2. Realizações e dificuldades Os primeiros governos republicanos desempenharam um papel decisivo tomando importantes medidas. Um dos principais ministros foi Afonso Costa. É ele que anuncia o novo programa político do Partido Republicano Português a 29 de Agosto de 1911.
3. As medidas fundamentais assentaram em três áreas. LAICIZAÇÃO DO ESTADO. Lei da separação da Igreja e do Estado. Expulsão das ordens religiosas e nacionalização dos seus bens. Estabelecimento do registo civil (nascimentos, casamentos e óbitos) obrigatório. Legalização do divórcio.
4. LEGISLAÇÃO SOCIAL Autorização e regulamentação da greve. Instituição do descanso semanal obrigatório. Limitação do horário de trabalho. Estas medidas que demoraram a ser efectivas serviam para agradar ao operariado, um dos motores da revolução Republicana.
5. ENSINO Instrução obrigatória e gratuita para todas as crianças entre os 7 e os 12 anos. Fundação das universidades de Lisboa e Porto.
6. Claro que estas medidas trouxeram dificuldades ao novo regime. Provocaram uma forte oposição da Igreja Católica. O Partido Republicano dividiu-se em vários partidos rivais (Partido Democrático e Evolucionista).
7. Os operários impacientavam-se com a lentidão na resolução dos seus problemas e levaram a cabo frequentes movimentos grevistas. Os Monárquicos continuavam a tentar derrubar o poder, conspirando contra o novo Regime.
8. Participação de Portugal na Guerra Uma das grandes decisões foi a da participação de Portugal na 1ª Grande Guerra. Uns defendiam a neutralidade, consideravam que não existiam condições para entrar na guerra ao lado dos Alemães.
9. Outros eram partidários da intervenção ao lado dos Aliados. Os Intervencionistas defendiam que essa era a única forma de quebrar o isolamento de Portugal. Achavam ainda que era a forma de garantir a posse das colónias Africanas.
10. Os Intervencionistas acabam por vencer a disputa. O Governo Republicano envia a partir de 1916, vários contingentes de tropas para Angola e Moçambique, que faziam fronteira com colónias Alemãs.
11. Oficiais do CEP Enviou também tropas para a frente de combate em França. CEP – Corpo Expedicionário Português. A intervenção de Portugal na guerra exigiu um enorme esforço militar, que agravou as dificuldades económicas internas.
12. Soldado Milhões Aníbal Augusto Milhais. Nasceu em 1895 em Trás-os-Montes. Foi integrado no CEP que em Maio de 1917 embarcou para França. A 9 de Abril de 1918 (véspera da substituição de tropas), iniciou-se a Batalha de LaLys (nome do rio local). Custou às nossas tropas 400 mortos, mais de 1500 feridos e para cima de 6500 prisioneiros e desaparecidos. Apesar dos esforços a resistência aos Alemães tornou-se quase impossível. Perderam a primeira linha, passando para a segunda, de forma a retardar a ofensiva de forma a chegarem reforços. É aqui que o soldado Milhais se torna conhecido. Face ao ataque Alemão, revelou sempre um notável sangue frio e enorme coragem nunca largando a sua metralhadora (a quem chamava “Sua menina”) disparando sempre. Logo que as suas munições acabavam, recorreu às dos mortos e feridos. Quando foi dada ordem para retirar o soldado Milhais manteve-se sozinho na trincheira, protegendo o recuo dos seus companheiros, salvando assim muitas vidas. Permaneceu enquanto pode até que chegou a sua retirada. Percorreu sozinho, praticamente sem nada para comer, várias dezenas de quilómetros, num terreno pantanoso e controlado pelos inimigos. Ao chegar, ao fim de seis dias, ao acampamento Português, coberto de lama e sangue, o seu comandante, o Major Ferreira do Amaral, abraçou-o e disse “Tens o nome de Milhais mas vales Milhões”. Daí o nome. Soldado condecorado e que acabou a sua vida na terra de Valongo de Milhais (anteriormente chamada de Valongo). A terra tem esse nome em homenagem ao soldado.
16. Esta participação aumentou ainda o descontentamento por parte de sectores importantes da população. Tudo junto, começa a existir uma grande agitação política, que leva a um período de Ditadura (1917-1918), sob a chefia do Major sidónio Pais.
17. Esta ditadura acaba com o assassinato do ditador, quando ia a embarcar, num comboio para o Porto. No meio destes problemas no País, o facto de entrar na guerra ao lado dos países vencedores, permitiu a Portugal garantir internacionalmente os seus direitos sobre as colónias Africanas.