Este documento resume os principais pontos de 4 relatórios de avaliação externa de escolas portuguesas. A análise mostra que as referências à biblioteca escolar (BE) dependem do trabalho e dinâmica promovida pela BE. Algumas BEs têm um trabalho muito integrado na escola enquanto outras têm uma presença mais discreta. O novo modelo de autoavaliação da BE pode ser uma oportunidade para um trabalho mais articulado entre a BE e a escola para apoiar o conhecimento e sucesso dos alunos.
1. O Modelo de Auto-Avaliação da BE: Metodologias de
Operacionalização (Conclusão)
7ª Sessão-2ª Tarefa
Comentário crítico à presença de referências a respeito da BE nos
Relatórios de Avaliação Externa das escolas, elaborados pela
IGE.
A amostra de Relatórios de Avaliação xterna das escolas que
elegi, foi aleatória e diz respeito às seguintes escolas:
- Escola S/EB 3ºCiclo de Sá da Bandeira, em Santarém, Relatório
de Abril de 2008;
- Escola S/EB 3º Ciclo de Alberto Sampaio, em Braga, Relatório
de Abril de 2007;
- Escola S/EB 3º Ciclo Dr. Mário Sacramento, em Aveiro,
Relatório de Novembro de 2007;
- Agrupamento de Escolas de Vila Flor, Relatório de Março de
2009.
Os Relatórios de Avaliação seguem uma matriz objectiva, e que
contempla os seguintes domínios:
1. Resultados;
2. Prestação de serviço educativo;
3. Organização e gestão escolar;
4. Liderança;
5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola;
2. No segundo grupo, Os Factores que Contribuem para esses
Domínios, e ainda, As Perguntas Ilustrativas do entendimento dos
factores.
Nas Considerações Finais, os Relatórios apontam os Pontos
Fortes e Fracos da Escola, as Oportunidades, e eventuais
constrangimentos.
Relativamente à primeira escola, ficamos a saber, pela
Caracterização, que o estabelecimento tem uma biblioteca, um
Centro de Recursos e que é uma escola com mais de 150 anos.
A BE é referida quando se descreve o ponto 1.3 - Comportamento
e Disciplina, e se diz, “ O Gabinete de Gestão de Conflitos
funciona na Biblioteca porque o Gabinete não tem espaço
próprio”. No ponto 3.3- Gestão dos recursos materiais e
financeiros, afirma-se que “ se criou e apetrechou o Centro de
Recursos”, embora a “ BE funcione num espaço exíguo para o
acervo considerável de que dispõe, incluindo obras únicas e
algumas primeiras edições”. Nas Considerações Finais, o
Relatório aponta como constrangimento a “ Conservação e
adaptação do edifício às exigências actuais, nomeadamente o
espaço destinado ao funcionamento da biblioteca”.
A escola Alberto Sampaio, em Braga, tem um horário de
funcionamento contínuo desde as 8h.30m às 00h-00m. A BE/CRE
desta escola acompanha o mesmo horário, e a biblioteca é referida
várias vezes. Ainda na caracterização ficamos a saber que a escola
tem espaços verdes muito bem cuidados, como o Jardim das
Bagas que irá receber a futura Biblioteca de Jardim.
É referida no ponto 2- Prestação do serviço educativo, “
Dinamização da BE (…) dispositivo para o desenvolvimento de
oportunidades de aprendizagem e valorização das actividades de
enriquecimento curricular, e na Participação e desenvolvimento
cívico, “ actividades da Biblioteca Manuel Monteiro”. Na “
Abrangência do currículo”, refere-se a dinamização da BE (…)
projectos de grande tradição como as actividades da BE M.
Monteiro”. A BE desta escola mantém “cooperação com a
Biblioteca Pública e Municipal”. Pela leitura do Relatório,
3. percebe-se que é de facto uma escola muito dinâmica e se
perspectiva em torno do conceito “ de que tudo é currículo”.
O Relatório que diz respeito à escola Dr. Mário Sacramento tem
poucas referências à Biblioteca, a não ser o facto de que “ a
biblioteca (…) responde às necessidades dos utentes”, e de que o
“ funcionamento da BE reflecte a importância e o impacto da
utilização dos recursos informáticos”. A biblioteca participa em
“projectos institucionais (…) RBE “.
Por último, o Agrupamento de Escolas de Vila Flor. A BE desta
escola está integrada na Rede Nacional de Bibliotecas escolares, e
relativamente à Prestação do serviço educativo, refere-se “ a
Biblioteca ( …) estimulam as competências socio - culturais dos
alunos, promovem a melhoria do ambiente educativo e articulam
os saberes da sala de aula com a realidade envolvente”. Mais à
frente são referidas “ as dinâmicas da Biblioteca” no que diz
respeito à Abrangência do currículo e Valorização dos saberes e
da aprendizagem”. Quanto à Gestão dos recursos materiais, “ o
plano de formação do pessoal docente e não docente contempla
um conjunto de acções (…) organização e animação da BE. A
biblioteca desta escola foi “ requalificada” e é “ um espaço de
eleição dos alunos “.
A análise dos Relatórios permite concluir que as referências à
presença da BE, dependem do trabalho e da dinâmica que a
biblioteca promove na escola. Constatou-se que há escolas em
que a BE desenvolve um trabalho muito participativo e integrado
na filosofia da escola, e outras em que a presença é muito discreta
e apagada.
O Novo Modelo de Auto-Avaliação das BE pode ser encarado
como uma Oportunidade para o desenvolvimento de um trabalho
mais articulado com as estruturas directivas e pedagógicas da
escola, em prol do Conhecimento, das Aprendizagens e do
Sucesso educativo dos nossos alunos.