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Modelo OSI
Dos dois modelos que falei no parágrafo anterior, o OSI (Open Systems Interconnection –
Interconexão de sistemas abertos) não é implementado na prática, mas está presente nas provas de
certificação Cisco e será objeto de estudo neste livro.
A finalidade deste modelo, assim como o modelo TCP/IP, é possibilitar a comunicação entre
sistemas diferentes (heterogêneos) e a interação dos ativos de redes sobre os pacotes de transmissão
na rede, com base nas diretivas padronizadas do modelo.
A partir de agora, quando o termo “sistema” for utilizado entenda como sendo qualquer
equipamento componente de uma rede, seja um computador com sistema operacional Windows ou
Linux, ou um ativo de rede, tal como cabo, hub, switch, roteador etc.
O modelo OSI foi concebido sob um conceito que o divide em sete camadas. A finalidade de cada
uma destas camadas é prover um tratamento diferente das outras camadas sob o objeto que será
transmitido através da rede. Estas sete camadas trabalham em série, ou seja, quando uma camada
termina de executar o tratamento que lhe é atribuído sob o pacote de transmissão, o repassa para a
camada seguinte e assim sucessivamente até que ele seja enviado pelo cabo de rede ao seu destino,
que pode ser outro computador, ou um ativo de rede qualquer, tal como um switch.
Cada camada provê serviços à camada superior, e o acesso feito de uma camada à outra se dá por
meio de primitivas de serviços com identificação conhecidas com SAP (Service Access Point –
Ponto de acesso a serviço). Essas primitivas de serviço indicavam a qual aplicação pertencia cada
pacote de informação.
Introdução às camadas do modelo OSI
Para passar uma visão geral sobre este modelo basta entender que a camada 7 – camada de
aplicação – representa a própria aplicação, ou seja, um programa ou serviço. Para facilitar o
entendimento, é possível vincular esta camada à interface gráfica do aplicativo que o usuário está
operando na tela.
Na verdade, lembre-se de que todo programa e sua interface gráfica são, na verdade, apenas uma
representação visual de um processo que está ativo na memória do computador, recebendo a
atenção segmentada do processador.
Antes de continuar a leitura é preciso que você entenda o significado de alguns termos, os quais
passarão a ser utilizados com bastante frequência de agora em diante.
• Portadora: é o contêiner dentro do qual a informação que está sendo transmitida é
transportada.
• Encapsulamento: termo utilizado para se referir ao tratamento que uma camada dá aos dados
que chegam da camada superior. Este tratamento consiste na adição de informações em
cabeçalhos e/ou rodapés, que são inseridos, respectivamente, na frente e atrás da portadora.
Tais informações são inerentes à camada na qual a portadora está sendo tratada naquele
exato momento. Para exemplificar, na camada de rede a portadora recebe um cabeçalho com
endereços IP de destino e origem.
• SDU (Service Data Unit – Unidade de dados de serviço): nome usado para se referir à
portadora que já vem de camada superior, contendo os dados que estão sendo transmitidos
mais os dados que foram anexados pelo encapsulamento da camada de origem. Portanto, um
PDU (explicado logo a seguir) da camada superior vira SDU na camada inferior.
• PDU (Protocol Data Unit – Unidade de dados de protocolo): são os dados resultantes do
processamento feito pela camada adjacente, ou seja, a adição de cabeçalhos, a criptografia
nos dados, a segmentação da informação etc.
Para ilustrar toda atividade deste modelo, imagine um usuário que esteja
utilizando um computador para acessar o site de um banco na internet. Assim que ele digita o
endereço da página que deseja carregar, as engenhosas camadas do modelo OSI iniciam seus
trabalhos. A seguir vamos fazer um esboço superficial do que acontece. Mas antes você precisa
saber que, quando um pacote de transmissão é tratado por uma camada qualquer e este tratamento é
finalizado, este recebe o nome de PDU (Protocol Data Unit – Unidade de informação de protocolo).
Tecnicamente falando, quando uma porção de dados recebe tratamento da camada 6, seu PDU
recebe o nome de L6PDU (Layer 6 Protocol Data Unit – Unidade de informação de protocolo da
camada 6). Se estivéssemos nos referindo aos dados da camada dois, o PDU se chamaria L2PDU, e
assim sucessivamente.
Assim que o usuário dá “enter” para que o site do banco seja carregado, veja o que acontece:
• Passo 1 – Camada de aplicação – Camada 7: o aplicativo que o usuário está utilizando irá
definir, em comum acordo com o servidor, o protocolo que será utilizado neste nível, que é o
HTTPS (HyperText Transfer Protocol Secure – Protocolo de transmissão de hipertexto
seguro). Portanto, os dados desta camada são encapsulados com informações referentes ao
HTTP, com indicação da necessidade de implementação de criptografia pelo uso do HTTPS.
Nesta etapa o PDU recebe o nome de L7PDU ou “dados”.
Os dados são encapsulados com informações de cabeçalhos HTTPS e repassados à camada
de apresentação.
• Passo 2 – Camada de apresentação – Camada 6: os dados são codificados e, como não
podem ser transmitidos em clean text/Plaintext (texto puro) por ser uma transmissão de
dados bancários, são criptografados com SSL (Secure Socket Layer) e comprimidos para
otimizar a transferência dos dados utilizando a menor largura de banda possível.
Nesta etapa o PDU recebe o nome de L6PDU ou “dados”.
Os dados são encapsulados com informações da camada 6 e repassados à camada de sessão.
• Passo 3 – Camada de sessão – Camada 5: tem a função de promover a sincronização entre as
aplicações negociantes, ou seja, a aplicação cliente web do usuário e a aplicação servidora
web que irá fornecer os arquivos referentes à página do banco.
Nesta etapa o PDU recebe o nome de L5PDU ou “dados”.
Os dados são encapsulados com informações da camada 5 e repassados à camada de transporte.
• Passo 4 – Camada de transporte – Camada 4: esta camada possui tarefas bem especiais. A
primeira é dividir os dados originados das camadas superiores e quebrar em pedaços
menores e uniformes. Em seguida, dependendo dos dados que são transmitidos, ela poderá
ou não garantir que os dados sejam entregues sem erros. Como os dados que estão sendo
transmitidos estão encapsulados sob cabeçalhos HTTPS, é necessário que cada pacote seja
entregue sem erros. Tal controle é feito através de informações que esta camada adiciona ao
pacote, para controlar o que é transmitido em uma ponta da comunicação e o que chega à
outra ponta. Tal controle é feito pela adição de um rodapé à portadora do pacote com um
campo chamado FCS (Frame Check Sequence – Sequência de verificação de quadro), que é
um cálculo matemático feito com base no conteúdo do pacote. Existem outras tarefas, mas
comentaremos posteriormente.
Nesta etapa o PDU recebe o nome de L4PDU ou “segmento”.
Após adicionar vários dados de controle, o segmento é remetido à camada de rede.
Observação: as camadas 7, 6, 5 e 4 são indispensáveis, é claro. Contudo, para efeito de estudo
para as certificações CCENT e CCNA, dê maior ênfase ao estudo das camadas 3, 2 e 1. O
motivo é óbvio: os equipamentos Cisco trabalham mais nessas camadas.
• Passo 5 – Camada de rede – Camada 3: adiciona os endereços IP de origem e destino da
informação. Com base nas informações deste nível, os ativos de rede, principalmente os
roteadores, tomarão a decisão sobre qual a melhor rota de envio do pacote para que este
chegue ao destino, por exemplo.
Nesta etapa o PDU recebe o nome de L3PDU ou “pacote”.
Encapsuladas as informações de endereçamento, os dados vão à camada de enlace.
• Passo 6 – Camada de enlace – Camada 2: aqui o pacote recebe cabeçalho e rodapé, que
podem variar conforme o meio no qual o pacote será enviado. Caso seja uma conexão tipo
ethernet, receberá um cabeçalho e rodapé ethernet; se for uma conexão tipo serial, entre dois
roteadores, o conteúdo do pacote será encapsulado entre informações HLDC, PPP, ISL etc.
Nesta etapa o PDU recebe o nome de L2PDU ou “frame” (quadro).
Após o encapsulamento ele é repassado à camada física.
• Passo 7 – Camada física – Camada 1: esta camada tem por função apenas quebrar os frames
em uma sequência de bits e enviar através de cabo de rede, fibra ótica, ar ou qualquer meio
de transmissão que esteja sendo utilizado.
Nesta etapa o PDU recebe o nome de L1PDU ou “bit”.
Caso tenha prestado atenção enquanto lia o trecho anterior, viu que o nome dos PDUs das
camadas 7, 6 e 5 são exatamente os mesmos: “dados”. Na verdade, não existe um consenso com
relação a isto e, para a prova de certificação, no que se refere à camada OSI, o que é utilizado
para evitar questionamentos é a nomenclatura LxPDU, onde “x” é o numero da camada.
Quando chegar o momento de falar sobre o modelo TCP/IP veremos que este problema não
existe.
Observação: a numeração das camadas é de baixo para cima, sempre. Portanto, a camada física
será sempre a camada 1, enlace, a camada 2, redes, a camada 3, e assim sucessivamente.
Ficha de Leitura
SILVA, César F. G. Configurando Switches e Rpteadores CISCO. Guia para Certificação
CCENT/CCNA. Rio de Janeiro:Brasport, p. 06-10, 2013.

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Introdução às camadas do modelo OSI

  • 1. Modelo OSI Dos dois modelos que falei no parágrafo anterior, o OSI (Open Systems Interconnection – Interconexão de sistemas abertos) não é implementado na prática, mas está presente nas provas de certificação Cisco e será objeto de estudo neste livro. A finalidade deste modelo, assim como o modelo TCP/IP, é possibilitar a comunicação entre sistemas diferentes (heterogêneos) e a interação dos ativos de redes sobre os pacotes de transmissão na rede, com base nas diretivas padronizadas do modelo. A partir de agora, quando o termo “sistema” for utilizado entenda como sendo qualquer equipamento componente de uma rede, seja um computador com sistema operacional Windows ou Linux, ou um ativo de rede, tal como cabo, hub, switch, roteador etc. O modelo OSI foi concebido sob um conceito que o divide em sete camadas. A finalidade de cada uma destas camadas é prover um tratamento diferente das outras camadas sob o objeto que será transmitido através da rede. Estas sete camadas trabalham em série, ou seja, quando uma camada termina de executar o tratamento que lhe é atribuído sob o pacote de transmissão, o repassa para a camada seguinte e assim sucessivamente até que ele seja enviado pelo cabo de rede ao seu destino, que pode ser outro computador, ou um ativo de rede qualquer, tal como um switch. Cada camada provê serviços à camada superior, e o acesso feito de uma camada à outra se dá por meio de primitivas de serviços com identificação conhecidas com SAP (Service Access Point – Ponto de acesso a serviço). Essas primitivas de serviço indicavam a qual aplicação pertencia cada pacote de informação. Introdução às camadas do modelo OSI Para passar uma visão geral sobre este modelo basta entender que a camada 7 – camada de aplicação – representa a própria aplicação, ou seja, um programa ou serviço. Para facilitar o entendimento, é possível vincular esta camada à interface gráfica do aplicativo que o usuário está operando na tela.
  • 2. Na verdade, lembre-se de que todo programa e sua interface gráfica são, na verdade, apenas uma representação visual de um processo que está ativo na memória do computador, recebendo a atenção segmentada do processador. Antes de continuar a leitura é preciso que você entenda o significado de alguns termos, os quais passarão a ser utilizados com bastante frequência de agora em diante. • Portadora: é o contêiner dentro do qual a informação que está sendo transmitida é transportada. • Encapsulamento: termo utilizado para se referir ao tratamento que uma camada dá aos dados que chegam da camada superior. Este tratamento consiste na adição de informações em cabeçalhos e/ou rodapés, que são inseridos, respectivamente, na frente e atrás da portadora. Tais informações são inerentes à camada na qual a portadora está sendo tratada naquele exato momento. Para exemplificar, na camada de rede a portadora recebe um cabeçalho com endereços IP de destino e origem. • SDU (Service Data Unit – Unidade de dados de serviço): nome usado para se referir à portadora que já vem de camada superior, contendo os dados que estão sendo transmitidos mais os dados que foram anexados pelo encapsulamento da camada de origem. Portanto, um PDU (explicado logo a seguir) da camada superior vira SDU na camada inferior. • PDU (Protocol Data Unit – Unidade de dados de protocolo): são os dados resultantes do processamento feito pela camada adjacente, ou seja, a adição de cabeçalhos, a criptografia nos dados, a segmentação da informação etc. Para ilustrar toda atividade deste modelo, imagine um usuário que esteja utilizando um computador para acessar o site de um banco na internet. Assim que ele digita o endereço da página que deseja carregar, as engenhosas camadas do modelo OSI iniciam seus trabalhos. A seguir vamos fazer um esboço superficial do que acontece. Mas antes você precisa saber que, quando um pacote de transmissão é tratado por uma camada qualquer e este tratamento é finalizado, este recebe o nome de PDU (Protocol Data Unit – Unidade de informação de protocolo). Tecnicamente falando, quando uma porção de dados recebe tratamento da camada 6, seu PDU recebe o nome de L6PDU (Layer 6 Protocol Data Unit – Unidade de informação de protocolo da camada 6). Se estivéssemos nos referindo aos dados da camada dois, o PDU se chamaria L2PDU, e assim sucessivamente. Assim que o usuário dá “enter” para que o site do banco seja carregado, veja o que acontece: • Passo 1 – Camada de aplicação – Camada 7: o aplicativo que o usuário está utilizando irá definir, em comum acordo com o servidor, o protocolo que será utilizado neste nível, que é o HTTPS (HyperText Transfer Protocol Secure – Protocolo de transmissão de hipertexto seguro). Portanto, os dados desta camada são encapsulados com informações referentes ao HTTP, com indicação da necessidade de implementação de criptografia pelo uso do HTTPS. Nesta etapa o PDU recebe o nome de L7PDU ou “dados”. Os dados são encapsulados com informações de cabeçalhos HTTPS e repassados à camada de apresentação.
  • 3. • Passo 2 – Camada de apresentação – Camada 6: os dados são codificados e, como não podem ser transmitidos em clean text/Plaintext (texto puro) por ser uma transmissão de dados bancários, são criptografados com SSL (Secure Socket Layer) e comprimidos para otimizar a transferência dos dados utilizando a menor largura de banda possível. Nesta etapa o PDU recebe o nome de L6PDU ou “dados”. Os dados são encapsulados com informações da camada 6 e repassados à camada de sessão. • Passo 3 – Camada de sessão – Camada 5: tem a função de promover a sincronização entre as aplicações negociantes, ou seja, a aplicação cliente web do usuário e a aplicação servidora web que irá fornecer os arquivos referentes à página do banco. Nesta etapa o PDU recebe o nome de L5PDU ou “dados”. Os dados são encapsulados com informações da camada 5 e repassados à camada de transporte. • Passo 4 – Camada de transporte – Camada 4: esta camada possui tarefas bem especiais. A primeira é dividir os dados originados das camadas superiores e quebrar em pedaços menores e uniformes. Em seguida, dependendo dos dados que são transmitidos, ela poderá ou não garantir que os dados sejam entregues sem erros. Como os dados que estão sendo transmitidos estão encapsulados sob cabeçalhos HTTPS, é necessário que cada pacote seja entregue sem erros. Tal controle é feito através de informações que esta camada adiciona ao pacote, para controlar o que é transmitido em uma ponta da comunicação e o que chega à outra ponta. Tal controle é feito pela adição de um rodapé à portadora do pacote com um campo chamado FCS (Frame Check Sequence – Sequência de verificação de quadro), que é um cálculo matemático feito com base no conteúdo do pacote. Existem outras tarefas, mas comentaremos posteriormente.
  • 4. Nesta etapa o PDU recebe o nome de L4PDU ou “segmento”. Após adicionar vários dados de controle, o segmento é remetido à camada de rede. Observação: as camadas 7, 6, 5 e 4 são indispensáveis, é claro. Contudo, para efeito de estudo para as certificações CCENT e CCNA, dê maior ênfase ao estudo das camadas 3, 2 e 1. O motivo é óbvio: os equipamentos Cisco trabalham mais nessas camadas. • Passo 5 – Camada de rede – Camada 3: adiciona os endereços IP de origem e destino da informação. Com base nas informações deste nível, os ativos de rede, principalmente os roteadores, tomarão a decisão sobre qual a melhor rota de envio do pacote para que este chegue ao destino, por exemplo. Nesta etapa o PDU recebe o nome de L3PDU ou “pacote”. Encapsuladas as informações de endereçamento, os dados vão à camada de enlace. • Passo 6 – Camada de enlace – Camada 2: aqui o pacote recebe cabeçalho e rodapé, que podem variar conforme o meio no qual o pacote será enviado. Caso seja uma conexão tipo ethernet, receberá um cabeçalho e rodapé ethernet; se for uma conexão tipo serial, entre dois roteadores, o conteúdo do pacote será encapsulado entre informações HLDC, PPP, ISL etc. Nesta etapa o PDU recebe o nome de L2PDU ou “frame” (quadro). Após o encapsulamento ele é repassado à camada física. • Passo 7 – Camada física – Camada 1: esta camada tem por função apenas quebrar os frames em uma sequência de bits e enviar através de cabo de rede, fibra ótica, ar ou qualquer meio de transmissão que esteja sendo utilizado. Nesta etapa o PDU recebe o nome de L1PDU ou “bit”. Caso tenha prestado atenção enquanto lia o trecho anterior, viu que o nome dos PDUs das camadas 7, 6 e 5 são exatamente os mesmos: “dados”. Na verdade, não existe um consenso com relação a isto e, para a prova de certificação, no que se refere à camada OSI, o que é utilizado para evitar questionamentos é a nomenclatura LxPDU, onde “x” é o numero da camada. Quando chegar o momento de falar sobre o modelo TCP/IP veremos que este problema não existe. Observação: a numeração das camadas é de baixo para cima, sempre. Portanto, a camada física será sempre a camada 1, enlace, a camada 2, redes, a camada 3, e assim sucessivamente. Ficha de Leitura SILVA, César F. G. Configurando Switches e Rpteadores CISCO. Guia para Certificação CCENT/CCNA. Rio de Janeiro:Brasport, p. 06-10, 2013.