1. PROJETO LEITURA : OS MISERÁVEIS / PROFª CLÁUDIA (PORTUGUÊS) E PROFª KARINE (HISTÓRIA)
RESENHA CRÍTICA
Os Miseráveis
Título original: Los miserábles
Ano de produção: 2012
Lançamento 1 de fevereiro de 2013 (2h38min)
Dirigido por Tom Hooper
Gênero Drama/Musical
Drama , Musical
Sinopse e detalhes
Adaptação de musical da Broadway, que por sua vez foi inspirado em clássica obra do escritor Victor Hugo. A história se passa
em plena Revolução Francesa do século XIX. Jean Valjean (Hugh Jackman) rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e
acaba sendo preso por isso. Solto tempos depois, ele tentará recomeçar sua vida e se redimir. Ao mesmo tempo em que tenta
fugir da perseguição do inspetor Javert (Russell Crowe).
Críticas AdoroCinema Os Miseráveis
3,5
História cantada
De Roberto Cunha
Musicais costumam ter um público cativo e outro que, pelo contrário, prefere torcer o nariz (ou fechar os ouvidos) antes mesmo
de se dar a oportunidade de experimentar. Diferente de Moulin Rouge e Nine, que flertaram com uma música mais atual e por
conta disso abriram uma possível conexão com novos adeptos, Os Miseráveis segue a linha tradicional de ser uma história
literalmente cantada, mas nem por isso merece ser desprezado.
Sua cena de abertura é um cartão de visita de visual esplendoroso e a
canção "Look Down", cantada por Hugh Jackman e Russell Crowe dá
o tom da história. Nela, Jean Valjean (Jackman) foi condenado a uma
grande sentença, cumpriu pena e conquistou sua liberdade. Decidido
a provar que uma vez criminoso, sempre criminoso, o oficial Javert
(Crowe) torna-se seu incansável algoz ao longo dos tempos, período
em que Jean descobrirá definitivamente o poder do amor ao próximo
e da importância de compartilhar o sentimento. Dentro desse
contexto, uma revolução ganha corpo, mas o coração de um jovem
líder rebelde se vê dividido entre a jovem Cosette (Amanda Seyfried)
e o amor pela pátria.
Com referências religiosas no texto e em imagens (Javert faz Jean
carregar um mastro como Jesus carregou a cruz logo no começo), a
carga dramática da obra de Victor Hugo (1802-1885) é reforçada
pelos cenários grandiosos, figurinos caprichados, acompanhados de um gestual (por vezes exagerado) e vocalização nas alturas.
Nesse ponto, as vozes de Crowe e Jackman parecem não estar no tom ideal, enquanto o solo de Anne Hathaway em "I Dreamed
A Dream" é bonito e emocionante, assim como o de Samantha Barks, cantando "On My Own".
Roteirizado por Willliam Nicholson (Elizabeth - A Era de Ouro) e dirigido por Tom Hooper (O Discurso do Rei), a longa duração
(quase três horas) ajudar a aumentar a percepção de incômodo para
os detratores, mas não vai incomodar que tiver entrado no clima.
Destaque para as bonitas cenas de combate e entre as curiosidades, a
inserção do elemento cômico nas figuras de Sacha Baron Cohen e
Helena Bonham Carter mostrou-se um acerto para funcionar como
válvula de escape para os menos ligados no gênero. Na versão
brasileira, o excesso de closes do diretor foram devidamente
compensados com a entrada da legenda se deslocando para os lados
e assim não cobrindo os rostos. Legal isso. Então abra seu coração e
desloque-se para o cinema mais perto de você para ver uma história
comum, contada e cantada em rimas.
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-190788/