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O REPENSAR DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA, A PARTIR
   DA ECOPSICOLOGIA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A
                  ERGONOMIA



                       Maria Cristina Rath Bonazina, mestranda
      Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas
       Rua Jaime de Arruda Ramos - 997 - 88 056 730 Fpolis/SC e-mail: bonazina@matrix.com.br

                             Karina De Déa Roglio, mestranda
      Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas
         Rua Antônio Dib Mussi - 522/1102 - 88 015 110 Fpolis/SC e-mail: dea@mbox1.ufsc.br

                           Karen Silvia S. S. Klöckner, mestranda
      Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas
                          Cx.Postal 476 - Cep: 88 010 970 - Florianópolis/SC

                              Maria Alice Lagos Thé, doutoranda
      Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas
                          Cx.Postal 476 - Cep: 88 010 970 - Florianópolis/SC

                                  Francisco Fialho, Dr. Eng.
      Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas
           Cx.Postal 476 - Cep: 88 010 970 - Florianópolis/SC e-mail: ffialho@matrix.com.br




Abstract


In a fast changing world where technology advances, mass production and nature
destruction are part of men environment, it is urgently needed a meditation on the way we
are and the way we do things. This article proposal is to search, based on a reflection on
man nature relationship, since its beginnings, emphasizing its consequences in the
individual, society, and in its relations with the environment, for the meaning of the society
we are living in and the consequences of letting the blind evolution to guide our future. The
theoretical basis of our research are supported in several knowledge areas, mainly
Psychology that, in the turning of the century, is being more and more used to help in re-
thinking men in their holistic dimension. Echopsychology (Roszack et al, 1995) brings a
new perspective on the analysis of the relation between man and his habitat. Human
Subjectivity, Social Relations and Environment are enrolled in a continuous interaction
process that can only be split for pedagogical purposes. Adding the environment to
Ergonomics, as a living being and not only as dead scenario where the several actors of
the “man work game” play their roles, promises to enrich the ergonomics approach
turning its focus from an anthropocentric approach toward an biocentric one.


Key Words: Man, Nature, Perception, Echopsychology.
1. Introdução
O presente artigo aborda como principal questão o movimento da ecopsicologia,
atualmente em discussão, que tem como principal propósito o resgate da natureza na
subjetividade humana.
        Para tanto apresenta, inicialmente, uma análise do movimento da ciência, desde
seus primórdios até a atualidade, haja visto que o movimento em questão surge dentro de
uma ciência e sofre, assim, influências do modo de pensar do meio científico.
        Em segundo lugar, aborda os três elementos básicos da relação Homem - Natureza:
Subjetividade Humana, Relações Sociais e o Meio Ambiente, tendo em vista que esta
relação acompanha a humanidade desde sua existência, configurando-se de diversas
maneiras em períodos distintos, de acordo com as relações socio-econômicas estabelecidas
entre os homens.
        Em terceiro lugar, apresenta os principais estudos desenvolvidos pelo movimento
da ecopsicologia, despertados pelas conseqüências danosas da postura do Homem frente a
Natureza.
        Com isto, levantou-se algumas reflexões a respeito deste movimento,
contextualizando-o no momento histórico em que a humanidade se encontra e apontando
as tendências para o futuro, que se configura como um momento de profunda transição de
valores, atitudes e ações.

2. Da Ciência Clássica ao Pensamento Holístico

        A origem do questionamento que se faz, hoje, sobre a postura do ser humano em
relação ao seu meio ambiente pode ser entendida a partir de uma análise do
comportamento humano ao longo do seu desenvolvimento histórico.
        Os diferentes períodos da história da humanidade evidenciam uma clara mudança
desta postura. No início, o Homem posicionava-se como parte do sistema Natureza, numa
posição submissa e de respeito aos fenômenos da mesma que eram cultuados por ele.
        Com o passar do tempo, o Homem passou a questionar alguns fatores que o
circundavam e desenvolver algumas “explicações” para os mesmos, dando início à “era
científica”, onde torna-se clara a mudança para uma postura antropocêntrica e até
economicista-predatória, em que o ser humano coloca-se como o centro do Universo.
        É a partir desta nova postura assumida pelo Homem e da sensação de capacidade de
domínio e controle sobre o mundo que a Natureza perde sua harmonia, surgindo ameaças à
sobrevivência da humanidade na Terra.
        Na base dessa transformação, encontram-se novos valores sociais que
preconizavam ser a busca da satisfação de interesses próprios o meio de se atingir o bem
comum, conforme nos aponta Adam Smith em sua célebre obra “ A Riqueza das Nações
”          [ Lux, 1993 ].
        O Ser do homem, composto por sua subjetividade, seus valores pessoais, dilui-se a
partir da introjeção de valores, normas e crenças propagadas pela ideologia dominante do
grupo do qual faz parte. Guattari [1993 ] afirma: “...a época contemporânea, exacerbando a
produção de bens materiais e imateriais em detrimento da consciência de Territórios
existenciais individuais e de grupo, engendrou um imenso vazio na subjetividade que tende
a se tornar cada vez mais absurda e sem recursos.”
        Diante dessa realidade, alguns cientistas (Prigogine, Capra...) começam a
questionar os pressupostos básicos da ciência clássica. Surge uma nova visão de mundo
não mais mecânica, mas agora integradora, a visão holística, baseada no princípio de que o
todo é maior que a soma das partes, já que estas se relacionam dinamicamente.
        E, baseadas nesta nova visão de mundo, surgem novas correntes nos diversos
campos das ciências existentes, dentre as quais cabe salientar a Ecopsicologia, como uma
nova corrente dentro da Psicologia que passa a analisar o Homem como parte integrante e
ativa da Natureza.

3. Os Três Elementos Básicos da Relação Homem-Natureza: Subjetividade Humana,
Relações Sociais e Meio Ambiente

3.1 Subjetividade Humana

        Um dos principais aspectos relacionados ao modelo de desenvolvimento baseado
no paradigma de mercado é a supremacia da racionalidade instrumental sobre a
racionalidade substantiva e a conseqüente supressão do julgamento de valores baseado em
uma consciência ética.
        O ser humano vive, hoje, em uma sociedade que concede espaço apenas ao
exercício da racionalidade instrumental ou funcional, em que “ [...] não se aprecia
propriamente a qualidade intrínseca das ações, mas o seu maior ou menor concurso, numa
série de outras, para atingir um fim preestabelecido, independente do conteúdo que possam
ter as ações” [Guerreiro Ramos, 1989]. Os resultados atuais do processo de modernização
- a insegurança psicológica, a degradação da qualidade de vida, a poluição, o desperdício, a
exaustão dos limitados recursos do planeta demonstram o caráter inconseqüente desta
concepção.
        Neste contexto, o modo capitalista de produção caracteriza-se não apenas pelo
domínio absoluto das linhas de produção em série, mas pela “ [...] serialização da
subjetividade humana, que lamina os sistemas particulares de valor e coloca num mesmo
plano de equivalência os bens materiais, os culturais e as áreas naturais” [Guattari,1993],
modificando profundamente a relação dos homens entre si e com a Natureza.
        A ruptura da relação Homem-Natureza é, portanto, conseqüência direta desse
processo de reificação, onde não se questionam os valores éticos das ações, e de uma
postura antropocêntrica, em que o Homem se considera superior à Natureza e às demais
espécies, com o direito de fazer destas o que bem entender.
        É premente, portanto, a necessidade de se resgatar as dimensões humanas
historicamente ocultas pelo domínio da racionalidade instrumental, que em sua essência
desconsidera o caráter subjetivo da psiqué humana. Trata-se de rever os valores impostos à
conduta individual, analisar a finalidade do trabalho e das atividades humanas em função
de critérios diferentes daqueles do rendimento, do lucro e do crescimento e recuperar a
relação Homem-Natureza, desvinculando-a da necessidade de controle e dominação.
Somente a partir daí será possível buscar o desenvolvimento de uma consciência ecológica
e de um modelo de crescimento sustentável.
        Desta forma, a criação de uma consciência ecológica passa, necessariamente, por
um questionamento dos atuais paradigmas e valores que delineiam nossas percepções e
comportamentos, em busca de uma ética da convicção, de uma ética ecológica, que permita
o desenvolvimento sustentável da humanidade. “Nós humanos não estamos, de fato,
separados ou somos superiores a natureza, e nem temos o domínio total de a explorarmos
além do que é necessário às nossas necessidades imediatas. Nós somos parte da natureza,
estamos na Terra, não sobre ela. Somos como as células no corpo de um vasto organismo
vivo que é o Planeta Terra...” [Metzner, 1995].



3.2 Relações Sociais
Ao contrário dos outros seres vivos, o Homem não tem natureza, ou melhor, a
natureza humana é a história. Sabe-se que o Homem, ao nascer, apresenta grande
desvantagem em relação aos outros animais. Desprovido de características essenciais de
sua condição, só as desenvolve, hominizando-se, quando encontra circunstâncias
favoráveis de um meio sui generis. Esse meio é a sociedade.
        O Homem não se apresenta como um universo fechado em si mesmo, com essência
que reúne suas qualidades e determina sua natureza, mas como universo com muitos
cérebros, cujo equilíbrio e dinâmica configuram suas perspectivas intelectuais, afetivas e
de ação [Mitroff, 1994].
        As coisas materiais e funcionais não são indiferentes à sociedade; ao contrário, a
sociedade não tem substância própria, precisa dos indivíduos para ser o que é, e estes,
precisam da sociedade para existir. A realidade do mundo social não transcende a
subjetividade humana; sua objetividade exige a participação pessoal para tomar corpo e
essência. Muito mais que a experiência, a vida em sociedade é a superação de vivências,
visando explicar e constituir uma objetividade. Em nenhum nível é possível separar o
objeto do sujeito, neste caso, separar o indivíduo da sociedade [Merani, 1977].
        Para Sewall [1995], “o foco de nossa atenção interna e externa é influenciada e
criada por uma realidade subjetiva da percepção de vários objetos, relacionados e
diferenciados uns dos outros. Neste contexto o papel da consciência e da conduta é nos
colocar numa situação de perpetuação da nossa crise ecológica”.
        Segundo Caravantes [1996], “A civilização trouxe consigo um tipo de escassez -
esta sim, vinculada à satisfação de necessidades criadas pelo próprio Homem. No
selvagem, no primitivo, não há estoque, não há acumulação. O estoque de bens é a própria
Natureza e a todos pertence, que dela se utilizam com parcimônia. O dito civilizado, ao
contrário, acumula, e daí faz um meio de vida; tira partido da escassez”.
        Neste contexto, a Ecologia social deverá trabalhar na reconstrução das relações
humanas em todos os níveis do socius. Não apenas junto a vida social, econômica e
cultural, mas também nos espaços subjetivos mais inconscientes, visto que a ideologia
reinante está imbuída em nossa própria existência individual e coletiva [Guattari, 1993].

3.3 Meio Ambiente

        As mudanças que ocorrem, hoje, em um ritmo cada vez mais acelerado, provocam
o desenvolvimento de inovações tecnológicas que apresentam conseqüências não só sobre
a natureza do trabalho, mas exercem impacto sobre a base de recursos naturais da
civilização ao longo de todo ciclo de exploração e extração de matérias-primas, sua
transformação em produtos, consumo de energia, geração de resíduos, uso e eliminação
dos produtos pelos consumidores. Tais impactos podem ser positivos, melhorando a
qualidade de um recurso ou ampliando seus usos ou podem ser negativos, devido à
poluição causada pelo processo e pelo produto, ou ainda ao esgotamento ou deterioração
dos recursos.
        Durante determinado período, considerou-se o saldo entre estes impactos como
positivo para a humanidade, porém, de algumas décadas para cá, o mesmo está sendo
considerado negativo, já que seus reflexos têm ameaçado a sua própria sobrevivência.
        Neste sentido, coloca Guattari [1993] que: “ No momento se vive no Planeta Terra,
um período de intensas transformações técnico científicas, em contrapartida das quais
engendram-se fenômenos de desequilíbrios ecológicos que, se não forem remediados, no
limite, ameaçam a continuidade da vida em sua superfície devido a uma progressiva
deterioração do Planeta”.
Apesar de alguns estudiosos manifestarem grande preocupação com o risco do
esgotamento dos recursos naturais disponíveis no planeta, os homens em geral, encontram-
se inseridos em uma sociedade tecnológica de tal forma que não percebem os impactos da
tecnologia na realidade social e ambiental, tendo-se como exemplos a contaminação por
radioatividade, epidemias de câncer, falhas na camada de ozônio, extinções culturais e
biológicas [Kanner, 1996].
        Essa realidade nos coloca diante de uma era caracterizada por uma nova revolução
industrial. As organizações, à luz de pressupostos sistêmicos, deverão aliar agora recursos
naturais, gerenciamento ambiental, produção, mercado, qualidade de vida e
desenvolvimento sustentável como desafios para o século XXI, com prudência diante de
uma economia altamente globalizada.
        Os problemas e crises sócio-ambientais, culturais, político-institucionais e
econômicos que a sociedade têm experimentado nesse final de século e num mundo cada
vez mais globalizado, sugere que saiamos do nível de tratamento corretivo, remedial e
imediatista dessas questões no sentido de prevenção. Porquanto, a ecologia deixou de ser
modismo e se inscreveu como fundamental para os destinos da vida em âmbito planetário e
para a concepção de uma nova era baseada numa bio-estética e no respeito ao tempo de
auto-organização dos diversos sistemas.
        Entretanto, essa transformação só ocorrerá a partir de uma consciência ecológica,
cuja preocupação básica será reduzir o consumo, distribuir mais eqüitativamente, reutilizar
e reciclar os recursos do planeta, isto é, deverá contemplar aspectos não só da esfera
econômica, mas também da justiça social e do próprio meio ambiente.

4. Movimento da Ecopsicologia

        A Ecopsicologia surge como um ramo da Ciência que parte de uma análise da
subjetividade humana, das relações que caracterizam o convívio social e das relações do
homem com o meio ambiente, para a construção de uma “nova psicologia do meio
ambiente, que nos ajude a entender o que devemos fazer e continuar fazendo, individual e
coletivamente, de forma que possamos mudar nossa conduta, local e global, para
salvarmos a vida do planeta” [Mack,1995].
        Dentro desta nova concepção da psicologia, já existem alguns estudos que estão
sendo desenvolvidos, dentre os quais podemos citar o trabalho de Laura Sewall [1995],
“The Skill of Ecological Percepcion”, no qual ela aponta a nossa “miopia coletiva” como
a maior causa da atual crise ambiental. Essa miopia consiste na falta de percepção dos
danos que, em nome do desenvolvimento, causamos continuamente à Natureza.
        Ralf Metzner [1995], em seu trabalho intitulado “The Psychopatology of the
human-nature relationship” desenvolve “metáforas diagnósticas” a partir das categorias
psicológicas [vício, dissociação, autismo, amnésia] para explicar a alienação entre a
espécie humana e a natureza. Seu objetivo maior é discernir a natureza do distúrbio
psicológico que o Homo Sapiens tem em seu poder, para que possamos aplicar técnicas
psicoterapêuticas e tratamento de melhoramento das atuais ecocatástrofes.
        Nesta mesma linha de estudo, Chellis Glendinning [1995] busca a aplicação dos
conceitos de trauma e vício às crises ecológicas. Sua análise parte de um questionamento
acerca do lugar que a tecnologia ocupa, atualmente, em nossas vidas. Acerca do domínio
que a tecnologia possui, hoje, sobre todos os aspectos da vida humana, ela coloca que “a
total imersão, a perda de perspectiva, a perda de controle nos dá um aviso da ligação entre
o processo psicológico de vício e do sistema tecnológico.”
        Outro trabalho desenvolvido pelas eco-psicólogas Mary E. Gomes e Allen D.
kanner [1995], “The Rape Of the Well-Maidens”, questiona as relações de dependência
entre o ser humano e a natureza, fazendo um comparativo entre a subjugação das mulheres
pelos homens e a sua similaridade com a sujeição da Terra pelo ser humano.

5. Considerações Finais

        A necessidade de compreender o ser humano em sua totalidade e de resgatar a
relação Homem-Natureza sob a luz da Psicologia, que serve de arcabouço para o
entendimento e aprofundamento desta relação, requer uma análise holística da
subjetividade humana, das relações que caracterizam o convívio social e das relações do
Homem com a Natureza.
        Abre-se, assim, um espaço mais complexo que parte da essência da Psicologia e
passa a ser repensado à partir da necessidade de desenvolvimento de uma nova abordagem.
Esta, independente de uma denominação específica - Ecopsicologia, Nova Psicologia,
Psicologia do Meio Ambiente, Psicologia Relacional da Terra..., deverá buscar,
essencialmente, restabelecer a relação do indivíduo com a Natureza.
        Num primeiro momento, é preciso repensar a nossa visão de mundo. O ser humano
é um símbolo, constituído por um conjunto de signos, imagens, metáforas e mitos que lhe
conferem uma significação de mundo particular. Como conseqüência, o foco de nossa
atenção é guiado por uma percepção subjetiva da realidade, em função da qual se define
uma conduta baseada no que se vê. Se não houver um direcionamento desta percepção
para a relação Homem-Natureza, através de novos hábitos e novas maneiras de ver e
admirar a beleza da Natureza, a sua destruição completa acontecerá sem que muitos a
percebam como uma conseqüência de um processo evolutivo no qual todos tiveram
participação.
        Encontra-se, aqui, o principal “papel” a ser desempenhado pela Psicologia que,
como já afirmado, deverá deter seu foco no despertar da consciência do homem para a sua
responsabilidade sobre uma realidade criada por ele próprio.
        John E. Mack [1995] afirma que “nós precisamos explorar nosso relacionamento
com a Terra e entender como e porque nós criamos instituições para destruí-la. Uma
Psicologia Relacional da Terra seria mais ampla do que a Freudiana, incluindo nosso
relacionamento com as pessoas e outras criaturas do planeta Terra mesmo como uma
entidade viva.”
        Trata-se, assim, de resgatar o ser humano na sua sensibilidade, reprimida pelo
próprio uso da razão e de submissão aos valores da sociedade, que lhe rouba os elementos
essenciais de sua estrutura enquanto indivíduo, despersonificando-o. Todos nós somos
reprimidos, de alguma forma, pelo sistema social vigente. Até a Natureza é dominada por
essa teórica “lei do mais forte”, ficando a mercê do homem.
        Por outro lado, esse novo enfoque da Psicologia não pressupõe a ruptura do
processo de desenvolvimento tecnológico, mas a busca de um crescimento sustentável,
capaz de resgatar o indivíduo como um todo, despertando uma nova postura a partir da
percepção e do julgamento baseados em uma consciência ética.
        A Ecopsicologia, interagindo com as demais ciências, terá como objetivo estimular
a educação permanente, a busca do processo de auto-conhecimento, e a contribuição
fundamental para uma verdadeira comunidade, onde as pessoas se energizam pela
educação voltada a perceber o indivíduo como parte da Natureza que a contém, de acordo
com a concepção holística de cosmos.


6. Referências Bibliográficas
CARAVANTES, Geraldo. Readministração: pensando recursos humanos. Rio de Janeiro,
  Revista Decidir n.4, p. 32-34, set/1995.

CHELLIS, Glendinning. Technology, Trauma and The Wild, In: ROSZAK, Theodore et al.
  Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club
  Books, 1995.

DELAZARO, W. e BARBIERI, J.C. Geração de Empregos e Preservação do Meio
  Ambiente: o grande desafio. São Paulo: ERA, v.34, n. 6, p. 73-79, nov/dez 1994.

GUATTARI, Félix. As Três Ecologias. Campinas, Papirus, 1993.

KANNER, Allen D. et al. The Rape of the Well-Maidens: feminist psychology and the
  environmental crisis. In: ROSZAK, Theodore et al. Ecopsychology: restoring the earth,
  healing the mind. São Francisco, Sierra Club Books, 1995.

LUX, K. O Erro de Adam Smith. São Paulo, Nobel, 1993.

MACK, John E. The Political of Species Arrogance. In: ROSZAK, Theodore et al.
 Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club
 Books, 1995.

MERANI, Alberto L. Psicologia e Alienação. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977.

METZNER, Ralph. The Psychopathology of the Human-Nature Relationship. In:
 ROSZAK, Theodore et al. Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São
 Francisco, Sierra Club Books, 1995.

MITROFF, Ian I et al. Framebreak - The radical redesign of American Business. São
  Francisco, Jossey-Bass, 1994.

RAMOS, Alberto G. A nova Ciência das Organizações: uma reconceituação da Riqueza
  das Nações, Rio de Janeiro, FGV, 1989.

SEWALL, Laura. The Skill of Ecological Perception. In: ROSZAK, Theodore et al.
  Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club
  Books, 1995.

WOOD, T. Jr. Mudança Organizacional e Transformação da Função Recursos
 Humanos. XVIII ENANPAD - Recursos Humanos, 1994.

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Repensando a relação homem-natureza pela ecopsicologia

  • 1. O REPENSAR DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA, A PARTIR DA ECOPSICOLOGIA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A ERGONOMIA Maria Cristina Rath Bonazina, mestranda Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas Rua Jaime de Arruda Ramos - 997 - 88 056 730 Fpolis/SC e-mail: bonazina@matrix.com.br Karina De Déa Roglio, mestranda Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas Rua Antônio Dib Mussi - 522/1102 - 88 015 110 Fpolis/SC e-mail: dea@mbox1.ufsc.br Karen Silvia S. S. Klöckner, mestranda Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas Cx.Postal 476 - Cep: 88 010 970 - Florianópolis/SC Maria Alice Lagos Thé, doutoranda Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas Cx.Postal 476 - Cep: 88 010 970 - Florianópolis/SC Francisco Fialho, Dr. Eng. Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas Cx.Postal 476 - Cep: 88 010 970 - Florianópolis/SC e-mail: ffialho@matrix.com.br Abstract In a fast changing world where technology advances, mass production and nature destruction are part of men environment, it is urgently needed a meditation on the way we are and the way we do things. This article proposal is to search, based on a reflection on man nature relationship, since its beginnings, emphasizing its consequences in the individual, society, and in its relations with the environment, for the meaning of the society we are living in and the consequences of letting the blind evolution to guide our future. The theoretical basis of our research are supported in several knowledge areas, mainly Psychology that, in the turning of the century, is being more and more used to help in re- thinking men in their holistic dimension. Echopsychology (Roszack et al, 1995) brings a new perspective on the analysis of the relation between man and his habitat. Human Subjectivity, Social Relations and Environment are enrolled in a continuous interaction process that can only be split for pedagogical purposes. Adding the environment to Ergonomics, as a living being and not only as dead scenario where the several actors of the “man work game” play their roles, promises to enrich the ergonomics approach turning its focus from an anthropocentric approach toward an biocentric one. Key Words: Man, Nature, Perception, Echopsychology. 1. Introdução
  • 2. O presente artigo aborda como principal questão o movimento da ecopsicologia, atualmente em discussão, que tem como principal propósito o resgate da natureza na subjetividade humana. Para tanto apresenta, inicialmente, uma análise do movimento da ciência, desde seus primórdios até a atualidade, haja visto que o movimento em questão surge dentro de uma ciência e sofre, assim, influências do modo de pensar do meio científico. Em segundo lugar, aborda os três elementos básicos da relação Homem - Natureza: Subjetividade Humana, Relações Sociais e o Meio Ambiente, tendo em vista que esta relação acompanha a humanidade desde sua existência, configurando-se de diversas maneiras em períodos distintos, de acordo com as relações socio-econômicas estabelecidas entre os homens. Em terceiro lugar, apresenta os principais estudos desenvolvidos pelo movimento da ecopsicologia, despertados pelas conseqüências danosas da postura do Homem frente a Natureza. Com isto, levantou-se algumas reflexões a respeito deste movimento, contextualizando-o no momento histórico em que a humanidade se encontra e apontando as tendências para o futuro, que se configura como um momento de profunda transição de valores, atitudes e ações. 2. Da Ciência Clássica ao Pensamento Holístico A origem do questionamento que se faz, hoje, sobre a postura do ser humano em relação ao seu meio ambiente pode ser entendida a partir de uma análise do comportamento humano ao longo do seu desenvolvimento histórico. Os diferentes períodos da história da humanidade evidenciam uma clara mudança desta postura. No início, o Homem posicionava-se como parte do sistema Natureza, numa posição submissa e de respeito aos fenômenos da mesma que eram cultuados por ele. Com o passar do tempo, o Homem passou a questionar alguns fatores que o circundavam e desenvolver algumas “explicações” para os mesmos, dando início à “era científica”, onde torna-se clara a mudança para uma postura antropocêntrica e até economicista-predatória, em que o ser humano coloca-se como o centro do Universo. É a partir desta nova postura assumida pelo Homem e da sensação de capacidade de domínio e controle sobre o mundo que a Natureza perde sua harmonia, surgindo ameaças à sobrevivência da humanidade na Terra. Na base dessa transformação, encontram-se novos valores sociais que preconizavam ser a busca da satisfação de interesses próprios o meio de se atingir o bem comum, conforme nos aponta Adam Smith em sua célebre obra “ A Riqueza das Nações ” [ Lux, 1993 ]. O Ser do homem, composto por sua subjetividade, seus valores pessoais, dilui-se a partir da introjeção de valores, normas e crenças propagadas pela ideologia dominante do grupo do qual faz parte. Guattari [1993 ] afirma: “...a época contemporânea, exacerbando a produção de bens materiais e imateriais em detrimento da consciência de Territórios existenciais individuais e de grupo, engendrou um imenso vazio na subjetividade que tende a se tornar cada vez mais absurda e sem recursos.” Diante dessa realidade, alguns cientistas (Prigogine, Capra...) começam a questionar os pressupostos básicos da ciência clássica. Surge uma nova visão de mundo não mais mecânica, mas agora integradora, a visão holística, baseada no princípio de que o todo é maior que a soma das partes, já que estas se relacionam dinamicamente. E, baseadas nesta nova visão de mundo, surgem novas correntes nos diversos campos das ciências existentes, dentre as quais cabe salientar a Ecopsicologia, como uma
  • 3. nova corrente dentro da Psicologia que passa a analisar o Homem como parte integrante e ativa da Natureza. 3. Os Três Elementos Básicos da Relação Homem-Natureza: Subjetividade Humana, Relações Sociais e Meio Ambiente 3.1 Subjetividade Humana Um dos principais aspectos relacionados ao modelo de desenvolvimento baseado no paradigma de mercado é a supremacia da racionalidade instrumental sobre a racionalidade substantiva e a conseqüente supressão do julgamento de valores baseado em uma consciência ética. O ser humano vive, hoje, em uma sociedade que concede espaço apenas ao exercício da racionalidade instrumental ou funcional, em que “ [...] não se aprecia propriamente a qualidade intrínseca das ações, mas o seu maior ou menor concurso, numa série de outras, para atingir um fim preestabelecido, independente do conteúdo que possam ter as ações” [Guerreiro Ramos, 1989]. Os resultados atuais do processo de modernização - a insegurança psicológica, a degradação da qualidade de vida, a poluição, o desperdício, a exaustão dos limitados recursos do planeta demonstram o caráter inconseqüente desta concepção. Neste contexto, o modo capitalista de produção caracteriza-se não apenas pelo domínio absoluto das linhas de produção em série, mas pela “ [...] serialização da subjetividade humana, que lamina os sistemas particulares de valor e coloca num mesmo plano de equivalência os bens materiais, os culturais e as áreas naturais” [Guattari,1993], modificando profundamente a relação dos homens entre si e com a Natureza. A ruptura da relação Homem-Natureza é, portanto, conseqüência direta desse processo de reificação, onde não se questionam os valores éticos das ações, e de uma postura antropocêntrica, em que o Homem se considera superior à Natureza e às demais espécies, com o direito de fazer destas o que bem entender. É premente, portanto, a necessidade de se resgatar as dimensões humanas historicamente ocultas pelo domínio da racionalidade instrumental, que em sua essência desconsidera o caráter subjetivo da psiqué humana. Trata-se de rever os valores impostos à conduta individual, analisar a finalidade do trabalho e das atividades humanas em função de critérios diferentes daqueles do rendimento, do lucro e do crescimento e recuperar a relação Homem-Natureza, desvinculando-a da necessidade de controle e dominação. Somente a partir daí será possível buscar o desenvolvimento de uma consciência ecológica e de um modelo de crescimento sustentável. Desta forma, a criação de uma consciência ecológica passa, necessariamente, por um questionamento dos atuais paradigmas e valores que delineiam nossas percepções e comportamentos, em busca de uma ética da convicção, de uma ética ecológica, que permita o desenvolvimento sustentável da humanidade. “Nós humanos não estamos, de fato, separados ou somos superiores a natureza, e nem temos o domínio total de a explorarmos além do que é necessário às nossas necessidades imediatas. Nós somos parte da natureza, estamos na Terra, não sobre ela. Somos como as células no corpo de um vasto organismo vivo que é o Planeta Terra...” [Metzner, 1995]. 3.2 Relações Sociais
  • 4. Ao contrário dos outros seres vivos, o Homem não tem natureza, ou melhor, a natureza humana é a história. Sabe-se que o Homem, ao nascer, apresenta grande desvantagem em relação aos outros animais. Desprovido de características essenciais de sua condição, só as desenvolve, hominizando-se, quando encontra circunstâncias favoráveis de um meio sui generis. Esse meio é a sociedade. O Homem não se apresenta como um universo fechado em si mesmo, com essência que reúne suas qualidades e determina sua natureza, mas como universo com muitos cérebros, cujo equilíbrio e dinâmica configuram suas perspectivas intelectuais, afetivas e de ação [Mitroff, 1994]. As coisas materiais e funcionais não são indiferentes à sociedade; ao contrário, a sociedade não tem substância própria, precisa dos indivíduos para ser o que é, e estes, precisam da sociedade para existir. A realidade do mundo social não transcende a subjetividade humana; sua objetividade exige a participação pessoal para tomar corpo e essência. Muito mais que a experiência, a vida em sociedade é a superação de vivências, visando explicar e constituir uma objetividade. Em nenhum nível é possível separar o objeto do sujeito, neste caso, separar o indivíduo da sociedade [Merani, 1977]. Para Sewall [1995], “o foco de nossa atenção interna e externa é influenciada e criada por uma realidade subjetiva da percepção de vários objetos, relacionados e diferenciados uns dos outros. Neste contexto o papel da consciência e da conduta é nos colocar numa situação de perpetuação da nossa crise ecológica”. Segundo Caravantes [1996], “A civilização trouxe consigo um tipo de escassez - esta sim, vinculada à satisfação de necessidades criadas pelo próprio Homem. No selvagem, no primitivo, não há estoque, não há acumulação. O estoque de bens é a própria Natureza e a todos pertence, que dela se utilizam com parcimônia. O dito civilizado, ao contrário, acumula, e daí faz um meio de vida; tira partido da escassez”. Neste contexto, a Ecologia social deverá trabalhar na reconstrução das relações humanas em todos os níveis do socius. Não apenas junto a vida social, econômica e cultural, mas também nos espaços subjetivos mais inconscientes, visto que a ideologia reinante está imbuída em nossa própria existência individual e coletiva [Guattari, 1993]. 3.3 Meio Ambiente As mudanças que ocorrem, hoje, em um ritmo cada vez mais acelerado, provocam o desenvolvimento de inovações tecnológicas que apresentam conseqüências não só sobre a natureza do trabalho, mas exercem impacto sobre a base de recursos naturais da civilização ao longo de todo ciclo de exploração e extração de matérias-primas, sua transformação em produtos, consumo de energia, geração de resíduos, uso e eliminação dos produtos pelos consumidores. Tais impactos podem ser positivos, melhorando a qualidade de um recurso ou ampliando seus usos ou podem ser negativos, devido à poluição causada pelo processo e pelo produto, ou ainda ao esgotamento ou deterioração dos recursos. Durante determinado período, considerou-se o saldo entre estes impactos como positivo para a humanidade, porém, de algumas décadas para cá, o mesmo está sendo considerado negativo, já que seus reflexos têm ameaçado a sua própria sobrevivência. Neste sentido, coloca Guattari [1993] que: “ No momento se vive no Planeta Terra, um período de intensas transformações técnico científicas, em contrapartida das quais engendram-se fenômenos de desequilíbrios ecológicos que, se não forem remediados, no limite, ameaçam a continuidade da vida em sua superfície devido a uma progressiva deterioração do Planeta”.
  • 5. Apesar de alguns estudiosos manifestarem grande preocupação com o risco do esgotamento dos recursos naturais disponíveis no planeta, os homens em geral, encontram- se inseridos em uma sociedade tecnológica de tal forma que não percebem os impactos da tecnologia na realidade social e ambiental, tendo-se como exemplos a contaminação por radioatividade, epidemias de câncer, falhas na camada de ozônio, extinções culturais e biológicas [Kanner, 1996]. Essa realidade nos coloca diante de uma era caracterizada por uma nova revolução industrial. As organizações, à luz de pressupostos sistêmicos, deverão aliar agora recursos naturais, gerenciamento ambiental, produção, mercado, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável como desafios para o século XXI, com prudência diante de uma economia altamente globalizada. Os problemas e crises sócio-ambientais, culturais, político-institucionais e econômicos que a sociedade têm experimentado nesse final de século e num mundo cada vez mais globalizado, sugere que saiamos do nível de tratamento corretivo, remedial e imediatista dessas questões no sentido de prevenção. Porquanto, a ecologia deixou de ser modismo e se inscreveu como fundamental para os destinos da vida em âmbito planetário e para a concepção de uma nova era baseada numa bio-estética e no respeito ao tempo de auto-organização dos diversos sistemas. Entretanto, essa transformação só ocorrerá a partir de uma consciência ecológica, cuja preocupação básica será reduzir o consumo, distribuir mais eqüitativamente, reutilizar e reciclar os recursos do planeta, isto é, deverá contemplar aspectos não só da esfera econômica, mas também da justiça social e do próprio meio ambiente. 4. Movimento da Ecopsicologia A Ecopsicologia surge como um ramo da Ciência que parte de uma análise da subjetividade humana, das relações que caracterizam o convívio social e das relações do homem com o meio ambiente, para a construção de uma “nova psicologia do meio ambiente, que nos ajude a entender o que devemos fazer e continuar fazendo, individual e coletivamente, de forma que possamos mudar nossa conduta, local e global, para salvarmos a vida do planeta” [Mack,1995]. Dentro desta nova concepção da psicologia, já existem alguns estudos que estão sendo desenvolvidos, dentre os quais podemos citar o trabalho de Laura Sewall [1995], “The Skill of Ecological Percepcion”, no qual ela aponta a nossa “miopia coletiva” como a maior causa da atual crise ambiental. Essa miopia consiste na falta de percepção dos danos que, em nome do desenvolvimento, causamos continuamente à Natureza. Ralf Metzner [1995], em seu trabalho intitulado “The Psychopatology of the human-nature relationship” desenvolve “metáforas diagnósticas” a partir das categorias psicológicas [vício, dissociação, autismo, amnésia] para explicar a alienação entre a espécie humana e a natureza. Seu objetivo maior é discernir a natureza do distúrbio psicológico que o Homo Sapiens tem em seu poder, para que possamos aplicar técnicas psicoterapêuticas e tratamento de melhoramento das atuais ecocatástrofes. Nesta mesma linha de estudo, Chellis Glendinning [1995] busca a aplicação dos conceitos de trauma e vício às crises ecológicas. Sua análise parte de um questionamento acerca do lugar que a tecnologia ocupa, atualmente, em nossas vidas. Acerca do domínio que a tecnologia possui, hoje, sobre todos os aspectos da vida humana, ela coloca que “a total imersão, a perda de perspectiva, a perda de controle nos dá um aviso da ligação entre o processo psicológico de vício e do sistema tecnológico.” Outro trabalho desenvolvido pelas eco-psicólogas Mary E. Gomes e Allen D. kanner [1995], “The Rape Of the Well-Maidens”, questiona as relações de dependência
  • 6. entre o ser humano e a natureza, fazendo um comparativo entre a subjugação das mulheres pelos homens e a sua similaridade com a sujeição da Terra pelo ser humano. 5. Considerações Finais A necessidade de compreender o ser humano em sua totalidade e de resgatar a relação Homem-Natureza sob a luz da Psicologia, que serve de arcabouço para o entendimento e aprofundamento desta relação, requer uma análise holística da subjetividade humana, das relações que caracterizam o convívio social e das relações do Homem com a Natureza. Abre-se, assim, um espaço mais complexo que parte da essência da Psicologia e passa a ser repensado à partir da necessidade de desenvolvimento de uma nova abordagem. Esta, independente de uma denominação específica - Ecopsicologia, Nova Psicologia, Psicologia do Meio Ambiente, Psicologia Relacional da Terra..., deverá buscar, essencialmente, restabelecer a relação do indivíduo com a Natureza. Num primeiro momento, é preciso repensar a nossa visão de mundo. O ser humano é um símbolo, constituído por um conjunto de signos, imagens, metáforas e mitos que lhe conferem uma significação de mundo particular. Como conseqüência, o foco de nossa atenção é guiado por uma percepção subjetiva da realidade, em função da qual se define uma conduta baseada no que se vê. Se não houver um direcionamento desta percepção para a relação Homem-Natureza, através de novos hábitos e novas maneiras de ver e admirar a beleza da Natureza, a sua destruição completa acontecerá sem que muitos a percebam como uma conseqüência de um processo evolutivo no qual todos tiveram participação. Encontra-se, aqui, o principal “papel” a ser desempenhado pela Psicologia que, como já afirmado, deverá deter seu foco no despertar da consciência do homem para a sua responsabilidade sobre uma realidade criada por ele próprio. John E. Mack [1995] afirma que “nós precisamos explorar nosso relacionamento com a Terra e entender como e porque nós criamos instituições para destruí-la. Uma Psicologia Relacional da Terra seria mais ampla do que a Freudiana, incluindo nosso relacionamento com as pessoas e outras criaturas do planeta Terra mesmo como uma entidade viva.” Trata-se, assim, de resgatar o ser humano na sua sensibilidade, reprimida pelo próprio uso da razão e de submissão aos valores da sociedade, que lhe rouba os elementos essenciais de sua estrutura enquanto indivíduo, despersonificando-o. Todos nós somos reprimidos, de alguma forma, pelo sistema social vigente. Até a Natureza é dominada por essa teórica “lei do mais forte”, ficando a mercê do homem. Por outro lado, esse novo enfoque da Psicologia não pressupõe a ruptura do processo de desenvolvimento tecnológico, mas a busca de um crescimento sustentável, capaz de resgatar o indivíduo como um todo, despertando uma nova postura a partir da percepção e do julgamento baseados em uma consciência ética. A Ecopsicologia, interagindo com as demais ciências, terá como objetivo estimular a educação permanente, a busca do processo de auto-conhecimento, e a contribuição fundamental para uma verdadeira comunidade, onde as pessoas se energizam pela educação voltada a perceber o indivíduo como parte da Natureza que a contém, de acordo com a concepção holística de cosmos. 6. Referências Bibliográficas
  • 7. CARAVANTES, Geraldo. Readministração: pensando recursos humanos. Rio de Janeiro, Revista Decidir n.4, p. 32-34, set/1995. CHELLIS, Glendinning. Technology, Trauma and The Wild, In: ROSZAK, Theodore et al. Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club Books, 1995. DELAZARO, W. e BARBIERI, J.C. Geração de Empregos e Preservação do Meio Ambiente: o grande desafio. São Paulo: ERA, v.34, n. 6, p. 73-79, nov/dez 1994. GUATTARI, Félix. As Três Ecologias. Campinas, Papirus, 1993. KANNER, Allen D. et al. The Rape of the Well-Maidens: feminist psychology and the environmental crisis. In: ROSZAK, Theodore et al. Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club Books, 1995. LUX, K. O Erro de Adam Smith. São Paulo, Nobel, 1993. MACK, John E. The Political of Species Arrogance. In: ROSZAK, Theodore et al. Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club Books, 1995. MERANI, Alberto L. Psicologia e Alienação. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977. METZNER, Ralph. The Psychopathology of the Human-Nature Relationship. In: ROSZAK, Theodore et al. Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club Books, 1995. MITROFF, Ian I et al. Framebreak - The radical redesign of American Business. São Francisco, Jossey-Bass, 1994. RAMOS, Alberto G. A nova Ciência das Organizações: uma reconceituação da Riqueza das Nações, Rio de Janeiro, FGV, 1989. SEWALL, Laura. The Skill of Ecological Perception. In: ROSZAK, Theodore et al. Ecopsychology: restoring the earth, healing the mind. São Francisco, Sierra Club Books, 1995. WOOD, T. Jr. Mudança Organizacional e Transformação da Função Recursos Humanos. XVIII ENANPAD - Recursos Humanos, 1994.