma vida sem novidades: ficava em casa, assistia à televisão, ia para a escola.
“Esse projeto mudou minha vida, meu jeito de falar com os amigos. É importante porque você nunca
está sozinho, aprende, ensina, participa”, conta animado o garoto, que achou importante as amizades que
conquistou, a convivência com o grupo e, sobretudo, o aprendizado obtido no projeto de dança e na oficina
Arrasta Lata. Graças à sua participação no grupo e ao aprendizado, foi convidado para atuar em uma
companhia de dança, garantindo-lhe novas experiências e uma grande oportunidade.
A chance conquistada por Denis deve-se ao seu esforço pessoal e também à visibilidade do grupo Arrasta
Lata, que soma em seu currículo diversas apresentações, inclusive com famosos, como o cantor Gilberto Gil e
o maestro Julio Medaglia.
Crianças conhecem um mundo que, pelas limitações sociais, não teriam acesso; pais e mães recebem
capacitação para proporcionar uma vida melhor para as famílias. É a multiplicação de coisas boas promovida
pelo Projeto Arrastão.
Projeto Arrastão
Fazendo o bem
“Tudo posso naquele que me dá força.”
(Filipenses 4,13)
29
Paulo Alexandre Barbosa
Criado em 1968, o Projeto Arrastão tem o objetivo de promover atividades sociais, culturais e educativas no Campo
Limpo Paulista, Zona Sul de São Paulo. A entidade se destaca pela variedade no atendimento, desde crianças a idosos,
somando 1200 atendimentos diretos diários e quase 5 mil indiretos.
O projeto nasceu com um grupo de mães de classe alta e média que foi para a periferia a fim de capacitar mulhe-
res para a geração de renda. Esse conceito de capacitação continua ao longo da existência da entidade, promovendo
oficinas de culinária, corte e costura, entre outras. Em virtude da necessidade das mães de um local onde deixar os
filhos para irem trabalhar, surgiu a ideia de acolher as crianças.
Hoje, o Arrastão recebe crianças de 2 a 6 anos com projetos educacionais, brinquedoteca, crianças de 7 a 14 anos
no núcleo socioeducativo, oferece formação para jovens e faz um trabalho social com a comunidade do entorno. Na área
cultural, destaca-se o programa Arrasta Lata, que une música e conscientização ambiental.
“Atendemos crianças e jovens na área pedagógica; o núcleo
social e os trabalhos culturais envolvem os jovens e a comu-
nidade. Sempre buscamos envolver as famílias porque achamos
importante chegar na casa dessas crianças. É importante essa
família estar aqui conosco; é um aprendizado mútuo.”
Regina M. Barros, coordenadora de comunicação
“Nós unimos os conceitos da educação física, desenvolvendo o
corporal, e a música como terapia. Tem a coordenação motora, o
ritmo, a questão corporal e a conscientização do meio ambiente. No
programa percebemos mudanças no comportamento dos participan-
tes, como melhora nas notas.”
Joilson Bispo dos Santos, coordenador do grupo Arrasta Lata
“Na cozinha experimental usamos as receitas para de-
senvolver as técnicas que são passadas para os alunos
e apresentamos a cozinha internacional. Priorizamos
também a higiene e a segurança, fator fundamental nessa
função. É uma forma de orientar os jovens que têm habili-
dade para o mercado de trabalho, para que tenham uma boa
qualificação.”
Fernando Martins, professor da oficina de culinária
Projeto Arrastão
Local: Rua Dr. Joviano Pacheco de Aguirre, nº 255
Campo Limpo- São Paulo (SP)
Fundação: 1968
Contato: (11) 5841-3366
Site: www.arrastao.org.br
Programa exibido em: 06/06/07
Lição de Vida
30
O antigo sonho de liberdade está sempre presente na vida do homem. Liberdade de ir e vir, de escolher, de fazer. Quem se
envolve com vícios perde liberdade e vira prisioneiro das drogas. Ajudar a retomar essa liberdade é o grande desafio enfrentado pela
Casa Cactos, que recebe dependentes para auxiliá-los em sua recuperação. Juntos, jovens, adultos e a equipe da entidade travam
uma batalha no combate à dependência química, e muitas vezes é vencedora, especialmente graças àqueles que persistem e vão
até o final do tratamento. Os que param antes sentem falta e acabam voltando para fazer o processo completo, como Reinaldo.
Ele era um garoto normal, praticava esportes, até conhecer as drogas aos 12 anos. “De repente eu notei que a vida estava se
acabando, perdendo tudo e principalmente quem me ama estava se afastando de mim.” Em 1996, conheceu a comunidade Cactos,
começou o tratamento, mas não o terminou – ficou cinco meses. “Esse foi talvez o maior erro da minha vida”, lamenta. Com a base
que recebeu na entidade, conseguiu ficar “cinco anos de pé”, como ele chama o tempo em que não usou drogas. “Faltava alguma
coisa e realmente era completar a programação, os ensinamentos que nos passam aqui”, diz. Reinaldo acabou recaindo. “Ano
passado reconheci a minha impotência e minha derrota perante as drogas e estou agora há cinco meses, passando para uma nova
fase.”
No quinto passo do tratamento, ele aprende a admissão perante Deus e os outros semelhantes. “Aprendemos a natureza exata
das nossas falhas, vem a crença, acreditar e entregar a Deus nossas vidas e vontades. Depois, colocamos no papel toda aquela
bagagem, boa ou ruim, os nossos defeitos, nossas qualidades, tudo que nos aflige, e o quinto passo é expor verbalmente para um
coordenador, um padre ou um psicólogo, e receber um retorno desse coordenador, desse padrinho. Após o quinto passo, depois de
algum tempo, a gente segue para a ressocialização.”
Reinaldo se prepara para voltar para casa, com a esposa e os filhos. “Deus permitiu meu livre-arbítrio, que eu perdesse tudo;
só não permitiu que eu perdesse meu maior tesouro, que é minha baixinha, minha esposa e meus dois filhos. Em breve, vou para a
ressocialização com uma chance de estar com eles diariamente, acostumar-me novamente à vida lá fora. A expectativa é grande.”
Casa Cactos
Devolvendo a liberdade
“Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta,
não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”
Cecília Meireles, escritora e poetisa brasileira
31
Paulo Alexandre Barbosa
Um grupo de dependentes químicos procurou o monsenhor Ciro Fanha, então pároco da Igreja Nossa Senhora Aparecida,
porque precisavam de um local para realizar o trabalho de recuperação. O pároco abriu as portas da igreja para a realização
das reuniões. Durante os encontros, um pai comentou que havia um lugarzinho no meio do mato, um terreno, que foi doado e
nele montada a Casa Cactos, na fazenda que recebeu o nome do monsenhor, em homenagem ao seu apoio. “Monsenhor Ciro
Fanha trabalhou muito firme com os jovens e as famílias. Ele trazia um linguajar todo especial para os jovens, era uma coisa
maravilhosa”, comenta o presidente do instituto, Marcelo Souza Nascimento.
A Casa Cactos atende homens a partir de 16 anos, visando recuperar dependentes de álcool e outras drogas, para
reintegrá-los à sociedade. O trabalho é referência no Brasil e na América Latina, recebendo jovens de outros países.
O processo começa com uma triagem e realização de exames para verificar se a pessoa tem condições de ir para a
fazenda, onde irá ficar por um período de seis meses a um ano. “Quando eles chegam, primeiro passam por uma fase de
adaptação, e depois fazemos um trabalho de desintoxicação. Conseguimos isso através do processo de laborterapia, onde
eles trabalham com as plantas, com os animais, com a mata. Esse trabalho faz com que transpirem bastante, para que as
toxinas saiam do seu organismo e, consequentemente, tenham mais sede, urinem mais, tendo assim uma desintoxicação mais
rápida”, explica Marcelo. “A partir daí vamos conscientizá-los de que eles têm uma doença. Como diabetes, pressão alta, pode
ser controlada e mostramos os valores da sociedade e os valores cristãos, que são muito enraizados nessa obra através da
espiritualidade.”
“Eu comecei a usar drogas com 15 anos; em
1999 admiti minha primeira derrota e re-
solvi me internar no Cactos. Não conclui o
tratamento, um dos grandes erros da minha
vida - fiquei quatro meses e devido a fatores
alheios resolvi ir embora, uma decisão comple-
tamente errada. Depois de nove anos e muitas
perdas familiares e espirituais, eu vim parar
aqui de novo, com a graça de Deus. Dessa vez
com o intuito de me recuperar, fazendo uma
programação séria, buscando uma convenção
de vida. O mais importante é conhecer a Deus,
conhecer o projeto que Ele tem para minha
vida e fazer uma mudança. Já estou aqui há 8
meses e vivo a programação “só por hoje vou
melhorar” e meu intuito é fazer o dia de hoje
o melhor possível, para que eu possa colher
bons frutos amanhã.”
Fernando, Residente
“Essa atividade é uma das mais importantes, faz parte do tripé da nossa recuperação.
Todos os dias pelas manhãs nós iniciamos, após o café da manhã, com oração e estudo
bíblico, para nos fortalecer durante o dia. Os louvores também nos ajudam bastante;
quem louva, canta, e quem canta está orando duas vezes. Nossa mensagem é: o único
salvador é Jesus Cristo; é Ele quem tem me ajudado no dia a dia. Ele guia minha casa,
minha família, tem me sustentado nas horas difíceis e só Ele, somente Ele, preenche o
vazio que as drogas deixam.”
Maurício, Residente e responsável pelo estudo bíblico
Casa Cactos
Local: Rodovia Padre Manoel da Nóbrega,
km 286- São Vicente (SP)
Fundação: 1989
Contato: (13) 3234-8548
Programa exibido em: 13/07/07
Lição de Vida
32
Um dia um homem ousou sonhar com uma vida melhor para seus iguais, para os jovens da periferia
que não têm oportunidades. Com a força desse sonho, ele começou a construir uma vida melhor para jovens
como Diego, 17 anos, aluno da Associação Cultural Poder Negro.
Quando não está na escola, Diego está na entidade – diariamente. Apesar da rotina desgastante, ele se
sente motivado e garante que continuará frequentando a instituição até completar seus cursos. “Vejo aqui no
núcleo coisas que nunca vi em nenhum lugar. O curso de videomaker, por exemplo. Nunca tinha visto. Onde
eu iria conseguir fazer um curso desses? Ainda gratuito”, anima-se o rapaz, que se interessa por fotografia.
Uma das vantagens da entidade, segundo Diego, é que eles tentam mostrar o mundo como ele é, não
como “um conto de fadas com coisas maravilhosas. Tem que ter jogo de cintura, e eles preparam a gente
para entrar no mercado de trabalho a todo vapor.”
Entrar no mercado de trabalho com força total foi também a oportunidade que Evandro Damasceno Souza
e Natália Amâncio Milanez tiveram quando fizeram cursos na instituição. Dedicados, ambos conseguiram um
espaço especial e agora voltam à entidade para partilhar o que aprenderam, como professores.
“É uma sensação maravilhosa poder passar o que a gente aprendeu”, comenta Natália. Evandro
complementa: “O principal é ter força de vontade. Sem força de vontade não se adquire nada.”
Associação Cultural Poder Negro
A força de um sonho
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Fernando Pessoa, poeta português
33
Paulo Alexandre Barbosa
A entidade nasceu voltada para o movimento negro. Entretanto, seu fundador e presidente, Sidnei Cândido Kondhi, conta
que com o tempo foi começando a perceber que a questão negra não está ligada à cor da pele, mas à condição socioeconô-
mica. “A gente se baseou em Palmares, que já era periferia. Quando em 13 de maio surgiu a Lei Áurea, no dia 14, milhares de
comunidades escravas foram jogadas nas ruas e o Estado não criou políticas públicas para essas comunidades.”
Para oferecer oportunidades a esses jovens e qualificá-los para o mercado de trabalho, foi criada a associação. Para a
formação profissional há cursos de foto e vídeo, artes visuais, informática, serigrafia, culinária (buffet), beleza e cidadania e
designer de formas. A questão cultural também é desenvolvida com percussão, dança, teatro e artesanato.
O diferencial é o Plano de Desenvolvimento Intelectual – PDI – que envolve aulas de sociologia, filosofia, história e cida-
dania, para proporcionar formação integral.
“Propomos alguns cursos de qualificação profissional para que a gente
consiga trabalhar atividades culturais. Foto e vídeo, por exemplo, além de
ensinar o trabalho técnico, começamos a fazer o jovem enxergar o mundo,
perceber que com a câmera podem escolher deixar algo bonito ou feito, depen-
de de como fotografam. As artes visuais ensinam a criatividade, a perceber a
periferia e como criar mecanismo de mudança.”
Sidnei Cândido Kondhi, presidente
“A principal mudança que conseguimos com os jovens –
como foi no meu caso – é a disciplina, porque a aula de
percussão exige disciplina e trabalho integrado. Se cada
um bate em um lugar, não tem produtividade.”
Josué Silva Soares, professor de percussão
“Temos muita batalha desde o início, mas trabalhamos
contentes vendo o crescimento dos jovens saindo da rua,
tentando dar algo melhor para eles. Sinto muito orgu-
lho. Formamos o cidadão de amanhã para cuidar da velha
guarda.”
Maria Helena M. Nunes, voluntária da cozinha
Associação Cultural Poder Negro
Local: Rua Fernão Mendes Pinto, nº 1306
Ermelino Matarazzo- São Paulo (SP)
Fundação: 1966
Contato: (11) 6944-5684
Programa exibido em: 03/08/07
Lição de Vida
34
Viver não apenas em função dos projetos pessoais, mas pela missão
que Deus designou para cada um. Essa é a essência da frase “Feliz é aque-
le que serve” que norteia os trabalhos da ACDEM e que inspirou o padre
Ticão a criar essa associação.
A entidade serve a todos que precisam; a ACDEM atende pessoas
como Laerte, que em cinco meses de participação nas atividades já apre-
sentou melhoras tão significativas que fez sua mãe sentir-se revigorada.
Bárbara Maria do Nascimento conta que Laerte, de 15 anos, ficava
parado em casa, sentado, sozinho, apático. A experiência na associação
fez o menino mudar em menos de meio ano. O rapaz, que antes comia e
deixava o prato e o copo na mesa, tornou-se mais participativo: hoje leva
o prato e o copo até a pia. Um ato que pode parecer simples, mas é uma
enorme conquista para quem enfrenta limitações tão grandes como a que
o fez parar de falar aos dois anos.
A evolução desperta em Laerte o sentimento de conquista e por isso
ele mostra-se animado quando a mãe o acorda para ir à ACDEM – ele pula
da cama e corre para o banheiro, pedindo que ela o ajude com o banho
para que ele logo possa estar aprendendo mais. Ao ver a disposição do
filho, a mãe confessa que seu coração também pula de alegria, percebendo
que seu menino está vencendo as limitações, com o carinho e atenção que
recebe. Bárbara fica feliz em ver que agora ele até se preocupa em ajudá-
la em casa, aprendendo também essa importante lição, que é a alegria de
servir.
Associação da Casa dos Deficientes de Ermelino Matarazzo (ACDEM)
A felicidade de ajudar
“Feliz é aquele que serve.”
F
rase retirada do portal da instituição
35
Paulo Alexandre Barbosa
Em 1985, na Zona Leste de São Paulo, um grupo de mães se revezava nos cuidados de seus filhos com necessidades
especiais, apoiando-se umas nas outras. A partir dessa união, elas conseguiram um espaço no salão comunitário da igreja,
onde formaram um grupo de mães voluntárias. Foi dessa força, com o apoio do padre Antonio Luiz Marchioni, também conhe-
cido como padre Ticão, que nasceu a ACDEM.
A entidade desenvolve um trabalho voltado para jovens portadores de necessidades especiais, tendo como diretrizes o
carinho, o amor e o afeto. O objetivo é desenvolver as potencialidades dos jovens, ajudando-os a superarem suas limitações
nas atividades cotidianas, para que, pouco a pouco, sejam inseridos na sociedade, ensinando-lhes atividades cotidianas.
Assim como os jovens, também, aos poucos a ACDEM foi se desenvolvendo, ampliando sua atuação, ajudando mais
famílias, em um trabalho integrado com a comunidade católica. A entidade cresceu e atende mais de 500 crianças e jovens,
de 4 a 24 anos, em suas cinco unidades.
“Nosso principal objetivo é tratar o jovem como ele realmente é. Ele
é especial, mas tem capacidades. É gratificante ver as conquistas.
Essas crianças e jovens nos dão uma lição de vida o tempo inteiro,
porque por mais dificuldade e limitação que tenham, todos os dias
estão felizes, sorrindo. Eles sentem que são diferentes e isso nos
contagia. Eles trazem esse estímulo para nossa vida.”
Fabiana Silveira, diretora
“Trabalhar com esses jovens é gratificante. Nós sabemos
que só o fato de eles aprenderem a escrever o próprio nome
é uma conquista preciosa. E eles ficam muito felizes.”
Núria Pontes dos Santos, educadora
“O foco principal do projeto é a reabilitação e rein-
tegração social. Nós os ensinamos a ser o mais
autônomo possível.”
Silvana Maria de Oliveira, coordenadora pedagógica
Associação da Casa dos Deficientes de
Ermelino Matarazzo (ACDEM)
Local: Rua José Lopes Rodrigues, nº 510
Ermelino Matarazzo- São Paulo (SP)
Fundação: 1985
Contato: (11) 6545-4055
Site: www.acdem.org.br
Programa exibido em: 10/08/07
Lição de Vida
36
Humanizar o tratamento médico para aliviar um momento tão difícil para as crianças e
adolescentes é o grande objetivo do GRAACC, que ajuda os pacientes e os pais a enfrentarem os
obstáculos do câncer de maneira mais positiva, para que eles sejam superados. Fazer a criança e o
jovem sentirem-se bem é essencial para promover a cura, pois assim conseguem resistir às dores
da quimioterapia, às injeções, e as reações provocadas no corpo.“Desistir do tratamento é quase
igual a uma sentença de morte, porque se parar de tratar, a doença volta. É importante tratar o tempo
adequado para curar realmente. Hoje, graças a Deus, essa taxa de abandono é de zero por cento”,
comemora Sergio Petrilli, superintendente da entidade, citando ainda outro índice conquistado, de
cerca de 80% de cura. Para conquistar esses números, toda equipe se envolve fazendo o possível, com
brincadeiras, atividades, diversão, tudo para que os pequenos pacientes se sintam à vontade e queiram
voltar e se tratar.
Enquanto os filhos ficam à vontade e se divertem, muitas vezes esquecendo-se até que estão em um
hospital, as mães se sentem amparadas com o acolhimento e a troca de informações com outras pessoas que passaram
por situação semelhante e superaram essa fase. Partilhar a experiência e dar a ajuda que só é possível por alguém que
entende o que o outro está passando – essas foram algumas das motivações que levaram
Ana Maria Bittencourt a voltar para o grupo.
Quando procurou a entidade, ela vivia um momento muito difícil: o filho, de 21
anos, teve linfoma.“Foi muito rápido e quando nós descobrimos, ficamos desesperados,
porque para nós, leigos, o câncer é como uma sentença de morte. Como a gente não
tem muita informação, acha que vai morrer quando recebe um diagnóstico desses”,
desabafa. Mãe e filho enfrentaram com força essa batalha. Mesmo se tratando, doente,
ele não parou de trabalhar ou estudar.“Quando fazia quimio, que era muito pesada,
muito sofrida, a cada 15 dias, ele não trabalhava só na semana que fazia a quimio; na
outra, ele trabalhava, e também continuou estudando e se formou em publicidade ano
passado.” Com o filho recuperado,Ana quis retribuir toda ajuda que teve e atua como voluntária
no GRAACC.“Só sabe como é quem passa por isso.Agora eu vim para cá com essa
noção de como é passar por isso, então, entendo melhor as pessoas.”
Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC)
Apoio e alegria para as horas difíceis
“Crer para entender e entender para crer.”
João Paulo II, Papa de 1978 a 2005
37
Paulo Alexandre Barbosa
Idealizado pelo médico Sergio Petrilli, o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC) nasceu com
uma casinha e evoluiu muito. Hoje conta com um hospital de 11 andares voltado para o tratamento de crianças e adolescen-
tes com câncer, e tem 350 voluntários.
O diferencial, além do tratamento especializado em oncologia pediátrica, é o atendimento especial aos pequenos, que
têm disponível até uma brinquedoteca para se sentirem melhor. “Os médicos cuidam da doença e a gente cuida da parte
saudável, porque criança continua sendo criança, doente ou não”, diz Patricia Percoraro, coordenadora da brinquedoteca.
Outro atendimento especial do GRAACC é a quimioteca, uma forma lúdica de ajudar a criança a vencer a etapa dolo-
rosa da quimioterapia. A ludotecária Sandra Witkowski explica a proposta: “Trouxemos o conceito de brinquedoteca para a
quimioterapia, por isso o nome quimioteca. Nós atendemos as crianças que estão recebendo a quimio cada uma em sua
poltrona e fazemos brincadeiras, jogos. Eles têm aparelhos eletrônicos, DVD portátil, gameboy, tudo direcionado de acordo
com a idade.”
“Durante muitos anos a gente trabalhou atendendo
crianças com câncer, com muitas dificuldades econômi-
cas, predominantemente com pacientes do SUS e a doença
evoluiu de uma maneira que nos últimos 15 anos nós
tivemos aumento das chances de cura. Então, já não é mais
como antigamente, que se a criança não tivesse remédio,
não tivesse condições para ser tratada, não fazia muita
diferença porque ela ia morrer mesmo. Hoje é ao contrá-
rio; as chances de cura estão muito elevadas - estamos
falando em 70, 80% de chance de cura.”
Sergio Petrilli, superintendente do GRAACC
“Por favor, não chorem porque vocês têm câncer. O câncer
pode ser curado e a vida se cura com muito amor e carinho.”
Mateus Petrilli, voluntário
“Meu filho teve leucemia – ele está se tratando há um ano
e 5 meses. Aqui a gente brinca, se descontrai. Esse espaço
tem me ajudado bastante, tanto com meu filho como na
minha vida. A gente vai na brinquedoteca e eu participo com
ele dos jogos, teatro, videogame. Ele fica muito feliz.”
Andréia Corrêa, mãe de paciente
“A brinquedoteca ajuda no tratamento das crianças. É o
único lugar do hospital em que as crianças vêm e não tem
remédio. A gente tem um espaço físico que funciona como
uma grande sala de espera. Tem atividades para as crian-
ças de todas as idades, desde o cantinho do bebê até os com-
putadores e é um lugar que a comunidade pode vir e fazer
oficinas – oficinas de pinturas, de artes -, as mães novas
conversam com as mais antigas que dão força, a gente faz
grupos terapêuticos, tudo para a qualidade e humanização
do hospital.”
Patricia Percoraro, coordenadora da brinquedoteca
Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer - GRAACC
Local: Rua Botucatu, nº 743- Vila Clementino- São Paulo (SP)
Fundação: 1991
Contato: (11) 5080-8400
Site: www.graacc.org.br
Programa exibido em: 17/08/07
Oportun
Lição de Vida
38
Investir na juventude é a melhor forma de mudar a realidade do país e do mundo. Melhorando a vida de cada jovem,
mudando um pouquinho de cada história, o JIP contribui para fazer um país melhor.
Os sinais dessa melhora multiplicam-se na mesma medida em que se multiplicam os jovens que passam pelo JIP e
mudam sua história.Alguns seguem outros caminhos – outros até vão, mas voltam e acabam partilhando a experiência
que tiveram, além de demonstrar toda a gratidão a quem lhes deu a primeira oportunidade.
Muitas histórias de vida acabam se fundindo à da entidade, como a de Adriana, que começou no JIP com seis anos,
no pré-primário, concluiu e voltou aos 13 anos, quando fez curso de legionária.A menina logo foi encaminhada para uma
empresa de contabilidade onde trabalhou por 13 anos. Quando chegou ao topo, aprendeu tudo que tinha para aprender,
resolveu procurar novos horizontes.“A velha casa me acolheu”, conta a mulher, que é o exemplo vivo de um trabalho que
dá certo, assim como Rosângela dos Santos.
Essa outra ex-aluna participou de diversos cursos na entidade, atuou como estagiária, entrou no mercado de traba-
lho, ficou 11 anos e há 15 anos voltou à instituição para cuidar do futuro dos jovens.“Eu passo para os meninos tudo que
o JIP me passou”, conta com satisfação Rosângela, que atua como auxiliar de escritório.“Ano que vem meus dois filhos
estarão aqui. Minha mãe também passou por aqui. Somos uma grande família. Eu sou muito satisfeita pelo acolhimento
que o JIP me deu. Espero me aposentar aqui e passar o bastão para minha filha.”
Jockey Instituição Promocional (JIP)
Oportunidade de vida aos jovens
“Os jovens não são a esperança do futuro, mas a certeza do presente.”
Bento XVI, Papa que dirige a Igreja Católica desde 2005
nidades39
Paulo Alexandre Barbosa
O sonho de um grupo de senhoras que teve o apoio do padre Júlio Lopes Lorena para ajudar os jovens sobrevive
ao tempo, e há mais de 30 anos vem criando oportunidades para uma vida melhor. O grande desafio do JIP é cuidar do
ingresso dos jovens no mercado de trabalho.
A entidade atua especialmente com jovens carentes de São Vicente. Há aulas de ética e postura profissional,
administração financeira, administração empresarial, documentos administrativos e documentos financeiros, além de
atividades esportivas e um trabalho social com a comunidade da região.
Os jovens ficam quatro meses se preparando, fazendo cursos e depois a equipe tenta inseri-los no mercado de
trabalho por meio das empresas parceiras. Além do profissionalismo, o que possibilita grande aceitação das empresas,
o JIP oferece aos jovens muito carinho em um momento importante em suas vidas. Talvez por isso tantos voltem e quei-
ram retribuir tudo o que receberam – alguns nem chegam a sair.
“Nosso trabalho vai ao encontro dos anseios da juventu-
de, que muitas vezes não são atendidos na escola, na rua
ou na família. São jovens que não têm oportunidade na vida
e nós damos. Nossa parte, fazemos com amor e carinho.”
Darcy Moussalli, presidente
“Depois de encerradas minhas atividades profissionais, eu
atendi um anseio de ser voluntária, especialmente dedicada
aos jovens, que são o futuro do país. Os jovens precisam de
atenção especial e o trabalho que o JIP promove é impor-
tante. Eu tenho muita alegria de participar e trabalho aqui
com muito gosto. Não tem como negar que o voluntariado é
muito gratificante: mais para quem exerce do que a quem se
destina.”
Maria Adélia, voluntária
“Nosso objetivo é que o jovem consiga fazer uma carrei-
ra brilhante nas empresas em que são colocados como
patrulheiros. Hoje temos uma faixa de 15% de jovens com a
faculdade custeada pela empresa onde prestam serviços. A
empresa está investindo e isso é uma gratificação imensa.”
Andréa Ungaretti, coordenadora pedagógica
Jockey Instituição Promocional - JIP
Local: Rua Dr. General Euclides Figueiredo, nº 110
Jóquei Clube- São Vicente (SP)
Fundação: 1970
Contato: (13) 3465- 4166
Site: www.jip.org.br
Programa exibido em: 24/08/07
Cari
Lição de Vida
40
“Eu senti na pele o que é discriminação. O que é ter rótulo de aleijado.” A forte declaração de Maria
Aparecida Pieruzi de Souza, a Nêga Pieruzi, retrata a força que move a mulher que construiu uma entidade
referência em cuidados com pessoas portadoras de necessidades especiais na Baixada Santista (SP).
Com um ano e meio de idade, Nêga Pieruzi, como é conhecida, teve poliomielite e precisou vencer os
obstáculos que a vida lhe impôs para obter todas as conquistas: foi professora, pedagoga, a primeira mulher
a integrar um Rotary Clube na Baixada Santista e eleita quatro vezes vereadora em Cubatão. É membro do
Conselho Estadual de Saúde, do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Portadora de Deficiência e do
Comitê de Bacias Hidrográficas – todos os cargos exercidos voluntariamente.
Quando se aposentou como professora, ela procurou transferir todo seu carinho para essas crianças
especiais. “Eu vivi todos esses momentos que você vê aqui.” Por isso, não só ela, mas todos os profissionais
da casa são levados a praticar esse amor. “Foi isso que Deus nos ensinou e nós temos que passar para as
pessoas aquilo que aprendemos em nossa família. Eu sempre digo aos nossos pais que a família é o principal.
O amor primeiro começa na família. E quando eles vêm para a Casa da Esperança, estão em sua segunda
casa.”
Casa da Esperança
Cuidando com carinho
“Quem ama cuida de perto e
promove paz, amor e esperança.”
L
ema da Casa da Esperança
inho41
Paulo Alexandre Barbosa
Criada para atender crianças portadoras de necessidades especiais, a Casa da Esperança nasceu da
necessidade de Cubatão em ter uma instituição semelhante à que já havia em Santos. Ela foi criada por
uma iniciativa de Rotarianos da Baixada Santista, com apoio da Prefeitura.
A entidade tem mais de 400 assistidos, que recebem tratamento ambulatorial com neuropediatria,
ortopedia, pediatria e odontologia; atendimento clínico com fisioterapeuta, fonoaudióloga, hidroterapia,
psicóloga, pedagoga e terapeuta ocupacional. Há ainda esporte, cultura e lazer para crianças, jovens e
adultos de toda a região que frequentam a Casa.
“A nossa casa está de portas abertas. Não precisa ter indicação médica para vir. Se não tem solici-
tação médica – ou mesmo tendo – a pessoa vai passar pelo nosso neurologista, e ainda temos neurope-
diatra e psiquiatra infantil. Nossa porta de entrada é através do setor médico, que encaminha para qual
especialidade cada criança deve ir. Temos aqui um tratamento multidisciplinar”, conta Nêga Pieruzi.
“A finalidade do trabalho é perceber as várias carências
das crianças e encaminhar para o setor correspondente.
A finalidade do nosso serviço não é apenas tratamento,
mas tratamento e reabilitação – a reabilitação visa à
melhoria em geral das crianças. Precisamos também con-
siderar que não temos apenas a doença das crianças, mas
o aspecto psicossocial, a problemática social, cultural
e tentamos, dentro do possível, trabalhar todas essas
necessidades.”
Antonio Gouvêa, médico pediatra
“Ele veio para cá com quatro anos,
mal andava e falava. Agora fala
frases que dá para entender. O tra-
tamento é lento, mas tivemos vitórias
até demais. Eu já tive que pegar ele de
madrugada nos braços e levar para
o hospital sem saber se ele ia voltar
vivo ou não. Hoje em dia ele está aí,
pintando, faz capoeira, dança, compu-
tação, tudo que tem ao alcance dele eu
corro atrás para ajudar. Você olha e
nem fala que ele é especial.”
Rosilda, mãe do Jeferson, aluno da entidade
“O profissional e a família precisam trabalhar em conjunto
para que a evolução seja antecipada – é uma luta contra o
tempo. Quanto mais rápido conseguir habilitar ou reabilitar
o doente, mais chances ele terá no mercado de trabalho, na
inclusão. O objetivo final é colocar a criança de pé, promo-
ver seu desenvolvimento ou incluir atividades da vida diária,
deixar essa criança o mais independente possível, sabendo se
vestir, se calçar, escovar os dentes.”
Alexandre, fisioterapeuta
Casa da Esperança
Local: Rua XV de Novembro, nº 180
Vila Nova- Cubatão (SP)
Fundação: 1980
Contato: (13) 3361-1288
Site: www.casadaesperanca.org.br
Programa exibido em: 03/09/07
Bem
Lição de Vida
42
O sorriso estampado no rosto mostra que eles aprenderam a viver. Esses jovens com mais de 60 anos de
idade passaram por vários obstáculos, venceram dificuldades e agora vivenciam cada momento que a vida
proporciona, com vitalidade, disposição e amor à vida. Essa é a experiência que a Casa do Sol proporciona
aos seus residentes.
Quando ficou viúva, Stella Wernneck sentiu medo de continuar morando sozinha em seu apartamento e
resolveu buscar um novo lar, na Casa do Sol. “Estou aqui há dois anos e estou adorando”, conta a residente,
que coloca seu nome em todas as listas de passeio. “Quando a gente trabalha, fica cansada. Agora eu não
faço nada, quero é passear. Eles nem perguntam porque já sabem que eu vou em todos os passeios.”
Stella conta que teve uma vida boa. Foi feliz com o marido e os filhos. A tristeza veio quando perdeu o
esposo e um dos filhos, mas ela tenta superar e aproveitar o que tem pela frente. “A vida não é fácil. Eu vivi
as dificuldades da guerra – tinha bebê pequeno. Tive um maridão, médico, filhos ótimos, netos; tenho quatro
bisnetos. Estou muito feliz e graças a Deus encontrei essa casa.”
Morar na Casa do Sol foi a opção do casal Marina de Oliveira e Edilson Saraiva de Moura. Ele foi
primeiro, passou uma temporada de dois meses para se recuperar de um problema de saúde. O casal decidiu
então mudar para a instituição. Sobre a opção, Marina diz que foi o cansaço. “Estou com 71 anos e a cada
ano me sinto mais cansada. Eu estou muito bem aqui – gosto desse ar puro,
desse verde maravilhoso. É uma família maravilhosa que temos aqui.”
Casa do Sol
Um lugar para o bem viver
“A verdadeira sabedoria consiste
em saber como aumentar
o bem-estar do mundo.”
Benjamim F
ranklin, jornalista, cientista,
diplomata e inventor norte-americano
Viver43
Paulo Alexandre Barbosa
Construída em uma área repleta de verde, no alto de um morro em Santos, Litoral Paulista, a Casa do Sol
oferece atenção, cuidados, respeito e dignidade aos moradores. Com capacidade para 150 residentes, a entidade
tem assistência médica 24 horas, fisioterapia, passeios monitorados, entre outros benefícios para os jovens com
mais de 60 anos que procuram um lar na entidade.
A instituição foi fundada em 1904 como abrigo para mendigos, denominado Asylo de Mendicidade de Santos;
20 anos depois, passou a chamar-se Asylo de Inválido de Santos. Atualmente, denominada Casa do Sol, é voltada
apenas para idosos.
A atual sede foi toda projetada para oferecer conforto e privacidade, com quartos para poucas pessoas,
armários individuais, banheiros com adequação para a necessidade dos idosos. Há ainda ambientes onde os
residentes podem se reunir, ver TV, ler jornais e revistas, além dos locais externos voltados ao lazer e o ambiente
para receber visitas.
“Temos possibilidade de atender 150 idosos, mas não temos
esse número e estamos abertos a recebê-los. Infelizmen-
te, pela realidade financeira atual, tivemos que mesclar
os atendimentos entre gratuitos e quem pode pagar.”
Ariovaldo Flosi Jorge, presidente
“Nós trabalhamos em grupos terapêuticos para melhorar a autoestima e a
interação entre eles. Outra coisa fundamental é tentar que eles mante-
nham a autonomia. Quanto menos dependente o idoso é, melhor ele se sente.
Por isso temos o cuidado de deixar que eles façam, escolham o que querem
fazer, vão onde queiram ir. Mesmo os que apresentam alguma dificuldade
física, como andar de cadeira de rodas, bengala ou andador, são estimula-
dos a ter autonomia.”
Mariângela Torres, psicóloga
“Para que o idoso se sinta inserido, nós temos a constru-
ção do vínculo com os profissionais e atividades que propor-
cionam interação, além de eles terem uma função dentro da
instituição, onde possam estar se valorizando e valorizan-
do o espaço coletivo.”
Débora Oliveira, assistente social
Casa do Sol
Local: Avenida Santista, s/nº- Morro da Nova
Cintra- Santos (SP)
Fundação: 1904
Contato: (13) 3258-5100
Site: www.casadosolsantos.org.br
Programa exibido em: 21/09/07
Lição de Vida
44
Um lindo presente para Deus foi o que padre Rosalvino Morán Viñayo resolveu fazer de sua vida, pela
grande graça que teve desde sua infância, quando chegou da Espanha com o pai, órfão de mãe, em Cam-
pinas e foi acolhido por um salesiano em um orfanato. A mão estendida e o grande coração mudariam para
sempre o destino do garoto imigrante que chegou à América necessitado de acolhida, de espaço, de escola,
de um lar e de uma família.
Do trabalho que fazia ajudando meninos na Praça da Sé, o padre resolveu seguir o desafio feito por Dom
Luciano e ir às periferias. Foi um chamado de Deus e assim ele chegou à Zona Leste da capital paulista, para
ajudar as crianças sofridas e maltratadas, meninas e meninos com sonhos perdidos. Rosalvino queria retribuir
tudo o que recebeu e construir para eles o lar como o que o acolheu, com o carinho que recebeu.
Assim, seguindo os passos de Dom Bosco, criou em Itaquera a obra social que leva o nome deste que
viveu para ajudar aos jovens. “Na nossa porta não tem tempo ruim. O jovem encontra casa para morar, oficina
para aprender e se capacitar, remédio para a doença e acolhida familiar”, exulta o padre, que construiu uma
das maiores obras sociais do Brasil.
O entusiasmo de padre Rosalvino contagia a todos que o conhecem e espalha-se pela comunidade. Ele
anima os que com ele trabalham, procura ajudar quem encontra pelo caminho e demonstra toda sua alegria
tocando na fanfarra. É a alegria que envolve a todos. Felicidade de quem conseguiu realizar sua missão e se
transformar no tão sonhado presente a Deus, fazendo de sua vida mais do que um exemplo, uma canção de
glória à vida.
Obra Social Dom Bosco
Um presente divino
“O que nós somos é um presente de Deus;
no que nos transformamos
é o nosso presente a Ele.”
Dom Bosco
45
Paulo Alexandre Barbosa
Criada pelo padre Rosalvino para atender jovens carentes da Zona Leste, a Obra Social Dom Bosco tornou-se uma das
maiores ações sociais do Brasil, passando de 150 atendimentos em sua criação, em 1981, para 6 mil atendimentos diários
nessa região, que tem uma população de mais de 5 milhões de habitantes, metade formada por jovens que encontram na
entidade a oportunidade que procuram.
Ajudando famílias em situação de vulnerabilidade, risco ou exclusão social, a entidade tem atividades culturais – com
oficinas, fanfarra, orquestra e coral -, educacionais – para crianças, jovens e adultos, além de inclusão digital, esporte,
recreação e lazer. Há ainda projetos de geração de renda e empreendedorismo com centro de capacitação profissional,
mutirão habitacional, atendimentos de saúde e trabalhos de conscientização ambiental.
Além de receber o apoio físico que procuram, as famílias encontram novos valores para resgatar seu núcleo e forta-
lecer esse importante vínculo social. A vida de dedicação do padre Rosalvino apresenta-se como um grande presente para
Deus; essa obra que nasceu do seu sonho tornou-se um grande presente para a Zona Leste de São Paulo.
“Temos muitos exemplos de pessoas que passaram por
aqui, se formaram e estão bem empregadas. Por isso tem
tanta procura.”
José Barbosa, instrutor de eletrotécnica
“O curso dura um ano e meio e ao final dele o aluno está qualifi-
cado para trabalhar tanto informalmente como numa empresa de
grande porte. Vemos que o grande sonho dos jovens que passam
por aqui é o de se tornar empreendedores, montar seu próprio
negócio.”
Jaime, responsável pelo curso de automecânica
“Vemos que as pessoas que fazem o curso mudam suas perspectivas.
Elas entram querendo aprender algo para arrumar um empreguinho
e acabam arrumando muito mais do que um emprego, porque ganham
conhecimento e requalificação para o mercado de trabalho.”
Elaine Silva, instrutora da oficina de corte e costura
“Meu pai é também eletricista e eu sempre gostei da área, por
isso resolvi fazer o curso. Eu pretendo seguir carreira, fa-
zer engenharia elétrica, mecatrônica e trabalhar na área.”
Cleiton Rodrigues, aluno do curso de automecânica
Obra Social Dom Bosco
Local: Rua Álvaro de Mendonça, nº 456- Itaquera- São Paulo (SP)
Fundação: 1981
Contato: (11) 2205-1100
Site: www.domboscoitaquera.org.br
Programa exibido em: 28/09/07
Relaci
Lição de Vida
46
Não há amor como o de pai e mãe pelos filhos. Esse amor faz ultrapassar barreiras que parecem intransponíveis,
como quando se descobre que um filho tem problema auditivo. Elisabeth Araújo da Silva Santos descobriu quando Le-
onardo tinha dois anos que, em decorrência da rubéola que ela tivera, ele era deficiente auditivo. A comunicação com o
filho não era fácil, mas resolveu que nada iria impedir uma aproximação.
Descobriu a BRASCRI, marcou uma triagem e ele logo começou na escola, onde ela teve ajuda para descobrir tudo
aquilo que precisava para ajudá-lo e para conviver em harmonia com ele. Aos sete anos, Leonardo se comunica muito
bem – o aprendizado mútuo, tanto para mãe quanto para o filho, os aproxima cada dia mais. “Meu filho expressa seus
sentimentos – fala se está com dor, se quer um doce e diz que me ama todos os dias. Ele me beija e demonstra o
carinho, que é o mais importante”, comemora.
A comunicação só foi possível porque Elisabeth aprendeu na entidade a linguagem dos sinais e continua fazendo
aulas para estar cada vez mais próxima do filho, derrubando barreiras que poderiam se formar entre eles. Hoje, ela
sabe que ele não precisa ficar isolado: poderá seguir seus estudos, ja que foi pré-alfabetizado, poderá ter uma carreira,
família, filhos, enfim, uma vida normal. E, mais importante, ela sabe que sempre fará parte dessas conquistas.
BRASCRI
Construindo relacionamento
“Não se pode falar em
educação sem amor.”
Paulo F
reire, educador
brasileiro
ionam47
Paulo Alexandre Barbosa
A educação com amor é a grande diferença que faz da BRASCRI uma entidade que consegue bons resultados,
possibilitando que crianças com deficiência auditiva sejam inseridas socialmente, aprendendo linguagem de sinais e
se alfabetizando. Além da pré-escola para crianças com deficiência auditiva, entre 3 e 8 anos, e de famílias de baixa
renda, a entidade mantém outros projetos, com cursos extracurriculares para que o adolescente fique mais tempo na
escola, bolsas para cursos profissionalizantes, apoio a mães adolescentes carentes e cooperativas de trabalho com
alunos e ex-alunos dos projetos profissionalizantes.
A entidade foi fundada pelo suíço Hans Jürgen Martins e sua esposa Margrit Martin, que obtiveram recursos do
exterior, especialmente da Suíça, desenvolvendo parcerias de integração entre os países. Na pré-escola, voltada para
os pequenos com deficiência auditiva, são atendidas 40 crianças.
“As crianças vêm de famílias carentes, sem condições. Na re-
gião não há escolas especializadas. As crianças aprendem os
sinais e os pais recebem aulas para aprenderem a interagir com
os filhos. Temos também inclusão digital, com jogos e softwa-
res especializados. O objetivo é incluí-las socialmente para
poderem entrar no ensino fundamental.”
Hélio Severiano de Almeida, diretor da unidade
“As crianças chegam aqui sem comunicação e esse é nosso primeiro trabalho. No
período que ficam aqui – normalmente quatro anos – têm atividades normais de pré-
escola. Focamos muito a participação da família e aprendizagem com língua de sinais,
para se comunicarem.
Nossa meta é comunicação e alfabetização. Outro dia tive contato com um ex-aluno
que está no ensino médio, preparando-se para fazer faculdade. É muito bom quando
a família entende que as crianças têm potencial.”
Daniela Cristina Jacob, pedagoga
“Por também ter deficiência auditiva, eu percebo as crianças mais
facilmente. Mostro desenhos em papéis, figuras, slides; uso
diferentes materiais. Acontece uma troca em língua de sinais,
diálogo com perguntas e respostas. Minha maior alegria é ver
as crianças se desenvolvendo. Fico feliz com isso.”
João Luiz Nascimento, professor de libras
BRASCRI
Local: Rua Armando da Silva Prado- nº 191/271
Vila Bélgica- São Paulo (SP)
Fundação: 1993
Contato: (11) 5548- 1646
Site: www.brascri.org.br
Programa exibido em: 12/10/07
Lição de Vida
48
Toda mãe tem fé e sonha com um futuro de felicidade para seu filho: um futuro com conquistas e
realizações. Quando o filho apresenta necessidades especiais, a fé e o sonho devem ser ainda mais fortes e
estarem acompanhados do trabalho, da ação para que esse futuro se torne realidade.
Essa foi a percepção que teve Andréa Kelly Vidigal, mãe de John, quando decidiu lutar e fazer tudo pelo
seu filho autista. A psicóloga que acompanhava o menino falou de um trabalho muito bem feito com autistas
e foi assim que ela e o esposo ficaram sabendo da AMA. O pai de John foi à reunião e, então, o casal perce-
beu que encontrara o que procurava. Depois de alguns meses de espera, conseguiram uma vaga na institui-
ção.
Com seis anos, John começou a frequentar a AMA e, quatro anos depois, ele consegue ter uma vivência
em família: brinca com os irmãos, diverte-se e joga videogame e, como tantos outros meninos da sua idade.
“Ele evoluiu 100%. A comunicação e a socialização melhoraram. Antes ele não ficava com outras crianças”,
comemora Andréa, que faz parte dessa conquista, já que é uma mãe atuante e está sempre presente. Em vez
de deixar o filho e ir para casa, ela o acompanha durante todo o dia, esperando a saída para voltar com John
para casa.
Aos pais que têm filhos portadores de necessidades especiais e que têm dificuldades a serem supe-
radas, ela dá o conselho de quem acompanha passo a passo a evolução do filho rumo à independência:
“Procurem uma instituição especializada em lidar com eles; é preciso correr atrás das coisas para obter
resultados. Vale muito a pena.”
Associação de Amigos do Autista (AMA)
Trabalhando com amor
“E apenas com o coração que se pode ver direito;
o essencial é invisível aos olhos.”
Antoine De Saint-Exupéry, escritor francês
49
Paulo Alexandre Barbosa
Na década de 80, havia pouca informação sobre o autismo – não se sabiam exatamente as implicações e solu-
ções para que crianças e jovens com essa necessidade especial pudessem ter uma vida normal. Diante da falta de
informação, vários pais, buscando tratamento para seus filhos, formaram um grupo e foram em busca de informa-
ções. Como não havia material no Brasil, o grupo viajou para outros países, conhecendo atendimento na Dinamarca,
Estados Unidos e França, e assim, foi criada a AMA.
A coordenadora geral da entidade, Marli Bonamini, chegou à AMA há quase 20 anos, em busca de ajuda para a
filha de 15 anos. Envolveu-se como voluntária, diretora de difusão e depois passou a coordenadora. Ela explica que
a AMA trouxe para o país o método TEACCH, abordagem educacional de tratamento para crianças autistas que têm
problemas de comunicação. O método visa a dar o máximo de independência, ensinando atividades diárias para
que elas possam ter uma vida normal.
A AMA atende mais de 120 crianças e jovens de diversas regiões de São Paulo em suas duas unidades – uma
no Cambuci e outra em Parelheiros, onde ficam 20 residentes.
“O método da AMA também é dirigido aos pais, que podem
receber treinamento e participar dos cursos, porque ele
é o primeiro educador da criança. O grande problema da
família é ficar pensando na culpa que tem por ter um filho
com autismo ou qualquer outra deficiência. Acho que por
essa fase todos nós, que somos pais de pessoas especiais,
passamos. Importante é procurar logo ajuda profissio-
nal. Não deixar o tempo passar, pois quanto mais precoce
o atendimento for feito, melhor será o prognóstico dessa
criança.”
Marli Bonamini Marques, coordenadora geral
“Depois de uma avaliação, executamos o trabalho com
base no resultado, sempre utilizando a linguagem vi-
sual para que as crianças possam compreender. Pela
repetição, a criança cria o hábito para desenvolver
sozinha essas atividades.
Fabio Oliveira dos Santos, monitor
Associação de Amigos dos Autistas - AMA
Local: Rua dos Lavapés, nº 1123- Cambuci- São Paulo (SP)
Fundação: 1983
Contato: (11) 3376-4400
Site: www.ama.org.br
Programa exibido em: 19/10/07
Bom F
Lição de Vida
50
Crianças que passam por grandes dificuldades em casa, que têm problemas sérios com familiares e que pre-
cisam de estabilidade para seguir o caminho, encontram na Casa da Criança a oportunidade de que necessitam
para uma vida mais promissora. Andresa é o exemplo de alguém que soube aproveitar as chances que a vida lhe
proporcionou para crescer, para avançar e para evoluir.
Junto com uma irmã, ela chegou aos oito anos na entidade, onde morou por cinco anos. Saiu aos 13 anos,
em decorrência de ter ultrapassado o limite de idade da casa. “Tive que ser transferida para outro abrigo. Fiquei lá
um tempo, depois fui para outro abrigo até completar 19 anos, quando saí de lá. Fui morar com uma família que
me acolheu e onde estou até hoje”, conta.
Dedicada, Andresa trabalhava no comércio quando conseguiu uma bolsa de estudos e começou a fazer fa-
culdade. “Eu pensava: de que adianta fazer pedagogia e não trabalhar na área?”. Como já conhecia o pessoal da
Casa da Criança, fui conversar para ver se conseguia algum trabalho. “Consegui e estou aqui até hoje”, comemo-
ra.
Como professora, Andresa usa sua experiência para dar às crianças exatamente o que elas precisam: aten-
ção, carinho, amor. “Boa parte das crianças que estudam aqui - mesmo da creche – é muito carente, porque elas
vêm de uma história meio complicada, com dificuldades. A gente vê que elas precisam de carinho, atenção, pois
às vezes em casa não recebem porque têm um monte de irmãos. Aqui a gente pode brincar, conversar e eles têm
os amiguinhos deles. Não existe coisa melhor. Além de ensinar, a gente aprende muito.”
As grandes lições que Andresa carrega de sua passagem pela Casa são de gratidão e retribuição. Agora, ela
procura oferecer essa mesma chance a outros que, como ela, procuram no local um futuro melhor.
Associação Casa da Criança
Bom filho a casa torna
“No meio de toda a dificuldade encontra-
se a oportunidade.”
Albert Einstein, físico e cientista alemão
Filho51
Paulo Alexandre Barbosa
Uma epidemia de febre amarela deixou muitos órfãos na cidade de Santos. Para abrigar essas crianças e
jovens, José Xavier Carvalho de Mendonça e Aureliano de Souza Nogueira da Gama criaram em 1889 a Casa da
Criança. Ao longo da história, a entidade centenária abrigou necessitados em diferentes situações difíceis, rece-
bendo os órfãos do surto de febre amarela em 1918, desabrigados do desabamento do Monte Serrat em 1928 e
contribuindo com a Cruz Vermelha durante a Revolução Constitucionalista em 1932.
“Tivemos freiras do Imaculado Coração de Maria que por quase um século colaboraram com a obra. Elas
residiram aqui até 1985 para cuidar das crianças”, relembra o presidente, Irajá Vieira dos Santos.
Hoje, a instituição atende mais de 400 crianças e jovens, tanto em regime de abrigo como de semi-internato
– crianças de 0 a 6 anos na escola 13 de Maio e de 0 até 16 anos nos abrigos. Durante o dia, elas têm atividades
escolares e extraescolares, formando uma grande família.
“A gente procura dar um lar para essas crianças nesse período
de transição da vida delas. E fazemos isso com muito carinho,
porque lidar com o ser humano já é uma coisa delicada e lidar
com a criança é a coisa mais maravilhosa que tem. Me emociona
falar dessas coisas, lembrar as crianças que já passaram e
que a gente conseguiu dar um encaminhamento satisfatório.”
Irajá Vieira dos Santos, presidente
“Comecei aqui há 30 anos. Eu vim tentar – nunca tinha nem trabalhado fora.
Vim aqui e consegui, graças a Deus. Falei com a Irma Dalva e ela me chamou.
Passei na entrevista e comecei na batalha de cuidar das 180 crianças que
tinham naquela época, tudo na minha mão. Não vivo sem a Casa da Criança. Eu
recebo muitos telefonemas de pessoas que passaram por aqui. É maravilhoso.”
Francisca Cândida Pereira, coordenadora
“A criança fica com a gente desde a manhã, quando tem toda
a parte curricular. Ela aprende coordenação motora, per-
cepção visual, vida prática. Toda parte de desenvolvimento
é dada pra criança. Isso sem contar que os pais sabem que
estão deixando os filhos em um lugar tranquilo, acolhe-
dor, em que são passados valores para a criança.”
Cléa Relvas Barral, diretora pedagógica
Associação Casa da Criança
Local: Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, nº 120
Macuco- Santos (SP)
Fundação: 1889
Contato: (13) 3222-4500
Site: www.casadacriancasantos.org.br
Programa exibido em: 02/11/07
Lição de Vida
52
Nada é impossível para Deus. Basta ter fé e pedir para conseguir realizar, especialmente quando o pedido
é uma obra de caridade para ajudar os necessitados. A Casa Vó Benedita nasceu praticamente do nada a fim de
abrigar crianças necessitadas. Da mesma forma, ela renasceu nas mãos de uma mulher especial que assumiu
com carinho esse desafio.
Elizabeth Rovai de França, a tia Beth, como é carinhosamente chamada pelas crianças e por quem frequen-
ta o local, chegou à entidade há 29 anos como uma das muitas pessoas que vão conhecer e ajudar momen-
taneamente. Ela trabalhava na Cosipa e a turma da sala resolveu visitar algumas entidades para ajudar com
festas de Natal – uma delas foi a Casa.
A experiência de ajudar o próximo foi tão gratificante que Elizabeth e o marido passaram a realizar todo
ano a festa, levando junto o filho, que era pequeno. Daí em diante sua história se confundiu com a da entida-
de – Beth foi se envolvendo, ajudando cada vez mais, até que um dia o coração bateu mais forte e ela resolveu
adotar uma menina, Bianca, que vivia no abrigo. “A gente confunde a nossa história com a daqui. Eu comecei,
não parei mais e não dá para ficar sem”, conta. “Eu não entendo a minha vida sem a Casa Vó Benedita e a coisa
se confunde mesmo.”
Desses quase 30 anos envolvida com a instituição, em mais da metade – 15 anos – Beth está na direção.
O trabalho foi ampliado, ganhou atendimento noturno para aumentar a ajuda às famílias. “Normalmente as
mães saíam pra trabalhar, algumas estudavam, outras trabalhavam durante a noite e elas deixavam as crianças
trancadas ou pagavam alguém para ficar com os filhos. Muitas vezes, eles fica-
vam em situação de risco, se machucavam sozinhos e, nessa
situação, acabavam sendo abrigados. Nós iniciamos o trabalho
de creche noturna aqui”, comenta. Contando que a ideia da
instituição surgiu no abrigo, onde chegam crianças vítimas de
maus tratos e em situação de risco, Beth fala do seu sonho.
“A gente sabe que lugar de criança não é em abrigo. O grande
sonho é não ter abrigo nenhum e ter as crianças em família”.
Enquanto as crianças precisam de ajuda, a tia Beth faz o que
pode para cuidar delas com carinho.
Casa Vó Benedita
Dedicação que muda vidas
“Façamos o que pudermos e, se não
pudermos, peçamos a Deus para que possamos.”
Santo Agostinho
53
Paulo Alexandre Barbosa
A história da entidade começa em meados da década de 70, por volta de 1976, com uma senhora, Benedita, que cuidava
das crianças carentes que eram deixadas em sua residência – algumas totalmente abandonadas pelos pais. Quando ela fale-
ceu, em 1984, havia 19 crianças na entidade, a qual ficou sendo cuidada pelo médico Carlos de Azevedo e pela filha adotiva
de Benedita, Maria Odila de Oliveira. Juntos, eles fundaram oficialmente em 1986 a Casa Vó Benedita.
Anos depois, problemas pessoais levaram ao afastamento de Odila e mais tarde, dificuldades financeiras provocaram
a desativação da instituição. As atividades voltaram em 1994 e desde então, a entidade conta com um abrigo 24 horas para
crianças de 0 a 6 anos e o Espaço Noturno, creche noturna para bebês e crianças, cujas mães trabalham ou estudam à noite.
O objetivo é incentivar mulheres a deixar a prostituição e, por isso, para colocar as crianças na entidade, elas devem participar
de um curso profissionalizante no projeto Reconstruindo a Família, com aulas de culinária, costura, artesanato, cabeleireiro,
manicure, alfabetização de adultos, entre outros.
“Algumas mães já estão colocadas no mercado de trabalho. Duas
mães aqui mesmo na Vó Benedita, como funcionárias, e elas, além do
curso, saem a passeio, vão ao teatro com as monitoras e o mais baca-
na de tudo é que quando a gente precisa delas pra alguma atividade da
casa, elas estão sempre prontas pra ajudar - então acabam virando
parceiras também.
Depois de algum tempo você já vê que a autoestima melhora, elas come-
çam a fortalecer a personalidade delas e até as crianças, a gente vê
o reflexo nos filhos mesmo.”
Elizabeth Rovai de França, a tia Beth, presidente da entidade
“Essa creche veio pra fazer a diferença mesmo. Muitas
mães deixavam as crianças sozinhas em casa, e elas cor-
riam riscos. A creche noturna acolhe essas crianças e
elas recebem um tratamento diferente de tudo que vivem.
Muitas vezes elas chegam sujas, mal vestidas e aqui a gen-
te consegue dar um tratamento bom. Elas chegam, tomam
banhinho, se sentem em casa.”
Tatiana Santana Freitas, monitora da creche
“Para resgatar a autoestima, a gente trabalha com um grupo de mães
do espaço noturno quinzenalmente. Esse grupo tem até um nome, o
grupo Esperança. A gente procura trazer palestra sobre sexualidade
feminina, violência infantil, a gente fala sobre educação saudável para
os filhos, sempre trabalhando na orientação, dando apoio, fazendo
com que elas estejam perto da gente e se sintam fortes para as difi-
culdades do dia a dia.”
Silvia Helena Mauri, psicóloga
Casa Vó Benedita
Local: Rua Carlos Caldeira, nº 675
Jardim Santa Maria- Santos (SP)
Fundação: 1976
Contato: (13) 3299-5415
Site: www.casavobenedita.org.br
Programa exibido em: 09/11/07
Lições que transformam vidasDurante seis anos apresentando o programa Resgate Já pela TV Canção Nova, visitei diversas obras sociais que acolhem pessoas em situação de vulnerabilidade. Essas visitas me proporcionaram um amadurecimento espiritual ao mostrar a essência humana e a misericórdia divina. O programa deu visibilidade a iniciativas que ajudam quem enfrenta dificuldades e inspirou muitos
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  • 5. Lição de Vida 100 histórias de vitória inspiradas no programa apresentado por Paulo Alexandre Barbosa
  • 6. Lição de Vida 4 Título: Lição de Vida, 100 histórias de vitória inspiradas no programa apresentado por Paulo Alexandre Barbosa Autor: Paulo Alexandre Barbosa Organizadoras da obra: Renata Ferrarezi e Viviane Pereira Editoras: Cristiana Negrão e Renata Ferrarezi Assistente Editorial: Jocelma Cruz Fotografia: Renata Ferrarezi Revisão: Lilian Miyoko Kumai e Patricia Bernardo de Almeida Projeto Gráfico: Celeiro.BMD® Ilustração: Osvaldo da Silva DaCosta Editora Canção Nova Rua São Bento, 43 - Centro 01011-000 São Paulo SP Telefax [55] (11) 3106-9080 e-mail: editora@cancaonova.com vendas@cancaonova.com Home page: http://editora.cancaonova.com Todos os direitos reservados. ISBN: 978-85-7677-209-5 © EDITORA CANÇÃO NOVA, São Paulo, SP, Brasil, 2010
  • 7. 5 Paulo Alexandre Barbosa Lição de Vida 100 histórias de vitória inspiradas no programa apresentado por Paulo Alexandre Barbosa 1ª edição São Paulo Editora Canção Nova 2010
  • 9. catória7 Paulo Alexandre Barbosa A minha eterna gratidão ao Monsenhor Jonas Abib, ao Eto e à Luzia Santiago, que me proporcionaram a oportunidade de integrar o contexto de evangelização do Sistema Canção Nova de Comunicação e de enriquecer a minha vida e o meu espírito por meio da apresentação do Programa Lição de Vida; à Glaucya Tavares pela confiança; à equipe técnica e de produção da TV Canção Nova pelo empenho e a todas as pessoas e entidades sociais que compõem este livro pelas lições de amor e solidariedade. Dedico este livro ao fundador desta grande obra, Monsenhor Jonas Abib, a toda família Canção Nova, em especial aos sócios evangelizadores, sem os quais nada seria possível.
  • 10. Sum Lição de Vida 8 Prefácio Introdução Programas gravados em 2007 Associação Equoterapia – O conhecimento aliado à natureza Associação Comunitária Despertar – Amor para mudar o mundo Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto – Acreditando para fazer sempre mais Associação Educacional e Assistencial “Casa do Zezinho” – Devolvendo o direito de sonhar Lar das Moças Cegas – Abrindo portas para um novo mundo Projeto Jovem Profissional – Educação para o trabalho Projeto Arrastão – Fazendo o bem Casa Cactos – Devolvendo a liberdade Associação Cultural Poder Negro – A força de um sonho Associação da Casa dos Deficientes de Ermelino Matarazzo – ACDEM – A felicidade de ajudar Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer – GRAACC – Apoio e alegria para as horas difíceis Jockey Instituição Promocional – JIP – Oportunidade de vida aos jovens Casa da Esperança de Cubatão – Cuidando com carinho Casa do Sol – Um lugar para o bem viver Obra Social Dom Bosco – Um presente divino BRASCRI – Construindo relacionamento Associação de Amigos dos Autistas – AMA – Trabalhando com amor Associação Casa da Criança – Bom filho a casa torna Casa Vó Benedita – Dedicação que muda vidas Projeto Tesourinha – Das palavras à ação Lar de Assistência ao Menor – LAM – Grandiosidade de abrigar os pequenos Fundação Cafu – Alimentando sonhos Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Cajamar – Ajuda de coração aberto Especial de Natal com Lu Alckmin – Amor em cada ação Especial de Ano Novo na Fundação Pagoba – Construindo hoje um novo amanhã 12 14 00 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 66 Sumário
  • 11. mário9 Paulo Alexandre Barbosa 70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 106 108 110 112 114 116 118 120 122 Programas gravados em 2008 Comunidade Assistencial Irmãos de Emaús – Casa Abrigo – A chance de recomeçar Casa Crescer e Brilhar – Um novo lar Fundação Educacional e Cultural de Praia Grande – Agindo pelo bem estar República da Vida – Fé na caminhada Unidade Vicentina Promocional – Repouso para a terceira idade Creche Lar Padre Vita – Preservando as crianças Casa do Amor Fraterno – Vontade de mudar o destino Associação Assistencial Nosso Lar de Fernandópolis – Uma grande família Obra de Serviço Social Pio XII – Presença Divina em todo lugar Especial Dia Internacional da Mulher com Mônica Serra – Força feminina Lar dos Velhinhos – Lugar para viver feliz Centro Educacional Catarina Kentenich – Trabalho que nasceu de um sonho Associação dos Amigos da Criança com Câncer ou Cardiopatia – AMICC – Uma nova família Lar Nossa Senhora da Salette – Recuperando o prazer de viver Recanto Vida – O resgate da dignidade Creche Jesus de Nazareth – Servindo para transformar Casa João Paulo II – A garantia de novas perspectivas Associação de Amigos e Moradores de Áreas Verdes – AAMAVI – Cidadania para promover felicidade Recanto Colônia Veneza – Promovendo união e harmonia nas famílias Especial de 1º aniversário do Lição de Vida com o Eto da Canção Nova – Vencendo desafios Posto Médico Padre Pio – A humanização da saúde Instituto Canção Nova – Construindo homens novos para um mundo novo Projeto Geração Nova – Progen – Comunicar como ato divino Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Bertioga – Exemplo de persistência Grupo de Apoio a Criança – GAC – Descobrindo o tesouro dos pequenos Casa Abrigo Madre Assunta Marchetti – Abrigando gerações Serviço Social Bom Jesus – Clube da Turma M’Boi Mirim – Criando um novo cenário
  • 12. Sum Lição de Vida 10 Associação Prato de Sopa Monsenhor Moreira – Do assistencialismo à geração de renda Especial Dia dos Pais – Amor paterno Associação Beneficente Nossa Senhora de Guadalupe – Vidas renovadas Projeto Educacional de Conscientização e Educação – PROECO – Apontando caminhos para a juventude Gravação com a vencedora da promoção “Eu ajudo a construir homens novos para um mundo novo” – Momentos especiais, pessoas especiais Centro de Capacitação Comunitária – CEC – Qualidade de vida para as famílias Casa de Emaús – Comunidade que acolhe Creche São Miguel Arcanjo – Vivenciando a caridade Casa da Esperança de Santos – Uma atenção especial Grupo Amigo do Lar Pobre – GALP – Preparando para a vida Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE São Vicente – Fé e realização Lar da Bênção Divina – União para transformação Especial de Natal com o Pauê – Exemplo de superação Especial de Ano Novo com Elza Batalha – Nunca é tarde Programas gravados em 2009 Núcleo de Amparo a Criança e Adultos com Câncer – NACAC – Estímulo para lutar com alegria Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro – CAMP – Futuro promissor Estrela da Mama – Força para vencer o medo Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Atibaia – Uma ação elevada Projeto Quixote – Da rua para a vida Associação Poiesis – Experiência que faz a diferença Associação Beneficente Nossa Senhora do Bom Conselho e São Luis Gonzaga – Devolvendo a força para a batalha cotidiana Instituto Arte no Dique – A perfeita expressão da arte ONG Pró-Viver – Uma fábrica de sonhos Centro de Aprendizagem Cultural e Profissional do Perequê – Oferecendo oportunidades Projeto Anjos do Senhor – Um chamado de Deus Instituto Esporte & Educação – Mudando rumos Instituto Neo Mama – Apoio amoroso ONG Tia Lucia – Fazendo a sua parte ONG Grupo da Solidariedade – Quando a dor vira amor Liga Solidária – Formando novos cidadãos 124 126 128 130 132 134 136 138 140 142 144 146 148 152 156 158 160 162 164 166 168 170 172 174 176 178 180 182 184 186
  • 13. mário11 Paulo Alexandre Barbosa Fundação Gol de Letra – A arte de realizar sonhos Instituto São José – Ação pelas crianças Associação Projeto TAM TAM – Inclusão pela arte Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais- APAE Cubatão – Superando limites Vila Ponte Nova Instituição Promocional- VIP – A mulher que plantou esperança Instituto Evolução – Sonho realizado Instituto Dom Bosco – Formando a juventude Creche Comunitária Cantinho da Criança – Proteção e aconchego para as crianças Assistência Vicentina da Ilha de Santo Amaro – Promovendo alegria aos idosos Educandário Anália Franco – Abrigando com o coração A Alternativa – Oportunidade especial ONG Cia. de Artes Tribus – Um convite à imersão no mundo da arte Especial com a secretária de Assistência Social do Estado de São Paulo, Rita Passos – Cuidando do terceiro setor Creche Padre Lucio Floro – Preparando o amanhã Projeto Cubatão Sinfonia – Música abrindo caminhos Associação Beneficente Maria da Paz – Bondade sem fronteiras Creche Menino Jesus – Educação por um mundo melhor Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – Referência em responsabilidade social 188 190 192 194 196 198 200 202 204 206 208 210 212 214 216 218 220 222
  • 14. Prefá Lição de Vida 12 Durante seis anos da minha vida missionária, vivenciei uma experiência fantástica, apresentando o programa ‘Resgate Já’ pela TV Canção Nova. As gravações ocorriam todas as quartas-feiras em lugares nos quais o ser humano é chamado a um estado constante de superação, lugares como: presídios de segurança máxima, casas de apoio aos soros positivos (HIV) em fase terminal, casas para menores abandonados, idosos, bebês com síndromes etc... Esta trajetória me proporcionou um amadurecimento espiritual missionário, pois tive a oportunidade de tocar na essência do ser humano e da misericórdia de Deus, através daqueles que por algum motivo conheceram o fracasso. Por meio do programa, pude dar visibilidade nacional às obras sociais maravilhosas que receberam a solidariedade de muitas partes do Brasil e, é claro, contagiar muitas pessoas a fazerem parte dessa corrente do BEM. Vivi essa experiência tão intensamente que Deus me presenteou com uma grande inspiração: depois de ver tanta gente lutando para recuperar um tempo perdido e/ou pagando um preço muito alto pelos erros de percurso, Deus colocou em meu coração “ENSINA ESSE POVO A DIZER NÃO AO PECADO PARA QUE NÃO NECESSITEM PAGAR NO PRÓPRIO CORPO POR AQUILO QUE JÁ PAGUEI NO MEU!”. Assim nasceu a frase “POR HOJE EU NÃO VOU PECAR”, e a sigla “ PHN”, que se tornou o maior movimento atual da juventude no Brasil, chegando a reunir na sede da Canção Nova, comunidade católica carismática em Cachoeira Paulista, cerca de 150 mil jovens, num encontro anual que representa a sede que a juventude tem de fazer a coisa certa. Esta corrente também tem sido levada aos jovens por meio dos programas de TV, rádio, Web TV, shows, blogs, twitter, entre outros meios. Minha alegria hoje é saber que o programa o qual originou tudo isso está tendo continuidade com meu amigo e parceiro nessa linda história de superação e inspiração, Paulo Alexandre Barbosa, que apresenta o mesmo formato de programa, porém com o nome “Lição de Vida”. Na condição de homem público, ele tem RESGATE, UMA LIÇÃO DE VIDA
  • 15. ácio 13 Paulo Alexandre Barbosa feito um trabalho maravilhoso, pois além de apresentar o programa, assim como eu o fiz durante seis anos, também orienta e ajuda concretamente as entidades visitadas. É bom ver que um homem bem formado, com uma família fantástica, a qual eu tive a chance de conhecer pessoalmente e que possui um histórico também de superação, traz em si uma sensibilidade ao sofrimento do próximo. Vejo que se trata de um plano fantástico de Deus se realizando na vida de alguém que resolveu se lançar em uma aventura que desinstala o homem, impulsionando-o a ir em direção ao próximo. E uma vez capacitado pelo próprio Deus, por onde passa e em todos os projetos que realiza, deixa a marca dos que foram chamados para fazer a diferença num mundo tão necessitado de exemplos de atitudes sinceras e honestas, e de preferência direcionada aos mais necessitados. Esse livro mostra a ação contínua do bem na vida de pessoas que se tornaram alvos da misericórdia e também outras pessoas que são ferramentas nas mãos de Deus para que o bem nunca deixe de ser um objetivo a ser buscado por todos os homens. Estou feliz em ver que aquilo que comecei, hoje se dá em continuidade na vida e através da vida desse homem talhado pelo exemplo de seus pais e lapidado pelas intervenções de Deus no caminho trilhado. Que o ‘Resgate’ e as ‘Lições de Vida’ continuem a acontecer através de homens e mulheres relatados nesse livro e que o mundo se contagie com a caridade que Deus plantou no coração de todo ser humano. Parabéns, Paulo Alexandre Barbosa. Estamos unidos pela força do BEM!!! Dunga, missionário da Comunidade Canção Nova, cantor e apresentador do PHN pela TV Canção Nova
  • 16. Introd introdução Lição de Vida 14 Este é um livro de história. Em tempos de outrora, havia a estória e a história. A primeira referia-se aos contos, fábulas, ensinamentos repassados através das gerações. A segunda explicava os fatos, cronologicamente, dentro de um contexto político, econômico e social. O sentido de uma nos induzia à compreensão da outra. As melhores estórias nem sempre ilustraram as páginas da história. Sabemos que a palavra da história fica um pouco mais ao lado daqueles que venceram suas disputas e impuseram seus interesses. Nossa rica língua portuguesa houve por bem unificar a palavra, agregando-lhe ambos os sentidos. Ao escrever essa introdução, sinto a ausência daquela que mais combinava com as verdadeiras lições de vida. As páginas seguintes apresentam personagens anônimos, protagonistas de fatos que merecem entrar para a história, sob o signo da Paz. Nosso cotidiano nem sempre permite o registro, e talvez a percepção, dos acontecimentos mais sublimes. Certamente, a simplicidade desses personagens não atrai a atenção da massa, pois sobre eles não recai a luz da exposição. Melhor assim. Os grandes exemplos de dedicação, generosidade, coragem e realização são construídos sob o manto da discrição de homens e mulheres, fiéis ao pensamento de Santo Agostinho, que amaram sem medida e assim encontraram a medida do amor. O conteúdo de tais obras, entretanto, não merece resguardo,
  • 17. dução15 Paulo Alexandre Barbosa mas serve de motivação para o surgimento de novos personagens de mesmos ideais, exatamente como nos ensinou Jesus na passagem retratada por São Mateus (5,15) “Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa.” Este é o objetivo principal do livro. Retratar, ainda que em linhas gerais, a fábula de personagens reais, que modificaram o mundo ao seu redor, melhoraram as suas condições pessoais, desenvolveram suas potencialidades e nos deixam uma mensagem de otimismo e fé na capacidade de superação do ser humano. Nosso programa“Lição deVida”,exibido pelaTV Canção Nova,desde 2007,coleciona esses aprendizados e os multiplica levando-os ao lar de milhares de pessoas. Agradecemos ao Monsenhor Jonas Abib, ao Eto e à Luzia, por esta grande oportunidade de poder testemunhar os resultados proporcionados pelo trabalho das pessoas que participaram do programa e nos servem de exemplo para o crescimento pessoal. Agradeço também pela colaboração das jornalistas Renata Ferrarezi e Viviane Pereira, grandes personagens na história deste livro. Bons Exemplos! Paulo Alexandre Barbosa
  • 18. Lição de Vida 16 O que poderia ser um sonho impossível tornou-se realidade com as atitudes de uma pessoa que ousou fazer o que era possível para ajudar. Formada em pedagogia para excepcionais, a pedagoga Daniela Perrí sempre teve muito interesse e uma ligação forte com cavalos. Quando soube que havia um pessoal em São Paulo utilizando esses animais para tratar crianças com deficiência, resolveu conhecer o projeto e foi trabalhar como voluntária. Surgiu uma possibilidade de estágio em equoterapia em Milão e na Suíça e Daniela foi com um grupo. “Na Europa, o tratamento é muito difundido. Na Suíça, pouco se vê consultório de psicologia; o trabalho é muito feito ao ar livre e com cavalos. Lá eu enxerguei melhor minha área, como pedagoga, dentro da equoterapia”, conta. Depois dessa expe- riência de três meses conhecendo o trabalho fora do país, Daniela retornou ao Brasil decidida a levar essa alternativa para sua região, onde montou os centros de equoterapia em Santos e São Vicente. “Conseguimos essa realização porque o trabalho foi amparado por pessoas que se sensibilizaram. É importante as pessoas voltarem um pouco o olhar e ajudar a quem precisa”, diz a pedagoga. O trabalho coordenado por Daniela ajuda pessoas como Tiago, que tem deficiência e, pela segunda vez, passou pelo tratamento de um ano. Já entrosado com os animais, o menino vai de baia em baia dando comida na boca dos cavalos, fazendo carinho. “Eu sou corajoso, mas quando vou dar comida para os cavalos, digo a eles: ‘calma, calma que eu não vou fazer nada’. Também converso com eles quando ando”, conta Tiago, que adora a equoterapia. A mãe do garoto, Anália, revela que o filho é audacioso e nunca teve medo, nem na adaptação. “Eu é quem ficava com medo no começo”, revela Anália, que cita os principais benefícios conquistados por Tiago. “Melhorou muito o equilíbrio dele e tanto em casa quanto na escola melhorou a atenção, além de ajudar para a cirurgia que ele precisou fazer de alongamento do tendão. Até o comporta- mento dele melhorou”, comemora. Associação Equoterapia - Santos O conhecimento aliado à natureza “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” São F rancisco de Assis
  • 19. 17 Paulo Alexandre Barbosa Método terapêutico que utiliza cavalos nas abordagens de educação, saúde e equitação, a equoterapia é usada para tratamento de portadores de necessidades especiais. Trazida para o Brasil há mais de uma década por um grupo do Exército de Brasília, que foi ao exterior aprender a técnica, a equoterapia chegou à Baixada Santista em 1997, em São Vicente. A entidade foi criada em 2000, sendo inaugurado em 2004 o centro de Santos, onde são atendidos anualmente 72 crianças e jovens, de 3 a 19 anos. Depois de um ano de tratamento, novos alunos são chamados para participar, fazendo um rodízio. Daniela Perrí explica que com esse tempo é possível trabalhar aspectos importantes do desenvolvimento, fixando o aprendizado. Assim, quando as crianças voltam, pelo sistema de rodízio, o tratamento segue de onde tinha parado. “Quem já fez o trabalho em anos anteriores começa outro processo, com maior autonomia sobre o cavalo, conduzindo sozinho; nessa fase, junto com a reabi- litação, eles aprendem técnicas de equitação.” “Atendemos crianças com comprometimento neurológico, comprometimento motor, síndromes e sequelas de meningite, entre outros casos. Elas se inscrevem na prefeitura e nossa equipe faz a seleção. É um trabalho que exige envolvimento. Nossa diretoria é toda voluntária.” Clarice Esteves, Presidente “O primeiro ponto para tratar o cavalo é ter amor pelo animal, precisa passar carinho. Eu chego de manhã, trato, lavo, limpo a baia dele e depois monto, passo trote e galope para que fiquem mais calmos para a equoterapia.” Maciel Moreira, Tratador de Cavalos Associação Equoterapia - Santos Local: Avenida Francisco Manoel, s/nº Jabaquara- Santos (SP) Fundação: 2004 Contato: (13) 3221-7706 Site: www.associacaoequoterapia.com.br Programa exibido em: 25/05/07
  • 20. Lição de Vida 18 Quem ama ao próximo como a si mesmo ajuda não só ao outro, mas traz benefícios para sua própria vida. O amor ao próximo possibilita que sejam realizadas grandes transformações, como as que aconte- cem diariamente na Associação Comunitária Despertar. Testemunha das mudanças trazidas por esse amor, Cleusa, ex-aluna da entidade, fez vários cursos, como modelagem e costura, o que lhe permitiu conseguir um sustento. Estabilizada financeiramente, passou a ensinar, compartilhando o que aprendeu e transmitindo o amor recebido. A Despertar transformou também a vida de Maria do Carmo, ex-aluna que aprendeu na entidade diversos tipos de artesanato, como bijuteria, bordado em pedraria, tricô etc. Com o dinheiro conquistado com a venda dos produtos, ela conseguiu realizar um antigo sonho: visitar a mãe, a qual Maria do Carmo não via havia dez anos, em Salvador. A filha pagou as passagens e se manteve na cidade com o dinheiro que conseguiu com seu trabalho. Além de gerar renda com o artesanato que aprendeu a fazer nos cursos promovidos pela entidade, Neusa conquistou um bem mais precioso: a von- tade de viver. Depois de aposentada, ela começou a entrar em depressão, sentia-se desanimada. Foi na Associação que encontrou a motivação que precisava, tornando-se frequentadora assídua: faz dança de sa- lão, ginástica, alongamento. Às amigas que têm problemas em casa ou depressão, Neusa não hesita em recomendar que frequentem a entidade, para que elas despertem para um novo mundo, transforma- do pelo amor. Associação Comunitária Despertar Amor para mudar o mundo “Ame ao próximo ou porque ele é bom ou para que ele se torne bom.” Santo Agostinho
  • 21. 19 Paulo Alexandre Barbosa Essas histórias e tantas outras ilustram como o amor ao próximo pode trazer à tona o bem que o outro tem para oferecer. Esse foi o vislumbre que a idealizadora dessa instituição, Milú Villela, teve quando pensou que gostaria de desenvolver alguma atividade na área educacional, com arte, cultura e formação, para ajudar comunidades carentes da Zona Sul de São Paulo. A entidade, que atende cerca de 3 mil pessoas por ano, promove cursos de formação profissional para adultos, ajudando- os a encontrar uma forma de geração de renda, e para adolescentes, auxiliando-os na iniciação profissional, facilitando sua inserção no mercado de trabalho. A família também é amparada com a creche da associação, na qual as crianças podem participar de atividades esportivas e culturais. Um dos destaques da Despertar é o Projeto Sociocultural Charanga, uma orquestra de percussão onde os jovens aprendem sobre várias tradições brasileiras, além de ter aulas sobre consciência, cidadania e musicalidade. A orquestra faz várias apresentações, recebendo destaque nacional e internacional. “Nesse trabalho observamos que não há grandes problemas para realizá-lo; basta que alguém realmente tenha o desejo de oferecer algo à comunidade, que venha somar conosco. É possível implantar um trabalho assim através de soluções simples – não precisa ostentar muito e nem de grandes aparatos. Basta oferecer para a comunidade o que ela tanto necessita.” Nanci Marilena Marques Pereira Gorni, diretora “As alunas passam pelo curso de aperfeiçoamento e, depois que terminam, selecionamos algumas para atuar na produção. Elas vão produzir materiais e poderão gerar suas rendas.” Maria Cardoso, coordenadora pedagógica “Uma coisa que acontece no comportamento do jovem é a questão da integração. A gente os tira da ociosidade, de só ficar na escola; muitas vezes eles ficam na rua e no lugar disso colocamos uma atividade cultural, que traz uma brasilidade pra dentro da cabeça dele, pra poder afastar um pouco do consumismo americano. Então, damos um objetivo para a vida deles, um objetivo voltado para o lado artístico. Outro ponto bom é a educação, que é dirigida não só ao profissionalismo, mas para a parte educacional e esporte também. A gente está mudando coisas concretas, dando uma vida melhor, mais saudável, com mais educação, uma vida com mais cultura, com mais relação cultural brasileira.” Maurício Alves de Oliveira, professor responsável pelo projeto Charanga Associação Comunitária Despertar Local: Rua Antonio Machado Sobrinho, nº 220 Jardim Villas Boas- São Paulo (SP) Fundação: 1994 Contato: (11) 5621-0901 Site: www.despertar.org.br Programa exibido em: 01/06/07
  • 22. Lição de Vida 20 Acreditar que tudo é possível é o primeiro passo para realizar. Gilberto voltou a acreditar no seu potencial, na sua vida, quando atravessou as portas do Centro Comunitário São Martinho de Lima, uma das 57 unidades do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. Morador de rua, Gilberto foi buscar um pouco de comida, um teto e, quem sabe, alguma esperança na entidade que acolhe moradores de rua. Ficou assim alguns meses, frequentando o centro, e logo começou a ajudar na cozinha. Mostrou que era bom no serviço e por isso foi chamado para trabalhar: no começo, ganhou uma bolsa e, com o tempo, foi ofi- cialmente contratado, com carteira assinada. Gilberto tornou-se o chefe da cozinha, responsável por preparar a refeição das mais de 500 pessoas que passam diariamente pela casa. Por ter frequentado a casa, ele sabe muito bem a importância que aquela comida tem para cada um dos que chegam ali procurando auxílio – muitas vezes a única refeição que terão em dias. Por isso, faz tudo com muito carinho; sua alegria é chegar e ver as pessoas esperando sua comida, apreciando, elogiando. “Isso dá uma grande alegria. Elaboramos cada dia um cardápio diferente, com muita higiene e carinho. Tem comida para todo mundo e para todos gostos.” Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto Acreditando para fazer sempre mais “Pois todo aquele que pede recebe, quem procura encontra, e a quem bate, a porta será aberta.” (Mt 7,7)
  • 23. 21 Paulo Alexandre Barbosa A grandiosidade é a principal marca dessa obra criada na Zona Leste de São Paulo por iniciativa de um grupo de senhoras católicas, com apoio de Dom Luciano Mendes de Almeida. Uma das maiores obras sociais da capital paulista, o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto reúne 57 unidades de atendimento, que acolhe pessoas de várias idades e com diferentes necessidades. São realizados mais de 8 mil atendimentos, envolvendo cerca de 1 mil educadores. A orientadora pedagógica responsável por toda obra do centro social, Sueli, explica que a equipe está distribuída em todas as unidades, mas há formações mensais para disseminar os valores e a missão da organização. A entidade atende crianças de 0 a 6 anos nos centros educacionais infantis – creches –, de 6 a 15 anos nos centros educacionais comunitários, jovens nos centros pré-profissionalizantes e idosos nas casas-lares. Há ainda centros para atender a população de rua. Referência em atendimento, a entidade já ganhou inúmeros prêmios. “Para nós é importante cuidar não só do desenvolvimento da criança, mas também propiciar uma relação de víncu- lo com a família, procurando o bem-estar dessa criança. Temos encontros mensais com os familiares para nos mantermos próximos e favorecer não só a criança, mas a família em geral.” Sueli, orientadora pedagógica da entidade “Trabalhamos com o portão aberto para atender a todos. Esse é um dos nossos diferenciais. Nossa única exigência ética é o respeito à vida e à comunidade. A casa tem a tradição de acolher a todos e tem como fator principal a pedagogia da convivência e a hospitalidade. É a metodologia do nosso trabalho. Temos atividades socioeducativas, há o grupo de leitura, o espaço cidadão, reflexão ecumênica, oficina de panificação. É um espaço alternativo ao da rua. Aqui os moradores de rua encontram acolhimen- to, hospitalidade, convivência. É um espaço onde eles se encontram. Vemos o resultado tanto na aparência física quanto nos que conseguem deixar a situação de rua. Em média são 70 por ano que voltam para a família. Há muitos casos de pessoas que passaram a trabalhar conosco.” Sandro, coordenador do Centro Comunitário São Martinho de Lima Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto Centro Comunitário São Martinho de Lima Local: Rua Siqueira Bueno, nº 667- Belenzinho- São Paulo (SP) Fundação: 1946 Contato: (11) 6696-3200 Site: www.acolhe.org.br Programa exibido em: 08/06/07
  • 24. Lição de Vida 22 Vontade de lutar foi o que mais motivou a pedagoga Dagmar Garroux, a agir, indignada com a situação de crianças e jovens carentes. Sua história de batalha começa na década de 1970, época da ditadura militar, quando a TV entrou na favela e começou a levar sonhos consumistas para jovens sem poder aquisitivo para comprar o que a TV estimulava. “Todo mundo via na TV uma criança comendo iogurte, escrevendo com canetinha especial, usando tênis. O jovem da favela queria participar dessa história, então o pai começa a perder a autoridade e eles começam a roubar dentro da comunidade e criar o grupo de extermínio”, recorda Dagmar, a tia Dag, como é carinhosamente chamada. “Eles colocavam no poste dentro da favela a relação de nomes das pessoas que iam morrer em sete dias – eu estou falando de crianças de 11, 12 e 13 anos.” Dagmar começou a esconder as crianças marcadas para morrer em sua casa – logo a casa começou a ficar pequena e foi preciso adquirir um imóvel. Ela notava que as crianças – filhos de negros, de índios, de imigrantes – tinham perdido sua cultura e, por isso tentava mostrar-lhes suas origens. A pedagoga conta que se uniu com cinco amigas da USP, todas com o desejo de mudar o país através da educação, e criaram a casa do Zezinho, com sete “Zezinhos”. “Nossa grande preocupação é com o menino que está preso em gueto. Você pergunta para algum menino de periferia: ‘Você é brasileiro?’ Ele responde: ‘Não.’ ‘Paulistano?’ ‘Não.’ ‘Paulista?’ ‘Não’. Então ele é periferia, ele perde a identidade primeira que é o direito civil”, diz Dagmar explicando que o objetivo da casa é fazer esses meninos atravessarem a ponte para a sociedade. “Esse jovem foi o país quem criou e agora o jovem é problema. Jovem para mim é solução; por meio do jovem vêm as grandes mudanças. Já que somos um país democrático, tem que ter democracia na edu- cação, democracia na saúde, na moradia. Em tudo meu jovem tem que estar na mesma condição que o jovem de classe média: para competição, para o mercado de trabalho, para o que ele quer ser.” Esse é o trabalho que Dagmar desenvolve há mais de 30 anos. Esta é a mis- são da Casa do Zezinho: devolver a esses jovens o direito de sonhar e a esperan- ça de um dia vencer. Associação Educacional e Assistencial “Casa do Zezinho” Devolvendo o direito de sonhar “Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer.” Santo Agostinho
  • 25. 23 Paulo Alexandre Barbosa Criada para abrigar crianças e jovens de baixa renda, a Casa do Zezinho recebe hoje mais de 1200 pessoas, de 6 a 21 anos, na sede própria que tem área construída de 2.900 m². A entidade oferece várias opções de aprendizagem, com mais de 18 oficinas e ateliês de arte, quadras poliesportivas, piscina, refeitório, padaria, cabeleireiro, auditório, ambulatório médico, consultório dentário e horta. Há oficinas de capacitação profissional, orientação em saúde e atendimento às famílias, entre outras iniciativas. “O jovem tem muita energia positiva que precisa ser canalizada e com ações como as oficinas de mosaico e esporte, realiza- das na casa, a gente consegue direcionar este jovem para o caminho do bem”, conta a tia Dag. “Na Casa do Zezinho a primeira coisa que fazemos é olhar, obser- var, cheirar, ouvir. Esse é o nosso primeiro ato. Afeto e carinho são muito importantes aqui e a equipe toda acredita neste projeto e vê resultados. Hoje tenho mais de 50 Zezinhos em faculdades, Zezinhos com pós-graduação, temos Zezinhos fazendo pedagogia porque querem ser educadores da Casa do Zezinho. Esta semente foi jogada e brotou; não é mais meu sonho: é o sonho de uma comunidade inteira.” Dagmar Garroux, presidente e fundadora “Estamos trabalhando como será nosso futuro, pensando nesta questão do meio ambiente para criar pessoas conscientes desde agora. Assim vamos mudar este futuro.” Vivian Venâncio Santana Souza, educadora social “Comecei aqui na casa com 12 anos, como Zezinho, e aos 16 me tornei vo- luntário da sala de informática. Fiquei dois anos e passei a ser educador – dei aula por quatro meses, até surgir uma oportunidade no banco, onde já trabalho há quase um ano. Agora venho todo sábado fazer trabalho voluntário.” Marcio Gieso Rodrigues, ex-aluno “No mosaico eles focam a atenção no momento. A cada caco que colocam é um pedaço da sua vida; eles juntam suas experiências nesses pedaços e, criando coisas novas, eles criam novas possibili- dades para suas vidas.” Ana Maria Sandoval, professora da oficina de artes “A família pode ter, na Casa do Zezinho, uma referência de apoio, de acolhimento, de escuta, de respeito e não de julgamento; então ela se dispõe a rever as próprias atitudes no desafio que é educar, vem fazer parte desse processo e começa a se perceber, podendo intervir na própria his- tória, no próprio destino e entender que a dificuldade, seja ela de que ordem for, pode sofrer todo tipo de intervenção possível. Eles vão descobrindo a possibilidade de serem autores da própria história, do pró- prio caminho e podem reescrever quantas vezes for preciso.” Ana Beatriz Fernandes Nogueira, coordenadora pedagógica Associação Educacional e Assistencial Casa do Zezinho Local: Rua Anália Dolácio Albino, nº 30 Parque Maria Helena- São Paulo (SP) Fundação: 1994 Contato: (11) 5512-0878 Site: www.casadozezinho.org.br Programa exibido em: 15/06/07
  • 26. Lição de Vida 24 Saber viver é saber recomeçar, superar os obstáculos da vida e sorrir, buscando a felicidade onde quer que ela esteja. Acreditar que sempre é possível, porque a vida pode surpreender com uma boa oportunidade, uma chance de reaprender a ler o mundo ou com um grande amor. Milena Ribeiro Simões perdeu a visão aos 19 anos, por causa de diabetes. Ela precisava redescobrir a vida, recuperar sua independência e procurou o Lar para começar uma nova etapa. “Comecei a fazer os cursos e me adaptar. Uma das coisas mais importantes que eu aprendi foi andar com a bengala, ter a minha independência, porque a bengala ajuda muito”, conta a moça, com 24 anos. Além da independência reconquistada, Milena conquistou no Lar também um grande amor, quando conheceu Gilmar Ribeiro dos Santos, ex-aluno e professor da entidade. Ela descobriu que a felicidade vem para todos, independentemente das dificuldades enfrentadas. “O Lar foi uma das coisas mais importantes da minha vida depois que eu perdi a visão. Eu tenho uma deficiência, mas sou uma pessoa super feliz, pratico os esportes que eu gosto e, graças a Deus, eu conheci o Gilmar aqui, que é uma pessoa maravilhosa pra mim e me faz feliz.” Lar das Moças Cegas Abrindo portas para um novo mundo “Tudo é possível para quem crê.” (Mc 9,23)
  • 27. 25 Paulo Alexandre Barbosa A cidade de Santos (SP) não tinha nenhum atendimento voltado aos deficientes visuais. Para preencher essa lacuna, foi fundado o Lar das Moças Cegas, que atende deficientes visuais de toda a região. No começo, a entidade atendia somente mulheres, com o tempo, foi abrangendo os homens.“Nosso atendimento vai do primeiro mês de vida até a terceira idade. Entidade que atenda dessa forma, só o Lar das Moças Cegas”, esclarece o presidente, Carlos Antonio Gomes, o Caluxo, que segue o caminho do pai, que foi presidente da instituição por 25 anos. O primeiro passo de quem entra no Lar é fazer os cursos básicos fundamentais, como o AVD – Atividade da Vida Diária, em que o deficiente visual irá reaprender a ser independente, desde a hora que acorda até deitar-se. Eles aprendem a arrumar cama, organizar gavetas e armário, utilizar fogão, ligar equipamentos eletrônicos, andar com bengala, ler no sistema braile, enfim, aprendem desde ações mais básicas do dia a dia às mais complexas. Há ainda diversas oficinas, atividades esportivas, banda, coral, além dos cursos de capacitação, como informática, telefonia, massagem, culinária, entre outros. São mais de 30 cursos. “No primeiro momento, quando o deficiente passa por aque- la porta, o olhar dele é mais entristecido, uma postura mais comedida; e depois dos primeiros dias de aula, da convivência, a postura já muda, o olhar já muda. Ele começa a perceber que é um deficiente, mas que ele é eficiente em todos os sentidos da sua vida.” Myrina Paiva Gomes, coordenadora pedagógica “Comecei a frequentar o Lar ano passado, no curso de telefonia, e tive a oportunidade de entrar no mercado de trabalho. Também decidi fazer o curso de culinária porque acho que o deficiente tem que ser independente em todas as funções, desde cozinhar, trabalhar, estudar.” Soraia Lisboa Salgado, aluna “Cheguei aqui sem saber nada e aprendi o braile, a andar de benga- la, a cozinhar. A gente sai daqui preparado pra enfrentar a vida lá fora. Eu já leio livros, já leio tudo.” Maria Dilma, aluna “No curso de orientação e mobilidade a gente procura trabalhar os sentidos remanescentes - tato, audição, olfato, a percepção, que é um sentido muito importante que a gente vai trabalhar com o deficiente. Também trabalhamos o lado emocional e psicológico, até que ele se sinta seguro em estar pegando a bengala pra desenvolver as ativida- des dentro da escola. Ele aprende a lidar com ambientes internos e externos. A gente treina travessias, uso de transporte e comércio em geral, até que chega num ponto em que o deficiente visual esteja indo e voltando da casa dele pra escola sem precisar de um guia vidente ou de usar nosso transporte. Aí ele vai estar totalmente independente pra voltar pra sociedade.” Gilmar Ribeiro dos Santos, professor Lar das Moças Cegas Local: Avenida Ana Costa, nº 19 Vila Mathias- Santos (SP) Fundação: 1943 Contato: (13) 3226-2760 Site: www.lardasmocascegas.org.br Programa exibido em: 22/6/07
  • 28. Lição de Vida 26 Preparar o jovem para o mercado de trabalho é mais do que ensinar a profissão – é necessário ter uma visão global, como faz o Projeto Jovem Profissional. Esse é um dos segredos para o sucesso da iniciativa, que tem boa empregabilidade, oferecendo a oportunidade especial do primeiro emprego aos jovens. Pode ser um passo modesto, mas essencial para afastá-los dos problemas sociais e levá-los para o bom caminho. “A oportunidade que damos aqui muitas vezes substitui toda deficiência que a família anteriormente não pôde suprir. Eu procuro resgatar a autoestima e mostrar que se chegou até aqui, já é vencedor”, explica a psicóloga Edwiges Lucia Howath. O diferencial do projeto é trabalhar o jovem por inteiro, preparando-o tanto como profissional quanto como ser humano, comprova a coordenadora pedagógica Regina Célia. “Percebemos que quando o aluno chega à fundação, precisa ser trabalhado em seu comportamento, seu intelectual e conteúdo. Sem isso, pode encontrar dificuldades no mercado de trabalho. Por isso, trabalhamos postura, higiene, saúde e se comportar quando numa entrevista de emprego.” Com esse direcionamento, o Projeto Jovem Profissional prepara os jovens para o futuro, ajudando-os a esquecer os problemas do passado, superar as limitações da vida, além de ensiná-los a olhar para frente, para a capacidade de fazer, transformar e agir. Quem passa pela entidade aprende realmente a seguir o ensinamento do papa João 23: a caminhar em direção ao que ainda há para fazer. Projeto Jovem Profissional Educação para o trabalho “Preocupe-se não com aquilo que você tentou e falhou, mas sim com aquilo que você ainda há de fazer.” João XXIII, Papa de 1958 a 1963
  • 29. 27 Paulo Alexandre Barbosa Criado para ajudar jovens a ingressar no mercado de trabalho, o Projeto Jovem Profissional oferece oportunidades aos adolescentes de 14 a 17 anos em três cursos: auxiliar de escritório, serigrafia e solda plana em PVC, com aulas teóricas e práticas. A entidade funciona embaixo do Viaduto 9 de Julho, em São Paulo. “Esses alunos passam o dia conosco, recebem refeições, reforço escolar, tratamento psicológico. Nossa meta é que cada vez mais jovens tenham a oportunidade na vida de serem profissionais conscientes”, afirma a presidente da enti- dade, Ana Maria de Andrade. A inserção dos alunos no mercado de trabalho acontece graças à parceria com mais de 100 empresas. “Os jovens começam como estagiários, mas a maioria é efetivada. Nossos ex-alunos mantêm laços fortes com a fundação através do balcão de empregos. Quando eles estão no mercado de trabalho, procuram a fundação e nós encami- nhamos esses jovens.” “A gente oferece toda preparação para que os alunos se de- senvolvam na área administrativa da empresa. A gente procura qualificá-los. As oficinas abrem um leque grande de possibilidades de um futuro trabalho. Ressaltamos que o melhor estímulo é a vontade: vontade de progredir, de crescer, de evoluir, de ter um futuro melhor e, o principal, dar um futuro melhor para os pais, pois é nisso que eles pensam mais, na família.” Welma Carlos Oliveira, instrutora “Nós vendemos o que produzimos e a renda ajuda a man- ter o projeto. Temos clientes fidelíssimos que compram conosco pela causa social, por manter o projeto e isso é bem explicado no primeiro contato – de que eles não estão apenas comprando o produto: estão ajudando uma causa.” Jaqueline Barros Barbosa, ex-aluna e Assistente de Vendas do Projeto Projeto Jovem Profissional Local: Avenida Nove de Julho, 399- Bela Vista- São Paulo (SP) Fundação: 1937 Contato: (11) 3241-5588 Site: www.jovempro.org.br Programa exibido em: 29/06/07
  • 30. Lição de Vida 28 Fazer o bem é a melhor forma de ver o bem se multiplicar, muitas vezes atingindo proporções inimagináveis, transformando vidas, criando histórias, como a de Denis Calazans Silva. Antes de entrar no projeto, Denis levava uma vida sem novidades: ficava em casa, assistia à televisão, ia para a escola. “Esse projeto mudou minha vida, meu jeito de falar com os amigos. É importante porque você nunca está sozinho, aprende, ensina, participa”, conta animado o garoto, que achou importante as amizades que conquistou, a convivência com o grupo e, sobretudo, o aprendizado obtido no projeto de dança e na oficina Arrasta Lata. Graças à sua participação no grupo e ao aprendizado, foi convidado para atuar em uma companhia de dança, garantindo-lhe novas experiências e uma grande oportunidade. A chance conquistada por Denis deve-se ao seu esforço pessoal e também à visibilidade do grupo Arrasta Lata, que soma em seu currículo diversas apresentações, inclusive com famosos, como o cantor Gilberto Gil e o maestro Julio Medaglia. Crianças conhecem um mundo que, pelas limitações sociais, não teriam acesso; pais e mães recebem capacitação para proporcionar uma vida melhor para as famílias. É a multiplicação de coisas boas promovida pelo Projeto Arrastão. Projeto Arrastão Fazendo o bem “Tudo posso naquele que me dá força.” (Filipenses 4,13)
  • 31. 29 Paulo Alexandre Barbosa Criado em 1968, o Projeto Arrastão tem o objetivo de promover atividades sociais, culturais e educativas no Campo Limpo Paulista, Zona Sul de São Paulo. A entidade se destaca pela variedade no atendimento, desde crianças a idosos, somando 1200 atendimentos diretos diários e quase 5 mil indiretos. O projeto nasceu com um grupo de mães de classe alta e média que foi para a periferia a fim de capacitar mulhe- res para a geração de renda. Esse conceito de capacitação continua ao longo da existência da entidade, promovendo oficinas de culinária, corte e costura, entre outras. Em virtude da necessidade das mães de um local onde deixar os filhos para irem trabalhar, surgiu a ideia de acolher as crianças. Hoje, o Arrastão recebe crianças de 2 a 6 anos com projetos educacionais, brinquedoteca, crianças de 7 a 14 anos no núcleo socioeducativo, oferece formação para jovens e faz um trabalho social com a comunidade do entorno. Na área cultural, destaca-se o programa Arrasta Lata, que une música e conscientização ambiental. “Atendemos crianças e jovens na área pedagógica; o núcleo social e os trabalhos culturais envolvem os jovens e a comu- nidade. Sempre buscamos envolver as famílias porque achamos importante chegar na casa dessas crianças. É importante essa família estar aqui conosco; é um aprendizado mútuo.” Regina M. Barros, coordenadora de comunicação “Nós unimos os conceitos da educação física, desenvolvendo o corporal, e a música como terapia. Tem a coordenação motora, o ritmo, a questão corporal e a conscientização do meio ambiente. No programa percebemos mudanças no comportamento dos participan- tes, como melhora nas notas.” Joilson Bispo dos Santos, coordenador do grupo Arrasta Lata “Na cozinha experimental usamos as receitas para de- senvolver as técnicas que são passadas para os alunos e apresentamos a cozinha internacional. Priorizamos também a higiene e a segurança, fator fundamental nessa função. É uma forma de orientar os jovens que têm habili- dade para o mercado de trabalho, para que tenham uma boa qualificação.” Fernando Martins, professor da oficina de culinária Projeto Arrastão Local: Rua Dr. Joviano Pacheco de Aguirre, nº 255 Campo Limpo- São Paulo (SP) Fundação: 1968 Contato: (11) 5841-3366 Site: www.arrastao.org.br Programa exibido em: 06/06/07
  • 32. Lição de Vida 30 O antigo sonho de liberdade está sempre presente na vida do homem. Liberdade de ir e vir, de escolher, de fazer. Quem se envolve com vícios perde liberdade e vira prisioneiro das drogas. Ajudar a retomar essa liberdade é o grande desafio enfrentado pela Casa Cactos, que recebe dependentes para auxiliá-los em sua recuperação. Juntos, jovens, adultos e a equipe da entidade travam uma batalha no combate à dependência química, e muitas vezes é vencedora, especialmente graças àqueles que persistem e vão até o final do tratamento. Os que param antes sentem falta e acabam voltando para fazer o processo completo, como Reinaldo. Ele era um garoto normal, praticava esportes, até conhecer as drogas aos 12 anos. “De repente eu notei que a vida estava se acabando, perdendo tudo e principalmente quem me ama estava se afastando de mim.” Em 1996, conheceu a comunidade Cactos, começou o tratamento, mas não o terminou – ficou cinco meses. “Esse foi talvez o maior erro da minha vida”, lamenta. Com a base que recebeu na entidade, conseguiu ficar “cinco anos de pé”, como ele chama o tempo em que não usou drogas. “Faltava alguma coisa e realmente era completar a programação, os ensinamentos que nos passam aqui”, diz. Reinaldo acabou recaindo. “Ano passado reconheci a minha impotência e minha derrota perante as drogas e estou agora há cinco meses, passando para uma nova fase.” No quinto passo do tratamento, ele aprende a admissão perante Deus e os outros semelhantes. “Aprendemos a natureza exata das nossas falhas, vem a crença, acreditar e entregar a Deus nossas vidas e vontades. Depois, colocamos no papel toda aquela bagagem, boa ou ruim, os nossos defeitos, nossas qualidades, tudo que nos aflige, e o quinto passo é expor verbalmente para um coordenador, um padre ou um psicólogo, e receber um retorno desse coordenador, desse padrinho. Após o quinto passo, depois de algum tempo, a gente segue para a ressocialização.” Reinaldo se prepara para voltar para casa, com a esposa e os filhos. “Deus permitiu meu livre-arbítrio, que eu perdesse tudo; só não permitiu que eu perdesse meu maior tesouro, que é minha baixinha, minha esposa e meus dois filhos. Em breve, vou para a ressocialização com uma chance de estar com eles diariamente, acostumar-me novamente à vida lá fora. A expectativa é grande.” Casa Cactos Devolvendo a liberdade “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” Cecília Meireles, escritora e poetisa brasileira
  • 33. 31 Paulo Alexandre Barbosa Um grupo de dependentes químicos procurou o monsenhor Ciro Fanha, então pároco da Igreja Nossa Senhora Aparecida, porque precisavam de um local para realizar o trabalho de recuperação. O pároco abriu as portas da igreja para a realização das reuniões. Durante os encontros, um pai comentou que havia um lugarzinho no meio do mato, um terreno, que foi doado e nele montada a Casa Cactos, na fazenda que recebeu o nome do monsenhor, em homenagem ao seu apoio. “Monsenhor Ciro Fanha trabalhou muito firme com os jovens e as famílias. Ele trazia um linguajar todo especial para os jovens, era uma coisa maravilhosa”, comenta o presidente do instituto, Marcelo Souza Nascimento. A Casa Cactos atende homens a partir de 16 anos, visando recuperar dependentes de álcool e outras drogas, para reintegrá-los à sociedade. O trabalho é referência no Brasil e na América Latina, recebendo jovens de outros países. O processo começa com uma triagem e realização de exames para verificar se a pessoa tem condições de ir para a fazenda, onde irá ficar por um período de seis meses a um ano. “Quando eles chegam, primeiro passam por uma fase de adaptação, e depois fazemos um trabalho de desintoxicação. Conseguimos isso através do processo de laborterapia, onde eles trabalham com as plantas, com os animais, com a mata. Esse trabalho faz com que transpirem bastante, para que as toxinas saiam do seu organismo e, consequentemente, tenham mais sede, urinem mais, tendo assim uma desintoxicação mais rápida”, explica Marcelo. “A partir daí vamos conscientizá-los de que eles têm uma doença. Como diabetes, pressão alta, pode ser controlada e mostramos os valores da sociedade e os valores cristãos, que são muito enraizados nessa obra através da espiritualidade.” “Eu comecei a usar drogas com 15 anos; em 1999 admiti minha primeira derrota e re- solvi me internar no Cactos. Não conclui o tratamento, um dos grandes erros da minha vida - fiquei quatro meses e devido a fatores alheios resolvi ir embora, uma decisão comple- tamente errada. Depois de nove anos e muitas perdas familiares e espirituais, eu vim parar aqui de novo, com a graça de Deus. Dessa vez com o intuito de me recuperar, fazendo uma programação séria, buscando uma convenção de vida. O mais importante é conhecer a Deus, conhecer o projeto que Ele tem para minha vida e fazer uma mudança. Já estou aqui há 8 meses e vivo a programação “só por hoje vou melhorar” e meu intuito é fazer o dia de hoje o melhor possível, para que eu possa colher bons frutos amanhã.” Fernando, Residente “Essa atividade é uma das mais importantes, faz parte do tripé da nossa recuperação. Todos os dias pelas manhãs nós iniciamos, após o café da manhã, com oração e estudo bíblico, para nos fortalecer durante o dia. Os louvores também nos ajudam bastante; quem louva, canta, e quem canta está orando duas vezes. Nossa mensagem é: o único salvador é Jesus Cristo; é Ele quem tem me ajudado no dia a dia. Ele guia minha casa, minha família, tem me sustentado nas horas difíceis e só Ele, somente Ele, preenche o vazio que as drogas deixam.” Maurício, Residente e responsável pelo estudo bíblico Casa Cactos Local: Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, km 286- São Vicente (SP) Fundação: 1989 Contato: (13) 3234-8548 Programa exibido em: 13/07/07
  • 34. Lição de Vida 32 Um dia um homem ousou sonhar com uma vida melhor para seus iguais, para os jovens da periferia que não têm oportunidades. Com a força desse sonho, ele começou a construir uma vida melhor para jovens como Diego, 17 anos, aluno da Associação Cultural Poder Negro. Quando não está na escola, Diego está na entidade – diariamente. Apesar da rotina desgastante, ele se sente motivado e garante que continuará frequentando a instituição até completar seus cursos. “Vejo aqui no núcleo coisas que nunca vi em nenhum lugar. O curso de videomaker, por exemplo. Nunca tinha visto. Onde eu iria conseguir fazer um curso desses? Ainda gratuito”, anima-se o rapaz, que se interessa por fotografia. Uma das vantagens da entidade, segundo Diego, é que eles tentam mostrar o mundo como ele é, não como “um conto de fadas com coisas maravilhosas. Tem que ter jogo de cintura, e eles preparam a gente para entrar no mercado de trabalho a todo vapor.” Entrar no mercado de trabalho com força total foi também a oportunidade que Evandro Damasceno Souza e Natália Amâncio Milanez tiveram quando fizeram cursos na instituição. Dedicados, ambos conseguiram um espaço especial e agora voltam à entidade para partilhar o que aprenderam, como professores. “É uma sensação maravilhosa poder passar o que a gente aprendeu”, comenta Natália. Evandro complementa: “O principal é ter força de vontade. Sem força de vontade não se adquire nada.” Associação Cultural Poder Negro A força de um sonho “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Fernando Pessoa, poeta português
  • 35. 33 Paulo Alexandre Barbosa A entidade nasceu voltada para o movimento negro. Entretanto, seu fundador e presidente, Sidnei Cândido Kondhi, conta que com o tempo foi começando a perceber que a questão negra não está ligada à cor da pele, mas à condição socioeconô- mica. “A gente se baseou em Palmares, que já era periferia. Quando em 13 de maio surgiu a Lei Áurea, no dia 14, milhares de comunidades escravas foram jogadas nas ruas e o Estado não criou políticas públicas para essas comunidades.” Para oferecer oportunidades a esses jovens e qualificá-los para o mercado de trabalho, foi criada a associação. Para a formação profissional há cursos de foto e vídeo, artes visuais, informática, serigrafia, culinária (buffet), beleza e cidadania e designer de formas. A questão cultural também é desenvolvida com percussão, dança, teatro e artesanato. O diferencial é o Plano de Desenvolvimento Intelectual – PDI – que envolve aulas de sociologia, filosofia, história e cida- dania, para proporcionar formação integral. “Propomos alguns cursos de qualificação profissional para que a gente consiga trabalhar atividades culturais. Foto e vídeo, por exemplo, além de ensinar o trabalho técnico, começamos a fazer o jovem enxergar o mundo, perceber que com a câmera podem escolher deixar algo bonito ou feito, depen- de de como fotografam. As artes visuais ensinam a criatividade, a perceber a periferia e como criar mecanismo de mudança.” Sidnei Cândido Kondhi, presidente “A principal mudança que conseguimos com os jovens – como foi no meu caso – é a disciplina, porque a aula de percussão exige disciplina e trabalho integrado. Se cada um bate em um lugar, não tem produtividade.” Josué Silva Soares, professor de percussão “Temos muita batalha desde o início, mas trabalhamos contentes vendo o crescimento dos jovens saindo da rua, tentando dar algo melhor para eles. Sinto muito orgu- lho. Formamos o cidadão de amanhã para cuidar da velha guarda.” Maria Helena M. Nunes, voluntária da cozinha Associação Cultural Poder Negro Local: Rua Fernão Mendes Pinto, nº 1306 Ermelino Matarazzo- São Paulo (SP) Fundação: 1966 Contato: (11) 6944-5684 Programa exibido em: 03/08/07
  • 36. Lição de Vida 34 Viver não apenas em função dos projetos pessoais, mas pela missão que Deus designou para cada um. Essa é a essência da frase “Feliz é aque- le que serve” que norteia os trabalhos da ACDEM e que inspirou o padre Ticão a criar essa associação. A entidade serve a todos que precisam; a ACDEM atende pessoas como Laerte, que em cinco meses de participação nas atividades já apre- sentou melhoras tão significativas que fez sua mãe sentir-se revigorada. Bárbara Maria do Nascimento conta que Laerte, de 15 anos, ficava parado em casa, sentado, sozinho, apático. A experiência na associação fez o menino mudar em menos de meio ano. O rapaz, que antes comia e deixava o prato e o copo na mesa, tornou-se mais participativo: hoje leva o prato e o copo até a pia. Um ato que pode parecer simples, mas é uma enorme conquista para quem enfrenta limitações tão grandes como a que o fez parar de falar aos dois anos. A evolução desperta em Laerte o sentimento de conquista e por isso ele mostra-se animado quando a mãe o acorda para ir à ACDEM – ele pula da cama e corre para o banheiro, pedindo que ela o ajude com o banho para que ele logo possa estar aprendendo mais. Ao ver a disposição do filho, a mãe confessa que seu coração também pula de alegria, percebendo que seu menino está vencendo as limitações, com o carinho e atenção que recebe. Bárbara fica feliz em ver que agora ele até se preocupa em ajudá- la em casa, aprendendo também essa importante lição, que é a alegria de servir. Associação da Casa dos Deficientes de Ermelino Matarazzo (ACDEM) A felicidade de ajudar “Feliz é aquele que serve.” F rase retirada do portal da instituição
  • 37. 35 Paulo Alexandre Barbosa Em 1985, na Zona Leste de São Paulo, um grupo de mães se revezava nos cuidados de seus filhos com necessidades especiais, apoiando-se umas nas outras. A partir dessa união, elas conseguiram um espaço no salão comunitário da igreja, onde formaram um grupo de mães voluntárias. Foi dessa força, com o apoio do padre Antonio Luiz Marchioni, também conhe- cido como padre Ticão, que nasceu a ACDEM. A entidade desenvolve um trabalho voltado para jovens portadores de necessidades especiais, tendo como diretrizes o carinho, o amor e o afeto. O objetivo é desenvolver as potencialidades dos jovens, ajudando-os a superarem suas limitações nas atividades cotidianas, para que, pouco a pouco, sejam inseridos na sociedade, ensinando-lhes atividades cotidianas. Assim como os jovens, também, aos poucos a ACDEM foi se desenvolvendo, ampliando sua atuação, ajudando mais famílias, em um trabalho integrado com a comunidade católica. A entidade cresceu e atende mais de 500 crianças e jovens, de 4 a 24 anos, em suas cinco unidades. “Nosso principal objetivo é tratar o jovem como ele realmente é. Ele é especial, mas tem capacidades. É gratificante ver as conquistas. Essas crianças e jovens nos dão uma lição de vida o tempo inteiro, porque por mais dificuldade e limitação que tenham, todos os dias estão felizes, sorrindo. Eles sentem que são diferentes e isso nos contagia. Eles trazem esse estímulo para nossa vida.” Fabiana Silveira, diretora “Trabalhar com esses jovens é gratificante. Nós sabemos que só o fato de eles aprenderem a escrever o próprio nome é uma conquista preciosa. E eles ficam muito felizes.” Núria Pontes dos Santos, educadora “O foco principal do projeto é a reabilitação e rein- tegração social. Nós os ensinamos a ser o mais autônomo possível.” Silvana Maria de Oliveira, coordenadora pedagógica Associação da Casa dos Deficientes de Ermelino Matarazzo (ACDEM) Local: Rua José Lopes Rodrigues, nº 510 Ermelino Matarazzo- São Paulo (SP) Fundação: 1985 Contato: (11) 6545-4055 Site: www.acdem.org.br Programa exibido em: 10/08/07
  • 38. Lição de Vida 36 Humanizar o tratamento médico para aliviar um momento tão difícil para as crianças e adolescentes é o grande objetivo do GRAACC, que ajuda os pacientes e os pais a enfrentarem os obstáculos do câncer de maneira mais positiva, para que eles sejam superados. Fazer a criança e o jovem sentirem-se bem é essencial para promover a cura, pois assim conseguem resistir às dores da quimioterapia, às injeções, e as reações provocadas no corpo.“Desistir do tratamento é quase igual a uma sentença de morte, porque se parar de tratar, a doença volta. É importante tratar o tempo adequado para curar realmente. Hoje, graças a Deus, essa taxa de abandono é de zero por cento”, comemora Sergio Petrilli, superintendente da entidade, citando ainda outro índice conquistado, de cerca de 80% de cura. Para conquistar esses números, toda equipe se envolve fazendo o possível, com brincadeiras, atividades, diversão, tudo para que os pequenos pacientes se sintam à vontade e queiram voltar e se tratar. Enquanto os filhos ficam à vontade e se divertem, muitas vezes esquecendo-se até que estão em um hospital, as mães se sentem amparadas com o acolhimento e a troca de informações com outras pessoas que passaram por situação semelhante e superaram essa fase. Partilhar a experiência e dar a ajuda que só é possível por alguém que entende o que o outro está passando – essas foram algumas das motivações que levaram Ana Maria Bittencourt a voltar para o grupo. Quando procurou a entidade, ela vivia um momento muito difícil: o filho, de 21 anos, teve linfoma.“Foi muito rápido e quando nós descobrimos, ficamos desesperados, porque para nós, leigos, o câncer é como uma sentença de morte. Como a gente não tem muita informação, acha que vai morrer quando recebe um diagnóstico desses”, desabafa. Mãe e filho enfrentaram com força essa batalha. Mesmo se tratando, doente, ele não parou de trabalhar ou estudar.“Quando fazia quimio, que era muito pesada, muito sofrida, a cada 15 dias, ele não trabalhava só na semana que fazia a quimio; na outra, ele trabalhava, e também continuou estudando e se formou em publicidade ano passado.” Com o filho recuperado,Ana quis retribuir toda ajuda que teve e atua como voluntária no GRAACC.“Só sabe como é quem passa por isso.Agora eu vim para cá com essa noção de como é passar por isso, então, entendo melhor as pessoas.” Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC) Apoio e alegria para as horas difíceis “Crer para entender e entender para crer.” João Paulo II, Papa de 1978 a 2005
  • 39. 37 Paulo Alexandre Barbosa Idealizado pelo médico Sergio Petrilli, o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC) nasceu com uma casinha e evoluiu muito. Hoje conta com um hospital de 11 andares voltado para o tratamento de crianças e adolescen- tes com câncer, e tem 350 voluntários. O diferencial, além do tratamento especializado em oncologia pediátrica, é o atendimento especial aos pequenos, que têm disponível até uma brinquedoteca para se sentirem melhor. “Os médicos cuidam da doença e a gente cuida da parte saudável, porque criança continua sendo criança, doente ou não”, diz Patricia Percoraro, coordenadora da brinquedoteca. Outro atendimento especial do GRAACC é a quimioteca, uma forma lúdica de ajudar a criança a vencer a etapa dolo- rosa da quimioterapia. A ludotecária Sandra Witkowski explica a proposta: “Trouxemos o conceito de brinquedoteca para a quimioterapia, por isso o nome quimioteca. Nós atendemos as crianças que estão recebendo a quimio cada uma em sua poltrona e fazemos brincadeiras, jogos. Eles têm aparelhos eletrônicos, DVD portátil, gameboy, tudo direcionado de acordo com a idade.” “Durante muitos anos a gente trabalhou atendendo crianças com câncer, com muitas dificuldades econômi- cas, predominantemente com pacientes do SUS e a doença evoluiu de uma maneira que nos últimos 15 anos nós tivemos aumento das chances de cura. Então, já não é mais como antigamente, que se a criança não tivesse remédio, não tivesse condições para ser tratada, não fazia muita diferença porque ela ia morrer mesmo. Hoje é ao contrá- rio; as chances de cura estão muito elevadas - estamos falando em 70, 80% de chance de cura.” Sergio Petrilli, superintendente do GRAACC “Por favor, não chorem porque vocês têm câncer. O câncer pode ser curado e a vida se cura com muito amor e carinho.” Mateus Petrilli, voluntário “Meu filho teve leucemia – ele está se tratando há um ano e 5 meses. Aqui a gente brinca, se descontrai. Esse espaço tem me ajudado bastante, tanto com meu filho como na minha vida. A gente vai na brinquedoteca e eu participo com ele dos jogos, teatro, videogame. Ele fica muito feliz.” Andréia Corrêa, mãe de paciente “A brinquedoteca ajuda no tratamento das crianças. É o único lugar do hospital em que as crianças vêm e não tem remédio. A gente tem um espaço físico que funciona como uma grande sala de espera. Tem atividades para as crian- ças de todas as idades, desde o cantinho do bebê até os com- putadores e é um lugar que a comunidade pode vir e fazer oficinas – oficinas de pinturas, de artes -, as mães novas conversam com as mais antigas que dão força, a gente faz grupos terapêuticos, tudo para a qualidade e humanização do hospital.” Patricia Percoraro, coordenadora da brinquedoteca Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer - GRAACC Local: Rua Botucatu, nº 743- Vila Clementino- São Paulo (SP) Fundação: 1991 Contato: (11) 5080-8400 Site: www.graacc.org.br Programa exibido em: 17/08/07
  • 40. Oportun Lição de Vida 38 Investir na juventude é a melhor forma de mudar a realidade do país e do mundo. Melhorando a vida de cada jovem, mudando um pouquinho de cada história, o JIP contribui para fazer um país melhor. Os sinais dessa melhora multiplicam-se na mesma medida em que se multiplicam os jovens que passam pelo JIP e mudam sua história.Alguns seguem outros caminhos – outros até vão, mas voltam e acabam partilhando a experiência que tiveram, além de demonstrar toda a gratidão a quem lhes deu a primeira oportunidade. Muitas histórias de vida acabam se fundindo à da entidade, como a de Adriana, que começou no JIP com seis anos, no pré-primário, concluiu e voltou aos 13 anos, quando fez curso de legionária.A menina logo foi encaminhada para uma empresa de contabilidade onde trabalhou por 13 anos. Quando chegou ao topo, aprendeu tudo que tinha para aprender, resolveu procurar novos horizontes.“A velha casa me acolheu”, conta a mulher, que é o exemplo vivo de um trabalho que dá certo, assim como Rosângela dos Santos. Essa outra ex-aluna participou de diversos cursos na entidade, atuou como estagiária, entrou no mercado de traba- lho, ficou 11 anos e há 15 anos voltou à instituição para cuidar do futuro dos jovens.“Eu passo para os meninos tudo que o JIP me passou”, conta com satisfação Rosângela, que atua como auxiliar de escritório.“Ano que vem meus dois filhos estarão aqui. Minha mãe também passou por aqui. Somos uma grande família. Eu sou muito satisfeita pelo acolhimento que o JIP me deu. Espero me aposentar aqui e passar o bastão para minha filha.” Jockey Instituição Promocional (JIP) Oportunidade de vida aos jovens “Os jovens não são a esperança do futuro, mas a certeza do presente.” Bento XVI, Papa que dirige a Igreja Católica desde 2005
  • 41. nidades39 Paulo Alexandre Barbosa O sonho de um grupo de senhoras que teve o apoio do padre Júlio Lopes Lorena para ajudar os jovens sobrevive ao tempo, e há mais de 30 anos vem criando oportunidades para uma vida melhor. O grande desafio do JIP é cuidar do ingresso dos jovens no mercado de trabalho. A entidade atua especialmente com jovens carentes de São Vicente. Há aulas de ética e postura profissional, administração financeira, administração empresarial, documentos administrativos e documentos financeiros, além de atividades esportivas e um trabalho social com a comunidade da região. Os jovens ficam quatro meses se preparando, fazendo cursos e depois a equipe tenta inseri-los no mercado de trabalho por meio das empresas parceiras. Além do profissionalismo, o que possibilita grande aceitação das empresas, o JIP oferece aos jovens muito carinho em um momento importante em suas vidas. Talvez por isso tantos voltem e quei- ram retribuir tudo o que receberam – alguns nem chegam a sair. “Nosso trabalho vai ao encontro dos anseios da juventu- de, que muitas vezes não são atendidos na escola, na rua ou na família. São jovens que não têm oportunidade na vida e nós damos. Nossa parte, fazemos com amor e carinho.” Darcy Moussalli, presidente “Depois de encerradas minhas atividades profissionais, eu atendi um anseio de ser voluntária, especialmente dedicada aos jovens, que são o futuro do país. Os jovens precisam de atenção especial e o trabalho que o JIP promove é impor- tante. Eu tenho muita alegria de participar e trabalho aqui com muito gosto. Não tem como negar que o voluntariado é muito gratificante: mais para quem exerce do que a quem se destina.” Maria Adélia, voluntária “Nosso objetivo é que o jovem consiga fazer uma carrei- ra brilhante nas empresas em que são colocados como patrulheiros. Hoje temos uma faixa de 15% de jovens com a faculdade custeada pela empresa onde prestam serviços. A empresa está investindo e isso é uma gratificação imensa.” Andréa Ungaretti, coordenadora pedagógica Jockey Instituição Promocional - JIP Local: Rua Dr. General Euclides Figueiredo, nº 110 Jóquei Clube- São Vicente (SP) Fundação: 1970 Contato: (13) 3465- 4166 Site: www.jip.org.br Programa exibido em: 24/08/07
  • 42. Cari Lição de Vida 40 “Eu senti na pele o que é discriminação. O que é ter rótulo de aleijado.” A forte declaração de Maria Aparecida Pieruzi de Souza, a Nêga Pieruzi, retrata a força que move a mulher que construiu uma entidade referência em cuidados com pessoas portadoras de necessidades especiais na Baixada Santista (SP). Com um ano e meio de idade, Nêga Pieruzi, como é conhecida, teve poliomielite e precisou vencer os obstáculos que a vida lhe impôs para obter todas as conquistas: foi professora, pedagoga, a primeira mulher a integrar um Rotary Clube na Baixada Santista e eleita quatro vezes vereadora em Cubatão. É membro do Conselho Estadual de Saúde, do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Portadora de Deficiência e do Comitê de Bacias Hidrográficas – todos os cargos exercidos voluntariamente. Quando se aposentou como professora, ela procurou transferir todo seu carinho para essas crianças especiais. “Eu vivi todos esses momentos que você vê aqui.” Por isso, não só ela, mas todos os profissionais da casa são levados a praticar esse amor. “Foi isso que Deus nos ensinou e nós temos que passar para as pessoas aquilo que aprendemos em nossa família. Eu sempre digo aos nossos pais que a família é o principal. O amor primeiro começa na família. E quando eles vêm para a Casa da Esperança, estão em sua segunda casa.” Casa da Esperança Cuidando com carinho “Quem ama cuida de perto e promove paz, amor e esperança.” L ema da Casa da Esperança
  • 43. inho41 Paulo Alexandre Barbosa Criada para atender crianças portadoras de necessidades especiais, a Casa da Esperança nasceu da necessidade de Cubatão em ter uma instituição semelhante à que já havia em Santos. Ela foi criada por uma iniciativa de Rotarianos da Baixada Santista, com apoio da Prefeitura. A entidade tem mais de 400 assistidos, que recebem tratamento ambulatorial com neuropediatria, ortopedia, pediatria e odontologia; atendimento clínico com fisioterapeuta, fonoaudióloga, hidroterapia, psicóloga, pedagoga e terapeuta ocupacional. Há ainda esporte, cultura e lazer para crianças, jovens e adultos de toda a região que frequentam a Casa. “A nossa casa está de portas abertas. Não precisa ter indicação médica para vir. Se não tem solici- tação médica – ou mesmo tendo – a pessoa vai passar pelo nosso neurologista, e ainda temos neurope- diatra e psiquiatra infantil. Nossa porta de entrada é através do setor médico, que encaminha para qual especialidade cada criança deve ir. Temos aqui um tratamento multidisciplinar”, conta Nêga Pieruzi. “A finalidade do trabalho é perceber as várias carências das crianças e encaminhar para o setor correspondente. A finalidade do nosso serviço não é apenas tratamento, mas tratamento e reabilitação – a reabilitação visa à melhoria em geral das crianças. Precisamos também con- siderar que não temos apenas a doença das crianças, mas o aspecto psicossocial, a problemática social, cultural e tentamos, dentro do possível, trabalhar todas essas necessidades.” Antonio Gouvêa, médico pediatra “Ele veio para cá com quatro anos, mal andava e falava. Agora fala frases que dá para entender. O tra- tamento é lento, mas tivemos vitórias até demais. Eu já tive que pegar ele de madrugada nos braços e levar para o hospital sem saber se ele ia voltar vivo ou não. Hoje em dia ele está aí, pintando, faz capoeira, dança, compu- tação, tudo que tem ao alcance dele eu corro atrás para ajudar. Você olha e nem fala que ele é especial.” Rosilda, mãe do Jeferson, aluno da entidade “O profissional e a família precisam trabalhar em conjunto para que a evolução seja antecipada – é uma luta contra o tempo. Quanto mais rápido conseguir habilitar ou reabilitar o doente, mais chances ele terá no mercado de trabalho, na inclusão. O objetivo final é colocar a criança de pé, promo- ver seu desenvolvimento ou incluir atividades da vida diária, deixar essa criança o mais independente possível, sabendo se vestir, se calçar, escovar os dentes.” Alexandre, fisioterapeuta Casa da Esperança Local: Rua XV de Novembro, nº 180 Vila Nova- Cubatão (SP) Fundação: 1980 Contato: (13) 3361-1288 Site: www.casadaesperanca.org.br Programa exibido em: 03/09/07
  • 44. Bem Lição de Vida 42 O sorriso estampado no rosto mostra que eles aprenderam a viver. Esses jovens com mais de 60 anos de idade passaram por vários obstáculos, venceram dificuldades e agora vivenciam cada momento que a vida proporciona, com vitalidade, disposição e amor à vida. Essa é a experiência que a Casa do Sol proporciona aos seus residentes. Quando ficou viúva, Stella Wernneck sentiu medo de continuar morando sozinha em seu apartamento e resolveu buscar um novo lar, na Casa do Sol. “Estou aqui há dois anos e estou adorando”, conta a residente, que coloca seu nome em todas as listas de passeio. “Quando a gente trabalha, fica cansada. Agora eu não faço nada, quero é passear. Eles nem perguntam porque já sabem que eu vou em todos os passeios.” Stella conta que teve uma vida boa. Foi feliz com o marido e os filhos. A tristeza veio quando perdeu o esposo e um dos filhos, mas ela tenta superar e aproveitar o que tem pela frente. “A vida não é fácil. Eu vivi as dificuldades da guerra – tinha bebê pequeno. Tive um maridão, médico, filhos ótimos, netos; tenho quatro bisnetos. Estou muito feliz e graças a Deus encontrei essa casa.” Morar na Casa do Sol foi a opção do casal Marina de Oliveira e Edilson Saraiva de Moura. Ele foi primeiro, passou uma temporada de dois meses para se recuperar de um problema de saúde. O casal decidiu então mudar para a instituição. Sobre a opção, Marina diz que foi o cansaço. “Estou com 71 anos e a cada ano me sinto mais cansada. Eu estou muito bem aqui – gosto desse ar puro, desse verde maravilhoso. É uma família maravilhosa que temos aqui.” Casa do Sol Um lugar para o bem viver “A verdadeira sabedoria consiste em saber como aumentar o bem-estar do mundo.” Benjamim F ranklin, jornalista, cientista, diplomata e inventor norte-americano
  • 45. Viver43 Paulo Alexandre Barbosa Construída em uma área repleta de verde, no alto de um morro em Santos, Litoral Paulista, a Casa do Sol oferece atenção, cuidados, respeito e dignidade aos moradores. Com capacidade para 150 residentes, a entidade tem assistência médica 24 horas, fisioterapia, passeios monitorados, entre outros benefícios para os jovens com mais de 60 anos que procuram um lar na entidade. A instituição foi fundada em 1904 como abrigo para mendigos, denominado Asylo de Mendicidade de Santos; 20 anos depois, passou a chamar-se Asylo de Inválido de Santos. Atualmente, denominada Casa do Sol, é voltada apenas para idosos. A atual sede foi toda projetada para oferecer conforto e privacidade, com quartos para poucas pessoas, armários individuais, banheiros com adequação para a necessidade dos idosos. Há ainda ambientes onde os residentes podem se reunir, ver TV, ler jornais e revistas, além dos locais externos voltados ao lazer e o ambiente para receber visitas. “Temos possibilidade de atender 150 idosos, mas não temos esse número e estamos abertos a recebê-los. Infelizmen- te, pela realidade financeira atual, tivemos que mesclar os atendimentos entre gratuitos e quem pode pagar.” Ariovaldo Flosi Jorge, presidente “Nós trabalhamos em grupos terapêuticos para melhorar a autoestima e a interação entre eles. Outra coisa fundamental é tentar que eles mante- nham a autonomia. Quanto menos dependente o idoso é, melhor ele se sente. Por isso temos o cuidado de deixar que eles façam, escolham o que querem fazer, vão onde queiram ir. Mesmo os que apresentam alguma dificuldade física, como andar de cadeira de rodas, bengala ou andador, são estimula- dos a ter autonomia.” Mariângela Torres, psicóloga “Para que o idoso se sinta inserido, nós temos a constru- ção do vínculo com os profissionais e atividades que propor- cionam interação, além de eles terem uma função dentro da instituição, onde possam estar se valorizando e valorizan- do o espaço coletivo.” Débora Oliveira, assistente social Casa do Sol Local: Avenida Santista, s/nº- Morro da Nova Cintra- Santos (SP) Fundação: 1904 Contato: (13) 3258-5100 Site: www.casadosolsantos.org.br Programa exibido em: 21/09/07
  • 46. Lição de Vida 44 Um lindo presente para Deus foi o que padre Rosalvino Morán Viñayo resolveu fazer de sua vida, pela grande graça que teve desde sua infância, quando chegou da Espanha com o pai, órfão de mãe, em Cam- pinas e foi acolhido por um salesiano em um orfanato. A mão estendida e o grande coração mudariam para sempre o destino do garoto imigrante que chegou à América necessitado de acolhida, de espaço, de escola, de um lar e de uma família. Do trabalho que fazia ajudando meninos na Praça da Sé, o padre resolveu seguir o desafio feito por Dom Luciano e ir às periferias. Foi um chamado de Deus e assim ele chegou à Zona Leste da capital paulista, para ajudar as crianças sofridas e maltratadas, meninas e meninos com sonhos perdidos. Rosalvino queria retribuir tudo o que recebeu e construir para eles o lar como o que o acolheu, com o carinho que recebeu. Assim, seguindo os passos de Dom Bosco, criou em Itaquera a obra social que leva o nome deste que viveu para ajudar aos jovens. “Na nossa porta não tem tempo ruim. O jovem encontra casa para morar, oficina para aprender e se capacitar, remédio para a doença e acolhida familiar”, exulta o padre, que construiu uma das maiores obras sociais do Brasil. O entusiasmo de padre Rosalvino contagia a todos que o conhecem e espalha-se pela comunidade. Ele anima os que com ele trabalham, procura ajudar quem encontra pelo caminho e demonstra toda sua alegria tocando na fanfarra. É a alegria que envolve a todos. Felicidade de quem conseguiu realizar sua missão e se transformar no tão sonhado presente a Deus, fazendo de sua vida mais do que um exemplo, uma canção de glória à vida. Obra Social Dom Bosco Um presente divino “O que nós somos é um presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele.” Dom Bosco
  • 47. 45 Paulo Alexandre Barbosa Criada pelo padre Rosalvino para atender jovens carentes da Zona Leste, a Obra Social Dom Bosco tornou-se uma das maiores ações sociais do Brasil, passando de 150 atendimentos em sua criação, em 1981, para 6 mil atendimentos diários nessa região, que tem uma população de mais de 5 milhões de habitantes, metade formada por jovens que encontram na entidade a oportunidade que procuram. Ajudando famílias em situação de vulnerabilidade, risco ou exclusão social, a entidade tem atividades culturais – com oficinas, fanfarra, orquestra e coral -, educacionais – para crianças, jovens e adultos, além de inclusão digital, esporte, recreação e lazer. Há ainda projetos de geração de renda e empreendedorismo com centro de capacitação profissional, mutirão habitacional, atendimentos de saúde e trabalhos de conscientização ambiental. Além de receber o apoio físico que procuram, as famílias encontram novos valores para resgatar seu núcleo e forta- lecer esse importante vínculo social. A vida de dedicação do padre Rosalvino apresenta-se como um grande presente para Deus; essa obra que nasceu do seu sonho tornou-se um grande presente para a Zona Leste de São Paulo. “Temos muitos exemplos de pessoas que passaram por aqui, se formaram e estão bem empregadas. Por isso tem tanta procura.” José Barbosa, instrutor de eletrotécnica “O curso dura um ano e meio e ao final dele o aluno está qualifi- cado para trabalhar tanto informalmente como numa empresa de grande porte. Vemos que o grande sonho dos jovens que passam por aqui é o de se tornar empreendedores, montar seu próprio negócio.” Jaime, responsável pelo curso de automecânica “Vemos que as pessoas que fazem o curso mudam suas perspectivas. Elas entram querendo aprender algo para arrumar um empreguinho e acabam arrumando muito mais do que um emprego, porque ganham conhecimento e requalificação para o mercado de trabalho.” Elaine Silva, instrutora da oficina de corte e costura “Meu pai é também eletricista e eu sempre gostei da área, por isso resolvi fazer o curso. Eu pretendo seguir carreira, fa- zer engenharia elétrica, mecatrônica e trabalhar na área.” Cleiton Rodrigues, aluno do curso de automecânica Obra Social Dom Bosco Local: Rua Álvaro de Mendonça, nº 456- Itaquera- São Paulo (SP) Fundação: 1981 Contato: (11) 2205-1100 Site: www.domboscoitaquera.org.br Programa exibido em: 28/09/07
  • 48. Relaci Lição de Vida 46 Não há amor como o de pai e mãe pelos filhos. Esse amor faz ultrapassar barreiras que parecem intransponíveis, como quando se descobre que um filho tem problema auditivo. Elisabeth Araújo da Silva Santos descobriu quando Le- onardo tinha dois anos que, em decorrência da rubéola que ela tivera, ele era deficiente auditivo. A comunicação com o filho não era fácil, mas resolveu que nada iria impedir uma aproximação. Descobriu a BRASCRI, marcou uma triagem e ele logo começou na escola, onde ela teve ajuda para descobrir tudo aquilo que precisava para ajudá-lo e para conviver em harmonia com ele. Aos sete anos, Leonardo se comunica muito bem – o aprendizado mútuo, tanto para mãe quanto para o filho, os aproxima cada dia mais. “Meu filho expressa seus sentimentos – fala se está com dor, se quer um doce e diz que me ama todos os dias. Ele me beija e demonstra o carinho, que é o mais importante”, comemora. A comunicação só foi possível porque Elisabeth aprendeu na entidade a linguagem dos sinais e continua fazendo aulas para estar cada vez mais próxima do filho, derrubando barreiras que poderiam se formar entre eles. Hoje, ela sabe que ele não precisa ficar isolado: poderá seguir seus estudos, ja que foi pré-alfabetizado, poderá ter uma carreira, família, filhos, enfim, uma vida normal. E, mais importante, ela sabe que sempre fará parte dessas conquistas. BRASCRI Construindo relacionamento “Não se pode falar em educação sem amor.” Paulo F reire, educador brasileiro
  • 49. ionam47 Paulo Alexandre Barbosa A educação com amor é a grande diferença que faz da BRASCRI uma entidade que consegue bons resultados, possibilitando que crianças com deficiência auditiva sejam inseridas socialmente, aprendendo linguagem de sinais e se alfabetizando. Além da pré-escola para crianças com deficiência auditiva, entre 3 e 8 anos, e de famílias de baixa renda, a entidade mantém outros projetos, com cursos extracurriculares para que o adolescente fique mais tempo na escola, bolsas para cursos profissionalizantes, apoio a mães adolescentes carentes e cooperativas de trabalho com alunos e ex-alunos dos projetos profissionalizantes. A entidade foi fundada pelo suíço Hans Jürgen Martins e sua esposa Margrit Martin, que obtiveram recursos do exterior, especialmente da Suíça, desenvolvendo parcerias de integração entre os países. Na pré-escola, voltada para os pequenos com deficiência auditiva, são atendidas 40 crianças. “As crianças vêm de famílias carentes, sem condições. Na re- gião não há escolas especializadas. As crianças aprendem os sinais e os pais recebem aulas para aprenderem a interagir com os filhos. Temos também inclusão digital, com jogos e softwa- res especializados. O objetivo é incluí-las socialmente para poderem entrar no ensino fundamental.” Hélio Severiano de Almeida, diretor da unidade “As crianças chegam aqui sem comunicação e esse é nosso primeiro trabalho. No período que ficam aqui – normalmente quatro anos – têm atividades normais de pré- escola. Focamos muito a participação da família e aprendizagem com língua de sinais, para se comunicarem. Nossa meta é comunicação e alfabetização. Outro dia tive contato com um ex-aluno que está no ensino médio, preparando-se para fazer faculdade. É muito bom quando a família entende que as crianças têm potencial.” Daniela Cristina Jacob, pedagoga “Por também ter deficiência auditiva, eu percebo as crianças mais facilmente. Mostro desenhos em papéis, figuras, slides; uso diferentes materiais. Acontece uma troca em língua de sinais, diálogo com perguntas e respostas. Minha maior alegria é ver as crianças se desenvolvendo. Fico feliz com isso.” João Luiz Nascimento, professor de libras BRASCRI Local: Rua Armando da Silva Prado- nº 191/271 Vila Bélgica- São Paulo (SP) Fundação: 1993 Contato: (11) 5548- 1646 Site: www.brascri.org.br Programa exibido em: 12/10/07
  • 50. Lição de Vida 48 Toda mãe tem fé e sonha com um futuro de felicidade para seu filho: um futuro com conquistas e realizações. Quando o filho apresenta necessidades especiais, a fé e o sonho devem ser ainda mais fortes e estarem acompanhados do trabalho, da ação para que esse futuro se torne realidade. Essa foi a percepção que teve Andréa Kelly Vidigal, mãe de John, quando decidiu lutar e fazer tudo pelo seu filho autista. A psicóloga que acompanhava o menino falou de um trabalho muito bem feito com autistas e foi assim que ela e o esposo ficaram sabendo da AMA. O pai de John foi à reunião e, então, o casal perce- beu que encontrara o que procurava. Depois de alguns meses de espera, conseguiram uma vaga na institui- ção. Com seis anos, John começou a frequentar a AMA e, quatro anos depois, ele consegue ter uma vivência em família: brinca com os irmãos, diverte-se e joga videogame e, como tantos outros meninos da sua idade. “Ele evoluiu 100%. A comunicação e a socialização melhoraram. Antes ele não ficava com outras crianças”, comemora Andréa, que faz parte dessa conquista, já que é uma mãe atuante e está sempre presente. Em vez de deixar o filho e ir para casa, ela o acompanha durante todo o dia, esperando a saída para voltar com John para casa. Aos pais que têm filhos portadores de necessidades especiais e que têm dificuldades a serem supe- radas, ela dá o conselho de quem acompanha passo a passo a evolução do filho rumo à independência: “Procurem uma instituição especializada em lidar com eles; é preciso correr atrás das coisas para obter resultados. Vale muito a pena.” Associação de Amigos do Autista (AMA) Trabalhando com amor “E apenas com o coração que se pode ver direito; o essencial é invisível aos olhos.” Antoine De Saint-Exupéry, escritor francês
  • 51. 49 Paulo Alexandre Barbosa Na década de 80, havia pouca informação sobre o autismo – não se sabiam exatamente as implicações e solu- ções para que crianças e jovens com essa necessidade especial pudessem ter uma vida normal. Diante da falta de informação, vários pais, buscando tratamento para seus filhos, formaram um grupo e foram em busca de informa- ções. Como não havia material no Brasil, o grupo viajou para outros países, conhecendo atendimento na Dinamarca, Estados Unidos e França, e assim, foi criada a AMA. A coordenadora geral da entidade, Marli Bonamini, chegou à AMA há quase 20 anos, em busca de ajuda para a filha de 15 anos. Envolveu-se como voluntária, diretora de difusão e depois passou a coordenadora. Ela explica que a AMA trouxe para o país o método TEACCH, abordagem educacional de tratamento para crianças autistas que têm problemas de comunicação. O método visa a dar o máximo de independência, ensinando atividades diárias para que elas possam ter uma vida normal. A AMA atende mais de 120 crianças e jovens de diversas regiões de São Paulo em suas duas unidades – uma no Cambuci e outra em Parelheiros, onde ficam 20 residentes. “O método da AMA também é dirigido aos pais, que podem receber treinamento e participar dos cursos, porque ele é o primeiro educador da criança. O grande problema da família é ficar pensando na culpa que tem por ter um filho com autismo ou qualquer outra deficiência. Acho que por essa fase todos nós, que somos pais de pessoas especiais, passamos. Importante é procurar logo ajuda profissio- nal. Não deixar o tempo passar, pois quanto mais precoce o atendimento for feito, melhor será o prognóstico dessa criança.” Marli Bonamini Marques, coordenadora geral “Depois de uma avaliação, executamos o trabalho com base no resultado, sempre utilizando a linguagem vi- sual para que as crianças possam compreender. Pela repetição, a criança cria o hábito para desenvolver sozinha essas atividades. Fabio Oliveira dos Santos, monitor Associação de Amigos dos Autistas - AMA Local: Rua dos Lavapés, nº 1123- Cambuci- São Paulo (SP) Fundação: 1983 Contato: (11) 3376-4400 Site: www.ama.org.br Programa exibido em: 19/10/07
  • 52. Bom F Lição de Vida 50 Crianças que passam por grandes dificuldades em casa, que têm problemas sérios com familiares e que pre- cisam de estabilidade para seguir o caminho, encontram na Casa da Criança a oportunidade de que necessitam para uma vida mais promissora. Andresa é o exemplo de alguém que soube aproveitar as chances que a vida lhe proporcionou para crescer, para avançar e para evoluir. Junto com uma irmã, ela chegou aos oito anos na entidade, onde morou por cinco anos. Saiu aos 13 anos, em decorrência de ter ultrapassado o limite de idade da casa. “Tive que ser transferida para outro abrigo. Fiquei lá um tempo, depois fui para outro abrigo até completar 19 anos, quando saí de lá. Fui morar com uma família que me acolheu e onde estou até hoje”, conta. Dedicada, Andresa trabalhava no comércio quando conseguiu uma bolsa de estudos e começou a fazer fa- culdade. “Eu pensava: de que adianta fazer pedagogia e não trabalhar na área?”. Como já conhecia o pessoal da Casa da Criança, fui conversar para ver se conseguia algum trabalho. “Consegui e estou aqui até hoje”, comemo- ra. Como professora, Andresa usa sua experiência para dar às crianças exatamente o que elas precisam: aten- ção, carinho, amor. “Boa parte das crianças que estudam aqui - mesmo da creche – é muito carente, porque elas vêm de uma história meio complicada, com dificuldades. A gente vê que elas precisam de carinho, atenção, pois às vezes em casa não recebem porque têm um monte de irmãos. Aqui a gente pode brincar, conversar e eles têm os amiguinhos deles. Não existe coisa melhor. Além de ensinar, a gente aprende muito.” As grandes lições que Andresa carrega de sua passagem pela Casa são de gratidão e retribuição. Agora, ela procura oferecer essa mesma chance a outros que, como ela, procuram no local um futuro melhor. Associação Casa da Criança Bom filho a casa torna “No meio de toda a dificuldade encontra- se a oportunidade.” Albert Einstein, físico e cientista alemão
  • 53. Filho51 Paulo Alexandre Barbosa Uma epidemia de febre amarela deixou muitos órfãos na cidade de Santos. Para abrigar essas crianças e jovens, José Xavier Carvalho de Mendonça e Aureliano de Souza Nogueira da Gama criaram em 1889 a Casa da Criança. Ao longo da história, a entidade centenária abrigou necessitados em diferentes situações difíceis, rece- bendo os órfãos do surto de febre amarela em 1918, desabrigados do desabamento do Monte Serrat em 1928 e contribuindo com a Cruz Vermelha durante a Revolução Constitucionalista em 1932. “Tivemos freiras do Imaculado Coração de Maria que por quase um século colaboraram com a obra. Elas residiram aqui até 1985 para cuidar das crianças”, relembra o presidente, Irajá Vieira dos Santos. Hoje, a instituição atende mais de 400 crianças e jovens, tanto em regime de abrigo como de semi-internato – crianças de 0 a 6 anos na escola 13 de Maio e de 0 até 16 anos nos abrigos. Durante o dia, elas têm atividades escolares e extraescolares, formando uma grande família. “A gente procura dar um lar para essas crianças nesse período de transição da vida delas. E fazemos isso com muito carinho, porque lidar com o ser humano já é uma coisa delicada e lidar com a criança é a coisa mais maravilhosa que tem. Me emociona falar dessas coisas, lembrar as crianças que já passaram e que a gente conseguiu dar um encaminhamento satisfatório.” Irajá Vieira dos Santos, presidente “Comecei aqui há 30 anos. Eu vim tentar – nunca tinha nem trabalhado fora. Vim aqui e consegui, graças a Deus. Falei com a Irma Dalva e ela me chamou. Passei na entrevista e comecei na batalha de cuidar das 180 crianças que tinham naquela época, tudo na minha mão. Não vivo sem a Casa da Criança. Eu recebo muitos telefonemas de pessoas que passaram por aqui. É maravilhoso.” Francisca Cândida Pereira, coordenadora “A criança fica com a gente desde a manhã, quando tem toda a parte curricular. Ela aprende coordenação motora, per- cepção visual, vida prática. Toda parte de desenvolvimento é dada pra criança. Isso sem contar que os pais sabem que estão deixando os filhos em um lugar tranquilo, acolhe- dor, em que são passados valores para a criança.” Cléa Relvas Barral, diretora pedagógica Associação Casa da Criança Local: Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, nº 120 Macuco- Santos (SP) Fundação: 1889 Contato: (13) 3222-4500 Site: www.casadacriancasantos.org.br Programa exibido em: 02/11/07
  • 54. Lição de Vida 52 Nada é impossível para Deus. Basta ter fé e pedir para conseguir realizar, especialmente quando o pedido é uma obra de caridade para ajudar os necessitados. A Casa Vó Benedita nasceu praticamente do nada a fim de abrigar crianças necessitadas. Da mesma forma, ela renasceu nas mãos de uma mulher especial que assumiu com carinho esse desafio. Elizabeth Rovai de França, a tia Beth, como é carinhosamente chamada pelas crianças e por quem frequen- ta o local, chegou à entidade há 29 anos como uma das muitas pessoas que vão conhecer e ajudar momen- taneamente. Ela trabalhava na Cosipa e a turma da sala resolveu visitar algumas entidades para ajudar com festas de Natal – uma delas foi a Casa. A experiência de ajudar o próximo foi tão gratificante que Elizabeth e o marido passaram a realizar todo ano a festa, levando junto o filho, que era pequeno. Daí em diante sua história se confundiu com a da entida- de – Beth foi se envolvendo, ajudando cada vez mais, até que um dia o coração bateu mais forte e ela resolveu adotar uma menina, Bianca, que vivia no abrigo. “A gente confunde a nossa história com a daqui. Eu comecei, não parei mais e não dá para ficar sem”, conta. “Eu não entendo a minha vida sem a Casa Vó Benedita e a coisa se confunde mesmo.” Desses quase 30 anos envolvida com a instituição, em mais da metade – 15 anos – Beth está na direção. O trabalho foi ampliado, ganhou atendimento noturno para aumentar a ajuda às famílias. “Normalmente as mães saíam pra trabalhar, algumas estudavam, outras trabalhavam durante a noite e elas deixavam as crianças trancadas ou pagavam alguém para ficar com os filhos. Muitas vezes, eles fica- vam em situação de risco, se machucavam sozinhos e, nessa situação, acabavam sendo abrigados. Nós iniciamos o trabalho de creche noturna aqui”, comenta. Contando que a ideia da instituição surgiu no abrigo, onde chegam crianças vítimas de maus tratos e em situação de risco, Beth fala do seu sonho. “A gente sabe que lugar de criança não é em abrigo. O grande sonho é não ter abrigo nenhum e ter as crianças em família”. Enquanto as crianças precisam de ajuda, a tia Beth faz o que pode para cuidar delas com carinho. Casa Vó Benedita Dedicação que muda vidas “Façamos o que pudermos e, se não pudermos, peçamos a Deus para que possamos.” Santo Agostinho
  • 55. 53 Paulo Alexandre Barbosa A história da entidade começa em meados da década de 70, por volta de 1976, com uma senhora, Benedita, que cuidava das crianças carentes que eram deixadas em sua residência – algumas totalmente abandonadas pelos pais. Quando ela fale- ceu, em 1984, havia 19 crianças na entidade, a qual ficou sendo cuidada pelo médico Carlos de Azevedo e pela filha adotiva de Benedita, Maria Odila de Oliveira. Juntos, eles fundaram oficialmente em 1986 a Casa Vó Benedita. Anos depois, problemas pessoais levaram ao afastamento de Odila e mais tarde, dificuldades financeiras provocaram a desativação da instituição. As atividades voltaram em 1994 e desde então, a entidade conta com um abrigo 24 horas para crianças de 0 a 6 anos e o Espaço Noturno, creche noturna para bebês e crianças, cujas mães trabalham ou estudam à noite. O objetivo é incentivar mulheres a deixar a prostituição e, por isso, para colocar as crianças na entidade, elas devem participar de um curso profissionalizante no projeto Reconstruindo a Família, com aulas de culinária, costura, artesanato, cabeleireiro, manicure, alfabetização de adultos, entre outros. “Algumas mães já estão colocadas no mercado de trabalho. Duas mães aqui mesmo na Vó Benedita, como funcionárias, e elas, além do curso, saem a passeio, vão ao teatro com as monitoras e o mais baca- na de tudo é que quando a gente precisa delas pra alguma atividade da casa, elas estão sempre prontas pra ajudar - então acabam virando parceiras também. Depois de algum tempo você já vê que a autoestima melhora, elas come- çam a fortalecer a personalidade delas e até as crianças, a gente vê o reflexo nos filhos mesmo.” Elizabeth Rovai de França, a tia Beth, presidente da entidade “Essa creche veio pra fazer a diferença mesmo. Muitas mães deixavam as crianças sozinhas em casa, e elas cor- riam riscos. A creche noturna acolhe essas crianças e elas recebem um tratamento diferente de tudo que vivem. Muitas vezes elas chegam sujas, mal vestidas e aqui a gen- te consegue dar um tratamento bom. Elas chegam, tomam banhinho, se sentem em casa.” Tatiana Santana Freitas, monitora da creche “Para resgatar a autoestima, a gente trabalha com um grupo de mães do espaço noturno quinzenalmente. Esse grupo tem até um nome, o grupo Esperança. A gente procura trazer palestra sobre sexualidade feminina, violência infantil, a gente fala sobre educação saudável para os filhos, sempre trabalhando na orientação, dando apoio, fazendo com que elas estejam perto da gente e se sintam fortes para as difi- culdades do dia a dia.” Silvia Helena Mauri, psicóloga Casa Vó Benedita Local: Rua Carlos Caldeira, nº 675 Jardim Santa Maria- Santos (SP) Fundação: 1976 Contato: (13) 3299-5415 Site: www.casavobenedita.org.br Programa exibido em: 09/11/07