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Arquiteturas de Redes

Introdução

         A tarefa de permitir a comunicação entre aplicações executando em máquinas distintas
envolve uma série de detalhes que devem ser cuidadosamente observados para que esta
comunicação ocorra de maneira precisa, segura e livre de erros. Por exemplo, detalhes de
sinalização dos bits para envio através dos meios de transmissão; detecção e correção de
erros de transmissão (pois a maioria dos meios de transmissão são passíveis de
interferências); roteamento das mensagens, desde sua origem até o seu destino, podendo
passar por várias redes intermediárias; métodos de endereçamento tanto de hosts quanto de
aplicações; cuidar da sintaxe e semântica da informação, de modo que quando uma aplicação
transmite um dado do tipo inteiro, a aplicação destino possa entendê-lo como do tipo inteiro;
etc.

        Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes de computadores são
estruturadas em camadas ou níveis, onde cada camada desempenha uma função específica
dentro do objetivo maior que é a tarefa de comunicação. As camadas são construídas umas
sobre as outras e cada camada oferece seus serviços para as camadas superiores, protegendo
estas dos detalhes de como os serviços oferecidos são de fato implementados.

       A camada N em uma máquina, para desempenhar suas funções estabelece uma
conversação com a camada N em outra máquina. As regras utilizadas nesta conversação são
chamadas de protocolo da camada N. As funções de cada camada são executadas por
entidades (processos, que podem ser implementados por software ou por hardware). Entidades
que executam em camadas correspondentes e em máquinas distintas são chamadas de
processos pares (peers). São os processos pares que se comunicam utilizando o protocolo de
sua camada. A figura abaixo ilustra estes conceitos para uma rede estruturada em 4 camadas.




        Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da camada N de uma máquina
para a camada N de outra máquina. Em vez disso, cada camada passa dados e informações
de controle para a camada imediatamente abaixo, até encontrar o meio físico, através do qual
a comunicação de fato ocorre. Na máquina destino a mensagem percorre o caminho inverso,
da camada mais inferior para a mais superior, com cada camada retirando e analisando as
informações de controle colocadas pela sua camada correspondente na máquina origem. Após
esta análise a camada decide se passa o restante dos dados para a camada superior. Estas
informações de controle correspondem ao protocolo da camada e também são conhecidos
como header do protocolo.

   Para ilustrar o conceito de comunicação através de múltiplas camadas, consideremos a
seguinte analogia:
•   Dois engenheiros em países diferentes desejam trocar informações sobre um projeto
       de engenharia. Um engenheiro só fala português e o outro só se comunica em inglês.
       Para se comunicarem eles decidem utilizar um tradutor;
   •   Considere ainda, que o idioma comum entre os tradutores seja o alemão e que o meio
       utilizado para transmissão dos dados seja o telégrafo;
   •   Assim, o engenheiro que fala português passa suas informações para seu tradutor que
       as traduz para o alemão. A mensagem em alemão é então passada ao telegrafista que
       as transmite para um telegrafista no outro país;
   •   Ao receber a mensagem, o telegrafista passa para o tradutor que a traduz para o inglês
       e a entrega para o engenheiro. A figura 3 ilustra essa comunicação, identificando os
       componentes da Arquitetura de Rede utilizada.




         Nota-se que existe uma interface entre cada par de camadas adjacentes. É ela que
definirá quais e como as funções oferecidas pela camada inferior podem ser acessadas pela
camada superior. Esta interface deve ser bastante clara, de modo que, ao trocar-se a
implementação de uma camada por outra completamente diferente, não seja necessário
modificar as outras camadas. Isso é possível desde que a interface entre as camadas seja
mantida. Por exemplo, trocando-se linhas telefônicas por transmissão via satélite, a
implementação da camada responsável por manipular o acesso ao meio de transmissão
deverá modificar completamente sua implementação, porém as demais camadas não sofrerão
estas modificações desde que os mesmos serviços anteriores e o modo como são oferecidos
sejam mantidos.

      Neste contexto o conjunto das camadas e protocolos é chamado de ARQUITETURA
DE REDE.

3.2. Padrões para Interconexão de Redes de Computadores

         As primeiras arquiteturas de rede foram desenvolvidas por fabricantes de
equipamentos, os quais desenvolviam soluções para interconexão apenas de seus produtos,
sem se preocuparem com a compatibilidade de comunicação com equipamentos de outros
fabricantes. Assim o fizeram, por exemplo, a IBM (International Business Machines
Corporation) ao anunciar sua arquitetura de rede SNA (System Network Architecture), e a DEC
(Digital Equipament Corporation) com sua DNA (Digital Network Architecture). Essas
arquiteturas são denominadas proprietárias.

        Desse modo, computadores de fabricantes diferentes não podiam se comunicar,
impondo uma grande limitação aos consumidores, pois ficam “amarrados” aos produtos de um
único fabricante, caso queira que seus equipamentos se comuniquem.
Torna-se evidente a necessidade de um conjunto de regras que permitam a
comunicação ou interconexão entre dois sistemas quaisquer, sem considerar seu fabricante.
Surgem as arquiteturas para interconexão de sistemas abertos: a Arquitetura Internet,
desenvolvida por pesquisadores patrocinados pelo Departamento de Defesa dos Estados
Unidos, e a Arquitetura OSI (Open Systems Interconnection) desenvolvida pela comunidade
internacional sob a coordenação da ISO (International Standards Organization).


Arquiteturas TCP/IP e Internet

        No final dos anos 60, a agência governamental americana ARPA (“Advanced Research
Projects Agency” – posteriormente rebatizada como DARPA), ligada ao DoD (“Department of
Defense”), iniciou uma parceria com universidades e organizações de pesquisa americanas
com o objetivo de investigar novas tecnologias de comunicação.

         Juntos, os participantes desenvolveram a primeira rede de comutação de pacotes, a
qual foi denominada de ARPANET (“Advanced Research Projects Agency Network”).

       O objetivo do projeto financiado pelo DARPA era o de permitir a comunicação entre
quaisquer conjuntos de redes interconectadas, usando tecnologia de comutação de pacotes.

        O protocolo TCP/IP começou a ser projetado em 1977 com o objetivo de ser o único
protocolo de comunicação da ARPANET. Em 1/1/1983, todas as máquinas da ARPANET
passaram a utilizar o TCP/IP como protocolo de comunicação. Isto permitiu o crescimento
ordenado da rede, eliminando as restrições dos protocolos anteriores.

        Em 1993, foram criados os protocolos HTTP e o browser Mosaic, dando início ao World
Wide Web (WWW). O World Wide Web foi o grande responsável pela crescimento exponencial
da Internet, pois permitiu o acesso a informações com conteúdo rico em gráficos e imagens e
de forma estruturada. O WWW foi também o grande motivador do uso comercial da Internet,
permitindo às empresas disponibilizar informações e vender produtos via Internet.

        No Brasil, o acesso à Internet foi iniciado com a conexão de instituições acadêmicas
como a Fapesp, USP, Unicamp, PUC-Rio, UFRJ e outras em 1989. Foram formados dois
backbones regionais, a RedeRio e a ANSP (An Academic Network at São Paulo) interligando
as principais instituições destes estados. Posteriormente foi criada a RNP (Rede Nacional de
Pesquisa) com o objetivo de formar um backbone nacional de acesso à Internet e de estimular
a formação de redes regionais como a Rede Minas, Rede Tchê e outras. Em 1995, foi liberado
o tráfego comercial, com a Embratel montando e operando o backbone comercial no Brasil. O
fornecimento de serviços IP não foi considerado monopólio da Telebrás, permitindo o
surgimento de provedores de acesso à Internet.

         Hoje o backbone da Internet no Brasil é formado por diversos backbones nacionais
interligados entre si, como a RNP, a Embratel e de outras empresas como IBM, Unisys,
GlobalOne e outros provedores. O Comitê Gestor da Internet Brasil é o responsável pela
determinação de regras e políticas para a porção brasileira da Internet e a Fapesp é
responsável pelo registro de nomes de domínio .br.

        TCP/IP é um acrônimo para o termo Transmission Control Protocol/Internet Protocol
Suite, ou seja é um conjunto de protocolos, onde dois dos mais importantes (o IP e o TCP)
deram seus nomes à arquitetura. O protocolo IP, base da estrutura de comunicação da Internet
é um protocolo baseado no paradigma de chaveamento de pacotes (packet-switching).

        Os protocolos TCP/IP podem ser utilizados sobre qualquer estriutura de rede, seja ela
simples como uma ligação ponto-a-ponto ou uma rede de pacotes complexa. Como exemplo,
pode-se empregar estruturas de rede como Ethernet, Token-Ring, FDDI, PPP, ATM, X.25,
Frame-Relay, barramentos SCSI, enlaces de satélite, ligações telefônicas discadas e várias
outras como meio de comunicação do protocolo TCP/IP.
A arquitetura TCP/IP, assim como OSI realiza a divisão de funções do sistema de
comunicação em estruturas de camadas. Em TCP/IP as camadas são:




Camada de rede

         A camada de rede é responsável pelo envio de datagramas construídos pela camada
Inter-Rede. Esta camada realiza também o mapeamento entre um endereço de identificação de
nível Inter-rede para um endereço físico ou lógico do nível de Rede. A camada Inter-Rede é
independente do nível de Rede.

Alguns protocolos existentes nesta camada são:

        • Protocolos com estrutura de rede própria (X.25, Frame-Relay, ATM)
        • Protocolos de Enlace OSI (PPP, Ethernet, Token-Ring, FDDI, HDLC, SLIP, …)
        • Protocolos de Nível Físico (V.24, X.21)
        • Protocolos de barramento de alta-velocidade (SCSI, HIPPI, …)
        • Protocolos de mapeamento de endereços (ARP - Address Resolution Protocol) - Este
        protocolo pode ser considerado também como parte da camada Inter-Rede.

         Os protocolos deste nível possuem um esquema de identificação das máquinas
interligadas por este protocolo. Por exemplo, cada máquina situada em uma rede Ethernet,
Token-Ring ou FDDI possui um identificador único chamado endereço MAC ou endereço físico
que permite distinguir uma máquina de outra, possibilitando o envio de mensagens específicas
para cada uma delas. Tais redes são chamadas redes locais de computadores.

         Da mesma forma, estações em redes X.25, Frame-Relay ou ATM também possuem
endereços que as distinguem uma das outras. As redes ponto-a-ponto, formadas pela
interligação entre duas máquinas não possuem, geralmente, um endereçamento de nível de
rede (modelo TCP/IP), uma vez que não há necessidade de identificar várias estações.


Camada Inter-Rede

         Esta camada realiza a comunicação entre máquinas vizinhas através do protocolo IP.
Para identificar cada máquina e a própria rede onde estas estão situadas, é definido um
dentificador, chamado endereço IP, que é independente de outras formas de endereçamento
que possam existir nos níveis inferiores. No caso de existir endereçamento nos níveis inferiores
é realizado um mapeamento para possibilitar a conversão de um endereço IP em um endereço
deste nível.

        Os protocolos existentes nesta camada são:

        • Protocolo de transporte de dados: IP - Internet Protocol
        • Protocolo de controle e erro: ICMP - Internet Control Message Protocol
• Protocolo de controle de grupo de endereços: IGMP - Internet Group Management
        Protocol
        • Protocolos de controle de informações de roteamento

        O protocolo IP realiza a função mais importante desta camada que é a própria
comunicação inter-redes. Para isto ele realiza a função de roteamento que consiste no
transporte de mensagens entre redes e na decisão de qual rota uma mensagem deve seguir
através da estrutura de rede para chegar ao destino.

          O protocolo IP utiliza a própria estrutura de rede dos níveis inferiores para entregar
uma mensagem destinada a uma máquina que está situada na mesma rede que a máquina
origem. Por outro lado, para enviar mensagem para máquinas situadas em redes distintas, ele
utiliza a função de roteamento IP. Isto ocorre através do envio da mensagem para uma
máquina que executa a função de roteador. Esta, por sua vez, repassa a mensagem para o
destino ou a repassa para outros roteadores até chegar no destino.


Camada de Transporte
        Esta camada reúne os protocolos que realizam as funções de transporte de dados fim-
a-fim, ou seja, considerando apenas a origem e o destino da comunicação, sem se preocupar
com os elementos intermediários. A camada de transporte possui dois protocolos que são o
UDP (User Datagram Protocol) e TCP (Transmission Control Protocol).

       O protocolo UDP realiza apenas a multiplexação para que várias aplicações possam
acessar o sistema de comunicação de forma coerente.

        O protocolo TCP realiza, além da multiplexação, uma série de funções para tornar a
comunicação entre origem e destino mais confiável. São responsabilidades do protocolo TCP:
o controle de fluxo, o controle de erro, a sequenciação e a multiplexação de mensagens.

         A camada de transporte oferece para o nível de aplicação um conjunto de funções e
procedimentos para acesso ao sistema de comunicação de modo a permitir a criação e a
utilização de aplicações de forma independente da implementação. Desta forma, as interfaces
socket ou TLI (ambiente Unix) e Winsock (ambiente Windows) fornecem um conjunto de
funções-padrão para permitir que as aplicações possam ser desenvolvidas independentemente
do sistema operacional no qual rodarão.

Camada de Aplicação
       A camada de aplicação reúne os protocolos que fornecem serviços de comunicação ao
sistema ou ao usuário.

        Pode-se separar os protocolos de aplicação em protocolos de serviços básicos ou
protocolos de serviços para o usuário:

       Protocolos de serviços básicos, que fornecem serviços para atender as próprias
necessidades do sistema de comunicação TCP/IP: DNS, BOOTP, DHCP

       Protocolos de serviços para o usuário: FTP, HTTP, Telnet, SMTP, POP3, IMAP, TFTP,
NFS, NIS, LPR, LPD, ICQ, RealAudio, Gopher, Archie, Finger, SNMP e outros.

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  • 1. Arquiteturas de Redes Introdução A tarefa de permitir a comunicação entre aplicações executando em máquinas distintas envolve uma série de detalhes que devem ser cuidadosamente observados para que esta comunicação ocorra de maneira precisa, segura e livre de erros. Por exemplo, detalhes de sinalização dos bits para envio através dos meios de transmissão; detecção e correção de erros de transmissão (pois a maioria dos meios de transmissão são passíveis de interferências); roteamento das mensagens, desde sua origem até o seu destino, podendo passar por várias redes intermediárias; métodos de endereçamento tanto de hosts quanto de aplicações; cuidar da sintaxe e semântica da informação, de modo que quando uma aplicação transmite um dado do tipo inteiro, a aplicação destino possa entendê-lo como do tipo inteiro; etc. Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes de computadores são estruturadas em camadas ou níveis, onde cada camada desempenha uma função específica dentro do objetivo maior que é a tarefa de comunicação. As camadas são construídas umas sobre as outras e cada camada oferece seus serviços para as camadas superiores, protegendo estas dos detalhes de como os serviços oferecidos são de fato implementados. A camada N em uma máquina, para desempenhar suas funções estabelece uma conversação com a camada N em outra máquina. As regras utilizadas nesta conversação são chamadas de protocolo da camada N. As funções de cada camada são executadas por entidades (processos, que podem ser implementados por software ou por hardware). Entidades que executam em camadas correspondentes e em máquinas distintas são chamadas de processos pares (peers). São os processos pares que se comunicam utilizando o protocolo de sua camada. A figura abaixo ilustra estes conceitos para uma rede estruturada em 4 camadas. Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da camada N de uma máquina para a camada N de outra máquina. Em vez disso, cada camada passa dados e informações de controle para a camada imediatamente abaixo, até encontrar o meio físico, através do qual a comunicação de fato ocorre. Na máquina destino a mensagem percorre o caminho inverso, da camada mais inferior para a mais superior, com cada camada retirando e analisando as informações de controle colocadas pela sua camada correspondente na máquina origem. Após esta análise a camada decide se passa o restante dos dados para a camada superior. Estas informações de controle correspondem ao protocolo da camada e também são conhecidos como header do protocolo. Para ilustrar o conceito de comunicação através de múltiplas camadas, consideremos a seguinte analogia:
  • 2. Dois engenheiros em países diferentes desejam trocar informações sobre um projeto de engenharia. Um engenheiro só fala português e o outro só se comunica em inglês. Para se comunicarem eles decidem utilizar um tradutor; • Considere ainda, que o idioma comum entre os tradutores seja o alemão e que o meio utilizado para transmissão dos dados seja o telégrafo; • Assim, o engenheiro que fala português passa suas informações para seu tradutor que as traduz para o alemão. A mensagem em alemão é então passada ao telegrafista que as transmite para um telegrafista no outro país; • Ao receber a mensagem, o telegrafista passa para o tradutor que a traduz para o inglês e a entrega para o engenheiro. A figura 3 ilustra essa comunicação, identificando os componentes da Arquitetura de Rede utilizada. Nota-se que existe uma interface entre cada par de camadas adjacentes. É ela que definirá quais e como as funções oferecidas pela camada inferior podem ser acessadas pela camada superior. Esta interface deve ser bastante clara, de modo que, ao trocar-se a implementação de uma camada por outra completamente diferente, não seja necessário modificar as outras camadas. Isso é possível desde que a interface entre as camadas seja mantida. Por exemplo, trocando-se linhas telefônicas por transmissão via satélite, a implementação da camada responsável por manipular o acesso ao meio de transmissão deverá modificar completamente sua implementação, porém as demais camadas não sofrerão estas modificações desde que os mesmos serviços anteriores e o modo como são oferecidos sejam mantidos. Neste contexto o conjunto das camadas e protocolos é chamado de ARQUITETURA DE REDE. 3.2. Padrões para Interconexão de Redes de Computadores As primeiras arquiteturas de rede foram desenvolvidas por fabricantes de equipamentos, os quais desenvolviam soluções para interconexão apenas de seus produtos, sem se preocuparem com a compatibilidade de comunicação com equipamentos de outros fabricantes. Assim o fizeram, por exemplo, a IBM (International Business Machines Corporation) ao anunciar sua arquitetura de rede SNA (System Network Architecture), e a DEC (Digital Equipament Corporation) com sua DNA (Digital Network Architecture). Essas arquiteturas são denominadas proprietárias. Desse modo, computadores de fabricantes diferentes não podiam se comunicar, impondo uma grande limitação aos consumidores, pois ficam “amarrados” aos produtos de um único fabricante, caso queira que seus equipamentos se comuniquem.
  • 3. Torna-se evidente a necessidade de um conjunto de regras que permitam a comunicação ou interconexão entre dois sistemas quaisquer, sem considerar seu fabricante. Surgem as arquiteturas para interconexão de sistemas abertos: a Arquitetura Internet, desenvolvida por pesquisadores patrocinados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e a Arquitetura OSI (Open Systems Interconnection) desenvolvida pela comunidade internacional sob a coordenação da ISO (International Standards Organization). Arquiteturas TCP/IP e Internet No final dos anos 60, a agência governamental americana ARPA (“Advanced Research Projects Agency” – posteriormente rebatizada como DARPA), ligada ao DoD (“Department of Defense”), iniciou uma parceria com universidades e organizações de pesquisa americanas com o objetivo de investigar novas tecnologias de comunicação. Juntos, os participantes desenvolveram a primeira rede de comutação de pacotes, a qual foi denominada de ARPANET (“Advanced Research Projects Agency Network”). O objetivo do projeto financiado pelo DARPA era o de permitir a comunicação entre quaisquer conjuntos de redes interconectadas, usando tecnologia de comutação de pacotes. O protocolo TCP/IP começou a ser projetado em 1977 com o objetivo de ser o único protocolo de comunicação da ARPANET. Em 1/1/1983, todas as máquinas da ARPANET passaram a utilizar o TCP/IP como protocolo de comunicação. Isto permitiu o crescimento ordenado da rede, eliminando as restrições dos protocolos anteriores. Em 1993, foram criados os protocolos HTTP e o browser Mosaic, dando início ao World Wide Web (WWW). O World Wide Web foi o grande responsável pela crescimento exponencial da Internet, pois permitiu o acesso a informações com conteúdo rico em gráficos e imagens e de forma estruturada. O WWW foi também o grande motivador do uso comercial da Internet, permitindo às empresas disponibilizar informações e vender produtos via Internet. No Brasil, o acesso à Internet foi iniciado com a conexão de instituições acadêmicas como a Fapesp, USP, Unicamp, PUC-Rio, UFRJ e outras em 1989. Foram formados dois backbones regionais, a RedeRio e a ANSP (An Academic Network at São Paulo) interligando as principais instituições destes estados. Posteriormente foi criada a RNP (Rede Nacional de Pesquisa) com o objetivo de formar um backbone nacional de acesso à Internet e de estimular a formação de redes regionais como a Rede Minas, Rede Tchê e outras. Em 1995, foi liberado o tráfego comercial, com a Embratel montando e operando o backbone comercial no Brasil. O fornecimento de serviços IP não foi considerado monopólio da Telebrás, permitindo o surgimento de provedores de acesso à Internet. Hoje o backbone da Internet no Brasil é formado por diversos backbones nacionais interligados entre si, como a RNP, a Embratel e de outras empresas como IBM, Unisys, GlobalOne e outros provedores. O Comitê Gestor da Internet Brasil é o responsável pela determinação de regras e políticas para a porção brasileira da Internet e a Fapesp é responsável pelo registro de nomes de domínio .br. TCP/IP é um acrônimo para o termo Transmission Control Protocol/Internet Protocol Suite, ou seja é um conjunto de protocolos, onde dois dos mais importantes (o IP e o TCP) deram seus nomes à arquitetura. O protocolo IP, base da estrutura de comunicação da Internet é um protocolo baseado no paradigma de chaveamento de pacotes (packet-switching). Os protocolos TCP/IP podem ser utilizados sobre qualquer estriutura de rede, seja ela simples como uma ligação ponto-a-ponto ou uma rede de pacotes complexa. Como exemplo, pode-se empregar estruturas de rede como Ethernet, Token-Ring, FDDI, PPP, ATM, X.25, Frame-Relay, barramentos SCSI, enlaces de satélite, ligações telefônicas discadas e várias outras como meio de comunicação do protocolo TCP/IP.
  • 4. A arquitetura TCP/IP, assim como OSI realiza a divisão de funções do sistema de comunicação em estruturas de camadas. Em TCP/IP as camadas são: Camada de rede A camada de rede é responsável pelo envio de datagramas construídos pela camada Inter-Rede. Esta camada realiza também o mapeamento entre um endereço de identificação de nível Inter-rede para um endereço físico ou lógico do nível de Rede. A camada Inter-Rede é independente do nível de Rede. Alguns protocolos existentes nesta camada são: • Protocolos com estrutura de rede própria (X.25, Frame-Relay, ATM) • Protocolos de Enlace OSI (PPP, Ethernet, Token-Ring, FDDI, HDLC, SLIP, …) • Protocolos de Nível Físico (V.24, X.21) • Protocolos de barramento de alta-velocidade (SCSI, HIPPI, …) • Protocolos de mapeamento de endereços (ARP - Address Resolution Protocol) - Este protocolo pode ser considerado também como parte da camada Inter-Rede. Os protocolos deste nível possuem um esquema de identificação das máquinas interligadas por este protocolo. Por exemplo, cada máquina situada em uma rede Ethernet, Token-Ring ou FDDI possui um identificador único chamado endereço MAC ou endereço físico que permite distinguir uma máquina de outra, possibilitando o envio de mensagens específicas para cada uma delas. Tais redes são chamadas redes locais de computadores. Da mesma forma, estações em redes X.25, Frame-Relay ou ATM também possuem endereços que as distinguem uma das outras. As redes ponto-a-ponto, formadas pela interligação entre duas máquinas não possuem, geralmente, um endereçamento de nível de rede (modelo TCP/IP), uma vez que não há necessidade de identificar várias estações. Camada Inter-Rede Esta camada realiza a comunicação entre máquinas vizinhas através do protocolo IP. Para identificar cada máquina e a própria rede onde estas estão situadas, é definido um dentificador, chamado endereço IP, que é independente de outras formas de endereçamento que possam existir nos níveis inferiores. No caso de existir endereçamento nos níveis inferiores é realizado um mapeamento para possibilitar a conversão de um endereço IP em um endereço deste nível. Os protocolos existentes nesta camada são: • Protocolo de transporte de dados: IP - Internet Protocol • Protocolo de controle e erro: ICMP - Internet Control Message Protocol
  • 5. • Protocolo de controle de grupo de endereços: IGMP - Internet Group Management Protocol • Protocolos de controle de informações de roteamento O protocolo IP realiza a função mais importante desta camada que é a própria comunicação inter-redes. Para isto ele realiza a função de roteamento que consiste no transporte de mensagens entre redes e na decisão de qual rota uma mensagem deve seguir através da estrutura de rede para chegar ao destino. O protocolo IP utiliza a própria estrutura de rede dos níveis inferiores para entregar uma mensagem destinada a uma máquina que está situada na mesma rede que a máquina origem. Por outro lado, para enviar mensagem para máquinas situadas em redes distintas, ele utiliza a função de roteamento IP. Isto ocorre através do envio da mensagem para uma máquina que executa a função de roteador. Esta, por sua vez, repassa a mensagem para o destino ou a repassa para outros roteadores até chegar no destino. Camada de Transporte Esta camada reúne os protocolos que realizam as funções de transporte de dados fim- a-fim, ou seja, considerando apenas a origem e o destino da comunicação, sem se preocupar com os elementos intermediários. A camada de transporte possui dois protocolos que são o UDP (User Datagram Protocol) e TCP (Transmission Control Protocol). O protocolo UDP realiza apenas a multiplexação para que várias aplicações possam acessar o sistema de comunicação de forma coerente. O protocolo TCP realiza, além da multiplexação, uma série de funções para tornar a comunicação entre origem e destino mais confiável. São responsabilidades do protocolo TCP: o controle de fluxo, o controle de erro, a sequenciação e a multiplexação de mensagens. A camada de transporte oferece para o nível de aplicação um conjunto de funções e procedimentos para acesso ao sistema de comunicação de modo a permitir a criação e a utilização de aplicações de forma independente da implementação. Desta forma, as interfaces socket ou TLI (ambiente Unix) e Winsock (ambiente Windows) fornecem um conjunto de funções-padrão para permitir que as aplicações possam ser desenvolvidas independentemente do sistema operacional no qual rodarão. Camada de Aplicação A camada de aplicação reúne os protocolos que fornecem serviços de comunicação ao sistema ou ao usuário. Pode-se separar os protocolos de aplicação em protocolos de serviços básicos ou protocolos de serviços para o usuário: Protocolos de serviços básicos, que fornecem serviços para atender as próprias necessidades do sistema de comunicação TCP/IP: DNS, BOOTP, DHCP Protocolos de serviços para o usuário: FTP, HTTP, Telnet, SMTP, POP3, IMAP, TFTP, NFS, NIS, LPR, LPD, ICQ, RealAudio, Gopher, Archie, Finger, SNMP e outros.