3. • A expansão da Guerra pelo Mediterrâneo, África e Balcãs:
Quando a sorte da França já estava praticamente selada, a
Itália lhe declarou guerra (10 de junho de 1940)
propiciando aos franceses suas únicas e inúteis vitórias
contra as potências do Eixo. Tropas italianas estabelecidas
na Líbia penetram no Egito em setembro de 1940 donde
são rapidamente expulsas pela contra-ofensiva britânica
que toma deles a Líbia Oriental. A situação desesperadora
das forças italianas faz com que Hitler designe o
Afrikakorps - comandado por E. Rommel - para auxiliar
Mussolini. Entre março-abril de 1941 as tropas alemães
derrotam os ingleses obrigando-os a recuar.
5. • No segundo semestre de 1940 a guerra atinge a
região dos Balcãs. Desejoso de mostrar sua
independência de Hitler, Mussolini ordena a
invasão da Grécia, partindo da Albânia. As tropas
italianas não conseguem ultrapassar a fronteira e
ainda sofrem um contra-ataque anglo-grego que
as faz recuar. A Alemanha decide enviar suas
divisões para esta região tendo por objetivo
afastar definitivamente os ingleses do
Mediterrâneo Oriental, assim como reforçar seu
fronte sul para a futura invasão da URSS.
7. • Entre abril-maio de 1941 caem sob seu domínio a
Iugoslávia e a Grécia, culminando com uma
surpreendente ocupação da Ilha de Creta - base
aero-naval inglesa - pelos pára-quedistas
alemães. Desta forma os campos petrolíferos da
Romênia, que abasteciam as divisões blindadas
alemãs, ficam a salvo dos bombardeios aéreos.
Apesar dessas sucessivas derrotas, os ingleses
conseguem manter algumas posições
estratégicas importantes - a Ilha de Malta - na
intersecção da Sicília com a África.
9. • Isso lhe possibilita assediar os comboios do
Estreito de Gibraltar que lhes assegura a rota
marítima com o Mediterrâneo e o Egito. A
superioridade naval e aérea inglesa vai ser
uma permanente fonte de tormentos para os
italianos no Mediterrâneo, como também
neutraliza a eficiência de combate do
Afrikakorps derrotados em El Alamein, em 30
de junho de 1942, por falta de reforços.
15. • A situação da Inglaterra nos anos 40/41 era de
quase total isolamento. Sua poderosa
esquadra, havia feito Hitler desistir de invadi-
la, levando-o a adotar a estratégia da Guerra
aérea e submarina. H. Güring, supremo
comandante da Luftwaffe foi responsável
pelas operações de bombardeamento de
Londres e outras cidades industriais.
20. • Inicialmente procuraram atingir alvos estratégicos,
mas a situação evoluiu para um bombardeio
indiscriminado da população civil . As bases alemãs
ficavam nos Países Baixos e na França conquistada. Um
invento, do qual somente os ingleses tinham o
monopólio, - o radar - muito os auxiliou na luta contra
a avaliação alemã. Ao deixarem de bombardear os
alvos estratégicos: indústrias e aeroportos, os alemães
permitiram que a RAF (Real Força Aérea) se
recuperasse, passando a reagir e destruir os seus
aviões alemães. Em 1940, a Luftwaffe perdeu 1.733
aparelhos, tendo cada vez mais dificuldades em obter
pilotos treinados.
21. • A situação da Inglaterra conhece verdadeiro
alívio, quando Hitler resolve invadir a União
Soviética em junho de 1941, sendo obrigado a
desviar o esforço de guerra para o fronte
Oriental. Mesmo assim, nestes dois anos
críticos, a Inglaterra vê cair sobre suas cidades
mais de 58 mil toneladas de bombas.
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23. • Paralelamente aos ataques aéreos, a Grã-Bretanha foi
submetida ao cerco pelos submarinos. Em 1939 os
ingleses haviam perdido 810 mil toneladas de barcos
afundados, que no ano seguinte aumentou para 4
milhões e meio, atingindo o máximo de perdas em
1942, quando mais 8 milhões de toneladas foram
postas à pique pelos torpedos alemães. Hilter escolheu
a guerra submarina devido a inferioridade numérica da
esquadra alemã e, tentava com ela, reeditar o
Bloqueio Continental ordenado por Napoleão.
Isolando a Inglaterra de suas colônias esperava secar
as fontes de abastecimento em matérias-primas e
alimentos, necessárias a seu esforço de guerra.
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26. • Desta forma usava a estratégia do ataque indireto
visando a neutralização e submissão da Inglaterra. No
entanto, com a entrada dos Estados Unidos no
conflito, a partir de dezembro de 1941, esta política
não se concretizou. Imensos comboios passaram a
atravessar o Atlântico apoiados pela esquadra anglo-
americana. A invenção do sonar e a construção de
destroiers, aperfeiçoaram a caça de submarinos. Se em
1940, apenas 22 submarinos haviam sido destruídos,
seu número aumentou para 35 no ano seguinte, 85 em
1942 chegando ao auge em 1943, quando 287
submarinos foram postos fora de combate.
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30. • Esta política da guerra submarina terminou
por levar os alemães a realizarem ataques
indiscriminados a navios mercantes, mesmo
àqueles países que ainda permaneciam
neutros. O Brasil tem vários barcos
torpedeados, a maioria dos quais no Atlântico
Sul, o que forçará a entrada de Getúlio Vargas
no conflito.
31. A 2ª fase da ofensiva Nazi-fascista:
• Vários fatores contribuíram para que Hitler se
decidisse a invadir a URSS. Era-lhe difícil precisar
quanto tempo a União Soviética se manteria fora do
conflito e já que mais tarde ou mais cedo ela se
envolveria, decidiu tomar a iniciativa atacando antes.
Hitler subestimou o potencial soviético e de certa
forma, sua opinião sobre a capacidade de resistência
do Exército Vermelho era compartilhada pelos
observadores ocidentais. Em 1937 Stalin havia
expurgado todo alto-comando das Forças Armadas,
65% dos oficiais desapareceram nos campos de
concentração ou pelos fuzilamentos.
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33. • A fragilidade do potencial soviético foi testada na
guerra conta a pequena Finlândia, onde os russos
padeceram severas perdas para dominar os
finlandeses. Inegavelmente o peso maior devia-
se ao antagonismo de ambos sistemas políticos.
Hitler, afinal era o campeão do anti-comunismo,
e esperava apoio mundial para sua cruzada
contra bolchevismo. O pacto germano-soviético,
fora apenas um interlúdio tático para consolidar
seu domínio no Ocidente e desta forma poder
jogar todo o peso do poderio alemão contra
URSS.
34. • Stalin recebeu vários avisos da iminência da invasão.
Tanto o serviço secreto britânico como o
Departamento de Estado americano alertaram-no com
suficiente antecipação. O espião soviético, Sorge, que
atuava na Embaixada Alemã em Tóquio, enviou
mensagem indicando a data exata em que os exércitos
alemães atacariam. Nada disso convenceu Stalin.
Acreditava que não passavam de manobras para
envolvê-los numa guerra contra a poderosa Alemanha.
Ordenou, inclusive, que os exércitos soviéticos se
afastassem da fronteira alemã para evitar qualquer
tipo de provocação. Assim, não é de espantar que
fossem pegos de surpresa quando a invasão iniciou.
37. • Os alemães dividiram suas forças em três grandes
grupos de assalto. Os Exércitos do Norte, sob
comando do Gen. Von Leeb possuía 57 divisões e
sua missão era ocupar os Estados Bálticos e unir-
se com os finlandeses em Leningrado. Os
Exércitos do Centro, sob comando do Gen. Von
Bock, composto por 45 divisões tinha como
missão dirigir-se a Moscou. Os Exércitos do Sul,
sob chefia de Von Rundstedt, com 38 divisões
deslocaria-se para as férteis regiões da Ucrânia e
posteriormente para o Cáucaso, rico em minérios
e petróleo.
38. • Era a maior operação de guerra feita pelos
alemães, que tinham 150 divisões, mais
tropas auxiliares de outras nacionalidades
(romenos, húngaros, espanhóis, italianos, e
pequenos grupamentos fascistas) perfazendo
3 milhões e duzentos mil soldados. Uma força
dez vezes superior a de Napoleão quando este
invadira a Rússia cento e trinta anos antes, e o
maior exército invasor de todos os tempos.
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41. • A força do ataque alemão desbaratou as
forças fronteiriças e destruiu, quase toda a
força aérea soviética, que foi abatida no solo.
A penetração alemã teve poucos obstáculos.
Suas divisões blindadas avançavam
envolvendo os exércitos russos em enormes
bolsões. Nos primeiros meses do conflito,
mais de 650 mil prisioneiros foram feitos. O
otimismo e a certeza de uma vitória fácil
inundou o Alto-Comando alemão.
42. • Pelos seus cálculos, pouco restava do poderio
militar soviético, visto que em apenas cinco
meses amplas regiões da Rússia caíram sob
seu controle. Leningrado estava cercada, a
estrada para Moscou desguarnecida, a
Ucrânia desamparada. Mas lentamente a
determinação e resistência dos soviéticos se
fez sentir - uma guerra de vida e morte se
perfilava no horizonte.
45. • A locução de Stalin, feita em 4 de julho de 1941, dez dias depois
da invasão alemã:
"Camaradas, cidadãos, irmãos e irmãs, combatentes do nosso
Exército e da nossa Marinha! É a vos que me dirijo, meus amigos!
Grave ameaça paira sobre o nosso país (...) Esta guerra nos foi
imposta, achando-se o nosso país empenhado agora numa luta de
vida ou morte contra o mais pérfido e maligno dos seus inimigos, o
Fascismo Alemão. Nossas tropas se batem heroicamente em
situação desvantajosa, contra um adversário fortemente armado de
tanques e aviões... O grosso das tropas soviéticas, equipado com
milhares de tanques e aviões, somente agora começa a participar
dos combates... Unido ao Exército Vermelho, todo o nosso povo se
levanta para defender a Pátria. O inimigo é cruel e impiedoso. Quer
nossa terra, o nosso trigo e o nosso petróleo.
46. • Visa à restauração do Czarismo e à destruição da
cultura nacional dos povos da União Soviética...
quer nos fazer escravos de príncipes e barões
germânicos.
• Nas nossas fileiras não haverá lugar para os
fracos e os covardes, para os desertores e
causadores de pânico. Nosso povo será
destemido na luta e combaterá com abnegação
na guerra patriótica de libertação contra os
escravizadores fascistas.
47. • (...) Sempre que unidades do Exército Vermelho
sejam obrigadas a recuar, todo o material
rodante ferroviário há de ser também retirado.
Ao inimigo não se deixará uma única máquina,
um simples tanque, uma libra de pão ou uma
latinha de óleo. Os kolkhozniki sairão com todos
os seus animais, entregarão ao Estado suas
reservas de cereais para o envio a retaguarda...
Tudo o que não puder ser carregado será
destruído, seja cereal ou ferro, combustível ou
metais não ferrosos ou qualquer propriedade de
valor.
48. • (...) Camaradas, nossas forças são
incomensuravelmente grandes. O inimigo
insolente logo o perceberá. Unidos ao Exército
Vermelho, milhares de trabalhadores, de
kolkhozniki e de intelectuais irão à guerra.
Surgirão muitos milhões mais. Os trabalhadores
de Moscou e de Leningrado já começam a
organizar um opolcheniye (corpo auxiliar de
voluntários ) de milhares de militantes para
auxiliar o Exército Vermelho... O imenso poder
popular será empregado para esmagar o inimigo.
Avante! À vitória!"
49. • O famoso teórico da guerra Clausewitz, já
alertava sobre as dificuldades de se conquistar a
Rússia. Sua vastidão, as poucas estradas e a
determinação de lutar de seu povo, forçavam ao
invasor a um assombroso desgaste. Num capítulo
especial sobre os efeitos das marchas
prolongadas, mostra como essas diminuem o
potencial combativo de um exército. Ao
penetrarem cada vez mais no solo russo, as
forças alemãs começaram a sentir os efeitos
destes fatores.
50. • Agora não se tratava de conquistar pequenos países da
Europa Ocidental e sim uma região que só em sua área
européia, tinha mais de 05 milhões de quilômetros
quadrados, duas vezes e meia superior a da Europa
Ocidental. As linhas invasoras, ao se estenderem por
mais de mil quilômetros, dificultavam o abastecimento
e municiamento, assim como as tornavam vulneráveis
ao ataque de guerrilheiros na retaguarda. Sendo o
exército alemão essencialmente motorizado, havia
necessidade constante de combustível e reposição de
peças para torná-lo eficiente.
51. • A resistência soviética aumentava de intensidade
conforme os alemães se aproximavam de Moscou. O
inverno de 1941 foi assaz precoce. O General
Guderiam notou as primeiras nevascas na primeira
quinzena de outubro. As estradas ficaram enlameadas
diminuindo cada vez mais a capacidade de manobra
das divisões panzer. Mesmo assim os alemães
atingiram a periferia da capital soviética em novembro
de 1941. A temperatura baixou terrivelmente, entre 20
e 25 graus abaixo de zero. Como esperavam o término
da guerra para antes do inverno, foram surpreendidos
sem vestuário apropriado.
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57. • Hitler ordenou que os exércitos aguardassem a
passagem do inverno em suas posições de
assalto. A capital seria conquistada na primavera
de 1942. É neste momento que, com auxílio de
tropas siberianas, o Marechal Zukov inicia o
contra-ataque na região de Moscou,
surpreendendo os alemães, afastando-os em
definitivo. O pânico das tropas contaminou todo
alto-comando, fazendo com que Hitler afastasse
uma série de generais e assumisse o controle
direto da guerra.
58. • A ordem era resistir em suas posições.
Percebeu que uma retirada em pleno inverno,
como muitos generais desejavam, poderia se
transformar numa catástrofe de enormes
proporções, desmoralizando definitivamente
suas tropas. Segundo alguns, esta foi uma das
poucas ordens sensatas de Hitler.
59. • Na primavera verão de 1942, os alemães retomaram a
ofensiva nas regiões do Sul da Rússia. Toda a área do
Mar Negro foi conquistada, incluindo o Cáucaso. Foi o
"verão negro" da história do Exército Soviético. No
entanto, era visível que os russos preparavam-se cada
vez melhor para enfrentar os cercos dos blindados
alemães. Tropas aguerridas estavam se forjando no
transcorrer das batalhas. Apesar das enormes perdas,
os soviéticos passaram a ser abastecidos com um
equipamento mais farto e de melhor qualidade,
destacando-se o tanque T-34 e os morteiros-foguetes
katyushas.
64. • Até os finais de 1941 caíram sobre o controle
alemão 40% da população soviética, 41% de suas
estradas de ferro, 38% do gado, 58% das
siderurgias de aço, 60% do alumínio, 84% do
açúcar, 38% dos campos cerealísticos, 63% do
carbono e 60% do ferro. Apesar dessas
conquistas nunca as baixas alemãs tinham sido
posto fora de combate; 202.251 mortos, 725.642
feridos e 46.511 desaparecidos, perfazendo até
fevereiro de 1942, 31% do total da força
invasora.
65. • Foram catastróficas perdas civis e militares entre
os soviéticos. Apesar dos dados serem
aproximados calcula-se que 25 milhões de
mortos (provocados pelo combate direto contra
o inimigo, assim como pela fome, frio e
epidemias). Das despesas totais para o esforço de
guerra, calcula-se que a partir de 1942 60% da
receita estatal foi destinada aos produtos bélicos.
A produção de aviões atingiu a 3 mil unidades
por mês a partir de 1943 e a de blindados - 2 mil.