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          Escola Técnica de Formação Especializada, Metódica e Analítica



       HISTÓRIA DA FARMÁCIA
                              

            IOLANDA GONÇALVES

                              

                              





                                          Faro, 16 de Março de 2013
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       História da farmácia
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                           ÍNDICE


       1.   Objeto de estudo
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                  Índice

       1. Objeto de estudo
       2. Fontes Históricas
       3. Épocas Históricas
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                        Índice
       Épocas Históricas
       1.Idade da Pedra: Paleomedicina

       2.Medicina pré-técnica, Mesopotâmia

       3.Antiguidade Clássica: Grécia e Roma
       4.Idade Média

       5.Renascimento
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                         Índice
       Épocas Históricas
         

       6.Barroco
       7.Iluminismo
       8.Romantismo
       9.Positivismo
       10.Período contemporâneo
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            1.      OBJECTO DE ESTUDO


       1.        Objeto de estudo
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               1. Objeto de estudo

       Séc. XIX: Nascimento da historiografia
       Espanha 1847
       Portugal: 1866
                1991
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         1. Objeto de estudo

       Universidades
       Sociedades cientificas
       Museus de farmacia
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                      1. Objeto de estudo
        Historia da profissão ou 

        do medicamento?

       George Urdang foi o primeiro a
       tentar definir (1927)

       Fronteiras da HF: farmacêuticos e
       pratica farmacêutica

       Critica: historia global
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       O que se estuda em HF?
        Profissão

                  
          MEDICAMENTO


                  
     disciplina que estuda a
                        relação homem-
                  
                        medicamento no tempo
                  

                  

                  
             •




       Área técnico-
         cientifica
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       O que se estuda em HF?

         Historia das ciencias

         Historia económico-social
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            2.       FONTES HISTÓRICAS


       1.        Objeto de estudo
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Em que se baseia o estudo da
   História da Farmácia?
       Vestígios da actividade humanas
           Materiais
           Escritas

           Iconograficas

           Orais
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       Como se analisa e critica?

       Operações usadas no estudo dos documentos
           Busca (heurística)

           Verificação (externa e interna)

           Interpretação (hermenêutica)

           Síntese
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            3.            ÉPOCAS


       1.   Objeto de estudo
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                                  Idade da pedra




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo,   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                 contemp
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                                                    Idade da Pedra




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                         Sociedades Recolectoras




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade    Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                 contemp
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           Estudo por analogia
           

           Paleomedicinas (analogia)
           

           Trepanação de crânios


Idade da       Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra          pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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           Esperança de vida curta
           Estilo de vida não sedentário
           Baixa densidade populacional - infecções




Idade da    Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra       pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                                       Profissio
                                                                                                       nais




                                                                                                       Doenças




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                          A trepanação.

                                   Ainda falada no Século XXI




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                               Pleistoceno
                                                               


                                         Cultivo de alimentos
                                 Domesticação de animais
                                 Novas doenças humanas




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade    Renascim   Barroco       Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                     contemp
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                                         Sociedades Produtoras




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                                                 Idade dos
                                                                                                                  Metais




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                      Filme “Idade dos Metais”




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                         Mesopotamia




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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       Filme “Sumérios”
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        Técnicas de medicina, arquitetura, engenharia e hidráulica

        Crescente Fértil agricultura

        Sistema de leis baseados nos costumes

        Sistema de escrita cuneiforme e primeiras bibliotecas




Idade da      Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra         pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                      Filme “Código de Hammurabi”




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                         Mais antigas fontes escritas médico-
                                         farmaceuticas

                                         Tabuinhas de argila gravadas com estilete em
                                         escrita cuneiforme

                                             Tábua de Nippur: texto medicinal mais antigo




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade       Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                    contemp
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              Todos seres estao subordinados à vontade divina

              Caracter teurgico da medicina

              Doença é um mal causado por espíritos malignos

              "shêrtu": pecado, cólera divina, castigo

              Pharmakon: medicamento , veneno 

              (acepção inicial do feitiço)



Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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    Surge quando os
    Deuses retiram a
    proteção




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                Diagnostico é saber o pecado
                                                                                que cometera, que demónio se
                                                                                apoderou do corpo, usando
                                                                                técnicas



                                                                                                       
                                                                                                       
                                                                                                       Piromância


                                                                                                                    
                                                                                                                    
                                                                                                                    Hepatoscopia



                                                                                                       Oniroma
                                                                                                       ncia




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                         Piromancia
                                                                                                                 Piromância


                                                                                                                                         
                                                                                                                                         
                                                                                                                                         Hepatoscoipi
                                                                                                                                         a




                                                                                                                     Oniromancia




  Técnica de previsão do futuro através do fogo.

  

  Consiste em atear fogo num local sagrado

  

  O fogo é o canal de comunicação com os deuses.




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                       Hepatoscopia
                                                                                                                      Piromância


                                                                                                                                              
                                                                                                                                              
                                                                                                                                              Hepatoscoipi
                                                                                                                                              a




                                                                                                                          Oniromancia




           Órgão centro da vida e onde ficava a alma.

           A partir deste “mapa”, deduzia-se a enfermidade:




            Os sinais no lado                  Os sinais no lado
             esquerdo eram                       direito eram
             considerado de                  considerados de bom
              mau agouro                            agouro




Idade da       Medicina   Grécia e   Idade    Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra          pré-técnica Roma      Média                                                                 contemp
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                                          Oniromancia
                                                                                                                   Piromânci
                                                                                                                   a
                                                                                                                                           
                                                                                                                                           
                                                                                                                                           Hepatosc
                                                                                                                                           oipia


                                                                                                                       Oniromancia




        É a adivinhação pelos sonhos

        Os adivinhos usavam ervas nos seus
        travesseiros para obterem sonhos
        mágicos ou poções para induzir
        visões em sonhos proféticos.

        Um número significativo de sonhos é de
        natureza profética e quando
        correctamente interpretados, podem
        revelar o futuro



Idade da    Medicina   Grécia e   Idade    Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra       pré-técnica Roma      Média                                                                 contemp
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  Terapêutica é
  adivinhar o
  prognóstico da
  doença com rituais
  mágicos

                                                                                                       
                                                                                                       
                                                                                                       Piromância


                                                                                                                    
                                                                                                                    
                                                                                                                    Hepatosc
                                                                                                                    oipia

                                                                                                       Oniroma
                                                                                                       ncia




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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              Terapêutica: reconciliação com os deuses


                      Sacrifícios

                      

                      Expulsão dos demónios

                      

                      Orações



Idade da   Medicina       Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma          Média                                                                contemp
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           Dificuldade: O justo doente
           - O que adoeceu sem pecar
           - Porque é que os deuses o desamparam ?




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                           CURIOSIDADE
                                     Mitologia mesopotamica


           A utilização da serpente como símbolo médico-
           farmacêutico teve a sua origem na lenda do herói
           Gilgamesh, a que mergulha até ao fundo dos mares
           para colher a planta da eterna juventude.

           Ao regressar, num momento de distracção, uma
           serpente rouba-lhe a planta e ao engoli-la
           rejuvenesce mudando a sua pele.




Idade da     Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra        pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                    Egito
           EGIPTO
           EGIPTO




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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   Inscrições referentes à medicina em
   vários monumentos
   
   As fontes escritas são principalmente
   papiros, o mais famoso o de Ebers
   
   Contrariamente ao que acontece nas
   fontes mesopotâmicas são
   quantitativas.
   



Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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  Deus Thot: Deus de toda a sabedoria,
  fundador da medicina


Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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   Castigo dos deuses,
      por pecados
        cometidos




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                                          Sacerdotes



                                                                                                                       
                                                                                                                        Médicos
                                                                                                                           não
                                                                                                                       religiosoa


                                                                                                           Magos




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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    Sacrificios,
   Preces, rituais




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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        Maquilhagem pesada
        
        Pode ter tido finalidade medicinal
        
        Amostras de cosméticos em tumbas
        





Idade da    Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra       pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                     Filme “Mumificação”




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                         Antiga Pérsia




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade    Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                 contemp
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  Conflito entre o
   Bem e o Mal


                                                                                               
                                                                                               Médicos
                                                                                               Sacerdotes


                                                                                                                 
                                                                                                                     
                                                                                                                 Cirúrgico
                                                                                                                     s




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                               Médicos
                                                                                               Sacerdotes


                                                                                                                 
                                                                                                                     
                                                                                                                 Cirúrgico
                                                                                                                     s




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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Mágico religiosa,
  práticas de
    higiene
                                                                                               
                                                                                               Médicos
                                                                                               Sacerdotes


                                                                                                                 
                                                                                                                     
                                                                                                                 Cirúrgico
                                                                                                                     s




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                         Índia Antiga




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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      Deuses,
   responsáveis
  pelo Destino do
      homem




                                                                                                  Homem

Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                                      Homem

Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                         Povo Hebreu




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade    Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                 contemp
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Doença=impureza
 Saúde=pureza

 Moral e Físico




                                    Tratamentos



Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                              Práticas de Higiene

                                    Tratamentos                                 Higiene Social



Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                      Continente Americano




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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             Castigo

           Sobrenatural




Idade da    Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra       pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                                             Bruxo
                                                                                                             Curandeiro




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                    Incas




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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             Castigo

           Sobrenatural




Idade da     Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra        pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                                                   Bruxo
                                                                                                                 Curandeiro




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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    Medicação
    Coom
    virtudes
    mágicas




Idade da        Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra           pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                    Maias




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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         Pecado ou falta
           cometida




Idade da    Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra       pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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  9:41                                                                                                             te




                                                                                                           
                                                                                                           MÈDICO
                                                                                                           Classe
                                                                                                           Sacerdotal




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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  9:41                                                                                                              te




           Arrependim
           ento,
           cirurgia




Idade da      Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra         pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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  9:41                                                                                                               te




                                                                                                           
                                                                                                           
                                                                                                           FISIOTERAPIA




           
           
           Arrependim
           ento,
           cirurgia




Idade da       Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra          pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                             Aztecas




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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  9:41




         Falta cometida
           ou pecado




Idade da    Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra       pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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                                                                                                           Médicos




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
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           Drogas
           e rituais




Idade da        Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra           pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
!80
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                                                                                                  BANHOS




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
!81
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                                                    Grécia




Idade da   Medicina   Grécia e   Idade   Renascim   Barroco   Iluminismo   Positivismo   Romantismo   Período

Pedra      pré-técnica Roma      Média                                                                contemp
!82
9:41




       Apaixonado
        Saudável
!83
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          Doença:
       Fatores biofísicos
         Modo de vida


        Observação:
            Paixão
           Verdade
!84
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       Apaionado
       Saudável



        PATHOS      APATHOS


                   Desapaixonado
                      Doente
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                 Deuses
           

       Apolo: deus da medicina

           

           

       

                   Asclepio: "incubatio"
!86
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                             Incubatio
       

       

       Noite no templo

       Vsitados pelo deus

       Dava instruções ou fazia um milagre

           

               Administração de medicamentos

                         Acto cirúrgico
!87
9:41



                             Incubatio

       Médicos-sacerdotes de Epidauros

       Vasta experiência na medicina

       Cerimonias para a aproximação dos
       devotos ao deus Asclépios
!88
9:41


           




       Juramento de Hipócrates 

       Subsiste ainda hojes, e inicia-se com a invocação aos deuses: 

       

       

       

       

       

       ``Juro por Apolo médico, por Asclépio, por Higeia e
       Panaceia, por todos os deuses e deusas, fazendo-os
       minhas testemunhas, que eu cumprirei inteiramente
       este juramento de acordo (...)”
!89
9:41




       Explicação da saúde e doença


       Sem ser em bases sobrenaturais


                Patologia geral


       Desiquilibrio humoral, em 3 fases:
!90
9:41




                 PEPSIS




                          CRISIS ou
       APEPSIA
                           LYSIS
!91
9:41




       



       Hipócrates de Kos (460-370 a.C.) 

       

       

       

       

       Contemporâneo de Péricles, de Empédocles, Sócrates e Platão, 

       

       

       É atribuída a Hipócrates uma vasta obra constituída por 53 livros
       constituindo o chamado Corpus Hippocraticum, mas sabe-se hoje
       que só uma parte dessa obra foi escrita por Hipócrates.
!92
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               Medicina
                        Medicina

                Grega                            Romana

                        Poucas diferenças


          Asclépio                             Esculápio


               Baixo estatuto; Pouco adequada


                    Plínio o 
   Scribonius

       Celso                                     Dioscórides   Galeno.
                     Velho        Largus,
!93
9:41




                Medicina
                          Medicina

                 Grega                             Romana
                              Poucas diferenças




               Asclépio                          Esculápio




                     Baixo estatuto; Pouco adequada

                     Plínio o 
    Scribonius

       Celso                                      Dioscórides   Galeno.
                      Velho          Largus,
!94
9:41




       Pedáneo Dioscórides (fl. 50-70)
       Nasceu em Anazarbo, próximo de Tarsos,
       Estudou Medicina em Tarsos e em Alexandria,
       Acompanhou as legiões romanas, provavelmente como médico,
       
       
       	     É considerado o fundador da Farmacognosia
       
       
       	     Procurou desenvolver um método para
       	     - observar e
       	     - classificar os fármacos
       	     - testando-os clinicamente.
                              Plínio o 
   Scribonius

                 Celso                                   Dioscórides   Galeno.
                               Velho        Largus,
!95
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       Galeno (129-200) nasceu em Pérgamo
       Foi médico de gladiadores e foi viver para Roma em 161,
       Nomeado médico do filho do imperador Marco Aurélio,
       
       
       
       Transformação da patologia humoral
       Tornava necessário classificar os medicamentos
       
       Dominando a Medicina e a Farmácia até ao Século XVII
       Grande influência no século XVIII,
       
       Os medicamentos na terapêutica galénica dependiam de vários factores
       
       Afectavam a própria natureza da mistura (krasis) dos humores no corpo humano
                                        Plínio o 
     Scribonius

                        Celso                                        Dioscórides      Galeno.
                                            Velho       Largus,
!96
9:41




       A utilização de drogas e especiarias na Antiguidade 

       

       - patologia e a farmacologia galénicas 

       

       recorriam aos caracteres organolépticos

       

       
   Amago            Azedo                Salgado               Doce
       

           Quente           Seco                  Frio               Húmido
       

       

       Fortes percepções gustativas e olfactivas: 

       - mais fáceis de classificar; forte actividade farmacológica. 





                                    Plínio o 
           Scribonius

                    Celso                                                     Dioscórides   Galeno.
                                     Velho                 Largus,
!97
9:41




       Profissões na área farmacêutica

       

       - Sem grau de profissionalização ou diferenciação 

       

       - Na Antiguidade Clássica: divisão de trabalho muito rudimentar
       e imprecisa:

       

       Pharmakopoloi 

       Vendedores de medicamentos

       

       

       Rhizotomoi 

       Cortadores de raízes, estatuto mais elevado e mais
       conhecimentos

!98
9:41




       Médicos : 

       Sem estatuto definido

       Maioria pertencia ao grupo social baixo dos artesãos

       Apenas um pequeno número se aproximava de estratos sociais superiores

       

       Hipócrates pertencia a esta minoria. 

       

       A sociedade grega, baseada no trabalho escravo, considerava o
       trabalhador manual, cheir ourgos, como muito inferior ao que se dedicava
       ao cultivo do intelecto, 

       

       Isso explica que no Juramento de Hipócrates se introduza a proibição do
       uso da faca pelo médico.
!99
9:41




       


       Em Roma

       

       Preparadores e vendedores de medicamentos, drogas e cosméticos
       eram conhecidos por pharmacopoli e pharmacopoli circumforanei
       (vendedores itinerantes de medicamentos), 

       

       Sellularii: vendedores de medicamentos estabelecidos em lugar fixo 

       

       Seplasiarii: vendiam unguentos e drogas orientais

       

           Em Roma, os médicos eram de origem grega até finais da antiguidade. 

       

!100
9:41




       IDADE MÉDIA
!101
9:41




       Medicina Bizantina
!102
9:41




       IDADE MÉDIA

       

       Período que medeia a queda do Império Romano e a tomadade
       Constatinopla pelos turcos (1453).

       

       Pode dividir-se em 3 fases:

       

       

       - Bizâncio

       

       - Influencia Árabe

       

       - Idade Média Europeia
!103
9:41




       Morte do imperador Teodósio (395), 

       

       Império foi partilhado entre os seus dois filhos:

       - um dos quais ficou a governar o Império romano do Ocidente e o
       outro o 

       - Império romano do Oriente. 

       

       Nascem assim dois percursos diferentes da Medicina. 

       

       Não há grande novidades para os saberes médicos

       

       Entre os médicos bizantinos destacaram-se vários autores de
       obras médicas de carácter enciclopédico, no entanto a obra de
       Galeno faz-se sentir com muita intensidade.
!104
9:41




       A visão cristã da Medicina. 

       

       No século V, o teólogo Teodoreto (ca. 393-458) referia-se a um
       outro religioso como "estando adornado com a qualidade de
       padre e também com a arte racional da terapia, que aprendera
       em Alexandria e com a qual podia ajudar os doentes e
       combater doenças. 

       

       Esta arte racional da terapia é a medicina greco-romana,
       dominada pelas teorias e de Hipócrates e Galeno, que foi
       utilizada como metáfora, estudada por várias figuras da Igreja e
       que se tornou parte integrante da sua tradição cultural até finais
       da Idade Média.
!105
9:41




       A existência de espíritos malignos, ou demónios, é uma herança do
       mundo mesopotâmico que vai ser mantida pelo Cristianismo. 

       

       Diabo e demónios estão presentes nos Evangelhos, ameaçando os
       homens com vários males: causando doenças, possuindo-os e
       enganando-os, fazendo-os cair em tentação e pecar. 

       

       - nova categoria de demónios: os deuses greco-romanos. O Mártir
       Justino (mart. ca. 165) descreve a sua origem. Os deuses gregos não
       eram uma ficção, mas eram sim os anjos caídos que se tinham
       cruzado com as filhas dos homens e os seus descendentes.
       Ignorantes deste facto, os antigos tinham-nos adoptado como
       deuses, com os nomes que estes demónios tinham dado a si próprios
       e aos seus descendentes. Asclépio era um deles. Os autores cristãos
       não negaram as suas curas, da mesma forma que não negaram a
       sua existência. Apenas afirmaram que as praticava na qualidade de
       demónio.
!106
9:41




       A Criação, 

       

       - separava os padres da Igreja dos filósofos pagãos

       

       Filósofos: 

       o homem era um produto da natureza, da qual fazia parte, juntamente com os
       próprios deuses, 

       

       Cristianismo: 

       tanto o homem como a natureza, a terra, os astros, os animais e as plantas, eram
       criaturas de Deus e existiam em resultado da vontade divina. O mundo é
       necessariamente bom enquanto produto de Deus e do seu plano para a salvação.
       O corpo é também ele criação de Deus e deve ser cuidado e preservado do
       pecado. 

       

        A divina Providência concedeu ao homem os meios materiais para sobreviver
       fora do Paraíso, incluindo a sabedoria e o conhecimento para os utilizar. “ Todo o
       conhecimento vem de Deus ”
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       O culto dos santos 

       

       - superioridade do poder curativo do cristianismo (Cresceu
       quando quando a Igreja teve que lidar com o crescimento massivo
       do seu rebanho)

       

       - culto dos santos e das relíquias, no qual a sua capacidade de
       produzir curas miraculosas ocupa um lugar destacado, adquiriu uma
       importância de primeira linha, tanto para convencer e ganhar estas
       populações, como para integrar no seio do Cristianismo uma forma
       de relação com o sobrenatural 

       

       - Entre os santos cujo culto se desenvolveu desde a antiguidade
       contaram-se vários anargyroi, médicos que curavam sem
       dinheiro, como os Santos Cosme e Damião, irmãos martirizados
       sob o imperador Diocleciano (284-305), que seriam os santos
       padroeiros das profissões de saúde durante as Idades Média e
       Moderna.
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       Influencia Árabe
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       A Medicina islâmica baseou-se na teoria humoral. 

       

       Os árabes terão acrescentado cerca de três a quatro centenas ao
       cerca de um milhar de drogas medicinais conhecidas na Antiguidade
       clássica. 

       

       O mundo árabe foi o primeiro a desenvolver uma divisão de trabalho
       entre médicos e farmacêuticos. 

       

       Em Bagdad estabeleceram-se estabelecimentos de venda de
       drogas e medicamentos. Muitos desses estabelecimentos seriam
       dirigidos por comerciantes de fraca preparação técnico-científica, o al-
       attar, mas desde o séc. VIII que também passou a existir um outro
       profissional de mais elevada formação, o Sayadilah. 

       

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       Idade Média Europeia
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       1. A medicina e a farmacia
       monástica

       

       2. O ensino

       

       3. A profissão
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          1- A Medicina e a Farmácia monástica

                             

                               

                                 

        O início do desenvolvimento é marcado pela fundação em 529 do Mosteiro de
        Montecassino por São Bento (c. 480-544) e pela redacção por este da Regula
                                          Benedicti, 

                                               

          - um dos capítulos estabelecia a necessidade de cuidar dos enfermos,

                                                 

       - existência de um local próprio e de um religioso dedicado a esse serviço;

                                                   

               - Surge a figura do irmão enfermeiro e das celas para enfermos, 

                                                     

                - Seguiram-se as enfermarias, as boticas e os jardins botânicos.
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       Isidoro de Sevilha (c. 560-636) foi bispo da cidade por cujo nome
       ficou conhecido. Para além de vários temas de religião, escreveu a
       obra enciclopédica Etymologiarum Libri XX, compendiando em
       vinte livros os conhecimentos do seu tempo sobre as artes e as
       ciências. Esta obra parece ter sido escrita para o ensino na escola
       fundada por Leandro, bispo de Sevilha e irmão de Isidoro, que este
       também dirigiu e que constituiu um importante centro de cultura. 

       

       Alguns livros desta obra são dedicados à 

       

       - Medicina, 

       

       - ao corpo humano, 

       

       - e à dietética. 

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                                    2. O ensino

                                          

                                            

                                              

                Criam-se as universidades e desenvolve-se o ensino da Medicina 

                                                     

       Algum ensino médico começou a ser ministrado ainda nas escolas clericais, a partir
                             da divisão da última arte do quadrivium:

                                                       

                                   - a astronomia extraterrestre, 

                                                         

                        - a astronomia propriamente dita, e outra terrestre, 

                                                           

                                               - a física,

                                                             

       - A Medicina, como parte fundamental desta última, integra-se no conjunto do sistema
       universal do saber e da filosofia e desta forma deixa de ser um mero ofício manual. 

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       -                      2. O ensino

                                   

       criação das universidades nasce da necessidade de professores e
       alunos criarem uma estrutura própria, diferenciada das estruturas
         clericais originais, capaz de afirmar o seus direitos e privilégios. 

                                           

         - Em Salerno e Montpellier, foram os professores médicos que
       estiveram na origem do impulso para a criação das universidades,
        mas em regra foram outras faculdades que dominaram a criação
                                dos studium generale. 

                                             

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                    2. O ensino - estudo da medicina
       
       

           -bacharel, 

           - licenciado 

           - e magister, este substituído mais tarde pelo título de doutor. 
       

       Bacharelato: era obtido através de um ou mais exames, depois de 4anos
       de estudos, um em Artes e três em Medicina. 


       Licenciado tinha que desenvolver um certo número de textos na forma de
       lições próprias, assim como assistir a três séries de lições teóricas e uma
       prática. Este título dava direito (licença) ao exercício da Medicina. 


       Magister: Para ensinar na universidade tinham que obter o título de
       magister, através de um período de prática e da submissão a dois novos
       exames.
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       A profissão

            

          . Médico

               

        . Especieiro

                 

         . Boticário
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                               3. A profissão
       

       Separação das profissões médicas.
       

       •   O desenvolvimento do ensino universitário da medicina deu-se ao
       mesmo tempo que sofreu um novo impulso o comércio de especiarias
           

       •   Estes comerciantes, os especieiros, foram sofrendo um progressivo
       processo de especialização na preparação de medicamentos,
       aumentando a sua perícia e formação técnica e perdendo
       progressivamente o carácter ambulante,
           

       •   Abandono progressivo das funções manuais, incluindo a preparação
       de medicamentos, deixando o campo aberto para o crescimento do
       número de boticários
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                                           3. A profissão
                              

                              Separação das profissões médicas.
       

       •   A separação de facto entre as duas profissões foi seguida pela
       separação legal.
       

       •   Em Itália proibiu-se qualquer sociedade entre médicos e
       farmacêuticos e determinou que estes tinham de dispensar os
       medicamentos de acordo com as receitas médicas e as normas da arte
       provenientes de Salerno.
       

       •   O mesmo diploma introduziu o princípio da necessidade de algum tipo
       de controlo dos preços dos medicamentos e do licenciamento e
       inspecção da actividade farmacêutica. Estas normas foram
       progressivamente adoptadas pela Europa.
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       Renascimento

       

       . Contexto cultural

       . Contexto político

       . A reforma

       . Interesse pela anatomia

       . Novas técnicas: a destilação

       . Saúde e reforma

       . Drogas americanas
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                A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento
                                                     

                                    Contexto cultural
       

       -   A queda de Constantinopla em 1453, às mãos dos turcos levou à
       emigração para Itália de grande número de bizantinos, continuadores da
       cultura de língua grega e portadores de manuscritos de ciência, de medicina e de outras
       áreas do saber.

       

       -   Essa chegada que marcou o início do Renascimento, provocando uma
       enorme renovação do interesse pela cultura clássica, num movimento
       crescente que foi das letras e das artes à ciência e à tecnologia,
       potenciado pela introdução dos caracteres móveis na imprensa por Gutemberg (1454).
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                   A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento
                                            

                                Contexto cultural
           
       

       -   A descoberta da imprensa foi o culminar de um longo processo.
       Durante a Idade Média: o principal suporte da escrita é o pergaminho.
       
       Este, preparado a partir da pele de animais, constituira um grande
       avanço em relação ao papiro, mais raro, caro e difícil de conservar em
       climas húmidos.
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                       A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento
                                                    

                                       Contexto político
       •   No campo geográfico e político-económico, o Renascimento foi
       complementado pela expansão europeia, de que podemos indicar, como
       marcos:
           

               •   Passagem do Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias (1487),
                   

               •   Chegada de Colombo às Antilhas (1492)
                   

               •   Viagem de Vasco da Gama, contornando a África e chegando à Índia
               (1498)
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               A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento
           
                                    A Reforma
       

       •   Outro desenvolvimento, de carácter religioso, com profundas
       consequências para a história das ciências e da medicina na Europa, foi
       a Reforma.
           

       •   Iniciada em 1517, com a afixação na porta da Igreja universitária de
       Wittenberg das noventa e cinco teses do monje alemão Martinho Lutero
       (1483-1546) contra o sistema das indulgências da Igreja católica. Este
       movimento, que ganhou fortes raízes na Europa central e do Norte,
       originou uma reacção por parte da Igreja católica, iniciada com o
       Concílio de Trento (1545-1563), que é denominada a Contra-Reforma.
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           A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

           A Reforma
       - Surge o interesse pelo retorno às fontes gregas clássicas: o Humanismo
       médico tomasse uma forma particularmente militante contra a corrente
       dominante durante a Idade Média
       

       -Partilha Teoria dos Humores - e as polémicas contra a Medicina árabe
       visaram principalmente a busca da pureza hermenêutica da literatura
       greco-romana, contra as adulterações que teriam sido introduzidas pelos
       autores islâmicos.
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           A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento
           A Reforma
       -desenvolvimento da investigação filológica dos textos clássicos, que
       origina a
       

       - fixação da terminologia científica, baseada na raiz etimológica greco-
       latina.
       

       - Esta preocupação pela fiel interpretação dos textos, aliada ao
       desenvolvimento da tipografia, leva a uma
       

       - difusão da literatura médica e à edição de novos textos latinos de
       Hipócrates, Galeno e Dioscórides.
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                                                          A Farmácia e a Terapêutic

                                       Interesse pela anatomia
       -Tensão entre o Humanismo médico e a Medicina clássica é a do
       desenvolvimento da Anatomia.
        

       -impulso, proveniente das artes. Desde o século XV que pintores e
       escultores demonstraram um grande interesse pela anatomia e
       contribuíram com uma nova atitude de representação do natural.
        

       - Para estes artistas não era possível representar o exterior do corpo
       humano sem um conhecimento do seu interior. Esta atitude encontra-se patente
       na obra de Leonardo da Vinci (1452-1519), Albrecht Dürer (1471-1528), Miguelangelo (1475-1564)
       e Rafael (1483-1521).
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                                              A Farmácia e a Terapêutic

                               Interesse pela anatomia
           
       
       - Apontamentos anatómicos de Leonardo da Vinci, desenhados entre 1489
       e 1514. Nos seus trabalhos de dissecção anatómica, ele colaborou
       directamente com Marco Antonio della Torre, que viria a ensinar Medicina
       em Pádua. Colaboração de tipo semelhante foi desenvolvida entre 1547 e
       1559, por Miguelangelo e o anatomista Realdo Colombo (f. 1559).
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                                                    A Farmácia e a Terapêutic
           
       
                             Interesse pela anatomia
           
       -       publicação da edição latina da primeira parte dos Procedimentos
       anatómicos (1529 e 1531), o tratado de métodos e técnicas anatómicas de
       Galeno.
           

       - Revela-se um Galeno com um método mais racional e com uma técnica
       descritiva superior à dos autores medievais, o que aumentou a confiança e
       a perícia dos anatomistas e continha em si um programa de investigação,
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                                              A Farmácia e a Terapêutic
                             Interesse pela anatomia
       - Galeno, por falta de cadáveres humanos, utilizara macacos e outros
       animais, mas indicara o estudo preferencial com humanos e aconselhara os
       estudiosos a fazerem as suas próprias observações.
           

       -Daqui resultou um apreciável número de textos na senda da observação
       pessoal e original. O mais importante de todos foi o De Humani Corporis
       Fabrica (1543).
       

       - A sua De Humani Corporis Fabrica, preparada entre 1540 e 1542, inclui
       uma crítica sistemática à anatomia de Galeno, assente na observação
       pessoal e directa do corpo humano.
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                                               A Farmácia e a Terapêutic

       Amato Lusitano, De seu nome João Rodrigues de Castelo Branco
       (1511-1568), dedicou grande atenção ao estudo da Matéria médica de
       Dioscórides
       
           As correcções feitas por Amato a algumas traduções feitas, levaram
           a uma violenta reacção deste, acompanhada da denúncia das
           origens judaicas de Amato, que obrigaram o português a exilar-se
           de Ragusa (Ancona) para Salónica.
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                                 A destilação
         

                            odores e sabores das drogas
             

         •   Retorno do conceito galénico dos odores e sabores
    

         •   manifestação das qualidades dos medicamentos, junto com o
             aperfeiçoamento das técnicas de destilação pelos árabes,
             

         •   levou ao desenvolvimento do conceito de princípio activo e ao
             aparecimento da química farmacêutica.
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                                    A destilação
       

       

           •   A aplicação da destilação por via húmida a especiarias e outras
               drogas aromáticas permitiu a obtenção de essências, onde o
               odor e o sabor da droga original se encontrava concentrado. Daí
               se desenvolveu a ideia de ser possível extrair das drogas um
               princípio activo ou essência, que concentrasse as suas
               qualidades e acção terapêutica, eliminando os componentes
               supérfluos e aumentando o efeito farmacológico.
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                                    A destilação
                                               

                                               

           •   Um raciocínio análogo foi desenvolvido para as drogas minerais,
               mas aplicando técnicas metalúrgicas por via seca para a
               purificação dos metais.
               

           •   Daqui se desenvolveram em paralelo as novas técnicas da
               química farmacêutica, utilizando as duas vertentes, húmida e
               seca, aplicadas respectivamente às drogas vegetais e às minerais.
               

           •   Popularização da utilização de essências de especiarias e
               drogas aromáticas, chamadas vulgarmente águas destiladas,
               como as essências, quintas-essências ou águas de canela.
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                                              A Farmácia e a Terapêutic
       
              Saúde e reforma
       

       • O mais evidente conceito de âmbito sanitário que separava
       católicos e protestantes, era a crença na intervenção da Virgem
       Maria e dos santos e suas relíquias.
       
       •A primeira reacção das autoridades protestantes consistiu em
       tentar acabar com as peregrinações a muitos desses locais,
       fechando templos e fontes e vedando os acessos, mas cedo
       essas medidas foram substituídas por preocupação que se
       limitavam aos aspectos doutrinários da sua utilização,
       enfatizando a intervenção divina directa através das águas e
       mesmo as suas propriedades médicas.
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                                               A Farmácia e a Terapêutic
       
               Saúde e reforma
       

       •Nascida na tradição cultural humanista, a reforma luterana
       partilhou várias características importantes com o humanismo
       médico.
       
       •A preocupação de Lutero em encontar a pureza primitiva do
       texto da bíblia é paralela com a preocupação humanista em
       expurgar tudo o que fora adulterado nos textos médicos
       clássicos. Como corolário da reforma religiosa, a que trataria da
       cura das almas, muitos autores protestantes entenderam ser uma
       prioridade proceder de seguida à reforma da medicina, a que
       trataria da cura dos corpos. Do ponto de vista teórico, a primeira
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                                                A Farmácia e a Terapêutic
                       Saúde e reforma
             
       A primeira corrente médica europeia oposta à teoria dos humores
       desenvolveu-se no século XVI com Paracelso (1493-1541). nasceu na
       Suíça e era filho de um médico.
       
       - teve uma educação mais prática e mística do que seria usual num
       médico do seu tempo.
       
       - Com o pai aprendeu a medicina, a botânica, a mineralugia, a
       metalurgia e a filosofia natural, artes mágicas e ocultismo.
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                                               A Farmácia e a Terapêutic
                       Saúde e reforma
       
       
       - frequentou a escola de minas em Huttenberg e chegou a ser aprendiz
       nas minas.
       
       - desenvolveu um maior interesse pelas manifestações da cultura
       contemporânea e local, dos camponeses e artesãos e menor
       veneração pela cultura clássica dos humanistas do seu tempo.
       
       - a obra de Paracelso caracterizou-se por uma profunda religiosidade,
       por uma simultânea hostilidade à religião organizada e à medicina
       oficial, e aproximou-se da magia e da alquimia.
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           A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

                           Drogas americanas
       
       
       - É a fase da procura de drogas americanas que substituíssem as orientais no
       comércio.
       
       - Nesta fase foram igualmente introduzidas drogas destinadas à cura da sífilis,
       
       - Mantem-se a ideia galénica de que as doenças de determinado clima, deviam
       ser combatidas com drogas provenientes do mesmo clima.
       
       - As drogas americanas mais singulares e que, por essa mesma razão, mais
       impacto teriam na Medicina europeia só seriam introduzidas no século XVII.
!140
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           A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

                            Drogas americanas
       
       
       O primeiro médico europeu a introduzir as drogas americanas na literatura
       especializada foi Nicolás Monardes (c. 1512-1588), natural e morador em Sevilha,
       que publicou o Dos libros... cosas de nuestras Indias Occidentales que sirven
       al uso de Medicina (1565), rapidamente traduzido em outros idiomas, descreveu
       as propriedades de várias drogas americanas como:
       -coca,
       -tabaco e
       -árvores dos bálsamos do Peru e Tolu.
       
       Filipe II mostrou muito cedo interesse pela nova flora, iniciando o cultivo de uma
       secção de plantas medicinais no Jardim de Aranjuez
!141
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               A Farmácia em Portugal nos séculos XIV a
                                      XVI
                                         
                                         
       
       •Os primeiros boticários terão surgido em Portugal ainda no século
       XIII, mas antes destes já existiam os especieiros.
       
       •As especiarias tiveram na Idade Média uma utilização generalizada
       para fins terapêuticos, entrando na composição de variadíssimos
       medicamentos, quer como drogas activas quer como correctivos.
           
       • O açúcar, que pelo elevado preço que então tinha pode ser
       incluído entre as especiarias, ocupava um lugar de destaque na
       galénica
!142
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       •Os boticários surgiram depois dos especieiros e coexistiram com
       estes ainda durante um certo período. A evolução de uma
       denominação para a outra parece corresponder precisamente ao
       aparecimento de um estabelecimento fixo para a venda de
       medicamentos. O boticário surge assim com a botica, que tem
       precisamente o significado etimológico de armazém ou depósito.
!143
9:41




           
       
       •O primeiro documento respeitante à profissão farmacêutica que se
       conhece em Portugal é um diploma promulgada por D. Afonso IV em
       1338 que estatuia a obrigatoriedade de serem examinados pelos
       médicos do rei todos os que exerciam os ofícios de médico, cirurgião
       e boticário na cidade de Lisboa.
       
       •O número de boticários não terá deixado de crescer em Portugal
       desde 1338, mas no século seguinte ele ainda seria insuficiente,
       principalmente para responder às necessidades em momentos de
       crise, como as resultantes das vagas epidémicas.
!144
9:41




       •D. Afonso V concedeu em 1449 uma carta, conhecida por arta de
       Privilégios dos boticários A Carta atribui vários privilégios aos
       boticários,
         • respeitantes às condições em que podiam ser sujeitos à
           aplicação da justiça,
         • à isenção do recrutamento militar,
         • ao direito de porte de armas
         • à isenção da obrigação de aposentadoria e à
         • isenção de vários impostos próprios dos ofícios mecânicos.
         • Estas liberdades e privilégios eram alargadas às viúvas que
           mantivessem as boticas em funcionamento
!145
9:41




       
       •No século XVI, contrariamente ao texto da carta de privilégios, a
        profissão farmacêutica é considerada como um ofício mecânico e
       esse é o entendimento que se manterá até ao Liberalismo.
       
       •Este corresponde à forma como a farmácia e as restantes
        profissões da área de saúde se enquadravam na classificação
       clássica das artes, na qual a arte dos boticários e cirurgiões, a
       "Medicina ministrante", pertencia ao ramo mecânico enquanto a
       "Medicina Dogmática", a dos médicos, pertencia ao doutrinal.
!146
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       A separação entre as profissões médica e farmacêutica também foi
       regulamentada por D. Afonso V, que promulgou outra carta em 1461
       determinando a completa separação entre as profissões médica e
       farmacêutica.
       
       Este diploma vedou aos médicos e cirurgiões a preparação de
       medicamentos para venda e proibiu qualquer outra pessoa de vender
       medicamentos compostos ao público em localidades onde houvesse
       boticário.
       
       os boticários foram proibidos de aconselhar qualquer medicamento aos
       doentes. Este princípio da separação de interesses entre a prescrição e a
       dispensa foi reforçado em 1561, com a proibição das sociedades entre
       médicos e boticários e da dispensa de medicamentos por boticário parente
       do médico que os receitou.
!147
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       •No final do século, em 1497, foi elaborado o Regimento dos boticários da
       cidade de Lisboa, reformado em 1572. Estes regimentos não estipulavam
       quaisquer funções ou direitos para as corporações farmacêuticas, mas
       determinavam um série de obrigações, definindo quais os livros que os
       boticários eram obrigados a possuir, assim como os pesos e as medidas
       convenientes ao seu ofício. O
       
       •Os preços dos medicamentos tinham que corresponder aos de uma tabela
       registada na câmara e deviam ser inscritos na própria receita. Os
       medicamentos só podiam ser vendidos pelo próprio boticário e na ausência
       deste, por um praticante com um mínimo de dois anos de prática e com
       licença da câmara. O boticário era obrigado a avisar o médico de que iria
       compor o medicamento receitado, para que ele assistisse à sua preparação.
!148
9:41




       As questões relativas ao exercício das profissões sanitárias em geral e ao
       exercício da profissão farmacêutica em particular encontravam-se debaixo
       da alçada do físico-mor do reino, apesar de outras entidades,
       nomeadamente as câmaras municipais, também terem tido algumas
       atribuições neste campo.
       
       A administração das questões sanitárias relacionadas com epidemias e
       salubridade estava atribuída ao Provedor-mor da Saúde. O físico-mor era
       escolhido pelo rei entre os médicos da sua casa e regia-se por regimento
       próprio, vigorando durante mais tempo o de 1521.
!149
9:41




       
       
       A falta de boticários nas localidades mais pequenas levou ao aparecimento dos
       partidos municipais. Estes partidos, que abrangiam igualmente outras
       profissões sanitárias como os médicos e os cirurgiões, surgiram em meados do
       século XVI e difundiram-se um pouco por todo o país.
       
       As condições variavam de acordo com a localidade, mas em geral consistiam na
       atribuição de uma quantia, retirada dos rendimentos do próprio concelho e
       definida em valor monetário ou em géneros, ao boticário que aceitasse
       estabelecer-se na localidade, residindo nela e mantendo botica aberta. Por
       vezes eram exigidas algumas contrapartidas, como o fornecimento gratuito de
       medicamentos aos pobres ou o fornecimento em condições vantajosas ao
       hospital local.
!150
9:41




       Os médicos e boticários, muito abundantes entre os descendentes
       dos judeus convertidos à força no reinado de D. Manuel, constituíam
       um dos alvos preferidos das campanhas de intolerância religiosa.
       
       No caso das profissões ligadas à saúde, há também a considerar o
       grande peso da religião nas crenças terapêuticas, sendo natural que
       as populações cristãs-velhas desconfiassem da acção de
       medicamentos vindos das mãos de quem eles consideravam falsos
       cristãos.
!151
9:41




       
       1525: Desde 1525, que foram apresentadas nas Cortes petições para que os
       cristãos-novos fossem proibidos de ser boticários, a par do pedido de que as
       receitas médicas não pudessem ser redigidas em latim.
       
       
       1565: Em 1565, os boticários de Lisboa foram mesmo proibidos de ter
       praticantes cristãos-novos nas suas boticas, mas esta medida não terá sido
       seguida à risca, pois continuamos a encontrar praticantes e boticários
       cristãos-novos nesta cidade ao longo dos dois séculos seguintes. Além da
       discriminação profissional, ainda há a considerar a perseguição directa. Só no
       tribunal de Évora, os processos de boticários somam a meia centena desde o
       século XVI até finais do século XVIII.
!152
9:41




       Curiosidade...
!153
9:41



       
       
       
       Uma peculiaridade portuguesa é a existência de mulheres boticárias, fenómeno
       singular na Península Ibérica.
       
       A mais antiga referência diz respeito a uma boticária em Lamego em 1326, mas
       nada sabemos sobre o seu verdadeiro estatuto ou funções profissionais.
       
       Nos séculos XV e XVI surgem outras referências a mulheres boticárias, ligadas a
       senhoras da alta nobreza, a quem serviam na qualidade de responsáveis pelas
       respectivas boticas e de manipuladoras de medicamentos e preparados que
       utilizavam técnicas afins, como as conservas.

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  • 5. !5 9:41 Índice Épocas Históricas 1.Idade da Pedra: Paleomedicina 2.Medicina pré-técnica, Mesopotâmia 3.Antiguidade Clássica: Grécia e Roma 4.Idade Média 5.Renascimento
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  • 7. !7 9:41 1. OBJECTO DE ESTUDO 1. Objeto de estudo
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  • 38. !38 9:41 Piromancia Piromância Hepatoscoipi a Oniromancia Técnica de previsão do futuro através do fogo. Consiste em atear fogo num local sagrado O fogo é o canal de comunicação com os deuses. Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 39. !39 9:41 Hepatoscopia Piromância Hepatoscoipi a Oniromancia Órgão centro da vida e onde ficava a alma. A partir deste “mapa”, deduzia-se a enfermidade: Os sinais no lado Os sinais no lado esquerdo eram direito eram considerado de considerados de bom mau agouro agouro Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 40. !40 9:41 Oniromancia Piromânci a Hepatosc oipia Oniromancia É a adivinhação pelos sonhos Os adivinhos usavam ervas nos seus travesseiros para obterem sonhos mágicos ou poções para induzir visões em sonhos proféticos. Um número significativo de sonhos é de natureza profética e quando correctamente interpretados, podem revelar o futuro Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 41. !41 9:41 Terapêutica é adivinhar o prognóstico da doença com rituais mágicos Piromância Hepatosc oipia Oniroma ncia Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 42. !42 9:41 Terapêutica: reconciliação com os deuses Sacrifícios Expulsão dos demónios Orações Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 43. !43 9:41 Dificuldade: O justo doente - O que adoeceu sem pecar - Porque é que os deuses o desamparam ? Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 44. !44 9:41 CURIOSIDADE Mitologia mesopotamica A utilização da serpente como símbolo médico- farmacêutico teve a sua origem na lenda do herói Gilgamesh, a que mergulha até ao fundo dos mares para colher a planta da eterna juventude. Ao regressar, num momento de distracção, uma serpente rouba-lhe a planta e ao engoli-la rejuvenesce mudando a sua pele. Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 45. !45 9:41 Egito EGIPTO EGIPTO Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 46. !46 9:41 
 Inscrições referentes à medicina em vários monumentos As fontes escritas são principalmente papiros, o mais famoso o de Ebers Contrariamente ao que acontece nas fontes mesopotâmicas são quantitativas. 
 Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 47. !47 9:41 Deus Thot: Deus de toda a sabedoria, fundador da medicina Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 48. !48 9:41 Castigo dos deuses, por pecados cometidos Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 49. !49 9:41 Sacerdotes Médicos não religiosoa Magos Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 50. !50 9:41 Sacrificios, Preces, rituais Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 51. !51 9:41 Maquilhagem pesada Pode ter tido finalidade medicinal Amostras de cosméticos em tumbas 
 Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 52. !52 9:41 Filme “Mumificação” Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 53. !53 9:41 Antiga Pérsia Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 54. !54 9:41 Conflito entre o Bem e o Mal Médicos Sacerdotes Cirúrgico s Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 55. !55 9:41 Médicos Sacerdotes Cirúrgico s Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 56. !56 9:41 Mágico religiosa, práticas de higiene Médicos Sacerdotes Cirúrgico s Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 57. !57 9:41 Índia Antiga Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 58. !58 9:41 Deuses, responsáveis pelo Destino do homem Homem Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 59. !59 9:41 Homem Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 60. !60 9:41 Povo Hebreu Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 61. !61 9:41 Doença=impureza Saúde=pureza
 Moral e Físico Tratamentos Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 62. !62 9:41 Práticas de Higiene
 Tratamentos Higiene Social Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 63. !63 9:41 Continente Americano Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 64. !64 9:41 c Castigo
 Sobrenatural Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 65. !65 9:41 c Bruxo Curandeiro Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 66. !66 9:41 c Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 67. !67 9:41 as Incas Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 68. !68 9:41 Castigo
 Sobrenatural Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 69. !69 9:41 Bruxo Curandeiro Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 70. !70 9:41 Medicação Coom virtudes mágicas Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 71. !71 9:41 Maias Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 72. !72 9:41 te Pecado ou falta cometida Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 73. !73 9:41 te MÈDICO Classe Sacerdotal Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 74. !74 9:41 te Arrependim ento, cirurgia Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 75. !75 9:41 te FISIOTERAPIA Arrependim ento, cirurgia Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 76. !76 9:41 Aztecas Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 77. !77 9:41 Falta cometida ou pecado Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 78. !78 9:41 Médicos Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 79. !79 9:41 Drogas e rituais Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 80. !80 9:41 BANHOS Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 81. !81 9:41 Grécia Idade da Medicina Grécia e Idade Renascim Barroco Iluminismo Positivismo Romantismo Período
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  • 82. !82 9:41 Apaixonado Saudável
  • 83. !83 9:41 Doença: Fatores biofísicos Modo de vida Observação: Paixão Verdade
  • 84. !84 9:41 Apaionado Saudável PATHOS APATHOS Desapaixonado Doente
  • 85. !85 9:41 Deuses Apolo: deus da medicina Asclepio: "incubatio"
  • 86. !86 9:41 Incubatio Noite no templo Vsitados pelo deus Dava instruções ou fazia um milagre Administração de medicamentos Acto cirúrgico
  • 87. !87 9:41 Incubatio Médicos-sacerdotes de Epidauros Vasta experiência na medicina Cerimonias para a aproximação dos devotos ao deus Asclépios
  • 88. !88 9:41 
 Juramento de Hipócrates 
 Subsiste ainda hojes, e inicia-se com a invocação aos deuses: 
 
 
 
 
 
 ``Juro por Apolo médico, por Asclépio, por Higeia e Panaceia, por todos os deuses e deusas, fazendo-os minhas testemunhas, que eu cumprirei inteiramente este juramento de acordo (...)”
  • 89. !89 9:41 Explicação da saúde e doença Sem ser em bases sobrenaturais Patologia geral Desiquilibrio humoral, em 3 fases:
  • 90. !90 9:41 PEPSIS CRISIS ou APEPSIA LYSIS
  • 91. !91 9:41 
 Hipócrates de Kos (460-370 a.C.) 
 
 
 
 
 Contemporâneo de Péricles, de Empédocles, Sócrates e Platão, 
 
 
 É atribuída a Hipócrates uma vasta obra constituída por 53 livros constituindo o chamado Corpus Hippocraticum, mas sabe-se hoje que só uma parte dessa obra foi escrita por Hipócrates.
  • 92. !92 9:41 Medicina
 Medicina
 Grega Romana Poucas diferenças Asclépio Esculápio Baixo estatuto; Pouco adequada Plínio o 
 Scribonius
 Celso Dioscórides Galeno. Velho Largus,
  • 93. !93 9:41 Medicina
 Medicina
 Grega Romana Poucas diferenças Asclépio Esculápio Baixo estatuto; Pouco adequada Plínio o 
 Scribonius
 Celso Dioscórides Galeno. Velho Largus,
  • 94. !94 9:41 Pedáneo Dioscórides (fl. 50-70) Nasceu em Anazarbo, próximo de Tarsos, Estudou Medicina em Tarsos e em Alexandria, Acompanhou as legiões romanas, provavelmente como médico, É considerado o fundador da Farmacognosia Procurou desenvolver um método para - observar e - classificar os fármacos - testando-os clinicamente. Plínio o 
 Scribonius
 Celso Dioscórides Galeno. Velho Largus,
  • 95. !95 9:41 Galeno (129-200) nasceu em Pérgamo Foi médico de gladiadores e foi viver para Roma em 161, Nomeado médico do filho do imperador Marco Aurélio, Transformação da patologia humoral Tornava necessário classificar os medicamentos Dominando a Medicina e a Farmácia até ao Século XVII Grande influência no século XVIII, Os medicamentos na terapêutica galénica dependiam de vários factores Afectavam a própria natureza da mistura (krasis) dos humores no corpo humano Plínio o 
 Scribonius
 Celso Dioscórides Galeno. Velho Largus,
  • 96. !96 9:41 A utilização de drogas e especiarias na Antiguidade 
 
 - patologia e a farmacologia galénicas 
 
 recorriam aos caracteres organolépticos
 
 
 Amago Azedo Salgado Doce 
 Quente Seco Frio Húmido 
 
 Fortes percepções gustativas e olfactivas: 
 - mais fáceis de classificar; forte actividade farmacológica. 
 Plínio o 
 Scribonius
 Celso Dioscórides Galeno. Velho Largus,
  • 97. !97 9:41 Profissões na área farmacêutica
 
 - Sem grau de profissionalização ou diferenciação 
 
 - Na Antiguidade Clássica: divisão de trabalho muito rudimentar e imprecisa:
 
 Pharmakopoloi 
 Vendedores de medicamentos
 
 
 Rhizotomoi 
 Cortadores de raízes, estatuto mais elevado e mais conhecimentos

  • 98. !98 9:41 Médicos : 
 Sem estatuto definido
 Maioria pertencia ao grupo social baixo dos artesãos
 Apenas um pequeno número se aproximava de estratos sociais superiores
 
 Hipócrates pertencia a esta minoria. 
 
 A sociedade grega, baseada no trabalho escravo, considerava o trabalhador manual, cheir ourgos, como muito inferior ao que se dedicava ao cultivo do intelecto, 
 
 Isso explica que no Juramento de Hipócrates se introduza a proibição do uso da faca pelo médico.
  • 99. !99 9:41 
 Em Roma
 
 Preparadores e vendedores de medicamentos, drogas e cosméticos eram conhecidos por pharmacopoli e pharmacopoli circumforanei (vendedores itinerantes de medicamentos), 
 
 Sellularii: vendedores de medicamentos estabelecidos em lugar fixo 
 
 Seplasiarii: vendiam unguentos e drogas orientais
 
 Em Roma, os médicos eram de origem grega até finais da antiguidade. 
 

  • 100. !100 9:41 IDADE MÉDIA
  • 101. !101 9:41 Medicina Bizantina
  • 102. !102 9:41 IDADE MÉDIA
 
 Período que medeia a queda do Império Romano e a tomadade Constatinopla pelos turcos (1453).
 
 Pode dividir-se em 3 fases:
 
 
 - Bizâncio
 
 - Influencia Árabe
 
 - Idade Média Europeia
  • 103. !103 9:41 Morte do imperador Teodósio (395), 
 
 Império foi partilhado entre os seus dois filhos:
 - um dos quais ficou a governar o Império romano do Ocidente e o outro o 
 - Império romano do Oriente. 
 
 Nascem assim dois percursos diferentes da Medicina. 
 
 Não há grande novidades para os saberes médicos
 
 Entre os médicos bizantinos destacaram-se vários autores de obras médicas de carácter enciclopédico, no entanto a obra de Galeno faz-se sentir com muita intensidade.
  • 104. !104 9:41 A visão cristã da Medicina. 
 
 No século V, o teólogo Teodoreto (ca. 393-458) referia-se a um outro religioso como "estando adornado com a qualidade de padre e também com a arte racional da terapia, que aprendera em Alexandria e com a qual podia ajudar os doentes e combater doenças. 
 
 Esta arte racional da terapia é a medicina greco-romana, dominada pelas teorias e de Hipócrates e Galeno, que foi utilizada como metáfora, estudada por várias figuras da Igreja e que se tornou parte integrante da sua tradição cultural até finais da Idade Média.
  • 105. !105 9:41 A existência de espíritos malignos, ou demónios, é uma herança do mundo mesopotâmico que vai ser mantida pelo Cristianismo. 
 
 Diabo e demónios estão presentes nos Evangelhos, ameaçando os homens com vários males: causando doenças, possuindo-os e enganando-os, fazendo-os cair em tentação e pecar. 
 
 - nova categoria de demónios: os deuses greco-romanos. O Mártir Justino (mart. ca. 165) descreve a sua origem. Os deuses gregos não eram uma ficção, mas eram sim os anjos caídos que se tinham cruzado com as filhas dos homens e os seus descendentes. Ignorantes deste facto, os antigos tinham-nos adoptado como deuses, com os nomes que estes demónios tinham dado a si próprios e aos seus descendentes. Asclépio era um deles. Os autores cristãos não negaram as suas curas, da mesma forma que não negaram a sua existência. Apenas afirmaram que as praticava na qualidade de demónio.
  • 106. !106 9:41 A Criação, 
 
 - separava os padres da Igreja dos filósofos pagãos
 
 Filósofos: 
 o homem era um produto da natureza, da qual fazia parte, juntamente com os próprios deuses, 
 
 Cristianismo: 
 tanto o homem como a natureza, a terra, os astros, os animais e as plantas, eram criaturas de Deus e existiam em resultado da vontade divina. O mundo é necessariamente bom enquanto produto de Deus e do seu plano para a salvação. O corpo é também ele criação de Deus e deve ser cuidado e preservado do pecado. 
 
 A divina Providência concedeu ao homem os meios materiais para sobreviver fora do Paraíso, incluindo a sabedoria e o conhecimento para os utilizar. “ Todo o conhecimento vem de Deus ”
  • 107. !107 9:41 O culto dos santos 
 
 - superioridade do poder curativo do cristianismo (Cresceu quando quando a Igreja teve que lidar com o crescimento massivo do seu rebanho)
 
 - culto dos santos e das relíquias, no qual a sua capacidade de produzir curas miraculosas ocupa um lugar destacado, adquiriu uma importância de primeira linha, tanto para convencer e ganhar estas populações, como para integrar no seio do Cristianismo uma forma de relação com o sobrenatural 
 
 - Entre os santos cujo culto se desenvolveu desde a antiguidade contaram-se vários anargyroi, médicos que curavam sem dinheiro, como os Santos Cosme e Damião, irmãos martirizados sob o imperador Diocleciano (284-305), que seriam os santos padroeiros das profissões de saúde durante as Idades Média e Moderna.
  • 108. !108 9:41 Influencia Árabe
  • 109. !109 9:41 A Medicina islâmica baseou-se na teoria humoral. 
 
 Os árabes terão acrescentado cerca de três a quatro centenas ao cerca de um milhar de drogas medicinais conhecidas na Antiguidade clássica. 
 
 O mundo árabe foi o primeiro a desenvolver uma divisão de trabalho entre médicos e farmacêuticos. 
 
 Em Bagdad estabeleceram-se estabelecimentos de venda de drogas e medicamentos. Muitos desses estabelecimentos seriam dirigidos por comerciantes de fraca preparação técnico-científica, o al- attar, mas desde o séc. VIII que também passou a existir um outro profissional de mais elevada formação, o Sayadilah. 
 

  • 110. !110 9:41 Idade Média Europeia
  • 111. !111 9:41 1. A medicina e a farmacia monástica
 
 2. O ensino
 
 3. A profissão
  • 112. !112 9:41 1- A Medicina e a Farmácia monástica
 
 
 
 O início do desenvolvimento é marcado pela fundação em 529 do Mosteiro de Montecassino por São Bento (c. 480-544) e pela redacção por este da Regula Benedicti, 
 
 - um dos capítulos estabelecia a necessidade de cuidar dos enfermos,
 
 - existência de um local próprio e de um religioso dedicado a esse serviço;
 
 - Surge a figura do irmão enfermeiro e das celas para enfermos, 
 
 - Seguiram-se as enfermarias, as boticas e os jardins botânicos.
  • 113. !113 9:41 Isidoro de Sevilha (c. 560-636) foi bispo da cidade por cujo nome ficou conhecido. Para além de vários temas de religião, escreveu a obra enciclopédica Etymologiarum Libri XX, compendiando em vinte livros os conhecimentos do seu tempo sobre as artes e as ciências. Esta obra parece ter sido escrita para o ensino na escola fundada por Leandro, bispo de Sevilha e irmão de Isidoro, que este também dirigiu e que constituiu um importante centro de cultura. 
 
 Alguns livros desta obra são dedicados à 
 
 - Medicina, 
 
 - ao corpo humano, 
 
 - e à dietética. 

  • 114. !114 9:41 2. O ensino
 
 
 
 Criam-se as universidades e desenvolve-se o ensino da Medicina 
 
 Algum ensino médico começou a ser ministrado ainda nas escolas clericais, a partir da divisão da última arte do quadrivium:
 
 - a astronomia extraterrestre, 
 
 - a astronomia propriamente dita, e outra terrestre, 
 
 - a física,
 
 - A Medicina, como parte fundamental desta última, integra-se no conjunto do sistema universal do saber e da filosofia e desta forma deixa de ser um mero ofício manual. 

  • 115. !115 9:41 - 2. O ensino
 
 criação das universidades nasce da necessidade de professores e alunos criarem uma estrutura própria, diferenciada das estruturas clericais originais, capaz de afirmar o seus direitos e privilégios. 
 
 - Em Salerno e Montpellier, foram os professores médicos que estiveram na origem do impulso para a criação das universidades, mas em regra foram outras faculdades que dominaram a criação dos studium generale. 
 

  • 116. !116 9:41 2. O ensino - estudo da medicina 
 -bacharel, 
 - licenciado 
 - e magister, este substituído mais tarde pelo título de doutor. 
 Bacharelato: era obtido através de um ou mais exames, depois de 4anos de estudos, um em Artes e três em Medicina. 
 Licenciado tinha que desenvolver um certo número de textos na forma de lições próprias, assim como assistir a três séries de lições teóricas e uma prática. Este título dava direito (licença) ao exercício da Medicina. 
 Magister: Para ensinar na universidade tinham que obter o título de magister, através de um período de prática e da submissão a dois novos exames.
  • 117. !117 9:41 A profissão
 
 . Médico
 
 . Especieiro
 
 . Boticário
  • 118. !118 9:41 3. A profissão Separação das profissões médicas. • O desenvolvimento do ensino universitário da medicina deu-se ao mesmo tempo que sofreu um novo impulso o comércio de especiarias • Estes comerciantes, os especieiros, foram sofrendo um progressivo processo de especialização na preparação de medicamentos, aumentando a sua perícia e formação técnica e perdendo progressivamente o carácter ambulante, • Abandono progressivo das funções manuais, incluindo a preparação de medicamentos, deixando o campo aberto para o crescimento do número de boticários
  • 119. !119 9:41 3. A profissão Separação das profissões médicas. • A separação de facto entre as duas profissões foi seguida pela separação legal. • Em Itália proibiu-se qualquer sociedade entre médicos e farmacêuticos e determinou que estes tinham de dispensar os medicamentos de acordo com as receitas médicas e as normas da arte provenientes de Salerno. • O mesmo diploma introduziu o princípio da necessidade de algum tipo de controlo dos preços dos medicamentos e do licenciamento e inspecção da actividade farmacêutica. Estas normas foram progressivamente adoptadas pela Europa.
  • 120. !120 9:41 Renascimento
 
 . Contexto cultural
 . Contexto político
 . A reforma
 . Interesse pela anatomia
 . Novas técnicas: a destilação
 . Saúde e reforma
 . Drogas americanas
  • 121. !121 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento Contexto cultural - A queda de Constantinopla em 1453, às mãos dos turcos levou à emigração para Itália de grande número de bizantinos, continuadores da cultura de língua grega e portadores de manuscritos de ciência, de medicina e de outras áreas do saber. - Essa chegada que marcou o início do Renascimento, provocando uma enorme renovação do interesse pela cultura clássica, num movimento crescente que foi das letras e das artes à ciência e à tecnologia, potenciado pela introdução dos caracteres móveis na imprensa por Gutemberg (1454).
  • 122. !122 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento Contexto cultural - A descoberta da imprensa foi o culminar de um longo processo. Durante a Idade Média: o principal suporte da escrita é o pergaminho. Este, preparado a partir da pele de animais, constituira um grande avanço em relação ao papiro, mais raro, caro e difícil de conservar em climas húmidos.
  • 123. !123 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento Contexto político • No campo geográfico e político-económico, o Renascimento foi complementado pela expansão europeia, de que podemos indicar, como marcos: • Passagem do Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias (1487), • Chegada de Colombo às Antilhas (1492) • Viagem de Vasco da Gama, contornando a África e chegando à Índia (1498)
  • 124. !124 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento A Reforma • Outro desenvolvimento, de carácter religioso, com profundas consequências para a história das ciências e da medicina na Europa, foi a Reforma. • Iniciada em 1517, com a afixação na porta da Igreja universitária de Wittenberg das noventa e cinco teses do monje alemão Martinho Lutero (1483-1546) contra o sistema das indulgências da Igreja católica. Este movimento, que ganhou fortes raízes na Europa central e do Norte, originou uma reacção por parte da Igreja católica, iniciada com o Concílio de Trento (1545-1563), que é denominada a Contra-Reforma.
  • 125. !125 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento A Reforma - Surge o interesse pelo retorno às fontes gregas clássicas: o Humanismo médico tomasse uma forma particularmente militante contra a corrente dominante durante a Idade Média -Partilha Teoria dos Humores - e as polémicas contra a Medicina árabe visaram principalmente a busca da pureza hermenêutica da literatura greco-romana, contra as adulterações que teriam sido introduzidas pelos autores islâmicos.
  • 126. !126 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento A Reforma -desenvolvimento da investigação filológica dos textos clássicos, que origina a - fixação da terminologia científica, baseada na raiz etimológica greco- latina. - Esta preocupação pela fiel interpretação dos textos, aliada ao desenvolvimento da tipografia, leva a uma - difusão da literatura médica e à edição de novos textos latinos de Hipócrates, Galeno e Dioscórides.
  • 127. !127 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Interesse pela anatomia -Tensão entre o Humanismo médico e a Medicina clássica é a do desenvolvimento da Anatomia. -impulso, proveniente das artes. Desde o século XV que pintores e escultores demonstraram um grande interesse pela anatomia e contribuíram com uma nova atitude de representação do natural. - Para estes artistas não era possível representar o exterior do corpo humano sem um conhecimento do seu interior. Esta atitude encontra-se patente na obra de Leonardo da Vinci (1452-1519), Albrecht Dürer (1471-1528), Miguelangelo (1475-1564) e Rafael (1483-1521).
  • 128. !128 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Interesse pela anatomia - Apontamentos anatómicos de Leonardo da Vinci, desenhados entre 1489 e 1514. Nos seus trabalhos de dissecção anatómica, ele colaborou directamente com Marco Antonio della Torre, que viria a ensinar Medicina em Pádua. Colaboração de tipo semelhante foi desenvolvida entre 1547 e 1559, por Miguelangelo e o anatomista Realdo Colombo (f. 1559).
  • 129. !129 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Interesse pela anatomia - publicação da edição latina da primeira parte dos Procedimentos anatómicos (1529 e 1531), o tratado de métodos e técnicas anatómicas de Galeno. - Revela-se um Galeno com um método mais racional e com uma técnica descritiva superior à dos autores medievais, o que aumentou a confiança e a perícia dos anatomistas e continha em si um programa de investigação,
  • 130. !130 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Interesse pela anatomia - Galeno, por falta de cadáveres humanos, utilizara macacos e outros animais, mas indicara o estudo preferencial com humanos e aconselhara os estudiosos a fazerem as suas próprias observações. -Daqui resultou um apreciável número de textos na senda da observação pessoal e original. O mais importante de todos foi o De Humani Corporis Fabrica (1543). - A sua De Humani Corporis Fabrica, preparada entre 1540 e 1542, inclui uma crítica sistemática à anatomia de Galeno, assente na observação pessoal e directa do corpo humano.
  • 131. !131 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Amato Lusitano, De seu nome João Rodrigues de Castelo Branco (1511-1568), dedicou grande atenção ao estudo da Matéria médica de Dioscórides As correcções feitas por Amato a algumas traduções feitas, levaram a uma violenta reacção deste, acompanhada da denúncia das origens judaicas de Amato, que obrigaram o português a exilar-se de Ragusa (Ancona) para Salónica.
  • 132. !132 9:41 A destilação odores e sabores das drogas • Retorno do conceito galénico dos odores e sabores • manifestação das qualidades dos medicamentos, junto com o aperfeiçoamento das técnicas de destilação pelos árabes, • levou ao desenvolvimento do conceito de princípio activo e ao aparecimento da química farmacêutica.
  • 133. !133 9:41 A destilação • A aplicação da destilação por via húmida a especiarias e outras drogas aromáticas permitiu a obtenção de essências, onde o odor e o sabor da droga original se encontrava concentrado. Daí se desenvolveu a ideia de ser possível extrair das drogas um princípio activo ou essência, que concentrasse as suas qualidades e acção terapêutica, eliminando os componentes supérfluos e aumentando o efeito farmacológico.
  • 134. !134 9:41 A destilação • Um raciocínio análogo foi desenvolvido para as drogas minerais, mas aplicando técnicas metalúrgicas por via seca para a purificação dos metais. • Daqui se desenvolveram em paralelo as novas técnicas da química farmacêutica, utilizando as duas vertentes, húmida e seca, aplicadas respectivamente às drogas vegetais e às minerais. • Popularização da utilização de essências de especiarias e drogas aromáticas, chamadas vulgarmente águas destiladas, como as essências, quintas-essências ou águas de canela.
  • 135. !135 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Saúde e reforma • O mais evidente conceito de âmbito sanitário que separava católicos e protestantes, era a crença na intervenção da Virgem Maria e dos santos e suas relíquias. •A primeira reacção das autoridades protestantes consistiu em tentar acabar com as peregrinações a muitos desses locais, fechando templos e fontes e vedando os acessos, mas cedo essas medidas foram substituídas por preocupação que se limitavam aos aspectos doutrinários da sua utilização, enfatizando a intervenção divina directa através das águas e mesmo as suas propriedades médicas.
  • 136. !136 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Saúde e reforma •Nascida na tradição cultural humanista, a reforma luterana partilhou várias características importantes com o humanismo médico. •A preocupação de Lutero em encontar a pureza primitiva do texto da bíblia é paralela com a preocupação humanista em expurgar tudo o que fora adulterado nos textos médicos clássicos. Como corolário da reforma religiosa, a que trataria da cura das almas, muitos autores protestantes entenderam ser uma prioridade proceder de seguida à reforma da medicina, a que trataria da cura dos corpos. Do ponto de vista teórico, a primeira
  • 137. !137 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Saúde e reforma A primeira corrente médica europeia oposta à teoria dos humores desenvolveu-se no século XVI com Paracelso (1493-1541). nasceu na Suíça e era filho de um médico. - teve uma educação mais prática e mística do que seria usual num médico do seu tempo. - Com o pai aprendeu a medicina, a botânica, a mineralugia, a metalurgia e a filosofia natural, artes mágicas e ocultismo.
  • 138. !138 9:41 A Farmácia e a Terapêutic Saúde e reforma - frequentou a escola de minas em Huttenberg e chegou a ser aprendiz nas minas. - desenvolveu um maior interesse pelas manifestações da cultura contemporânea e local, dos camponeses e artesãos e menor veneração pela cultura clássica dos humanistas do seu tempo. - a obra de Paracelso caracterizou-se por uma profunda religiosidade, por uma simultânea hostilidade à religião organizada e à medicina oficial, e aproximou-se da magia e da alquimia.
  • 139. !139 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento Drogas americanas - É a fase da procura de drogas americanas que substituíssem as orientais no comércio. - Nesta fase foram igualmente introduzidas drogas destinadas à cura da sífilis, - Mantem-se a ideia galénica de que as doenças de determinado clima, deviam ser combatidas com drogas provenientes do mesmo clima. - As drogas americanas mais singulares e que, por essa mesma razão, mais impacto teriam na Medicina europeia só seriam introduzidas no século XVII.
  • 140. !140 9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento Drogas americanas O primeiro médico europeu a introduzir as drogas americanas na literatura especializada foi Nicolás Monardes (c. 1512-1588), natural e morador em Sevilha, que publicou o Dos libros... cosas de nuestras Indias Occidentales que sirven al uso de Medicina (1565), rapidamente traduzido em outros idiomas, descreveu as propriedades de várias drogas americanas como: -coca, -tabaco e -árvores dos bálsamos do Peru e Tolu. Filipe II mostrou muito cedo interesse pela nova flora, iniciando o cultivo de uma secção de plantas medicinais no Jardim de Aranjuez
  • 141. !141 9:41 A Farmácia em Portugal nos séculos XIV a XVI •Os primeiros boticários terão surgido em Portugal ainda no século XIII, mas antes destes já existiam os especieiros. •As especiarias tiveram na Idade Média uma utilização generalizada para fins terapêuticos, entrando na composição de variadíssimos medicamentos, quer como drogas activas quer como correctivos. • O açúcar, que pelo elevado preço que então tinha pode ser incluído entre as especiarias, ocupava um lugar de destaque na galénica
  • 142. !142 9:41 •Os boticários surgiram depois dos especieiros e coexistiram com estes ainda durante um certo período. A evolução de uma denominação para a outra parece corresponder precisamente ao aparecimento de um estabelecimento fixo para a venda de medicamentos. O boticário surge assim com a botica, que tem precisamente o significado etimológico de armazém ou depósito.
  • 143. !143 9:41 •O primeiro documento respeitante à profissão farmacêutica que se conhece em Portugal é um diploma promulgada por D. Afonso IV em 1338 que estatuia a obrigatoriedade de serem examinados pelos médicos do rei todos os que exerciam os ofícios de médico, cirurgião e boticário na cidade de Lisboa. •O número de boticários não terá deixado de crescer em Portugal desde 1338, mas no século seguinte ele ainda seria insuficiente, principalmente para responder às necessidades em momentos de crise, como as resultantes das vagas epidémicas.
  • 144. !144 9:41 •D. Afonso V concedeu em 1449 uma carta, conhecida por arta de Privilégios dos boticários A Carta atribui vários privilégios aos boticários, • respeitantes às condições em que podiam ser sujeitos à aplicação da justiça, • à isenção do recrutamento militar, • ao direito de porte de armas • à isenção da obrigação de aposentadoria e à • isenção de vários impostos próprios dos ofícios mecânicos. • Estas liberdades e privilégios eram alargadas às viúvas que mantivessem as boticas em funcionamento
  • 145. !145 9:41 •No século XVI, contrariamente ao texto da carta de privilégios, a profissão farmacêutica é considerada como um ofício mecânico e esse é o entendimento que se manterá até ao Liberalismo. •Este corresponde à forma como a farmácia e as restantes profissões da área de saúde se enquadravam na classificação clássica das artes, na qual a arte dos boticários e cirurgiões, a "Medicina ministrante", pertencia ao ramo mecânico enquanto a "Medicina Dogmática", a dos médicos, pertencia ao doutrinal.
  • 146. !146 9:41 A separação entre as profissões médica e farmacêutica também foi regulamentada por D. Afonso V, que promulgou outra carta em 1461 determinando a completa separação entre as profissões médica e farmacêutica. Este diploma vedou aos médicos e cirurgiões a preparação de medicamentos para venda e proibiu qualquer outra pessoa de vender medicamentos compostos ao público em localidades onde houvesse boticário. os boticários foram proibidos de aconselhar qualquer medicamento aos doentes. Este princípio da separação de interesses entre a prescrição e a dispensa foi reforçado em 1561, com a proibição das sociedades entre médicos e boticários e da dispensa de medicamentos por boticário parente do médico que os receitou.
  • 147. !147 9:41 •No final do século, em 1497, foi elaborado o Regimento dos boticários da cidade de Lisboa, reformado em 1572. Estes regimentos não estipulavam quaisquer funções ou direitos para as corporações farmacêuticas, mas determinavam um série de obrigações, definindo quais os livros que os boticários eram obrigados a possuir, assim como os pesos e as medidas convenientes ao seu ofício. O •Os preços dos medicamentos tinham que corresponder aos de uma tabela registada na câmara e deviam ser inscritos na própria receita. Os medicamentos só podiam ser vendidos pelo próprio boticário e na ausência deste, por um praticante com um mínimo de dois anos de prática e com licença da câmara. O boticário era obrigado a avisar o médico de que iria compor o medicamento receitado, para que ele assistisse à sua preparação.
  • 148. !148 9:41 As questões relativas ao exercício das profissões sanitárias em geral e ao exercício da profissão farmacêutica em particular encontravam-se debaixo da alçada do físico-mor do reino, apesar de outras entidades, nomeadamente as câmaras municipais, também terem tido algumas atribuições neste campo. A administração das questões sanitárias relacionadas com epidemias e salubridade estava atribuída ao Provedor-mor da Saúde. O físico-mor era escolhido pelo rei entre os médicos da sua casa e regia-se por regimento próprio, vigorando durante mais tempo o de 1521.
  • 149. !149 9:41 A falta de boticários nas localidades mais pequenas levou ao aparecimento dos partidos municipais. Estes partidos, que abrangiam igualmente outras profissões sanitárias como os médicos e os cirurgiões, surgiram em meados do século XVI e difundiram-se um pouco por todo o país. As condições variavam de acordo com a localidade, mas em geral consistiam na atribuição de uma quantia, retirada dos rendimentos do próprio concelho e definida em valor monetário ou em géneros, ao boticário que aceitasse estabelecer-se na localidade, residindo nela e mantendo botica aberta. Por vezes eram exigidas algumas contrapartidas, como o fornecimento gratuito de medicamentos aos pobres ou o fornecimento em condições vantajosas ao hospital local.
  • 150. !150 9:41 Os médicos e boticários, muito abundantes entre os descendentes dos judeus convertidos à força no reinado de D. Manuel, constituíam um dos alvos preferidos das campanhas de intolerância religiosa. No caso das profissões ligadas à saúde, há também a considerar o grande peso da religião nas crenças terapêuticas, sendo natural que as populações cristãs-velhas desconfiassem da acção de medicamentos vindos das mãos de quem eles consideravam falsos cristãos.
  • 151. !151 9:41 1525: Desde 1525, que foram apresentadas nas Cortes petições para que os cristãos-novos fossem proibidos de ser boticários, a par do pedido de que as receitas médicas não pudessem ser redigidas em latim. 1565: Em 1565, os boticários de Lisboa foram mesmo proibidos de ter praticantes cristãos-novos nas suas boticas, mas esta medida não terá sido seguida à risca, pois continuamos a encontrar praticantes e boticários cristãos-novos nesta cidade ao longo dos dois séculos seguintes. Além da discriminação profissional, ainda há a considerar a perseguição directa. Só no tribunal de Évora, os processos de boticários somam a meia centena desde o século XVI até finais do século XVIII.
  • 152. !152 9:41 Curiosidade...
  • 153. !153 9:41 Uma peculiaridade portuguesa é a existência de mulheres boticárias, fenómeno singular na Península Ibérica. A mais antiga referência diz respeito a uma boticária em Lamego em 1326, mas nada sabemos sobre o seu verdadeiro estatuto ou funções profissionais. Nos séculos XV e XVI surgem outras referências a mulheres boticárias, ligadas a senhoras da alta nobreza, a quem serviam na qualidade de responsáveis pelas respectivas boticas e de manipuladoras de medicamentos e preparados que utilizavam técnicas afins, como as conservas.