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EO- Sumário 10
Raquel Crespo
Departamento Física, IST-Tagus Park
Dieléctricos:
  Definição: Um dieléctrico (ou isolador) é um meio que não possui (ou
possui muito poucos) electrões livres para poder dar origem a
correntes devido á presença de campos eléctricos.
  Apesar de não existir movimento macroscópico de cargas quando um
dieléctrico é colocado na presença de um campo eléctrico vão ocorrer
deslocamentos microscópicos de carga (nos átomos e moléculas)
dando origem a dipolos eléctricos.
Um dieléctrico diz-se polarizado quando estão presentes no
material dipolos eléctricos induzidos.
A presença de dipolos eléctricos induzidos no dieléctrico faz
modificar o campo eléctrico dentro e fora do material.
  Na presença de um campo
eléctrico aplicado, a nuvem
electrónica fica distorcida
movendo-se na direcção
oposta ao campo eléctrico
aplicado.
Polarizabilidade electrónica
€
−Q
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  Na presença de um campo eléctrico
aplicado,os iões deslocam-se em
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dipolos alinhados segundo o campo
eléctrico influenciando o campo
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Ião negativo Ião positivo
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Momento
dipolar
(C-m)
polarizabilidade
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  Na presença do campo eléctrico aplicado os
dipolos vão-se alinhar segundo o campo
eléctrico influenciando a campo eléctrico
dentro e fora do material.
Momento dipolar
(C-m) polarizabilidade
(F-m2)
Do ponto de vista macroscópicoo efeito do campo eléctrico
aplicado Eapp num dieléctrico é de criar um momento dipolar total
P. A distribuição de momentos dipolares dá origem a um campo
eléctrico induzido Eind. Temos então: que a polarização por
unidade de volume é:
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  A polarização total de um dado material pode resultar da
combinação da polarizabilidade electrónica, iónica e orientacional.
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 Permitividade eléctrica do material
Na presença de um dieléctrico
No vácuo:
Define-se constante dieléctrica através: κ =
ε
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Assumindo
Constante dieléctrica
Condensador
Definição: Temos um condensador quando temos dois ou mais
condutores com cargas iguais mas de sinais contrários. Os
condutores podem estar separados pelo vácuo ou por um dieléctrico.
Representação geral:
V
12
Exemplo: Condensador de
pratos paralelos
Capacidade Condensador
Definição: Define-se capacidade condensador como a
razão entre a carga total de um dos condutores e a
diferença de potencial entre os referidos condutores.
V
1
2
Significado Físico: Capacidade é uma medida de uma dada configuração
de condutores acumular carga.
Capacidade é uma quantidade positiva e as unidades são Faraday.
Estratégia para o calcula da capacidade:
1)  Cálculo de E usando Gauss
2)  Cálculo diferença de potencial
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Se dq for o elemento de carga trasferida através aumento potencial V a
energia potencial é aumentada de:
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Energia armazenada num condensador
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V
Condensador de pratos paralelos (com vácuo
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d A
Condutor 1: +Q
Condutor 2: -Q
Condensador pratos paralelos
capacidade:
Campo plano infinito:
Campo pratos paralelos:
++++++++
+
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1
2
y
€
|V |=|V1 −V2 |= Edy
0
d
∫ = Ed
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Q2
C
=
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2
CV 2
Energia armazenada no condensador:
  A carga do condensador
Q mantem-se constante
após a introdução do
dieléctrico
  O potencial diminui (o
que significa que o
campo eléctrico entre
os pratos vai diminuir)
Condensador com dieléctrico
  As cargas induzidas na superfície do dielectrico reduzem
o campo eléctrico
  A diferença de potencial diminui.
Condensador com dieléctrico
|V |=|V1 −V2 |= Edy
0
d
∫ = Ed ⇒ V〈V0
€
E〈E0
Condensador com dieléctrico
€
Q = C0V0 =
ε0A
l
V0 = Aε0
V0
l
= AD
€
Q = AD = Aε
V
l
=
εA
l
V = CV ⇒ C =
εA
l
€
C0 =
ε0 A
l
constante dieléctrica
C
C0
=
ε
ε0
= κ
Q = CV = C0V0 ⇒ V =
V0C0
C
=
V0
κ
Voltímetro
d A
Condutor 1: +Q
Condutor 2: -Q
Capacidade Condensador
Vácuo entre os condutores:
Dieléctrico entre os condutores:
Campo plano infinito:
Campo pratos paralelos:
++++++++
+
- - - - - - -
1
2
y
€
|V |=|V1 −V2 |= Edy
0
d
∫ = Ed
W =
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εE2
dV =∫
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CV 2
=
1
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QV
Condutor 1
Condutor 2
Capacidade Condensador
Vácuo entre os condutores:
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Condutor 1
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Capacidade Condensador
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  • 1. EO- Sumário 10 Raquel Crespo Departamento Física, IST-Tagus Park
  • 2. Dieléctricos:   Definição: Um dieléctrico (ou isolador) é um meio que não possui (ou possui muito poucos) electrões livres para poder dar origem a correntes devido á presença de campos eléctricos.   Apesar de não existir movimento macroscópico de cargas quando um dieléctrico é colocado na presença de um campo eléctrico vão ocorrer deslocamentos microscópicos de carga (nos átomos e moléculas) dando origem a dipolos eléctricos. Um dieléctrico diz-se polarizado quando estão presentes no material dipolos eléctricos induzidos. A presença de dipolos eléctricos induzidos no dieléctrico faz modificar o campo eléctrico dentro e fora do material.
  • 3.   Na presença de um campo eléctrico aplicado, a nuvem electrónica fica distorcida movendo-se na direcção oposta ao campo eléctrico aplicado. Polarizabilidade electrónica € −Q € +Q
  • 4. Polarizabilidade Iónica   Na presença de um campo eléctrico aplicado,os iões deslocam-se em entidos opostos dando origem a dipolos alinhados segundo o campo eléctrico influenciando o campo eléctrico total dentro e fora do material Ião negativo Ião positivo € −Q € +Q Momento dipolar (C-m) polarizabilidade (F-m2)
  • 5. Polarizabilidade Orientacional   Na presença do campo eléctrico aplicado os dipolos vão-se alinhar segundo o campo eléctrico influenciando a campo eléctrico dentro e fora do material. Momento dipolar (C-m) polarizabilidade (F-m2)
  • 6. Do ponto de vista macroscópicoo efeito do campo eléctrico aplicado Eapp num dieléctrico é de criar um momento dipolar total P. A distribuição de momentos dipolares dá origem a um campo eléctrico induzido Eind. Temos então: que a polarização por unidade de volume é: Susceptibilidade éléctrica do dielétrico (adimensional) Polarização por unidade de volume   A polarização total de um dado material pode resultar da combinação da polarizabilidade electrónica, iónica e orientacional.
  • 7. Deslocamento eléctrico é independente do meio !!!!  Permitividade eléctrica do material Na presença de um dieléctrico No vácuo: Define-se constante dieléctrica através: κ = ε ε0 〉 1 Assumindo Constante dieléctrica
  • 8. Condensador Definição: Temos um condensador quando temos dois ou mais condutores com cargas iguais mas de sinais contrários. Os condutores podem estar separados pelo vácuo ou por um dieléctrico. Representação geral: V 12 Exemplo: Condensador de pratos paralelos
  • 9. Capacidade Condensador Definição: Define-se capacidade condensador como a razão entre a carga total de um dos condutores e a diferença de potencial entre os referidos condutores. V 1 2 Significado Físico: Capacidade é uma medida de uma dada configuração de condutores acumular carga. Capacidade é uma quantidade positiva e as unidades são Faraday. Estratégia para o calcula da capacidade: 1)  Cálculo de E usando Gauss 2)  Cálculo diferença de potencial 3) Cálculo de C usando definição
  • 10. Se dq for o elemento de carga trasferida através aumento potencial V a energia potencial é aumentada de: € dq Energia armazenada num condensador −q € +q V
  • 11. Condensador de pratos paralelos (com vácuo entre os condutores) d A Condutor 1: +Q Condutor 2: -Q Condensador pratos paralelos capacidade: Campo plano infinito: Campo pratos paralelos: ++++++++ + - - - - - - - 1 2 y € |V |=|V1 −V2 |= Edy 0 d ∫ = Ed W = 1 2 Q2 C = 1 2 CV 2 Energia armazenada no condensador:
  • 12.   A carga do condensador Q mantem-se constante após a introdução do dieléctrico   O potencial diminui (o que significa que o campo eléctrico entre os pratos vai diminuir) Condensador com dieléctrico
  • 13.   As cargas induzidas na superfície do dielectrico reduzem o campo eléctrico   A diferença de potencial diminui. Condensador com dieléctrico |V |=|V1 −V2 |= Edy 0 d ∫ = Ed ⇒ V〈V0 € E〈E0
  • 14. Condensador com dieléctrico € Q = C0V0 = ε0A l V0 = Aε0 V0 l = AD € Q = AD = Aε V l = εA l V = CV ⇒ C = εA l € C0 = ε0 A l constante dieléctrica C C0 = ε ε0 = κ Q = CV = C0V0 ⇒ V = V0C0 C = V0 κ Voltímetro
  • 15. d A Condutor 1: +Q Condutor 2: -Q Capacidade Condensador Vácuo entre os condutores: Dieléctrico entre os condutores: Campo plano infinito: Campo pratos paralelos: ++++++++ + - - - - - - - 1 2 y € |V |=|V1 −V2 |= Edy 0 d ∫ = Ed W = 1 2 εE2 dV =∫ 1 2 CV 2 = 1 2 QV
  • 16. Condutor 1 Condutor 2 Capacidade Condensador Vácuo entre os condutores: Dieléctrico entre os condutores:
  • 17. Condutor 1 Condutor 2 Capacidade Condensador Vácuo entre os condutores: Dieléctrico entre os condutores: