SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
21
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
ARTIGO ORIGINAL
¹ Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP–Campinas, SãoPaulo,Brasil
² Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – FCMSCSP – São
Paulo,SãoPaulo,Brasil
³ G r u p o d e P e s q u i s a e m
Nanoneurobiofísica (GNN), Departamento
de Física, Química e Matemática (DFQM),
Universidade Federal de São Carlos –
UFSCar – Campus de Sorocaba, São Paulo,
Brasil
4
Faculdade de Medicina de Jundiaí –
FMJ–Jundiaí,SãoPaulo,Brasil
Endereçopara Correspondência:
Gustavo Ferreira Simões - Laboratório
de Regeneração Nervosa, Instituto de
Biologia, Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP, Rua Monteiro
Lobato, 255, CEP: 13083-970, Campinas,
SP, Brasil. Tel.: +55 19 3521-6646 e-mail:
gfsimoes2@gmail.com
Suporte para apesquisa:
Este trabalho teve auxílio financeiro da
Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES -
Programa Nacional de Pós-Doutorado
C A P E S / P N P D , P ro j e t o n ú m e ro :
23038006985201116) e do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq – Proc. 471632/2012-
0).
Nãoháconflitosdeinteresse.
Todos os direitoseditoriaisadquiridos.
Artigorecebidoem:02deAgostode2014.
Artigoaceitoem:12deOutubro de2014.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A esclerose múltipla é
uma doença autoimune de caráter
progressivo no SNC (Sistema Nervoso
C e n t r a l ) . O m o d e l o d e E A E
(Encefalomielite Autoimune Experimental)
é capaz de reproduzir a patogenicidade da
esclerose múltipla associada à resposta
i m u n i t á r i a . O s l i n f ó c i t o s T
encefalitogênicos têm papel importante na
esclerose múltipla e tem-se tentado modular
essas células através de estratégias
terapêuticas. A pregabalina é um fármaco
análogo ao ácido gama-aminobutírico
(GABA) que atua como anticonvulsivante, o
qual reduz a liberação de noradrenalina e
glutamato, bem como tem a capacidade de
modular a transmissão sináptica excitatória
e promover efeitos antiapoptóticos e anti-
inflamatórios. OBJETIVOS: Analisar
morfologicamente, in vitro, a neuroproteção
promovida pela pregabalina em culturas de
células neuronais com meio condicionado
contendo linfócitos T encefalitogênicos.
MÉTODOS: Camundongos C57BL/6
fêmeas de seis semanas de idade foram
induzidos para EAE. Decorridos dez dias da
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória
de linfócitos T encefalitogênicos.
Pregabalin protects neurons of pro-inflammatory action of the T lymphocytes encephalitogenic.
Palavras-chave: Encefalomielite Autoimune Experimental; Sistema Nervoso Central; Técnicas de Cultura de Células; Pregabalina.
Key words: Encephalomyelitis, Autoimmune, Experimental; Central Nervous System; Cell Culture Techniques; Pregabalin.
Gustavo Ferreira Simões¹,²,³
Rodrigo Fabrizzio Inácio¹
Giuliano Roberto Gonçalves¹
4
Taize Machado Augusto
Rodolfo Thomé¹
Liana Verinaud¹
Alexandre Leite Rodrigues de Oiveira¹
Fábio Lima Leite³
22
indução de EAE, os animais foram mortos e
os baços coletados assepticamente para o
preparo de suspensões celulares, as quais
foram enriquecidas em linfócitos T. Os
sobrenadantes das culturas foram coletados
e utilizados para o preparo de meio
c o n d i c i o n a d o d e l i n f ó c i t o s T
encefalitogênicos. Células Neuro2A foram
cultivadas e, posteriormente, foram tratadas
com meio condicionado contendo os
linfócitos T encefalitogênicos e pregabalina
sendo posteriormente processadas para
imunocitoquímica (anti-Sinapsina).
RESULTADOS: Células Neuro2A tratadas
somente com meio condicionado
apresentaram redução do número total de
células, 24 horas após início do tratamento.
Após o tratamento com pregabalina
observamos neuroproteção, evidenciada
pelo número total de células e aumento da
imunorreatividade anti-sinapsina.
CONCLUSÃO: A pregabalina demonstrou
ser um fármaco com potenciais efeitos
neuroprotetoresduranteocursodaEAE.
ABSTRACT
Multiple sclerosis is an autoimmune
disease of the CNS (Central Nervous
System) with progressive character. The
e x p e r i m e n t a l a u t o i m m u n e
encephalomyelitis (EAE) model is able to
reproduce the pathogenicity of multiple
sclerosis-associated immune response. The
encephalitogenic T lymphocytes play an
important role in multiple sclerosis and have
been shown to modulate these cells through
therapeutic strategies. Pregabalin is a
Gamma-Amino Butyric Acid (GABA)
analog drug, with GABA-like activity, that
acts as an anticonvulsant which reduces the
release of norepinephrine and glutamate,
and have the ability to modulate the
excitatory synaptic transmission and
promote anti-apoptotic and anti-
inflammatory effects. OBJECTIVES:
Morphologically analyze in vitro
neuroprotection promoted by pregabalin in
neuronal cells cultured with conditioned
medium from encephalitogenic T
lymphocytes. METHODS: C57BL/6
females six weeks old were EAE induced.
After ten days from EAE induction, the
animals were sacrificed and the spleens
collected aseptically for preparation of cell
suspensions, which were T lymphocytes
enriched. Culture supernatants were
collected and used for preparation of
conditioned medium from encephalitogenic
T lymphocytes. Neuronal cells were
cultured and then treated with conditioned
medium and pregabalin at 30, 150 and 300
µg/ml and subsequently processed for
immu n o cy to ch emis tr y ( s y n ap s in
antiserum). RESULTS: Neuronal cells
treated with conditioned medium alone
showed reduction in total cell number 24
hours after initiation of treatment. After
treatment with pregabalin we observed
neuroprotection, as evidenced by the total
n u m b e r o f c e l l s a n d i n c r e a s e d
i m m u n o r e a c t i v i t y f o r s y n a p s i n .
CONCLUSION: Pregabalin is a drug with
potential neuroprotective effects during the
courseofEAE.
INTRODUÇÃO
Aesclerose múltipla (EM) é uma doença
autoimune de caráter progressivo,
caracterizada pela destruição da bainha de
m i e l i n a , c o m p e r d a e v e n t u a l d e
oligodendrócitos1. A desmielinização da
substância branca do sistema nervoso
central (SNC) desencadeia vários sintomas
neurológicos2-5. A mortalidade, em
pacientes com EM, não é muito diferente da
observada em indivíduos sem a doença.
Porém, a progressão dos déficits
neurológicos ocorre em todos os portadores
da doença. Sabe-se que após 15 anos do
início da doença, cerca de 50% dos pacientes
necessitam de auxílio para deambular e,
após 25 anos, a maioria está incapacitada
para tal. Esta e outras incapacidades
parecem se relacionar com o número e a
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
23
gravidade de surtos nos primeiros anos do
cursodaEM6.
Um modelo para o estudo da EM é a
encefalomielite autoimune experimental
(EAE), cuja investigação, como modelo
animal, tem sido de grande utilidade, pois é
possível observar degeneração axonal
similar à observada em humanos com EM 2.
Aindução da EAE pode ser ativa ou passiva.
A forma ativa baseia-se na imunização de
ratos ou camundongos com baixas doses de
proteína básica de mielina (MBP),
proteolipoproteína (PLP) ou glicoproteína
da mielina de oligodendrócitos (MOG),
administradas em conjunto com um
adjuvante apropriado 7,8. Já a forma passiva
é caracterizada pela transferência de
linfócitos ou células T encefalitogênicas
ativadas, provenientes de animais
sensibilizados7.
A resposta inflamatória associada às
lesões desmielinizantes caracteriza-se por
infiltrado contendo células CD4, CD8 e
macrófagos 9. Acredita-se que essa resposta
imunitária seja dirigida contra antígenos
derivados do SNC 10. O modelo de EAE
reproduz essa patogenicidade associada a
este tipo de resposta imunitária, sendo
possível demonstrar que existem linfócitos
autorreativos (CD4+ e CD8+), que são
células efetoras, capazes de conduzir o
processo de desmielinização do SNC.
Recentemente, descobriu-se que existem
subtipos de células CD4 (Th1 e Th17) com
características diferentes e que podem
contribuir para lesão no SNC através de
diferentes tipos de mediadores inflamatórios
10. Por outro lado, tem sido demonstrado
que existe uma população de células T com
capacidade imuno-regulatória (designadas
de células T reguladoras) que são capazes de
prevenir ou limitar a neuroinflamação 11-
13. Existem também, outras populações
reguladoras, entre elas as células T natural
killer(NKT) 14.
Dada a importância das células T na
patogênese da EM, tem sido propostas
várias estratégias terapêuticas que se
baseiam no controle dessas células. Essas
estratégias podem se basear em eliminação
física das células T, sua modulação ou
sequestro. Desta forma, os estudos
envolvendo a interação entre culturas
celulares e fármacos podem facilitar a
análise neuroprotetora que estes possuem
sobre as células nervosas nos modelos
experimentaisdaEAE.
A pregabalina é um fármaco análogo ao
GABA (ácido gama-aminobutírico) 15 que
atua como anticonvulsivante e possui efeitos
positivos no tratamento de pacientes com
dores neuropáticas severas, como por
exemplo, neuropatia diabética, neuralgia
pós-herpética 16-20. Seu uso é aprovado
pela Food and DrugAdministration (FDA) e
pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), sendo considerada
uma substância de controle especial. Como a
gabapentina, a pregabalina se liga à
subunidade α2δ (tipo1) dos canais de cálcio
21,22
voltagem dependentes e, assim, atenua o
influxo de cálcio para o interior da célula
23
neuronal reduzindo a liberação de
23,24 25
noradrenalina e de glutamato . A
pregabalina possui, também, a capacidade
de modular a transmissão sináptica
26 27
excitatória , reduzir a atividadeneuronal e
promover efeitos antiapoptóticos e anti-
28
inflamatórios .
OBJETIVOS
O objetivo do presente estudo foi
analisar morfologicamente, in vitro, a
neuroproteção promovida pelo tratamento
com pregabalina em culturas de células
Neuro2A, com meio condicionado contendo
linfócitosTencefalitogênicos.
EXPERIMENTOSINVIVO
ANIMAIS
Camundongos C57BL/6 fêmeas, com
seis semanas de vida, foram adquiridos do
Centro Multidisciplinar para Investigação
Biológica na Área da Ciência emAnimais de
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
24
Laboratório (CEMIB/UNICAMP) e
mantidos em condições S.P.F. (specific-
pathogen free) com água e ração
autoclavadas ad libitum, tendo a
temperatura e o fotoperíodo em ciclos de 12
horas controlados durante todo o
experimento. Os protocolos envolvendo
animais de laboratório foram executados de
acordo com as normas da Sociedade
Brasileira de Ciência em Animais de
Laboratório (SBCAL/COBEA) e aprovados
pela Comissão de Ética no Uso de Animais
(CEUA/UNICAMP), sob o número de
processo2687-1.
INDUÇÃO DAEAE
Através de uma seringa de vidro,
foram injetadas 100µg de glicoproteína de
mielina de oligodendrócitos (MOG),
correspondendo à sequência de aminoácidos
35-55, em emulsão de igual volume,
contendo adjuvante completo de Freund,
subcutâneamente nas patas posteriores dos
animais. Após a indução, os animais foram
agrupados em gaiolas plásticas e
acompanhados diariamente até surgirem os
primeirossinaisclínicos.
Diariamente, foi realizada a análise e
classificação dos sinais e sintomas da
doença, com a finalidade de identificar o
período de surto (que ocorre entre o 9° e 14°
após a indução). Os primeiros sinais da
doença são evidenciados com a flacidez da
c a u d a d o a n i m a l ( q u e o c o r r e m
aproximadamente no 9° dia após a indução –
grau 1), depois ocorre a paralisia parcial de
um membro posterior (aproximadamente no
11° dia após a indução – grau 2), seguido de
paraplegia (aproximadamente no 13° dia
após a indução – grau 3) e tetraplegia
(aproximadamente no 14° dia após a
indução – grau 4). Após a exacerbação da
doença, o animal começa a se recuperar e
restando sinais residuais da EAE
(aproximadamente no 20° dia após a
indução).
E N R I Q U E C I M E N T O D E
LINFÓCITOS T E PREPARO DE MEIO
CONDICIONADO
Decorridos dez dias da indução de EAE,
os animais foram submetidos à eutanasia e
os baços coletados assepticamente para o
preparo de suspensões celulares, as quais
foram enriquecidas em linfócitos T de
acordo com protocolo previamente
descrito29. Brevemente, as células foram
ressuspendidas em solução de Percoll
(SIGMA-ALDRICH, USA) 37% e
sobrepostas em solução de Percoll 65%.
Após centrifugação a 320 G por 20 minutos,
as células presentes na interface das
densidades de Percoll foram recolhidas e
lavadas em meio RPMI (SIGMA-
ALDRICH, USA), suplementado com 10%
de Soro Fetal Bovino (SFB, CULTILAB,
BRASIL).
Posteriormente, as células foram
semeadas em placas de cultura de seis
cavidades e incubadas a 37ºC por 72h em
meio RPMI+10%SFB na presença ou
ausência de peptídeo MOG (10 µg/mL). Os
sobrenadantes das culturas foram coletados
e utilizados para o preparo de meio
c o n d i c i o n a d o d e l i n f ó c i t o s T
encefalitogênicos. Para utilizarmos o meio
condicionado sobre as culturas neuronais, o
mesmo foi diluído a 30%, utilizando-se
meio de cultura de crescimento para células
neuronais.
EXPERIMENTOS “IN VITRO” -
CULTURAS CELULARES
Células Neuro-2a (ATCC®CCL-
131™) foram obtidas da American Type
Culture Collection (ATCC – University
Boulevard Manassas, VA/USA). Após seu
r e c e b i m e n t o , a s c é l u l a s f o r a m
descongeladas e lançadas em garrafas para
cultura (COSTAR, USA) contendo meio
com 42.5% DMEM (NUTRICELL,
BRASIL), 10% de soro fetal equino e 5% de
soro fetal bovino e 42.5% de meio HAM-
F12 em incubadora, sob temperatura de
37°C e atmosfera de 5% de CO2. Após
atingirem confluência de 90%, as células
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
25
foram tripsinizadas (70 µl de tripsina/EDTA
em 4 ml de PB por três minutos) e,
posteriormente, foi adicionado soro fetal
bovino para bloqueio da ação enzimática. A
solução resultante foi colocada sobre um
coxim de BSA (bovine serum albumin,
albumina bovina 4% em DMEM) e
submetida à centrifugação (1.300 rpm por
10 minutos). Após a centrifugação, o
precipitado foi ressuspendido em meio de
cultura completo adicionado com 10% de
DMSO. A solução foi aliquotada em
criotubos de 2 ml (SIGMA-ALDRICH,
USA) e submetida ao congelamento gradual
paraobterumestoquedecélulas.
Ao longo do experimento, as células
foram descongeladas à temperatura
ambiente, conforme demanda, e lançadas
em garrafas de 25 cm² em meio contendo
42.5% DMEM (NUTRICELL, BRASIL),
10% de soro fetal equino e 5% de soro fetal
bovino e 42.5% de meio HAM-F12. Ao
atingirem 90% de confluência, as células
foram tripsinizadas (70 µl de tripsina/EDTA
em 4 ml de PB por três minutos) e,
posteriormente, foi adicionado soro fetal
bovino para bloqueio da ação enzimática.As
células foram lançadas em placa para cultura
(COSTAR, USA) contendo 24 poços (300 µl
em cada poço), sendo mantidas em
incubadora sob temperatura de 37°C e
atmosfera de 5% de CO2. Após 24 horas,
deu-se início ao tratamento com pregabalina
(princípio ativo) na dosagem de 300 µg/ml,
150 µg/ml e 30 µg/ml durante 24
horas30,31.
Para melhor compreensão dos
resultados, os grupos foram denominados da
seguinte maneira: Controle (células
N e u r o 2 A t r a t a d a s c o m m e i o d e
c r e s c i m e n t o ) , C o n t r o l e + m e i o
condicionado (células Neuro2A tratadas
c o m m e i o c o n d i c i o n a d o ) , M e i o
condicionado + 30 µg/ml (células Neuro2A
tratadas com meio condicionado +
tratamento com 30 µg/ml de pregabalina),
Meio condicionado + 150 µg/ml (células
Neuro2Atratadas com meio condicionado +
tratamento com 150 µg/ml de pregabalina) e
meio condicionado + 300 µg/ml (células
Neuro2Atratadas com meio condicionado +
tratamentocom300µg/mldepregabalina).
IMUNOFLUORESCÊNCIA
Finalizado o período de tratamento, as
células foram fixadas com paraformaldeído
4% em DMEM. Após a fixação, as células
foram lavadas em PB sem cálcio e magnésio
(0,1M, pH 7,4, NUTRICELL, BRASIL) e
incubadas durante duas horas com anticorpo
primário burro anti-sinapsina (1:200,
SANTA CRUZ, USA). Foram, então,
novamente lavadas em PB estéril e
incubadas durante 45 minutos com
anticorpo secundário anti-burro conjugado
com CY-3 (JACKSON LAB., USA).
Concluído o tempo de incubação, as células
foram lavadas, sendo posteriormente
realizada citoquímica com DAPI (4-6-
diamidino-2-fenilindol) que evidencia o
núcleo celular, intercalando-se às moléculas
de DNA utilizando filtro para luz
ultravioleta acoplado em microscópio de
fluorescência. Desse modo, foi possível
quantificar o número de células presentes
após o tratamento com meio condicionado e
pregabalina utilizando o programa Adobe
Photoshop CS5. Após finalização da
técnica, as culturas foram mantidas em
glicerol/PB 0,01M (3:1), para observação ao
microscópio de fluorescência (LEICA, DM
5500B), equipado com uma câmara de
fluorescência (DFC345FX) e software
LAS-AF (Versão 4.2) do Laboratório de
Regeneração Nervosa, IB-UNICAMP. Para
cada grupo (controle e tratados com
pregabalina), três poços com culturas de
células foram incubadas com o anticorpo,
num total de nove poços por grupo. Assim,
dez áreas representativas de cada poço
foram documentadas para quantificação da
densidade integrada de pixels. A média
aritmética foi calculada para cada poço e,
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
26
através da análise desses valores, foram
realizadas as comparações entre os grupos.
O controle negativo da reação foi realizado
omitindo-seaetapadoanticorpoprimário.
ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS
RESULTADOS
Os resultados foram expressos como
média ± erro padrão. A análise de eventuais
diferenças intergrupos foi realizada
inicialmente pela ANOVA de uma via,
seguido pelo pós-teste Bonferroni para
comparação intergrupos. Para a análise
estatística, foi considerada uma
significânciamínimadep<0,05.
RESULTADOS
IMUNORREATIVIDADE PARA
SINAPSINA
A imunorreatividade da proteína
sinapsina, em células Neuro2A tratadas e
não tratadas com pregabalina está
demonstrada na Figura 1. Na Figura 1A-C
destaca-se a marcação para o grupo de
células controle, onde podemos observar o
crescimento normal das células Neuro2A.
Na figura 1 D-F, podemos observar o grupo
de células submetidas ao tratamento com
meio condicionado contendo linfócitos T
encefalitogênicos, sem tratamento com
pregabalina. Esse grupo, em particular,
apresentou redução da imunorreatividade
anti-sinapsina, em relação ao grupo controle
(Controle, 23.424 ± 2.603; Controle + meio
condicionado,14.789±1.656,p<0,01).
Quando analisamos o grupo de células
tratadas com meio condicionado sem
pregabalina, podemos observar que houve
redução significativa da expressão de
sinapsina, em relação ao grupo controle.
Adicionalmente, nota-se manutenção da
expressão de sinapsina em relação ao grupo
controle + meio condicionado, sendo
significativa no grupo 30 µg/ml (Controle +
meio condicionado, 14789 ± 1656; Meio
condicionado + 30 µg/ml, 20848 ± 1862,
p<0.05).
Nos demais grupos, 150 µg/ml e 300
µg/ml, podemos observar tendência de
aumento na expressão de sinapsina em
relação ao grupo meio condicionado +
pregabalina, porém sem significância
(Controle + meio condicionado, 14789 ±
1656; Meio condicionado + 150 µg/ml,
20233 ± 891, p>0.05 e Controle + meio
condicionado, 14789 ± 1656; Meio
condicionado + 300 µg/ml, 17173 ± 1179,
p>0.05).
E F E I T O S I N V I T R O D O
TRATAMENTO DA PREGABALINA EM
CÉLULAS NEURO2A TRATADAS COM
MEIO CONDICIONADO
Após realizarmos o tratamento com
meio condicionado nas células Neuro2A,
pudemos observar que as mesmas
apresentaram uma taxa de proliferação
menor (47%), em relação às células que
foram mantidas somente com meio de
crescimento (Controle, 143.7 ± 7.50;
Controle + meio condicionado, 73.8 ± 4.05,
p<0.001, Figura 2). Após serem tratadas
com meio condicionado, nas doses de 30
µg/ml, 150 µg/ml e300 µg/ml durante 24
horas, pudemos observar um aumento
significativo do número de células em
relação ao grupo tratado com meio
condicionado – 56%, 49% e 52%,
respectivamente – (Controle + meio
condicionado, 73.8 ± 4.05; Meio
condicionado + 30 µg/ml, 168 ± 8.44,
p<0.001: Controle + meio condicionado,
73.8 ± 4.05; Meio condicionado + 150
µg/ml, 154.4± 4.40, p<0.001: Controle +
meio condicionado, 73.8 ± 4.05; Meio
condicionado + 300 µg/ml, 151 ± 3.50,
p<0.001).
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
Figura 2: Análise quantitativa do número da
sobrevivência celular após tratamento com meio
condicionadoepregabalina.
SINAPSINAControle+meioControle30µg/ml150µg/ml300µg/ml
27
DISCUSSÃO
A esclerose múltipla é caracterizada
p o r i n f l a m a ç ã o f o c a l , a g u d a ,
desmielinizante, com perda axonal e com
limitada remielinização, culminando em
placas escleróticas multifocais 1-5. Vários
estudos estão voltados para a compreensão
dos mecanismos que envolvem o SNC e o
sistema imunológico em modelos murinos e
em culturas celulares. Neste estudo foram
utilizadas células Neuro2A para se avaliar
morfologicamente as alterações e a
neuroproteçãopromovidapelapregabalina.
Ao ser utilizado meio condicionado
contendo linfócitos T encefalitogênicos, foi
promovido às células Neuro2A, um
microambiente semelhante ao do SNC de
camundongos induzidos à EAE. Isso nos
proporcionou um estudo morfológico da
consequência do tratamento do meio
condicionado nas células Neuro2A e,
também, dos efeitos protetores da
pregabalina após as células serem expostas
ao meio condicionado por linfócitos T
encefalitogênicos, os quais possuem
características imunológicas para produzir
processos inflamatórios no SNC e,
consequentemente degeneração e morte
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Figura 1: Imunomarcação anti-sinapsina. Figuras A e B,
mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI,
respectivamente, no grupo controle; Figura C, mostrando
a sobreposição sinapsina + DAPI; Figuras D e E,
mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI,
respectivamente, no grupo controle + meio condicionado;
Figura F, mostrando a sobreposição sinapsina + DAPI;
Figuras G e H, mostrando imunomarcação para sinapsina
e DAPI, respectivamente, no grupo 30 µg/ml de
pregabalina; Figura I, mostrando a sobreposição
sinapsina + DAPI; Figuras J e K, mostrando
imunomarcação para sinapsina e DAPI, respectivamente,
no grupo controle 150 µg/ml; Figura L, mostrando a
sobreposição sinapsina + DAPI; Figuras M e N,
mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI,
respectivamente, no grupo controle 300 µg/ml; Figura O,
mostrando a sobreposição sinapsina + DAPI. Figura P,
análise quantitativa da densidade integrada de pixels.
Escala=50μm.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
28
celular10-14.
Nossos resultados mostram que as
células Neuro2A, tratadas somente com
meio condicionado, apresentaram uma
redução do número total de células, 24 horas
após início do tratamento. Acreditamos que
o meio condicionado, contendo linfócitos T
encefalitogênicos, atuou sobre as células
n e u r o n a i s p r o m o v e n d o e f e i t o s
i n f l a m a t ó r i o s , c i t o t ó x i c o s e ,
consequentemente, morte celular. Isso ficou
evidenciado quando analisamos a
imunorreatividade para sinapsina em células
tratadas somente com o meio condicionado
onde observamos redução de 37% na rede
sináptica, evidenciada pela redução de
imunomarcaçãoanti-sinapsina.
Quando utilizamos a pregabalina, nos
grupos tratados com meio condicionado,
observamos neuroproteção. Isso ficou
evidenciado quando quantificamos o
número total de células após tratamento com
pregabalina, onde ocorreu aumento
significativo em relação ao grupo controle +
meiocondicionado.
Tendo-se em vista suas propriedades
neuroprotetoras, podemos inferir que a
pregabalina atua positivamente, após
exposição de agentes pró-inflamatórios
provenientes da exacerbação da EAE, em
células neuronais. Uma possibilidade para
esta resposta está no fato da redução do
influxo de cálcio, que promove redução da
liberação de glutamato25. Este, quando em
excesso, promove neurodegeneração e,
consequentemente morte celular. Também
podemos propor que, ao atuar na modulação
sobre a transmissão sináptica excitatória, a
pregabalina promoveu às células Neuro2A,
um ambiente favorável para seu
crescimento.Portanto,apregabalina
Em conjunto, concluímos que
pregabalina é um fármaco com potenciais
efeitos neuroprotetores durante o curso da
EAE e que estudos mais detalhados
envolvendo mecanismos moleculares
devem ser elaborados, para melhor
compreensão da atuação desse fármaco nos
processos imunomoduladores. Através de
futuros estudos a pregabalina pode ser tornar
um em potencial fármaco neuroprotetor para
portadores de esclerose múltipla,
amenizando os sintomas da doença e
promovendo uma melhor qualidade de vida
paraessas pessoas.
REFERÊNCIAS
1. WAKSMAN, B H. Mechanisms in
multiplesclerosis.Nature1985;318:104-5.
2. KORNEK B, STORCH MK,
WEISSERT R, WALLSTROEM E,
STEFFERL A, OLSSON T, et al. Multiple
sclerosis and chronic autoimmune
encephalomyelitis: a comparative
quantitative study of axonal injury in active,
inactive, and remyelinated lesions. Am J
Pathol2000;157:267-76.
3 . O L S S O N T, D A H L M A N I ,
WALLSTROM E, WEISSERT R, PIEHL F.
Genetics of rat neuroinflammation. J
Neuroimmunol2000;107:191-200.
4. SWANBORG, RH. Experimental
autoimmune encephalomyelitis in the rat:
lessons in T-cell immunology and
autoreactivity.Immunol2001;181:129-35.
5. PEDOTTI R, DE VOSS JJ,
STEINMAN L, GALLI SJ. Involvement of
both 'allergic' and 'autoimmune'
mechanisms in EAE, MS and other
utoimmune diseases.Trends Immunol 2003.
24:479-84.
6. COMPSTON A, COLES A. Multiple
sclerosis.Lancet2002;359(9313):1221-31.
7. TEIXEIRA AS, VARRIANO AA,
BOLONHEIS SM, MUSCARÁ MN.
E x p e r i m e n t a l
a u t o i m u n e e n c e p h a l o m y e l i t e s : a
heterogeneous group os animal models to
study human multiple sclerosis. Drug
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
DiscovToday2005;2(2):127-33.
8. HOFSTETTER HH, TOYKA KV,
GOLD R. Permanenteffectorphenotype of
neuroantigen-specificTcells acquired in the
c e n t r a l n e r v o u s s y s t e m d u r i n g
experimentalallergicencephalomyelitis.
NeurosciLett2005;391(3):127-30.
9. HAUSER SL, BHANAK, GILLES F,
KEMP M, KERR C, WEINER HL.
Immunohistochemical analysis of the
cellular infiltrate in multiple sclerosis
lesions.Ann Neurol1986;19(6):578-87.
10. GOVERMAN J. Autoimmune T cell
responses in the central nervous system. Nat
RevImmunol2009;9(6):393-407.
11. AWASTHI A, MURUGAIYAN G,
KUCHROO VK. Interplay between effector
Th17 and regulatory T cells. J Clin Immunol
2008;28(6):660-70.
12. KOHM AP, CARPENTIER PA,
ANGER HA, MILLER SD. Cutting edge:
CD4+CD25+ regulatory T cells suppress
antigen-specific autoreactive immune
responses and central nervous system
inflammation during active experimental
autoimmune encephalomyelitis. J Immunol
2002;169(9):4712-6.
13. MCGEACHY MJ, STEPHENS LA,
ANDERTON SM. Natural recovery and
p r o t e c t i o n f r o m a u t o i m m u n e
encephalomyelitis: contribution of
CD4+CD25+ regulatory cells within the
central nervous system. J Immunol 2005;
175(5):3025-32.
14. MONTEIRO M, ALMEIDA CF,
CARIDADE M, RIBOT JC, DUARTE J,
AGUA-DOCE A, et al. Identification of
regulatory Foxp3+ invariant NKT cells
i n d u c e d b y T G F - b e t a . I m m u n o l
2010;4:2157-63.
15. GUAY, D. R. Pregabalin in
neuropathic pain: a more ''pharmaceutically
elegant'' gabapentin? Am J Geriatr
Pharmacother2005;3,274–87.
16. SEGAL, A .Z. and RORDORF, G.
Gabapentin as a novel treatment for
postherpetic neuralgia. Neurology 1996; 46,
1175–6.
17. BACKONJA M, BEYDOUN A,
EDWARDS KR, SCHWARTZ S.L,
FONSECA V, HES M, et al. Gabapentin for
the symptomatic treatment of painful
neuropathy in patients with diabetes
mellitus: a randomized controlled trial.
JAMA1998;280:1831–6.
18. DWORKIN, R.H, CORBIN, A.E,
Y O U N G , J . P J r , S H A R M A , U ,
LAMOREAUX, L., BOCKBRADER, H, et
al. Pregabalinfor the treatment of
postherpetic neuralgia: a randomized,
placebo-controlled trial. Neurology 2003;
60:1274–83.
19. ROSENSTOCK, J., TUCHMAN,
M., LAMOREAUX, L., SHARMA, U.
Pregabalin for the treatment of painful
diabetic peripheral neuropathy: a double-
blind, placebo controlled trial. Pain
2004;110:628–38.
20. MOULIN D. E., CLARK A. J.,
GILRON I. et al. Pharmacological
management of chronic neuropathic pain –
consensus statement and guidelines from the
Canadian Pain Society. Pain Res Manag
2007;12:13–21.
21. GEE N. S., BROWN J. P.,
DISSANAYAKE V. U., OFFORD J.,
THURLOW R., WOODRUFF G. N. The
novel anticonvulsant drug, gabapentin
(Neurontin), binds to the alpha2delta
subunit of a calcium channel. J Biol Chem
1996;271:5768–76.
22. BIAN F. , LIZ., OFFORD J., DAVIS
M. D., MCCORMICK J., TAYLOR C. P.,
WALKER L. C. Calcium channel alpha2-
delta type 1 subunit is the major binding
protein for pregabalin in neocortex,
hippocampus, amygdala, and spinal cord: an
ex vivo autoradiographic study in alpha2-
delta type 1 genetically modified mice.
BrainRes2006;1075:68–80.
29
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
23. FINK, K.; DOOLEY, D. J.; MEDER,
W. P.; SUMAN-CHAUHAN, N.; DUFFY,
S.; CLUSMANN, H.; et al. Inhibition of
neuronal Ca2+ influx by gabapentin and
pregabalin in the human neocortex.
Neuropharmacology2002;42:229-36.
24. DOOLEY, D.J., DONOVAN, C.,
PUGSLEY T. Stimulus-dependent
modulation of [3H]norepinephrine release
from rat neocortical slices by gabapentin and
pregabalin. J Pharmacol Exp Ther. 2000;
295:1086–93.
2 5 . C U N N I N G H A M , M . ,
WOODHALL, G., THOMPSON, S.,
DOOLEY, D., JONES, R. Dual effects of
gabapentin and pregabalin on glutamate
release at rat entorhinal synapses in vitro.
EurJ Neurosci2004;20:1566–76.
26. GUILMI, M.N., URBANO, F.J.,
INCHAUSPE, C.G., UCHITEL, O.D.
Pregabalin modulation of neurotransmitter
release is mediated by change in intrinsic
activation/inactivation properties of Cav2.1
calcium channels. The journal of
p h a r m a c o l o g y a n d e x p e r i m e n t a l
therapeutics2011;336(3):171-7.
27. FEHRENBACHER, J.C, TAYLOR,
C.P., VASKO, M.R. Pregabalin and
gabapentin reduce release of substance P
and CGRP from rat spinal tissues only after
inflammation or activation of protein kinase
C.Pain2003Sep;105(1-2):133-41.
28. HA, K., CARRAGEE, E., CHENG,
I., KWON, S., KIM, Y. Pregabalin as a
Neuroprotector after Spinal Cord Injury in
Rats: Biochemical Analysis and Effect on
Glial Cells. J Korean Med Sci 2011; 26: 404-
11.
29. THOMÉ R, ISSAYAMA LK,
DIGANGI R, BOMBEIROAL, DACOSTA
TA, FERREIRA IT, DE OLIVEIRA AL, et
al. Dendritic cells treated with chloroquine
modulate experimental autoimmune
encephalomyelitis. Immunol Cell Biol
2014.92(2):p.124-32.
3 0 . J I A N G , H . ; M I L O , R . ;
SWOVELAND, P.; JOHNSON, K.P.;
PANITCH, H.; DHIB-JALBUT, S.
Interferon β-1b reduces interferon γ-induced
antigen-presenting capacity of human glial
and B cells. J. Neuroimmunol 1995;61:17-
25.
31. ABARCA-HEIDEMANN, K.;
FRIEDERICHS, S.; KLAMP, T.;
B O E H M , U . ; G U E T H L E I N , I . A . ;
ORTMANN, B. Regulation of the
expression of mouse TAP-associated
plycoprotein (tapasin) by cytokines.
Immunol.Lett2002;83:197-207.
30
Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols.
Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Compras sustentáveis - Cidade de São Paulo
Compras sustentáveis - Cidade de São PauloCompras sustentáveis - Cidade de São Paulo
Compras sustentáveis - Cidade de São PauloCES FGV
 
Educação para Microfinanças
Educação para MicrofinançasEducação para Microfinanças
Educação para MicrofinançasCES FGV
 
Compras Sustentáveis - Minas Gerais
Compras Sustentáveis - Minas GeraisCompras Sustentáveis - Minas Gerais
Compras Sustentáveis - Minas GeraisCES FGV
 
Palestra Exchange Program - NewZealand
Palestra Exchange Program - NewZealandPalestra Exchange Program - NewZealand
Palestra Exchange Program - NewZealandCamilo Lopes
 
Boas práticas com TDD
Boas práticas com TDD Boas práticas com TDD
Boas práticas com TDD Camilo Lopes
 
Estimativas Emissões de CO2
Estimativas Emissões de CO2Estimativas Emissões de CO2
Estimativas Emissões de CO2CES FGV
 
Ambiente e Sociedade
Ambiente e SociedadeAmbiente e Sociedade
Ambiente e Sociedadeisalex
 
Apostila Visões Globais do Clima
Apostila Visões Globais do ClimaApostila Visões Globais do Clima
Apostila Visões Globais do ClimaCES FGV
 
Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)
Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)
Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)Rossito
 
Trabalho De Arte 8ºB
Trabalho De Arte 8ºBTrabalho De Arte 8ºB
Trabalho De Arte 8ºBJuliano55
 
Entrevista Estadão
Entrevista EstadãoEntrevista Estadão
Entrevista EstadãoCES FGV
 
Apresentando Scrum ao cliente
Apresentando Scrum ao clienteApresentando Scrum ao cliente
Apresentando Scrum ao clienteCamilo Lopes
 
Trabalho de Artes sobre> A banda Ventania
Trabalho de Artes sobre>  A banda VentaniaTrabalho de Artes sobre>  A banda Ventania
Trabalho de Artes sobre> A banda VentaniaJuliano55
 
Construcao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidos
Construcao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidosConstrucao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidos
Construcao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidosGrupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 

Destaque (20)

Twain.la historia del inválido
Twain.la historia del inválidoTwain.la historia del inválido
Twain.la historia del inválido
 
P h
P hP h
P h
 
Compras sustentáveis - Cidade de São Paulo
Compras sustentáveis - Cidade de São PauloCompras sustentáveis - Cidade de São Paulo
Compras sustentáveis - Cidade de São Paulo
 
Educação para Microfinanças
Educação para MicrofinançasEducação para Microfinanças
Educação para Microfinanças
 
Compras Sustentáveis - Minas Gerais
Compras Sustentáveis - Minas GeraisCompras Sustentáveis - Minas Gerais
Compras Sustentáveis - Minas Gerais
 
Tarea 2 calculo 2013
Tarea 2 calculo 2013Tarea 2 calculo 2013
Tarea 2 calculo 2013
 
Palestra Exchange Program - NewZealand
Palestra Exchange Program - NewZealandPalestra Exchange Program - NewZealand
Palestra Exchange Program - NewZealand
 
Boas práticas com TDD
Boas práticas com TDD Boas práticas com TDD
Boas práticas com TDD
 
Estimativas Emissões de CO2
Estimativas Emissões de CO2Estimativas Emissões de CO2
Estimativas Emissões de CO2
 
Ambiente e Sociedade
Ambiente e SociedadeAmbiente e Sociedade
Ambiente e Sociedade
 
Cinetica
CineticaCinetica
Cinetica
 
Apostila Visões Globais do Clima
Apostila Visões Globais do ClimaApostila Visões Globais do Clima
Apostila Visões Globais do Clima
 
Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)
Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)
Apresentação Intelecta ( Evento Upgrade)
 
Trabalho De Arte 8ºB
Trabalho De Arte 8ºBTrabalho De Arte 8ºB
Trabalho De Arte 8ºB
 
El inefable numero pi
El inefable numero piEl inefable numero pi
El inefable numero pi
 
Twain.el forastero misterioso
Twain.el forastero misteriosoTwain.el forastero misterioso
Twain.el forastero misterioso
 
Entrevista Estadão
Entrevista EstadãoEntrevista Estadão
Entrevista Estadão
 
Apresentando Scrum ao cliente
Apresentando Scrum ao clienteApresentando Scrum ao cliente
Apresentando Scrum ao cliente
 
Trabalho de Artes sobre> A banda Ventania
Trabalho de Artes sobre>  A banda VentaniaTrabalho de Artes sobre>  A banda Ventania
Trabalho de Artes sobre> A banda Ventania
 
Construcao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidos
Construcao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidosConstrucao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidos
Construcao de uma balança simples para medir tensao superficial de liquidos
 

Semelhante a Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos

O Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites Pulmonares
O Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites PulmonaresO Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites Pulmonares
O Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites PulmonaresFlávia Salame
 
2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdf
2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdf2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdf
2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdfRicardoGarcia83538
 
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIA
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIAA IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIA
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIAFernanda Marinho
 
Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN TBQ-RLORC
 
Pesquisa células tronco2
Pesquisa células tronco2Pesquisa células tronco2
Pesquisa células tronco2elisetebio
 
Monografia Cintia Cristina Palu
Monografia Cintia Cristina PaluMonografia Cintia Cristina Palu
Monografia Cintia Cristina PaluCintia Palu
 
808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391
808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391
808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391Emy Karla Rodrigues Silva
 
https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...
https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...
https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...Dolores Pardini
 

Semelhante a Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos (20)

Esclerose multipla
Esclerose multiplaEsclerose multipla
Esclerose multipla
 
1.pdf
1.pdf1.pdf
1.pdf
 
O Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites Pulmonares
O Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites PulmonaresO Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites Pulmonares
O Anticorpo anti-citoplasma de neutrófilo nas Vasculites Pulmonares
 
Dor neuropatica
Dor neuropaticaDor neuropatica
Dor neuropatica
 
Cadernos dorneuropatica
Cadernos dorneuropaticaCadernos dorneuropatica
Cadernos dorneuropatica
 
Esclerose multipla1
Esclerose multipla1Esclerose multipla1
Esclerose multipla1
 
2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdf
2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdf2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdf
2102-Texto do artigo-9041-1-10-20180202 (1).pdf
 
Hipotermia terapeutica
Hipotermia terapeuticaHipotermia terapeutica
Hipotermia terapeutica
 
Endocrinologia completa
Endocrinologia   completaEndocrinologia   completa
Endocrinologia completa
 
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIA
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIAA IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIA
A IMPORTÂNCIA DO APOIO PSICÓLOGICO NA PSICOIMUNOLOGIA
 
Imunologiaemocao
ImunologiaemocaoImunologiaemocao
Imunologiaemocao
 
Células tronco
Células troncoCélulas tronco
Células tronco
 
Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN Oncoproteína Nup214/CAN
Oncoproteína Nup214/CAN
 
Artigo_08
Artigo_08Artigo_08
Artigo_08
 
Pesquisa células tronco2
Pesquisa células tronco2Pesquisa células tronco2
Pesquisa células tronco2
 
Monografia Cintia Cristina Palu
Monografia Cintia Cristina PaluMonografia Cintia Cristina Palu
Monografia Cintia Cristina Palu
 
808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391
808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391
808 einstein on-linetraduzida_vol.5(4)_miolo_pág.387 a 391
 
Dor neuropatica.2012
Dor neuropatica.2012Dor neuropatica.2012
Dor neuropatica.2012
 
Neuroimunologia
NeuroimunologiaNeuroimunologia
Neuroimunologia
 
https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...
https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...
https://www.slideshare.net/DoloresPardini/menopausa-e-alzheimer-aspectos-fisi...
 

Mais de Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica

Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...
Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...
Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...
Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...
Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...
The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...
The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...
Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...
Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Nanobiosensors based on chemically modified afm probes a useful tool for met...
Nanobiosensors based on chemically modified afm probes  a useful tool for met...Nanobiosensors based on chemically modified afm probes  a useful tool for met...
Nanobiosensors based on chemically modified afm probes a useful tool for met...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...
Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...
Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...
Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...
Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...
Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...
Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...
Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...
Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...
Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...
Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...
TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...
TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 
Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...
Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...
Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica
 

Mais de Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofisica (20)

Study of brazilian latosols by afm scanning
Study of brazilian latosols by afm   scanningStudy of brazilian latosols by afm   scanning
Study of brazilian latosols by afm scanning
 
Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...
Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...
Influence of thermal treatment on the morphology of nanostructured hydroxyapa...
 
Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...
Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...
Low cost gas sensors produced by the graphite line-patterning technique appli...
 
Designing an enzyme based nanobiosensor using molecular (2011)
Designing an enzyme based nanobiosensor using molecular (2011)Designing an enzyme based nanobiosensor using molecular (2011)
Designing an enzyme based nanobiosensor using molecular (2011)
 
The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...
The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...
The use of functionalized afm tips as molecular sensors in the detection of p...
 
Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...
Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...
Structural characterization of chloride salt of conducting pani by xrd, saxd,...
 
Nanobiosensors based on chemically modified afm probes a useful tool for met...
Nanobiosensors based on chemically modified afm probes  a useful tool for met...Nanobiosensors based on chemically modified afm probes  a useful tool for met...
Nanobiosensors based on chemically modified afm probes a useful tool for met...
 
Molecular modeling of enzyme attachment on afm probes (jmgm)
Molecular modeling of enzyme attachment on afm probes (jmgm)Molecular modeling of enzyme attachment on afm probes (jmgm)
Molecular modeling of enzyme attachment on afm probes (jmgm)
 
XRD, AFM, IR and TGA study of nanostructured hydroxyapatite
XRD, AFM, IR and TGA study of nanostructured hydroxyapatiteXRD, AFM, IR and TGA study of nanostructured hydroxyapatite
XRD, AFM, IR and TGA study of nanostructured hydroxyapatite
 
Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...
Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...
Study of a model humic acid type polymer by fluorescence spectroscopy and ato...
 
Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...
Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...
Self assembled hybrid films of phosphotungstic acid and aminoalkoxysilane sur...
 
Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...
Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...
Theoretical models for surface forces and adhesion and their measurement usin...
 
Thermo analyses of polyaniline and its derivatives
Thermo analyses of polyaniline and its derivativesThermo analyses of polyaniline and its derivatives
Thermo analyses of polyaniline and its derivatives
 
Cellulose nanofibers from white and naturally colored cotton fibers
Cellulose nanofibers from white and naturally colored cotton fibersCellulose nanofibers from white and naturally colored cotton fibers
Cellulose nanofibers from white and naturally colored cotton fibers
 
Adsorption of chitosan on spin coated cellulose films
Adsorption of chitosan on spin coated cellulose filmsAdsorption of chitosan on spin coated cellulose films
Adsorption of chitosan on spin coated cellulose films
 
Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...
Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...
Synthesis of nanoparticles and nanofibers of polyaniline by potentiodynamic e...
 
Sensor arrays to detect humic substances and cu(ii) in waters
Sensor arrays to detect humic substances and cu(ii) in watersSensor arrays to detect humic substances and cu(ii) in waters
Sensor arrays to detect humic substances and cu(ii) in waters
 
Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...
Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...
Fabrication and characterization of nanostructured conducting polymer films c...
 
TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...
TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...
TEM, XRD and AFM study of poly(o ethoxyaniline) films new evidence for the fo...
 
Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...
Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...
Fabrication and characterization of chemical sensors made from nanostructured...
 

Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos

  • 1. 21 Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174 ARTIGO ORIGINAL ¹ Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP–Campinas, SãoPaulo,Brasil ² Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – FCMSCSP – São Paulo,SãoPaulo,Brasil ³ G r u p o d e P e s q u i s a e m Nanoneurobiofísica (GNN), Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM), Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – Campus de Sorocaba, São Paulo, Brasil 4 Faculdade de Medicina de Jundiaí – FMJ–Jundiaí,SãoPaulo,Brasil Endereçopara Correspondência: Gustavo Ferreira Simões - Laboratório de Regeneração Nervosa, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Rua Monteiro Lobato, 255, CEP: 13083-970, Campinas, SP, Brasil. Tel.: +55 19 3521-6646 e-mail: gfsimoes2@gmail.com Suporte para apesquisa: Este trabalho teve auxílio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES - Programa Nacional de Pós-Doutorado C A P E S / P N P D , P ro j e t o n ú m e ro : 23038006985201116) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – Proc. 471632/2012- 0). Nãoháconflitosdeinteresse. Todos os direitoseditoriaisadquiridos. Artigorecebidoem:02deAgostode2014. Artigoaceitoem:12deOutubro de2014. RESUMO INTRODUÇÃO: A esclerose múltipla é uma doença autoimune de caráter progressivo no SNC (Sistema Nervoso C e n t r a l ) . O m o d e l o d e E A E (Encefalomielite Autoimune Experimental) é capaz de reproduzir a patogenicidade da esclerose múltipla associada à resposta i m u n i t á r i a . O s l i n f ó c i t o s T encefalitogênicos têm papel importante na esclerose múltipla e tem-se tentado modular essas células através de estratégias terapêuticas. A pregabalina é um fármaco análogo ao ácido gama-aminobutírico (GABA) que atua como anticonvulsivante, o qual reduz a liberação de noradrenalina e glutamato, bem como tem a capacidade de modular a transmissão sináptica excitatória e promover efeitos antiapoptóticos e anti- inflamatórios. OBJETIVOS: Analisar morfologicamente, in vitro, a neuroproteção promovida pela pregabalina em culturas de células neuronais com meio condicionado contendo linfócitos T encefalitogênicos. MÉTODOS: Camundongos C57BL/6 fêmeas de seis semanas de idade foram induzidos para EAE. Decorridos dez dias da Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. Pregabalin protects neurons of pro-inflammatory action of the T lymphocytes encephalitogenic. Palavras-chave: Encefalomielite Autoimune Experimental; Sistema Nervoso Central; Técnicas de Cultura de Células; Pregabalina. Key words: Encephalomyelitis, Autoimmune, Experimental; Central Nervous System; Cell Culture Techniques; Pregabalin. Gustavo Ferreira Simões¹,²,³ Rodrigo Fabrizzio Inácio¹ Giuliano Roberto Gonçalves¹ 4 Taize Machado Augusto Rodolfo Thomé¹ Liana Verinaud¹ Alexandre Leite Rodrigues de Oiveira¹ Fábio Lima Leite³
  • 2. 22 indução de EAE, os animais foram mortos e os baços coletados assepticamente para o preparo de suspensões celulares, as quais foram enriquecidas em linfócitos T. Os sobrenadantes das culturas foram coletados e utilizados para o preparo de meio c o n d i c i o n a d o d e l i n f ó c i t o s T encefalitogênicos. Células Neuro2A foram cultivadas e, posteriormente, foram tratadas com meio condicionado contendo os linfócitos T encefalitogênicos e pregabalina sendo posteriormente processadas para imunocitoquímica (anti-Sinapsina). RESULTADOS: Células Neuro2A tratadas somente com meio condicionado apresentaram redução do número total de células, 24 horas após início do tratamento. Após o tratamento com pregabalina observamos neuroproteção, evidenciada pelo número total de células e aumento da imunorreatividade anti-sinapsina. CONCLUSÃO: A pregabalina demonstrou ser um fármaco com potenciais efeitos neuroprotetoresduranteocursodaEAE. ABSTRACT Multiple sclerosis is an autoimmune disease of the CNS (Central Nervous System) with progressive character. The e x p e r i m e n t a l a u t o i m m u n e encephalomyelitis (EAE) model is able to reproduce the pathogenicity of multiple sclerosis-associated immune response. The encephalitogenic T lymphocytes play an important role in multiple sclerosis and have been shown to modulate these cells through therapeutic strategies. Pregabalin is a Gamma-Amino Butyric Acid (GABA) analog drug, with GABA-like activity, that acts as an anticonvulsant which reduces the release of norepinephrine and glutamate, and have the ability to modulate the excitatory synaptic transmission and promote anti-apoptotic and anti- inflammatory effects. OBJECTIVES: Morphologically analyze in vitro neuroprotection promoted by pregabalin in neuronal cells cultured with conditioned medium from encephalitogenic T lymphocytes. METHODS: C57BL/6 females six weeks old were EAE induced. After ten days from EAE induction, the animals were sacrificed and the spleens collected aseptically for preparation of cell suspensions, which were T lymphocytes enriched. Culture supernatants were collected and used for preparation of conditioned medium from encephalitogenic T lymphocytes. Neuronal cells were cultured and then treated with conditioned medium and pregabalin at 30, 150 and 300 µg/ml and subsequently processed for immu n o cy to ch emis tr y ( s y n ap s in antiserum). RESULTS: Neuronal cells treated with conditioned medium alone showed reduction in total cell number 24 hours after initiation of treatment. After treatment with pregabalin we observed neuroprotection, as evidenced by the total n u m b e r o f c e l l s a n d i n c r e a s e d i m m u n o r e a c t i v i t y f o r s y n a p s i n . CONCLUSION: Pregabalin is a drug with potential neuroprotective effects during the courseofEAE. INTRODUÇÃO Aesclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune de caráter progressivo, caracterizada pela destruição da bainha de m i e l i n a , c o m p e r d a e v e n t u a l d e oligodendrócitos1. A desmielinização da substância branca do sistema nervoso central (SNC) desencadeia vários sintomas neurológicos2-5. A mortalidade, em pacientes com EM, não é muito diferente da observada em indivíduos sem a doença. Porém, a progressão dos déficits neurológicos ocorre em todos os portadores da doença. Sabe-se que após 15 anos do início da doença, cerca de 50% dos pacientes necessitam de auxílio para deambular e, após 25 anos, a maioria está incapacitada para tal. Esta e outras incapacidades parecem se relacionar com o número e a Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 3. 23 gravidade de surtos nos primeiros anos do cursodaEM6. Um modelo para o estudo da EM é a encefalomielite autoimune experimental (EAE), cuja investigação, como modelo animal, tem sido de grande utilidade, pois é possível observar degeneração axonal similar à observada em humanos com EM 2. Aindução da EAE pode ser ativa ou passiva. A forma ativa baseia-se na imunização de ratos ou camundongos com baixas doses de proteína básica de mielina (MBP), proteolipoproteína (PLP) ou glicoproteína da mielina de oligodendrócitos (MOG), administradas em conjunto com um adjuvante apropriado 7,8. Já a forma passiva é caracterizada pela transferência de linfócitos ou células T encefalitogênicas ativadas, provenientes de animais sensibilizados7. A resposta inflamatória associada às lesões desmielinizantes caracteriza-se por infiltrado contendo células CD4, CD8 e macrófagos 9. Acredita-se que essa resposta imunitária seja dirigida contra antígenos derivados do SNC 10. O modelo de EAE reproduz essa patogenicidade associada a este tipo de resposta imunitária, sendo possível demonstrar que existem linfócitos autorreativos (CD4+ e CD8+), que são células efetoras, capazes de conduzir o processo de desmielinização do SNC. Recentemente, descobriu-se que existem subtipos de células CD4 (Th1 e Th17) com características diferentes e que podem contribuir para lesão no SNC através de diferentes tipos de mediadores inflamatórios 10. Por outro lado, tem sido demonstrado que existe uma população de células T com capacidade imuno-regulatória (designadas de células T reguladoras) que são capazes de prevenir ou limitar a neuroinflamação 11- 13. Existem também, outras populações reguladoras, entre elas as células T natural killer(NKT) 14. Dada a importância das células T na patogênese da EM, tem sido propostas várias estratégias terapêuticas que se baseiam no controle dessas células. Essas estratégias podem se basear em eliminação física das células T, sua modulação ou sequestro. Desta forma, os estudos envolvendo a interação entre culturas celulares e fármacos podem facilitar a análise neuroprotetora que estes possuem sobre as células nervosas nos modelos experimentaisdaEAE. A pregabalina é um fármaco análogo ao GABA (ácido gama-aminobutírico) 15 que atua como anticonvulsivante e possui efeitos positivos no tratamento de pacientes com dores neuropáticas severas, como por exemplo, neuropatia diabética, neuralgia pós-herpética 16-20. Seu uso é aprovado pela Food and DrugAdministration (FDA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sendo considerada uma substância de controle especial. Como a gabapentina, a pregabalina se liga à subunidade α2δ (tipo1) dos canais de cálcio 21,22 voltagem dependentes e, assim, atenua o influxo de cálcio para o interior da célula 23 neuronal reduzindo a liberação de 23,24 25 noradrenalina e de glutamato . A pregabalina possui, também, a capacidade de modular a transmissão sináptica 26 27 excitatória , reduzir a atividadeneuronal e promover efeitos antiapoptóticos e anti- 28 inflamatórios . OBJETIVOS O objetivo do presente estudo foi analisar morfologicamente, in vitro, a neuroproteção promovida pelo tratamento com pregabalina em culturas de células Neuro2A, com meio condicionado contendo linfócitosTencefalitogênicos. EXPERIMENTOSINVIVO ANIMAIS Camundongos C57BL/6 fêmeas, com seis semanas de vida, foram adquiridos do Centro Multidisciplinar para Investigação Biológica na Área da Ciência emAnimais de Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 4. 24 Laboratório (CEMIB/UNICAMP) e mantidos em condições S.P.F. (specific- pathogen free) com água e ração autoclavadas ad libitum, tendo a temperatura e o fotoperíodo em ciclos de 12 horas controlados durante todo o experimento. Os protocolos envolvendo animais de laboratório foram executados de acordo com as normas da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL/COBEA) e aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA/UNICAMP), sob o número de processo2687-1. INDUÇÃO DAEAE Através de uma seringa de vidro, foram injetadas 100µg de glicoproteína de mielina de oligodendrócitos (MOG), correspondendo à sequência de aminoácidos 35-55, em emulsão de igual volume, contendo adjuvante completo de Freund, subcutâneamente nas patas posteriores dos animais. Após a indução, os animais foram agrupados em gaiolas plásticas e acompanhados diariamente até surgirem os primeirossinaisclínicos. Diariamente, foi realizada a análise e classificação dos sinais e sintomas da doença, com a finalidade de identificar o período de surto (que ocorre entre o 9° e 14° após a indução). Os primeiros sinais da doença são evidenciados com a flacidez da c a u d a d o a n i m a l ( q u e o c o r r e m aproximadamente no 9° dia após a indução – grau 1), depois ocorre a paralisia parcial de um membro posterior (aproximadamente no 11° dia após a indução – grau 2), seguido de paraplegia (aproximadamente no 13° dia após a indução – grau 3) e tetraplegia (aproximadamente no 14° dia após a indução – grau 4). Após a exacerbação da doença, o animal começa a se recuperar e restando sinais residuais da EAE (aproximadamente no 20° dia após a indução). E N R I Q U E C I M E N T O D E LINFÓCITOS T E PREPARO DE MEIO CONDICIONADO Decorridos dez dias da indução de EAE, os animais foram submetidos à eutanasia e os baços coletados assepticamente para o preparo de suspensões celulares, as quais foram enriquecidas em linfócitos T de acordo com protocolo previamente descrito29. Brevemente, as células foram ressuspendidas em solução de Percoll (SIGMA-ALDRICH, USA) 37% e sobrepostas em solução de Percoll 65%. Após centrifugação a 320 G por 20 minutos, as células presentes na interface das densidades de Percoll foram recolhidas e lavadas em meio RPMI (SIGMA- ALDRICH, USA), suplementado com 10% de Soro Fetal Bovino (SFB, CULTILAB, BRASIL). Posteriormente, as células foram semeadas em placas de cultura de seis cavidades e incubadas a 37ºC por 72h em meio RPMI+10%SFB na presença ou ausência de peptídeo MOG (10 µg/mL). Os sobrenadantes das culturas foram coletados e utilizados para o preparo de meio c o n d i c i o n a d o d e l i n f ó c i t o s T encefalitogênicos. Para utilizarmos o meio condicionado sobre as culturas neuronais, o mesmo foi diluído a 30%, utilizando-se meio de cultura de crescimento para células neuronais. EXPERIMENTOS “IN VITRO” - CULTURAS CELULARES Células Neuro-2a (ATCC®CCL- 131™) foram obtidas da American Type Culture Collection (ATCC – University Boulevard Manassas, VA/USA). Após seu r e c e b i m e n t o , a s c é l u l a s f o r a m descongeladas e lançadas em garrafas para cultura (COSTAR, USA) contendo meio com 42.5% DMEM (NUTRICELL, BRASIL), 10% de soro fetal equino e 5% de soro fetal bovino e 42.5% de meio HAM- F12 em incubadora, sob temperatura de 37°C e atmosfera de 5% de CO2. Após atingirem confluência de 90%, as células Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 5. 25 foram tripsinizadas (70 µl de tripsina/EDTA em 4 ml de PB por três minutos) e, posteriormente, foi adicionado soro fetal bovino para bloqueio da ação enzimática. A solução resultante foi colocada sobre um coxim de BSA (bovine serum albumin, albumina bovina 4% em DMEM) e submetida à centrifugação (1.300 rpm por 10 minutos). Após a centrifugação, o precipitado foi ressuspendido em meio de cultura completo adicionado com 10% de DMSO. A solução foi aliquotada em criotubos de 2 ml (SIGMA-ALDRICH, USA) e submetida ao congelamento gradual paraobterumestoquedecélulas. Ao longo do experimento, as células foram descongeladas à temperatura ambiente, conforme demanda, e lançadas em garrafas de 25 cm² em meio contendo 42.5% DMEM (NUTRICELL, BRASIL), 10% de soro fetal equino e 5% de soro fetal bovino e 42.5% de meio HAM-F12. Ao atingirem 90% de confluência, as células foram tripsinizadas (70 µl de tripsina/EDTA em 4 ml de PB por três minutos) e, posteriormente, foi adicionado soro fetal bovino para bloqueio da ação enzimática.As células foram lançadas em placa para cultura (COSTAR, USA) contendo 24 poços (300 µl em cada poço), sendo mantidas em incubadora sob temperatura de 37°C e atmosfera de 5% de CO2. Após 24 horas, deu-se início ao tratamento com pregabalina (princípio ativo) na dosagem de 300 µg/ml, 150 µg/ml e 30 µg/ml durante 24 horas30,31. Para melhor compreensão dos resultados, os grupos foram denominados da seguinte maneira: Controle (células N e u r o 2 A t r a t a d a s c o m m e i o d e c r e s c i m e n t o ) , C o n t r o l e + m e i o condicionado (células Neuro2A tratadas c o m m e i o c o n d i c i o n a d o ) , M e i o condicionado + 30 µg/ml (células Neuro2A tratadas com meio condicionado + tratamento com 30 µg/ml de pregabalina), Meio condicionado + 150 µg/ml (células Neuro2Atratadas com meio condicionado + tratamento com 150 µg/ml de pregabalina) e meio condicionado + 300 µg/ml (células Neuro2Atratadas com meio condicionado + tratamentocom300µg/mldepregabalina). IMUNOFLUORESCÊNCIA Finalizado o período de tratamento, as células foram fixadas com paraformaldeído 4% em DMEM. Após a fixação, as células foram lavadas em PB sem cálcio e magnésio (0,1M, pH 7,4, NUTRICELL, BRASIL) e incubadas durante duas horas com anticorpo primário burro anti-sinapsina (1:200, SANTA CRUZ, USA). Foram, então, novamente lavadas em PB estéril e incubadas durante 45 minutos com anticorpo secundário anti-burro conjugado com CY-3 (JACKSON LAB., USA). Concluído o tempo de incubação, as células foram lavadas, sendo posteriormente realizada citoquímica com DAPI (4-6- diamidino-2-fenilindol) que evidencia o núcleo celular, intercalando-se às moléculas de DNA utilizando filtro para luz ultravioleta acoplado em microscópio de fluorescência. Desse modo, foi possível quantificar o número de células presentes após o tratamento com meio condicionado e pregabalina utilizando o programa Adobe Photoshop CS5. Após finalização da técnica, as culturas foram mantidas em glicerol/PB 0,01M (3:1), para observação ao microscópio de fluorescência (LEICA, DM 5500B), equipado com uma câmara de fluorescência (DFC345FX) e software LAS-AF (Versão 4.2) do Laboratório de Regeneração Nervosa, IB-UNICAMP. Para cada grupo (controle e tratados com pregabalina), três poços com culturas de células foram incubadas com o anticorpo, num total de nove poços por grupo. Assim, dez áreas representativas de cada poço foram documentadas para quantificação da densidade integrada de pixels. A média aritmética foi calculada para cada poço e, Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 6. 26 através da análise desses valores, foram realizadas as comparações entre os grupos. O controle negativo da reação foi realizado omitindo-seaetapadoanticorpoprimário. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS Os resultados foram expressos como média ± erro padrão. A análise de eventuais diferenças intergrupos foi realizada inicialmente pela ANOVA de uma via, seguido pelo pós-teste Bonferroni para comparação intergrupos. Para a análise estatística, foi considerada uma significânciamínimadep<0,05. RESULTADOS IMUNORREATIVIDADE PARA SINAPSINA A imunorreatividade da proteína sinapsina, em células Neuro2A tratadas e não tratadas com pregabalina está demonstrada na Figura 1. Na Figura 1A-C destaca-se a marcação para o grupo de células controle, onde podemos observar o crescimento normal das células Neuro2A. Na figura 1 D-F, podemos observar o grupo de células submetidas ao tratamento com meio condicionado contendo linfócitos T encefalitogênicos, sem tratamento com pregabalina. Esse grupo, em particular, apresentou redução da imunorreatividade anti-sinapsina, em relação ao grupo controle (Controle, 23.424 ± 2.603; Controle + meio condicionado,14.789±1.656,p<0,01). Quando analisamos o grupo de células tratadas com meio condicionado sem pregabalina, podemos observar que houve redução significativa da expressão de sinapsina, em relação ao grupo controle. Adicionalmente, nota-se manutenção da expressão de sinapsina em relação ao grupo controle + meio condicionado, sendo significativa no grupo 30 µg/ml (Controle + meio condicionado, 14789 ± 1656; Meio condicionado + 30 µg/ml, 20848 ± 1862, p<0.05). Nos demais grupos, 150 µg/ml e 300 µg/ml, podemos observar tendência de aumento na expressão de sinapsina em relação ao grupo meio condicionado + pregabalina, porém sem significância (Controle + meio condicionado, 14789 ± 1656; Meio condicionado + 150 µg/ml, 20233 ± 891, p>0.05 e Controle + meio condicionado, 14789 ± 1656; Meio condicionado + 300 µg/ml, 17173 ± 1179, p>0.05). E F E I T O S I N V I T R O D O TRATAMENTO DA PREGABALINA EM CÉLULAS NEURO2A TRATADAS COM MEIO CONDICIONADO Após realizarmos o tratamento com meio condicionado nas células Neuro2A, pudemos observar que as mesmas apresentaram uma taxa de proliferação menor (47%), em relação às células que foram mantidas somente com meio de crescimento (Controle, 143.7 ± 7.50; Controle + meio condicionado, 73.8 ± 4.05, p<0.001, Figura 2). Após serem tratadas com meio condicionado, nas doses de 30 µg/ml, 150 µg/ml e300 µg/ml durante 24 horas, pudemos observar um aumento significativo do número de células em relação ao grupo tratado com meio condicionado – 56%, 49% e 52%, respectivamente – (Controle + meio condicionado, 73.8 ± 4.05; Meio condicionado + 30 µg/ml, 168 ± 8.44, p<0.001: Controle + meio condicionado, 73.8 ± 4.05; Meio condicionado + 150 µg/ml, 154.4± 4.40, p<0.001: Controle + meio condicionado, 73.8 ± 4.05; Meio condicionado + 300 µg/ml, 151 ± 3.50, p<0.001). Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 7. Figura 2: Análise quantitativa do número da sobrevivência celular após tratamento com meio condicionadoepregabalina. SINAPSINAControle+meioControle30µg/ml150µg/ml300µg/ml 27 DISCUSSÃO A esclerose múltipla é caracterizada p o r i n f l a m a ç ã o f o c a l , a g u d a , desmielinizante, com perda axonal e com limitada remielinização, culminando em placas escleróticas multifocais 1-5. Vários estudos estão voltados para a compreensão dos mecanismos que envolvem o SNC e o sistema imunológico em modelos murinos e em culturas celulares. Neste estudo foram utilizadas células Neuro2A para se avaliar morfologicamente as alterações e a neuroproteçãopromovidapelapregabalina. Ao ser utilizado meio condicionado contendo linfócitos T encefalitogênicos, foi promovido às células Neuro2A, um microambiente semelhante ao do SNC de camundongos induzidos à EAE. Isso nos proporcionou um estudo morfológico da consequência do tratamento do meio condicionado nas células Neuro2A e, também, dos efeitos protetores da pregabalina após as células serem expostas ao meio condicionado por linfócitos T encefalitogênicos, os quais possuem características imunológicas para produzir processos inflamatórios no SNC e, consequentemente degeneração e morte Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Figura 1: Imunomarcação anti-sinapsina. Figuras A e B, mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI, respectivamente, no grupo controle; Figura C, mostrando a sobreposição sinapsina + DAPI; Figuras D e E, mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI, respectivamente, no grupo controle + meio condicionado; Figura F, mostrando a sobreposição sinapsina + DAPI; Figuras G e H, mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI, respectivamente, no grupo 30 µg/ml de pregabalina; Figura I, mostrando a sobreposição sinapsina + DAPI; Figuras J e K, mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI, respectivamente, no grupo controle 150 µg/ml; Figura L, mostrando a sobreposição sinapsina + DAPI; Figuras M e N, mostrando imunomarcação para sinapsina e DAPI, respectivamente, no grupo controle 300 µg/ml; Figura O, mostrando a sobreposição sinapsina + DAPI. Figura P, análise quantitativa da densidade integrada de pixels. Escala=50μm. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 8. 28 celular10-14. Nossos resultados mostram que as células Neuro2A, tratadas somente com meio condicionado, apresentaram uma redução do número total de células, 24 horas após início do tratamento. Acreditamos que o meio condicionado, contendo linfócitos T encefalitogênicos, atuou sobre as células n e u r o n a i s p r o m o v e n d o e f e i t o s i n f l a m a t ó r i o s , c i t o t ó x i c o s e , consequentemente, morte celular. Isso ficou evidenciado quando analisamos a imunorreatividade para sinapsina em células tratadas somente com o meio condicionado onde observamos redução de 37% na rede sináptica, evidenciada pela redução de imunomarcaçãoanti-sinapsina. Quando utilizamos a pregabalina, nos grupos tratados com meio condicionado, observamos neuroproteção. Isso ficou evidenciado quando quantificamos o número total de células após tratamento com pregabalina, onde ocorreu aumento significativo em relação ao grupo controle + meiocondicionado. Tendo-se em vista suas propriedades neuroprotetoras, podemos inferir que a pregabalina atua positivamente, após exposição de agentes pró-inflamatórios provenientes da exacerbação da EAE, em células neuronais. Uma possibilidade para esta resposta está no fato da redução do influxo de cálcio, que promove redução da liberação de glutamato25. Este, quando em excesso, promove neurodegeneração e, consequentemente morte celular. Também podemos propor que, ao atuar na modulação sobre a transmissão sináptica excitatória, a pregabalina promoveu às células Neuro2A, um ambiente favorável para seu crescimento.Portanto,apregabalina Em conjunto, concluímos que pregabalina é um fármaco com potenciais efeitos neuroprotetores durante o curso da EAE e que estudos mais detalhados envolvendo mecanismos moleculares devem ser elaborados, para melhor compreensão da atuação desse fármaco nos processos imunomoduladores. Através de futuros estudos a pregabalina pode ser tornar um em potencial fármaco neuroprotetor para portadores de esclerose múltipla, amenizando os sintomas da doença e promovendo uma melhor qualidade de vida paraessas pessoas. REFERÊNCIAS 1. WAKSMAN, B H. Mechanisms in multiplesclerosis.Nature1985;318:104-5. 2. KORNEK B, STORCH MK, WEISSERT R, WALLSTROEM E, STEFFERL A, OLSSON T, et al. Multiple sclerosis and chronic autoimmune encephalomyelitis: a comparative quantitative study of axonal injury in active, inactive, and remyelinated lesions. Am J Pathol2000;157:267-76. 3 . O L S S O N T, D A H L M A N I , WALLSTROM E, WEISSERT R, PIEHL F. Genetics of rat neuroinflammation. J Neuroimmunol2000;107:191-200. 4. SWANBORG, RH. Experimental autoimmune encephalomyelitis in the rat: lessons in T-cell immunology and autoreactivity.Immunol2001;181:129-35. 5. PEDOTTI R, DE VOSS JJ, STEINMAN L, GALLI SJ. Involvement of both 'allergic' and 'autoimmune' mechanisms in EAE, MS and other utoimmune diseases.Trends Immunol 2003. 24:479-84. 6. COMPSTON A, COLES A. Multiple sclerosis.Lancet2002;359(9313):1221-31. 7. TEIXEIRA AS, VARRIANO AA, BOLONHEIS SM, MUSCARÁ MN. E x p e r i m e n t a l a u t o i m u n e e n c e p h a l o m y e l i t e s : a heterogeneous group os animal models to study human multiple sclerosis. Drug Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 9. DiscovToday2005;2(2):127-33. 8. HOFSTETTER HH, TOYKA KV, GOLD R. Permanenteffectorphenotype of neuroantigen-specificTcells acquired in the c e n t r a l n e r v o u s s y s t e m d u r i n g experimentalallergicencephalomyelitis. NeurosciLett2005;391(3):127-30. 9. HAUSER SL, BHANAK, GILLES F, KEMP M, KERR C, WEINER HL. Immunohistochemical analysis of the cellular infiltrate in multiple sclerosis lesions.Ann Neurol1986;19(6):578-87. 10. GOVERMAN J. Autoimmune T cell responses in the central nervous system. Nat RevImmunol2009;9(6):393-407. 11. AWASTHI A, MURUGAIYAN G, KUCHROO VK. Interplay between effector Th17 and regulatory T cells. J Clin Immunol 2008;28(6):660-70. 12. KOHM AP, CARPENTIER PA, ANGER HA, MILLER SD. Cutting edge: CD4+CD25+ regulatory T cells suppress antigen-specific autoreactive immune responses and central nervous system inflammation during active experimental autoimmune encephalomyelitis. J Immunol 2002;169(9):4712-6. 13. MCGEACHY MJ, STEPHENS LA, ANDERTON SM. Natural recovery and p r o t e c t i o n f r o m a u t o i m m u n e encephalomyelitis: contribution of CD4+CD25+ regulatory cells within the central nervous system. J Immunol 2005; 175(5):3025-32. 14. MONTEIRO M, ALMEIDA CF, CARIDADE M, RIBOT JC, DUARTE J, AGUA-DOCE A, et al. Identification of regulatory Foxp3+ invariant NKT cells i n d u c e d b y T G F - b e t a . I m m u n o l 2010;4:2157-63. 15. GUAY, D. R. Pregabalin in neuropathic pain: a more ''pharmaceutically elegant'' gabapentin? Am J Geriatr Pharmacother2005;3,274–87. 16. SEGAL, A .Z. and RORDORF, G. Gabapentin as a novel treatment for postherpetic neuralgia. Neurology 1996; 46, 1175–6. 17. BACKONJA M, BEYDOUN A, EDWARDS KR, SCHWARTZ S.L, FONSECA V, HES M, et al. Gabapentin for the symptomatic treatment of painful neuropathy in patients with diabetes mellitus: a randomized controlled trial. JAMA1998;280:1831–6. 18. DWORKIN, R.H, CORBIN, A.E, Y O U N G , J . P J r , S H A R M A , U , LAMOREAUX, L., BOCKBRADER, H, et al. Pregabalinfor the treatment of postherpetic neuralgia: a randomized, placebo-controlled trial. Neurology 2003; 60:1274–83. 19. ROSENSTOCK, J., TUCHMAN, M., LAMOREAUX, L., SHARMA, U. Pregabalin for the treatment of painful diabetic peripheral neuropathy: a double- blind, placebo controlled trial. Pain 2004;110:628–38. 20. MOULIN D. E., CLARK A. J., GILRON I. et al. Pharmacological management of chronic neuropathic pain – consensus statement and guidelines from the Canadian Pain Society. Pain Res Manag 2007;12:13–21. 21. GEE N. S., BROWN J. P., DISSANAYAKE V. U., OFFORD J., THURLOW R., WOODRUFF G. N. The novel anticonvulsant drug, gabapentin (Neurontin), binds to the alpha2delta subunit of a calcium channel. J Biol Chem 1996;271:5768–76. 22. BIAN F. , LIZ., OFFORD J., DAVIS M. D., MCCORMICK J., TAYLOR C. P., WALKER L. C. Calcium channel alpha2- delta type 1 subunit is the major binding protein for pregabalin in neocortex, hippocampus, amygdala, and spinal cord: an ex vivo autoradiographic study in alpha2- delta type 1 genetically modified mice. BrainRes2006;1075:68–80. 29 Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174
  • 10. 23. FINK, K.; DOOLEY, D. J.; MEDER, W. P.; SUMAN-CHAUHAN, N.; DUFFY, S.; CLUSMANN, H.; et al. Inhibition of neuronal Ca2+ influx by gabapentin and pregabalin in the human neocortex. Neuropharmacology2002;42:229-36. 24. DOOLEY, D.J., DONOVAN, C., PUGSLEY T. Stimulus-dependent modulation of [3H]norepinephrine release from rat neocortical slices by gabapentin and pregabalin. J Pharmacol Exp Ther. 2000; 295:1086–93. 2 5 . C U N N I N G H A M , M . , WOODHALL, G., THOMPSON, S., DOOLEY, D., JONES, R. Dual effects of gabapentin and pregabalin on glutamate release at rat entorhinal synapses in vitro. EurJ Neurosci2004;20:1566–76. 26. GUILMI, M.N., URBANO, F.J., INCHAUSPE, C.G., UCHITEL, O.D. Pregabalin modulation of neurotransmitter release is mediated by change in intrinsic activation/inactivation properties of Cav2.1 calcium channels. The journal of p h a r m a c o l o g y a n d e x p e r i m e n t a l therapeutics2011;336(3):171-7. 27. FEHRENBACHER, J.C, TAYLOR, C.P., VASKO, M.R. Pregabalin and gabapentin reduce release of substance P and CGRP from rat spinal tissues only after inflammation or activation of protein kinase C.Pain2003Sep;105(1-2):133-41. 28. HA, K., CARRAGEE, E., CHENG, I., KWON, S., KIM, Y. Pregabalin as a Neuroprotector after Spinal Cord Injury in Rats: Biochemical Analysis and Effect on Glial Cells. J Korean Med Sci 2011; 26: 404- 11. 29. THOMÉ R, ISSAYAMA LK, DIGANGI R, BOMBEIROAL, DACOSTA TA, FERREIRA IT, DE OLIVEIRA AL, et al. Dendritic cells treated with chloroquine modulate experimental autoimmune encephalomyelitis. Immunol Cell Biol 2014.92(2):p.124-32. 3 0 . J I A N G , H . ; M I L O , R . ; SWOVELAND, P.; JOHNSON, K.P.; PANITCH, H.; DHIB-JALBUT, S. Interferon β-1b reduces interferon γ-induced antigen-presenting capacity of human glial and B cells. J. Neuroimmunol 1995;61:17- 25. 31. ABARCA-HEIDEMANN, K.; FRIEDERICHS, S.; KLAMP, T.; B O E H M , U . ; G U E T H L E I N , I . A . ; ORTMANN, B. Regulation of the expression of mouse TAP-associated plycoprotein (tapasin) by cytokines. Immunol.Lett2002;83:197-207. 30 Pregabalina protege neurônios da ação pró-inflamatória de linfócitos T encefalitogênicos. - Gustavo Ferreira Simões e cols. Perspectivas Médicas, 25(3): 21-30, set./dez. 2014. DOI: 10.6006/perspectmed.20140303.0265557174