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        CLÍNICA INTEGRADA DE ODONTOLOGIA

   CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA




            MÔNICA CARDOSO DE PAIVA




SEQÜÊNCIA DA CONFECÇÃO DE UMA PRÓTESE TOTAL




                        Monografia apresentada a Clínica
                        Integrada de Odontologia, como requisito
                        parcial para obtenção do grau Especialista
                        em Odontologia


                        Área de concentração: Prótese Dentária




                   Rio de Janeiro
                       2008
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          MÔNICA CARDOSO DE PAIVA




SEQÜÊNCIA DA CONFECÇÃO DE UMA PRÓTESE TOTAL




                      Monografia apresentada a Clínica
                      Integrada de Odontologia, como requisito
                      parcial para obtenção do grau Especialista
                      em Odontologia


                      Área de concentração: Prótese Dentária


                      Orientador: Prof. Dr. Sergio Motta




                 Rio de Janeiro
                     2008
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              MÔNICA CARDOSO DE PAIVA



SEQÜÊNCIA DA CONFECÇÃO DE UMA PRÓTESE TOTAL




                               Monografia apresentada a Clínica
                               Integrada de Odontologia, como requisito
                               parcial para obtenção do grau Especialista
                               em Odontologia


                               Área de concentração: Prótese Dentária


                               Aprovado em ______ / _______ / _______




                    BANCA EXAMINADORA




___________________________________________________________
                Orientador Prof. Dr. Sergio Motta



___________________________________________________________
                    Prof. Dr. Flavia Rabello



___________________________________________________________
                     Prof. Dr. Walter Fialho
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                             AGRADECIMENTOS



Agradeço a Deus em primeiro lugar por tudo o que tenho recebido. Em seguida aos

meus pais, Mauricio e Nely, pela base que me proporcionaram. Ao colega Paulo

Cezar, por toda dedicação durante o curso e o fornecimento de material didático

para a confecção da monografia. À CLIVO e a todos os professores com os quais

tive a oportunidade de conviver e estudar durante o curso. A todos vocês muito

obrigada.
14


                                DEDICATÓRIA



Dedico o cumprimento deste trabalho, ao meu marido Maurício, pela compreensão e

dedicação em todos os momentos em que precisei.
15


                                    RESUMO




          Conhecida como uma disciplina da Odontologia, a Prótese Total

considera o tratamento dos problemas gerados pelo edentulismo. Dentre a busca

para a confecção de uma Prótese Total, encontra-se um conjunto de procedimentos

de coleta de dados feitos na anamnese, na análise física intra e extra oral, e

finalmente na radiográfica, para que seja possível, através da metodologia revista

nesta monografia, a confecção de uma prótese cujo modo seja a reabilitação com

um tratamento removível.
16




                                    ABSTRACT



          Known as one it disciplines of the Odontology, the Complete Denture,

considers the treatment of the problems generated of the edentulism. Among the

search for the construction of a Complete Denture, a set of procedures by collecting

data during anamnese exams, physical intra and verbal extra (intra oral e extra oral),

and radiographic analysis, in order to be able, through the methodology reviewed in

this monograph, to make the prosthesis construction, in which the way is the

whitewashing with a removable treatment.
17




                                       LISTA DE ILUSTRAÇÕES



Fig. 1 - Radiografia panorâmica do caso clínico inicial ........................................                37

Fig. 2 - Caso clínico inicial com as próteses precárias....................................                     37

Fig. 3 - Rebordo remanescente superior ............................................................... 37

Fig. 4 - Rebordo remanescente inferior.................................................................. 37

Fig. 5 – Moldagem anatômica com alginato – Tipo I.............................................. 38

Fig. 6 - Moldagem anatômica com alginato - – Tipo I............................................. 38

Fig. 7 – Vedamento periférico com godiva de baixa fusão..................................... 38

Fig. 8 – Moldagem funcional com polieter (Impregnum ®)..................................... 38

Fig. 9 – Placa base e Planos de cera .................................................................... 39

Fig. 10 – Montagem dos dentes em articulador de charneira................................                       39

Fig. 11 – Visão de extrações feitas para instalação de prótese inferior.................                        39

Fig. 12 – Foto de prótese total superior e inferior instaladas.................................. 40

Fig. 13 – Visão facial em close..............................................................................   40
18




                                                           SUMÁRIO



1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................               10

2. OBJETIVOS ..................................................................................................            11

3. REVISÃO DE LITERATURA .........................................................................                         12

3.1. CONCEITO DE PRÓTESE ..............................................................................                    12

3.2. DESIGNAÇÃO DOS TIPOS DE PRÓTESE ....................................................                                  13

3.3. PRÓTESE TOTAL (DENTADURA COMPLETA) .............................................                                      14

3.3.1. Histórico......................................................................................................     14

3.3.2. Análise das funções orgânicas para o diagnóstico e tratamento ....                                                  15

3.3.3. História Médica ...................................................................................                 16

3.3.4. História Dentária .................................................................................                 17

3.3.4.a. Exame extra-oral ..............................................................................                   17

3.3.4.b. Exame intra-oral ..............................................................................                   18

3.3.5. Tratamento ..........................................................................................               19

3.4. PROCESSO DE CONFECÇÃO DA PRÓTESE TOTAL .................................                                              20

3.4.1. Moldagem .....................................................................................................      20

3.4.2. Registro da Relação das Arcadas ......................................................                              22

3.4.3. Registro da Dimensão Vertical de Oclusão ...............................................                            23

3.4.4. Estética ........................................................................................................   25

3.4.5. Orientações ao paciente ..............................................................................              27

4. DISCUSSÃO ........................................................................................................      28

5. CONCLUSÃO ......................................................................................................        31
19

REFERÊNCIAS ........................................................................................................         32

ANEXO ....................................................................................................................   36



                                    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS




DTM - Disfunção Temporo Mandibular

DV -        Dimensão Vertical

DVO - Dimensão Vertical de Oclusão

PPR -       Prótese Parcial Removível

PT -        Prótese Total

PTs -       Próteses Totais
20




1 INTRODUÇÃO




           No futuro espera-se que sejam inseridas num capítulo histórico da
Odontologia o termo Próteses Totais. Atualmente, portanto, este termo corresponde
uma necessidade terapêutica tanto na reabilitação do sistema estomatognático
como também na reabilitação psicossocial (TURANO, 2000).
        A visão de pessoas sem elementos dentários em alguns momentos mexe
com o emocional de quem tem o convívio próximo às mesmas. A procura de
tratamentos reabilitadores totais tem sido motivo de estudo e metodologia, as mais
diversas possíveis durante séculos e quando o indivíduo perde os dentes ele
modifica sua forma de falar, de mastigar, de deglutir, além de sair do padrão de
estética aceitável, prejudicando inclusive o seu relacionamento interpessoal, o que
pode modificar o seu comportamento social, emocional e psicológico (POMILIO,
2002)
           Este trabalho procura conduzir uma investigação sobre a aplicação
das próteses totais (PTs), uma das soluções possíveis para edentulismo. Os
tratamentos possíveis para o edentulismo mandibular são a prótese total, a
prótese total retida por implante, e a prótese fixa implanto-suportada. Neste
trabalho iremos tratar especificamente da colocação de uma prótese total PT,
por ser uma solução menos complexa, prolongada e cara em relação aos outros
dois tratamentos (KOKA & ECKERT, 2006).
           Embora constitua uma opção mais simples para o paciente, a
confecção de uma PT comporta uma série de procedimentos a serem executados
pelo profissional, tornando necessária uma descrição da seqüência completa de
todo o processo, que englobe não só a produção em si da PT, mas toda a gama
de fatores que envolvem a sua aplicação.
           O primeiro item a ser considerado nesta tarefa é a compreensão dos
conceitos, bem como as possíveis classificações da prótese em questão. Em
seguida, consideraremos a execução de uma anamnese, que abranja um
21


histórico médico e dental do paciente, incluindo o relato da evolução da perda dos
dentes e os motivos da extração. Por fim, faremos uma abordagem das técnicas de
confecção da PT, desde a preparação até a sua conclusão.


2 OBJETIVOS




          Esta revisão bibliográfica tem como objetivo expor minuciosamente a
técnica simplificada de confecção de uma prótese total, de modo a se constituir
um guia auxiliar ao dentista que vise implementar este tipo de tratamento,
abordando dois aspectos fundamentais desta prática: em primeiro lugar,
fazendo com que o profissional se familiarize com o processo e utilize mais
facilmente as técnicas de fabricação da prótese total; em segundo, fornecendo,
a partir do histórico médico e dental do paciente edêntulo, um suporte para
identificação dos pacientes adequados ou não ao procedimento.
22




3 REVISÃO DE LITERATURA




3.1 CONCEITO DE PRÓTESE


          A palavra prótese tem origem no grego, em que “pro” significa diante, em
lugar de; e “thesis”, colocar. Todavia, esta palavra (prótese), etimologicamente,
corresponde à colocação de algo sobre alguma outra coisa, e até mesmo no lugar
de outra. Explicando cientificamente, a prótese é “a parte da terapêutica cirúrgica
que tem por objetivo recolocar, mediante uma preparação artificial, um órgão
perdido totalmente ou em parte, ou ocultar uma deformidade” (ALTUBE, 1960).
          As PTs são aparelhos mecânicos que funcionam na cavidade oral.
Assim, devem constituir um conjunto harmônico com a função neuromuscular
normal, que são funções complexas e altamente individuais. Funções como a
fala, a mastigação, a deglutição, o sorriso e a risada, são diretamente afetadas
pela ação sinérgica da PT com a língua, lábios, bochechas e assoalho da boca
(BERESIN & SCHIESSER, 1976).
          A substituição de um tecido perdido ou não formado remete ao
conceito básico de confecção de uma prótese. A prótese contém a expressão
mais médica da odontologia, na medida em que substitui, no corpo humano, um
segmento anatômico perdido (McCOLLUN, 2000).
          Especificamente na área da odontologia, no entanto, o estudo da
oclusão é considerado o maior desafio da Odontologia, e deve ser levado em
consideração. Por este motivo os que cursam prótese dentária devem estar
familiarizados com a anatomia, desenho e escultura de um dente, além de saber
o devido lugar dos demais elementos dentários, para posteriormente avaliar o
conjunto de ambos os arcos dentários, maxilar e mandibular, conforme o
sistema estomatognático – título que foi dado por Thompson e cuja coordenação
funcional inclui a mastigação e a deglutição, a fonação, a respiração e a postura
da mandíbula, língua e osso hióide. (ESCANHUELA et al, 2001)
23




3.2 DESIGNAÇÃO DOS TIPOS DE PRÓTESE


            Existem vários tipos de classificação para as próteses dentárias.
Classificações de ordem funcional e anatômica são importantes auxiliares na
consideração dos elementos para escolha da PT mais adequada a cada
situação.    Serão   apresentadas   aqui   as   classificações   de   dois   autores,
complementares entre si, visando uma especificação mais precisa das PTs.
            A primeira classificação, dada quanto à sua função e objetivo, divide
as PTs em seis tipos: a prótese unitária tem o objetivo de restaurar um ou mais
dentes, com destruição total ou parcial da coroa dentária; a prótese parcial fixa
necessita de retentores para sua fixação; a prótese parcial removível,
desenvolvida para reabilitar os espaços resultantes dos dentes perdidos e da
fibromucosa gengival; a prótese total, que substitui os arcos dentários perdidos
além do osso alveolar e da fibromucosa gengival. Esta é utilizada quando não é
possível a construção de uma prótese parcial fixa. Por fim, tem-se ainda a
prótese ortodôntica e prótese buco-maxilo-facial. (TURANO, 2000)
            A segunda classificação faz outro tipo de descrição das próteses e as
divide quanto ao seu uso durante a transição da condição de dentado para
edêntulo, comportando quatro tipos: a prótese imediata, que pode ser uma
prótese total ou prótese parcial removível, fabricada para colocação imediata
após a remoção dos dentes remanescentes; a prótese provisória ou interina,
que é uma prótese desenhada para realçar a estética do paciente, estabilidade
e função, por um período limitado de tempo, e após o qual ela deve ser
substituída por uma definitiva. Uma prótese interina também pode ser utilizada
como base de uma futura prótese transitória quando o paciente não tem
nenhum outro aparelho protético. Temos ainda a prótese transitória, que é uma
prótese parcial removível (PPR), usada como uma prótese interina, na qual
dentes artificiais são adicionados quando dentes naturais são perdidos e
substituídos após extração. Por fim, a chamada dentadura de tratamento, que
24


consiste numa prótese usada com o propósito de modelar e condicionar as
estruturas de suporte (MERSEL, 2000).




3.3 PRÓTESE TOTAL (DENTADURA COMPLETA)


3.3.1 Histórico


          Mais recente do que as próteses unitárias fixas, cujos vestígios históricos
datam de civilizações da antiguidade, a técnica da prótese total, no entanto, se
considerada dentro da prática da odontologia, é uma das mais antigas. A prática da
prótese total se confunde com o início da odontologia como ciência e arte, em 1728,
quando Pière Fouchard resolve o problema da retenção das próteses totais
superiores através das “câmaras de vácuo”, ou seja, com o uso da pressão
atmosférica. Um dos primeiros registros históricos encontrados desta prática, no
entanto, data do século XVII, e descreve uma dentadura feita a partir de um molar
de hipopótamo. (ALDROVANDI, 1946)
          A modelagem de dentes artificiais, como se conhece hoje em dia, seguiu
um longo percurso histórico, que se inicia na modelagem em marfim, como já vimos,
até a utilização da porcelana em meados do século XVIII. No entanto, estes dentes
passaram a ser industrializados apenas a partir de 1914, pela empresa Dentist’s
Supply. (MORAIS, 1958)
          A técnica mais aproximada dos dias atuais, utilizada na confecção das
bases resultou da evolução tecnológica industrial do século XIX, sobretudo a partir
do descobrimento da vulcanização da borracha por Charles Goodyear em 1839. A
transformação da borracha flexível em uma substância dura e firme foi realizada por
seu irmão Nelson, e em 1851 patenteou o polímero que ficou conhecido como
vulcanite. As próteses confeccionadas com este material, no entanto, apresentavam
neste início uma série de desvantagens, como uma coloração não estética e a
dificuldade de adaptação do material à mucosa bucal. (DOMITI et al, 1999)
          Uma forma de reposição total descrita na literatura, e que parece ter sido
bastante aplicada ao longo do século XIX, consistia em esculpir o marfim a partir de
uma modelagem - feita inicialmente de cera de abelhas, e posteriormente de gesso -
25


configurava um trabalho que requeria grande habilidade artesanal. A massa modelar
que sucedeu ao gesso ficou conhecida como godiva e foi introduzida por Charles
Stent em 1875, tendo sido aperfeiçoada em 1880 e amplamente divulgada a partir
de então. Até o século XVIII existem ainda descrições de bases para as PTs feitas
de ouro, prata e estanho, mas além de serem opções bastante caras, não tiveram
muito sucesso. (TURANO, 2000)


3.3.2 Análise das funções orgânicas para o diagnóstico e tratamento


          O sucesso da confecção de uma dentadura é obtido a partir da
identificação precoce de possíveis problemas potenciais, encontrados antes de
começar o tratamento, no qual o dentista deve realizar um exame minucioso de
cada paciente de prótese total. A execução deste exame deverá ser feito de
forma criteriosa, a fim de derem identificados problemas de saúde, anatômicos
ou dificuldades emocionais, capazes de alterar o resultado final. Inicialmente,
portanto, deve ser realizada uma detalhada avaliação das condições da
cavidade bucal, para o bom planejamento da Prótese Total. Isto significa que a
anamnese é fator primordial para o começo do tratamento. A história médica e
dental de cada paciente poderá incluir o relato da evolução de sua perda dental,
os motivos das extrações, e, se for o caso, experiências prévias com próteses,
de tipo removível ou total (PAULINO et al, 1992).
          Para ajudar a criação de uma aparência natural, alguns caminhos podem
ser buscados para auxiliar a orientação profissional: o exame das dentaduras
anteriores, dos registros pré-extração, da forma, do tamanho, da sombra e da
coloração do dente, bem como de sua arrumação. (ALI & HOLLISEY-MCLEAN,
1999)
          Além de proporcionar a reabilitação da boca do indivíduo, as próteses
possibilitam a recomposição do sistema estomatognático. Portanto, é fundamental
que se faça, para este tipo de prótese, um estudo de anatomia e da fisiologia do
esqueleto visceral, tendo sempre em mente que são os locais mais expressivos
da comunicação, responsáveis pelas expressões faciais, e onde está a porta da
sobrevivência humana pela alimentação. A estética tem sido, no entanto, a maior
motivação dos pacientes e esta deve ser resultado da aplicação profissional em
um trabalho artístico – artesanal. Neste aspecto, o cirurgião-dentista, assistido
26


com a compreensão do paciente, deve orientá-lo acerca de seu formato de
rosto, postura labial, distribuição e detalhes na forma dos dentes, levando em
consideração o sexo e a idade., além de outros fatores que podem ser
examinados. O profissional deve ajudar a esclarecer sobre o objetivo maior do
tratamento, que é formar um conjunto harmonioso que irá individualizá-lo em
seu meio. (TURANO, 2000)
          A prótese total não deve ser apenas um substituto dos arcos dentários
inferior e superior que foram perdidos. Deve também suprir o osso alveolar e a
fibromucosa gengival. Deste modo, os problemas de saúde geral – caracterizada
pelo bem-estar físico do corpo humano, juntamente com a sua dimensão psíquica e
social - devem ser considerados em conjunto. (ESCANHUELA et al, 2001)
          O resultado da aparência facial no paciente edêntulo envolve a
substituição dos tecidos perdidos após a extração, o uso de uma adequada
dimensão vertical de oclusão, além de uma correta seleção e colocação dos
dentes artificiais (ABRAO et al, 2003).


3.3.3 História Médica


          O paciente idoso está lutando não só com o problema dental, mas
também com vários problemas físicos e de saúde, e muitas vezes este tipo paciente
apresenta diminuição do sulco salivar, o que acarreta instabilidade da prótese e
dificuldade de adaptação da mesma (MERSEL, 2000).
          Pacientes com comprometimentos sistêmicos, como diabetes mal
controlado podem apresentar demora na cicatrização dos alvéolos dentários após a
extração, e isso freqüentemente resulta em maior perda óssea no rebordo
remanescente. (TELLES et al, 2003)
          Além do diabetes descontrolado, deficiências nutricionais, ou outras
doenças debilitantes podem ser a causa da apresentação de mucosas não
ideais para sustentarem dentaduras, por ficarem mais propensas a lesões e por
sofrerem retardo na cicatrização. Fatores que afetam o controle neuromuscular -
tais como história de Acidente Vascular Cerebral ou doença de Parkinson -
podem comprometer a capacidade do paciente de controlar as dentaduras intra-
oralmente. (DUNCAN & TAYLOR (2004).
27




3.3.4 História Dentária


          O profissional deve ser cuidadoso em examinar o paciente quanto a
possíveis lesões cutâneas. É fundamental investigar quanto a lesões extra e
intra   orais,    que       podem,    de    outra      forma,    passar   despercebidas.
(SHILLINGBURG, 1998).
          Deve-se ainda proceder com cautela caso as reclamações do paciente
pareçam muito exageradas ou sem embasamento. No caso do dentista e do
paciente não concordarem sobre as expectativas reais para as novas dentaduras,
não é aconselhável dar início ao tratamento. (ABRAO et al, 2003)
          O      paciente    deve    ser   inquirido    acerca   de   algumas   questões
fundamentais, como o que levou à perda dos dentes, por quanto tempo ele usa
dentaduras, quantas dentaduras ele já fez/usou, se já usou dentaduras
anteriores, quais os problemas apresentados pela prótese e quais as demandas
em suas dentaduras atuais (DUNCAN & TAYLOR, 2004).
          Assim como é importante o entendimento da história médica do
paciente, é também fundamental a compreensão da sua história dentária
anterior, para o sucesso do tratamento com a prótese total (OWEN, 2006).


3.3.4.a. Exame extra-oral


          Caso seja efetuada a decisão de continuar o tratamento, é
fundamental que o paciente se encontre com ótima condição de saúde nos
tecidos de suporte da dentadura, pois a presença de respostas hiperplásicas do
tecido, como por exemplo uma hiperplasia papilar inflamatória, ou uma epúlide
fissurada, precisariam ser imediatamente tratadas. A eliminação dos fatores
etiológicos deve ser feita através da terapia anti-fúngica. (FERREIRA, 1995).
          Distúrbios neurológicos ou Acidente Vascular Cerebral podem ser
exemplos de fatores resultantes da Assimetria Facial. Neste caso, a anamnese ajuda
28


a identificar a causa destes fatores durante o seu percurso. (SHILLINGBURG,
1998)
          A reabsorção do rebordo alveolar pode causar a alteração da dimensão
vertical em muitos pacientes, que podem também ter um possível desgaste
significante dos dentes da atual dentadura (DARVELL & CLARK, 2000).
          A Articulação têmporo-mandibular deve ser apalpada e o movimento
mandibular deve ser avaliado, pois limitações na abertura podem comprometer a
construção de próteses totais e criar dificuldades para o paciente na remoção e
inserção das próteses. A ocorrência ou não de lesões cutâneas é vista a partir de
um exame minucioso do paciente. (PEGORARO, 2001).


3.3.4.b. Exame intra-oral


          Se o paciente já se encontra utilizando dentaduras completas, estas
devem ser avaliadas cuidadosamente quanto à oclusão, extensão da borda,
retenção, fala e estética (ALI & HOLLISEY-McLEAN, 1999).
          O sucesso da colocação das próteses depende da qualidade e da
quantidade da saliva. Sendo esta pouca, ou se apresentando espessa,
propiciam um ambiente desfavorável para o conforto do paciente, sobretudo
para retenção das Próteses totais (LECHNER & ROESSLER, 2001).
          As reclamações do paciente sobre as suas atuais dentaduras devem ser
levadas em consideração pelo dentista, que precisa tentar correlacionar estas
queixas com seus achados clínicos. Podem ser feitas melhorias nas novas
dentaduras, caso o dentista encontre uma relação direta, ou seja, deve haver
correlação entre as reclamações do paciente e o exame clínico do profissional.
Caso contrário, é provável que ocorra dúvidas sobre a manipulação do paciente,
assim como o êxito do resultado final (IVANHOE, 2002).
          Na avaliação inicial da anatomia e das dimensões ósseas, notadamente
no sentido vertical, é essencial que se faça uma radiografia panorâmica, para que
se tenha informações preliminares da anatomia óssea e possíveis lesões ósseas
(TELLES et al, 2003).
          É necessário que o dentista examine com espelho clínico e palpação
digital toda a cavidade bucal do paciente, seguindo, por sua vez, uma seqüência
definida, examinando toda a cavidade oral. (SHANAHAN, 2004).
29


          Deve-se fazer a avaliação quanto à forma, altura e possíveis áreas dos
contornos e dos rebordos residuais que precisem ser modificadas. Os rebordos
ideais são os arredondados e sem reentrâncias. É necessária também a verificação
de proeminências ósseas agudas, tórus e tuberosidades amplas e com reentrâncias,
que precisem de cirurgias pré-protéticas prévias. (DUNCAN & TAYLOR, 2004).
          O dentista deveria verificar – caso o paciente seja um edêntulo
recente – se haverá espaço interarco o bastante para permitir lugar para a base
das dentaduras e os dentes, visto que podem comprometer o resultado
inserções altas dos músculos, reabsorção de rebordo significante e rebordos
residuais em forma de lâmina de faca (GRAGEDA & THAMMASITHIBOON, 2006).


3.3.5 Tratamento


          Dependendo do paciente, a confecção de próteses com funções
adequadas pode demandar uma cirurgia prévia das estruturas de suporte.
Fatores adicionais desempenham um papel significativo no resultado do
tratamento e, de acordo com as circunstâncias, deve haver o encaminhamento do
paciente a um protesista. Estes fatores adicionais influenciarão no resultado de
uma possível reconstrução cirúrgica, sendo relevante considerar fatores relativos
à saúde, aos desejos, à história dentária passada e às condições financeiras do
paciente. Todavia, quando não são propostas cirurgias prévias na confecção das
próteses, devem ser usadas técnicas protéticas de natureza especializada para
se obter um resultado de tratamento adequado. Neste caso é necessário que o
dentista oriente esse paciente a um protesista (McCORD & GRANT, 2000).
          A altura óssea residual deve ser proporcional na mandíbula. Além disso, é
importante ter uma boa relação de arcada e uma morfologia de rebordo residual
favorável. Dois aspectos devem ser levados em consideração, neste sentido, para
que estes fatores não interfiram negativamente na fabricação de uma prótese bem
sucedida: se há fornecimento de estabilidade e suporte adequados, e uma retenção
e níveis de inserções musculares suficientes (LECHNER & ROESSLER, 2001).
          É possível que o dentista seja ajudado na sua decisão com o
desenvolvimento de uma classificação para a anatomia do edentulismo completo
apresentada pelo Colégio Americano de Prótese. Este sistema de classificação
garante que seja feita uma avaliação objetiva do paciente. Assim, são verificadas as
30


seguintes categorias: altura óssea mandibular, relação das arcadas, morfologia do
rebordo residual maxilar e inserção dos músculos (DUNCAN & TAYLOR, 2004)
            Uma vez revisada a história do paciente e realizado um exame
completo, cabe ao dentista decidir se é melhor tratar do paciente ou encaminhá-
lo para um especialista em prótese dentária (GRAGEDA & THAMMASITHIBOON,
2006).
            É fundamental ainda em idosos observar se não só a saúde física do
paciente é favorável, mas também a sua saúde emocional, a fim de se obter um
prognóstico e tratamento positivo nesta categoria (KOKA & ECKERT, 2006).
            Enquanto se confecciona uma nova prótese, o paciente pode obter um
conforto para sua atual dentadura com a adição de um revestimento macio na
superfície entalhada e a aplicação de resina acrílica nas superfícies oclusais
dos dentes, propiciando, assim, a melhoria do ajuste (OWEN, 2006).


3.4 PROCESSO DE CONFECÇÃO DA PRÓTESE TOTAL


         Mesmo não sendo o responsável pela confecção final da PT, o dentista
deve conhecer todos os passos. Quanto mais detalhes, melhor será o
encaminhamento aos profissionais protéticos, e maior a garantia de sucesso do
empreendimento.


3.4.1 Moldagem


            A técnica tradicional para fazer moldagens para PTs requer uma
moldagem preliminar, que é feita com alginato. Uma moldeira personalizada é
fabricada    no   modelo   gerado   pela   moldagem    preliminar.   A   moldeira
personalizada tem as bordas modeladas, e uma moldagem final é feita com
polisulfito, polivinil siloxano ou poliéter. Bases de registro, feitas de resina
acrílica foto ou autopolimerizável (presa fria), são então fabricadas no modelo
principal. (ALDROVANDI, 1946).
            A prótese total construída a partir da moldagem provou ser bem
sucedida para o paciente A seleção da moldeira é um fator fundamental no
sucesso da moldagem. Moldeiras metálicas para edêntulos freqüentemente
fornecem uma moldagem aceitável. Quando as moldeiras metálicas não se
31


ajustam ou não estão disponíveis, moldeiras plásticas podem ser facilmente
modificadas para se ajustar a quase todos os pacientes edêntulos. É
aconselhável colocar cera nas bordas para cobrir qualquer borda cortante que
poderia resultar de recorte. Moldeiras plásticas também podem ser aquecidas
com chama controlada e moldadas para se ajustar a um paciente de anatomia
não usual (BOLOURI & McCARTHY, 2001).
          Clark relatou em 2001 que existe outra técnica para fazer a moldagem
final com uma moldeira personalizada, usando-se uma duplicata da dentadura
anterior do paciente (CLARK, 2001).
          As moldeiras individuais resultantes das moldagens preliminares (com
alginato) irão sofrer um ajuste de borda, na ocasião das moldagens secundárias. Por
esse motivo é sempre melhor um pouco de excesso de material da moldeira, já que
a sua falta dará mais trabalho para corrigir. (TURANO, 2000)
          Procedimentos especiais de moldagem, geralmente demorados, são
freqüentemente requisitados quando está presente anatomia anormal ou tecido
hiperplasiado. Nenhum material de moldagem resolve as dificuldades de
moldagens com tecidos moles sem suporte que não são manipulados
cirurgicamente. Para estas situações especiais, uma moldeira individual de
resina acrílica deve ser desenhada. A moldagem deve ser desinfetada e vazada
após ter sido removida da boca do paciente. É importante que o modelo esteja
livre de bolhas e preserve toda a anatomia capturada na moldagem de alginato.
(IVANHOE, 2002).
          A moldagem funcional deve ser dividida em duas fases distintas: a de
vedamento periférico e a da moldagem funcional. É preciso que o vedamento
periférico tenha sido executado de forma apropriada para a moldagem ser
considerada funcional. As pastas à base de óxido de zinco e eugenol, e os
elastômeros (genericamente chamados de poliéteres, mercaptanos ou silicones, de
acordo com suas composições), são os materiais utilizados para execução da
moldagem final (TELLES et al, 2003).
          A fabricação de uma base de dentadura de resina acrílica termo-
processada constitui numa alternativa ao método tradicional. É produzida
diretamente sobre os modelos obtidos das moldagens de alginato feitas em
moldeiras de estoque. Uma moldagem de alginato de alta precisão que registre
todas as referências anatômicas fundamentais é requisitada para essa técnica.
32


A moldagem deve capturar os sulcos hamular na maxila, além da fóvea palatina,
todos os freios e as áreas vestibulares. Na mandíbula a moldagem deve
capturar toda a papila retromolar incluindo todos os freios e as áreas
vestibulares. São inaceitáveis espaços vazios significantes ou mostra da
moldeira. (DUNCAN e TAYLOR, 2004).


3.4.2. Registro da Relação das Arcadas


         A relação dos registros das arcadas é de suma importância para
captação dos registros da postura da mandíbula e seus movimentos, e seu
acabamento deve ser conformado de maneira a imitar a conformação dos arcos
dentários, favorecendo grandemente a montagem dos dentes artificiais.
(TURANO, 2000)
         Pacientes mais velhos possuem limitações físicas como reabsorção
do rebordo e perda de propriocepção oral, que confrontam o registro preciso da
relação das arcadas. Resulta na instabilidade da base da dentadura e
incapacidade de cooperação. Materiais usados para obter os registros de
relações das arcadas devem permitir movimentos dinâmicos da mandíbula
durante a presa ou serem de presa-rápida, pois estes pacientes têm dificuldade
de manter a postura da mandíbula por longos períodos. É sugerido que se
utilize adesivo para estabilização das bases de registro enquanto se obtém a
relação das arcadas (IVANHOE, 2002).
         As relações das arcadas podem ser registradas uma vez que a base
da dentadura tenha sido ajustada. Quando o paciente já tem dentaduras, as
mesmas podem ser usadas como guia para determinar o que deverá ser
duplicado e o que deverá ser alterado. Estética e DVO aceitáveis na prótese
anterior são úteis como guia para medições na prótese nova. O rolete de cera
da base da dentadura maxilar pode ser ajustado para se parecer com o
contorno labial e o comprimento incisal da dentadura existente antes dela ser
provada na boca do paciente. (PAES-JUNIOR et al, 2004).
         Bases   de registro podem ser       fabricadas com resina acrílica
autopolimerizável ou podem ser processadas pelo valor e usadas como a base
da dentadura final. A adaptação do tecido e a extensão da borda devem ser
avaliadas e ajustadas para fornecer uma determinação precoce da estabilidade
33


e retenção da dentadura final. Se a retenção ou estabilidade estão faltando, um
reembasamento em laboratório pode fazer parte do trabalho. (ROSA e
TEIXEIRA, 2007).


3.4.3. Registro da Dimensão Vertical de Oclusão


          Existem diversas técnicas para a obtenção da dimensão vertical de
oclusão (DVO): técnicas de Boos (deglutição), técnicas de Monson (máscara facial),
técnica de Willis (a que determina a DVO diretamente), técnicas de Wright
(fotográficas), técnicas de Sears (do paralelismo dos rebordos), técnicas de Turner e
Fox (da aparência facial), técnicas de Gerson Martins (do repouso muscular),
técnicas de Brodie e Thompson (método proporcional) e técnica de Silverman
(fonética). A denominação da correspondente dimensão vertical ativa provém do fato
de os músculos elevadores se encontrarem em atividade quando os dentes estão
em oclusão. (TAMAKI, 1988)
          A DVO consiste no espaço que corresponde ao afastamento
intermaxilar obtidos com o contato dos dentes naturais superiores e inferiores
no estado de oclusão. Neste contexto, dimensão vertical de oclusão, também
chamada de dimensão vertical ativa, é a posição da mandíbula em que os dentes de
ambas as arcadas estão em contato. A partir daí, para a fabricação de uma PT
procura-se restabelecer no indivíduo edentado total a posição de relação cêntrica.
Para obtenção da DVO, utiliza-se o método denominado compasso de ponta –
pleasure – que consiste na utilização de uma fita adesiva, na linha mediana da
face, para demarcar dois pontos - um no maxilar, e o outro na mandíbula,
estando o paciente em repouso, com os lábios se tocando sem compressão.
Essa distância verificada é, por sua vez, classificada como dimensão vertical
fisiológica ou de repouso. Através da transferência para um papel minuta,
diminuindo-se três milímetros num compasso, que é o espaço livre ou da fala, e
transferindo os planos para a boca, obtém-se a dimensão vertical de oclusão.
(DOMITTI, 1990).
          Durante confecção de uma prótese total, uma das etapas que merece
maior atenção do profissional é indiscutivelmente a correta obtenção da DVO,
sendo capaz de influenciar na qualidade final da prótese total, visto ser
justamente tal medida que ditará o restabelecimento satisfatório do sistema
34


estomatognático e conseqüentemente das funções de fonação, mastigação e
deglutição, inclusive pela questão de conferir ao paciente uma aparência
estética agradável (FERREIRA, 1995).
          É possível ocorrer alguns inconvenientes, caso haja alteração do valor
da DVO. No caso do seu aumento, poderá ocasionar dificuldades de fonação, dor
ou sensibilidades dos rebordos, diminuição da habilidade mastigatória, tensão dos
músculos faciais dentre outros. Já a diminuição, além do fato de afetar a harmonia
facial, dando ao paciente um aspecto envelhecido poderá elevar o aparecimento
de queilite angular. (ESCANHUELA, 2001)
          Desta forma, para se devolver as funções perdidas a indivíduos
reabilitados com próteses totais duplas, são importantes a correta orientação do
plano oclusal e a altura da dimensão vertical. Os valores fornecidos pela
literatura para se determinar a DVO em indivíduos edentados e reabilitados
através de próteses totais duplas, após serem submetidos a cefalogramas,
mostram-se compatíveis com a associação dos métodos de deglutição, métrica,
fonética e estética (POMILIO et. al, 2002).
          Denomina-se dimensão vertical (DV) a altura do terço inferior da face
ou a relação espacial da mandíbula em relação à maxila no plano vertical.
(TELLES et all, 2003),
          A variação da distância vertical de oclusão de 3 mm (para mais ou
para menos) irá proporcionar aproximadamente uma alteração de 0,8 mm na
relação central, ressaltando a importância da manutenção da distância vertical,
para que seja mantida a relação central. (ABRÃO, 2003)
          Alguns fatores poderão influenciar na determinação da DVO, como o
fato do indivíduo possuir próteses, o tempo em que ele as utiliza, ou apresentar
dentes em um dos arcos; o nível de comprometimento das próteses existentes
no sentido de saber se há desgastes dos dentes artificiais ou desajustes de sua
base com os tecidos suporte, e ainda se há sinais e/ou sintomas de disfunção
temporo-mandibular (DTM) associada. (PAES JUNIOR et al, 2004)
          O estabelecimento de uma oclusão equilibrada na qual as estruturas
do aparelho mastigatório agem harmonicamente é um dos principais objetivos
da prótese total (CASTILLO et al, 2006).
          Na reabilitação protética a fim de se obter resultados satisfatórios é
considerado que sejam estabelecidos alguns princípios: a relação cêntrica, ou
35


obtenção de posição fisiológica e confortável, de abertura e fechamento mandibular;
a confecção de dispositivos de registro e transferência das relações maxilares para
articulador     semi-ajustável;   a   realização   de   enceramento   de   diagnóstico,
restabelecendo guias de orientação, plano de oclusão e contatos oclusais corretos e
equilibrados. Assim, o tratamento em geral deve ser planejado, buscando eliminar os
sinais e sintomas que promovem desconforto ao paciente (CASTILLO et al 2006).
              É aceitável que seja usada a dentadura atual do paciente para
determinar a Dimensão Vertical de Oclusão estabelecida das novas próteses,
sendo, contudo, essencial obter permissão por escrito do paciente antes de se
fazer qualquer alteração. A explicação para esta medida é a possibilidade de
ocorrência de casos de processo contra o dentista. Na medida em que, não
houver concordância sobre todas as alterações que poderão ocorrer na
dentadura existente, o paciente pode alegar que o dentista danificou a sua
dentadura e exigir alguma compensação financeira (ROSA & TEIXEIRA, 2007).


3.4.4 Estética


              Quando o indivíduo perde os dentes, altera-se não só a dimensão vertical
de oclusão, como todo o seu padrão de vida: seu relacionamento interpessoal, seu
padrão de estética, de fala, de mastigação e deglutição. (DOMITI, 1990)
              Os pacientes, muitas vezes, podem esperar por falsos resultados, como
uma aparência mais jovem ou a eliminação das rugas faciais, isso devido a imensa
diferença que pode fazer no contorno facial a colocação de uma dentadura. Nestas
circunstâncias, para demonstrar o que pode e o que não pode ser conseguido, uma
estratégia inteligente é adicionar cera à dentadura existente (CAPONI, 1997).
              Quando o paciente já possui próteses totais fica facilitada a seleção dos
dentes, visto que o dentista pode se basear na mesma. Para ajudar na seleção e
posicionamento dos dentes podem ser usados registros pré-extração, como modelos
diagnósticos. Também são úteis, quando nenhuma outra informação está disponível,
fotografias do paciente com os dentes naturais. (ALI & HOLLISEY-McLEAN, 1999).
              Existem muitos métodos que podem ajudar na criação de uma
aparência natural nas próteses totais, dentre os quais citamos as dentaduras
anteriores, para o caso de pacientes que usam próteses totais com sucesso por
longos anos; os registros de pré-extração, como fotografias e modelos de
36


estudo anteriores; a forma do dente; o tamanho do dente; a sombra e coloração
do dente; a arrumação dos dentes. (ARSHAD ALI et al, 1999)
          Na seqüência de tratamento, a consulta da prova de estética é a mais
importante. A obtenção de um senso geral de estética e a adequação dos dentes
selecionados deve ser anteriormente avaliada. A forma, a tonalidade e a posição dos
dentes devem estar em harmonia com o sexo e a idade do paciente. Na medida em
que não estiverem esteticamente harmonizados, será necessária uma nova
consulta. Para evitar complicações ao final do processo, o paciente deve ser
motivado a trazer um membro da família ou amigo durante a confecção da PT.
Dentista e paciente devem estar de acordo no que se refere à aceitação estética
e mecânica das dentaduras. É indicada uma segunda consulta de prova de
estética se o paciente expressa dúvidas sobre a harmonia dos dentes. Porém, as
reclamações precisam ter embasamento (LECHNER & ROESSLER, 2001).
          A montagem dos dentes artificiais seguirá as informações registradas
nos arcos de oclusão. Desta forma facilita-se o alinhamento dos dentes que irão
formar o arco superior e inferior, restando somente a posição antero-superior a
ser determinada, que deve ser o primeiro passo da montagem dos dentes. A
montagem deve se iniciar de canino a canino para então fazer uma prova
estética e verificar se a conduta de seleção dos dentes quanto à estética está
aceitável. Na seqüência, faz-se a montagem dos dentes posteriores superiores,
os quais suas cúspides, ao tocarem no plano inclinado inferior, terão suas
coroas inclinadas de acordo com a conformação dessa superfície. Na seqüência
dos dentes posteriores superiores, os dentes inferiores anteriores, quando em
oclusão, não devem ter sua borda incisal tocando a superfície lingual dos
dentes superiores. Estes, do mesmo modo, devem assumir um posicionamento
lingualizado. Só então os dentes inferiores posteriores são montados, de forma
a posicionar, em primeiro lugar, o primeiro molar inferior, em seguida o segundo
pré-molar inferior, até a total conclusão da arcada inferior, sempre na busca da
obtenção uma melhor estética e funcionalidade. (TURANO, 2000)
          A seleção e a montagem de dentes artificiais, apesar de, por razões
didáticas, serem abordadas separadamente, devem ser encarados em conjunto
e sob os aspectos mecânico, estético e, em última análise, psicológico, pois um
descontentamento com qualquer desses aspectos pode levar o paciente a não
utilizar suas próteses (TELLES et al, 2003)
37


          Um sistema de classificação baseado na personalidade do paciente e
atitude diante do tratamento foi desenvolvido há algumas décadas atrás. Tal
sistema fornece, embora sem base científica, percepções para abordagens de
diferentes tipos de pacientes os quais foram classificados como filosóficos,
indiferentes, exatos e histéricos. O paciente considerado ideal, que lida com o
tratamento desejando o sucesso e possui confiança no dentista, é o paciente
conhecido como filosófico. Já os tipos de pacientes restantes representam um
grande desafio para o dentista, no sentido de se obter um resultado bem
sucedido. (DUNCAN & TAYLOR, 2004)


3.4.5 Orientações ao paciente


      Se todos os passos anteriores na confecção da prótese foram realizados
detalhadamente, a consulta de entrega deverá ser fácil e rápida. O dentista deverá
instruir o paciente sobre o seu uso e manutenção. (SHILLINGBURG, 1998).
          O cirurgião dentista deverá explicar ao paciente que é esperado um
aumento do fluxo salivar, que retornará à normalidade após uma ou duas semanas.
A mastigação deverá ocorrer em ambos os lados da cavidade oral. O paciente
deverá ser instruído a remover as próteses por longos períodos, evitando-se dormir
com ela para permitir a recuperação da mucosa, que deverá ser higienizada com
escova dental macia diariamente. Na limpeza diária das próteses, os cremes dentais
devem ser evitados para não desgastar a resina acrílica. Limpadores efervescentes
podem ser usados, mas não são necessários. Uma solução com uma parte de
alvejante para nove partes de água mostrou-se ideal, especialmente para pacientes
que apresentam infecção por candida albicans. Para os pacientes que precisam ou
desejam usar adesivos em suas próteses, deve-se orientá-los quanto à quantidade
adequada, que deve ser a menor possível para que estes não se tornem meios de
culturas. (DUNCAN & TAYLOR, 2004).
38




4 DISCUSSÃO




            As próteses totais são utilizadas como substituto do edentulismo há
alguns séculos. Este tipo de procedimento relatado vem sendo considerado como
de difícil confecção, controle e manutenção (ALDROVANDI, 1946; DOMITI et al,
1999; MORAIS, 1958; TURANO, 2000).
            O planejamento reverso possibilita a visualização das dificuldades
fisiológicas e anatômicas para confecção de uma prótese total, sendo concordâncias
em alguns autores. Para outros a resposta de substituição da estética e função
aparentemente são mais evidentes, mas não se desconsidera a análise de saúde
geral e psicológica do paciente. (ABRÃO et al, 2003; ALI&HOLLISSEY-McLEAN,
1999; ESCANHUELA et al, 2001; TURANO, 2000).
            A saúde geral do paciente, e principalmente o uso de fármacos
controlados de pressão arterial ou arritmias, pode influenciar na quantidade de fluxo
salivar, interferindo na retenção da prótese. Outros problemas de ordem sistêmica
como diabetes descontrolado e acidente vascular cerebral podem apontar para
causas de má formação tecidual e óssea. (DUNCAN & TAYLOR, 2004; LECHNER &
ROESSLER, 2001; MERSEL, 2000; TELLES et al., 2003).
            A análise radiográfica, através de radiografia panorâmica, é um bom
exame para verificação de dentes inclusos ou extra numerários. Por outro lado, a
manutenção de dentes inclusos mantém a estrutura óssea estabilizando a
prótese. A extrusão dos dentes anteriores e ausência de contenção posterior,
caracterizando a síndrome de combinação, deveria ser a análise mais importante,
determinando a manutenção e preservação dos elementos remanescentes. A
avaliação    dos   tecidos   com   lesões   cutâneas   devem    ser   primeiramente
condicionados para procedimentos reabilitadores. (FERREIRA, 1995; OWEN,
2006; SHILLINGBURG, 1998; TELLES et al 2003)
            Uma boa avaliação das assimetrias faciais evita o comprometimento do
resultado estético final e da boa adaptação do paciente à prótese. A articulação
têmporo-madibular e a reabsorção do rebordo alveolar estão diretamente
relacionados com a dimensão vertical e influenciam no sucesso da reabilitação
39


(DARVELL      &    CLARCK,     2000;   MERSEL,     2000;    PEGORARO,          2001;
SHILLINGBURG, 1998)


          Para a avaliação do espaço interarco disponível, além do diagnóstico
da anatomia óssea dado pela radiografia, buscam-se contornos e rebordos
residuais ideais - arredondados e sem reentrâncias – bem como inserções altas
dos músculos e reabsorção de rebordo significante. O procedimento cirúrgico é
recomendado       para   remodelagem   de   quaisquer   estruturas   prévias    com
irregularidades (DUNCAN & TAYLOR, 2004; GRAGEDA & THAMMASITHIBOON,
2006; SHANAHAN, 2004, TELLES et al, 2003).
          Um prognóstico favorável que dependa de um procedimento cirúrgico
pré-protético, principalmente em idosos que não tenham uma anatomia prévia
adequada, é fundamental e pode ser guiado por sistemas de classificação da
morfologia do edentulismo completo, como o padrão americano, que dependendo
da complexidade do caso pode auxiliar o encaminhamento ao especialista em
prótese dentária (DUNCAN & TAYLOR, 2004; LECHNER & ROESSLER, 2001;
GRAGEDA &THAMMASITHIBOON, 2006; KOKA & ECKERT, 2006; McCORD &
GRANT, 2000; OWEN, 2006).
          Um resultado satisfatório é conseguido seguindo a técnica tradicional
para se fazer moldagem, em que se faz a utilização de moldeiras pré fabricadas
comercialmente. (ALDROVANDI, 1946) No entanto, alguns autores relatam a
possibilidade de se fazer a personalização das moldeiras pré-fabricadas, as quais
se ajustam a quase todos os pacientes (BOLOURI & McCARTHY, CLARK, 2001;
TELLES et al, 2003; TURANO, 2000).
          Indica-se a utilização de pastas à base de óxido de zinco e eugenol e
de elastômeros para a técnica da moldagem funcional (TELES et al, 2003). No
entanto, para situações especiais de anatomia anormal, nenhum material de
moldagem resolve a dificuldade de moldagens quando cirurgias pré-protéticas
não são realizadas (IVANHOE, 2002)
          A obtenção precisa da relação das arcadas, de modo a permitir uma
determinação precoce da estabilidade das próteses, guia para análise estética,
da DVO e da conformação dos arcos dentais, é sugerida (TURANO, 2000;
IVANHOE, 2002; PAES-JUNIOR et al, 2004).
40


          A correta obtenção da DVO é essencial para o sucesso da confecção
de uma prótese total (ABRÃO et al., 2003; CASTILLO et al., 2006,
ESCANHUELA et al., 2001; FERREIRA, 1995;).
          Diversas técnicas são sugeridas para obtenção desta medida: método
do compasso de ponta – pleasure (DOMITI,1990). No entanto, a técnica da
mesma é a dentadura atual do paciente (ROSA & TEIXEIRA, 2007), e outras
diversas técnicas como BOOS, Monson, Willis, Wright, Sears, Turner, Fox,
Gerson Martins, Brodie e Thompson, Silberman (TAMAKI, 1988).
          Sendo o conceito de estética muito abrangente e importante observa-
se que um meio auxiliar de obtê-la é a utilização da dentadura atual, dos registros
pré-extração e de modelos de estudo (ALI & HOLLISEY-McLEAN, 1999).
          A seleção e a montagem dos dentes artificiais buscam os melhores
resultados sob os aspectos estéticos e mecânicos das dentaduras (LECHNER &
ROESSLER, 2001; TELLES et al., 2003; TURANO, 2000) sendo importante haver
consenso entre o dentista e o paciente sobre estes aspectos (LECHNER &
ROESSLER, 2001). A forma, a tonalidade e a posição devem estar em harmonia
com o sexo e a idade do paciente (LECHNER & ROESSLER, 2001). A montagem
seguirá as informações registradas nos arcos de oclusão (TURANO, 2000).
          Alguns autores salientam a importância, durante a montagem dos dentes,
da atenção dispensada aos aspectos psicológicos (DOMITI, TELES, DUNCAN &
TAYLOR), que podem representar um grande desafio para o dentista (DUNCAN &
TAYLOR, 2004).
41




5 CONCLUSÃO




          A partir da revisão da literatura observa-se que existe metodologia na
confecção e produção de uma prótese total removível.
          Tendo sido mostrada a dificuldade para produção da mesma, existe a
necessidade de usar uma metodologia própria para tentar minimizar os problemas.
             Do mesmo modo, foi visto que o planejamento reverso auxilia na
identificação correta para a reabilitação de uma prótese total.
42




                                REFERÊNCIAS



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BERESIN, V. E.; SCHIESSER, F.J. The neutral zone in complete dentures. J
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45


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TURANO, José Ceratti e TURANO, Luiz Martins. Fundamentos de Prótese Total.
5ª ed., Santos Livraria Editora: São Paulo, 2000.
46




                                      ANEXO


CASO CLÍNICO


Paciente do sexo feminino, Tereza Cristina Aguero da Silva, 49 anos, brasileira, cor
branca, viúva, apresentou-se ao Curso de Especialização de Prótese da CIODONTO
no Centro Livre de Odontologia (CLIVO). A análise do caso foi classificada como
classe II de Angle, com saúde bucal em boas condições, sem hábitos
parafuncionais, porém o quadro se apresenta demonstrando próteses bem
precárias. O planejamento do tratamento proposto: confecção de uma prótese total
na arcada superior, confecção na arcada inferior de uma prótese total imediata, com
extração dos dentes inferiores restantes na clínica e entrega das próteses. Na
seqüência do tratamento foi feita a moldagem dos arcos superior e inferior e
confecção de moldeira individual, para moldagem funcional dos arcos, confecção do
modelo principal e de placa articular e colocação dos planos de cera para registros.


Em relação a registros na placa de base, encontra-se: registros de análise de perfil,
corredor bucal, visibilidade incisal, paralelismo com plano de camper e bipupilar,
linha média, caninos, linha alta do sorriso, DV. Além do mais, foram enviados ao
laboratório para montagem em articulador e colocação dos dentes. Cor dos dentes,
2m2 (escala de cores VITA 3 D MASTER) e cor das gengivas, escala Tomaz Gomes
14.
No que diz respeito à prova estética, foi escolhida a cor 62 (escala Biotone), visto a
paciente ter solicitado dentes com a tonalidade bem clara.
Na prova estética foram analisados o tamanho, forma, cor, dos dentes, forma do
arco e altura do plano incisivo.


O corredor bucal também deve ser observado, pois, além de enfatizar a forma do
dente, dá à composição dos dentes uma relação dinâmica, realçando a montagem
das PTs.
47




No dia da entrega das próteses seria realizada a extração dos elementos 41,31 e 32
e adaptada a prótese total imediata inferior.


A paciente compareceu à clínica com a extração realizada em outro centro
odontológico.


Não foi necessário fazer o reembasamento da PT inferior com condicionador oral
(dentusoft®).




                                    Fonte: Clivo




       Fig. 1 - Radiografia panorâmica             Fig. 2 - Caso clínico inicial
             do caso clínico inicial               com as próteses precárias




                                   Fonte: Clivo
48




Fig. 3 – Rebordo remanescente                Fig. 4 - Rebordo remanescente
            inferior                                     superior

                              Fonte: Clivo




Fig. 5 – Moldagem anatômica                     Fig. 6 - Moldagem anatômica
     com alginato – Tipo I                          com alginato – Tipo I




                              Fonte: Clivo
49




Fig. 7 – Vedamento periférico              Fig. 8 – Moldagem funcional
 com godiva de baixa fusão                 com polieter (Impregnum® )




                           Fonte: Clivo




 Fig. 9 – Placa base                      Fig. 10 – Montagem dos dentes
  e planos de cera                          em articulador de charneira




                       Fonte: Clivo
50




              Fig. 11 – Visão de extrações feitas para
                    instalação de prótese inferior




                        Fonte: Clivo




Fig. 12 – Foto de prótese total         Fig. 13 – Visão facial em close
 superior e inferior instaladas
51

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  • 1. 10 CLÍNICA INTEGRADA DE ODONTOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA MÔNICA CARDOSO DE PAIVA SEQÜÊNCIA DA CONFECÇÃO DE UMA PRÓTESE TOTAL Monografia apresentada a Clínica Integrada de Odontologia, como requisito parcial para obtenção do grau Especialista em Odontologia Área de concentração: Prótese Dentária Rio de Janeiro 2008
  • 2. 11 MÔNICA CARDOSO DE PAIVA SEQÜÊNCIA DA CONFECÇÃO DE UMA PRÓTESE TOTAL Monografia apresentada a Clínica Integrada de Odontologia, como requisito parcial para obtenção do grau Especialista em Odontologia Área de concentração: Prótese Dentária Orientador: Prof. Dr. Sergio Motta Rio de Janeiro 2008
  • 3. 12 MÔNICA CARDOSO DE PAIVA SEQÜÊNCIA DA CONFECÇÃO DE UMA PRÓTESE TOTAL Monografia apresentada a Clínica Integrada de Odontologia, como requisito parcial para obtenção do grau Especialista em Odontologia Área de concentração: Prótese Dentária Aprovado em ______ / _______ / _______ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________ Orientador Prof. Dr. Sergio Motta ___________________________________________________________ Prof. Dr. Flavia Rabello ___________________________________________________________ Prof. Dr. Walter Fialho
  • 4. 13 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar por tudo o que tenho recebido. Em seguida aos meus pais, Mauricio e Nely, pela base que me proporcionaram. Ao colega Paulo Cezar, por toda dedicação durante o curso e o fornecimento de material didático para a confecção da monografia. À CLIVO e a todos os professores com os quais tive a oportunidade de conviver e estudar durante o curso. A todos vocês muito obrigada.
  • 5. 14 DEDICATÓRIA Dedico o cumprimento deste trabalho, ao meu marido Maurício, pela compreensão e dedicação em todos os momentos em que precisei.
  • 6. 15 RESUMO Conhecida como uma disciplina da Odontologia, a Prótese Total considera o tratamento dos problemas gerados pelo edentulismo. Dentre a busca para a confecção de uma Prótese Total, encontra-se um conjunto de procedimentos de coleta de dados feitos na anamnese, na análise física intra e extra oral, e finalmente na radiográfica, para que seja possível, através da metodologia revista nesta monografia, a confecção de uma prótese cujo modo seja a reabilitação com um tratamento removível.
  • 7. 16 ABSTRACT Known as one it disciplines of the Odontology, the Complete Denture, considers the treatment of the problems generated of the edentulism. Among the search for the construction of a Complete Denture, a set of procedures by collecting data during anamnese exams, physical intra and verbal extra (intra oral e extra oral), and radiographic analysis, in order to be able, through the methodology reviewed in this monograph, to make the prosthesis construction, in which the way is the whitewashing with a removable treatment.
  • 8. 17 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Fig. 1 - Radiografia panorâmica do caso clínico inicial ........................................ 37 Fig. 2 - Caso clínico inicial com as próteses precárias.................................... 37 Fig. 3 - Rebordo remanescente superior ............................................................... 37 Fig. 4 - Rebordo remanescente inferior.................................................................. 37 Fig. 5 – Moldagem anatômica com alginato – Tipo I.............................................. 38 Fig. 6 - Moldagem anatômica com alginato - – Tipo I............................................. 38 Fig. 7 – Vedamento periférico com godiva de baixa fusão..................................... 38 Fig. 8 – Moldagem funcional com polieter (Impregnum ®)..................................... 38 Fig. 9 – Placa base e Planos de cera .................................................................... 39 Fig. 10 – Montagem dos dentes em articulador de charneira................................ 39 Fig. 11 – Visão de extrações feitas para instalação de prótese inferior................. 39 Fig. 12 – Foto de prótese total superior e inferior instaladas.................................. 40 Fig. 13 – Visão facial em close.............................................................................. 40
  • 9. 18 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10 2. OBJETIVOS .................................................................................................. 11 3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 12 3.1. CONCEITO DE PRÓTESE .............................................................................. 12 3.2. DESIGNAÇÃO DOS TIPOS DE PRÓTESE .................................................... 13 3.3. PRÓTESE TOTAL (DENTADURA COMPLETA) ............................................. 14 3.3.1. Histórico...................................................................................................... 14 3.3.2. Análise das funções orgânicas para o diagnóstico e tratamento .... 15 3.3.3. História Médica ................................................................................... 16 3.3.4. História Dentária ................................................................................. 17 3.3.4.a. Exame extra-oral .............................................................................. 17 3.3.4.b. Exame intra-oral .............................................................................. 18 3.3.5. Tratamento .......................................................................................... 19 3.4. PROCESSO DE CONFECÇÃO DA PRÓTESE TOTAL ................................. 20 3.4.1. Moldagem ..................................................................................................... 20 3.4.2. Registro da Relação das Arcadas ...................................................... 22 3.4.3. Registro da Dimensão Vertical de Oclusão ............................................... 23 3.4.4. Estética ........................................................................................................ 25 3.4.5. Orientações ao paciente .............................................................................. 27 4. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 28 5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 31
  • 10. 19 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 32 ANEXO .................................................................................................................... 36 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DTM - Disfunção Temporo Mandibular DV - Dimensão Vertical DVO - Dimensão Vertical de Oclusão PPR - Prótese Parcial Removível PT - Prótese Total PTs - Próteses Totais
  • 11. 20 1 INTRODUÇÃO No futuro espera-se que sejam inseridas num capítulo histórico da Odontologia o termo Próteses Totais. Atualmente, portanto, este termo corresponde uma necessidade terapêutica tanto na reabilitação do sistema estomatognático como também na reabilitação psicossocial (TURANO, 2000). A visão de pessoas sem elementos dentários em alguns momentos mexe com o emocional de quem tem o convívio próximo às mesmas. A procura de tratamentos reabilitadores totais tem sido motivo de estudo e metodologia, as mais diversas possíveis durante séculos e quando o indivíduo perde os dentes ele modifica sua forma de falar, de mastigar, de deglutir, além de sair do padrão de estética aceitável, prejudicando inclusive o seu relacionamento interpessoal, o que pode modificar o seu comportamento social, emocional e psicológico (POMILIO, 2002) Este trabalho procura conduzir uma investigação sobre a aplicação das próteses totais (PTs), uma das soluções possíveis para edentulismo. Os tratamentos possíveis para o edentulismo mandibular são a prótese total, a prótese total retida por implante, e a prótese fixa implanto-suportada. Neste trabalho iremos tratar especificamente da colocação de uma prótese total PT, por ser uma solução menos complexa, prolongada e cara em relação aos outros dois tratamentos (KOKA & ECKERT, 2006). Embora constitua uma opção mais simples para o paciente, a confecção de uma PT comporta uma série de procedimentos a serem executados pelo profissional, tornando necessária uma descrição da seqüência completa de todo o processo, que englobe não só a produção em si da PT, mas toda a gama de fatores que envolvem a sua aplicação. O primeiro item a ser considerado nesta tarefa é a compreensão dos conceitos, bem como as possíveis classificações da prótese em questão. Em seguida, consideraremos a execução de uma anamnese, que abranja um
  • 12. 21 histórico médico e dental do paciente, incluindo o relato da evolução da perda dos dentes e os motivos da extração. Por fim, faremos uma abordagem das técnicas de confecção da PT, desde a preparação até a sua conclusão. 2 OBJETIVOS Esta revisão bibliográfica tem como objetivo expor minuciosamente a técnica simplificada de confecção de uma prótese total, de modo a se constituir um guia auxiliar ao dentista que vise implementar este tipo de tratamento, abordando dois aspectos fundamentais desta prática: em primeiro lugar, fazendo com que o profissional se familiarize com o processo e utilize mais facilmente as técnicas de fabricação da prótese total; em segundo, fornecendo, a partir do histórico médico e dental do paciente edêntulo, um suporte para identificação dos pacientes adequados ou não ao procedimento.
  • 13. 22 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 CONCEITO DE PRÓTESE A palavra prótese tem origem no grego, em que “pro” significa diante, em lugar de; e “thesis”, colocar. Todavia, esta palavra (prótese), etimologicamente, corresponde à colocação de algo sobre alguma outra coisa, e até mesmo no lugar de outra. Explicando cientificamente, a prótese é “a parte da terapêutica cirúrgica que tem por objetivo recolocar, mediante uma preparação artificial, um órgão perdido totalmente ou em parte, ou ocultar uma deformidade” (ALTUBE, 1960). As PTs são aparelhos mecânicos que funcionam na cavidade oral. Assim, devem constituir um conjunto harmônico com a função neuromuscular normal, que são funções complexas e altamente individuais. Funções como a fala, a mastigação, a deglutição, o sorriso e a risada, são diretamente afetadas pela ação sinérgica da PT com a língua, lábios, bochechas e assoalho da boca (BERESIN & SCHIESSER, 1976). A substituição de um tecido perdido ou não formado remete ao conceito básico de confecção de uma prótese. A prótese contém a expressão mais médica da odontologia, na medida em que substitui, no corpo humano, um segmento anatômico perdido (McCOLLUN, 2000). Especificamente na área da odontologia, no entanto, o estudo da oclusão é considerado o maior desafio da Odontologia, e deve ser levado em consideração. Por este motivo os que cursam prótese dentária devem estar familiarizados com a anatomia, desenho e escultura de um dente, além de saber o devido lugar dos demais elementos dentários, para posteriormente avaliar o conjunto de ambos os arcos dentários, maxilar e mandibular, conforme o sistema estomatognático – título que foi dado por Thompson e cuja coordenação funcional inclui a mastigação e a deglutição, a fonação, a respiração e a postura da mandíbula, língua e osso hióide. (ESCANHUELA et al, 2001)
  • 14. 23 3.2 DESIGNAÇÃO DOS TIPOS DE PRÓTESE Existem vários tipos de classificação para as próteses dentárias. Classificações de ordem funcional e anatômica são importantes auxiliares na consideração dos elementos para escolha da PT mais adequada a cada situação. Serão apresentadas aqui as classificações de dois autores, complementares entre si, visando uma especificação mais precisa das PTs. A primeira classificação, dada quanto à sua função e objetivo, divide as PTs em seis tipos: a prótese unitária tem o objetivo de restaurar um ou mais dentes, com destruição total ou parcial da coroa dentária; a prótese parcial fixa necessita de retentores para sua fixação; a prótese parcial removível, desenvolvida para reabilitar os espaços resultantes dos dentes perdidos e da fibromucosa gengival; a prótese total, que substitui os arcos dentários perdidos além do osso alveolar e da fibromucosa gengival. Esta é utilizada quando não é possível a construção de uma prótese parcial fixa. Por fim, tem-se ainda a prótese ortodôntica e prótese buco-maxilo-facial. (TURANO, 2000) A segunda classificação faz outro tipo de descrição das próteses e as divide quanto ao seu uso durante a transição da condição de dentado para edêntulo, comportando quatro tipos: a prótese imediata, que pode ser uma prótese total ou prótese parcial removível, fabricada para colocação imediata após a remoção dos dentes remanescentes; a prótese provisória ou interina, que é uma prótese desenhada para realçar a estética do paciente, estabilidade e função, por um período limitado de tempo, e após o qual ela deve ser substituída por uma definitiva. Uma prótese interina também pode ser utilizada como base de uma futura prótese transitória quando o paciente não tem nenhum outro aparelho protético. Temos ainda a prótese transitória, que é uma prótese parcial removível (PPR), usada como uma prótese interina, na qual dentes artificiais são adicionados quando dentes naturais são perdidos e substituídos após extração. Por fim, a chamada dentadura de tratamento, que
  • 15. 24 consiste numa prótese usada com o propósito de modelar e condicionar as estruturas de suporte (MERSEL, 2000). 3.3 PRÓTESE TOTAL (DENTADURA COMPLETA) 3.3.1 Histórico Mais recente do que as próteses unitárias fixas, cujos vestígios históricos datam de civilizações da antiguidade, a técnica da prótese total, no entanto, se considerada dentro da prática da odontologia, é uma das mais antigas. A prática da prótese total se confunde com o início da odontologia como ciência e arte, em 1728, quando Pière Fouchard resolve o problema da retenção das próteses totais superiores através das “câmaras de vácuo”, ou seja, com o uso da pressão atmosférica. Um dos primeiros registros históricos encontrados desta prática, no entanto, data do século XVII, e descreve uma dentadura feita a partir de um molar de hipopótamo. (ALDROVANDI, 1946) A modelagem de dentes artificiais, como se conhece hoje em dia, seguiu um longo percurso histórico, que se inicia na modelagem em marfim, como já vimos, até a utilização da porcelana em meados do século XVIII. No entanto, estes dentes passaram a ser industrializados apenas a partir de 1914, pela empresa Dentist’s Supply. (MORAIS, 1958) A técnica mais aproximada dos dias atuais, utilizada na confecção das bases resultou da evolução tecnológica industrial do século XIX, sobretudo a partir do descobrimento da vulcanização da borracha por Charles Goodyear em 1839. A transformação da borracha flexível em uma substância dura e firme foi realizada por seu irmão Nelson, e em 1851 patenteou o polímero que ficou conhecido como vulcanite. As próteses confeccionadas com este material, no entanto, apresentavam neste início uma série de desvantagens, como uma coloração não estética e a dificuldade de adaptação do material à mucosa bucal. (DOMITI et al, 1999) Uma forma de reposição total descrita na literatura, e que parece ter sido bastante aplicada ao longo do século XIX, consistia em esculpir o marfim a partir de uma modelagem - feita inicialmente de cera de abelhas, e posteriormente de gesso -
  • 16. 25 configurava um trabalho que requeria grande habilidade artesanal. A massa modelar que sucedeu ao gesso ficou conhecida como godiva e foi introduzida por Charles Stent em 1875, tendo sido aperfeiçoada em 1880 e amplamente divulgada a partir de então. Até o século XVIII existem ainda descrições de bases para as PTs feitas de ouro, prata e estanho, mas além de serem opções bastante caras, não tiveram muito sucesso. (TURANO, 2000) 3.3.2 Análise das funções orgânicas para o diagnóstico e tratamento O sucesso da confecção de uma dentadura é obtido a partir da identificação precoce de possíveis problemas potenciais, encontrados antes de começar o tratamento, no qual o dentista deve realizar um exame minucioso de cada paciente de prótese total. A execução deste exame deverá ser feito de forma criteriosa, a fim de derem identificados problemas de saúde, anatômicos ou dificuldades emocionais, capazes de alterar o resultado final. Inicialmente, portanto, deve ser realizada uma detalhada avaliação das condições da cavidade bucal, para o bom planejamento da Prótese Total. Isto significa que a anamnese é fator primordial para o começo do tratamento. A história médica e dental de cada paciente poderá incluir o relato da evolução de sua perda dental, os motivos das extrações, e, se for o caso, experiências prévias com próteses, de tipo removível ou total (PAULINO et al, 1992). Para ajudar a criação de uma aparência natural, alguns caminhos podem ser buscados para auxiliar a orientação profissional: o exame das dentaduras anteriores, dos registros pré-extração, da forma, do tamanho, da sombra e da coloração do dente, bem como de sua arrumação. (ALI & HOLLISEY-MCLEAN, 1999) Além de proporcionar a reabilitação da boca do indivíduo, as próteses possibilitam a recomposição do sistema estomatognático. Portanto, é fundamental que se faça, para este tipo de prótese, um estudo de anatomia e da fisiologia do esqueleto visceral, tendo sempre em mente que são os locais mais expressivos da comunicação, responsáveis pelas expressões faciais, e onde está a porta da sobrevivência humana pela alimentação. A estética tem sido, no entanto, a maior motivação dos pacientes e esta deve ser resultado da aplicação profissional em um trabalho artístico – artesanal. Neste aspecto, o cirurgião-dentista, assistido
  • 17. 26 com a compreensão do paciente, deve orientá-lo acerca de seu formato de rosto, postura labial, distribuição e detalhes na forma dos dentes, levando em consideração o sexo e a idade., além de outros fatores que podem ser examinados. O profissional deve ajudar a esclarecer sobre o objetivo maior do tratamento, que é formar um conjunto harmonioso que irá individualizá-lo em seu meio. (TURANO, 2000) A prótese total não deve ser apenas um substituto dos arcos dentários inferior e superior que foram perdidos. Deve também suprir o osso alveolar e a fibromucosa gengival. Deste modo, os problemas de saúde geral – caracterizada pelo bem-estar físico do corpo humano, juntamente com a sua dimensão psíquica e social - devem ser considerados em conjunto. (ESCANHUELA et al, 2001) O resultado da aparência facial no paciente edêntulo envolve a substituição dos tecidos perdidos após a extração, o uso de uma adequada dimensão vertical de oclusão, além de uma correta seleção e colocação dos dentes artificiais (ABRAO et al, 2003). 3.3.3 História Médica O paciente idoso está lutando não só com o problema dental, mas também com vários problemas físicos e de saúde, e muitas vezes este tipo paciente apresenta diminuição do sulco salivar, o que acarreta instabilidade da prótese e dificuldade de adaptação da mesma (MERSEL, 2000). Pacientes com comprometimentos sistêmicos, como diabetes mal controlado podem apresentar demora na cicatrização dos alvéolos dentários após a extração, e isso freqüentemente resulta em maior perda óssea no rebordo remanescente. (TELLES et al, 2003) Além do diabetes descontrolado, deficiências nutricionais, ou outras doenças debilitantes podem ser a causa da apresentação de mucosas não ideais para sustentarem dentaduras, por ficarem mais propensas a lesões e por sofrerem retardo na cicatrização. Fatores que afetam o controle neuromuscular - tais como história de Acidente Vascular Cerebral ou doença de Parkinson - podem comprometer a capacidade do paciente de controlar as dentaduras intra- oralmente. (DUNCAN & TAYLOR (2004).
  • 18. 27 3.3.4 História Dentária O profissional deve ser cuidadoso em examinar o paciente quanto a possíveis lesões cutâneas. É fundamental investigar quanto a lesões extra e intra orais, que podem, de outra forma, passar despercebidas. (SHILLINGBURG, 1998). Deve-se ainda proceder com cautela caso as reclamações do paciente pareçam muito exageradas ou sem embasamento. No caso do dentista e do paciente não concordarem sobre as expectativas reais para as novas dentaduras, não é aconselhável dar início ao tratamento. (ABRAO et al, 2003) O paciente deve ser inquirido acerca de algumas questões fundamentais, como o que levou à perda dos dentes, por quanto tempo ele usa dentaduras, quantas dentaduras ele já fez/usou, se já usou dentaduras anteriores, quais os problemas apresentados pela prótese e quais as demandas em suas dentaduras atuais (DUNCAN & TAYLOR, 2004). Assim como é importante o entendimento da história médica do paciente, é também fundamental a compreensão da sua história dentária anterior, para o sucesso do tratamento com a prótese total (OWEN, 2006). 3.3.4.a. Exame extra-oral Caso seja efetuada a decisão de continuar o tratamento, é fundamental que o paciente se encontre com ótima condição de saúde nos tecidos de suporte da dentadura, pois a presença de respostas hiperplásicas do tecido, como por exemplo uma hiperplasia papilar inflamatória, ou uma epúlide fissurada, precisariam ser imediatamente tratadas. A eliminação dos fatores etiológicos deve ser feita através da terapia anti-fúngica. (FERREIRA, 1995). Distúrbios neurológicos ou Acidente Vascular Cerebral podem ser exemplos de fatores resultantes da Assimetria Facial. Neste caso, a anamnese ajuda
  • 19. 28 a identificar a causa destes fatores durante o seu percurso. (SHILLINGBURG, 1998) A reabsorção do rebordo alveolar pode causar a alteração da dimensão vertical em muitos pacientes, que podem também ter um possível desgaste significante dos dentes da atual dentadura (DARVELL & CLARK, 2000). A Articulação têmporo-mandibular deve ser apalpada e o movimento mandibular deve ser avaliado, pois limitações na abertura podem comprometer a construção de próteses totais e criar dificuldades para o paciente na remoção e inserção das próteses. A ocorrência ou não de lesões cutâneas é vista a partir de um exame minucioso do paciente. (PEGORARO, 2001). 3.3.4.b. Exame intra-oral Se o paciente já se encontra utilizando dentaduras completas, estas devem ser avaliadas cuidadosamente quanto à oclusão, extensão da borda, retenção, fala e estética (ALI & HOLLISEY-McLEAN, 1999). O sucesso da colocação das próteses depende da qualidade e da quantidade da saliva. Sendo esta pouca, ou se apresentando espessa, propiciam um ambiente desfavorável para o conforto do paciente, sobretudo para retenção das Próteses totais (LECHNER & ROESSLER, 2001). As reclamações do paciente sobre as suas atuais dentaduras devem ser levadas em consideração pelo dentista, que precisa tentar correlacionar estas queixas com seus achados clínicos. Podem ser feitas melhorias nas novas dentaduras, caso o dentista encontre uma relação direta, ou seja, deve haver correlação entre as reclamações do paciente e o exame clínico do profissional. Caso contrário, é provável que ocorra dúvidas sobre a manipulação do paciente, assim como o êxito do resultado final (IVANHOE, 2002). Na avaliação inicial da anatomia e das dimensões ósseas, notadamente no sentido vertical, é essencial que se faça uma radiografia panorâmica, para que se tenha informações preliminares da anatomia óssea e possíveis lesões ósseas (TELLES et al, 2003). É necessário que o dentista examine com espelho clínico e palpação digital toda a cavidade bucal do paciente, seguindo, por sua vez, uma seqüência definida, examinando toda a cavidade oral. (SHANAHAN, 2004).
  • 20. 29 Deve-se fazer a avaliação quanto à forma, altura e possíveis áreas dos contornos e dos rebordos residuais que precisem ser modificadas. Os rebordos ideais são os arredondados e sem reentrâncias. É necessária também a verificação de proeminências ósseas agudas, tórus e tuberosidades amplas e com reentrâncias, que precisem de cirurgias pré-protéticas prévias. (DUNCAN & TAYLOR, 2004). O dentista deveria verificar – caso o paciente seja um edêntulo recente – se haverá espaço interarco o bastante para permitir lugar para a base das dentaduras e os dentes, visto que podem comprometer o resultado inserções altas dos músculos, reabsorção de rebordo significante e rebordos residuais em forma de lâmina de faca (GRAGEDA & THAMMASITHIBOON, 2006). 3.3.5 Tratamento Dependendo do paciente, a confecção de próteses com funções adequadas pode demandar uma cirurgia prévia das estruturas de suporte. Fatores adicionais desempenham um papel significativo no resultado do tratamento e, de acordo com as circunstâncias, deve haver o encaminhamento do paciente a um protesista. Estes fatores adicionais influenciarão no resultado de uma possível reconstrução cirúrgica, sendo relevante considerar fatores relativos à saúde, aos desejos, à história dentária passada e às condições financeiras do paciente. Todavia, quando não são propostas cirurgias prévias na confecção das próteses, devem ser usadas técnicas protéticas de natureza especializada para se obter um resultado de tratamento adequado. Neste caso é necessário que o dentista oriente esse paciente a um protesista (McCORD & GRANT, 2000). A altura óssea residual deve ser proporcional na mandíbula. Além disso, é importante ter uma boa relação de arcada e uma morfologia de rebordo residual favorável. Dois aspectos devem ser levados em consideração, neste sentido, para que estes fatores não interfiram negativamente na fabricação de uma prótese bem sucedida: se há fornecimento de estabilidade e suporte adequados, e uma retenção e níveis de inserções musculares suficientes (LECHNER & ROESSLER, 2001). É possível que o dentista seja ajudado na sua decisão com o desenvolvimento de uma classificação para a anatomia do edentulismo completo apresentada pelo Colégio Americano de Prótese. Este sistema de classificação garante que seja feita uma avaliação objetiva do paciente. Assim, são verificadas as
  • 21. 30 seguintes categorias: altura óssea mandibular, relação das arcadas, morfologia do rebordo residual maxilar e inserção dos músculos (DUNCAN & TAYLOR, 2004) Uma vez revisada a história do paciente e realizado um exame completo, cabe ao dentista decidir se é melhor tratar do paciente ou encaminhá- lo para um especialista em prótese dentária (GRAGEDA & THAMMASITHIBOON, 2006). É fundamental ainda em idosos observar se não só a saúde física do paciente é favorável, mas também a sua saúde emocional, a fim de se obter um prognóstico e tratamento positivo nesta categoria (KOKA & ECKERT, 2006). Enquanto se confecciona uma nova prótese, o paciente pode obter um conforto para sua atual dentadura com a adição de um revestimento macio na superfície entalhada e a aplicação de resina acrílica nas superfícies oclusais dos dentes, propiciando, assim, a melhoria do ajuste (OWEN, 2006). 3.4 PROCESSO DE CONFECÇÃO DA PRÓTESE TOTAL Mesmo não sendo o responsável pela confecção final da PT, o dentista deve conhecer todos os passos. Quanto mais detalhes, melhor será o encaminhamento aos profissionais protéticos, e maior a garantia de sucesso do empreendimento. 3.4.1 Moldagem A técnica tradicional para fazer moldagens para PTs requer uma moldagem preliminar, que é feita com alginato. Uma moldeira personalizada é fabricada no modelo gerado pela moldagem preliminar. A moldeira personalizada tem as bordas modeladas, e uma moldagem final é feita com polisulfito, polivinil siloxano ou poliéter. Bases de registro, feitas de resina acrílica foto ou autopolimerizável (presa fria), são então fabricadas no modelo principal. (ALDROVANDI, 1946). A prótese total construída a partir da moldagem provou ser bem sucedida para o paciente A seleção da moldeira é um fator fundamental no sucesso da moldagem. Moldeiras metálicas para edêntulos freqüentemente fornecem uma moldagem aceitável. Quando as moldeiras metálicas não se
  • 22. 31 ajustam ou não estão disponíveis, moldeiras plásticas podem ser facilmente modificadas para se ajustar a quase todos os pacientes edêntulos. É aconselhável colocar cera nas bordas para cobrir qualquer borda cortante que poderia resultar de recorte. Moldeiras plásticas também podem ser aquecidas com chama controlada e moldadas para se ajustar a um paciente de anatomia não usual (BOLOURI & McCARTHY, 2001). Clark relatou em 2001 que existe outra técnica para fazer a moldagem final com uma moldeira personalizada, usando-se uma duplicata da dentadura anterior do paciente (CLARK, 2001). As moldeiras individuais resultantes das moldagens preliminares (com alginato) irão sofrer um ajuste de borda, na ocasião das moldagens secundárias. Por esse motivo é sempre melhor um pouco de excesso de material da moldeira, já que a sua falta dará mais trabalho para corrigir. (TURANO, 2000) Procedimentos especiais de moldagem, geralmente demorados, são freqüentemente requisitados quando está presente anatomia anormal ou tecido hiperplasiado. Nenhum material de moldagem resolve as dificuldades de moldagens com tecidos moles sem suporte que não são manipulados cirurgicamente. Para estas situações especiais, uma moldeira individual de resina acrílica deve ser desenhada. A moldagem deve ser desinfetada e vazada após ter sido removida da boca do paciente. É importante que o modelo esteja livre de bolhas e preserve toda a anatomia capturada na moldagem de alginato. (IVANHOE, 2002). A moldagem funcional deve ser dividida em duas fases distintas: a de vedamento periférico e a da moldagem funcional. É preciso que o vedamento periférico tenha sido executado de forma apropriada para a moldagem ser considerada funcional. As pastas à base de óxido de zinco e eugenol, e os elastômeros (genericamente chamados de poliéteres, mercaptanos ou silicones, de acordo com suas composições), são os materiais utilizados para execução da moldagem final (TELLES et al, 2003). A fabricação de uma base de dentadura de resina acrílica termo- processada constitui numa alternativa ao método tradicional. É produzida diretamente sobre os modelos obtidos das moldagens de alginato feitas em moldeiras de estoque. Uma moldagem de alginato de alta precisão que registre todas as referências anatômicas fundamentais é requisitada para essa técnica.
  • 23. 32 A moldagem deve capturar os sulcos hamular na maxila, além da fóvea palatina, todos os freios e as áreas vestibulares. Na mandíbula a moldagem deve capturar toda a papila retromolar incluindo todos os freios e as áreas vestibulares. São inaceitáveis espaços vazios significantes ou mostra da moldeira. (DUNCAN e TAYLOR, 2004). 3.4.2. Registro da Relação das Arcadas A relação dos registros das arcadas é de suma importância para captação dos registros da postura da mandíbula e seus movimentos, e seu acabamento deve ser conformado de maneira a imitar a conformação dos arcos dentários, favorecendo grandemente a montagem dos dentes artificiais. (TURANO, 2000) Pacientes mais velhos possuem limitações físicas como reabsorção do rebordo e perda de propriocepção oral, que confrontam o registro preciso da relação das arcadas. Resulta na instabilidade da base da dentadura e incapacidade de cooperação. Materiais usados para obter os registros de relações das arcadas devem permitir movimentos dinâmicos da mandíbula durante a presa ou serem de presa-rápida, pois estes pacientes têm dificuldade de manter a postura da mandíbula por longos períodos. É sugerido que se utilize adesivo para estabilização das bases de registro enquanto se obtém a relação das arcadas (IVANHOE, 2002). As relações das arcadas podem ser registradas uma vez que a base da dentadura tenha sido ajustada. Quando o paciente já tem dentaduras, as mesmas podem ser usadas como guia para determinar o que deverá ser duplicado e o que deverá ser alterado. Estética e DVO aceitáveis na prótese anterior são úteis como guia para medições na prótese nova. O rolete de cera da base da dentadura maxilar pode ser ajustado para se parecer com o contorno labial e o comprimento incisal da dentadura existente antes dela ser provada na boca do paciente. (PAES-JUNIOR et al, 2004). Bases de registro podem ser fabricadas com resina acrílica autopolimerizável ou podem ser processadas pelo valor e usadas como a base da dentadura final. A adaptação do tecido e a extensão da borda devem ser avaliadas e ajustadas para fornecer uma determinação precoce da estabilidade
  • 24. 33 e retenção da dentadura final. Se a retenção ou estabilidade estão faltando, um reembasamento em laboratório pode fazer parte do trabalho. (ROSA e TEIXEIRA, 2007). 3.4.3. Registro da Dimensão Vertical de Oclusão Existem diversas técnicas para a obtenção da dimensão vertical de oclusão (DVO): técnicas de Boos (deglutição), técnicas de Monson (máscara facial), técnica de Willis (a que determina a DVO diretamente), técnicas de Wright (fotográficas), técnicas de Sears (do paralelismo dos rebordos), técnicas de Turner e Fox (da aparência facial), técnicas de Gerson Martins (do repouso muscular), técnicas de Brodie e Thompson (método proporcional) e técnica de Silverman (fonética). A denominação da correspondente dimensão vertical ativa provém do fato de os músculos elevadores se encontrarem em atividade quando os dentes estão em oclusão. (TAMAKI, 1988) A DVO consiste no espaço que corresponde ao afastamento intermaxilar obtidos com o contato dos dentes naturais superiores e inferiores no estado de oclusão. Neste contexto, dimensão vertical de oclusão, também chamada de dimensão vertical ativa, é a posição da mandíbula em que os dentes de ambas as arcadas estão em contato. A partir daí, para a fabricação de uma PT procura-se restabelecer no indivíduo edentado total a posição de relação cêntrica. Para obtenção da DVO, utiliza-se o método denominado compasso de ponta – pleasure – que consiste na utilização de uma fita adesiva, na linha mediana da face, para demarcar dois pontos - um no maxilar, e o outro na mandíbula, estando o paciente em repouso, com os lábios se tocando sem compressão. Essa distância verificada é, por sua vez, classificada como dimensão vertical fisiológica ou de repouso. Através da transferência para um papel minuta, diminuindo-se três milímetros num compasso, que é o espaço livre ou da fala, e transferindo os planos para a boca, obtém-se a dimensão vertical de oclusão. (DOMITTI, 1990). Durante confecção de uma prótese total, uma das etapas que merece maior atenção do profissional é indiscutivelmente a correta obtenção da DVO, sendo capaz de influenciar na qualidade final da prótese total, visto ser justamente tal medida que ditará o restabelecimento satisfatório do sistema
  • 25. 34 estomatognático e conseqüentemente das funções de fonação, mastigação e deglutição, inclusive pela questão de conferir ao paciente uma aparência estética agradável (FERREIRA, 1995). É possível ocorrer alguns inconvenientes, caso haja alteração do valor da DVO. No caso do seu aumento, poderá ocasionar dificuldades de fonação, dor ou sensibilidades dos rebordos, diminuição da habilidade mastigatória, tensão dos músculos faciais dentre outros. Já a diminuição, além do fato de afetar a harmonia facial, dando ao paciente um aspecto envelhecido poderá elevar o aparecimento de queilite angular. (ESCANHUELA, 2001) Desta forma, para se devolver as funções perdidas a indivíduos reabilitados com próteses totais duplas, são importantes a correta orientação do plano oclusal e a altura da dimensão vertical. Os valores fornecidos pela literatura para se determinar a DVO em indivíduos edentados e reabilitados através de próteses totais duplas, após serem submetidos a cefalogramas, mostram-se compatíveis com a associação dos métodos de deglutição, métrica, fonética e estética (POMILIO et. al, 2002). Denomina-se dimensão vertical (DV) a altura do terço inferior da face ou a relação espacial da mandíbula em relação à maxila no plano vertical. (TELLES et all, 2003), A variação da distância vertical de oclusão de 3 mm (para mais ou para menos) irá proporcionar aproximadamente uma alteração de 0,8 mm na relação central, ressaltando a importância da manutenção da distância vertical, para que seja mantida a relação central. (ABRÃO, 2003) Alguns fatores poderão influenciar na determinação da DVO, como o fato do indivíduo possuir próteses, o tempo em que ele as utiliza, ou apresentar dentes em um dos arcos; o nível de comprometimento das próteses existentes no sentido de saber se há desgastes dos dentes artificiais ou desajustes de sua base com os tecidos suporte, e ainda se há sinais e/ou sintomas de disfunção temporo-mandibular (DTM) associada. (PAES JUNIOR et al, 2004) O estabelecimento de uma oclusão equilibrada na qual as estruturas do aparelho mastigatório agem harmonicamente é um dos principais objetivos da prótese total (CASTILLO et al, 2006). Na reabilitação protética a fim de se obter resultados satisfatórios é considerado que sejam estabelecidos alguns princípios: a relação cêntrica, ou
  • 26. 35 obtenção de posição fisiológica e confortável, de abertura e fechamento mandibular; a confecção de dispositivos de registro e transferência das relações maxilares para articulador semi-ajustável; a realização de enceramento de diagnóstico, restabelecendo guias de orientação, plano de oclusão e contatos oclusais corretos e equilibrados. Assim, o tratamento em geral deve ser planejado, buscando eliminar os sinais e sintomas que promovem desconforto ao paciente (CASTILLO et al 2006). É aceitável que seja usada a dentadura atual do paciente para determinar a Dimensão Vertical de Oclusão estabelecida das novas próteses, sendo, contudo, essencial obter permissão por escrito do paciente antes de se fazer qualquer alteração. A explicação para esta medida é a possibilidade de ocorrência de casos de processo contra o dentista. Na medida em que, não houver concordância sobre todas as alterações que poderão ocorrer na dentadura existente, o paciente pode alegar que o dentista danificou a sua dentadura e exigir alguma compensação financeira (ROSA & TEIXEIRA, 2007). 3.4.4 Estética Quando o indivíduo perde os dentes, altera-se não só a dimensão vertical de oclusão, como todo o seu padrão de vida: seu relacionamento interpessoal, seu padrão de estética, de fala, de mastigação e deglutição. (DOMITI, 1990) Os pacientes, muitas vezes, podem esperar por falsos resultados, como uma aparência mais jovem ou a eliminação das rugas faciais, isso devido a imensa diferença que pode fazer no contorno facial a colocação de uma dentadura. Nestas circunstâncias, para demonstrar o que pode e o que não pode ser conseguido, uma estratégia inteligente é adicionar cera à dentadura existente (CAPONI, 1997). Quando o paciente já possui próteses totais fica facilitada a seleção dos dentes, visto que o dentista pode se basear na mesma. Para ajudar na seleção e posicionamento dos dentes podem ser usados registros pré-extração, como modelos diagnósticos. Também são úteis, quando nenhuma outra informação está disponível, fotografias do paciente com os dentes naturais. (ALI & HOLLISEY-McLEAN, 1999). Existem muitos métodos que podem ajudar na criação de uma aparência natural nas próteses totais, dentre os quais citamos as dentaduras anteriores, para o caso de pacientes que usam próteses totais com sucesso por longos anos; os registros de pré-extração, como fotografias e modelos de
  • 27. 36 estudo anteriores; a forma do dente; o tamanho do dente; a sombra e coloração do dente; a arrumação dos dentes. (ARSHAD ALI et al, 1999) Na seqüência de tratamento, a consulta da prova de estética é a mais importante. A obtenção de um senso geral de estética e a adequação dos dentes selecionados deve ser anteriormente avaliada. A forma, a tonalidade e a posição dos dentes devem estar em harmonia com o sexo e a idade do paciente. Na medida em que não estiverem esteticamente harmonizados, será necessária uma nova consulta. Para evitar complicações ao final do processo, o paciente deve ser motivado a trazer um membro da família ou amigo durante a confecção da PT. Dentista e paciente devem estar de acordo no que se refere à aceitação estética e mecânica das dentaduras. É indicada uma segunda consulta de prova de estética se o paciente expressa dúvidas sobre a harmonia dos dentes. Porém, as reclamações precisam ter embasamento (LECHNER & ROESSLER, 2001). A montagem dos dentes artificiais seguirá as informações registradas nos arcos de oclusão. Desta forma facilita-se o alinhamento dos dentes que irão formar o arco superior e inferior, restando somente a posição antero-superior a ser determinada, que deve ser o primeiro passo da montagem dos dentes. A montagem deve se iniciar de canino a canino para então fazer uma prova estética e verificar se a conduta de seleção dos dentes quanto à estética está aceitável. Na seqüência, faz-se a montagem dos dentes posteriores superiores, os quais suas cúspides, ao tocarem no plano inclinado inferior, terão suas coroas inclinadas de acordo com a conformação dessa superfície. Na seqüência dos dentes posteriores superiores, os dentes inferiores anteriores, quando em oclusão, não devem ter sua borda incisal tocando a superfície lingual dos dentes superiores. Estes, do mesmo modo, devem assumir um posicionamento lingualizado. Só então os dentes inferiores posteriores são montados, de forma a posicionar, em primeiro lugar, o primeiro molar inferior, em seguida o segundo pré-molar inferior, até a total conclusão da arcada inferior, sempre na busca da obtenção uma melhor estética e funcionalidade. (TURANO, 2000) A seleção e a montagem de dentes artificiais, apesar de, por razões didáticas, serem abordadas separadamente, devem ser encarados em conjunto e sob os aspectos mecânico, estético e, em última análise, psicológico, pois um descontentamento com qualquer desses aspectos pode levar o paciente a não utilizar suas próteses (TELLES et al, 2003)
  • 28. 37 Um sistema de classificação baseado na personalidade do paciente e atitude diante do tratamento foi desenvolvido há algumas décadas atrás. Tal sistema fornece, embora sem base científica, percepções para abordagens de diferentes tipos de pacientes os quais foram classificados como filosóficos, indiferentes, exatos e histéricos. O paciente considerado ideal, que lida com o tratamento desejando o sucesso e possui confiança no dentista, é o paciente conhecido como filosófico. Já os tipos de pacientes restantes representam um grande desafio para o dentista, no sentido de se obter um resultado bem sucedido. (DUNCAN & TAYLOR, 2004) 3.4.5 Orientações ao paciente Se todos os passos anteriores na confecção da prótese foram realizados detalhadamente, a consulta de entrega deverá ser fácil e rápida. O dentista deverá instruir o paciente sobre o seu uso e manutenção. (SHILLINGBURG, 1998). O cirurgião dentista deverá explicar ao paciente que é esperado um aumento do fluxo salivar, que retornará à normalidade após uma ou duas semanas. A mastigação deverá ocorrer em ambos os lados da cavidade oral. O paciente deverá ser instruído a remover as próteses por longos períodos, evitando-se dormir com ela para permitir a recuperação da mucosa, que deverá ser higienizada com escova dental macia diariamente. Na limpeza diária das próteses, os cremes dentais devem ser evitados para não desgastar a resina acrílica. Limpadores efervescentes podem ser usados, mas não são necessários. Uma solução com uma parte de alvejante para nove partes de água mostrou-se ideal, especialmente para pacientes que apresentam infecção por candida albicans. Para os pacientes que precisam ou desejam usar adesivos em suas próteses, deve-se orientá-los quanto à quantidade adequada, que deve ser a menor possível para que estes não se tornem meios de culturas. (DUNCAN & TAYLOR, 2004).
  • 29. 38 4 DISCUSSÃO As próteses totais são utilizadas como substituto do edentulismo há alguns séculos. Este tipo de procedimento relatado vem sendo considerado como de difícil confecção, controle e manutenção (ALDROVANDI, 1946; DOMITI et al, 1999; MORAIS, 1958; TURANO, 2000). O planejamento reverso possibilita a visualização das dificuldades fisiológicas e anatômicas para confecção de uma prótese total, sendo concordâncias em alguns autores. Para outros a resposta de substituição da estética e função aparentemente são mais evidentes, mas não se desconsidera a análise de saúde geral e psicológica do paciente. (ABRÃO et al, 2003; ALI&HOLLISSEY-McLEAN, 1999; ESCANHUELA et al, 2001; TURANO, 2000). A saúde geral do paciente, e principalmente o uso de fármacos controlados de pressão arterial ou arritmias, pode influenciar na quantidade de fluxo salivar, interferindo na retenção da prótese. Outros problemas de ordem sistêmica como diabetes descontrolado e acidente vascular cerebral podem apontar para causas de má formação tecidual e óssea. (DUNCAN & TAYLOR, 2004; LECHNER & ROESSLER, 2001; MERSEL, 2000; TELLES et al., 2003). A análise radiográfica, através de radiografia panorâmica, é um bom exame para verificação de dentes inclusos ou extra numerários. Por outro lado, a manutenção de dentes inclusos mantém a estrutura óssea estabilizando a prótese. A extrusão dos dentes anteriores e ausência de contenção posterior, caracterizando a síndrome de combinação, deveria ser a análise mais importante, determinando a manutenção e preservação dos elementos remanescentes. A avaliação dos tecidos com lesões cutâneas devem ser primeiramente condicionados para procedimentos reabilitadores. (FERREIRA, 1995; OWEN, 2006; SHILLINGBURG, 1998; TELLES et al 2003) Uma boa avaliação das assimetrias faciais evita o comprometimento do resultado estético final e da boa adaptação do paciente à prótese. A articulação têmporo-madibular e a reabsorção do rebordo alveolar estão diretamente relacionados com a dimensão vertical e influenciam no sucesso da reabilitação
  • 30. 39 (DARVELL & CLARCK, 2000; MERSEL, 2000; PEGORARO, 2001; SHILLINGBURG, 1998) Para a avaliação do espaço interarco disponível, além do diagnóstico da anatomia óssea dado pela radiografia, buscam-se contornos e rebordos residuais ideais - arredondados e sem reentrâncias – bem como inserções altas dos músculos e reabsorção de rebordo significante. O procedimento cirúrgico é recomendado para remodelagem de quaisquer estruturas prévias com irregularidades (DUNCAN & TAYLOR, 2004; GRAGEDA & THAMMASITHIBOON, 2006; SHANAHAN, 2004, TELLES et al, 2003). Um prognóstico favorável que dependa de um procedimento cirúrgico pré-protético, principalmente em idosos que não tenham uma anatomia prévia adequada, é fundamental e pode ser guiado por sistemas de classificação da morfologia do edentulismo completo, como o padrão americano, que dependendo da complexidade do caso pode auxiliar o encaminhamento ao especialista em prótese dentária (DUNCAN & TAYLOR, 2004; LECHNER & ROESSLER, 2001; GRAGEDA &THAMMASITHIBOON, 2006; KOKA & ECKERT, 2006; McCORD & GRANT, 2000; OWEN, 2006). Um resultado satisfatório é conseguido seguindo a técnica tradicional para se fazer moldagem, em que se faz a utilização de moldeiras pré fabricadas comercialmente. (ALDROVANDI, 1946) No entanto, alguns autores relatam a possibilidade de se fazer a personalização das moldeiras pré-fabricadas, as quais se ajustam a quase todos os pacientes (BOLOURI & McCARTHY, CLARK, 2001; TELLES et al, 2003; TURANO, 2000). Indica-se a utilização de pastas à base de óxido de zinco e eugenol e de elastômeros para a técnica da moldagem funcional (TELES et al, 2003). No entanto, para situações especiais de anatomia anormal, nenhum material de moldagem resolve a dificuldade de moldagens quando cirurgias pré-protéticas não são realizadas (IVANHOE, 2002) A obtenção precisa da relação das arcadas, de modo a permitir uma determinação precoce da estabilidade das próteses, guia para análise estética, da DVO e da conformação dos arcos dentais, é sugerida (TURANO, 2000; IVANHOE, 2002; PAES-JUNIOR et al, 2004).
  • 31. 40 A correta obtenção da DVO é essencial para o sucesso da confecção de uma prótese total (ABRÃO et al., 2003; CASTILLO et al., 2006, ESCANHUELA et al., 2001; FERREIRA, 1995;). Diversas técnicas são sugeridas para obtenção desta medida: método do compasso de ponta – pleasure (DOMITI,1990). No entanto, a técnica da mesma é a dentadura atual do paciente (ROSA & TEIXEIRA, 2007), e outras diversas técnicas como BOOS, Monson, Willis, Wright, Sears, Turner, Fox, Gerson Martins, Brodie e Thompson, Silberman (TAMAKI, 1988). Sendo o conceito de estética muito abrangente e importante observa- se que um meio auxiliar de obtê-la é a utilização da dentadura atual, dos registros pré-extração e de modelos de estudo (ALI & HOLLISEY-McLEAN, 1999). A seleção e a montagem dos dentes artificiais buscam os melhores resultados sob os aspectos estéticos e mecânicos das dentaduras (LECHNER & ROESSLER, 2001; TELLES et al., 2003; TURANO, 2000) sendo importante haver consenso entre o dentista e o paciente sobre estes aspectos (LECHNER & ROESSLER, 2001). A forma, a tonalidade e a posição devem estar em harmonia com o sexo e a idade do paciente (LECHNER & ROESSLER, 2001). A montagem seguirá as informações registradas nos arcos de oclusão (TURANO, 2000). Alguns autores salientam a importância, durante a montagem dos dentes, da atenção dispensada aos aspectos psicológicos (DOMITI, TELES, DUNCAN & TAYLOR), que podem representar um grande desafio para o dentista (DUNCAN & TAYLOR, 2004).
  • 32. 41 5 CONCLUSÃO A partir da revisão da literatura observa-se que existe metodologia na confecção e produção de uma prótese total removível. Tendo sido mostrada a dificuldade para produção da mesma, existe a necessidade de usar uma metodologia própria para tentar minimizar os problemas. Do mesmo modo, foi visto que o planejamento reverso auxilia na identificação correta para a reabilitação de uma prótese total.
  • 33. 42 REFERÊNCIAS ABRAO, N.D; TURANO, L.N; CARVALHO, P.L; VIEIRA, G.F. Variação da Relação Central em Função da Distancia Vertical de Oclusão. PCL- Revista Brasileira de Prótese Clínica e Laboratorial, Curitiba Vol.5. Nº 25. P.213-217, 2003. ALDROVANDI, C. Moldagem para dentaduras completas. 1º vol., Graf. e Edit. Edigraf Ltda: São Paulo, 1946. ALI, Arshad; HOLLISEY-McLEAN, David. Melhorando a estética em pacientes com dentaduras completas. Dental UpDate, 26: 198-202, 1999. ALTUBE, L. A. C. Técnica de prótesis (prótesis de laboratório). Ed. Mundi: Buenos Aires, 1960. BERESIN, V. E.; SCHIESSER, F.J. The neutral zone in complete dentures. J Prosthet Dent, v.36 n. 4, p.356-67, 1976. BISSASSU, Majid. Use of a patient’s old complete denture to determine vertical dimension of occlusion. The Journal of Prosthetic Dentistry, 85(4):413-14, 2001. BOLOURI & McCARTHY. The use of pré-border-molded custom trays in complete denture fabrication. J. Prosthet. Dent, 86(6):655-7, 2001 CAPONI, S. Georges Caguilhem y el estatuto epistemológico del concepto de salud. Revista História, Ciências, Saúde. Vol. 4. jul./out p. 287-307, 1997. CASTILLO, D.B; NOMURA; S.P; NEVES, A.C. C; CUNHA, V.P. P; Restabelecimento da Dimensão Vertical de Oclusão em Portador de Prótese Total. São José dos Campos, Revista da EAP / APC On Line. Disponível em: <http://www.apcd.com.br/rev_art.asp?path=REVISTA&artigo=54> Acesso em: 02/06/2006. CLARK, Robert. Complete denture mounting casts with intact anatomical landmarks. The Journal of Prosthetic Dentistry, Oct, 2001.
  • 34. 43 DARVELL, B.W.; CLARK, R.K.F. The physical mechanisms of complete denture retention. British Dental Journal, 189(5):248-252, 2000. DOMITTI, Saide Sarckis. Sistematização do ensino integrado da prótese total. São Paulo: Santos, 1990. 227p. ____________________; ARIOLI FILHO, Joäo Neudenir; MESQUITA, Marcelo Ferraz; CONSANI, Rafael Leonardo Xediek. Paciente prognata: variaçäo de técnica na confecçäo de prótese total maxilar - relato de caso clínico. RFO UPF, 4(1):39-43, jan.-jun. 1999. DUNCAN, J. P; TAYLOR, T. D. Simplified Complete Dentrures. Dent. Clin. N. Am, 48:625-640, 2004, ESCANHUELA, F.J.C; LOPES, J.F.S; PINTO, J.H.N; Avaliação da Dimensão Vertical de Oclusão em Pacientes Portadores de prótese Total. PCL-Revista Brasileira de Prótese Clínica e Laboratorial. Ano 2 nº. 8. 2001. FERREIRA, R.A. O valor da saúde bucal nas empresas. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. 1995. Vol.51, N.6, p.96-107. GRAGEDA, E.; THAMMASITHIBOON, P. Fabrication of a maintenance template for fixed complete denture. J. Prosthet. Dent., 95(1):84-85, 2006 IVANHOE, J. R. e PLUMMER, K.D. Using a supporting base for complete or removable partial denture definitive impressions. J. Prosthet. Dent., 90(6): 611-612, 2003. IVANHOE, J. R. et al. Tratando o paciente de prótese total moderno: uma revisão da literatura. J. Prostht Dent, 88(6); 631-635, 2002. KOKA, S. & ECKERT, S.E. Treatment planning the edentulous mandible. Compendium, 27(8): 432-438, 2006. LECHNER, S.K.; ROESSLER, D. Strategies for. complete denture success: beyond. technical excellence. Compendium 22(7):553-559, 2001.
  • 35. 44 McCOLLUN, B. B. e STUART, C.E.; A Research Report. Scientific Press, South Pasadena, 1955. In: TURANO, José Ceratti e TURANO, Luiz Martins. Fundamentos de Prótese Total. 5ª ed., Santos Livraria Editora: São Paulo, 2000. MERSEL, Alexandre. Immediate or transitional complete dentures: Gerodontic considerations. Int Dent J. 2002 Aug ;52 (4):298-303, 2002. MORAIS, C. Relações dimensionais entre os incisivos centrais superiores e o crânio visceral. Tese, São Paulo, 1958. McCORD, J.F. e GRANT, A.A. Identification of complete denture problems: a summary. British Dental Journal, 188(7); 373-374, 2000. OWEN, C. P. Guias para um protocolo minimamente aceitável para a construção de próteses totais. Int J Prosthod, 19(5): 467-474, 2006. PAES-JUNIOR, T.J. A; JOIAS, R.M; KIMPARA, E.T; NETTO, H.C.; ZAMBOTTO. J.; Análise da Dimensão Vertical de Repouso em Indivíduos Usuários de Próteses Totais mucossuportadas. Revista Odontológica de Araçatuba, Vol.25, nº. 1, P.22- 27, Jan/Jun, 2004. PEGORARO L.F. et al. Prótese Fixa. São Paulo: Editora Artes Médicas, 1998 (Série 7 EAP – APCD) 2001. PAULINO, S. M. et al - Utilização do exame radiográfico panorâmico em pacientes desdentados - Estudo de 150 pacientes. Rev. Paul. Odont, v.14, n.2, p.34-40, 1992. POMILIO, A; SILVA, F.A; SILVA, W.A.B, Técnica da Zona Neutra em Dentaduras Duplas. RGO, 50(4): 219-224, out/nov/dez. 2002. ROSA, Ângelo César; TEIXEIRA, Lucas de Almeida. Dimensão Vertical de Oclusão em Pacientes Desdentados. MedCenter.com Odontologia. 11/04/2007. Disponível em: <http://www.odontologia.com.br/artigos.asp?id=715&idesp=9&ler=s> Acesso: 23/10/2007.
  • 36. 45 SHANAHAN, T. E. J. Physiologic jaw relations and occlusion of complete dentures. J. Prosthet. Dent, 91(3); 203:205, 2004. SHILLINGBURG Jr, H.T. et al. Fundamentos de Prótese Fixa. 3 ed. São Paulo: Quintessence Books, 1998. TAMAKI, Tadachi. Dentaduras completas. 4. ed. rev. e ampl. São Paulo: Sarvier, 1988. 252p. TELLES, Daniel; HOLLWEG, Henrique; CASTELLUCCI, Luciano. Prótese total – convencional e sobre implantes, São Paulo: Livraria Santos Editora, 2003. TURANO, José Ceratti e TURANO, Luiz Martins. Fundamentos de Prótese Total. 5ª ed., Santos Livraria Editora: São Paulo, 2000.
  • 37. 46 ANEXO CASO CLÍNICO Paciente do sexo feminino, Tereza Cristina Aguero da Silva, 49 anos, brasileira, cor branca, viúva, apresentou-se ao Curso de Especialização de Prótese da CIODONTO no Centro Livre de Odontologia (CLIVO). A análise do caso foi classificada como classe II de Angle, com saúde bucal em boas condições, sem hábitos parafuncionais, porém o quadro se apresenta demonstrando próteses bem precárias. O planejamento do tratamento proposto: confecção de uma prótese total na arcada superior, confecção na arcada inferior de uma prótese total imediata, com extração dos dentes inferiores restantes na clínica e entrega das próteses. Na seqüência do tratamento foi feita a moldagem dos arcos superior e inferior e confecção de moldeira individual, para moldagem funcional dos arcos, confecção do modelo principal e de placa articular e colocação dos planos de cera para registros. Em relação a registros na placa de base, encontra-se: registros de análise de perfil, corredor bucal, visibilidade incisal, paralelismo com plano de camper e bipupilar, linha média, caninos, linha alta do sorriso, DV. Além do mais, foram enviados ao laboratório para montagem em articulador e colocação dos dentes. Cor dos dentes, 2m2 (escala de cores VITA 3 D MASTER) e cor das gengivas, escala Tomaz Gomes 14. No que diz respeito à prova estética, foi escolhida a cor 62 (escala Biotone), visto a paciente ter solicitado dentes com a tonalidade bem clara. Na prova estética foram analisados o tamanho, forma, cor, dos dentes, forma do arco e altura do plano incisivo. O corredor bucal também deve ser observado, pois, além de enfatizar a forma do dente, dá à composição dos dentes uma relação dinâmica, realçando a montagem das PTs.
  • 38. 47 No dia da entrega das próteses seria realizada a extração dos elementos 41,31 e 32 e adaptada a prótese total imediata inferior. A paciente compareceu à clínica com a extração realizada em outro centro odontológico. Não foi necessário fazer o reembasamento da PT inferior com condicionador oral (dentusoft®). Fonte: Clivo Fig. 1 - Radiografia panorâmica Fig. 2 - Caso clínico inicial do caso clínico inicial com as próteses precárias Fonte: Clivo
  • 39. 48 Fig. 3 – Rebordo remanescente Fig. 4 - Rebordo remanescente inferior superior Fonte: Clivo Fig. 5 – Moldagem anatômica Fig. 6 - Moldagem anatômica com alginato – Tipo I com alginato – Tipo I Fonte: Clivo
  • 40. 49 Fig. 7 – Vedamento periférico Fig. 8 – Moldagem funcional com godiva de baixa fusão com polieter (Impregnum® ) Fonte: Clivo Fig. 9 – Placa base Fig. 10 – Montagem dos dentes e planos de cera em articulador de charneira Fonte: Clivo
  • 41. 50 Fig. 11 – Visão de extrações feitas para instalação de prótese inferior Fonte: Clivo Fig. 12 – Foto de prótese total Fig. 13 – Visão facial em close superior e inferior instaladas
  • 42. 51