Este documento discute a intersecção entre arte e ciências da vida através de exemplos de artistas que usam materiais biológicos e ferramentas científicas em seus trabalhos. A bioarte desafia fronteiras tradicionais e levanta questões éticas sobre o uso de animais e organismos vivos. Alguns artistas buscam conscientizar o público sobre os impactos sociais e ambientais das biotecnologias.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
A Arte e as Ciências e Tecnologias da Vida
1. A Arte e as Ciências e
Tecnologias da Vida
Palmira Fontes da Costa
Universidade Nova de Lisboa
Escola Secundária Artística António Arroio
15 de Abril de 2008
2. • Uma estrutura tão bonita, tinha pura e
simplesmente de existir.
• James Watson, A Dupla Hélice, 1968
9. • Na Quinta, estou interessado em como a
aparência do presente e do futuro das coisas
são influenciados por uma série de pressões:
entre outras, o consumo humano, a estética, a
domesticação, as aplicações médicas. A flora e
a fauna da Quinta são facilmente
reconhecíveis. Ao mesmo tempo, correm o
risco de perder as suas identidades ancestrais.
• Alexis Rockman
10. bioarte --> nova encruzilhada entre a
cultura artística e a cultura científica
• incorporação de ferramentas da
biologia e da biomedicina na realização
de trabalhos artísticos
• uso de material vivo como meio
artístico
• Põe em causa as fronteiras tradicionais
do espaço laboratorial
12. Utilização do laboratório como atelier
Ou mesmo transformação de uma galeria de arte
num laboratório
13. • a componente fundamental não é já o
objecto mas o próprio processo de
criação artística
• diferentes formas de apresentação dos
trabalhos
• maior elemento participativo do
público.
15. • --> código morse --> pares de base de
DNA --> incorporação da sequência de
DNA em bactérias
• passagem do Livro do Génesis onde se
descreve a criação do homem: “Que o
homem domine os peixes do mar, as
aves do céu e todos os animais que
habitam a terra.”
• Internet --> radiação ultravioleta -->
mutações bactérias
17. Eduardo Kac, GFP Bunny (2000)
coelha transgénica criada por cientistas de um laboratório
francês, na qual foi introduzido o gene que produz a
proteína fluorescente verde
18. • Kac: organismos
geneticamente
modificados contestam
a pureza genética e
revelam a fluidez do
conceito de espécie e a
extensão dos conceitos
de biodiversidade,
incitando assim ao
estudo das noções de
normalidade, de
heterogeneidade, de
pureza, de hibridação e
de alteridade
19. • No entanto, Kac eclipsa todas as
referências à instrumentalização da
vida
• O problema da utilização de animais
para propósitos artísticos
• (painéis éticos)
20. • alguns artistas associados à bioarte não
só respeitam o sofrimento dos animais
vivos, como englobam nos seus
projectos estratégias com vista a colocar
em relevo a importância do cuidado
para com todas as formas de vida.
21. Georges Gessert
• É imprescindível o reconhecimento do outro
como parente próximo
• é bom trabalhar com plantas não só porque
elas têm padrões admiravelmente coloridos
mas, acima de tudo, porque elas não sofrem
23. Tissue culture and Art Project
• Fundado em 1996
• Faculdade de Anatomia e Biologia
Humana da Universidade de Austrália
Ocidental
• Oron Catts
• Ionat Zurr
24. • utilização de culturas de tecidos com
fins artísticos
• plataforma de reflexão sobre o nosso
relacionamento com a vida e as suas
formas limites da sua expressão
• Regra de não infligir sofrimento no
processo de obtenção de células e
tecidos.
28. Critical Art Ensemble
http://www.critical-art.net/
• Fundado em 1987
• Colectivo com artistas provenientes de
várias áreas de especialização
(informática, web design, filme/vídeo,
performance, entre outras)
• Explora as intersecções existentes
entre arte, teoria crítica, tecnologia e
activismo político
29. • “não será necessário relembrar a
fragilidade da condição humana e
finalizar a oposição artificial criada pelo
racionalismo clássico entre arte, ciência
e filosofia que não tem mais razão de
ser e poderá mesmo significar a morte
da nossa espécie?”
• Hervé Fisher
30. • De que modo a fertilização cruzada entre
arte, ciência e tecnologia pode contribuir para
a consciencialização do público em relação às
implicações sociais e éticas suscitadas pelo
desenvolvimento das biociências e das
biotecnologias?
• Até que ponto poderá lidar com os medos e
os anseios colocados por alguns dos
resultados e aplicações destes domínios?
• De que medos e inquietudes precisamos
afinal de nos libertar?
31. • nenhuma tecnologia é neutra e muito
menos a biotecnologia.
• Artistas/bioarte -> nova
responsabilidade como mediadores
entre as aplicações da ciência e o
público
32. • O grupo Critical Art Ensemble (CAE) é
aquele que mais tem trabalhado no
sentido de apontar os problemas graves
decorrentes da manipulação,
exploração e mercantilização da vida
pelos interesses corporativos da maioria
das empresas de biotecnologia
33. • Flesh Machine (1997-1998) e Society for
Reproductive Anachronisms (1999-2000)
• => ligações estreita entre a tecnologia da
reprodução de ponta e a eugenia
• Cult of the New Eve (2000)
• => denunciar os mitos implícitos no projecto da
sequenciação do genoma humano
• GenTerra (2001) e Free Range Grains(2003-2004)
• =>consciencializar o público sobre possíveis riscos
associados à criação de organismos
geneticamente modificados
• =>Marching Plage (2006) denunciaram os
problemas inerentes ao desenvolvimento de armas
biológicas.
37. Marta de Menezes
http://www.martademenezes.com
• Licenciada em Belas
• Artes, U. Lisboa
• Mestrado em Cultura Visual,
• U. Oxford
• Directora artística de
• Ectopia (laboratório de Arte Experimental do
Instituto Gulbenkian de Ciência)
41. Marta de Menezes, Patrícia tocando piano
(fragmento de retrato funcional)
http://www.martademenezes.com
42. Marta de Menezes, Retrato Proteico (2007)
MARTAISAVELSWVRALRIVEIRDEMENESESDASILVAGRACA
43. Mark Quinn, Self, 1991-
Escultura feita com 4.5 litros de
sangue do artista congelado,
retirado do seu corpo durante um
período de cinco meses.
Rembrandt, Auto-retrato
Com 23 anos
Notas do Editor
By growing Victimless Leather, the Tissue Culture & Art (TC&A) Project is further problematising the concept of garment by making it Semi-Living.
The Farm contextualizes the biotech industry's explosive advances in genetic engineering within the history of agriculture, breeding, and artificial selection in general. The image, a wide-angle view of a cultivated soybean field, is constructed to be read from left to right. The image begins with the ancestral versions of internationally familiar animals, the cow, pig, and chicken, and moves across to an informed speculation about how they might look in the future. Also included are geometrically transformed vegetables and familiar images relating to the history of genetics.
The Semi-Living Worry Dolls are created as iconic gesture for the audience to care for and express their innermost worries and anxieties. We chose to grow modern versions of the legendary Guatemalan Worry Dolls in the artificial womb (a bioreactor)."The Guatemalan Indians teach their children an old story. When you have worries you tell them to your dolls. At bedtime children are told to take one doll from the box for each worry & share their worry with that doll. Overnight, the doll will solve their worries. Remember, since there are only six dolls per box, you are only allowed six worries per day." We decided to give birth to seven dolls, as we are not kids anymore. We may not be allowed to have more than six worries but we surely have. The genderless, child-like dolls represent the current stage of cultural limbo. We gave them alphabetical names as we think that we can find a worry for each letter of the language that made us what we are now. While working on the Tissue Culture & Art Project, people expressed to us their anxieties. These dolls represent some of them. You are welcome to find new worries and new names… You will be able to whisper your worries to these dolls and hope that they will take these worries away.We hand crafted the dolls using degradable polymers and surgical sutures. We seed them with living cells just before the opening of the show. Over time the cells grow and slowly replace the synthetic materials. By the end of the exhibition the dolls will be almost completely made of living cells.Scientific collaborators on this project were Ian Sweetman and Neuroscientist Dr Stuart Bunt