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O dia em que um sorriso mudou-me o dia
Já passavam das oito e meia da manhã, era o que mostrava aquele
insignificante relógio pendurado na parede da cozinha que toda a gente
tem. Disse ao meu pai que era melhor apressar-nos pois teriamos uma
longa e irritante viagem de uma hora, nem queria pensar que ia passar um
hora do meu dia sentada no banco do meu carro a ouvir as melhores vozes
do mundo e a olhar para aquilo que já conhecia de uma ponta a outra.
Começou a viagem, começou a música, começou a espera
incalculável de minutos e minutos que pareciam passar cada vez mais
lentamente. Apenas pensava “Porque é que a rádio não decide fazer algo
diferente, inovador, são sempre as mesmas músicas sempre a mesma
irritante e groça voz do locutor?” Mas era assim, assim que eu e toda a
gente passava o tempo no carro ainda sonolentos e desejosos por chegar ao
local pretendido.
E agora um semáforo, uma luz tremenda e luminosa da cor da equipa
bracarence. Semáforos, vieram trazer segurança ás pessoas, segurança,
ansiedade e nervosismo porque afinal, as pessoas irritadas de uma longa
viagem ainda têm de tolerar aquela luz vermelha.
E lá estava eu, no meio de uma grande fila de carros de todos os
feitios e todos as cores, mais uma forma de a desigualdade subir ao de
cima, mas algo aconteceu, algo que eu nem ninguém esperava, algo
supreendente, manifestador e inspirador. Foi naquele momento em que o
locutor anunciou as nove horas que tudo mudou, a voz groça e irritante
anunciou “Neste momento, milhões de pessoas estam no carro, a ouvir
rádio... convidamos- lhe a sorrir para o condutor ao lado, se ele também
estiver a ouvir, ele vai sorrir de novo.” Mas que raio, pensei eu, mas o que
deu ao locutor para fazer isto, que atitude hipócrita e descarada. Porém dei
por mim no meio de uma manifestação de sorrisos e trocas de palavras
simpáticas, não sabia o que fazer , não percebia a atitude de todos os
condutores e do meu próprio pai até que virei a cara e reparei num pequeno
menino , por volta dos três anos de idade de quem ninguém resiste, nem eu.
O menino sorriu para mim, levantou os cantos da boca e expôs os seus
dentes ainda em desenvolvimento decidi fazer o mesmo e confesso que não
poderia ter feito outra coisa, senti-me diferente, risonha, feliz.
Afinal , o locutor teve razão, transformou uma hora irritante num
momento simpático, memorável e peculiar.
Mariana Ribeiro Monteiro nº18 9ºA

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O dia em que um sorriso mudou-me o dia

  • 1. Inspirado no video: http://www.youtube.com/watch?v=ZnanqY82LlM O dia em que um sorriso mudou-me o dia Já passavam das oito e meia da manhã, era o que mostrava aquele insignificante relógio pendurado na parede da cozinha que toda a gente tem. Disse ao meu pai que era melhor apressar-nos pois teriamos uma longa e irritante viagem de uma hora, nem queria pensar que ia passar um hora do meu dia sentada no banco do meu carro a ouvir as melhores vozes do mundo e a olhar para aquilo que já conhecia de uma ponta a outra. Começou a viagem, começou a música, começou a espera incalculável de minutos e minutos que pareciam passar cada vez mais lentamente. Apenas pensava “Porque é que a rádio não decide fazer algo diferente, inovador, são sempre as mesmas músicas sempre a mesma irritante e groça voz do locutor?” Mas era assim, assim que eu e toda a gente passava o tempo no carro ainda sonolentos e desejosos por chegar ao local pretendido. E agora um semáforo, uma luz tremenda e luminosa da cor da equipa bracarence. Semáforos, vieram trazer segurança ás pessoas, segurança, ansiedade e nervosismo porque afinal, as pessoas irritadas de uma longa viagem ainda têm de tolerar aquela luz vermelha. E lá estava eu, no meio de uma grande fila de carros de todos os feitios e todos as cores, mais uma forma de a desigualdade subir ao de cima, mas algo aconteceu, algo que eu nem ninguém esperava, algo supreendente, manifestador e inspirador. Foi naquele momento em que o locutor anunciou as nove horas que tudo mudou, a voz groça e irritante anunciou “Neste momento, milhões de pessoas estam no carro, a ouvir rádio... convidamos- lhe a sorrir para o condutor ao lado, se ele também estiver a ouvir, ele vai sorrir de novo.” Mas que raio, pensei eu, mas o que deu ao locutor para fazer isto, que atitude hipócrita e descarada. Porém dei por mim no meio de uma manifestação de sorrisos e trocas de palavras simpáticas, não sabia o que fazer , não percebia a atitude de todos os condutores e do meu próprio pai até que virei a cara e reparei num pequeno menino , por volta dos três anos de idade de quem ninguém resiste, nem eu. O menino sorriu para mim, levantou os cantos da boca e expôs os seus dentes ainda em desenvolvimento decidi fazer o mesmo e confesso que não poderia ter feito outra coisa, senti-me diferente, risonha, feliz. Afinal , o locutor teve razão, transformou uma hora irritante num momento simpático, memorável e peculiar. Mariana Ribeiro Monteiro nº18 9ºA