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Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História 
CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG 
Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 
Campina Grande PB - 2014
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CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o 
ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 
Caro estudante, 
Atualmente, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular. O ENEM tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. 
Foi pensando nessa abrangência, relevância para a formação do grupo e a necessidade de estreitarmos os laços com o ensino básico que o PET Historia UFCG, iniciou em 2011, o projeto “ENEM - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História”. E nesse sentido, este segundo módulo foi elaborado com o objetivo de facilitar a compreensão da proposta do ENEM para a área de CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS, melhorando o desempenho dos participantes em seus estudos dentro e fora da oficina. 
Contamos com sua participação para que possamos aprimorar este módulo em edições futuras e esperamos que suas notas reflitam seu esforço, dedicação, tempo de estudo e que seus sonhos e objetivos sejam alcançados. 
Organizadoras 
Regina Coelli Gomes Nascimento 
Tutora/PET História 
Rozeane Albuquerque Lima 
Mestranda/PPGH/UFCG 
Autores (as) Petianos PET História UFCG 
Ana Carolina Monteiro Paiva 
Elson da Silva P. Brasil 
Janaína Leandro Ferreira 
Jaqueline Leandro Ferreira 
Jonathan Vilar dos S. Leite 
José dos Santos C. Júnior 
Maria Aline Souza Guedes 
Paula Sonály N. Lima Paulo Montini de Assis Souza Júnior 
Priscila Gusmão Andrade 
Raquel Silva Maciel 
Ronyone de A. Jeronimo 
Silvanio de Souza Batista 
Valber Nunes da Silva Mendes
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SUMÁRIO 
ENEM 2014 – informações gerais.................................................................................04 Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades: “Identidades do/no Brasil”.....................................................................06 Competência de área 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder: “O homem e o espaço geográfico”......................................................................................16 Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais: “os papéis da família, do estado e da igreja no século XXI”................................................................................................................................25 Competência de área 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social: “Novas técnicas o renascimento urbano e comercial”................................39 Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade: “Cidadania e democracia”...................49 Competência de área 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos: As interações entre sociedade e natureza: reflexos da modernidade nas espacialidades naturais..................57
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ENEM 2014 – INFORMAÇÕES GERAIS 08 E 09 DE NOVEMBRO DICAS a) Cartão de confirmação: O Cartão de Confirmação da Inscrição será enviado, pelos correios, para o endereço informado pelo participante no ato da inscrição. No Cartão de Confirmação da Inscrição estão contidas as seguintes informações: - número de inscrição; - data; hora; local de realização das provas; - indicação do(s) atendimento(s) especializado(s) e/ou do(s) atendimento(s) específico(s), se for o caso; - opção de língua estrangeira; e - solicitação de certificação, se for o caso. O participante pode consultar ou imprimir o seu Cartão de Confirmação de Inscrição no seguinte endereço eletrônicohttp://sistemasenem2.inep.gov.br/localdeprova, informando seu CPF e senha. b) Como são as provas: O Enem é composto por quatro provas objetivas com 45 questões cada e uma redação. Confira os dias da prova: 08 de novembro de 2014 (sábado) - Ciências Humanas e suas Tecnologias e; - Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Tempo para a prova: 4h30 09 de novembro de 2014 (domingo) - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e; - Matemática e suas Tecnologias. Tempo para a prova: 5h30 c) No dia da prova: Os portões de acesso abrem às 12h e fecham às 13h, horário de Brasília. Recomenda-se que todos os participantes cheguem ao local de prova até às 12h (horário oficial de Brasília), visto que será estritamente proibida a entrada após o fechamento dos portões. IMPORTANTE! - Verificar com antecedência, na página de acompanhamento do Enem, a validação da inscrição e o local de realização das provas. - Fazer o trajeto até o local de prova antes do dia do Exame. (Disponível em < http://www.enem.inep.gov.br/dicas.html > Acesso em 20082014.)
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DÚVIDAS FREQUENTES APLICAÇÃO DA PROVA 13 - Como serão as provas do Enem 2014? Serão quatro provas objetivas, contendo, cada uma, 45 questões de múltipla escolha, e uma redação. 14 - Quais são as Áreas de Conhecimento e Componentes Curriculares avaliados no Enem? Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Filosofia e Sociologia); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Química, Física e Biologia); Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação (Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira - Inglês ou Espanhol, Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação); Matemática e suas Tecnologias (Matemática). OBJETIVOS E UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS 37 - Qual a finalidade do Enem? A finalidade primordial do Enem é a avaliação do desempenho escolar e acadêmico ao fim do ensino médio. As informações obtidas a partir dos resultados do Enem são utilizadas para acompanhamento da qualidade do ensino médio no País, na implementação de políticas públicas, criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do ensino médio, desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira e estabelecimento de critérios de acesso do participante a programas governamentais. O Enem serve também para a constituição de parâmetros para a autoavaliação do participante, com vistas à continuidade de sua formação e à sua inserção no mercado de trabalho. 38 - O Enem tem como objetivo o acesso à educação superior? Essa não é a única, mas é uma das funções. O Enem tem sido usado com sucesso como mecanismo de acesso à educação superior, tanto em programas do Ministério da Educação – como o Sisu, o Sisutec, o Ciência sem Fronteiras e o Prouni –, quanto em financiamento estudantil – Fies. Também tem sido utilizado em processos de governos estaduais e da iniciativa privada. 39 - O Enem 2014 poderá ser usado para certificação no ensino médio? Sim, a certificação é mais uma das possibilidades que o Exame oferece. Os participantes maiores de 18 anos que ainda não concluíram a escolarização básica podem participar do Enem e pleitear a certificação no ensino médio junto a uma das instituições que aderiram ao processo – secretarias estaduais e institutos federais de educação. A lista das instituições certificadoras consta no Anexo I do edital.
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(Disponível em < http://www.enem.inep.gov.br/duvidas-frequentes.html> Acesso em 20082014.) 
Elson da Silva Pereira Brasil (elsonspb@gmail.com ) 
Priscila Gusmão Andrade (priscilaandrade@gmail.com ) 
IDENTIDADES DO/NO BRASIL 
Ao longo do tempo a humanidade vem tentando se identificar de modo que se distinga do resto das espécies animais. Esses processos são historicamente construídos e mudam de acordo com cada sociedade. Mesmo dentro de uma mesma organização social é possível haver vários discursos sobre a mesma “identidade”. 
A mesma pessoa pode se dizer de muitas formas. Pode ter várias identidades, ou até preferir dizer-se não pertencente às categorias de identidade existente. 
Em certos casos as identidades são formadas para abarcar um grupo que se diz, ou é dito como, minoria e ás vezes pode ser composto por indivíduos que não estão dentro de um padrão normativo social. Esse grupo, por sua vez, acaba sendo discriminado quer por sua cor, classe social, gênero, etnias, religiões ou qualquer outra característica que fuja das normas sociais. No processo de formação da identidade de um grupo se busca anular a identidade individual em beneficio do coletivo. Assim como mostra a figura 1, um grupo menos favorecido pode receber mais benefícios para que, assim, possa estar em condição de igualdade com os que o rodeiam. 
Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades. 
Disponível In: http://1.bp.blogspot.com/-NB0- hRBht2A/UUDsSO0MIpI/AAAAAAAADDA/JKjqMpCrqeY/s640/37093_406201599455300_714291077_n.jpg , acesso em 09/05/2014. 
Disponível In: http://www.falouepontofinal.com.br/2012/09/ expressoes-populares-1.html#.U8nzZeNdXCl, acesso em 19/07/2014.
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Mas tem um tipo de identidade que há muito tempo é motivo de debate em nosso país: a identidade nacional. O Brasil desde 1822, quando se tornou uma nação independente, vem buscando criar para o país uma identidade nacional, ou seja, juntar em uma mesma representação festas, costumes, modos de ser, entre outros elementos que definam o que é ser brasileiro; que despertem nos brasileiros um sentimento de patriotismo e de defesa da nação, ou seja, o próprio sentimento de pertença a uma nação é construído historicamente, e nesse processo são incluídos e excluídos saberes e fazeres, em geral das minorias. A literatura, por exemplo, é escolhida em alguns momentos para representar a identidade de um país: se elegem personagens, obras literárias e autores e se nomeiam a “cara” do Brasil. Nesses quase duzentos anos de Brasil independente o país usou de muitos personagens da literatura, assim como de festas para tentar definir o que é ser brasileiro. 
Na literatura, Iracema (de 1865), a índia dos lábios de mel, do romance de José de Alencar (1829-1877), por muito tempo representou uma dita passividade dos nativos do Brasil que teriam se entregue de corpo e alma aos colonizadores europeus que aqui chegaram, no século XVI. Macunaíma (de 1928), personagem de Mário de Andrade (1893-1945) é a proposta de representação do brasileiro pelos modernistas1, um personagem sem disposição ao trabalho ou à rotina que busca dar um jeitinho para resolver algumas situações em que se envolve na cidade grande em busca de seu muiraquitã. Macuíma também representa um momento da história nacional em que alguns intelectuais vão tomar o índio como legitimo representante da identidade nacional, como a essência, a verdadeira brasilidade. 
O Estado Novo representou a relação entre os índios e o Estado-nação numa ótica romântica. Em 1934, consagrando um ícone cultural, Vargas decretou que o dia 19 abril seria o Dia do Índio. Nos anos seguintes, o Dia do Índio 
1 Modernistas são os artistas envolvidos no movimento artístico e cultural no país no início do século XX. O modernismo no Brasil é marcado pela Semana de Arte Moderna de 1922. Saiba mais em: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo2/modernismo/index.html (acesso em 19/07/2014). 
Disponível In: http://kilombagem.org/wordpress/wp- content/uploads/2013/03/UFJF-imagem.jpg , acesso em 09/05/2014.
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ocasionou numerosos eventos culturais e cerimônias públicas. Numa verdadeira blitz, o Estado organizou exibições em museus, programas de rádio, discursos e filmes sobre o índio - tudo isso com assistência do DIP. (GARFIELD, 2000, p. 18). 
Esses dois personagens, Iracema e Macunaíma, de épocas históricas diferentes foram apropriados para dizer o que era o brasileiro. Isso não significa que exista um modo único de ser brasileiro, mas que em cada momento as pessoas pensaram e escreveram o ser brasileiro do modo que sua época permitia. Nós, no presente, não podemos julgar esses modelos como certos ou errados, apenas tentar compreender sua construção. 
Em meados do século XX outra forma de representar a identidade nacional entrou em evidência. Um caso no qual a literatura tenta abarcar um personagem que represente a identidade nacional partindo de um olhar regional, é o caso de João Grilo, personagem de O Auto da compadecida (de 1955) obra de Ariano Suassuna (1928). O autor propõe uma identidade do brasileiro partindo do seu olhar sobre os personagens dos sertões nordestinos. O personagem João Grilo, embora tenha disposição ao trabalho, consegue burlar algumas situações, inclusive sua ida quase certa ao inferno. Mas é possível localizar em cada personagem diferenças quanto à forma de pensar a brasilidade. João Grilo aparece não mais como representante de um país inteiro, mas como o representante de uma região. Se antes se buscava dizer um tipo que representava a nação brasileira, neste momento Ariano Suassuna buscou pensar uma identidade baseada nos tipos regionais. Mas, e no presente, como andam as representações de nossa brasilidade? 
Roberto da Matta (2004) antropólogo contemporâneo aponta algumas dessas características como constituintes de nossas identidades no presente: a falta de cuidado com o público, pouco engajamento político e uma corrupção que estaria presente em nossas práticas diárias como: apropriação indevida de coisas públicas, filar na prova, jogar lixo na rua, entre outras. 
“No duelo entre esses dois campeões, fazemos voto para que o entrudo morra de uma vez”. Revista Ilustrada, 1881. In: http://devotosdodragao.ucoz.com/index/ entrudo/0-8, acesso em 13/04/2014. 
Disponível ,http://gilmaronline.zip.net/arch2011- 03-01_2011-03-31.html > Acesso em 13/04/2014.
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REFLEXÃO 
Festas e identidade(s): o Carnaval 
Um dos elementos usados para criar a identidade de uma nação são suas festas. No Brasil uma das festas mais populares é o carnaval. Quem nunca ouviu a frase “No Brasil o ano só começa depois do carnaval”? O carnaval é tido como a festa do samba, do axé e do frevo, mas será que apenas esses ritmos são tocados em nossos carnavais? Caso seja, como é o caso do frevo em Olinda - PE, como um único ritmo pode ser tocado em uma festa caracterizada pela diversidade? 
As nossas festas são uma demonstração da diversidade das identidades, assim como da mistura de códigos e culturas em um mesmo espaço. O Carnaval pode ser pensado como uma festa que alguns tomamos como representativa do que somos. Festa presente no Brasil desde quando o país era uma colônia de Portugal, se caracteriza pela diversidade com que é comemorada nas diferentes regiões do país. Atualmente as festas nas cidades de Salvador, Olinda e Rio de Janeiro ocupam espaço na mídia, sendo tomadas como as maiores do país. 
No Rio de Janeiro as escolas de samba ganham destaque, sendo elemento identitário destacado na mídia, como característica do carnaval carioca e uma tentativa de representação da nação. Em Salvador o axé é o ritmo que toma conta nas representações sobre o carnaval baiano. 
Em Olinda-Recife é o frevo que é reina como ritmo do carnaval, assim uma mesma festa é embalada por ritmos diferentes. Mas além desses ritmos, outros também podem compor o carnaval. 
Não apenas de ritmos e sons é feito o carnaval brasileiro, cada região, estado e cidade dá um toque especial a essa data, algumas optam por não celebrar a festa e aproveitar a data para promover debates místicos, filosóficos, acadêmicos, encontros religiosos, entre outros, é o caso do Encontro para a Nova Consciência que ocorre sempre no período de Carnaval em Campina Grande-PB. 
Carnaval sem mela mela não existe. In: http://lenilsonazevedo.com/?p=9062, acesso em 13/04/2013.
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(Disponível em:< http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_canal=44&cod_noticia=22765 >, acessado em: 30/04/2014). 
Outra marca história do carnaval brasileiro é, para alguns, a fama de, durante os dias de festa, reinar a permissividade. É permitido trair, andar seminu, homem pode vestir-se de mulher. Mas será que é apenas no Carnaval que essas identidades de gênero, de raça ou de classe social, ou quaisquer outras, entram em crise? Ou será que estamos passando por um momento em que esses modelos enfrentam uma crise? 
Não se engane em pensar que o carnaval é desprovido de disputas políticas e sociais. Historicamente no Brasil o carnaval é fruto de discursos que pretenderam pretendem controlar as formas de divertimento do povo. Um exemplo foram os conflitos entre as associações carnavalescas no Rio de Janeiro do século XIX que buscavam combater o entrudo2. No entrudo as pessoas costumavam sair às ruas jogando farinha e bolinhas de cera contendo água, urina ou outros líquidos. Com a adesão aos costumes burgueses e à modernidade, as associações carnavalescas buscam domesticar a festa e travam um verdadeiro combate nos meios impressos até legitimar um modo de festejar o carnaval com confete e serpentina. Mas, mesmo assim, em algumas regiões do país o costume de se melar permanece até o presente. O mela-mela que ainda ocorre em alguns carnavais de rua é reminiscência dessa prática. 
TEXTO DE APOIO 
A escravidão e as conquistas negras 
Uma das características fundamentais do sistema escravista era a prioridade jurídica sobre o trabalhador cativo. Sendo assim, o homem escravizado era subordinado a outro ser humano. 
Ao tornar-se propriedade privada, o escravo perdia a sua humanidade? 
(APOLINÁRIO, 2007. p.32). 
A escravidão negra se iniciou no Brasil durante o período em que o país ainda era colônia de Portugal, foi uma experiência de longa duração (se iniciando com a vinda dos primeiros africanos na primeira metade do séc. XVI e terminando oficialmente em 1888, com a lei Áurea) deixando profundas marcas na sociedade brasileira. 
O trabalho do negro escravizado foi utilizado nas plantações de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro, nas lavouras de café do interior paulista, nas minas de ouro de Minas Gerais, nas cozinhas das casas grandes dos fazendeiros brasileiros, nas casas dos 
2 Entrudo pode ser definido como uma série de jogos e brincadeiras populares, introduzidas no Brasil pelos portugueses no século XVI, que também foram associadas ao carnaval brasileiro. Pode ser considerado como a fase de gestação do carnaval popular de rua. (Disponível in: http://www.suapesquisa.com/carnaval/entrudo.htm, acesso em 19/07/2014).
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brasileiros de classe média, etc. A escravidão estava, assim, acoplada à sociedade brasileira no período colonial e em boa parte do período imperial, estando ligada não apenas ao aspecto econômico como também aos aspectos político e cultural. 
Ser escravo significava ser propriedade de outra pessoa, escravizar era tornar o ser humano um objeto passível de venda, empréstimo, aluguel, hipoteca, etc. Mas essa característica mercantil fazia o homem escravizado perder sua subjetividade de ser humano? Fazia o individuo de fato tornar-se um objeto inanimado e sem vontades, pensamentos e identidade própria? 
Devemos ter em mente que não. Por ser escravo, o negro não deixava de possuir vontades e sentimentos. Não deixava também de se revoltar contra o sistema ao qual estava sujeito e de protagonizar diversas resistências contra as crueldades que o sistema escravocrata impunha contra os mesmos. Vejamos o que Albuquerque coloca a esse respeito: 
Onde quer que o trabalho escravo tenha existido, senhores e governantes foram regularmente surpreendidos com a resistência escrava. No Brasil, tal resistência assumiu diversas formas. A desobediência sistemática, a lentidão na execução das tarefas, a sabotagem da produção e as fugas individuais ou coletivas foram algumas delas. Fugir sempre fazia parte dos planos dos escravos. 
Os cativos fugiam por vários motivos e para muitos destinos. Castigo, trabalho excessivo, pouco tempo para o lazer, desagregação familiar, impossibilidade de ter a própria roça e, é obvio, o simples desejo de liberdade eram as razões mais freqüentes que os levavam a escapar dos senhores. (ALBUQUERQUE, 2006, p. 117). 
Percebemos assim que a escravidão não excluiu as identidades dos que foram escravizados e que diversas maneiras foram encontradas pelos negros para resistir à realidade que lhes estava imposta. Mas os problemas para esse grupo não se encerram com a abolição da escravatura. Inúmeras foram as dificuldades sociais que os negros enfrentaram após a liberdade e numerosos foram os preconceitos que se mantiveram contra a sua figura. 
Após a abolição não houve uma política de integração dos negros ex-escravos à sociedade e ao mundo do trabalho, havendo assim uma marginalização desse grupo, devido ao preconceito que sofria por ser negro e ex-escravo. 
O preconceito contra os negros se manteve com os anos que se passaram, apesar da tese sociológica de Gilberto Freire, em seu livro Casa Grande e Senzala, conhecida como mito da democracia racial, na qual o autor vai dizer que o Brasil é um país miscigenado (entre branco, negro e índio) e que o mestiço é o tipo do brasileiro. 
Nos anos 1930, a Frente Negra Brasileira3 (FNB) chamou a atenção, a partir de jornais e congressos, para os problemas que afligiam a população de cor, nos anos 1940 o Teatro Experimental do Negro4 denunciou as práticas racistas a partir do teatro, já na 
3 A frente negra brasileira foi um movimento social fundado em 16 de setembro de 1931 e que durou até 1937. Tinha como propósito lutar pelo direito dos afrodescendentes brasileiros. 
4 O teatro experimental do negro, foi fundado em 1944 e durou até 1961, tinha como intenção a valorização do negro no teatro e a criação de uma nova dramaturgia. Para saber mais sobre, acessar:
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década de 1990 houve um período mais promissor de participação política para a sociedade civil e uma maior força para os movimentos sociais ligados a bandeiras ideológicas, incluindo o Movimento Negro (Movimento Negro Unificado – MNU), havendo uma maior luta contra a opressão racial, o alto índice de desemprego da população negra, a violência policial, etc. (SANTOS, s.d., p.6). 
A partir desse momento houve uma maior atenção direcionada aos problemas das minorias étnicas, incluindo os negros. Uma das conquistas do MNU foi a lei 10.639/03, que estabelece a inclusão da história da África e das culturas afro-brasileiras no conteúdo programático do ensino fundamental das escolas brasileiras. Essa lei sofre uma expansão com a Lei 11.645/08 que inclui nos conteúdos das escolas além da temática negra, a indígena. A intenção dessas leis é contribuir para a mudança do imaginário social brasileiro sobre a população negra e a indígena, um esforço para diminuir o preconceito racial. 
APRENDA FAZENDO... 
ENEM 2013, questão 01 
No final do século XIX, as grandes sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entres os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderiam coexistir perfeitamente com os desfiles. 
PEREIRA, C.S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M.C.P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado). 
Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das grandes sociedades, descritas no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que: 
a) Distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. 
b) Aspirações cosmopolitas de elite impediam a realização da festa fora dos clubes. 
c) Liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. 
d) Tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. 
e) Perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras. 
ENEM 2010, questão 02 
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=cias_biografia&cd_verbete=649, acessado em 22/07/2014.
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Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista. 
AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. Ano 1, nº3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2014 (adaptado). 
A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a 
a) Impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado. 
b) Extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade. 
c) Rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabiliza os mecanismos de ação social. 
d) Possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço filho de pai português. 
e) Troca de favores entre um representante negro e a elite agraria escravista que outorga o direito advocatício ao mesmo. 
SAIBA MAIS 
Site: 
Videoteca do CPFL – Cultura 
Aqui você vai encontra professor@s de Universidades renomadas do Brasil e do Mundo falando sobre temas como identidade, cultura, história e outras questões da contemporaneidade. 
Em especial indicamos os programas: 
Feminilidades e pós-modernidade | Guacira Lopes Louro (http://www.cpflcultura.com.br/wp/2009/10/28/feminilidades-e- pos-modernidade-guacira-lopes-louro/, acesso em 13/04/2014). 
Entre a luxúria e o pudor | Paulo Sérgio do Carmo (http://www.cpflcultura.com.br/wp/2012/06/29/entre-a-luxuria-e-o- pudor-cem-anos-de-vida-sexual-dos-brasileiros-paulo-sergio-do- carmo/, acesso em 13/04/2014). O mito da raça: em busca da pureza – Demétrio Magnoli (http://www.cpflcultura.com.br/wp/2011/05/10/o-mito-da-raca-em- busca-da-pureza-demetrio-magnoli-2/, acesso em 13/04/2014). 
Site: 
Site do Instituto Luiz Gama – Site do Instituto Luiz Gama é uma associação sem fins lucrativos, formada por um grupo de militantes de movimentos sociais que atua na defesa de causas populares. http://institutoluizgama.org.br/portal/, acessado em 08/05/2014.
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Livro: 
Memórias do Cativeiro: família, trabalho e cidadania na pós- abolição – Livro escrito a partir da experiência de ex-escravos brasileiros, que trabalharam principalmente no antigo sudoeste cafeeiro, contando a experiência coletiva e individual dessas pessoas. 
Filme: 
Memórias do Cativeiro - Filme de 2005, dirigido por Guilherme Fernandez e Isabel Castro, feito a partir do acervo oral do Labhoi e com roteiro baseado em livro de mesmo nome. Para assistir ao filme, acessar: http://ufftube.uff.br/video/M2GWDYGDBYU7/Mem%C3%B3rias- do-Cativeiro, acessado em 08/05/2014. 
RESPOSTAS COMENTADAS 
Questão 01 
A questão pede que se perceba como a tradição popular de celebrar o entrudo, à medida que ganha visibilidade, passa a ser motivo de conflitos e disputas sociais. No contexto de fins do século XIX era muito forte no Brasil a vontade de parecer com a Europa, para tanto era preciso disciplinar algumas práticas tradicionais que fugiam dos padrões europeus. As outras alternativas não condizem com o texto base ou com a época a qual o mesmo se refere, logo acabam sendo incorretas com o que o item pede. 
Alternativa correta: Letra D. 
Questão 02 
A vida do abolicionista Luiz Gama indica possibilidade, embora muito limitada, de ascensão social do negro no Brasil imperial e, ao mesmo tempo, revela a importância do Direito e de alguns advogados na luta pelo fim da escravidão no país. 
As demais alternativas não estão necessariamente erradas, mas a dificuldade de ascensão dos negros na sociedade da época é a alternativa que mais se aproxima do texto proposto para a questão. 
Alternativa correta: Letra B. 
REFERÊNCIAS
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Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade. 
Ana Carolina Monteiro Paiva (anacarolina.mont@hotmail.com ) Jonathan Vilar dos S. Leite(Jonathan_vilar@hotmail.com ) 
PARA COMEÇAR A HISTÓRIA 
O HOMEM E O ESPAÇO GEOGRÁFICO 
Você consegue identificar o que essas três imagens tem em comum? É simples, todas estão diretamente ligadas a conceitos bastante utilizados na Geografia e História: espaço e território. De acordo com o geógrafo Milton Santos, é difícil atribuir uma definição única para a categoria espaço, pois qualquer conceituação não é fixa, imutável, mas 
Autoridades negociam com os índios da aldeia Maracanã sobre a desocupação do prédio para a revitalização de um complexo esportivo. Disponível em: < http://www.portalguaira.com/PG/wp- content/uploads/2013/03/indio2.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014. 
Chuva ameaça 128 mil pessoas em moradias de ocupação irregular da área, em Manaus. Disponível em: < http://acritica.uol.com.br/manaus/Chuva- ameaca-pessoas-risco-Manaus_0_1110488944.html> Acesso em: 15 de abr. 2014. 
Vista panorâmica da cidade de São Paulo – SP, Brasil. Classificada pelo IBGE como uma das metrópoles globais. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/geografia/4saopaulo.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014.
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flexível, sujeita a mudanças ao longo da história, ganhando novos significados de acordo com o contexto em que está inserida. Assim, o espaço corresponde às transformações sociais feitas pelos seres humanos, e pode ser compreendido principalmente por dois pontos: o espaço humano (morada do homem) e o espaço geográfico (organizado pelo homem para produção). O espaço pode ser organizado de diversas formas: pela divisão social do trabalho, urbanização, migrações, fatores econômicos e sociais, entre outros. O território utilizado pelo povo seria aquele que se transformaria na noção de espaço, pois por território se entende uma ideia de delimitação, uma área fixada construída e desconstruída pelas relações de poder. Essa representação dos diferentes territórios está presente em nosso cotidiano, desde a mais simples cerca ou muro da sua casa que delimita seu território, até o território da aldeia Maracanã, a qual os índios se apropriaram como símbolo de sua resistência perante a desapropriação de suas verdadeiras terras para atender às necessidades do governo. Alguns estudiosos partem do pressuposto de que são as relações de poder entre “dominantes” e “dominados” que ditam o ritmo dessas divisões de espaço e território ao longo do tempo e que isso historicamente possui um significado maior. Essa visão está muito forte nos estudos sobre as questões de espaço, território e territorialidade sendo mais defendida pelo viés marxista. Para exemplificar melhor essa relação não tomando os “dominantes” e os “dominados”, mas levando em consideração que havia uma relação de poder entre classes, vamos observar o caso do processo de colonização do Brasil (a relação metrópole-colônia): o Brasil, no seu papel de colônia, era totalmente dependente de sua metrópole Portugal. O território do Brasil passou por um processo em que envolvia muitos tratados, acordos, nos quais Portugal visava demarcar, limitar, criar fronteiras que foram acordadas com outros países. Essa apropriação do território brasileiro ia além de uma posse de terra, mexia também com o imaginário tanto dos nativos (submissos à Portugal) como dos colonizadores (superiores, civilizados). Outros exemplos são as divisões regionais do Brasil (Norte, Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste), uma divisão que leva em consideração aspectos climáticos (uma região de clima tropical, outra de clima mais ameno e etc), culturais (uma região que tenha práticas culturais em comum, como na região amazônica que forma um conjunto cultural que representa a identidade daqueles ali nascidos), econômicos (uma região onde a produção de café é mais intensa, outra em que o ouro predomina, formando complexos econômicos). As próprias divisões regionais dentro de uma cidade (zona sul, zona norte, zona leste...) também possuem um significado dentro da própria sociedade: são divisões que na maioria das vezes são determinadas por questões econômicas, como, por exemplo, uma antiga noção de que as casas construídas próximo ao mar, litoral, seriam de pessoas com alto poder aquisitivo. Porém, essa concepção vem se transformando devido à ascensão da classe média que cada vez mais conquista seu lugar. Assim, também é necessário comparar o significado histórico da formação dos diferentes espaços. Para isso, deve-se entender que os espaços geográficos são dinâmicos, ou seja, estão sempre em constante mudança devido aos processos
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migratórios. Provavelmente você já ouviu falar de uma pessoa próxima ou algum conhecido que se mudou para outra cidade para trabalhar: isso faz parte do processo de migração, um fluxo populacional atraído para um centro econômico em desenvolvimento que pode proporcionar uma ascensão econômica e social para o sujeito. São várias as cidades que atraem esse fluxo, porém quando se trata de migração é inevitável não citarmos a metrópole global responsável pela grande quantidade de pessoas que saem de sua terra natal para se destinarem a ela: São Paulo. 
Os processos imigratórios também contribuem para o aumento populacional das grandes cidades, como visto na charge. 
Deve-se compreender que o que leva as pessoas a morarem em uma zona de risco são aspectos econômicos e sociais, como a má distribuição de terra, um problema antigo no Brasil. 
REFLEXÃO 
Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_aJT3I8ICB- 8/TE_rvyZ5KzI/AAAAAAAAA9Q/4uYI3dIBAD4/s1600/charge-imigrantes.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/- Wmj689NYuyg/Tsht70wQpRI/AAAAAAAAAR4/Yg187IL-VKo/s1600/charge.gif> Acesso em: 19 mai. 2014.
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Uma questão atual que tem despertado preocupação no cenário político internacional e que tem gerado tensão na relação de vários países do globo é a crise na Crimeia. 
Após um mês da destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovych em Maio de 2014 - aliado de Moscou –, a Rússia iniciou uma marcha em direção à região da Crimeia, pertencente originalmente à Ucrânia – país independente e desanexado da antiga União Soviética desde 1991 na tentativa de intervir e tomar posse destas terras novamente (tendo em vista que até 1954 a Crimeia pertencia à URSS). 
A Crimeia é uma península que fica ao sul da Ucrânia e dá acesso a todo o Mar Negro, servindo também como ótimo ponto portuário para escoamento e fluxo neste local. Mesmo após a independência da Ucrânia, em 1991, a Rússia ainda possui certa influência lá, com base naval de livre acesso em Sevastopol, além da grande presença de russos (cerca de 60%) na Crimeia como também o fato de cerca de metade de toda a Ucrânia (principalmente a metade leste) falar russo. Todavia a influência russa passou a se comprometer justamente após a retirada do presidente Viktor Yanukovych do poder para dar lugar a Oleksandr Turchynov. Essa troca de presidente provocou uma série de medidas políticas que tornaram as relações entre Rússia e Ucrânia mais tensas. Por um lado os russos perderam um forte aliado na ampliação de sua influência política, o Viktor, que foi substituído por um presidente que agora simpatiza com a União Europeia e tem políticas mais congruentes com a política oeste europeia do que leste europeias (leia-se aqui, russa). 
Representada pela figura de Vladmir Putin, a Rússia se viu de certa forma ofendida com o novo governo e as novas medidas políticas e decidiu ocupar regiões fronteiriças e a Crimeia no intento de retomar esta última alegando que lá existe maioria russa e que inclusive muitos deles – de fato – apoiam a reintegração com seus antigos governantes por se sentirem constitucionalmente mais protegidos e culturalmente mais identificados. 
Por fim esta tensão entre Ucrânia e Rússia tem chamado atenção da União Europeia que já está ao lado da Ucrânia e também dos EUA que quase interferiu diretamente neste conflito em favor da Ucrânia. Ambos exigem a retirada do exército russo das fronteiras do leste e da região da Crimeia para evitar maiores intervenções e até mesmo o início de uma possível guerra. Dia 19 de maio de 2014 Putin ordenou que as tropas evacuassem, entretanto Otan e EUA, querem provas concretas de que esta desocupação está sendo consolidada, pois afirmam que ainda há tropas em várias localidades. 
TEXTO DE APOIO 
Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_UxXEnLA9NJk/S_- z5EVWGKI/AAAAAAAAAqQ/dm9eEOzwifk/s1600/Charge+para+desmatamento.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. 
Crise na Criméia: manifestantes pró-rússia formam uma barricada. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2014/03/19/crise-na-crimeia-pode-reacender- conflitos-adormecidos-na-europa.htm> Acesso em: 15 de abr. 2014.
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Devido ao avanço tecnológico, o ser humano se utilizou de uma série de mecanismos para facilitar a manipulação dos elementos da natureza, transformando-a em um espaço de exploração. Máquinas, equipamentos e grandes estruturas facilitaram a vida do ser humano, dinamizando o processo de exploração dos recursos minerais, energéticos (como a construção de usinas hidrelétricas) e da produção agropecuária. Tanto na extração mineral como na extração energética, grandes fontes de riqueza, o espaço geográfico é bastante explorado, o que acaba levando a profundos impactos que podem ser vistos agora ou daqui a alguns anos. 
A extração mineral lida diretamente com o solo, o que provoca processos de erosão e esgotamento. Já a construção de usinas hidrelétricas para a obtenção de energia, por exemplo, altera o curso dos rios e modifica toda a estrutura da comunidade local que depende do rio para sobreviver, a exemplo dos indígenas e das comunidades ribeirinhas. Essas constantes intervenções humanas no espaço causam uma infinidade de degradação que se volta contra o homem. Além das já citadas, o aquecimento global, o efeito estufa e a escassez de água merecem destaque. 
Essa busca do homem pela exploração da natureza para obter seu sustento não é nova, pode ser vista em muitos momentos da história. Porém, a busca sem limites, uma exploração irracional dos recursos leva a consequências que comprometem a natureza e a própria vida do homem na Terra. 
“(...) Doce morada bela, rica e única, Dilapidada só como se fôsseis A mina da fortuna econômica, A fonte eterna de energias fósseis, O que será, com mais alguns graus Celsius, De um rio, uma baía ou um recife, Ou um ilhéu ao léu clamando aos céus, se os Mares subirem muito, em Tenerife? E dos sem-água, o que será de cada súplica, De cada rogo 
É fogo... é fogo...” 
Usina Belo Monte, Xingu. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/assets/images/2013/ 1/122267/usina-belo-monte-20130124-0061- size-620.jpg?1359072664> Acesso em: 15 de abr. 2014.
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Disponível em: < http://letras.mus.br/lenine/e-fogo/> Acesso em: 19 mai. 2014. 
APRENDA FAZENDO 
QUESTÃO 07 – ENEM 2013 
Um gigante da indústria da internet, em gesto simbólico, mudou o tratamento que conferia à sua página palestina. O site de buscas alterou sua página quando acessada da Cisjordânia. Em vez de “territórios palestinos”, a empresa escreve agora “Palestina” logo abaixo do logotipo. 
BERCITO, D. Google muda tratamento dos territórios palestinos. Folha de S. Paulo. 4 de Maio de 2013(Adaptado). 
O gesto simbólico sinalizado pela mudança no status dos territórios palestinos significa: 
a) Surgimento de um país binacional. 
b) Fortalecimento de movimentos antissemitas. 
c) Esvaziamento de assentamentos judaicos. 
d) Reconhecimento de uma autoridade jurídica. 
e) Estabelecimento de fronteiras nacionais. 
QUESTÃO 07 – ENEM 2013 
Nos últimos decênios, o território conhece grandes mudanças em função de acréscimos técnicos que renovam a sua materialidade, como resultado e condição ao mesmo tempo, dos processos econômicos e sociais em curso. 
SANTOS, M.; SILVEIRA; M.L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). 
A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de alterações significativas no território, ocasionando impactos sociais, culturais e econômicos sobre comunidades locais, e com maior intensidade, na Amazônia Legal, com a: 
a) Reforma e ampliação dos aeroportos nas capitais dos estados. 
b) Ampliação de estádios de futebol para a realização de eventos esportivos. 
c) Construção de usinas hidrelétricas sobre os rios Tocantins, Xingu e Madeira. 
d) Instalação de cabos para a formação de uma rede informatizada de comunicação. 
e) Formação de uma infraestrutura de torres que permite a comunicação móvel na região
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SAIBA MAIS 
VÍDEOS 
Vídeos sobre geopolítica e território com o professor James Carvalho, em que este aborda de maneira didática e prática para você ficar por dentro dos assuntos concernentes à Competência 02 do ENEM e suas habilidades. Video-aula dividida em duas partes. 
Disponível em: Parte 1 <https://www.youtube.com/watch?v=bydW7S5laOw e Parte 2: <https://www.youtube.com/watch?v=AtsXwl8apZU> Acesso em: 14 de abr. 2014. 
Vídeo sobre crise política na Ucrânia, elaborado pelo professor Samir Lahoud, do canal “O QUE ROLOU” que fala sobre o atual conflito na região da Crimeia e suas implicações na política internacional, sua motivações e possíveis consequências. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7y19CjchzXA> Acesso em: 14 de abr. 2014. 
SITE 
Site que trás dados sobre a construção da usina de Belo Monte e as diversas implicações que giram em torno desta questão, desde a relação com comunidades indígenas das proximidades q aos impactos ambientais no local. 
Disponível em: <http://www.brasiloeste.com.br/especiais/usina-de- belo-monte/> Acesso em: 14 de abr. 2014. 
RESPOSTAS COMENTADAS 
QUESTÃO 07 – ENEM 2013 
A situação-problema da pergunta é sobre a situação da Palestina frente à ocupação de Israel, conflito esse que se iniciou na metade do século passado e se arrasta até hoje. Até o final da Segunda Guerra Mundial, os territórios palestinos eram de domínio da Coroa britânica em razão do processo que foi denominado de “Neocolonialismo do século XIX”, impulsionado pela busca por parte da Europa de matérias primas e mercado consumidor na Ásia e África, que estava em plena Revolução Industrial. Ao término da Segunda Guerra, os judeus receberam territórios para fundar o seu Estado por parte da Inglaterra, sendo utilizadas as terras que já eram inglesas. E estes territórios doados foram justamente na região da Palestina. Desta forma, estas terras foram doadas aos judeus para lá criarem o seu sonhado país. Esta
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transferência de territórios por parte da Inglaterra para a criação do Estado de Israel pode ser vista como uma forma de desculpas por parte da Europa frente ao genocídio de milhões de judeus comandado por Adolf Hitler. De modo geral, as tropas israelenses, patrocinadas e amparadas pelo exército dos Estados Unidos (U. S. Army) removeram as famílias palestinas e assentaram famílias judaicas no lugar. Vale lembrar que um dos símbolos da resistência palestina frente à ocupação de seus territórios é a chave de sua antiga casa, como prova de que um dia lá estiveram fisicamente. 
Assim como na questão relativa à Crimeia, na Ucrânia, podemos perceber que, para além das disputas de caráter político, há questões culturais que interferem nestes processos. No caso da Ucrânia, é de uma grande parcela de ucranianos que ainda estão arraigados a uma cultura e ao idioma russo e que, no caso específico da Crimeia, correspondem a 60% da população e apoiam a reintegração desta península à Rússia. Na Palestina a questão cultural – para além de questões político-econômicas – tem bastante influência nas medidas e ações tomadas, assim como a procedência do conflito, dado que para ambos os povos aquela é considerada uma terra sagrada: tanto para judeus quanto para muçulmanos; há atrelado a estes dois casos uma forte questão de sentimento de pertencimento e identidade cultural destes povos que deve ser respeitada e levada em consideração para decisões políticas futuras. 
Alternativa correta: Letra D. 
Adaptado de: <http://www.infoenem.com.br/apostilas-enem-2014-do-infoenem-serao-lancadas-dia-28-de- janeiro/> Acesso em: 19 mai. 2014. 
QUESTÃO 37 – ENEM 2013 
A problemática da questão se revela nos impactos sociais, culturais e econômicos que atingem as comunidades da Amazônica Legal. Ora, na última década essa região tem sido marcada pela sua constante exploração, principalmente no que se refere ao setor econômico para o país. A principal fonte de economia da Amazônia Legal tem sido a obtenção de energia a partir das construções de usinas hidrelétricas. 
A fronteira econômica avançou sobre a Amazônia Legal, região abrangida pela floresta amazônica, banhada pelas bacias hidrográficas do Tocantins-Araguaia e Amazônica (rio Xingu e Madeira), com a construção de gigantescas hidrelétricas, onde diversos hectares estão sendo destruídos pelos alagamentos das áreas de barragem. Além dos alagamentos, destaca-se também a alteração de modos de vida tradicionais em aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas, e frequente necessidade de realojamento populacional das comunidades localizadas no entorno das obras. 
Alternativa correta: Letra C. 
Adaptado de: <http://veja.abril.com.br/educacao/enem-resolvido-2013/Q037.pdf> Acesso em: 19 mai. 2014. 
REFERÊNCIAS
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Espaço geográfico: sociedade transforma a natureza. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/espaco-geografico-sociedade-transforma-a- natureza.htm> Acesso em: 14 de abr. 2014. 
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Imagem 1 - “Autoridades negociam com os índios da aldeia Maracanã sobre a desocupação do prédio para a revitalização de um complexo esportivo”. Disponível em: < http://www.portalguaira.com/PG/wp-content/uploads/2013/03/indio2.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014. 
Imagem 2 - “Chuva ameaça 128 mil pessoas em moradias de ocupação irregular da área, em Manaus”. Disponível em: < http://acritica.uol.com.br/manaus/Chuva-ameaca-pessoas-risco- Manaus_0_1110488944.html> Acesso em: 15 de abr. 2014. 
Imagem 3 - “Vista panorâmica da cidade de São Paulo – SP, Brasil. Classificada pelo IBGE como uma das metrópoles globais”. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/geografia/4saopaulo.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014. 
Charge 1 - Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_aJT3I8ICB- 8/TE_rvyZ5KzI/AAAAAAAAA9Q/4uYI3dIBAD4/s1600/charge-imigrantes.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. Charge 2 - Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/- Wmj689NYuyg/Tsht70wQpRI/AAAAAAAAAR4/Yg187IL-VKo/s1600/charge.gif> Acesso em: 19 mai. 2014. Imagem 4 – “Crise na Criméia: manifestantes pró-rússia formam uma barricada”. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2014/03/19/crise-na-crimeia-pode- reacender-conflitos-adormecidos-na-europa.htm> Acesso em: 15 de abr. 2014. Imagem 5 – “Usina Belo Monte, Xingu.” Disponível em: <http://veja.abril.com.br/assets/images/2013/1/122267/usina-belo-monte-20130124-0061- size-620.jpg?1359072664> Acesso em: 15 de abr. 2014. Imagem 6 - Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_UxXEnLA9NJk/S_- z5EVWGKI/AAAAAAAAAqQ/dm9eEOzwifk/s1600/Charge+para+desmatamento.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. Música “É fogo!”, de Lenine - Disponível em: < http://letras.mus.br/lenine/e-fogo/> Acesso em: 19 mai. 2014.
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Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. 
José dos Santos Costa Júnior(jose.junior010@gmail.com) 
Raquel Silva Maciel (quequelpb@hotmail.com) 
PARA COMEÇAR A HISTÓRIA 
OS PAPÉIS DA FAMÍLIA, DO ESTADO E DA IGREJA NO SÉCULO XXI 
Antes de nascermos já estamos submetidos a um conjunto de regras, conhecimentos e formas de interação social que se baseiam em valores específicos. Se nascermos em uma sociedade industrializada e com serviços de saúde ligados a hospitais, por exemplo, o nascimento será possível a partir de sujeitos como médicos, enfermeiras, anestesistas, dentre outros que atuam no espaço do hospital. Por outro lado, se nascemos em uma comunidade ou aldeia indígena, esse mesmo acontecimento (o nascimento) será envolvido nas crenças, rituais e práticas culturais desse grupo, assim, outros personagens poderão fazer parte da cena como o pajé e demais mulheres indígenas que auxiliarão na hora do parto. Esse é um exemplo simples de como a vida humana é, a todo o momento, construída a partir de valores, crenças, hábitos, conhecimentos e saberes. 
Neste capítulo iremos tratar da competência de área 03. Ela nos estimula a pensar sobre como as instituições sociais foram produzidas ao longo do tempo. É objetivo dessa competência “[...] que o aluno compreenda a evolução do Estado e do Direito no tempo, sendo capaz de entender quando estão em sintonia com a vontade geral da população e quando funcionam 
Imagem 02 - disponível em: http://www.ufo.com.br/blog/pedrodecampos/30-crimes-contra-a- honra-na-internet. Acesso em 17 de abr. 2014. 
Imagem 03 - disponível em: https://www.10emtudo.com.br/artigo/religiao- islamica/. Acesso em 17 de abr. 2014. 
Imagem 01 - disponível em: http://sociologiamelhormateria.blogspot.com.br/2011/04/instituicoes- sociais.html. Acesso em 17 de abr. 2014.
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para privilegiar determinados grupos de uma sociedade” (PRADO, 2011). Iremos focar no que propõe a habilidade número 13: analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder. 
Mas o que é uma instituição social? 
De acordo com o sociólogo Pérsio Santos de Oliveira, “o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade e que têm grande valor social é denominado instituições sociais” (OLIVEIRA, 2003, p.161). Mas você pode estar se perguntando agora, existem instituições sociais que afetam a minha vida hoje? E a resposta é: certamente sim. Três exemplos básicos de instituições sociais que podem exercer influência sobre a nossa vida são: a família, a igreja e o Estado. 
A família é o primeiro grupo social com o qual mantemos contato e a sua estrutura varia no tempo e no espaço, dependendo da sociedade e da época a que nos referimos. Sobre o seu formato, podemos dizer que a família pode ser monogâmica (quando o esposo e a esposa têm apenas um cônjuge) e poligâmica (quando o esposo e a esposa podem ter mais que um cônjuge). O casamento de uma mulher com dois ou mais esposos, como entre os esquimós, chama-se poliandria. Já quando ocorre o casamento de um homem com duas ou mais mulheres dá-se nome de poliginia, como entre os mórmons, os muçulmanos ou ainda algumas comunidades ou etnias africanas (OLIVEIRA, 2003, p. 163). A primeira das imagens que abrem este capítulo é a que retrata a família do seriado norte-americano Os Simpsons e ilustra o modelo de família conjugal ou nuclear. Esse modelo é composto por marido, esposa e filhos. 
Algumas religiões pregam que este seria o modelo de família que deveria compor a nossa sociedade, mas é fato que há muito tempo já existem outros formatos de família que podem ser monoparentais (quando apenas uma pessoa chefia a família e a sustenta economicamente) ou ainda composta por netos e avós, casais homossexuais femininos e masculinos, dentre outras combinações. Se você já assistiu as aventuras da família Simpsons lembre como essa família se comporta. Como é a relação dos pais (Homer e Marge) com os filhos e filhas (Barth, Lisa e Maggie)? Qual a condição socioeconômica dessa família? 
É interessante observar como em um mesmo seriado temos vários modelos de família que ilustram as que compõem a nossa sociedade. Além dos Simpsons temos os Flanders, família comandada por Ned Flanders Jr. que é viúvo e pai de dois filhos. Este é um exemplo de família monoparental, isto é, quando apenas um indivíduo 
Imagem 04 - Família Flanders do seriado norte- americano Os Simpsons. Disponível em http://simpsonsworld.blogia.com/. Acesso em 19 de abr. 2014.
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é responsável legal pelos filhos. Ah, lembre ainda que essa família mantém uma relação com a igreja, instituição sobre a qual discutiremos adiante. 
Atenção! É importante atentar para o fato de que muitas televisões brasileiras exibem esse seriado como indicado para o público infantil, o que na verdade não é. 
Outra instituição da qual trataremos neste texto é o Estado: uma instituição social que historicamente foi sendo construída para regular a sociedade através de normas e formas de controle organizadas através da lei. Isso marca uma diferença em relação à igreja e à família, pois embora elas também construam regras e busquem organizar a vida em sociedade, a primeira impõe dogmas e preceitos religiosos para seus seguidores e fiéis e a segunda coloca regras que irão atingir os membros da família e não necessariamente a sociedade como um todo. O Estado, assim, tem como uma das suas características a generalidade das suas formas de controle, isto é, elas buscam atingir toda a sociedade. Mas é preciso deixar clara ainda uma diferença importante entre Estado e governo. O Estado é uma estrutura abstrata que se constitui formalmente a partir das leis. Por exemplo, o Estado brasileiro se constitui hoje a partir da Constituição Federal, a lei maior que organiza a nossa sociedade, que foi promulgada em 1988. Mas a primeira Constituição do Estado brasileiro foi assinada por D. Pedro II em 1824. Segundo Pérsio Santos de Oliveira (2003), o Estado é composto de três elementos: Território: refere-se ao espaço físico sobre o qual o Estado exerce suas leis; População: que é composta pelos habitantes que vivem no território; Governo: é um grupo de pessoas eleitas para exercerem o poder público através do momento em que assumem funções nos órgãos e instituições oficiais do Estado. 
E então leitor, notou a diferença? Pode-se dizer que o Estado não existe, pelo menos materialmente. Ele é abstrato e para que se torne efetivo e influencie na vida das pessoas é preciso que exista um governo, que é o grupo de pessoas que irá pôr em prática as leis e as formas de controle e proteção da sociedade. Na imagem 02, que abre este capítulo pode-se ver o símbolo da justiça, que está presente em Brasília, como representativa do poder judiciário brasileiro. Você sabe quantos e quais são os juízes que atuam no Supremo Tribunal Federal (STF)? Você sabia que essa é a maior instituição brasileira no que se refere à justiça? Cabe ao STF zelar o cumprimento da Constituição Federal. O Estado é composto pelos poderes executivo, judiciário e legislativo. A imagem 02 ilustra apenas um desses poderes, o judiciário. Pesquise sobre os demais e saiba como eles funcionam. Isso tem muita relação com os temas que essa competência deseja que o estudante conheça. 
Por fim, a última instituição que nos propomos a debater é a igreja: uma instituição social que, no Ocidente, corresponde a algo que é comum a todas as sociedades: a religião. No entanto, o filósofo Michel Foucault aponta que a única religião, no Ocidente, construída enquanto igreja foi o cristianismo. Por isso, consideremos o termo “igreja” aqui não na intenção de generalizar todas as religiões. Em todos os tempos os homens desenvolveram formas diferentes de religiosidade e contato com o sagrado. Para a antropóloga Ruth Benedict (apud OLIVEIRA, 2003) a religião é diferente de outros fenômenos sociais pelo fato de que
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outras instituições são fruto de uma necessidade muitas vezes física do ser humano, enquanto a religião não é fruto de uma necessidade desse tipo. Ao longo do tempo a religião vem passando por muitas transformações, principalmente após o Iluminismo que, no século XVIII, questionou as bases do pensamento teológico e quis pôr em evidência a razão, não mais a fé. Com isso a religião foi tendo sua influência nos espaços públicos de decisão cada vez mais reduzida e relegada ao ambiente privado. 
Certamente você já ouviu a expressão “Estado laico”. Ela significa que o Estado não deve professar nenhuma fé, pois em uma democracia todas as formas de credo devem ser respeitadas. Por isso é perigoso quando um grupo religioso deseja ocupar de forma predominante os espaços de decisão da política. Ao fazer isso muitas outras vozes estarão sendo caladas e, assim, onde vai parar a nossa democracia, na qual todas as vozes precisam ter espaço? Temos no Brasil um governo que é realmente laico? Todas as formas de religiosidade são respeitadas por esse Estado? Vale lembrar que, em alguns momentos históricos, o Brasil foi um país que professava a religião católica como oficial. Na Constituição de 1824, por exemplo, o artigo 5º afirmava o seguinte: “A Religião Catholica [sic] Apostolica [sic] Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico [sic], ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma [sic] alguma exterior do Templo” (Constituição do Império, 1824). 
Na imagem 03 você pode perceber que há a representação de um indivíduo professando a fé islâmica. Ao falar sobre religião e igreja é importante pensar que existem várias formas crer e todas devem ser respeitadas. O islamismo tem crescido muito do século XX para cá. Mônica Muniz afirma que “com quase um bilhão e meio de adeptos espalhados pelo mundo, os muçulmanos representam perto de 25% da população mundial e não dá mais para dizer que eles não são uma realidade social, política e religiosa. Muito se fala sobre o Islam, mas pouco se sabe sobre ele”. Mas ao mesmo tempo em que o islamismo cresce pelo mundo, ainda são presentes muitos preconceitos em relação a essa religião e um exemplo disso é o fato de muitos a associarem com o terrorismo, a guerra do Oriente contra o Ocidente, os homens- bomba, etc. Busque saber mais sobre que religião é essa e não aceitar tudo o que os jornais ou outros meios de comunicação dizem. Fica a dica! A comunidade islâmica cresce no Brasil, um dos maiores países católicos do mundo, onde “[...] o Alcorão, livro sagrado do islã, atrai cada vez mais adeptos (OLIVEIRA, 2003, p. 172)”. Outra religião que também possui um contingente significativo de seguidores é o Protestantismo que em países como os Estados Unidos da América (EUA) é dominante e no Brasil vem a cada dia se expandindo. Um exemplo disso é a bancada representativa dos evangélicos no Congresso Nacional. Essa é uma questão problemática visto que muitas religiões como o candomblé, umbanda e outras não contam com essa representação política. Encontramos o mesmo problema na questão ambiental, pois a bancada dos ruralistas tem muito mais força dentro desse espaço de poder do que a Frente Parlamentar Ambientalista que, apesar de seu crescimento nos últimos anos, ainda encontra dificuldades na sua atuação.
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REFLEXÃO 
Os movimentos sociais hoje: a igreja, o Estado e a família sendo postos em questão 
Vamos ver agora como alguns movimentos têm exigido, ao longo do tempo, que a família, a igreja e, principalmente, o Estado mudem sua forma de lidar com as diferenças. 
Mas uma pergunta inicial é interessante tentar responder: o que é um movimento social? Historicamente várias manifestações questionaram o status quo das sociedades e provocaram transformações. As revoluções burguesas do século XVII foram importantes na construção do mundo contemporâneo, pautando princípios como liberdade, igualdade e fraternidade, tendo o capitalismo como sistema econômico e as liberdades individuais como pontos importantes. 
A socióloga Maria da Glória Gohn aponta que um dos elementos que caracterizam os movimentos sociais é que eles são formas de renovação social e produzem saberes na medida em que atuam. Os movimentos sociais criam possibilidades de organização da população para buscar a realização de objetivos e a superação de certas necessidades vividas coletivamente. Na ação prática, os movimentos “variam de simples denúncias, passando pela pressão direta (mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios à ordem constituída, atos de desobediência civil, negociações etc.) até as pressões indiretas” (GOHN, 2011, p. 333). 
Atualmente a internet é um espaço de reinvindicação social e um meio eficaz na organização de mobilizações, passeatas e outras formas de pressão social. No Brasil, em junho de 2013, tivemos um exemplo da força da internet na divulgação e estímulo das pessoas para participarem das passeatas nas cidades. Outros momentos como o Occupy Wall Street e a Primavera Árabe também têm essa característica, retirando as pessoas “da segurança do ciberespaço”, pois “pessoas de todas as idades e condições passaram a ocupar o espaço público, em um encontro às cegas entre si e com o destino que desejam forjar, ao reivindicar seu direito de fazer história – sua história -, em uma manifestação da autoconsciência que sempre caracterizou os grandes movimentos sociais”. As redes sociais têm mostrado que são rápidas na disseminação de informações e na construção de uma nova forma de participação política. Se antes a urna era a máquina eletrônica usada para o exercício do voto como parte da experiência cidadã, hoje os computadores, tablet‟s, Iphone‟s, Ipod‟s, e celulares são muito 
Imagem 05 – Occupy Wall Street. Disponível em: http://afinsophia.com/2012/11/page/4/. Acesso em 18 de abr. 2014.
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usados para a cidadania virtual. Como isso pode influenciar as pessoas quando elas forem depositar seus votos na urna em outubro de 2014? 
Veja as três características de um movimento social: 1ª - ele tem uma „identidade”, pois é formado a partir de valores, conceitos e direitos com os quais se identifica e nos quais acredita; 2ª - tem um “opositor”, isto é, outro grupo social ou conjunto de ideias que são contrários ao que ele defende; 3ª – tem um projeto de vida e de sociedade e é para pôr em prática esse projeto que são realizadas diferentes ações. 
Vamos a um exemplo. 
O movimento comunista baseia-se na ideia de que os bens da sociedade não podem ser apropriados individualmente na obtenção de lucros, mas que devem ser socializados com toda a população. É com base nessa ideia que ele constrói a sua identidade. O comunismo tem o capitalismo como seu principal opositor, já que ele prioriza a manutenção da sociedade dividida em classes sociais e baseada no lucro, no qual quem trabalha não detém os meios de produção. Por exemplo, um funcionário de uma indústria não é dono dos materiais, equipamentos e recursos que usa para o seu trabalho. Ele apenas vende a sua força de trabalho em troca do salário que receberá no fim do mês. O comunismo é mais um movimento social dentro de muitos outros que existiram e existem hoje em dia. 
Um dos movimentos recentes que atraiu a atenção da mídia é o Occupy Wall Street, iniciado em 2011 na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Inspirado nas revoltas do Oriente Médio e nas acampadas do Movimento dos Indignados, na Espanha, é uma voz que tem criticado as consequências da crise financeira dos EUA que começou em 2008 (ARAÚJO, 2011, p. 01). Os manifestantes passaram a ocupar a Praça Zuccotti em 17 de setembro de 2011, situada em Wall Street, Manhattan, que é considerado o centro financeiro de Nova York. 
Um dos principais elementos que tem gerado análise sobre o movimento é que ele ganhou uma repercussão muito grande, ocorrendo em outras cidades dos EUA. Essa grande mobilização da população tem chamado a atenção porque os EUA, segundo Daniel Teixeira C. Araújo, não é um país com histórico de grandes mobilizações de massa, exceto no período da crise de 1929. Isso aponta que está ocorrendo uma grande crise institucional nessa nação, pois o Estado não tem sabido lidar com as consequências da crise financeira que vem desde 2008. Nesse momento, e em outros, o Estado, como representante dos interesses da maioria, é questionado e precisa dar uma resposta ao povo, demonstrando claramente como irá enfrentar essa situação tensa. 
Dentro desse contexto há ainda as várias manifestações sociais que surgiram a partir da chamada Revolução de Jasmin iniciada na Tunísia em 2010 e finalizada no ano de 2011 com a derrubada do ditador que governava aquele país. Essa desencadeou o processo conhecido como Primavera Árabe que se refere ao conjunto de manifestações sociais ocorridas em nações do Oriente Médio e da África, como o Marrocos e o Egito. Nesses
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“[...] a população foi às ruas para derrubar ditadores ou reivindicar melhores condições sociais de vida” (PENA, 2013). 
No Brasil os movimentos sociais têm uma longa história. Desde o período colonial que uma série de revoltas e motins aconteceu com a finalidade de questionar os privilégios da Coroa portuguesa. Aquele momento foi marcado por conflitos entre paulistas e emboabas (Minas Gerais), comerciantes e plantadores na Guerra dos Mascates (1710-1711), dentre outras situações de tensão. 
Uma diferença histórica importante é que na colônia havia um “motim” quando era rompido o acordo pelo aumento de impostos ou abuso de poder por parte das autoridades da época. Atualmente no Brasil ocorreram as chamadas “Jornadas de Junho”, em 2013, e levaram milhões de pessoas para as ruas, com o intuito inicial de protestar contra o aumento na passagem do transporte público em diferentes cidades. Posteriormente passaram a reivindicar melhores condições de educação, saúde e segurança pública, ficando claro que a luta não era “apenas por 20 centavos”. 
TEXTO DE APOIO 
Movimentos sem direção? 
Algumas das principais críticas que têm sido feitas tanto ao movimento Occupy Wall Street, nos EUA, quanto às Jornadas de Junho, no Brasil, refere-se ao fato de que estes movimentos não teriam um programa definido, ou seja, que eles não teriam um objetivo claro. No entanto é preciso que tenhamos cuidado com esse tipo de crítica se ela for feita no sentido de menosprezar as ações coletivas que têm ocorrido. Em relação ao movimento nos EUA, o filósofo esloveno Slavoj Zizek aponta que ele tem duas características importantes: a primeira delas é que ele demonstra o “descontentamento com o capitalismo enquanto sistema” e o segundo aspecto refere-se ao fato de que houve a percepção de que a “forma institucionalizada da democracia representativa multipartidária não é suficiente para combater os excessos capitalistas, isto é, a democracia precisa ser reinventada” (ZIZEK, 2012, p.92, grifos no original). 
Sobre o fato da manifestação não ter uma proposta firme Zizek comenta sobre a particularidade desse movimento que foi o fato dele mostrar que a linguagem do povo pareceu ser impotente para expressar as suas necessidades e vontades diante da imensa exploração a que a população vem sendo submetida historicamente. Nesse sentido, podemos pensar também sobre as manifestações de junho de 2013 no Brasil. Será mesmo que a manifestações foram sem sentido? Quem tem dito isso? Na verdade, como diz Zizek, os manifestantes não entraram no jogo da retórica política, ou seja, no jogo de negociação. Negociar, nesse sentido, seria entrar no jogo de quem tem o poder político e possivelmente iria (e irá) fazer de tudo para abafar o movimento. 
Estes movimentos estão acontecendo ainda, seus efeitos estão sendo construídos no tempo presente e cabe a cada um de nós ficarmos atentos para eles e compreender a sua lógica. É
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bom não comparar os movimentos de hoje com os do passado, buscando neles o que lhes pode faltar. Vamos ver, ao contrário, o que estes movimentos têm de novo? 
Um exemplo interessante de movimento social que atua contra a globalização econômica e que vem usando as redes sociais como forma de divulgação de suas ideias e para fazer com que pessoas se associem aos seus projetos é o dos zapatistas, no México. De acordo com o sociólogo Manuel Castells os zapatistas são, basicamente, “camponeses, a maioria índios tzeltales, tzotziles e choles, em geral oriundos das comunidades estabelecidas desde a década de 40 na floresta tropical de Lacandon, na fronteira com a Guatemala” (CASTELLS, 1999, p. 98, grifos no original). 
O Exército Zapatista de Libertação Nacional é considerado a primeira guerrilha informacional, pois usa a internet para denunciar e combater a exploração econômica e política. A imagem 07 evidencia que há uma rede mundial de apoio aos zapatistas. Qualquer indivíduo pode aderir à sua causa através da internet e fortalecer a rede de apoio e solidariedade. 
É bom lembrar... 
A competência de área 03 espera que o estudante compreenda não apenas os movimentos atuais e como eles têm provocado mudanças nas instituições, mas também que pense isso ao longo do tempo. Dessa forma, é importante lembrar que durante o período imperial houve a efervescência de inúmeros movimentos sociais que se caracterizavam de diferentes formas. Alguns se referiam apenas a conspirações que não se efetivaram na prática, outros foram desencadeados por diferentes motivos sejam eles de cunho econômico, político, religioso ou social. 
Entre esses movimentos podemos citar a Revolução Praieira (1848-1849) ocorrida na província de Pernambuco envolvendo no conflito dois grupos políticos com diferentes interesses: os liberais e os conservadores. A Revolução Farroupilha (1835-1845) ocorrida na província de São Pedro do Rio Grande do Sul que tinha no início um caráter elitista, já que envolvia uma disputa entre os caramurus e os chimangos, mas que posteriormente envolveu algumas camadas populares. 
A Cabanagem (1835-1840) foi outro movimento que envolveu cabanos, negros, tapuios e índios que protestavam contra a situação na qual a província de 
Imagem 06 – Disponível em http://txiapas.wordpress.com/2012/07/29/eco-mundial-en-apoyo-a-ls-zapatistas-justicia- y-libertad-para-san-marcos-aviles-y- francisco-santiz-lopez/. Acesso em 20 de abr. de 2014. 
Imagem 07- Revolução Praieira. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiab/revolucao-praieira.htm. Acesso em 20 de abr. 2014. 
Imagem 08- Cabanos invadindo e ocupando a cidade de Belém. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/cabanagem.htm. Acesso em 20
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Grão-Pará estava inserida naquele período marcada pela fome e proliferação de doenças. Grande parte dos envolvidos foi morta, estima-se que cerca de 30 a 40% da população de 100 mil habitantes do Grão-Pará tenha morrido nesse conflito. 
A Sabinada (1837-1838), ocorrida na província da Bahia, envolveu sujeitos pertencentes a camadas médias de comerciantes, militares e outros que criticavam os privilégios concedidos aos portugueses sendo esses aqueles que controlovam grande parte das atividades comerciais e assumiam deliberadamente cargos públicos. 
Os movimentos sociais ocorridos ao longo do período imperial evidenciam o quanto essas manifestações se diferenciam, apesar de serem unidas pelo sentimento de insatisfação, no tocante aos sujeitos envolvidos, nos resultados obtidos e nas suas reinvindiações. 
Diversidade que existe dentro de um mesmo movimento, como exemplo disso podemos citar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Esse movimento surgiu na década de 1980 a partir das Ligas Camponesas que tiveram seu auge de atuação entre os anos de 1950 a 1960. É um movimento de diferentes facetas, atuando em diversas regiões a partir das demandas regionais. 
No caso de grande parte dos estados do Norte do país esse movimento reinvindica questões acerca das terras desmatadas pela expansão no cultivo de soja; em outros estados, como São Paulo, refere-se à grilagem de terras por parte de multinacionais; há ainda campanhas como a intitulada Fechar escola é crime! que afirma ter o objetivo de 
[...] defender que a educação pública que seja um direito de todos os trabalhadores. Para que isso se concretize, é importante mobilizar comunidades, movimentos sociais, sindicatos, enfim toda a sociedade para se indignar quando uma escola for fechada e lutar para mudar esta realidade . 
Movimento dos trabalhadores rurais sem terra. Disponível em http://www.mst.org.br / . 
Acesso em 20 de abr. 2014. 
e a que busca investigar possíveis crimes de racismo e homofobia cometidos pela bancada ruralista em relação a indígenas e quilombolas. 
Além disso, há em alguns espaços a associação desse movimento com entidades políticas como fica evidente na CPMI instaurada em 2009 para investigação de repasses de recursos públicos a líderes desse movimento. Vale lembrar que, assim como esse movimento temos outros que também se associavam e se associam a entidades políticas. 
Mas há também outros movimentos que aconteceram ao longo da história do Brasil. No começo do século XX, por exemplo, aconteceu um movimento conhecido como Revolta da Vacina, em 1904. Essa revolta consistiu na resistência da população ao modo violento como o
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Imagem 10 – Marcha da família em Recife reúne seis pessoas. Disponível em: http://www.portalafricas.com.br/marcha-da-familia-reune-6-pessoas-em- recife/#.U1PRuRtOXIU. Acesso em 20 de abr. 2014. 
governo quis colocar em prática a sua política de higiene e saúde pública dirigida por Oswaldo Cruz. 
Lembremos que naquela a época o Rio de Janeiro enfrentava epidemias de peste bubônica, febre amarela e varíola. A resistência da população aconteceu motivada por uma questão moral. 
Para José Murilo de Carvalho, naquele momento, o Estado passava a querer dominar e atuar sobre os corpos das pessoas e como até aquele momento cabia ao pai, chefe de família, ordenar como os corpos de seus familiares deveriam ser medicados e higienizados, a resistência aconteceu porque foi como se o Estado estivesse intervindo em uma coisa que não seria da sua alçada (CARVALHO, 2005). Isso demonstra algo que a competência 03 e a habilidade 13, especificamente, propõem para pensarmos: a relação de choque e tensão entre duas instituições sociais: o Estado e a família, por exemplo. Pesquise sobre esse movimento e outros, como a Revolta da Chibata, Guerra de Canudos que marcaram o período inicial da República. 
Na República Nova temos a eclosão do movimento militar em 1964 que, através de um golpe, depôs o então presidente da República, João Goulart, e assumiu o poder. É interessante refletir que o golpe empreendido em 1964, contou com o apoio, além de setores militares, de outros segmentos da sociedade, como alguns jornalistas e integrantes dos partidos, UDN (União Democrática Nacional) e PSD (Partido Social Democrático), incluindo também setores de órgãos da mídia. Por isso o golpe não foi apenas militar, mas também civil. 
Assim, “[...] pode-se dizer que a sociedade civil, como um todo, posicionou-se totalmente favorável ao golpe militar de 64, apoiando e aplaudindo os líderes do movimento, considerados os restauradores da ordem, os guardiãs da democracia” (CITADINO, 1998, p. 162). Temos, portanto, uma associação positiva da imagem das forças armadas que tomaram o poder através do golpe. Essas são vislumbradas como as restauradoras da ordem, que a nação estaria sendo redemocratizada e afastada do “perigo vermelho”. 
Essa aceitação por grupos sociais aparece nas “Marchas da Família com Deus Pela Liberdade” nos anos 70 e 80 e envolveram os conservadores, apoiados por setores da igreja católica que assim como fizeram durante o Estado Novo, apoiaram um regime autoritário naquele primeiro momento. Manifestação essa que atualmente, 50 anos após a deflagração do golpe, alguns indivíduos têm tentado retomar, acreditando que uma volta ao sistema ditatorial seria a solução para os atuais problemas do país. 
Imagem 09 – Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/marcha-da-familia-2014- vira-motivo-de-piadas-nas-redes- sociais.html. Acesso em 20 de abr. 2014.
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Porém tal movimento é desacreditado e duramente criticado, haja vista o fato de ser é fundado em uma concepção que evidencia o desconhecimento do passado histórico de nosso país e tantos outros que foram duramente afetados por todos os males que um sistema ditatorial traz para uma sociedade, mas deve se salientar que tal movimento é alarmante visto que tudo “(...) que visa interromper o processo democrático é nocivo. Os movimentos totalitários do século XX na Europa começaram com centenas de pessoas e terminaram com milhões nas ruas” (FARAH, 2014). 
Fiquem todos bem atentos (as)! 
APRENDA FAZENDO 
APRENDA FAZENDO 
QUESTÃO 29 (ENEM 2010) 
A política foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem. 
VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996. 
QUESTÃO 18 (ENEM 2011) 
Na década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ação dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de práticas democráticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O diálogo, o confronto e o conflito tem sido os motores no processo de construção democrática. 
SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participação e possibilidades das práticas democráticas. Disponível em: http//www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado). 
Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construção democrática, porque 
A) determinam o papel do Estado não transformações socioeconômicas; 
B) aumentam o clima de tensão social na sociedade civil; 
C) pressionam o Estado para o atendimento das demandas da sociedade; 
D) privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detrimento das demais; 
E) propiciam a adoção de valores éticos pelos órgãos do Estado. 
Confira algumas dicas de estudo de Matheus Prado para essa competência: 1. Na música “Meu Guri”, de Chico Buarque, é apresentada a história de uma pessoa que possui alguns conflitos com a lei. Analise atentamente a letra da música, buscando identificar qual relação que a mulher e o homem da música tinham com o Estado. 2. O Brasil, a Rússia, a Índia e a China têm se organizado mundialmente em defesa de alguns interesses. A união desses países é conhecida como BRIC‟s. Procure entender melhor esta união, quais seus interesses e quais ações já praticaram. 3. Em 1980, o presidente Lula dirigia um sindicato e foi preso. Procure saber os motivos de sua prisão. Hoje ele poderia ser preso pelos mesmos motivos? O que aconteceu com a lei que na época possibilitou sua prisão? 
Veja mais em: http://ultimosegundo.ig.com.br/colunistas/mateusprado/estado-e-direito-sao- tema-da-prova-de-humanas-no-enem/c1597262563844.html. Acesso em 19 de abr. 2014.
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SAIBA MAIS... 
SAIBA MAIS 
O vídeo produzido pela Abril Editora referente ao curso preparatório Pré-ENEM apresenta a discussão conduzida pelo professor Marcelo Hansen em relação a forma como os movimentos sociais são cobrados na prova de Ciências Humanas do ENEM. São respondidas questões como: O que são os movimentos sociais? Como esses são caracterizados? Quais são os principais movimentos da atualidade? 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=bVWCdgvSnuA. Acesso em 19 de abr. 2014. 
Veja a palestra “Manifestações sem direção”, na qual o sociólogo Demétrio Magnoli reflete sobre as diferenças das jornadas de junho de 2013 em relação a outras manifestações que ocorreram no Brasil ao longo de sua história. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=69Ja5FDg3bo. Acesso em 20 de mai. 2014. 
O documentário brasileiro “O dia que durou 21 anos”, que estreou em 2013, é dirigido pelo cineasta mexicano Camilo 
Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política? 
A) A distribuição equilibrada do poder. 
B) O impedimento da participação popular. 
C) O controle das decisões por uma minoria. 
D) A valorização das opiniões mais competentes. 
E) A sistematização dos processos decisórios.
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Tavares e retrata os bastidores do golpe militar de 1964. Enfatiza tanto o apoio norte-americano ao movimento ditatorial quanto os conflitos políticos, econômicos e sociais que envolveram esse período histórico. 
O filme intitulado “O ano em que meus pais saíram de férias” estreou nas telas de cinema em 2006. Ele é dirigido por Cao Hamburguer e retrata a estória de Mauro, um garoto de 12 anos que na década de 1970 tem sua vida completamente transformada pelo regime ditatorial. A partir desse filme podemos perceber como algumas das instituições que discutimos nesse capítulo são impactadas pelos interesses de determinados grupos sociais. 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=fnrhYwuxaTs. Acesso em 19 de abr. 2014. 
RESPOSTAS COMENTADAS 
REFERÊNCIAS 
REFERÊNCIAS 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2005. 
QUESTÃO 29 – 
A questão condiciona a resposta à interpretação do excerto proposto. Segundo o texto, nos dois momentos da história da política, o poder de decisão nas sociedades, com ou sem legitimação das maiorias, é restrito a grupos organizados que representam minorias dominantes. 
Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/enem-2010-questao-29- ciencias-humanas-prova-azul-607687.shtml. Acesso em 19 de mai. 2014. 
Alternativa correta: Letra C 
QUESTÃO 18 – 
O texto trata da importância das Organizações Não Governamentais (ONGs) que, ao lado de outros movimentos sociais, têm sido um motor do processo de consolidação da democracia. Tais organizações contribuem para a conscientização e mobilização da sociedade em torno de determinados temas e demandas. Além disso, criam um canal de diálogo (eventualmente conflituoso) com as instituições do Estado. 
Assim, as ONGs formam grupos de pressão que impulsionam a ação dos agentes públicos para o atendimento das reivindicações sociais. 
Disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/enem-resolvido/Q18.pdf. Acesso em 19 de abr. 2014. 
Alternativa correta: Letra C
38 
Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 
ARAUJO, Daniel Teixeira da Costa. Ocuppy Wall Street e a crítica da representação política. Disponível em: http://www.pucminas.br/imagedb/conjuntura/CNO_ARQ_NOTIC20120117150026.pdf?PHPSESSID=9787a3b1e70db8e27538927fc3299251. Acesso em 18 de abr. 2014. 
BRASIL. Constituição política do Império. Promulgada em 25 de março de 1824. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm. Acesso em 19 de abr. 2014. 
CARVALHO, José Murilo de Carvalho. A construção nacional (1830-1890). Fundação Mapfre: Objetiva, 2012. 
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro ou a República que não foi. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. 
CASTELLS, Manuel. A outra face da terra: movimentos sociais contra a nova ordem global. In. O poder da identidade. Tradução de Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999, pp. 93- 123. 
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2006. 
CITADINO, Monique. Impactos do Golpe militar. In: Populismo e golpe de estado na Paraíba (1945-1964). João Pessoa, PB: EDUFPB/Ideia, 1998, pp. 135-179. 
DEL PRIORE, Mary. Motins e rebeliões na colônia. In. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003, pp. 134-207. 
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SOUSA SANTOS, Boaventura de. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007. 
SILVA, Júlio César Lázaro da. Retrospectiva sobre os Movimentos no Mundo Árabe - Parte I Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/retrospectiva-sobre-os-movimentos-no-mundo- arabe-parte-i.htm. Acesso em 19 de abr. 2014. 
__________________. Retrospectiva sobre os Movimentos no Mundo Árabe - Parte II Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/retrospectiva-sobre-os-movimentos-no-mundo-arabe- parte-ii.htm. Acesso em 19 de abr. 2014. 
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Análise da Livraria da Folha sobre a obra “Redes de indignação e esperança” de autoria de Manuel Castells. http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2013/08/1326828-autor-apresenta-analise- sobre-movimentos-sociais-na-era-da-internet-leia-trecho.shtml. Acesso em 19 de abr. 2014.
39 
Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 
Diálogos sem fronteira: movimentos sociais no Brasil atual. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=q1-uZHbuFvg. Acesso em 19 de abr. 2014. 
Movimentos sociais. Dica Pré-Enem. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=bVWCdgvSnuA. Acesso em 19 de abr. 2014. 
Movimento dos trabalhadores rurais sem terra. Disponível em http://www.mst.org.br/. Acesso em 20 de abr. 2014. 
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Imagem 05 – Ocuppy Wall Street. Disponível em: http://afinsophia.com/2012/11/page/4/,. Acesso em 18 de abr. 2014. 
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Cadernos Didáticos Jul/Dez. 2014

  • 1. Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Campina Grande PB - 2014
  • 2. 2 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Caro estudante, Atualmente, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular. O ENEM tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. Foi pensando nessa abrangência, relevância para a formação do grupo e a necessidade de estreitarmos os laços com o ensino básico que o PET Historia UFCG, iniciou em 2011, o projeto “ENEM - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História”. E nesse sentido, este segundo módulo foi elaborado com o objetivo de facilitar a compreensão da proposta do ENEM para a área de CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS, melhorando o desempenho dos participantes em seus estudos dentro e fora da oficina. Contamos com sua participação para que possamos aprimorar este módulo em edições futuras e esperamos que suas notas reflitam seu esforço, dedicação, tempo de estudo e que seus sonhos e objetivos sejam alcançados. Organizadoras Regina Coelli Gomes Nascimento Tutora/PET História Rozeane Albuquerque Lima Mestranda/PPGH/UFCG Autores (as) Petianos PET História UFCG Ana Carolina Monteiro Paiva Elson da Silva P. Brasil Janaína Leandro Ferreira Jaqueline Leandro Ferreira Jonathan Vilar dos S. Leite José dos Santos C. Júnior Maria Aline Souza Guedes Paula Sonály N. Lima Paulo Montini de Assis Souza Júnior Priscila Gusmão Andrade Raquel Silva Maciel Ronyone de A. Jeronimo Silvanio de Souza Batista Valber Nunes da Silva Mendes
  • 3. 3 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 SUMÁRIO ENEM 2014 – informações gerais.................................................................................04 Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades: “Identidades do/no Brasil”.....................................................................06 Competência de área 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder: “O homem e o espaço geográfico”......................................................................................16 Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais: “os papéis da família, do estado e da igreja no século XXI”................................................................................................................................25 Competência de área 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social: “Novas técnicas o renascimento urbano e comercial”................................39 Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade: “Cidadania e democracia”...................49 Competência de área 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos: As interações entre sociedade e natureza: reflexos da modernidade nas espacialidades naturais..................57
  • 4. 4 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 ENEM 2014 – INFORMAÇÕES GERAIS 08 E 09 DE NOVEMBRO DICAS a) Cartão de confirmação: O Cartão de Confirmação da Inscrição será enviado, pelos correios, para o endereço informado pelo participante no ato da inscrição. No Cartão de Confirmação da Inscrição estão contidas as seguintes informações: - número de inscrição; - data; hora; local de realização das provas; - indicação do(s) atendimento(s) especializado(s) e/ou do(s) atendimento(s) específico(s), se for o caso; - opção de língua estrangeira; e - solicitação de certificação, se for o caso. O participante pode consultar ou imprimir o seu Cartão de Confirmação de Inscrição no seguinte endereço eletrônicohttp://sistemasenem2.inep.gov.br/localdeprova, informando seu CPF e senha. b) Como são as provas: O Enem é composto por quatro provas objetivas com 45 questões cada e uma redação. Confira os dias da prova: 08 de novembro de 2014 (sábado) - Ciências Humanas e suas Tecnologias e; - Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Tempo para a prova: 4h30 09 de novembro de 2014 (domingo) - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e; - Matemática e suas Tecnologias. Tempo para a prova: 5h30 c) No dia da prova: Os portões de acesso abrem às 12h e fecham às 13h, horário de Brasília. Recomenda-se que todos os participantes cheguem ao local de prova até às 12h (horário oficial de Brasília), visto que será estritamente proibida a entrada após o fechamento dos portões. IMPORTANTE! - Verificar com antecedência, na página de acompanhamento do Enem, a validação da inscrição e o local de realização das provas. - Fazer o trajeto até o local de prova antes do dia do Exame. (Disponível em < http://www.enem.inep.gov.br/dicas.html > Acesso em 20082014.)
  • 5. 5 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 DÚVIDAS FREQUENTES APLICAÇÃO DA PROVA 13 - Como serão as provas do Enem 2014? Serão quatro provas objetivas, contendo, cada uma, 45 questões de múltipla escolha, e uma redação. 14 - Quais são as Áreas de Conhecimento e Componentes Curriculares avaliados no Enem? Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Filosofia e Sociologia); Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Química, Física e Biologia); Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação (Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira - Inglês ou Espanhol, Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação); Matemática e suas Tecnologias (Matemática). OBJETIVOS E UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS 37 - Qual a finalidade do Enem? A finalidade primordial do Enem é a avaliação do desempenho escolar e acadêmico ao fim do ensino médio. As informações obtidas a partir dos resultados do Enem são utilizadas para acompanhamento da qualidade do ensino médio no País, na implementação de políticas públicas, criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do ensino médio, desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira e estabelecimento de critérios de acesso do participante a programas governamentais. O Enem serve também para a constituição de parâmetros para a autoavaliação do participante, com vistas à continuidade de sua formação e à sua inserção no mercado de trabalho. 38 - O Enem tem como objetivo o acesso à educação superior? Essa não é a única, mas é uma das funções. O Enem tem sido usado com sucesso como mecanismo de acesso à educação superior, tanto em programas do Ministério da Educação – como o Sisu, o Sisutec, o Ciência sem Fronteiras e o Prouni –, quanto em financiamento estudantil – Fies. Também tem sido utilizado em processos de governos estaduais e da iniciativa privada. 39 - O Enem 2014 poderá ser usado para certificação no ensino médio? Sim, a certificação é mais uma das possibilidades que o Exame oferece. Os participantes maiores de 18 anos que ainda não concluíram a escolarização básica podem participar do Enem e pleitear a certificação no ensino médio junto a uma das instituições que aderiram ao processo – secretarias estaduais e institutos federais de educação. A lista das instituições certificadoras consta no Anexo I do edital.
  • 6. 6 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 (Disponível em < http://www.enem.inep.gov.br/duvidas-frequentes.html> Acesso em 20082014.) Elson da Silva Pereira Brasil (elsonspb@gmail.com ) Priscila Gusmão Andrade (priscilaandrade@gmail.com ) IDENTIDADES DO/NO BRASIL Ao longo do tempo a humanidade vem tentando se identificar de modo que se distinga do resto das espécies animais. Esses processos são historicamente construídos e mudam de acordo com cada sociedade. Mesmo dentro de uma mesma organização social é possível haver vários discursos sobre a mesma “identidade”. A mesma pessoa pode se dizer de muitas formas. Pode ter várias identidades, ou até preferir dizer-se não pertencente às categorias de identidade existente. Em certos casos as identidades são formadas para abarcar um grupo que se diz, ou é dito como, minoria e ás vezes pode ser composto por indivíduos que não estão dentro de um padrão normativo social. Esse grupo, por sua vez, acaba sendo discriminado quer por sua cor, classe social, gênero, etnias, religiões ou qualquer outra característica que fuja das normas sociais. No processo de formação da identidade de um grupo se busca anular a identidade individual em beneficio do coletivo. Assim como mostra a figura 1, um grupo menos favorecido pode receber mais benefícios para que, assim, possa estar em condição de igualdade com os que o rodeiam. Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades. Disponível In: http://1.bp.blogspot.com/-NB0- hRBht2A/UUDsSO0MIpI/AAAAAAAADDA/JKjqMpCrqeY/s640/37093_406201599455300_714291077_n.jpg , acesso em 09/05/2014. Disponível In: http://www.falouepontofinal.com.br/2012/09/ expressoes-populares-1.html#.U8nzZeNdXCl, acesso em 19/07/2014.
  • 7. 7 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Mas tem um tipo de identidade que há muito tempo é motivo de debate em nosso país: a identidade nacional. O Brasil desde 1822, quando se tornou uma nação independente, vem buscando criar para o país uma identidade nacional, ou seja, juntar em uma mesma representação festas, costumes, modos de ser, entre outros elementos que definam o que é ser brasileiro; que despertem nos brasileiros um sentimento de patriotismo e de defesa da nação, ou seja, o próprio sentimento de pertença a uma nação é construído historicamente, e nesse processo são incluídos e excluídos saberes e fazeres, em geral das minorias. A literatura, por exemplo, é escolhida em alguns momentos para representar a identidade de um país: se elegem personagens, obras literárias e autores e se nomeiam a “cara” do Brasil. Nesses quase duzentos anos de Brasil independente o país usou de muitos personagens da literatura, assim como de festas para tentar definir o que é ser brasileiro. Na literatura, Iracema (de 1865), a índia dos lábios de mel, do romance de José de Alencar (1829-1877), por muito tempo representou uma dita passividade dos nativos do Brasil que teriam se entregue de corpo e alma aos colonizadores europeus que aqui chegaram, no século XVI. Macunaíma (de 1928), personagem de Mário de Andrade (1893-1945) é a proposta de representação do brasileiro pelos modernistas1, um personagem sem disposição ao trabalho ou à rotina que busca dar um jeitinho para resolver algumas situações em que se envolve na cidade grande em busca de seu muiraquitã. Macuíma também representa um momento da história nacional em que alguns intelectuais vão tomar o índio como legitimo representante da identidade nacional, como a essência, a verdadeira brasilidade. O Estado Novo representou a relação entre os índios e o Estado-nação numa ótica romântica. Em 1934, consagrando um ícone cultural, Vargas decretou que o dia 19 abril seria o Dia do Índio. Nos anos seguintes, o Dia do Índio 1 Modernistas são os artistas envolvidos no movimento artístico e cultural no país no início do século XX. O modernismo no Brasil é marcado pela Semana de Arte Moderna de 1922. Saiba mais em: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo2/modernismo/index.html (acesso em 19/07/2014). Disponível In: http://kilombagem.org/wordpress/wp- content/uploads/2013/03/UFJF-imagem.jpg , acesso em 09/05/2014.
  • 8. 8 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 ocasionou numerosos eventos culturais e cerimônias públicas. Numa verdadeira blitz, o Estado organizou exibições em museus, programas de rádio, discursos e filmes sobre o índio - tudo isso com assistência do DIP. (GARFIELD, 2000, p. 18). Esses dois personagens, Iracema e Macunaíma, de épocas históricas diferentes foram apropriados para dizer o que era o brasileiro. Isso não significa que exista um modo único de ser brasileiro, mas que em cada momento as pessoas pensaram e escreveram o ser brasileiro do modo que sua época permitia. Nós, no presente, não podemos julgar esses modelos como certos ou errados, apenas tentar compreender sua construção. Em meados do século XX outra forma de representar a identidade nacional entrou em evidência. Um caso no qual a literatura tenta abarcar um personagem que represente a identidade nacional partindo de um olhar regional, é o caso de João Grilo, personagem de O Auto da compadecida (de 1955) obra de Ariano Suassuna (1928). O autor propõe uma identidade do brasileiro partindo do seu olhar sobre os personagens dos sertões nordestinos. O personagem João Grilo, embora tenha disposição ao trabalho, consegue burlar algumas situações, inclusive sua ida quase certa ao inferno. Mas é possível localizar em cada personagem diferenças quanto à forma de pensar a brasilidade. João Grilo aparece não mais como representante de um país inteiro, mas como o representante de uma região. Se antes se buscava dizer um tipo que representava a nação brasileira, neste momento Ariano Suassuna buscou pensar uma identidade baseada nos tipos regionais. Mas, e no presente, como andam as representações de nossa brasilidade? Roberto da Matta (2004) antropólogo contemporâneo aponta algumas dessas características como constituintes de nossas identidades no presente: a falta de cuidado com o público, pouco engajamento político e uma corrupção que estaria presente em nossas práticas diárias como: apropriação indevida de coisas públicas, filar na prova, jogar lixo na rua, entre outras. “No duelo entre esses dois campeões, fazemos voto para que o entrudo morra de uma vez”. Revista Ilustrada, 1881. In: http://devotosdodragao.ucoz.com/index/ entrudo/0-8, acesso em 13/04/2014. Disponível ,http://gilmaronline.zip.net/arch2011- 03-01_2011-03-31.html > Acesso em 13/04/2014.
  • 9. 9 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 REFLEXÃO Festas e identidade(s): o Carnaval Um dos elementos usados para criar a identidade de uma nação são suas festas. No Brasil uma das festas mais populares é o carnaval. Quem nunca ouviu a frase “No Brasil o ano só começa depois do carnaval”? O carnaval é tido como a festa do samba, do axé e do frevo, mas será que apenas esses ritmos são tocados em nossos carnavais? Caso seja, como é o caso do frevo em Olinda - PE, como um único ritmo pode ser tocado em uma festa caracterizada pela diversidade? As nossas festas são uma demonstração da diversidade das identidades, assim como da mistura de códigos e culturas em um mesmo espaço. O Carnaval pode ser pensado como uma festa que alguns tomamos como representativa do que somos. Festa presente no Brasil desde quando o país era uma colônia de Portugal, se caracteriza pela diversidade com que é comemorada nas diferentes regiões do país. Atualmente as festas nas cidades de Salvador, Olinda e Rio de Janeiro ocupam espaço na mídia, sendo tomadas como as maiores do país. No Rio de Janeiro as escolas de samba ganham destaque, sendo elemento identitário destacado na mídia, como característica do carnaval carioca e uma tentativa de representação da nação. Em Salvador o axé é o ritmo que toma conta nas representações sobre o carnaval baiano. Em Olinda-Recife é o frevo que é reina como ritmo do carnaval, assim uma mesma festa é embalada por ritmos diferentes. Mas além desses ritmos, outros também podem compor o carnaval. Não apenas de ritmos e sons é feito o carnaval brasileiro, cada região, estado e cidade dá um toque especial a essa data, algumas optam por não celebrar a festa e aproveitar a data para promover debates místicos, filosóficos, acadêmicos, encontros religiosos, entre outros, é o caso do Encontro para a Nova Consciência que ocorre sempre no período de Carnaval em Campina Grande-PB. Carnaval sem mela mela não existe. In: http://lenilsonazevedo.com/?p=9062, acesso em 13/04/2013.
  • 10. 10 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 (Disponível em:< http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_canal=44&cod_noticia=22765 >, acessado em: 30/04/2014). Outra marca história do carnaval brasileiro é, para alguns, a fama de, durante os dias de festa, reinar a permissividade. É permitido trair, andar seminu, homem pode vestir-se de mulher. Mas será que é apenas no Carnaval que essas identidades de gênero, de raça ou de classe social, ou quaisquer outras, entram em crise? Ou será que estamos passando por um momento em que esses modelos enfrentam uma crise? Não se engane em pensar que o carnaval é desprovido de disputas políticas e sociais. Historicamente no Brasil o carnaval é fruto de discursos que pretenderam pretendem controlar as formas de divertimento do povo. Um exemplo foram os conflitos entre as associações carnavalescas no Rio de Janeiro do século XIX que buscavam combater o entrudo2. No entrudo as pessoas costumavam sair às ruas jogando farinha e bolinhas de cera contendo água, urina ou outros líquidos. Com a adesão aos costumes burgueses e à modernidade, as associações carnavalescas buscam domesticar a festa e travam um verdadeiro combate nos meios impressos até legitimar um modo de festejar o carnaval com confete e serpentina. Mas, mesmo assim, em algumas regiões do país o costume de se melar permanece até o presente. O mela-mela que ainda ocorre em alguns carnavais de rua é reminiscência dessa prática. TEXTO DE APOIO A escravidão e as conquistas negras Uma das características fundamentais do sistema escravista era a prioridade jurídica sobre o trabalhador cativo. Sendo assim, o homem escravizado era subordinado a outro ser humano. Ao tornar-se propriedade privada, o escravo perdia a sua humanidade? (APOLINÁRIO, 2007. p.32). A escravidão negra se iniciou no Brasil durante o período em que o país ainda era colônia de Portugal, foi uma experiência de longa duração (se iniciando com a vinda dos primeiros africanos na primeira metade do séc. XVI e terminando oficialmente em 1888, com a lei Áurea) deixando profundas marcas na sociedade brasileira. O trabalho do negro escravizado foi utilizado nas plantações de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro, nas lavouras de café do interior paulista, nas minas de ouro de Minas Gerais, nas cozinhas das casas grandes dos fazendeiros brasileiros, nas casas dos 2 Entrudo pode ser definido como uma série de jogos e brincadeiras populares, introduzidas no Brasil pelos portugueses no século XVI, que também foram associadas ao carnaval brasileiro. Pode ser considerado como a fase de gestação do carnaval popular de rua. (Disponível in: http://www.suapesquisa.com/carnaval/entrudo.htm, acesso em 19/07/2014).
  • 11. 11 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 brasileiros de classe média, etc. A escravidão estava, assim, acoplada à sociedade brasileira no período colonial e em boa parte do período imperial, estando ligada não apenas ao aspecto econômico como também aos aspectos político e cultural. Ser escravo significava ser propriedade de outra pessoa, escravizar era tornar o ser humano um objeto passível de venda, empréstimo, aluguel, hipoteca, etc. Mas essa característica mercantil fazia o homem escravizado perder sua subjetividade de ser humano? Fazia o individuo de fato tornar-se um objeto inanimado e sem vontades, pensamentos e identidade própria? Devemos ter em mente que não. Por ser escravo, o negro não deixava de possuir vontades e sentimentos. Não deixava também de se revoltar contra o sistema ao qual estava sujeito e de protagonizar diversas resistências contra as crueldades que o sistema escravocrata impunha contra os mesmos. Vejamos o que Albuquerque coloca a esse respeito: Onde quer que o trabalho escravo tenha existido, senhores e governantes foram regularmente surpreendidos com a resistência escrava. No Brasil, tal resistência assumiu diversas formas. A desobediência sistemática, a lentidão na execução das tarefas, a sabotagem da produção e as fugas individuais ou coletivas foram algumas delas. Fugir sempre fazia parte dos planos dos escravos. Os cativos fugiam por vários motivos e para muitos destinos. Castigo, trabalho excessivo, pouco tempo para o lazer, desagregação familiar, impossibilidade de ter a própria roça e, é obvio, o simples desejo de liberdade eram as razões mais freqüentes que os levavam a escapar dos senhores. (ALBUQUERQUE, 2006, p. 117). Percebemos assim que a escravidão não excluiu as identidades dos que foram escravizados e que diversas maneiras foram encontradas pelos negros para resistir à realidade que lhes estava imposta. Mas os problemas para esse grupo não se encerram com a abolição da escravatura. Inúmeras foram as dificuldades sociais que os negros enfrentaram após a liberdade e numerosos foram os preconceitos que se mantiveram contra a sua figura. Após a abolição não houve uma política de integração dos negros ex-escravos à sociedade e ao mundo do trabalho, havendo assim uma marginalização desse grupo, devido ao preconceito que sofria por ser negro e ex-escravo. O preconceito contra os negros se manteve com os anos que se passaram, apesar da tese sociológica de Gilberto Freire, em seu livro Casa Grande e Senzala, conhecida como mito da democracia racial, na qual o autor vai dizer que o Brasil é um país miscigenado (entre branco, negro e índio) e que o mestiço é o tipo do brasileiro. Nos anos 1930, a Frente Negra Brasileira3 (FNB) chamou a atenção, a partir de jornais e congressos, para os problemas que afligiam a população de cor, nos anos 1940 o Teatro Experimental do Negro4 denunciou as práticas racistas a partir do teatro, já na 3 A frente negra brasileira foi um movimento social fundado em 16 de setembro de 1931 e que durou até 1937. Tinha como propósito lutar pelo direito dos afrodescendentes brasileiros. 4 O teatro experimental do negro, foi fundado em 1944 e durou até 1961, tinha como intenção a valorização do negro no teatro e a criação de uma nova dramaturgia. Para saber mais sobre, acessar:
  • 12. 12 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 década de 1990 houve um período mais promissor de participação política para a sociedade civil e uma maior força para os movimentos sociais ligados a bandeiras ideológicas, incluindo o Movimento Negro (Movimento Negro Unificado – MNU), havendo uma maior luta contra a opressão racial, o alto índice de desemprego da população negra, a violência policial, etc. (SANTOS, s.d., p.6). A partir desse momento houve uma maior atenção direcionada aos problemas das minorias étnicas, incluindo os negros. Uma das conquistas do MNU foi a lei 10.639/03, que estabelece a inclusão da história da África e das culturas afro-brasileiras no conteúdo programático do ensino fundamental das escolas brasileiras. Essa lei sofre uma expansão com a Lei 11.645/08 que inclui nos conteúdos das escolas além da temática negra, a indígena. A intenção dessas leis é contribuir para a mudança do imaginário social brasileiro sobre a população negra e a indígena, um esforço para diminuir o preconceito racial. APRENDA FAZENDO... ENEM 2013, questão 01 No final do século XIX, as grandes sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entres os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderiam coexistir perfeitamente com os desfiles. PEREIRA, C.S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M.C.P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado). Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das grandes sociedades, descritas no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que: a) Distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. b) Aspirações cosmopolitas de elite impediam a realização da festa fora dos clubes. c) Liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. d) Tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. e) Perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras. ENEM 2010, questão 02 http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=cias_biografia&cd_verbete=649, acessado em 22/07/2014.
  • 13. 13 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista. AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. Ano 1, nº3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2014 (adaptado). A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a a) Impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado. b) Extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade. c) Rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabiliza os mecanismos de ação social. d) Possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço filho de pai português. e) Troca de favores entre um representante negro e a elite agraria escravista que outorga o direito advocatício ao mesmo. SAIBA MAIS Site: Videoteca do CPFL – Cultura Aqui você vai encontra professor@s de Universidades renomadas do Brasil e do Mundo falando sobre temas como identidade, cultura, história e outras questões da contemporaneidade. Em especial indicamos os programas: Feminilidades e pós-modernidade | Guacira Lopes Louro (http://www.cpflcultura.com.br/wp/2009/10/28/feminilidades-e- pos-modernidade-guacira-lopes-louro/, acesso em 13/04/2014). Entre a luxúria e o pudor | Paulo Sérgio do Carmo (http://www.cpflcultura.com.br/wp/2012/06/29/entre-a-luxuria-e-o- pudor-cem-anos-de-vida-sexual-dos-brasileiros-paulo-sergio-do- carmo/, acesso em 13/04/2014). O mito da raça: em busca da pureza – Demétrio Magnoli (http://www.cpflcultura.com.br/wp/2011/05/10/o-mito-da-raca-em- busca-da-pureza-demetrio-magnoli-2/, acesso em 13/04/2014). Site: Site do Instituto Luiz Gama – Site do Instituto Luiz Gama é uma associação sem fins lucrativos, formada por um grupo de militantes de movimentos sociais que atua na defesa de causas populares. http://institutoluizgama.org.br/portal/, acessado em 08/05/2014.
  • 14. 14 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Livro: Memórias do Cativeiro: família, trabalho e cidadania na pós- abolição – Livro escrito a partir da experiência de ex-escravos brasileiros, que trabalharam principalmente no antigo sudoeste cafeeiro, contando a experiência coletiva e individual dessas pessoas. Filme: Memórias do Cativeiro - Filme de 2005, dirigido por Guilherme Fernandez e Isabel Castro, feito a partir do acervo oral do Labhoi e com roteiro baseado em livro de mesmo nome. Para assistir ao filme, acessar: http://ufftube.uff.br/video/M2GWDYGDBYU7/Mem%C3%B3rias- do-Cativeiro, acessado em 08/05/2014. RESPOSTAS COMENTADAS Questão 01 A questão pede que se perceba como a tradição popular de celebrar o entrudo, à medida que ganha visibilidade, passa a ser motivo de conflitos e disputas sociais. No contexto de fins do século XIX era muito forte no Brasil a vontade de parecer com a Europa, para tanto era preciso disciplinar algumas práticas tradicionais que fugiam dos padrões europeus. As outras alternativas não condizem com o texto base ou com a época a qual o mesmo se refere, logo acabam sendo incorretas com o que o item pede. Alternativa correta: Letra D. Questão 02 A vida do abolicionista Luiz Gama indica possibilidade, embora muito limitada, de ascensão social do negro no Brasil imperial e, ao mesmo tempo, revela a importância do Direito e de alguns advogados na luta pelo fim da escravidão no país. As demais alternativas não estão necessariamente erradas, mas a dificuldade de ascensão dos negros na sociedade da época é a alternativa que mais se aproxima do texto proposto para a questão. Alternativa correta: Letra B. REFERÊNCIAS
  • 15. 15 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 ALBUQUERQUE, Wlamyra R. de. Uma história do negro no Brasil. Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006. ALENCAR, José de. Iracema. 2ª ed. crítica de M. Cavalcanti Proença. São Paulo: ed. Da USP/EDUSP, 1979. ANDRADE, Mário de. Macunaíma. Ed. crítica coord. por Telê P. Ancona Lopez. Paris, Association Archives de la Littérature latino-américaine, des Caraibes e africaine du Xxe. Siècle; Brasília, CNPQ, 1988. (Col. Arquivos, 6) APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Escravidão negra no Tocantins colonial. 2ºed. Goiania: Kelps, 2007. BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. GARFIELD, Seth. As raízes de uma planta que hoje é o Brasil: os índios e o Estado- Nação na era Vargas. Rev. bras. Hist.[online]. 2000, vol.20, n.39, pp. 13-36. ISSN 1806-9347. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós – modernidade. 11. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. MATTA. Roberto. O modo de navegação social: a malandragem, o “jeitinho” e o “você sabe com quem está falando?” In: DA MATTA, Roberto. O que é o Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 2004. P. 13-20. SANTOS, Márcio Andre de. Negritudes posicionadas: as muitas formas da identidade negra no Brasil. Artigo cientifico, encontrado em: http://www.cp2.g12.br/UAs/se/departamentos/sociologia/pespectiva_sociologica/Numero4/Artigos/marcio_andre.pdf. SUASSUNA, Ariano. O Auto da Compadecida. 34 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002. Sites: Blog do Lenilson Azevedo: http://lenilsonazevedo.com/, acesso em 13/04/2014. Brasil Cultura. Mulher e carnaval. In: http://www.brasilcultura.com.br/antropologia/mulher-e-carnaval/, acesso em 13/04/2014. Brasil Escola- Carnaval do Brasil. In: http://www.brasilescola.com/carnaval/carnaval- no-brasil.htm, acesso em 11/04/2014. Devotos do dragão: http://devotosdodragao.ucoz.com/index/entrudo/0-8, acesso em 13/04/2014. HISTÓRIA DO CARNAVAL - Monique Cardoso. In: http://ccsp13aisp.ibge.gov.br/attachments/article/68/HISTORIADOCARNAVAL.pdf, acesso em 13/04/2013. Instituto CPFL Cultura: http://www.cpflcultura.com.br/, Acesso em 19/07/2014. Kilombagem: http://kilombagem.org/, Acesso em 19/07/2014. Modernismo Brasileiro: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo2/modernismo/index.html, Acesso em 19/07/2014. Sua pesquisa.com: http://www.suapesquisa.com/carnaval/entrudo.htm, acesso em 13/04/2014.
  • 16. 16 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade. Ana Carolina Monteiro Paiva (anacarolina.mont@hotmail.com ) Jonathan Vilar dos S. Leite(Jonathan_vilar@hotmail.com ) PARA COMEÇAR A HISTÓRIA O HOMEM E O ESPAÇO GEOGRÁFICO Você consegue identificar o que essas três imagens tem em comum? É simples, todas estão diretamente ligadas a conceitos bastante utilizados na Geografia e História: espaço e território. De acordo com o geógrafo Milton Santos, é difícil atribuir uma definição única para a categoria espaço, pois qualquer conceituação não é fixa, imutável, mas Autoridades negociam com os índios da aldeia Maracanã sobre a desocupação do prédio para a revitalização de um complexo esportivo. Disponível em: < http://www.portalguaira.com/PG/wp- content/uploads/2013/03/indio2.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014. Chuva ameaça 128 mil pessoas em moradias de ocupação irregular da área, em Manaus. Disponível em: < http://acritica.uol.com.br/manaus/Chuva- ameaca-pessoas-risco-Manaus_0_1110488944.html> Acesso em: 15 de abr. 2014. Vista panorâmica da cidade de São Paulo – SP, Brasil. Classificada pelo IBGE como uma das metrópoles globais. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/geografia/4saopaulo.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014.
  • 17. 17 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 flexível, sujeita a mudanças ao longo da história, ganhando novos significados de acordo com o contexto em que está inserida. Assim, o espaço corresponde às transformações sociais feitas pelos seres humanos, e pode ser compreendido principalmente por dois pontos: o espaço humano (morada do homem) e o espaço geográfico (organizado pelo homem para produção). O espaço pode ser organizado de diversas formas: pela divisão social do trabalho, urbanização, migrações, fatores econômicos e sociais, entre outros. O território utilizado pelo povo seria aquele que se transformaria na noção de espaço, pois por território se entende uma ideia de delimitação, uma área fixada construída e desconstruída pelas relações de poder. Essa representação dos diferentes territórios está presente em nosso cotidiano, desde a mais simples cerca ou muro da sua casa que delimita seu território, até o território da aldeia Maracanã, a qual os índios se apropriaram como símbolo de sua resistência perante a desapropriação de suas verdadeiras terras para atender às necessidades do governo. Alguns estudiosos partem do pressuposto de que são as relações de poder entre “dominantes” e “dominados” que ditam o ritmo dessas divisões de espaço e território ao longo do tempo e que isso historicamente possui um significado maior. Essa visão está muito forte nos estudos sobre as questões de espaço, território e territorialidade sendo mais defendida pelo viés marxista. Para exemplificar melhor essa relação não tomando os “dominantes” e os “dominados”, mas levando em consideração que havia uma relação de poder entre classes, vamos observar o caso do processo de colonização do Brasil (a relação metrópole-colônia): o Brasil, no seu papel de colônia, era totalmente dependente de sua metrópole Portugal. O território do Brasil passou por um processo em que envolvia muitos tratados, acordos, nos quais Portugal visava demarcar, limitar, criar fronteiras que foram acordadas com outros países. Essa apropriação do território brasileiro ia além de uma posse de terra, mexia também com o imaginário tanto dos nativos (submissos à Portugal) como dos colonizadores (superiores, civilizados). Outros exemplos são as divisões regionais do Brasil (Norte, Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste), uma divisão que leva em consideração aspectos climáticos (uma região de clima tropical, outra de clima mais ameno e etc), culturais (uma região que tenha práticas culturais em comum, como na região amazônica que forma um conjunto cultural que representa a identidade daqueles ali nascidos), econômicos (uma região onde a produção de café é mais intensa, outra em que o ouro predomina, formando complexos econômicos). As próprias divisões regionais dentro de uma cidade (zona sul, zona norte, zona leste...) também possuem um significado dentro da própria sociedade: são divisões que na maioria das vezes são determinadas por questões econômicas, como, por exemplo, uma antiga noção de que as casas construídas próximo ao mar, litoral, seriam de pessoas com alto poder aquisitivo. Porém, essa concepção vem se transformando devido à ascensão da classe média que cada vez mais conquista seu lugar. Assim, também é necessário comparar o significado histórico da formação dos diferentes espaços. Para isso, deve-se entender que os espaços geográficos são dinâmicos, ou seja, estão sempre em constante mudança devido aos processos
  • 18. 18 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 migratórios. Provavelmente você já ouviu falar de uma pessoa próxima ou algum conhecido que se mudou para outra cidade para trabalhar: isso faz parte do processo de migração, um fluxo populacional atraído para um centro econômico em desenvolvimento que pode proporcionar uma ascensão econômica e social para o sujeito. São várias as cidades que atraem esse fluxo, porém quando se trata de migração é inevitável não citarmos a metrópole global responsável pela grande quantidade de pessoas que saem de sua terra natal para se destinarem a ela: São Paulo. Os processos imigratórios também contribuem para o aumento populacional das grandes cidades, como visto na charge. Deve-se compreender que o que leva as pessoas a morarem em uma zona de risco são aspectos econômicos e sociais, como a má distribuição de terra, um problema antigo no Brasil. REFLEXÃO Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_aJT3I8ICB- 8/TE_rvyZ5KzI/AAAAAAAAA9Q/4uYI3dIBAD4/s1600/charge-imigrantes.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/- Wmj689NYuyg/Tsht70wQpRI/AAAAAAAAAR4/Yg187IL-VKo/s1600/charge.gif> Acesso em: 19 mai. 2014.
  • 19. 19 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Uma questão atual que tem despertado preocupação no cenário político internacional e que tem gerado tensão na relação de vários países do globo é a crise na Crimeia. Após um mês da destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovych em Maio de 2014 - aliado de Moscou –, a Rússia iniciou uma marcha em direção à região da Crimeia, pertencente originalmente à Ucrânia – país independente e desanexado da antiga União Soviética desde 1991 na tentativa de intervir e tomar posse destas terras novamente (tendo em vista que até 1954 a Crimeia pertencia à URSS). A Crimeia é uma península que fica ao sul da Ucrânia e dá acesso a todo o Mar Negro, servindo também como ótimo ponto portuário para escoamento e fluxo neste local. Mesmo após a independência da Ucrânia, em 1991, a Rússia ainda possui certa influência lá, com base naval de livre acesso em Sevastopol, além da grande presença de russos (cerca de 60%) na Crimeia como também o fato de cerca de metade de toda a Ucrânia (principalmente a metade leste) falar russo. Todavia a influência russa passou a se comprometer justamente após a retirada do presidente Viktor Yanukovych do poder para dar lugar a Oleksandr Turchynov. Essa troca de presidente provocou uma série de medidas políticas que tornaram as relações entre Rússia e Ucrânia mais tensas. Por um lado os russos perderam um forte aliado na ampliação de sua influência política, o Viktor, que foi substituído por um presidente que agora simpatiza com a União Europeia e tem políticas mais congruentes com a política oeste europeia do que leste europeias (leia-se aqui, russa). Representada pela figura de Vladmir Putin, a Rússia se viu de certa forma ofendida com o novo governo e as novas medidas políticas e decidiu ocupar regiões fronteiriças e a Crimeia no intento de retomar esta última alegando que lá existe maioria russa e que inclusive muitos deles – de fato – apoiam a reintegração com seus antigos governantes por se sentirem constitucionalmente mais protegidos e culturalmente mais identificados. Por fim esta tensão entre Ucrânia e Rússia tem chamado atenção da União Europeia que já está ao lado da Ucrânia e também dos EUA que quase interferiu diretamente neste conflito em favor da Ucrânia. Ambos exigem a retirada do exército russo das fronteiras do leste e da região da Crimeia para evitar maiores intervenções e até mesmo o início de uma possível guerra. Dia 19 de maio de 2014 Putin ordenou que as tropas evacuassem, entretanto Otan e EUA, querem provas concretas de que esta desocupação está sendo consolidada, pois afirmam que ainda há tropas em várias localidades. TEXTO DE APOIO Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_UxXEnLA9NJk/S_- z5EVWGKI/AAAAAAAAAqQ/dm9eEOzwifk/s1600/Charge+para+desmatamento.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. Crise na Criméia: manifestantes pró-rússia formam uma barricada. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2014/03/19/crise-na-crimeia-pode-reacender- conflitos-adormecidos-na-europa.htm> Acesso em: 15 de abr. 2014.
  • 20. 20 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Devido ao avanço tecnológico, o ser humano se utilizou de uma série de mecanismos para facilitar a manipulação dos elementos da natureza, transformando-a em um espaço de exploração. Máquinas, equipamentos e grandes estruturas facilitaram a vida do ser humano, dinamizando o processo de exploração dos recursos minerais, energéticos (como a construção de usinas hidrelétricas) e da produção agropecuária. Tanto na extração mineral como na extração energética, grandes fontes de riqueza, o espaço geográfico é bastante explorado, o que acaba levando a profundos impactos que podem ser vistos agora ou daqui a alguns anos. A extração mineral lida diretamente com o solo, o que provoca processos de erosão e esgotamento. Já a construção de usinas hidrelétricas para a obtenção de energia, por exemplo, altera o curso dos rios e modifica toda a estrutura da comunidade local que depende do rio para sobreviver, a exemplo dos indígenas e das comunidades ribeirinhas. Essas constantes intervenções humanas no espaço causam uma infinidade de degradação que se volta contra o homem. Além das já citadas, o aquecimento global, o efeito estufa e a escassez de água merecem destaque. Essa busca do homem pela exploração da natureza para obter seu sustento não é nova, pode ser vista em muitos momentos da história. Porém, a busca sem limites, uma exploração irracional dos recursos leva a consequências que comprometem a natureza e a própria vida do homem na Terra. “(...) Doce morada bela, rica e única, Dilapidada só como se fôsseis A mina da fortuna econômica, A fonte eterna de energias fósseis, O que será, com mais alguns graus Celsius, De um rio, uma baía ou um recife, Ou um ilhéu ao léu clamando aos céus, se os Mares subirem muito, em Tenerife? E dos sem-água, o que será de cada súplica, De cada rogo É fogo... é fogo...” Usina Belo Monte, Xingu. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/assets/images/2013/ 1/122267/usina-belo-monte-20130124-0061- size-620.jpg?1359072664> Acesso em: 15 de abr. 2014.
  • 21. 21 CADERNOS DIDÁTICOS PET HISTÓRIA UFCG - Ciências Humanas e suas tecnologias: novas sensibilidades para pensar o ensino de História. Ano I- Volume I – Nº 2. Jul./dez. 2014. ISSN 2358-4971 Disponível em: < http://letras.mus.br/lenine/e-fogo/> Acesso em: 19 mai. 2014. APRENDA FAZENDO QUESTÃO 07 – ENEM 2013 Um gigante da indústria da internet, em gesto simbólico, mudou o tratamento que conferia à sua página palestina. O site de buscas alterou sua página quando acessada da Cisjordânia. Em vez de “territórios palestinos”, a empresa escreve agora “Palestina” logo abaixo do logotipo. BERCITO, D. Google muda tratamento dos territórios palestinos. Folha de S. Paulo. 4 de Maio de 2013(Adaptado). O gesto simbólico sinalizado pela mudança no status dos territórios palestinos significa: a) Surgimento de um país binacional. b) Fortalecimento de movimentos antissemitas. c) Esvaziamento de assentamentos judaicos. d) Reconhecimento de uma autoridade jurídica. e) Estabelecimento de fronteiras nacionais. QUESTÃO 07 – ENEM 2013 Nos últimos decênios, o território conhece grandes mudanças em função de acréscimos técnicos que renovam a sua materialidade, como resultado e condição ao mesmo tempo, dos processos econômicos e sociais em curso. SANTOS, M.; SILVEIRA; M.L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de alterações significativas no território, ocasionando impactos sociais, culturais e econômicos sobre comunidades locais, e com maior intensidade, na Amazônia Legal, com a: a) Reforma e ampliação dos aeroportos nas capitais dos estados. b) Ampliação de estádios de futebol para a realização de eventos esportivos. c) Construção de usinas hidrelétricas sobre os rios Tocantins, Xingu e Madeira. d) Instalação de cabos para a formação de uma rede informatizada de comunicação. e) Formação de uma infraestrutura de torres que permite a comunicação móvel na região
  • 22. 22 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 SAIBA MAIS VÍDEOS Vídeos sobre geopolítica e território com o professor James Carvalho, em que este aborda de maneira didática e prática para você ficar por dentro dos assuntos concernentes à Competência 02 do ENEM e suas habilidades. Video-aula dividida em duas partes. Disponível em: Parte 1 <https://www.youtube.com/watch?v=bydW7S5laOw e Parte 2: <https://www.youtube.com/watch?v=AtsXwl8apZU> Acesso em: 14 de abr. 2014. Vídeo sobre crise política na Ucrânia, elaborado pelo professor Samir Lahoud, do canal “O QUE ROLOU” que fala sobre o atual conflito na região da Crimeia e suas implicações na política internacional, sua motivações e possíveis consequências. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7y19CjchzXA> Acesso em: 14 de abr. 2014. SITE Site que trás dados sobre a construção da usina de Belo Monte e as diversas implicações que giram em torno desta questão, desde a relação com comunidades indígenas das proximidades q aos impactos ambientais no local. Disponível em: <http://www.brasiloeste.com.br/especiais/usina-de- belo-monte/> Acesso em: 14 de abr. 2014. RESPOSTAS COMENTADAS QUESTÃO 07 – ENEM 2013 A situação-problema da pergunta é sobre a situação da Palestina frente à ocupação de Israel, conflito esse que se iniciou na metade do século passado e se arrasta até hoje. Até o final da Segunda Guerra Mundial, os territórios palestinos eram de domínio da Coroa britânica em razão do processo que foi denominado de “Neocolonialismo do século XIX”, impulsionado pela busca por parte da Europa de matérias primas e mercado consumidor na Ásia e África, que estava em plena Revolução Industrial. Ao término da Segunda Guerra, os judeus receberam territórios para fundar o seu Estado por parte da Inglaterra, sendo utilizadas as terras que já eram inglesas. E estes territórios doados foram justamente na região da Palestina. Desta forma, estas terras foram doadas aos judeus para lá criarem o seu sonhado país. Esta
  • 23. 23 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 transferência de territórios por parte da Inglaterra para a criação do Estado de Israel pode ser vista como uma forma de desculpas por parte da Europa frente ao genocídio de milhões de judeus comandado por Adolf Hitler. De modo geral, as tropas israelenses, patrocinadas e amparadas pelo exército dos Estados Unidos (U. S. Army) removeram as famílias palestinas e assentaram famílias judaicas no lugar. Vale lembrar que um dos símbolos da resistência palestina frente à ocupação de seus territórios é a chave de sua antiga casa, como prova de que um dia lá estiveram fisicamente. Assim como na questão relativa à Crimeia, na Ucrânia, podemos perceber que, para além das disputas de caráter político, há questões culturais que interferem nestes processos. No caso da Ucrânia, é de uma grande parcela de ucranianos que ainda estão arraigados a uma cultura e ao idioma russo e que, no caso específico da Crimeia, correspondem a 60% da população e apoiam a reintegração desta península à Rússia. Na Palestina a questão cultural – para além de questões político-econômicas – tem bastante influência nas medidas e ações tomadas, assim como a procedência do conflito, dado que para ambos os povos aquela é considerada uma terra sagrada: tanto para judeus quanto para muçulmanos; há atrelado a estes dois casos uma forte questão de sentimento de pertencimento e identidade cultural destes povos que deve ser respeitada e levada em consideração para decisões políticas futuras. Alternativa correta: Letra D. Adaptado de: <http://www.infoenem.com.br/apostilas-enem-2014-do-infoenem-serao-lancadas-dia-28-de- janeiro/> Acesso em: 19 mai. 2014. QUESTÃO 37 – ENEM 2013 A problemática da questão se revela nos impactos sociais, culturais e econômicos que atingem as comunidades da Amazônica Legal. Ora, na última década essa região tem sido marcada pela sua constante exploração, principalmente no que se refere ao setor econômico para o país. A principal fonte de economia da Amazônia Legal tem sido a obtenção de energia a partir das construções de usinas hidrelétricas. A fronteira econômica avançou sobre a Amazônia Legal, região abrangida pela floresta amazônica, banhada pelas bacias hidrográficas do Tocantins-Araguaia e Amazônica (rio Xingu e Madeira), com a construção de gigantescas hidrelétricas, onde diversos hectares estão sendo destruídos pelos alagamentos das áreas de barragem. Além dos alagamentos, destaca-se também a alteração de modos de vida tradicionais em aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas, e frequente necessidade de realojamento populacional das comunidades localizadas no entorno das obras. Alternativa correta: Letra C. Adaptado de: <http://veja.abril.com.br/educacao/enem-resolvido-2013/Q037.pdf> Acesso em: 19 mai. 2014. REFERÊNCIAS
  • 24. 24 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Espaço geográfico: sociedade transforma a natureza. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/espaco-geografico-sociedade-transforma-a- natureza.htm> Acesso em: 14 de abr. 2014. Transformações no espaço geográfico. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/geografia/transformacao-no-espaco-geografico.htm Acesso em: 15 de abr. 2014.> LUCCI, Elian Alabi. Espaço geográfico e urbanização. In: Território e sociedade no mundo globalizado: geografia geral e do Brasil: volume único. Org.: Elian Alabi Lucci, Anselmo Lazaro Branco, Cláudio Mendonça. São Paulo: Saraiva, 2010. SAQUET, Marcos Aurelio; DA SILVA, Sueli Santos. In: Milton Santos: concepções de geografia, espaço e território. Disponível em: <http://www.e- publicacoes.uerj.br/index.php/geouerj/article/viewFile/1389/1179> Acesso em: 19 mai. 2014. Conflito entre Rússia e Ucrânia. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2014/03/19/crise-na-crimeia-pode-reacender- conflitos-adormecidos-na-europa.htm> Acesso em: 15 de abr. 2014. Imagem 1 - “Autoridades negociam com os índios da aldeia Maracanã sobre a desocupação do prédio para a revitalização de um complexo esportivo”. Disponível em: < http://www.portalguaira.com/PG/wp-content/uploads/2013/03/indio2.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014. Imagem 2 - “Chuva ameaça 128 mil pessoas em moradias de ocupação irregular da área, em Manaus”. Disponível em: < http://acritica.uol.com.br/manaus/Chuva-ameaca-pessoas-risco- Manaus_0_1110488944.html> Acesso em: 15 de abr. 2014. Imagem 3 - “Vista panorâmica da cidade de São Paulo – SP, Brasil. Classificada pelo IBGE como uma das metrópoles globais”. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/geografia/4saopaulo.jpg> Acesso em: 15 de abr. 2014. Charge 1 - Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_aJT3I8ICB- 8/TE_rvyZ5KzI/AAAAAAAAA9Q/4uYI3dIBAD4/s1600/charge-imigrantes.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. Charge 2 - Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/- Wmj689NYuyg/Tsht70wQpRI/AAAAAAAAAR4/Yg187IL-VKo/s1600/charge.gif> Acesso em: 19 mai. 2014. Imagem 4 – “Crise na Criméia: manifestantes pró-rússia formam uma barricada”. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2014/03/19/crise-na-crimeia-pode- reacender-conflitos-adormecidos-na-europa.htm> Acesso em: 15 de abr. 2014. Imagem 5 – “Usina Belo Monte, Xingu.” Disponível em: <http://veja.abril.com.br/assets/images/2013/1/122267/usina-belo-monte-20130124-0061- size-620.jpg?1359072664> Acesso em: 15 de abr. 2014. Imagem 6 - Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_UxXEnLA9NJk/S_- z5EVWGKI/AAAAAAAAAqQ/dm9eEOzwifk/s1600/Charge+para+desmatamento.jpg> Acesso em: 19 mai. 2014. Música “É fogo!”, de Lenine - Disponível em: < http://letras.mus.br/lenine/e-fogo/> Acesso em: 19 mai. 2014.
  • 25. 25 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. José dos Santos Costa Júnior(jose.junior010@gmail.com) Raquel Silva Maciel (quequelpb@hotmail.com) PARA COMEÇAR A HISTÓRIA OS PAPÉIS DA FAMÍLIA, DO ESTADO E DA IGREJA NO SÉCULO XXI Antes de nascermos já estamos submetidos a um conjunto de regras, conhecimentos e formas de interação social que se baseiam em valores específicos. Se nascermos em uma sociedade industrializada e com serviços de saúde ligados a hospitais, por exemplo, o nascimento será possível a partir de sujeitos como médicos, enfermeiras, anestesistas, dentre outros que atuam no espaço do hospital. Por outro lado, se nascemos em uma comunidade ou aldeia indígena, esse mesmo acontecimento (o nascimento) será envolvido nas crenças, rituais e práticas culturais desse grupo, assim, outros personagens poderão fazer parte da cena como o pajé e demais mulheres indígenas que auxiliarão na hora do parto. Esse é um exemplo simples de como a vida humana é, a todo o momento, construída a partir de valores, crenças, hábitos, conhecimentos e saberes. Neste capítulo iremos tratar da competência de área 03. Ela nos estimula a pensar sobre como as instituições sociais foram produzidas ao longo do tempo. É objetivo dessa competência “[...] que o aluno compreenda a evolução do Estado e do Direito no tempo, sendo capaz de entender quando estão em sintonia com a vontade geral da população e quando funcionam Imagem 02 - disponível em: http://www.ufo.com.br/blog/pedrodecampos/30-crimes-contra-a- honra-na-internet. Acesso em 17 de abr. 2014. Imagem 03 - disponível em: https://www.10emtudo.com.br/artigo/religiao- islamica/. Acesso em 17 de abr. 2014. Imagem 01 - disponível em: http://sociologiamelhormateria.blogspot.com.br/2011/04/instituicoes- sociais.html. Acesso em 17 de abr. 2014.
  • 26. 26 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 para privilegiar determinados grupos de uma sociedade” (PRADO, 2011). Iremos focar no que propõe a habilidade número 13: analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder. Mas o que é uma instituição social? De acordo com o sociólogo Pérsio Santos de Oliveira, “o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade e que têm grande valor social é denominado instituições sociais” (OLIVEIRA, 2003, p.161). Mas você pode estar se perguntando agora, existem instituições sociais que afetam a minha vida hoje? E a resposta é: certamente sim. Três exemplos básicos de instituições sociais que podem exercer influência sobre a nossa vida são: a família, a igreja e o Estado. A família é o primeiro grupo social com o qual mantemos contato e a sua estrutura varia no tempo e no espaço, dependendo da sociedade e da época a que nos referimos. Sobre o seu formato, podemos dizer que a família pode ser monogâmica (quando o esposo e a esposa têm apenas um cônjuge) e poligâmica (quando o esposo e a esposa podem ter mais que um cônjuge). O casamento de uma mulher com dois ou mais esposos, como entre os esquimós, chama-se poliandria. Já quando ocorre o casamento de um homem com duas ou mais mulheres dá-se nome de poliginia, como entre os mórmons, os muçulmanos ou ainda algumas comunidades ou etnias africanas (OLIVEIRA, 2003, p. 163). A primeira das imagens que abrem este capítulo é a que retrata a família do seriado norte-americano Os Simpsons e ilustra o modelo de família conjugal ou nuclear. Esse modelo é composto por marido, esposa e filhos. Algumas religiões pregam que este seria o modelo de família que deveria compor a nossa sociedade, mas é fato que há muito tempo já existem outros formatos de família que podem ser monoparentais (quando apenas uma pessoa chefia a família e a sustenta economicamente) ou ainda composta por netos e avós, casais homossexuais femininos e masculinos, dentre outras combinações. Se você já assistiu as aventuras da família Simpsons lembre como essa família se comporta. Como é a relação dos pais (Homer e Marge) com os filhos e filhas (Barth, Lisa e Maggie)? Qual a condição socioeconômica dessa família? É interessante observar como em um mesmo seriado temos vários modelos de família que ilustram as que compõem a nossa sociedade. Além dos Simpsons temos os Flanders, família comandada por Ned Flanders Jr. que é viúvo e pai de dois filhos. Este é um exemplo de família monoparental, isto é, quando apenas um indivíduo Imagem 04 - Família Flanders do seriado norte- americano Os Simpsons. Disponível em http://simpsonsworld.blogia.com/. Acesso em 19 de abr. 2014.
  • 27. 27 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 é responsável legal pelos filhos. Ah, lembre ainda que essa família mantém uma relação com a igreja, instituição sobre a qual discutiremos adiante. Atenção! É importante atentar para o fato de que muitas televisões brasileiras exibem esse seriado como indicado para o público infantil, o que na verdade não é. Outra instituição da qual trataremos neste texto é o Estado: uma instituição social que historicamente foi sendo construída para regular a sociedade através de normas e formas de controle organizadas através da lei. Isso marca uma diferença em relação à igreja e à família, pois embora elas também construam regras e busquem organizar a vida em sociedade, a primeira impõe dogmas e preceitos religiosos para seus seguidores e fiéis e a segunda coloca regras que irão atingir os membros da família e não necessariamente a sociedade como um todo. O Estado, assim, tem como uma das suas características a generalidade das suas formas de controle, isto é, elas buscam atingir toda a sociedade. Mas é preciso deixar clara ainda uma diferença importante entre Estado e governo. O Estado é uma estrutura abstrata que se constitui formalmente a partir das leis. Por exemplo, o Estado brasileiro se constitui hoje a partir da Constituição Federal, a lei maior que organiza a nossa sociedade, que foi promulgada em 1988. Mas a primeira Constituição do Estado brasileiro foi assinada por D. Pedro II em 1824. Segundo Pérsio Santos de Oliveira (2003), o Estado é composto de três elementos: Território: refere-se ao espaço físico sobre o qual o Estado exerce suas leis; População: que é composta pelos habitantes que vivem no território; Governo: é um grupo de pessoas eleitas para exercerem o poder público através do momento em que assumem funções nos órgãos e instituições oficiais do Estado. E então leitor, notou a diferença? Pode-se dizer que o Estado não existe, pelo menos materialmente. Ele é abstrato e para que se torne efetivo e influencie na vida das pessoas é preciso que exista um governo, que é o grupo de pessoas que irá pôr em prática as leis e as formas de controle e proteção da sociedade. Na imagem 02, que abre este capítulo pode-se ver o símbolo da justiça, que está presente em Brasília, como representativa do poder judiciário brasileiro. Você sabe quantos e quais são os juízes que atuam no Supremo Tribunal Federal (STF)? Você sabia que essa é a maior instituição brasileira no que se refere à justiça? Cabe ao STF zelar o cumprimento da Constituição Federal. O Estado é composto pelos poderes executivo, judiciário e legislativo. A imagem 02 ilustra apenas um desses poderes, o judiciário. Pesquise sobre os demais e saiba como eles funcionam. Isso tem muita relação com os temas que essa competência deseja que o estudante conheça. Por fim, a última instituição que nos propomos a debater é a igreja: uma instituição social que, no Ocidente, corresponde a algo que é comum a todas as sociedades: a religião. No entanto, o filósofo Michel Foucault aponta que a única religião, no Ocidente, construída enquanto igreja foi o cristianismo. Por isso, consideremos o termo “igreja” aqui não na intenção de generalizar todas as religiões. Em todos os tempos os homens desenvolveram formas diferentes de religiosidade e contato com o sagrado. Para a antropóloga Ruth Benedict (apud OLIVEIRA, 2003) a religião é diferente de outros fenômenos sociais pelo fato de que
  • 28. 28 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 outras instituições são fruto de uma necessidade muitas vezes física do ser humano, enquanto a religião não é fruto de uma necessidade desse tipo. Ao longo do tempo a religião vem passando por muitas transformações, principalmente após o Iluminismo que, no século XVIII, questionou as bases do pensamento teológico e quis pôr em evidência a razão, não mais a fé. Com isso a religião foi tendo sua influência nos espaços públicos de decisão cada vez mais reduzida e relegada ao ambiente privado. Certamente você já ouviu a expressão “Estado laico”. Ela significa que o Estado não deve professar nenhuma fé, pois em uma democracia todas as formas de credo devem ser respeitadas. Por isso é perigoso quando um grupo religioso deseja ocupar de forma predominante os espaços de decisão da política. Ao fazer isso muitas outras vozes estarão sendo caladas e, assim, onde vai parar a nossa democracia, na qual todas as vozes precisam ter espaço? Temos no Brasil um governo que é realmente laico? Todas as formas de religiosidade são respeitadas por esse Estado? Vale lembrar que, em alguns momentos históricos, o Brasil foi um país que professava a religião católica como oficial. Na Constituição de 1824, por exemplo, o artigo 5º afirmava o seguinte: “A Religião Catholica [sic] Apostolica [sic] Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico [sic], ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma [sic] alguma exterior do Templo” (Constituição do Império, 1824). Na imagem 03 você pode perceber que há a representação de um indivíduo professando a fé islâmica. Ao falar sobre religião e igreja é importante pensar que existem várias formas crer e todas devem ser respeitadas. O islamismo tem crescido muito do século XX para cá. Mônica Muniz afirma que “com quase um bilhão e meio de adeptos espalhados pelo mundo, os muçulmanos representam perto de 25% da população mundial e não dá mais para dizer que eles não são uma realidade social, política e religiosa. Muito se fala sobre o Islam, mas pouco se sabe sobre ele”. Mas ao mesmo tempo em que o islamismo cresce pelo mundo, ainda são presentes muitos preconceitos em relação a essa religião e um exemplo disso é o fato de muitos a associarem com o terrorismo, a guerra do Oriente contra o Ocidente, os homens- bomba, etc. Busque saber mais sobre que religião é essa e não aceitar tudo o que os jornais ou outros meios de comunicação dizem. Fica a dica! A comunidade islâmica cresce no Brasil, um dos maiores países católicos do mundo, onde “[...] o Alcorão, livro sagrado do islã, atrai cada vez mais adeptos (OLIVEIRA, 2003, p. 172)”. Outra religião que também possui um contingente significativo de seguidores é o Protestantismo que em países como os Estados Unidos da América (EUA) é dominante e no Brasil vem a cada dia se expandindo. Um exemplo disso é a bancada representativa dos evangélicos no Congresso Nacional. Essa é uma questão problemática visto que muitas religiões como o candomblé, umbanda e outras não contam com essa representação política. Encontramos o mesmo problema na questão ambiental, pois a bancada dos ruralistas tem muito mais força dentro desse espaço de poder do que a Frente Parlamentar Ambientalista que, apesar de seu crescimento nos últimos anos, ainda encontra dificuldades na sua atuação.
  • 29. 29 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 REFLEXÃO Os movimentos sociais hoje: a igreja, o Estado e a família sendo postos em questão Vamos ver agora como alguns movimentos têm exigido, ao longo do tempo, que a família, a igreja e, principalmente, o Estado mudem sua forma de lidar com as diferenças. Mas uma pergunta inicial é interessante tentar responder: o que é um movimento social? Historicamente várias manifestações questionaram o status quo das sociedades e provocaram transformações. As revoluções burguesas do século XVII foram importantes na construção do mundo contemporâneo, pautando princípios como liberdade, igualdade e fraternidade, tendo o capitalismo como sistema econômico e as liberdades individuais como pontos importantes. A socióloga Maria da Glória Gohn aponta que um dos elementos que caracterizam os movimentos sociais é que eles são formas de renovação social e produzem saberes na medida em que atuam. Os movimentos sociais criam possibilidades de organização da população para buscar a realização de objetivos e a superação de certas necessidades vividas coletivamente. Na ação prática, os movimentos “variam de simples denúncias, passando pela pressão direta (mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios à ordem constituída, atos de desobediência civil, negociações etc.) até as pressões indiretas” (GOHN, 2011, p. 333). Atualmente a internet é um espaço de reinvindicação social e um meio eficaz na organização de mobilizações, passeatas e outras formas de pressão social. No Brasil, em junho de 2013, tivemos um exemplo da força da internet na divulgação e estímulo das pessoas para participarem das passeatas nas cidades. Outros momentos como o Occupy Wall Street e a Primavera Árabe também têm essa característica, retirando as pessoas “da segurança do ciberespaço”, pois “pessoas de todas as idades e condições passaram a ocupar o espaço público, em um encontro às cegas entre si e com o destino que desejam forjar, ao reivindicar seu direito de fazer história – sua história -, em uma manifestação da autoconsciência que sempre caracterizou os grandes movimentos sociais”. As redes sociais têm mostrado que são rápidas na disseminação de informações e na construção de uma nova forma de participação política. Se antes a urna era a máquina eletrônica usada para o exercício do voto como parte da experiência cidadã, hoje os computadores, tablet‟s, Iphone‟s, Ipod‟s, e celulares são muito Imagem 05 – Occupy Wall Street. Disponível em: http://afinsophia.com/2012/11/page/4/. Acesso em 18 de abr. 2014.
  • 30. 30 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 usados para a cidadania virtual. Como isso pode influenciar as pessoas quando elas forem depositar seus votos na urna em outubro de 2014? Veja as três características de um movimento social: 1ª - ele tem uma „identidade”, pois é formado a partir de valores, conceitos e direitos com os quais se identifica e nos quais acredita; 2ª - tem um “opositor”, isto é, outro grupo social ou conjunto de ideias que são contrários ao que ele defende; 3ª – tem um projeto de vida e de sociedade e é para pôr em prática esse projeto que são realizadas diferentes ações. Vamos a um exemplo. O movimento comunista baseia-se na ideia de que os bens da sociedade não podem ser apropriados individualmente na obtenção de lucros, mas que devem ser socializados com toda a população. É com base nessa ideia que ele constrói a sua identidade. O comunismo tem o capitalismo como seu principal opositor, já que ele prioriza a manutenção da sociedade dividida em classes sociais e baseada no lucro, no qual quem trabalha não detém os meios de produção. Por exemplo, um funcionário de uma indústria não é dono dos materiais, equipamentos e recursos que usa para o seu trabalho. Ele apenas vende a sua força de trabalho em troca do salário que receberá no fim do mês. O comunismo é mais um movimento social dentro de muitos outros que existiram e existem hoje em dia. Um dos movimentos recentes que atraiu a atenção da mídia é o Occupy Wall Street, iniciado em 2011 na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Inspirado nas revoltas do Oriente Médio e nas acampadas do Movimento dos Indignados, na Espanha, é uma voz que tem criticado as consequências da crise financeira dos EUA que começou em 2008 (ARAÚJO, 2011, p. 01). Os manifestantes passaram a ocupar a Praça Zuccotti em 17 de setembro de 2011, situada em Wall Street, Manhattan, que é considerado o centro financeiro de Nova York. Um dos principais elementos que tem gerado análise sobre o movimento é que ele ganhou uma repercussão muito grande, ocorrendo em outras cidades dos EUA. Essa grande mobilização da população tem chamado a atenção porque os EUA, segundo Daniel Teixeira C. Araújo, não é um país com histórico de grandes mobilizações de massa, exceto no período da crise de 1929. Isso aponta que está ocorrendo uma grande crise institucional nessa nação, pois o Estado não tem sabido lidar com as consequências da crise financeira que vem desde 2008. Nesse momento, e em outros, o Estado, como representante dos interesses da maioria, é questionado e precisa dar uma resposta ao povo, demonstrando claramente como irá enfrentar essa situação tensa. Dentro desse contexto há ainda as várias manifestações sociais que surgiram a partir da chamada Revolução de Jasmin iniciada na Tunísia em 2010 e finalizada no ano de 2011 com a derrubada do ditador que governava aquele país. Essa desencadeou o processo conhecido como Primavera Árabe que se refere ao conjunto de manifestações sociais ocorridas em nações do Oriente Médio e da África, como o Marrocos e o Egito. Nesses
  • 31. 31 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 “[...] a população foi às ruas para derrubar ditadores ou reivindicar melhores condições sociais de vida” (PENA, 2013). No Brasil os movimentos sociais têm uma longa história. Desde o período colonial que uma série de revoltas e motins aconteceu com a finalidade de questionar os privilégios da Coroa portuguesa. Aquele momento foi marcado por conflitos entre paulistas e emboabas (Minas Gerais), comerciantes e plantadores na Guerra dos Mascates (1710-1711), dentre outras situações de tensão. Uma diferença histórica importante é que na colônia havia um “motim” quando era rompido o acordo pelo aumento de impostos ou abuso de poder por parte das autoridades da época. Atualmente no Brasil ocorreram as chamadas “Jornadas de Junho”, em 2013, e levaram milhões de pessoas para as ruas, com o intuito inicial de protestar contra o aumento na passagem do transporte público em diferentes cidades. Posteriormente passaram a reivindicar melhores condições de educação, saúde e segurança pública, ficando claro que a luta não era “apenas por 20 centavos”. TEXTO DE APOIO Movimentos sem direção? Algumas das principais críticas que têm sido feitas tanto ao movimento Occupy Wall Street, nos EUA, quanto às Jornadas de Junho, no Brasil, refere-se ao fato de que estes movimentos não teriam um programa definido, ou seja, que eles não teriam um objetivo claro. No entanto é preciso que tenhamos cuidado com esse tipo de crítica se ela for feita no sentido de menosprezar as ações coletivas que têm ocorrido. Em relação ao movimento nos EUA, o filósofo esloveno Slavoj Zizek aponta que ele tem duas características importantes: a primeira delas é que ele demonstra o “descontentamento com o capitalismo enquanto sistema” e o segundo aspecto refere-se ao fato de que houve a percepção de que a “forma institucionalizada da democracia representativa multipartidária não é suficiente para combater os excessos capitalistas, isto é, a democracia precisa ser reinventada” (ZIZEK, 2012, p.92, grifos no original). Sobre o fato da manifestação não ter uma proposta firme Zizek comenta sobre a particularidade desse movimento que foi o fato dele mostrar que a linguagem do povo pareceu ser impotente para expressar as suas necessidades e vontades diante da imensa exploração a que a população vem sendo submetida historicamente. Nesse sentido, podemos pensar também sobre as manifestações de junho de 2013 no Brasil. Será mesmo que a manifestações foram sem sentido? Quem tem dito isso? Na verdade, como diz Zizek, os manifestantes não entraram no jogo da retórica política, ou seja, no jogo de negociação. Negociar, nesse sentido, seria entrar no jogo de quem tem o poder político e possivelmente iria (e irá) fazer de tudo para abafar o movimento. Estes movimentos estão acontecendo ainda, seus efeitos estão sendo construídos no tempo presente e cabe a cada um de nós ficarmos atentos para eles e compreender a sua lógica. É
  • 32. 32 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 bom não comparar os movimentos de hoje com os do passado, buscando neles o que lhes pode faltar. Vamos ver, ao contrário, o que estes movimentos têm de novo? Um exemplo interessante de movimento social que atua contra a globalização econômica e que vem usando as redes sociais como forma de divulgação de suas ideias e para fazer com que pessoas se associem aos seus projetos é o dos zapatistas, no México. De acordo com o sociólogo Manuel Castells os zapatistas são, basicamente, “camponeses, a maioria índios tzeltales, tzotziles e choles, em geral oriundos das comunidades estabelecidas desde a década de 40 na floresta tropical de Lacandon, na fronteira com a Guatemala” (CASTELLS, 1999, p. 98, grifos no original). O Exército Zapatista de Libertação Nacional é considerado a primeira guerrilha informacional, pois usa a internet para denunciar e combater a exploração econômica e política. A imagem 07 evidencia que há uma rede mundial de apoio aos zapatistas. Qualquer indivíduo pode aderir à sua causa através da internet e fortalecer a rede de apoio e solidariedade. É bom lembrar... A competência de área 03 espera que o estudante compreenda não apenas os movimentos atuais e como eles têm provocado mudanças nas instituições, mas também que pense isso ao longo do tempo. Dessa forma, é importante lembrar que durante o período imperial houve a efervescência de inúmeros movimentos sociais que se caracterizavam de diferentes formas. Alguns se referiam apenas a conspirações que não se efetivaram na prática, outros foram desencadeados por diferentes motivos sejam eles de cunho econômico, político, religioso ou social. Entre esses movimentos podemos citar a Revolução Praieira (1848-1849) ocorrida na província de Pernambuco envolvendo no conflito dois grupos políticos com diferentes interesses: os liberais e os conservadores. A Revolução Farroupilha (1835-1845) ocorrida na província de São Pedro do Rio Grande do Sul que tinha no início um caráter elitista, já que envolvia uma disputa entre os caramurus e os chimangos, mas que posteriormente envolveu algumas camadas populares. A Cabanagem (1835-1840) foi outro movimento que envolveu cabanos, negros, tapuios e índios que protestavam contra a situação na qual a província de Imagem 06 – Disponível em http://txiapas.wordpress.com/2012/07/29/eco-mundial-en-apoyo-a-ls-zapatistas-justicia- y-libertad-para-san-marcos-aviles-y- francisco-santiz-lopez/. Acesso em 20 de abr. de 2014. Imagem 07- Revolução Praieira. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiab/revolucao-praieira.htm. Acesso em 20 de abr. 2014. Imagem 08- Cabanos invadindo e ocupando a cidade de Belém. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/cabanagem.htm. Acesso em 20
  • 33. 33 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Grão-Pará estava inserida naquele período marcada pela fome e proliferação de doenças. Grande parte dos envolvidos foi morta, estima-se que cerca de 30 a 40% da população de 100 mil habitantes do Grão-Pará tenha morrido nesse conflito. A Sabinada (1837-1838), ocorrida na província da Bahia, envolveu sujeitos pertencentes a camadas médias de comerciantes, militares e outros que criticavam os privilégios concedidos aos portugueses sendo esses aqueles que controlovam grande parte das atividades comerciais e assumiam deliberadamente cargos públicos. Os movimentos sociais ocorridos ao longo do período imperial evidenciam o quanto essas manifestações se diferenciam, apesar de serem unidas pelo sentimento de insatisfação, no tocante aos sujeitos envolvidos, nos resultados obtidos e nas suas reinvindiações. Diversidade que existe dentro de um mesmo movimento, como exemplo disso podemos citar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Esse movimento surgiu na década de 1980 a partir das Ligas Camponesas que tiveram seu auge de atuação entre os anos de 1950 a 1960. É um movimento de diferentes facetas, atuando em diversas regiões a partir das demandas regionais. No caso de grande parte dos estados do Norte do país esse movimento reinvindica questões acerca das terras desmatadas pela expansão no cultivo de soja; em outros estados, como São Paulo, refere-se à grilagem de terras por parte de multinacionais; há ainda campanhas como a intitulada Fechar escola é crime! que afirma ter o objetivo de [...] defender que a educação pública que seja um direito de todos os trabalhadores. Para que isso se concretize, é importante mobilizar comunidades, movimentos sociais, sindicatos, enfim toda a sociedade para se indignar quando uma escola for fechada e lutar para mudar esta realidade . Movimento dos trabalhadores rurais sem terra. Disponível em http://www.mst.org.br / . Acesso em 20 de abr. 2014. e a que busca investigar possíveis crimes de racismo e homofobia cometidos pela bancada ruralista em relação a indígenas e quilombolas. Além disso, há em alguns espaços a associação desse movimento com entidades políticas como fica evidente na CPMI instaurada em 2009 para investigação de repasses de recursos públicos a líderes desse movimento. Vale lembrar que, assim como esse movimento temos outros que também se associavam e se associam a entidades políticas. Mas há também outros movimentos que aconteceram ao longo da história do Brasil. No começo do século XX, por exemplo, aconteceu um movimento conhecido como Revolta da Vacina, em 1904. Essa revolta consistiu na resistência da população ao modo violento como o
  • 34. 34 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Imagem 10 – Marcha da família em Recife reúne seis pessoas. Disponível em: http://www.portalafricas.com.br/marcha-da-familia-reune-6-pessoas-em- recife/#.U1PRuRtOXIU. Acesso em 20 de abr. 2014. governo quis colocar em prática a sua política de higiene e saúde pública dirigida por Oswaldo Cruz. Lembremos que naquela a época o Rio de Janeiro enfrentava epidemias de peste bubônica, febre amarela e varíola. A resistência da população aconteceu motivada por uma questão moral. Para José Murilo de Carvalho, naquele momento, o Estado passava a querer dominar e atuar sobre os corpos das pessoas e como até aquele momento cabia ao pai, chefe de família, ordenar como os corpos de seus familiares deveriam ser medicados e higienizados, a resistência aconteceu porque foi como se o Estado estivesse intervindo em uma coisa que não seria da sua alçada (CARVALHO, 2005). Isso demonstra algo que a competência 03 e a habilidade 13, especificamente, propõem para pensarmos: a relação de choque e tensão entre duas instituições sociais: o Estado e a família, por exemplo. Pesquise sobre esse movimento e outros, como a Revolta da Chibata, Guerra de Canudos que marcaram o período inicial da República. Na República Nova temos a eclosão do movimento militar em 1964 que, através de um golpe, depôs o então presidente da República, João Goulart, e assumiu o poder. É interessante refletir que o golpe empreendido em 1964, contou com o apoio, além de setores militares, de outros segmentos da sociedade, como alguns jornalistas e integrantes dos partidos, UDN (União Democrática Nacional) e PSD (Partido Social Democrático), incluindo também setores de órgãos da mídia. Por isso o golpe não foi apenas militar, mas também civil. Assim, “[...] pode-se dizer que a sociedade civil, como um todo, posicionou-se totalmente favorável ao golpe militar de 64, apoiando e aplaudindo os líderes do movimento, considerados os restauradores da ordem, os guardiãs da democracia” (CITADINO, 1998, p. 162). Temos, portanto, uma associação positiva da imagem das forças armadas que tomaram o poder através do golpe. Essas são vislumbradas como as restauradoras da ordem, que a nação estaria sendo redemocratizada e afastada do “perigo vermelho”. Essa aceitação por grupos sociais aparece nas “Marchas da Família com Deus Pela Liberdade” nos anos 70 e 80 e envolveram os conservadores, apoiados por setores da igreja católica que assim como fizeram durante o Estado Novo, apoiaram um regime autoritário naquele primeiro momento. Manifestação essa que atualmente, 50 anos após a deflagração do golpe, alguns indivíduos têm tentado retomar, acreditando que uma volta ao sistema ditatorial seria a solução para os atuais problemas do país. Imagem 09 – Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/marcha-da-familia-2014- vira-motivo-de-piadas-nas-redes- sociais.html. Acesso em 20 de abr. 2014.
  • 35. 35 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Porém tal movimento é desacreditado e duramente criticado, haja vista o fato de ser é fundado em uma concepção que evidencia o desconhecimento do passado histórico de nosso país e tantos outros que foram duramente afetados por todos os males que um sistema ditatorial traz para uma sociedade, mas deve se salientar que tal movimento é alarmante visto que tudo “(...) que visa interromper o processo democrático é nocivo. Os movimentos totalitários do século XX na Europa começaram com centenas de pessoas e terminaram com milhões nas ruas” (FARAH, 2014). Fiquem todos bem atentos (as)! APRENDA FAZENDO APRENDA FAZENDO QUESTÃO 29 (ENEM 2010) A política foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem. VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996. QUESTÃO 18 (ENEM 2011) Na década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ação dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de práticas democráticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O diálogo, o confronto e o conflito tem sido os motores no processo de construção democrática. SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participação e possibilidades das práticas democráticas. Disponível em: http//www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado). Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construção democrática, porque A) determinam o papel do Estado não transformações socioeconômicas; B) aumentam o clima de tensão social na sociedade civil; C) pressionam o Estado para o atendimento das demandas da sociedade; D) privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detrimento das demais; E) propiciam a adoção de valores éticos pelos órgãos do Estado. Confira algumas dicas de estudo de Matheus Prado para essa competência: 1. Na música “Meu Guri”, de Chico Buarque, é apresentada a história de uma pessoa que possui alguns conflitos com a lei. Analise atentamente a letra da música, buscando identificar qual relação que a mulher e o homem da música tinham com o Estado. 2. O Brasil, a Rússia, a Índia e a China têm se organizado mundialmente em defesa de alguns interesses. A união desses países é conhecida como BRIC‟s. Procure entender melhor esta união, quais seus interesses e quais ações já praticaram. 3. Em 1980, o presidente Lula dirigia um sindicato e foi preso. Procure saber os motivos de sua prisão. Hoje ele poderia ser preso pelos mesmos motivos? O que aconteceu com a lei que na época possibilitou sua prisão? Veja mais em: http://ultimosegundo.ig.com.br/colunistas/mateusprado/estado-e-direito-sao- tema-da-prova-de-humanas-no-enem/c1597262563844.html. Acesso em 19 de abr. 2014.
  • 36. 36 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 SAIBA MAIS... SAIBA MAIS O vídeo produzido pela Abril Editora referente ao curso preparatório Pré-ENEM apresenta a discussão conduzida pelo professor Marcelo Hansen em relação a forma como os movimentos sociais são cobrados na prova de Ciências Humanas do ENEM. São respondidas questões como: O que são os movimentos sociais? Como esses são caracterizados? Quais são os principais movimentos da atualidade? Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=bVWCdgvSnuA. Acesso em 19 de abr. 2014. Veja a palestra “Manifestações sem direção”, na qual o sociólogo Demétrio Magnoli reflete sobre as diferenças das jornadas de junho de 2013 em relação a outras manifestações que ocorreram no Brasil ao longo de sua história. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=69Ja5FDg3bo. Acesso em 20 de mai. 2014. O documentário brasileiro “O dia que durou 21 anos”, que estreou em 2013, é dirigido pelo cineasta mexicano Camilo Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política? A) A distribuição equilibrada do poder. B) O impedimento da participação popular. C) O controle das decisões por uma minoria. D) A valorização das opiniões mais competentes. E) A sistematização dos processos decisórios.
  • 37. 37 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Tavares e retrata os bastidores do golpe militar de 1964. Enfatiza tanto o apoio norte-americano ao movimento ditatorial quanto os conflitos políticos, econômicos e sociais que envolveram esse período histórico. O filme intitulado “O ano em que meus pais saíram de férias” estreou nas telas de cinema em 2006. Ele é dirigido por Cao Hamburguer e retrata a estória de Mauro, um garoto de 12 anos que na década de 1970 tem sua vida completamente transformada pelo regime ditatorial. A partir desse filme podemos perceber como algumas das instituições que discutimos nesse capítulo são impactadas pelos interesses de determinados grupos sociais. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=fnrhYwuxaTs. Acesso em 19 de abr. 2014. RESPOSTAS COMENTADAS REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2005. QUESTÃO 29 – A questão condiciona a resposta à interpretação do excerto proposto. Segundo o texto, nos dois momentos da história da política, o poder de decisão nas sociedades, com ou sem legitimação das maiorias, é restrito a grupos organizados que representam minorias dominantes. Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/enem-2010-questao-29- ciencias-humanas-prova-azul-607687.shtml. Acesso em 19 de mai. 2014. Alternativa correta: Letra C QUESTÃO 18 – O texto trata da importância das Organizações Não Governamentais (ONGs) que, ao lado de outros movimentos sociais, têm sido um motor do processo de consolidação da democracia. Tais organizações contribuem para a conscientização e mobilização da sociedade em torno de determinados temas e demandas. Além disso, criam um canal de diálogo (eventualmente conflituoso) com as instituições do Estado. Assim, as ONGs formam grupos de pressão que impulsionam a ação dos agentes públicos para o atendimento das reivindicações sociais. Disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/enem-resolvido/Q18.pdf. Acesso em 19 de abr. 2014. Alternativa correta: Letra C
  • 38. 38 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 ARAUJO, Daniel Teixeira da Costa. Ocuppy Wall Street e a crítica da representação política. Disponível em: http://www.pucminas.br/imagedb/conjuntura/CNO_ARQ_NOTIC20120117150026.pdf?PHPSESSID=9787a3b1e70db8e27538927fc3299251. Acesso em 18 de abr. 2014. BRASIL. Constituição política do Império. Promulgada em 25 de março de 1824. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm. Acesso em 19 de abr. 2014. CARVALHO, José Murilo de Carvalho. A construção nacional (1830-1890). Fundação Mapfre: Objetiva, 2012. CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro ou a República que não foi. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. CASTELLS, Manuel. A outra face da terra: movimentos sociais contra a nova ordem global. In. O poder da identidade. Tradução de Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999, pp. 93- 123. CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2006. CITADINO, Monique. Impactos do Golpe militar. In: Populismo e golpe de estado na Paraíba (1945-1964). João Pessoa, PB: EDUFPB/Ideia, 1998, pp. 135-179. DEL PRIORE, Mary. Motins e rebeliões na colônia. In. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003, pp. 134-207. FARAH, Tatiana. 50 anos depois, conservadores tentam reeditar „Marcha da Família com Deus Pela Liberdade‟. Disponível em http://oglobo.globo.com/pais/50-anos-depois-conservadores-tentam- reeditar-marcha-da-familia-com-deus-pela-liberdade-11918175#ixzz2zR54DIH2. Acesso em 20 de abr. 2014. FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. Disponível em: http://www.passeidireto.com/arquivo/1672841/o-sujeito-e-o-poder-em-michel-foucault. Acesso em 20 de mai. 2014. GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 47, mai-ago. 2011, pp. 333-361. MUNIZ, Mônica. O crescimento do. Islam e o Taleban. Disponível em http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=230. Acesso em 18 de abr. 2014. OLIVEIRA, Pérsio Santos de. As instituições sociais. In. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2003, pp. 161-179. PENA, Rodolfo Alves. Primavera árabe. Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/primavera-Arabe.htm. Acesso em 19 de abr. 2014. PRADO, Matheus. Estado e Direito são tema da prova de Humanas no Enem. Disponível em http://ultimosegundo.ig.com.br/colunistas/mateusprado/estado-e-direito-sao-tema-da-prova-de- humanas-no-enem/c1597262563844.html. Acesso em 19 de abr. 2014. RIVERO, Mónica Beatriz; ARTIGAS, Soledad; BENITEZ, Natalia. Reinventar ciudadanías – horizonte ético-político de las prácticas sociales. Acción Educativa, 2007. SOUSA SANTOS, Boaventura de. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007. SILVA, Júlio César Lázaro da. Retrospectiva sobre os Movimentos no Mundo Árabe - Parte I Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/retrospectiva-sobre-os-movimentos-no-mundo- arabe-parte-i.htm. Acesso em 19 de abr. 2014. __________________. Retrospectiva sobre os Movimentos no Mundo Árabe - Parte II Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/retrospectiva-sobre-os-movimentos-no-mundo-arabe- parte-ii.htm. Acesso em 19 de abr. 2014. ZIZEK, Slajov. Ocuppy Wall Street, ou O silêncio violento de um novo começo. In. O ano em que sonhamos perigosamente. Tradução de Rogério Bettoni. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2012, pp. 81- 95. Análise da Livraria da Folha sobre a obra “Redes de indignação e esperança” de autoria de Manuel Castells. http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/2013/08/1326828-autor-apresenta-analise- sobre-movimentos-sociais-na-era-da-internet-leia-trecho.shtml. Acesso em 19 de abr. 2014.
  • 39. 39 Ano I- Volume I – Nº 2 – jul./dez. 2014 ISSN 2358-4971 Diálogos sem fronteira: movimentos sociais no Brasil atual. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=q1-uZHbuFvg. Acesso em 19 de abr. 2014. Movimentos sociais. Dica Pré-Enem. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=bVWCdgvSnuA. Acesso em 19 de abr. 2014. Movimento dos trabalhadores rurais sem terra. Disponível em http://www.mst.org.br/. Acesso em 20 de abr. 2014. Imagem 01 - Disponível em: http://sociologiamelhormateria.blogspot.com.br/2011/04/instituicoes- sociais.html. Acesso em 17 de abr. 2014. Imagem 02 - Disponível em: http://www.ufo.com.br/blog/pedrodecampos/30-crimes-contra-a-honra- na-internet. Acesso em 17 de abr. 2014. Imagem 03 - Disponível em: https://www.10emtudo.com.br/artigo/religiao-islamica/. Acesso em 17 de abr. 2014. Imagem 04 - Família Flanders do seriado norte-americano Os Simpsons. Disponível em http://simpsonsworld.blogia.com/. Acesso em 19 de abr. 2014. Imagem 05 – Ocuppy Wall Street. Disponível em: http://afinsophia.com/2012/11/page/4/,. Acesso em 18 de abr. 2014. Imagem 06 – Disponível em http://txiapas.wordpress.com/2012/07/29/eco-mundial-en-apoyo-a-ls- zapatistas-justicia-y-libertad-para-san-marcos-aviles-y-francisco-santiz-lopez/. Acesso em 20 de abr. 2014. Imagem 07 - Revolução Praieira. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiab/revolucao- praieira.htm. Acesso em 20 de abr. 2014. Imagem 08- Cabanos invadindo e ocupando a cidade de Belém. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/cabanagem.htm. Acesso em 20 de abr. 2014. Imagem 09 – Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/marcha-da-familia- 2014-vira-motivo-de-piadas-nas-redes-sociais.html. Acesso em 20 de abr. 2014. Imagem 10 – Marcha da família em Recife reúne seis pessoas. Disponível em: http://www.portalafricas.com.br/marcha-da-familia-reune-6-pessoas-em-recife/#.U1PRuRtOXIU. Acesso em 20 de abr. 2014.