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COMO CRIAR
     GALOS
  COMBATENTES




TODO O MANUSEIO AQUI INDICADO É APENAS PARA A
MANUTENÇÃO E CRIAÇÃO DOS GALOS COMBATENTES E
NÃO UM INCENTIVO PARA O PREPARO DE GALOS DE RINHA.


Apostila prática
Autor: prof. Ronnyeri
1                                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



ÍNDICE

Introdução........................................................................................2
1. RAÇAS..........................................................................................4
2. MELHORAMENTO GENÉTICO....................................................7
2.1 FORMAÇÃO DO GENÓTIPO DO CRIADOURO...................17
2.1.1 SELEÇÃO GENÉTICA...........................................................18
2.1.2 CRUZAMENTOS PARA A FORMAÇÃO DO GENÓTIPO DO
CRIADOURO...................................................................................19
2.2 REPRESENTAÇÃO GRAFICA DOS CRUZAMENTOS...........23
2.3 COMENTARIO SOBRE O CAPÍTULO.....................................26
3. CRIAÇÃO....................................................................................27
3.1 SELEÇÃO DOS REPRODUTORES.........................................27
3.2 CRUZA......................................................................................28
3.3 HIGIENE....................................................................................29
3.4 CUIDADOS COM OS PINTOS..................................................30
3.5 VACINAÇÃO.............................................................................31
3.6 ALIMENTAÇÃO........................................................................31
3.7 CALOR......................................................................................31
3.8 ESPAÇO....................................................................................31
3.9 PROGRAMA DE VACINAÇÃO.................................................32
4. TREINAMENTO .........................................................................34
5. CLASSIFICAÇÃO.......................................................................38
6. ALIMENTAÇÃO..........................................................................41
6.1 VITAMINAS IMPORTANTES PARA AS AVES........................41
6.2 ALIMENTAÇÃO DURANTE O TREINAMENTO......................43
6.3 CUIDADOS ESPECIAIS...........................................................43
6.4 CUIDADOS APÓS O COMBATE.............................................44
6.5 ALIMENTAÇÃO APÓS O COMBATE......................................44
7. DOENÇAS...................................................................................45
8. MEDICAMENTOS.......................................................................50
9. O SEGREDO DO SUCESSO......................................................51
2                                COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



Introdução




       Desde tempos muito remotos o combate de galos existe. Na
época áurea do Império Romano, serviam como exemplo para os
gladiadores, como espelho de valentia e destreza. Este esporte
vem, portanto, passando de geração a geração, como parte da
cultura de muitos países.
       Muitos outros assuntos são mais urgentes, por desafiar
diuturnamente a justiça e a lei. Já o combate entre os galos é uma
paixão nacional enraizada em nossa cultura desde seu nascimento.
Os criadores não formam bandos de criminosos que constroem um
Estado paralelo que inclusive ataca, infiltra-se e corrompe o Estado
constituído, como observamos com o tráfico, por exemplo.
       Esta ave não pertence à nossa fauna, nem tampouco é
maltratada. Pelo contrário, os galos são tratados como atletas, com
alimentação que poucos têm em sua mesa. Não existe a mínima
possibilidade de criá-los em bandos, visto que, devido à sua índole
combativa, lutam até a morte.
       Desta forma, com a propalada criminalização do esporte em
tela, além de haver o efeito contrário ao desejado, a saber, a
extinção da espécie, o desemprego de várias famílias que vivem
desta prática se abaterá sobre a sociedade. Estudos feitos por Dr.
3                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



Paulo José Morais (Maceió) atestam que a briga de galo é a 3ª
paixão nacional, só perdendo para o futebol e o carnaval.
      É de se ressaltar ainda como louvável tentativa de
manutenção deste esporte o projeto de Lei do deputado federal
Fernando de Fabinho (BA) que afirma não ser crime a competição
entre animais (Revista Consultor Jurídico, 29 de outubro de 2004).
Eles combatem em igualdade de condição (peso, altura e um
regulamento com juiz para a avaliação e o tempo de luta
determinado). Não existem os maus-tratos tão divulgados. É preciso
que a sociedade se conscientize de que os galos lutam por instinto,
os homens por ignorância.
4              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



    1. Raças

                  Aseel

                  Galo atarracado, pesando entre 2 e
                  2,5 kg, de canela grossa, cabeça
                  forte e fronte pronunciada. Nada se
                  compara ao ASEEL em valentia e
                  resistência, usado para combates
                  extensos, pois jamais abandona a
                  rinha. É considerado imbatível em
                  sua categoria e o melhor
                  combatente do mundo no seu
                  sistema de briga.

                  Shamo

                  Possuidor de uma pancada
                  muito forte, o SHAMO
                  geralmente decide o combate
                  logo nas primeiras pegadas,
                  por ser um galo alto e com um
                  pescoço muito resistente, que
                  dificilmente quebra em
                  combate, o SHAMO briga
                  colado ao adversário, não o
                  deixando sequer respirar .
                  É o maior entre os galos de
                  briga, pesando entre 3,5 e 5,5
                  Kg, muitas vezes só encotra
                  adversário se for um outro
                  SHAMO.
5   COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



       Malayo

       O MALAYO é tido por muitos
       como a origem de todas as
       raças de briga. Por ser mais
       lento e assim não proporcionar
       um bom espetáculo na rinha, o
       MALAYO hoje é mais usado
       em cruzamentos com raças
       mais rápidas, resultando em
       um produto de muito vigor,
       prepotência e rusticidade.
       Ave de estatura elevada e
       pernas muito musculosas, o
       galo MALAYO caracteriza-se
       pelas costas curvas, pesando,
       às vezes, até 5 Kg.


       Calcutá

       A resistência com que agüenta
       o castigo é sua principal arma.
       Sua estatura é algo entre o
       Aseel e o Shamo, combinando
       perfeitamente o que há de
       melhor nessas raças.
       Pesando em torno de 3 e 3,5
       Kg, o CALCUTÁ, após haver
       combatido por horas, ainda terá
       forças para aniquilar seu
       oponente com um único golpe
       destruidor.
6   COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



       Satsumadori

       Essa outra raça é o SATSUMA,
       ou galo baioneta, para brigas
       com navalha.




       Combatente brasileiro

       O combatente brasileiro é uma
       mistura de várias raças de
       galos de briga. Esta raça é um
       malaoide com peso entre 2,2
       4,0kg. Tendo nas últimas
       décadas o galo japonês,
       principalmente o shamo,
       contribuído muito para as
       qualidades atuais desta raça.
7                                COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



2. Melhoramento genético


         Muito pouco ou
quase nada se tem escrito
sobre Melhoramento
Genético de galos
combatentes ou mesmo
sobre Seleção Genética.
Temos a impressão de que
os galos combatentes estão
imunes às Leis da Genética
e que não podemos aplicá-
las para melhorar as suas
qualidades.


         Temos verificado entre os criadores o desejo obstinado de
produzir ninhadas a qualquer custo, e isto é muito bom, porém
precisamos aliar aos nossos desejos os Melhoramentos Genéticos
necessários.
          A criação de galos implica num esforço individual, a
medida do êxito depende de sua capacidade para identificar tanto
galo, como galinhas de cria, as características e diferenciar o que
não é essencial.
          O sistema que propõem se basea na contínua e repetida
soma dessas características nos reprodutores, que
independentemente estão ligados por parentesco. O
estabelecimento, a fixação dessas qualidades buscadas, se podem
conseguir mediante uma constante e repetida infusão das mesmas,
sem se importar com a chamada “pureza de sangue”.
          A transmissão de características hereditárias vai mais além
do controle humano e científico. Os mais destacados estudos vão
identificando, classificando e elaborando teorias acerca de muitos
fatores relacionados com a herança genética.
          Não há como precisar com absoluta certeza qual será o
resultado devido a inúmeros fatores que se combinam no universo
dos genes do macho e da fêmea. Conseqüentemente, não se deve
surpreender que as mais avançadas teorias científicas, aplicadas na
prática, resultem em um fracasso, ocasionalmente uma combinação
8                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



não planejada e muito improvável resulte em uma liga
extraordinária, capaz de produzir animais notáveis.
         Podemos afirmar que não há uma fórmula segura para
produzir 100% de galos ganhadores, o que podemos é apresentar
um método que melhore a possibilidade de êxito, atendendo a um
produto cada vez mais com maior qualidade.
         A qualidade de seus galos depende da sua capacidade de
observação para selecionar o melhor e sua perseverança para
continuar apesar dos fracassos, tendo sempre em mente que são
muitos os requisitos para se ganhar as peleas e que há mil causas
para se perder.
         O fator qualidade é só um dos muitos em jogo, mas é um
dos mais importantes, vejamos como aumentar as possibilidades a
esse respeito:


A EVITAR
    A terminação “puro” na forma que é empregada aos galos
combatentes, geneticamente eles não existem.

      Como é possível que um galo ou galinha, que adquiridos de
alguém sejam puros no sentido genético da palavra e por conta
disso seja capaz de transmitir suas características a seus
descendentes com uma certeza infalível?

PREPOTÊNCIA
     Crêem vocês que a aquisição de um galo para cria é fácil?

      Não se enganem, não importa quanto dinheiro gaste, quantos
torneio assista, quantos galistas e criadores conheçam, as
possibilidades de conseguir um galo ideal para cria, em primeiro,
segundo ou terceiro intento são bem baixas.
          A perseverança é um dos primeiros requisitos para um
bom criador.
          Em primeiro lugar o galo tem que ser prepotente, capaz de
transmitir a seus filhos suas próprias e muito destacadas
qualidades. Não há outra forma de averigua-lo se não testando na
cria.
9                                 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



         Não importa quantas maravilhosas atuações tenha tido em
combate, se não transmite a seus descendentes não vale um
centavo como reprodutor.
         O galo ou é prepotente ou não é, não se deve desperdiçar
muito tempo e dinheiro independente da casta. A probabilidade,
digo probabilidade, não certeza que um galo é prepotente aumenta
se dito galo é consangüíneo. Para saber tem-se que aceitar a
versão de quem o criou. Da mesma importância averiguar se seus
irmãos, pais, tios (em ambos os lados) possuem as mesmas
qualidades do galo escolhido para reprodutor.
         Caso haja muitas variantes na família, a probabilidade é
que seus descendentes sejam muito disparelhos.


SAÚDE
      Sadio, robusto, com bom apetite, de estilo de briga fácil e
rápido, sempre alerta e agressivo (com outros galos), paternalista,
cortejador e protetor de galinhas, são algumas das manifestações
mais importantes que um bom galo de cria deve ter.
      A experiência indica que sem saúde é impossível iniciar uma
família duradoura e consistente sem fracassar em curto prazo.
      Sugiro não esquecer este aspecto quando escolher seu
próprio reprodutor.


PODER

     A força deve ser atribuição do pai do galo.
      Esta característica pode-se melhorar cruzando com galinhas
fortes, mas ao aumentar o poder (força), se pode diminuir outras
boas características do galo, reduzindo a influência da linha
buscada.

CORTADOR

       Muito acima na lista de atributos prioritários para um galo de
cria, está o fator cortador (esporeador). Não tendo esta qualidade,
não se deve usa-lo para cria, não importando quantas outras
características possua. Pode ser sadio, de muita coragem, forte
10                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



como um touro, de uma beleza ímpar, etc. etc, não sendo cortador
não interessa para a cria.
      Atentar para galos que fazem a presa e atiram seus disparos
sem perder a atenção. Se observarmos pode-se ver como se
concentram em um determinado lugar da anatomia de seu
adversário (peito, lombo, pescoço, cabeça) e disparam com uma
precisão surpreendente. Não requerem de muitos disparos para
vencer ao adversário.

DEFEITOS

       Caso o galo tenha algum tipo de defeito no seu estilo de
combate, pode ter outras grandes qualidades, mas certamente seu
contricante a encontrará e disso se aproveitará. Os mais graves são
a inclinação da cabeça para baixo.

      Os defeitos podem ser eliminados com o tempo e uma boa
seleção. Porém é praticamente impossível eliminar os defeitos e
reter as qualidades, quando um desaparece, todos desaparecem,
de maneira que ao selecionar um galo de cria assegure-se que o
mesmo não tenha nenhuma debilidade notória que posteriormente
queira eliminar.

CARACTERÍSTICAS DE COMBATIVIDADE
     O que parece é que não há duas pessoas que coincidam a
100% a forma de que o galo deva pelear. Assim depois de terminar
um combate raras vezes se chega a um acordo para se determinar
porque tal galo ganhou e o outro perdeu.

      Quando se trata de analisar como e porque do resultado do
combate, muitas vezes o espectador vê com mais claridade e
realismo do que o galista envolvido, a diferença é que este está livre
de qualquer paixão e prejuízo.

       Por isso é de vital importância que o criador imagine e busque
sempre um “protótipo” do galo ideal quanto a suas características e
estilo de combate.

     Quem não consegue libertar-se dos prejuízos e
sentimentalismo nunca terá sucesso como criador. Falamos de
11                                COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



algumas características básicas para um galo reprodutor como:
cortador (esporeador), classe, poder (vigor), resistência, equilíbrio e
da ausência de defeitos no estilo de combate. Há também um
grande número de qualidades complementares as anteriores que
também devem ser consideradas e avaliadas ao examinar um galo
candidato a reprodutor. Deve-se ter uma lista e a cada ano, ao
formar as cruzas, confronta-las com as características do galo que
se gostaria de cruzar. Muitas vezes nos esquecemos de quanto
elas são importantes. Eis algumas:

1) Rapidez – a rapidez tem várias formas:
   a) Rapidez para aproveitar as oportunidades, os erros do
      adversário durante o transcorrer do combate.
   b) Rapidez para impor-se, dominar e manter o adversário sob
      seu domínio sem que este se acomode.
   c) Rapidez para rebater e repetir pela segunda vez com a
      mesma mordida. É o que os boxeadores chamam de “ Um
      Dois”, com muita freqüência o “Dois” pega o adversário fora
      da posição de defesa.
   d) Rapidez para disparar ao sentir a bicada do adversário.
   e) Rapidez de reflexos, isso pode-se melhorar nos treinamentos
      mas já devem ser herdados, não devemos esquecer.

2) Altura – que pelei alto, é sempre uma vantagem o galo que pelea
por cima. Alguns galos têm na forma natural essa tendência em
contrário com outros que se metem em baixo. Ambos os estilos são
herdados, portanto cuidado com esse aspecto quando analisar um
galo para cria.

3) Alcance – são os galos que primeiro acertam seu adversário. São
capazes mesmo de longa distância, sem presa, de desferir golpes
certeiros. O adversário sofre o golpe com os dois pés ainda no chão
sem conseguir defender-se.

4) Arrematador – alguns galos tendem a afrouxar ao passo que vão
dominando seu oponente. Isso é um mal pois dá ao adversário
oportunidade de recuperar-se. O galo deve sempre aproveitar a
vantagem e não dar descanso, procurando conserva-la,
arrematando o quanto antes seu adversário.
12                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



5) Que não baixe a cabeça – é um defeito sério que devemos
sempre evita-lo.

6) Peleadores, brigadores – galos sempre combativos, sempre
agressivos, disparando seus tiros sem titubear, caindo bem para
voltar a disparar instantaneamente. Acertadores em cada disparo
“galos vivos”, em constante movimento, nunca sendo um alvo
imóvel para seu oponente.

7) Não se atenha – antes de concluir este capítulo, quero enfatizar a
afirmação feita no início, onde dizíamos que não há duas pessoas
que coincidam em suas opiniões. Sugiro não se ater a opiniões de
terceiros. Você que é criador é quem deve em última instância
selecionar o galo para cria, não deixem que outras pessoas em seu
lugar façam isso. Você deve buscar aquelas qualidades que quer
para seus reprodutores. Para superar as promessas é básico que o
veja jogar, só dessa forma poderá analisar adequadamente e
decidir se está a altura do que considera um galo superior.

GOPES DELIBERADOS

      Isto tem muita relação com a pontaria dos tiros. Várias vezes
se vêem uma pelea praticamente definida, quando de repente um
tiro muda tudo.
      Regularmente não há tal sorte, isso demonstra o quão valioso
é este galo que possui esta característica de disparar tal tiro
deliberado. Procure isso em seus reprodutores.

CONSERVAR A FORÇA DOS DISPAROS

      Em muitas ocasiões já vimos um galo bonito, forte, espigado,
saudável, que em poucos minutos de pelea não levanta mais os pés
com a mesma força nem na mesma altura do início do combate.
Comenta-se “falta condição”, “está caído”, a causa verdadeira pode
ser uma atrofia dos músculos e mesmo com axercícios não melhora
muito seu desempenho. Esse defeito é possível de se erradicar
mediante cruzas com galinhas completas, sem essa deficiência.
Evite este sério defeito em seus reprodutores.
13                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



PROPORÇÃO E EQUILIBRIO

       É de grande importância hereditária, para que um galo seja
efetivo em combate que este não tenha defeitos em sua proporção
física e em seu equilíbrio. Igualmente seus filhos podem ser
desproporcionados e em conseqüência pouco efetivos em combate.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

     Muitos ao abordar a criação de galos descrevem as
características físicas que um galo deve possuir. Estes consideram
esses requisitos como de primeira importância.

     Minha opinião é que isto não é o mais importante. Os
competidores de várias modalidades possuem uma variedade de
cores e formas, o que na verdade importa é o seu desempenho. As
características físicas são importantes até certo ponto para que
permitam ao galo atuar com mais facilidade e efetividade.
      Não criamos animais para concurso de beleza, e sim para que
ganhem os combates. Possuir certas qualidades físicas é a garantia
que o galo não estará fazendo um grande esforço contra uma certa
deficiência sua.

CORPO

       O galo deve possuir um corpo arredondado com quilha
relativamente curta, esta conformação lhe confere um bom
equilíbrio. Não deve possuir lombo largo e peito muito pesado. Uma
boa conformação é uma vantagem que proporcionará ao galo
facilidade de movimento.

     Um galo de quilha muito proeminente é sempre pouco efetivo
em seus golpes.

ESPIGA
     Gosto do galo espigado, porém não excessivamente. Sua
espiga deve ter origem no fêmur (coxa) e não na cana da parte
escamosa (canela).

     São os músculos da coxa longa que permitem alcançar seu
oponente a uma maior distância. Igualmente essencial é que
14                                COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



tenham a curva (coxa/canela) em forma pronunciada. Isso parece
ajudar muito na habilidade cortadora.
     Não conheço um galo com patas retas, semelhantes a uma
cegonha, que seja cortador.
     Se o galo é “pata aberta” é um bom sinal, esse aspecto não é
muito bonito, porém quase todos os pata aberta são cortadores.

      Alguns criadores preferem que seus galos tenham o calço
baixo, conferem isso para serem mais pegadores (juntadores).
Provavelmente está certo, mas creio que o mais importante, algo
essencial é que suas pernas estejam colocadas apropriadamente
em forma tal que permita guardar um equilíbrio perfeito.

     Outra coisa que devemos observar é a forma como o galo
caminha. Se põem uma pata perfeitamente reta, frente à outra, de
forma tal que suas pegadas tracem uma linha reta (estilo de
caminhar índio), isso é um bom sinal, se caminha com as patas
separadas semelhante a um “bulldog”, isso não agrada.


OLHOS

       Seguramente existem muito mais coisas além do que vou me
referir em relação aos olhos. Um famoso selecionador de galinhas
para cria, à nível mundial, dedicava mais tempo examinando os
olhos das aves do que qualquer outra parte de sua anatomia. Seus
êxitos eram fenomenais. Segundo ele, os olhos das galinhas devem
ser brilhantes, avermelhados ou roxos, que tomem completamente
a cavidade, que praticamente não haja espaço entre o globo ocular
e esta. Não devem ter olhos claros, isso indica visão pobre e assim
não podem ver bem, principalmente com luz artificial (elétrica).
Podem ser ainda indício de saúde debilitada.
       Assim tomem atenção à forma e a coloração dos olhos de suas aves.
15                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



PENAS

      Qualquer êxito que alguém tenha tido na criação de galos
combatentes, certamente isso ocorreu com animais de penas fortes
e de cor intensa.
      As penas não podem ser excessivamente largas, fosca,
felpudas, brandas ou delgadas que fazem ondas. Este último,
geralmente está associado a uma debilidade em sua constituição.

GENERALIDADES

       Há outras características físicas que seguramente já se ouviu
falar como: cabeça pequena, cauda tal e em qual posição, asas
caídas, etc. Acima disso tudo estão as qualidades demonstradas
em combate e em um nível muito superior. São esses animais que
devem ser levados a reprodutor.
       Todos querem animais bonitos, porém as características e
qualidades para a pelea vêem em primeiro lugar.
       Não é fácil descrever com palavras ou por escrito a
importância dessas características. Em termos gerais, devemos
observar muito a posição das pernas em relação ao tronco, de
forma que o peso do animal fique bem repartido, que não tenha
mais peso para frente do que para trás. Ou seja: se observarmos
um pato veremos que este tem as pernas muito atrás, o qual é ideal
para nadar e não para caminhar e atirar golpes com as mesmas.
Um galo com forma bem repartida lhe proporciona facilidade e
rapidez para fazer seus disparos.
       Há famílias superiores a outras nesse respeito, procure ter
nas suas essa qualidade. Isso refletirá no desempenho de seus
galos.Quando existe esta deficiência na família, é muito difícil
elimina-la.
16                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES




PESO E TAMANHO

     Não gosto de por na cria galos muito pesados. O peso e
tamanho pode ser adequado conforme as galinhas em cruza.

     O galo deve ser ativo e cortador, de preferência com todas as
características físicas já descritas.

     Seu peso e tamanho não é o mais importante e sim sua força
e conformação.
JUVENTUDE x IDADE

      Especialmente quando se trata de reprodutores, sou favorável
à juventude.
       Seguramente já se ouviu falar de um famoso galo que custou
uma fortuna ou de uma galinha que embora já velha venha dando
filhos fenômenos, etc. Tenho muito respeito pelos bons
reprodutores.

      Por experiência, meus melhores galos são frutos de animais
jovens. Já conservei reprodutores por vários anos, o fato é que ano
após ano a qualidade de suas crias vem baixando, por isso, prefiro
para recria os descendentes dos primeiros anos.

     Em minha opinião muitas famílias boas de galos vêm se
perdendo por causa de reprodutores velhos. Procure perpetuá-los
com o uso de exemplares jovens, produto de bons reprodutores.

      Isto é especialmente válido com respeito as fêmeas, que
embora mantenham aspecto de frangas, sua capacidade
reprodutiva vem se deteriorando.Por razão que desconheço os
galos retém por mais tempo a capacidade reprodutiva, as vezes por
toda a vida.Sei que existem exceções à regra, e muita gente poderá
apontar evidências contra essa afirmação. Creiam, isso é minha
experiência.
17                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



2.1 Formação do genótipo do criadouro

      Todos os criadores de galos buscam a formação de um
GENÓTIPO próprio para o seu Criadouro. O Genótipo é a sua
“Marca Registrada”. Para a formação desta “Marca Registrada”
devem simplesmente adquirir aves portadores de herança genética
de sua preferência como ponto de partida para a formação e
desenvolvimento do seu criadouro que se encontra em formação.
Pode-se ainda proceder ao aperfeiçoamento do genótipo adquirido
como forma de tornar-se um criador representante daquela
“Linhagem”, no entanto, a aquisição de genótipos desenvolvidos por
outros criadores como ponto de partida para a criação, tem sido
cada vez mais freqüente entre os criadores por agregarem valor aos
seus descendentes. O desejo de cada um é possuir aves com
características próprias, portanto é indispensável que se faça uma
escolha tecnicamente correta na hora de se adquirir um galo
combatente.

      Buscamos identificar (descobrir) entre os padreadores e
matrizes que dispomos, as melhores combinações de Genes,
(combinações gênicas) capazes de se manifestarem
espontaneamente na progênie. Todo o trabalho é voltado à
investigação e identificação da melhor composição genética que
podemos dispor para a formação do Genótipo do nosso criadouro.
Esta combinação deve atender aos nossos critérios de qualidade já
que dispomos de um plantel (banco genético) e exercemos sobre
ele um total controle, podendo conduzir de forma criteriosa os
cruzamentos definindo quais genes irão compor a progênie de cada
acasalamento. Sabemos que determinada progênie será parecida
com seus pais mediante princípios de hereditariedade e que, os
pais são do jeito que são porque também herdaram qualidades e
defeitos dos seus, logo o processo de hereditariedade se renova a
cada cruzamento e podemos interferir em busca da Composição
Gênica que melhor se enquadre às nossas exigências, podemos
planejar quais fatores genéticos comporão a progênie da próxima
ninhada e que seguramente serão herdados dos Pais.

     Fica claro mediante o exposto que, a qualidade de uma
progênie é determinada por sua herança genética que se
manifestará no momento oportuno e, caberá ao criador selecionar
18                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



os indivíduos mais representativos e portadores dos fatores
genéticos desejáveis para constituírem ao longo do
desenvolvimento da criação o seu plantel.

     A este conjunto de ações planejadas denominamos de
Seleção Genética.

2.1.1 Seleção genética

       Devemos no início da Estação de Cria escolher
criteriosamente o genitor mediante análise do seu genótipo. Este
Galo deverá representar o melhor que podemos conseguir em
termo de “Pedigree” (conjunto de todos os seus ascendentes). Esta
escolha criteriosa deverá garantir a correta combinação de gens
que comporá o genótipo que se pretende produzir. O genitor
escolhido deve ser o mais perfeito representante das qualidades
que o credenciará a desempenhar a meritosa função de padrear
todas as progênies da Estação de Cria; em outras palavras, será
ele o pai de todas as gerações da Estação de Cria em questão.

       Todas as matrizes deverão ser testadas em busca da
identificação daquelas cuja progênie exibirá as boas características
latentes em seu genitor. Cada cruzamento deverá ser lançado em
livro de Registro Genealógico do Criadouro contendo todos os
dados do genótipo do padreador e da matriz envolvida em cada
cruzamento. Efetua-se a resenha das características que se
objetiva conseguir na progênie.

      Sabemos que não existem galos ou galinhas geneticamente
perfeitos, cada ave é composto por boas e más heranças genéticas,
portanto selecionamos aqueles portadores das heranças genéticas
desejáveis e eliminamos da criação os portadores das heranças
indesejáveis, com tais comportamentos estaremos praticando a
Seleção do Plantel.

      Após efetuarmos no final da estação de cria a seleção de
todas as progênies, reservamos as (F-1) irmães de ninho dos
pintinhos machos considerados portadores dos fatores desejáveis
para cruzarmos no ano seguinte com o pai objetivando a fixação
destes fatores. Tal prática nos assegurará após alguns anos a
19                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



formação do Genótipo previamente planejado e geneticamente
estabilizado, podendo ser produzido por várias gerações.

2.1.2 Cruzamentos para formação do genótipo do
criadouro


Efetuamos o Primeiro Cruzamento (F1)
     Ao cruzarmos o Galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente
AxB cumpre-nos observar que a fêmea “B” por ser filha do galo “A”
com uma fêmea “C” já possui 50% de sua genética e 50% da
genética da fêmea “C” que pretendemos eliminar de forma gradual
a medida que prosseguimos com os cruzamentos, vejamos:

CRUZAMENTO DE (AXC).
(PRIMEIRO CRUZAMENTO)

Ao cruzarmos o galo “A” com a Fêmea “C” teremos o seguinte
resultado para os 02 filhotes resultantes:

(AxC) = 50% de A + 50% de C como 50% é a metade, podemos
expressar a equação como sendo:

(AxC) = ½ A + ½ C de onde podemos concluir que ½ A + ½ C é
igual a A/2 + C/2 = (A+C)/2 logo:




      A formula Matemática representa cada um dos indivíduos
resultante do Cruzamento de (AxC) e deve ser anotada no livro de
Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho.

      Chamaremos estes pintinhos de F1, e a fêmea filha deste
cruzamento chamaremos de “B”, logo concluímos que os dois
pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela
20                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



formula que acabamos de desenvolver e possuem 50% do
Genótipo do galo “A” e 50% do Genótipo da fêmea “C” percentual
este representado na formula pelo denominador 2 (metade).

Cruzamento F1
O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente:
(AxF1) compreende os seguintes percentuais no Genótipo
resultante.




Podemos representar o cruzamento de (AxF1) mediante o
Desenvolvimento da formula matemática da seguinte forma:




Pelo demonstrado podemos concluir que:




Logo conclui – se que:
21                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES




CONCLUSÃO

      A formula Matemática representa cada um dos indivíduos
resultante do Cruzamento de (AXB) e deve ser anotada no livro de
Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho.
Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F2 e a
fêmea resultante deste cruzamento de “B2”, logo concluímos que os
dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela
formula que acabamos de desenvolver e possuem 75 % do
Genótipo de “A” e 25 % do Genótipo de “C” logo percebemos que a
cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do
Genitor “A” objetivo principal do Criadouro enquanto decresce o
percentual do Genótipo da Matriz “C” que originou os indivíduos F1
e F2.

CRUZAMENTO - F2

     O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B2” ou
simplesmente: (AxF2) compreende os seguintes percentuais no
Genótipo resultante.
22                            COMO CRIAR GALOS COMBATENTES




Pelo demonstrado podemos concluir que:




LOGO CONCLUI – SE QUE:
23                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



CONCLUSÃO

      A formula Matemática representa cada um dos indivíduos
resultante do Cruzamento de (AXB2) e deve ser anotada no livro de
Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pinto.
Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F3 e a
fêmea resultante deste cruzamento de “B3”, logo concluímos que os
dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela
formula que acabamos de desenvolver e possuem 87,5 % do
Genótipo de “A” e 12,5 % do Genótipo de “C” logo percebemos que
a cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do
Genitor “A” enquanto decresce o percentual do Genótipo da Matriz
“C” que originou os indivíduos F1, F2 , F3... F5. Continuamos os
cruzamentos até a obtenção dos F5 quando atingiremos O
Cruzamento Absorvente.

2.2 Representação gráfica dos cruzamentos

       Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a
representação gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes
“C”, F1, F2, F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico
verificar que à medida que os cruzamentos se sucedem
incorporamos as diversas progênies à genética do Galo “A” sendo
que estas tendem a adquirir 100% do seu Genótipo, fato este
enfatizado pela curva acintosa a linha representativa dos 100%.
Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os
cruzamentos jamais atingiremos os 100%.

FIXAÇÃO DO GENÓTIPO DO Galo “A”
24                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES




OBS:

Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas
cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis
portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procedem-se novas
seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para
obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”.
Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a representação
gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes “C”, F1, F2,
F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico verificar que à
medida que os cruzamentos se sucedem diluímos nas diversas
progênies à genética da Matriz “C” sendo que estas tendem a
perder o seu Genótipo, fato este enfatizado pela curva assíntota a
linha representativa a 0 % que se confunde com o eixo horizontal do
gráfico. Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os
cruzamentos jamais atingiremos os 0%.
25                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



DILUIÇÃO DO GENÓTIPO DA MATRIZ “C”




OBS:

Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas
cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis
portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procede-se novas
seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para
obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”.

     Estes cruzamentos aqui demonstrados promovem a
depuração do plantel em função do Genótipo do “Genitor” definido
como galo “A” e demonstra um direcionamento de cruzamentos
consangüíneos com o objetivo de criar e fixar o “Genótipo do
Criadouro”. Devemos proceder paralelamente o cruzamento dos
melhores filhotes machos com as matrizes que lhes deram origem
como regra básica para produção de filhotes portadores do
“Genótipo Padrão do Criadouro”.
26                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



2.3 Comentário sobre o capítulo

      Temos por finalidade demonstrar e sugerir aos criadores
iniciantes um direcionamento genético dos cruzamentos,
objetivamos a criação de um Genótipo para o seu criadouro, e mais,
evitar os cruzamentos a ermo sem o menor planejamento do que se
pretende obter. Reproduzir o galo em vida doméstica é sem dúvida
um ato elogiável, no entanto corremos o risco de nos
transformarmos em meros “Multiplicadores” se não dermos um
direcionamento genético com a prática da reprodução para
MULTIPLICAR COM QUALIDADE.
27                            COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



3. Criação




      Obviamente, não se pretende aqui fazer uma preleção aos
galistas adiantados que, justamente por usarem tecnologias
modernas como chocadeiras e criadeiras, rotinas de vacinação e
manejo correto além de manterem uma higiene impecável em suas
instalações, estão perfeitamente entrosadas com os modernos
métodos de avicultura. Mesmo porque as diferenças entre as
condições econômicas muitas vezes determinam o futuro de um
plantel.

     O importante não é criar em quantidade, mas com qualidade
e respeito a seus "crioulinhos". Se não se puder possuir 2.000
galos em ótimas condições, procuremos ter apenas o número a
que possamos realmente dispensar os melhores cuidados
possíveis.

Existem fundamentos que são indispensáveis em qualquer criação:

3.1 Seleção dos reprodutores
      Todos os galistas buscam a cada temporada melhorar o seu
plantel e para isto é indispensável uma escolha perfeita dos
reprodutores.
28                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES




      A parte mais
complicada nesta
seleção é sem duvida
alguma escolha da
matriz, pois não
sabemos como é a
briga do animal, se usa
esporas, se é boa de
boa ou raça.

      Então para escolher uma boa matriz é imprescindível
sabermos a procedência do animal, quem é a mãe, o pai e se os
seus irmãos são bons de briga; podemos levar em conta o tamanho
e os mais detalhistas a cor da matriz(é indispensável que o animal
seja 100% sadio).
      Agora após ter escolhido uma boa matriz devemos encontrar
um galo que será o mais perfeito possível, ou seja, tenha raça, seja
bom de briga e use bem as armas, além disto é importante que os
seus pais e irmão sejam de qualidade comprovada na rinha.
      Fazendo a escolha desta forma a probabilidade de tirar bons
exemplares é bastante elevada.



3.2 Cruza
      A cruza deve ser feita da maneira mais controlado possível,
para que possamos identificar sem duvidas quem é o pai e a mãe
do animal, desta forma poderemos identificar as cruzas melhores ou
seja o casal que produz mais galos de qualidade e eliminar o animal
que não produzir o índice esperado.
29                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



                                            Nesse processo o ideal
                                           é possuir cruzadores
                                           com aproximadamente
                                           50 x 150 cm, onde
                                           colocaremos um Galo e
                                           uma Galinha, um ninho
                                           bebedouro e comedouro
                                           apropriado; Podemos
                                           colocar areia no chão
                                           para que se conserve
                                           mais limpo (pó de serra
                                           ou palha de arroz não é
                                           apropriado).

     O Galo deve passar no mínimo um período com cada galinha
sendo que pode deixar a galinha sem o galo por 2 ou 3 dias. Desta
forma um galo pode cruzar com 5 ou 6 galinhas de forma
adequada. Vale lembra que de 4 em 4 meses os animais devem ser
vermífugados, durante a cruza devemos alimentá-los com ração de
cavalo e milho e não podemos deixar faltar água limpa e fresca.

3.3 Higiene
      Um dos fatores mais importantes a começar pelos ninhos das
galinhas que estão chocando . Não aproveite ninhos velhos e
sempre faça uma desinfecção geral após cada chocada. É comum
não se notar os "carrapatinhos" no ninho porque êles vivem entre
as penas da galinha e as penugens dos pintinhos. Quando são
notados em movimento pelo ninho ou poleiros é porque o negócio
já saiu de controle! Já virou praga de difícil controle e de efeitos
devastadores. Apesar de existirem muitos produtos para controle e
erradicação desses parasitas (butametrina, deltametrina,etc) é
bem melhor prevenir, evitando-se assim o "stress" das aves e do
criador!

     As fezes e a umidade produzem amônia que intoxica as aves.
Não deixe nunca acumular porque também quando fermentam,
geram calor e chocam ovos de parasitas que estão sempre à
espreita além do que são focos ideais para proliferação de micro
organismos patogênicos.
30                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES




3.4 Cuidados com os Pintos
      A galinha estando
separada no cruzador
vai chocar os ovos de
forma segura e em torno
de 18 á 21 dias os
pintinhos nascerão.
Raramente iremos
perder um ovo, pois, ela
estará sozinha para
cobrir os ovos, quando a
galinha tirar os pintos,
eles devem ser criados
com sua mãe em
“pinteiros” que são
gaiolas pequenas
cobertas com serragem,
jornal ou papelão.

      Nessa faze o pinto deve se alimentar com ração para
crescimento de boa qualidade, e uma vez por dia podemos molhar
essa ração e ministrar com o cuidado de não deixá-la azedar (a
ração molhada os fará comer mais), água sempre limpa durante
todo o tempo, a partir de dois meses e meio já podemos distinguir
facilmente os machos e fêmeos com menor índice de erros. Então,
colocaremos machos e fêmeas em piquetes de crescimento
separados, nos piquetes que crescimento temos um local fechado
com poleiros onde todas as noites as prenderemos para passar a
noite ou abrigá-los da chuva
      A chuva, o frio e dormir no sereno, traz muitas doenças, tome
cuidado com isso! Nesta faze os alimentamos com ração de
crescimento e milho quebrado. Quando atingirem cinco meses
podemos colocá-los em piquetes maiores sempre mantendo
separados os machos das fêmeas. Seguindo os processos acima e
ministrando ração de boa qualidade os macho irão começar a
cantar com 9 ou 10 aproximadamente neste período é que os
frangos começarão a manifestar o seu extinto belicoso esta é a hora
31                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



certa de iniciarmos os treinamentos e posteriormente classificá-los.
      As fêmeas não são o objetivo da criação de combatentes,
mas temos sempre que ter um bom plantel de matrizes, logo,
devemos descartar as que não nos servirem como matrizes.
Não podemos esquecer da vacinas, pois estas irão garantir a boa
saúde dos combatentes.



3.5 Vacinação
    O ideal é vacinar as ninhadas nos primeiros 7 dias contra a
BOUBA e DOENÇA DE NEWCASTLE que são as mais comuns
em nosso meio Existem vacinas para outras doenças como
MAREK, CORIZA, ENCEFALITE, CÓLERA, mas nem sempre são
encontradas nas doses para pequenos criadores. Com exceção da
Doença de MAREK, as outras podem ser evitadas com higiene e
quarentena dos novos hóspedes e "viajantes".



3.6 Alimentação
     A alimentação será descrita num capítulo a parte.

3.7 Calor
     Nos primeiros 15dias o calor é importantíssimo. Se a galinha
mãe for daquelas irrequietas, providencie uma lâmpada na
criadeira (60W). O ideal é manter os pintos presos pelo menos 21
dias que é o tempo das vacinas agirem e criarem os anticorpos.*
DICA: após os 15 dias, lixe as pontas dos biquinhos porque êles
não vão avisar quando vão se "estranhar"e se estiverem com os
bicos cegos o estrago é bem menor e contornável.

3.8 Espaço
     Lògicamente, quanto mais espaço eles puderem ter a partir
de 30 dias de vida melhor. Antes de soltá-los para andar é bom
repetir as vacinas por precaução. Aos 45 dias é bom colocar um
vermífugo na água para prevenir infestações, principalmente se o
32                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



ambiente for de terra e vegetação. Normalmente, passada aquela
fase dos 15 aos 30 dias êles esquecem um pouco as brigas e se
ocupam mais das novidades do terreiro mas não confie: dia de
chuva fique alerta! Êles se molham e não se reconhecem e aí o
pau quebra mesmo. Se não tiver quem separe é prejuízo na certa.
PIQUETES: Se tiver espaço disponível, separe os machos das
fêmeas, pois elas provocam a maioria das brigas nessa fase e
também fica mais fácil para administrar uma alimentação mais
adequada aos futuros campeões.

      Normalmente, os frangos vão para as suas instalações
individuais após atingirem a maturidade sexual, por volta dos 6 a 7
meses e então os cuidados passam a ser individualizados. Após
prendê-los, faça uma vermifugação com piperazina (PROVERM)
ou MEBENDAZOL.



     Não esqueça que espaço
é fundamental: êles podem
dormir em lugares pequenos
mas precisam se exercitar todos
os dias como todo atleta, por
isso bons passeadores são
indispensáveis. Evite o frio e
principalmente correntezas de
ar que trazem como
consequências a CORIZA e a
DRC.



3.9 Programa de vacinação

     Doença de Marek - vacinação única no primeiro dia de vida
com vacina Bio-Marek-Vet L ou C (HVT) na dosagem de 0,2ml sub-
cutânea;

     Doença de Newcastle - 1ª dose do 4º ao 14º dias de vida; 2ª
dose do 21º ao 28º dias de vida; 3ª dose do 40º ao 60º dias de vida;
33                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



5ª dose entre a 18º e a 22ª semana e a 6ª dose entre a 45ª e a 50ª
semana de vidas com New-Vacin na dosagem de 0,03ml gota nasal
ou gota ocular;

       Bronquite Infecciosa - 1ª dose do 4º ao 14º dias de vida com
Bio-Bronk-Vet (H-120) na dosagem de 0,03ml gota nasal ou gota
ocular; 2ª dose do 21º ao 28º dias de vida com Bio-Bronk-Vet (H-
120) na dosagem de 15-20litros na agua de beber; 3º dose da 10ª a
16ª semana com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dosagem de 30 a 35
litros na agua de bebida; a 4ª dose entre a 18ª e 24ª semana com
New-Bronk-Vet Oleosa na dosagem de 0,5ml intramuscular; e a 5ª
dose entre a 45ª e 50ª semana com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dose
de 35-40 litros na agua de beber.

      Coriza Infecciosa - 1ª dose entre a 6ª e 10ª semana de vida
com Bio-Koriza-Vet (A,B,C); a 2ª dose entre a 10ª e a 15ª semana
de vida com Bio-Koriza-Vet Óleo (A,B,C);

      Bouba Aviária - 1ª dose entre o 7º e 10º dias de vida com
Bouba Forte, utilizando o aplicador na membrana da asa; 2ª dose
entre a 8ª e 12ª semanas com Bouba Forte, utilizando o aplicador
na membrana da asa.

      A cada semestre imunizar as aves com Inter-Mult 6 oleosa
que previne contra Newcastle, Bronquite Infecciosa, Coriza
Infecciosa e Queda de Postura.
Maiores detalhes, vide bula que acompanha cada frasco das
vacinas indicadas.
34                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



4. Treinamento




      O preparo físico do galo combatente representa fase de
grande importância nas lides galísticas, uma vez que, além de
certos conhecimentos muito peculiares à tarefa, requerem do
“tratador” boa dose de argúcia, paciência e a indispensável
dedicação aos animais em “trato”. O assunto é longo e se estende
em pormenores e regras, que devem ser religiosamente
observadas, se quisermos que nossos “pupilos” façam bonito nas
futuras competições a que irão ser submetidos, proporcionando-nos
satisfação, além de confiança na categoria das aves que criamos.
Não obstante ser o assunto um tanto longo e pormenorizado é
objetivo deste trabalho, se assim isto pode ser definido, desenvolver
a tarefa de forma sucinta, esperando que algo de proveitoso venha
a ser assimilado pelos adeptos deste emocionante esporte,
traduzindo-se em prática bem sucedida se rigorosamente adotada.

     A saúde do galo deve apresentar uma constante desde o seu
nascimento até o seu treinamento . Só devemos exercitar aves
sadias e vigorosas, amadurecidas, ou seja, após 14 a 18 meses de
idade e que estejam confinadas. Por quê ? Aves combatentes
demoram mais para calcificar seus ossos e fortalecer a
musculatura, fatores que só advém por completo com a
maturidade.
     É difícil explicar o manejo dos galos porque é uma coisa que
se aprende mais vendo pessoas mais experientes e,
principalmente, com a prática. O que apresento a seguir é bem
geral pois existem até aparelhos para exercitar galos e exercícios
mais sofisticados, feitos inclusive em tanques com água, mas
35                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



nosso objetivo é apenas a manutenção da saúde das aves e não o
de treiná-los para competições. Apesar de alguns entenderem
muito de galos, ninguém sabe TUDO sobre aves e todos nós
sempre teremos algo de novo para aprender. É isso que é
importante no treinamento de galos e até talvez, para a nossa
vida...

     Dois fatores são fundamentais: ALIMENTAÇÃO E ESPAÇO.
Como todo atleta o galo necessita de uma dieta rica porém
balanceada. Uma sugestão: Milho quebrado (5 partes) + Aveia (2
partes) + Girassol (1 parte) + Sementes (1 parte) + Verduras e
Legumes (1 parte) + Complexo Vitamínico-Mineral.

ESPAÇO: O ideal seria que permanecessem em passeadores o
tempo todo, sempre se movimentando. PASSEADORES: 2 mts. X
o,80 X o,80 (ideal)

      O treinamento manual visa apenas estimular e exercitar
aquilo que no galo é natural: BATER AS ASAS, CORRER,
PULAR. Podemos usar uma mesa que forraremos com espuma de
10 cm e revestiremos com um pedaço de carpete.
1. PULOS: Colocando-se a mão sob o peito da ave, executa-se um
movimento de elevação como se fossemos jogar a ave para cima.
Ela instintivamente bate as asas e aterrisa na mesa estofada, o
que também fortalece os músculos flexores da s coxas. Existem
variações na altura conforme evolui o treinamento. Com a prática,
usando-se as duas mãos ( sob o peito e sobre a cauda), podemos
inclinar a ave para trás durante o pulo, o que a forçará a bater as
asas com mais força.
2. ASAS: Na própria mesa, usando-se a beirada, segura-se a ave
pela cauda e inclina-se para baixo. Instintivamente se desencadeia
uma seqüência de batidas de asas para retornar ao equilíbrio. Aos
poucos vamos notando um aumento da capacidade respiratória,
mesmo porque estamos exercitando os maiores músculos das
aves que são os peitorais e responsáveis por uma boa parte do
consumo de oxigênio.Também podemos construir um cavalete
para isso ou um trapézio mas não são todas as aves que se
acostumam com eles. Nunca segure muito firme na cauda da ave
enquanto ela não estiver acostumada com os exercícios porque
eles às vezes se assustam e, para se soltarem, rodopiam no seu
36                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



próprio eixo e largam o rabo na sua mão...Por isso, muito cuidado
no manuseio das aves para evitar a quebra de penas e torções
que prejudicam a saúde delas.
3.CORRER: Alguns usam a própria mesa, segurando a ave pela
cauda, fazendo ela executar instintivamente movimentos com as
pernas mas o ideal é construir uma mesa giratória ( como um disco
de vitrola) onde se pode segurar a ave com mais comodidade para
ela com a vantagem de podermos aplicar uma resistência
progressiva na rotação do "prato" o que vai aumentando também a
força e resistência dos músculos.
      Após os exercícios alguns criadores ainda aplicam
massagens na musculatura dos galos o que é muito bom quando
feito de maneira correta, sem traumatizar a pele da ave, aplicando-
se após uma loção adstringente que cada um tem uma receita mas
é sempre uma alcoolatura de tinguaciba, barbatimão e anjico e que
alguns acrescentam seus "ingredientes secretos".(cânfora,
salicilato de metila, mentol e outros).

     Nos dias de calor, é bom dar banhos nas aves usando-se
sabão neutro ou de côco, enxugá-las muito bem e colocá-las ao
sol para terminarem de secar. Evitar os dias frios e com ventos.
Usar então as "estufas" gaiolas fechadas com lâmpadas para
aquecerem e secarrem as penas.

     No treinamento com outro parceiro as parelhas devem ser
pesadas e medidas e colocados os protetores (BUCHAS E
BIQUEIRAS) dos quais existem vários modelos e preferências,
visando o mínimo de dano as aves. O que se deseja é avaliar a
força e as condições físicas. Com a observação notaremos se
alguma ave apresenta algum problema . Batidas de 10 minutos
são ideais pois poderemos avaliar a ave sem comprometer sua
integridade física.

TOSA DAS PENAS: Também outro assunto controverso: de uma
maneira geral adota-se a tosa das penas e plumas do baixo-
ventre, interior das côxas e parte interna das asas que se justificam
até para melhor manuseio, higiene e refrigeração. Alguns retiram
também as penas laterais do pescoço mas hoje não se justifica
mais esse procedimento. São costumes, não técnicas, herdados
de outros tempos e outras culturas.
37                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



     Para quem dispõe de tempo e número limitado de galos, nada
melhor que diariamente submetê-los ao trato de escova e banho
de sol. Em dias alternados, pois, devemos exercitá-los pela manhã
da seguinte maneira:
38                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



5. Classificação

       Para um leigo, a luta entre dois galos parecerá uma disputa
simples e desinteressante. Todavia, à medida que o neófito vai se
integrando no esporte, coisas que não distinguia de inicio passam a
lhe merecer estudos e observações até chegar a um estágio capaz
de identificar com segurança um bom um ótimo ou um excepcional
animal. Este predicado, entretanto, nem sempre está com quem
admite possuí-lo. O entusiasmo ou um julgamento precipitado pode
confundir qualquer galista e induzi-lo mesmo a um erro ao aquilatar
os atributos bélicos de determinado galo. Em qualquer rinhadeiro
encontramos uma infinidade de classificadores de galos e chegam
mesmo a ser humorísticas as afirmações de certas pessoas ao
referirem-se a determinados animais. É sabido que um galo,
quando perde, nunca é criação do seu legitimo proprietário. Quando
ganha, não falta quem apregoe ser o seu criador, quando não
aparecem ainda os donos dos ascendentes, cuja árvore
genealógica será sem duvida a mais intricada possível. Este é um
adágio já muito nosso conhecido, mas isto somente não define uma
alta categoria.

      Para os poucos entendidos em galos, uma briga é boa
quando há troca repetida de golpes, coisa muito comum no
confronto entre dois animais frenteiros. Se são brigadores e sabem
atacar e defender, para essas pessoas, trata-se de animais
medíocres, pois a briga se tornará monótona, já que os golpes
serão em grau muito menor. Este é um jeito errado e nada
convincente e não de quem conhece realmente galos. São
inúmeras as maneiras de se classificar um galo como bom. Ser
frenteiro não é boa coisa para qualquer combatente empenado,
mormente quando se defronta com antagonista que lhe coloca o
pescoço por cima e não lhe dá distancia.

     Os galos de sangue japonês de boa origem têm se mostrado
mais eficientes nos rinhadeiros, posto que, de vez em quando,
apareçam autênticos "nacionais" a lhes fazerem sombra. Mas não
esperemos tudo de um galo sem que outros pormenores o auxiliem
a consolidar suas credenciais combativas. Um bom preparo físico e
uma alimentação adequada podem complementar o seu todo de
39                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



guerreiro, mas isto também terá valor relativo se lhe faltar origem e
um método racional de criação, onde o espaço, higiene, sol à
vontade e boa alimentação não lhe venham faltar desde os
primeiros dias de vida.

       Como já citei, várias são as maneira de se classificar um galo
como bom, mas de permeio temos que distinguir fatores que
definem suas principais características na briga. Não na forma de
lutar somente, mas em propriedades individuais que nos poderá ser
antecedentemente admitidas com margem mínima de erro. Por
exemplo, os galos atarracados, de costas largas e pernas
separadas estarão mais credenciados a se sobressaírem pela força,
pois seus golpes serão curtos e violentos. Se for um penalonga, de
pescoço cumprido, poderá ser um esporeador por excelência, mas
dificilmente um "bate-duro". Se o porte é quase vertical, pescoço
longo e cauda baixa, fatalmente brigará em cima, mas poderá ser
um "colarinho-duro", como a gíria galistica denomina os galos que
lutam assim, pouco movimentando a cabeça. Se o corpo é baixo na
frente, jamais subirá na briga.

      As esporas colocadas próximo aos pés, constituem indicio de
que o galo dá de esporas, o mesmo acontecendo se as
extremidades dos ossos pélvicos estão muito próximas. Caso
estejam muito separados será um "bate-espalhado". Não confiemos
demais, todavia, nessa premissa.

      Quando notamos manchas brancas numa ou em ambas as
orelhas, fiquemos de sobreaviso, pois poderá ser um animal de
pouca fibra ou mesmo um "largador".

      Penas brancas miúdas no alto da cabeça é indício de muita
raça e a isso os aficionados do Oriente dão o nome de "gotas de
orvalho". Também admitem os povos daquela região que os galos
de crista tombada possuem muita força.

     A cor dos olhos também evidencia a casta do animal. Os
olhos azulados que vão de uma tonalidade até o branco-pérola
serão "raçudos" e destemidos. Quanto aos olhos alaranjados, são
também tidos como razoáveis, diminuindo essas credenciais se
possuem raias vermelhas. Os de olhos avermelhados não deverão
merecer nossa confiança mas, quando eles são pretos, trata-se
40                                COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



invariavelmente de um animal de fibra. Se a menina dos olhos é
pequena, como uma conta, o galo será evidentemente de muita boa
casta. Mas não nos surpreendamos se alguma dessas coisas não
corresponderem ao que esperamos. Lembremo-nos de que nosso
       galos representam um emaranhado de cruzamentos e que
dificilmente tais caracteres se apresentam mais ou menos fixados.
Não obstante, aos poucos tópicos abordados, outros poderão ser
associados, isto é, os métodos de briga e a maneira de dar ou bater
que a nomenclatura galistica já definiu com farto vocabulário a ser
abordado em outra oportunidade. A classificação de um galo como
bom está na dependência de todos esses fatores e
inequivocadamente pode-se afirmar que nem todo galista possui
condições de desapaixonadamente identificá-los.

     Tenho visto muito criador desfazer-se de certo animal por tê-lo
como medíocre mas esse mesmo animal em outras mãos revelar-
se mais tarde autêntico campeão da arena deixando perplexo seu
primeiro dono.

      Julgar e definir um soberbo galo de briga não é tarefa tão fácil
assim. Apenas, devemos ter muitos elementos de convicção para
fazê-lo e despojarmonos do excessivo e natural entusiasmo que
sempre depositamos em determinados cruzamentos.

      Outro fator que frequentemente surpreende ao galista mais
experiente é a performance nada convincente de determinado galo
tido como assombro, integrante de um grupo levado ao rinhadeiro.
Embora sendo o mais credenciado, faz a pior briga deixando os
louros da vitória para um outro, tido como de menos recursos. Do
muito que dele se esperava nada se conseguiu; do outro, do qual
pouco se contava, tudo se obteve. Isto, é óbvio, ficou logicamente
na dependência de muitos fatores, mas briga de galos é assim
mesmo e semelhantes fatos é que trazem emoção tanto na vitória
como na derrota e levam aos rinhadeiros verdadeira legião de
aficionados.
41                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



6. Alimentação

      As galinhas, quando se alimentam de grãos, o fazem com
rapidez e desta forma o tempo que o alimento permanece na
cavidade oral é curto e assim denominamos “tempo bucal zero”. A
deglutição na galinha é feita com a ajuda de um movimento de
cabeça, jogando-a para frente, o que desloca o grão para trás e, a
partir daí, o grão segue em direção ao papo por movimentos
peristálticos; devemos nos recordar que a tomada de água
também é feita de modo especial, pois, a galinha ingere a água
com a valva inferior do bico e em seguida “olha” para cima para
que a água desça por gravidade (não há ingestão como no homem
ou no cão).

     Fator importantíssimo: Aves combatentes descendem do
"Archeopterix"cujo bico era provido de dentes o que demonstra
serem carnívoros os ancestrais de nossos galos, daí não
podermos esquecer o fator protéico das rações. Existem várias
marcas no mercado para pintos (INICIAL), mas devemos
complementar com grãos , cereais, sementes e verduras. Uma boa
opção de proteína é o ôvo cozido misturado à ração inicial. Opções
de sementes e grãos: trigo, centeio, alpiste, aveia sem casca, etc...
Verduras: couve ou almeirão picados bem fininho.

6.1 Vitaminas importantes para aves:

VITAMINA A = É essencial para o crescimento, visão, resistência do
organismo contra infecções.
VITAMINA B1 (tiamina) = Esta envolvida com o metabolismo dos
carboidratos e conseqüentemente com o fornecimento de energia.
VITAMINA B2 (riboflavina) = Faz parte de vários processos
químicos e é importante para a assimilação dos elementos
nutrientes e energia, influi diretamente no crescimento e na eclosão
dos ovos.
VITAMINA B 6 (piridoxina) = Muito importante para a metabolização
das proteínas e gorduras.
VITAMINA B12 (cobalamina) = Importante para o crescimento para
o metabolismo e para a formação do sangue.
VITAMINA C (ácido ascórbico) = É um elemento que as aves
42                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



sintetizam no organismo.
VITAMINA D3 = As aves sintetizam esta vitamina quando expostas
aos raios do sol, é essencial para a formação da casca do ovo, do
bico, dos ossos e para assimilação de sais minerais, especialmente
cálcio e fósforo.
VITAMINA E = É muito comum nas verduras frescas e nos grãos,
especialmente os germinados, é importantíssima para a fertilidade e
também para o desenvolvimento dos músculos e das células
nervosas, ajuda ainda a manter o nível adequado de proteínas do
sangue e favorece o desenvolvimento dos embriões e auxilia na
absorção da vitamina A e dos carotenóides.
VITAMINA K = Esta presente nas verduras e sementes além de
outros alimentos, é necessária para a coagulação do sangue.
ÁCIDO PANTOTÊNICO = Esta presente em baixa proporção em
vários alimentos, é uma vitamina importante para a metabolização
dos carboidratos, proteínas, gorduras, conservação de tecidos da
pele e do sistema nervoso, onde influi na condução dos impulsos
nervosos, atua no crescimento e na plumagem.
NIACINA/ÁCIDO NICOTÍNICO = Todas as sementes e alimentos
em geral são ricos desta substância, que também pode ser
sintetizada pelas aves nos intestinos e em outros tecidos do próprio
corpo, é importante para varias funções do organismo
principalmente com a respiração celular.
BIOTINA = É encontrada em quase todos os alimentos
especialmente na gema de ovo, é importante para o crescimento e
para a eclosão dos ovos.
ÁCIDO FÓLICO = É comum nos alimentos principalmente nas
verduras e nos produtos de origem animal, é importante no
crescimento e é antianêmico.
COLINA = É encontrada em quase todos os alimentos,
principalmente os de origem animal e podem ser sintetizados pelas
aves através de alguns aminoácidos, é importante para ajudar no
metabolismo das gorduras e tem papel importante no crescimento,
na assimilação dos alimentos e formação dos ovos.

A ÁGUA deve ser trocada diàriamente ou quando apresentar
qualquer sujidade. Podemos acrescentar à água o VITAGOLD que
é muito bom. Com estas poucas providências você verá os
pintinhos se desenvolverem como futuros campeões nas
exposições!
43                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



6.2 Alimentação durante o treinamento

     Segue abaixo um tipo de alimentação que poderá ser usado
durante o período de treinamento.

     60% de Milho quebrado
     40% de Ração para pombo correio

Acrescenta na hora de fornecer aos galos o seguinte:

       Cebola (diariamente)
       Alho(diariamente)
       Cenoura (diariamente)
       Ovo (alternando com banana)
       Mel de Rapadura (duas vezes pôr semana)
       Couve (diariamente)
       Banana (alternando com ovo)
       Leite em pó (diariamente)

6.3 Cuidados especiais

     Segue abaixo uma seqüência de vitaminas e alguns
procedimentos que poderão ser usadas durante o treinamento e
após o combate.

      Antes de iniciados os treinamentos deveremos ter o cuidado
de proceder a desverminacão das aves que poderá ser feito
oferecendo ao galo, de forma oral, 1 ml de SISTAMEX, que deverá
ser repetido na 8a semana de treinamento.

VITAMINAS

FOL-SANG B12 – Aplicar 1ml intramuscular nas seguintes
semanas: 1a, 3a, 5a, 7a, 9a e 11ª.

ENERBESOL - Oferecer 1ml oral nas seguintes semanas: 2a, 4a, 6a,
8a, 10a e 12ª.

FERRO SM       - Oferecer 1ml oral nas seguintes semanas: 1a e 5ª.
44                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



GLICOPAN
ENERGY       - Oferecer 1ml oral todas as segundas,
Quartas e sábados, após os exercícios de mãos e batidas.

OBS: Na 13a semana usar apenas 1ml de
           PHENODRAL intramuscular 3 dias
           antes de ir ao rinhadeiro.



6.4 Cuidados após o combate

Após toda a limpeza da ave, banhar toda a região afetada com
Salva-galo.
Aplicar pomada Ganadol, Masticlor ou mesmo Silvamsteril Spray
em todos os ferimentos.
Aplicar 0,2ml de Azium e ½ ml de Benzetacil tudo intramuscular.
Dar 1 comprimido de AAS infantil para evitar febre.
Aplicar pomada Eptezan nos olhos para evitar qualquer problema
de visão.
OBS: Esse tratamento com Azium e Benzetacil deve ser repetido
por 3 dias alternados. Porém no caso de febre o AAS deverá ser
dado diariamente.

6.5 Alimentação após o combate

       A alimentação nas primeiras 24 horas após o combate, deverá
ficar à base de soro Enerstid ou água de coco.
       Após o período de 24 horas o galo poderá ser alimentado com
alimentação pastosa(Ex.: pão com leite ou ração inicial p/pintos
molhada com leite).
       Pelo menos durante os três primeiros dias o galo deverá ficar
em gaiola totalmente fechada, ao abrigo do vento.
45                             COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



7. Doenças

      Antes de citarmos as patologias mais comuns nas aves de
combate, devemos realçar que, a higiene e o asseio das
instalações, comedouros, bebedouros, água e alimentos, são
fatores primordiais em todas as fases da criação. Porém, doenças
podem aparecer mesmo quando todos os cuidados são tomados, e
neste momento é importante sabermos agir corretamente.

Colibacilose:

      É uma doença causada por uma bactéria que está encontrada
normalmente nos intestinos das aves, porém, vivendo em equilíbrio.
Quando ocorre uma queda na imunidade, devido a vários fatores
como mudança de temperatura, estresse ou ainda troca de penas;
estas bactérias começam a se multiplicar desordenadamente,
desencadeando a patologia. Geralmente, os animais adultos são
resistentes a esta enfermidade, acometendo freqüentemente os
animais jovens (pintinhos até 15 dias). Os sintomas são a diarréia
freqüente e mal cheirosa, apatia e falta de apetite nos animais
doentes.
      A prevenção se realiza através do isolamento dos doentes e
desinfecção do local onde estes se encontram e ainda a higiene dos
utensílios como comedouros e bebedouros.
O tratamento é feito com antibiótico de amplo espectro, porém
existem alguns mais indicados para doenças gastrintestinais. A
Enrofloxacina (nome comercial é Baytril), 1ml/ave adulta, age bem
nesses casos onde não se encontra resistência do agente. Já para
as cepas resistentes se usa a Terramicina ou o Cloranfenicol
(Quemicetina). Deve ser usado um complexo vitamínico para
melhor recuperação dos animais.

Salmonelose:

      Doença que geralmente acomete adultos, podendo afetar
também os jovens sendo que nestes os sintomas são: dificuldade
respiratória, abdome edemaciado, asas caídas. Nos adultos ocorre
uma diarréia esbranquiçada, por isto esta doença é popularmente
chamada de “diarréia branca”. Esta doença é uma Zoonose, isto é,
46                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



pode acometer os humanos, por isso devemos ter boa higiene
pessoal depois de manipular os animais doentes.
      Para esta patologia se indica o Cloranfenicol (Quemicetina) de
uso injetável na dose de 0.5ml/ave adulta. Um complexo vitamínico
também é conveniente na fase de recuperação.

Proventriculite ou “empapamento”:

      Doença que se caracteriza pela inflamação do papo,
ocasionando a estase do alimento neste compartimento. Pode ter
duas causas: Causa local ou causa hepática.
Na proventriculite de causa local, geralmente se tem a infecção do
papo por fungos, mas este caso é mais comum em pássaros. Nas
aves, quase que todos os casos são de proventriculite de causa
hepática, que é a parada do alimento no papo devido a um
processo de diminuição da função hepática. O tratamento se baseia
no uso de um antibiótico de amplo espectro como a penicilina
(Agrovet) na dose de 1ml/ave adulta e no uso de protetores e
estimulantes hepáticos como o Mercepton, Bionew ou Ornitil. A
dieta nesta fase deve liquida ou pastosa.

Bouba aviária ou “pelota”:

      Doença viral que se caracteriza pela formação de nódulos na
pele das áreas glabras (sem penas) das aves. Em casos mais
graves ocorrem também nódulos na mucosa ocular e oral.
Geralmente acometem os pintinhos, mas pode afetar animais até 1
ano de idade. Não há medicamento eficaz para o tratamento desta
patologia, sendo que a melhor forma de prevenção é a vacinação.
Pode-se utilizar solução de iodo 2% nos nódulos e ainda administrar
antitérmicos nos animais acometidos.

Encefalomielite aviária:

      Doença caracterizada por sintomas de origem neuromuscular
como fraqueza nas pernas e dificuldade de equilíbrio. É uma
enfermidade de origem viral, portanto não há medicamentos
eficazes para o tratamento, que deve ser à base de vitaminas do
complexo B.
47                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



      Geralmente só acomete os machos, as fêmeas são
resistentes, porém transmitem através do ovo. Deve-se eliminar do
plantel todas as fêmeas mães e irmãs de machos que manifestaram
a doença.


Micose cutânea ou “bouba branca”:

       Doença cutânea caracterizada pelo aparecimento de placas
de cor branca na pele, é de origem fúngica. Tratamento deve ser
feito à base de pomadas fungicidas como Vodol, Miconazol ou
similar.


Sarcoma ulcerado ou “Caroara”:

      Doença de origem bacteriana inespecífica, associada à uma
neoplasia do tecido cutâneo e articular que geralmente ocorre na
articulação do joelho das aves. O tratamento é tópico e sistêmico;
nesta enfermidade há a necessidade de se analisar cada caso
isoladamente.


Sarna podal das galinhas ou “cascão”

     Doença parasitária causada por uma sarna que se aloja sob
as escamas que recobrem as pernas das aves. O tratamento é à
base de banhos antiparasitários como o Amitraz ou a Cipermetrina
nas doses indicadas.



Coriza:

      Doença viral que se manifesta através de sintomas
respiratórios. É altamente contagiosa e se não tratada pode levar o
animal a uma pneumonia crônica. O tratamento é à base de
antibiótico como a penicilina, servindo este não para combater a
coriza, mas sim, para previnir a instalação de um pneumonia;
48                               COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



recomenda-se usar também um imunoestimulante como o Ripercol
oral (é um vermífugo que possui propriedade imunoestimulante).




Auto Mutilação

        A causas da doença são: carências nutricionais, presença
de ectoparasitas ( piolho), stress ( condições inadequadas de vida,
solidão, perda de companheiro de longa data, morte do proprietário,
mudança de ambiente, ansiedade, etc) além de outras causas,
bastante discutidas, tais como: frustração sexual e processos
alérgicos.


        O prognóstico e o tratamento dependem, obviamente, da
principal causa envolvida, visto que é uma doença multifatorial. No
geral, o prognóstico é de bom a reservado, quando inicia-se o
tratamento no
começo do processo e de reservado a desfavorável quando animal
já esta literalmente comendo pedaços do seu próprio corpo.

       Com relação ao tratamento, o protocolo consiste: correção
alimentar e uso de polivitamínico, verificação de ectoparasitas ( em
caso positivo fazer tratamento normalmente para piolhos, utiliza-se
produtos à base de piretróides), uso, se necessário, de antibiótico
de amplo espectro caso ocorrram dermatites ou soluções de
continuidade na pele, os anti-histamínicos (hidroxizine) 2mg/kg/oral
também são indicadas.

        O próximo passo do tratamento é verificar alterações
psicológicos que levem o animal ao quadro de stress, patologia
muito comum nas aves e animais silvestres, e de difícil tratamento
visto que o stress é uma doença que está relacionado ao próprio
encarceramento do animal.

       Outra boa opção seria a colocação de colares elizabetanos
no pescoço da ave, dificultando seu acesso às áreas afetadas, este
49                              COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



colar permaneceria no pescoço do animal até a cura das feridas e
do crescimento das penas, além do uso de medicamentos
topicamente, que inibam a auto-mutilação, como por exemplo, a
aplicacão nas áreas afetadas de extrato de babosa ( aloe vera ),
que por ser bastante amargo inibe o animal de se comer.

        A última tentativa de melhora do processo de auto-
mutilação, seria a utilização de fármacos psicotrópicos, como por
exemplo, o haloperidol (haldol) na dosagem de 0.15mg/kg/oral ou
fluoxetine (prozac) 2mg/kg/oral.

        Enfim, é uma doença delicada, pois normalmente não tem
causa física e sim psicológica. Prevenir ainda é o melhor caminho,
por isso o correto é dar uma vida digna, na medida do possível,
para a ave encarcerada. Temos que pensar na qualidade de vida
destes animais. Na minha opinião, a auto-mutilação é o melhor
exemplo de manifestação física da somatização de transtornos
psicológicos que o animal sofre ao longo de sua vida. A qualidade
de vida inclui, dentre outras, manejo, alimentação e ambiente
corretos para a espécie em questão.
50                            COMO CRIAR GALOS COMBATENTES



8. Medicamentos

NÚMERO UM: NÃO ESQUEÇA DE VACINAR AS AVES!!!!!

POMADAS: FURACIN OU SULFATIAZINA DE PRATA
INDICAÇÕES: FERIMENTOS EM GERAL

INCHAÇÃO DE JUNTAS: CATAFLAN GEL, CALMINEX,
DECADRON OU DECADRONAL INJ.NO LOCAL(CASO GRAVE)

COLÍRIOS: ÁGUA BORICADA(para lavagens), MAXITROL,
GARAMICINA(BACTÉRIAS) AZUL DE METILENO (fungos)

VERMÍFUGOS: PROVERM, MEBENDAZOL,PIPEVERMIN

VITAMINAS: CITONEURIN B12: 1 comp/dia ou 1cc no músculo do
peito por semana. COMPLEXO B"ROCHE"1 comp/dia.

COMPLEMENTOS: AMINOMIX, HORSEPLUS:acrescentar à
alimentação diária. VITAGOLD: 5 gts. no bico p/ dia CALCILAN:
5CC no bico p/ dia.

ANTIBIÓTICOS: QUEMICETINA , TERRAMICINA(corizas,
diarréias, cólera, bouba) TILOSINA (TYLAN): santo remédio! Serve
para muitas doenças tanto respiratórias como intestinais.

MICOSE DE PELE:(BOUBA BRANCA) DAKTARIN LOÇÃO,
NIZORAL (comp.) TINTURA DE IODO (local)

BOQUEIRAS: VIOLETA DE GENCIANA - HIPOGLÓSS
51                           COMO CRIAR GALOS COMBATENTES




O segredo do sucesso


“AMOR, PACIÊNCIA E MUITA, MUITA OBSERVAÇÃO”.




Um abraço!
Obrigado, e até a próxima!

Prof. Ronnyeri

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Como criar Galos Combatentes

  • 1. COMO CRIAR GALOS COMBATENTES TODO O MANUSEIO AQUI INDICADO É APENAS PARA A MANUTENÇÃO E CRIAÇÃO DOS GALOS COMBATENTES E NÃO UM INCENTIVO PARA O PREPARO DE GALOS DE RINHA. Apostila prática Autor: prof. Ronnyeri
  • 2. 1 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES ÍNDICE Introdução........................................................................................2 1. RAÇAS..........................................................................................4 2. MELHORAMENTO GENÉTICO....................................................7 2.1 FORMAÇÃO DO GENÓTIPO DO CRIADOURO...................17 2.1.1 SELEÇÃO GENÉTICA...........................................................18 2.1.2 CRUZAMENTOS PARA A FORMAÇÃO DO GENÓTIPO DO CRIADOURO...................................................................................19 2.2 REPRESENTAÇÃO GRAFICA DOS CRUZAMENTOS...........23 2.3 COMENTARIO SOBRE O CAPÍTULO.....................................26 3. CRIAÇÃO....................................................................................27 3.1 SELEÇÃO DOS REPRODUTORES.........................................27 3.2 CRUZA......................................................................................28 3.3 HIGIENE....................................................................................29 3.4 CUIDADOS COM OS PINTOS..................................................30 3.5 VACINAÇÃO.............................................................................31 3.6 ALIMENTAÇÃO........................................................................31 3.7 CALOR......................................................................................31 3.8 ESPAÇO....................................................................................31 3.9 PROGRAMA DE VACINAÇÃO.................................................32 4. TREINAMENTO .........................................................................34 5. CLASSIFICAÇÃO.......................................................................38 6. ALIMENTAÇÃO..........................................................................41 6.1 VITAMINAS IMPORTANTES PARA AS AVES........................41 6.2 ALIMENTAÇÃO DURANTE O TREINAMENTO......................43 6.3 CUIDADOS ESPECIAIS...........................................................43 6.4 CUIDADOS APÓS O COMBATE.............................................44 6.5 ALIMENTAÇÃO APÓS O COMBATE......................................44 7. DOENÇAS...................................................................................45 8. MEDICAMENTOS.......................................................................50 9. O SEGREDO DO SUCESSO......................................................51
  • 3. 2 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Introdução Desde tempos muito remotos o combate de galos existe. Na época áurea do Império Romano, serviam como exemplo para os gladiadores, como espelho de valentia e destreza. Este esporte vem, portanto, passando de geração a geração, como parte da cultura de muitos países. Muitos outros assuntos são mais urgentes, por desafiar diuturnamente a justiça e a lei. Já o combate entre os galos é uma paixão nacional enraizada em nossa cultura desde seu nascimento. Os criadores não formam bandos de criminosos que constroem um Estado paralelo que inclusive ataca, infiltra-se e corrompe o Estado constituído, como observamos com o tráfico, por exemplo. Esta ave não pertence à nossa fauna, nem tampouco é maltratada. Pelo contrário, os galos são tratados como atletas, com alimentação que poucos têm em sua mesa. Não existe a mínima possibilidade de criá-los em bandos, visto que, devido à sua índole combativa, lutam até a morte. Desta forma, com a propalada criminalização do esporte em tela, além de haver o efeito contrário ao desejado, a saber, a extinção da espécie, o desemprego de várias famílias que vivem desta prática se abaterá sobre a sociedade. Estudos feitos por Dr.
  • 4. 3 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Paulo José Morais (Maceió) atestam que a briga de galo é a 3ª paixão nacional, só perdendo para o futebol e o carnaval. É de se ressaltar ainda como louvável tentativa de manutenção deste esporte o projeto de Lei do deputado federal Fernando de Fabinho (BA) que afirma não ser crime a competição entre animais (Revista Consultor Jurídico, 29 de outubro de 2004). Eles combatem em igualdade de condição (peso, altura e um regulamento com juiz para a avaliação e o tempo de luta determinado). Não existem os maus-tratos tão divulgados. É preciso que a sociedade se conscientize de que os galos lutam por instinto, os homens por ignorância.
  • 5. 4 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 1. Raças Aseel Galo atarracado, pesando entre 2 e 2,5 kg, de canela grossa, cabeça forte e fronte pronunciada. Nada se compara ao ASEEL em valentia e resistência, usado para combates extensos, pois jamais abandona a rinha. É considerado imbatível em sua categoria e o melhor combatente do mundo no seu sistema de briga. Shamo Possuidor de uma pancada muito forte, o SHAMO geralmente decide o combate logo nas primeiras pegadas, por ser um galo alto e com um pescoço muito resistente, que dificilmente quebra em combate, o SHAMO briga colado ao adversário, não o deixando sequer respirar . É o maior entre os galos de briga, pesando entre 3,5 e 5,5 Kg, muitas vezes só encotra adversário se for um outro SHAMO.
  • 6. 5 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Malayo O MALAYO é tido por muitos como a origem de todas as raças de briga. Por ser mais lento e assim não proporcionar um bom espetáculo na rinha, o MALAYO hoje é mais usado em cruzamentos com raças mais rápidas, resultando em um produto de muito vigor, prepotência e rusticidade. Ave de estatura elevada e pernas muito musculosas, o galo MALAYO caracteriza-se pelas costas curvas, pesando, às vezes, até 5 Kg. Calcutá A resistência com que agüenta o castigo é sua principal arma. Sua estatura é algo entre o Aseel e o Shamo, combinando perfeitamente o que há de melhor nessas raças. Pesando em torno de 3 e 3,5 Kg, o CALCUTÁ, após haver combatido por horas, ainda terá forças para aniquilar seu oponente com um único golpe destruidor.
  • 7. 6 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Satsumadori Essa outra raça é o SATSUMA, ou galo baioneta, para brigas com navalha. Combatente brasileiro O combatente brasileiro é uma mistura de várias raças de galos de briga. Esta raça é um malaoide com peso entre 2,2 4,0kg. Tendo nas últimas décadas o galo japonês, principalmente o shamo, contribuído muito para as qualidades atuais desta raça.
  • 8. 7 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 2. Melhoramento genético Muito pouco ou quase nada se tem escrito sobre Melhoramento Genético de galos combatentes ou mesmo sobre Seleção Genética. Temos a impressão de que os galos combatentes estão imunes às Leis da Genética e que não podemos aplicá- las para melhorar as suas qualidades. Temos verificado entre os criadores o desejo obstinado de produzir ninhadas a qualquer custo, e isto é muito bom, porém precisamos aliar aos nossos desejos os Melhoramentos Genéticos necessários. A criação de galos implica num esforço individual, a medida do êxito depende de sua capacidade para identificar tanto galo, como galinhas de cria, as características e diferenciar o que não é essencial. O sistema que propõem se basea na contínua e repetida soma dessas características nos reprodutores, que independentemente estão ligados por parentesco. O estabelecimento, a fixação dessas qualidades buscadas, se podem conseguir mediante uma constante e repetida infusão das mesmas, sem se importar com a chamada “pureza de sangue”. A transmissão de características hereditárias vai mais além do controle humano e científico. Os mais destacados estudos vão identificando, classificando e elaborando teorias acerca de muitos fatores relacionados com a herança genética. Não há como precisar com absoluta certeza qual será o resultado devido a inúmeros fatores que se combinam no universo dos genes do macho e da fêmea. Conseqüentemente, não se deve surpreender que as mais avançadas teorias científicas, aplicadas na prática, resultem em um fracasso, ocasionalmente uma combinação
  • 9. 8 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES não planejada e muito improvável resulte em uma liga extraordinária, capaz de produzir animais notáveis. Podemos afirmar que não há uma fórmula segura para produzir 100% de galos ganhadores, o que podemos é apresentar um método que melhore a possibilidade de êxito, atendendo a um produto cada vez mais com maior qualidade. A qualidade de seus galos depende da sua capacidade de observação para selecionar o melhor e sua perseverança para continuar apesar dos fracassos, tendo sempre em mente que são muitos os requisitos para se ganhar as peleas e que há mil causas para se perder. O fator qualidade é só um dos muitos em jogo, mas é um dos mais importantes, vejamos como aumentar as possibilidades a esse respeito: A EVITAR A terminação “puro” na forma que é empregada aos galos combatentes, geneticamente eles não existem. Como é possível que um galo ou galinha, que adquiridos de alguém sejam puros no sentido genético da palavra e por conta disso seja capaz de transmitir suas características a seus descendentes com uma certeza infalível? PREPOTÊNCIA Crêem vocês que a aquisição de um galo para cria é fácil? Não se enganem, não importa quanto dinheiro gaste, quantos torneio assista, quantos galistas e criadores conheçam, as possibilidades de conseguir um galo ideal para cria, em primeiro, segundo ou terceiro intento são bem baixas. A perseverança é um dos primeiros requisitos para um bom criador. Em primeiro lugar o galo tem que ser prepotente, capaz de transmitir a seus filhos suas próprias e muito destacadas qualidades. Não há outra forma de averigua-lo se não testando na cria.
  • 10. 9 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Não importa quantas maravilhosas atuações tenha tido em combate, se não transmite a seus descendentes não vale um centavo como reprodutor. O galo ou é prepotente ou não é, não se deve desperdiçar muito tempo e dinheiro independente da casta. A probabilidade, digo probabilidade, não certeza que um galo é prepotente aumenta se dito galo é consangüíneo. Para saber tem-se que aceitar a versão de quem o criou. Da mesma importância averiguar se seus irmãos, pais, tios (em ambos os lados) possuem as mesmas qualidades do galo escolhido para reprodutor. Caso haja muitas variantes na família, a probabilidade é que seus descendentes sejam muito disparelhos. SAÚDE Sadio, robusto, com bom apetite, de estilo de briga fácil e rápido, sempre alerta e agressivo (com outros galos), paternalista, cortejador e protetor de galinhas, são algumas das manifestações mais importantes que um bom galo de cria deve ter. A experiência indica que sem saúde é impossível iniciar uma família duradoura e consistente sem fracassar em curto prazo. Sugiro não esquecer este aspecto quando escolher seu próprio reprodutor. PODER A força deve ser atribuição do pai do galo. Esta característica pode-se melhorar cruzando com galinhas fortes, mas ao aumentar o poder (força), se pode diminuir outras boas características do galo, reduzindo a influência da linha buscada. CORTADOR Muito acima na lista de atributos prioritários para um galo de cria, está o fator cortador (esporeador). Não tendo esta qualidade, não se deve usa-lo para cria, não importando quantas outras características possua. Pode ser sadio, de muita coragem, forte
  • 11. 10 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES como um touro, de uma beleza ímpar, etc. etc, não sendo cortador não interessa para a cria. Atentar para galos que fazem a presa e atiram seus disparos sem perder a atenção. Se observarmos pode-se ver como se concentram em um determinado lugar da anatomia de seu adversário (peito, lombo, pescoço, cabeça) e disparam com uma precisão surpreendente. Não requerem de muitos disparos para vencer ao adversário. DEFEITOS Caso o galo tenha algum tipo de defeito no seu estilo de combate, pode ter outras grandes qualidades, mas certamente seu contricante a encontrará e disso se aproveitará. Os mais graves são a inclinação da cabeça para baixo. Os defeitos podem ser eliminados com o tempo e uma boa seleção. Porém é praticamente impossível eliminar os defeitos e reter as qualidades, quando um desaparece, todos desaparecem, de maneira que ao selecionar um galo de cria assegure-se que o mesmo não tenha nenhuma debilidade notória que posteriormente queira eliminar. CARACTERÍSTICAS DE COMBATIVIDADE O que parece é que não há duas pessoas que coincidam a 100% a forma de que o galo deva pelear. Assim depois de terminar um combate raras vezes se chega a um acordo para se determinar porque tal galo ganhou e o outro perdeu. Quando se trata de analisar como e porque do resultado do combate, muitas vezes o espectador vê com mais claridade e realismo do que o galista envolvido, a diferença é que este está livre de qualquer paixão e prejuízo. Por isso é de vital importância que o criador imagine e busque sempre um “protótipo” do galo ideal quanto a suas características e estilo de combate. Quem não consegue libertar-se dos prejuízos e sentimentalismo nunca terá sucesso como criador. Falamos de
  • 12. 11 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES algumas características básicas para um galo reprodutor como: cortador (esporeador), classe, poder (vigor), resistência, equilíbrio e da ausência de defeitos no estilo de combate. Há também um grande número de qualidades complementares as anteriores que também devem ser consideradas e avaliadas ao examinar um galo candidato a reprodutor. Deve-se ter uma lista e a cada ano, ao formar as cruzas, confronta-las com as características do galo que se gostaria de cruzar. Muitas vezes nos esquecemos de quanto elas são importantes. Eis algumas: 1) Rapidez – a rapidez tem várias formas: a) Rapidez para aproveitar as oportunidades, os erros do adversário durante o transcorrer do combate. b) Rapidez para impor-se, dominar e manter o adversário sob seu domínio sem que este se acomode. c) Rapidez para rebater e repetir pela segunda vez com a mesma mordida. É o que os boxeadores chamam de “ Um Dois”, com muita freqüência o “Dois” pega o adversário fora da posição de defesa. d) Rapidez para disparar ao sentir a bicada do adversário. e) Rapidez de reflexos, isso pode-se melhorar nos treinamentos mas já devem ser herdados, não devemos esquecer. 2) Altura – que pelei alto, é sempre uma vantagem o galo que pelea por cima. Alguns galos têm na forma natural essa tendência em contrário com outros que se metem em baixo. Ambos os estilos são herdados, portanto cuidado com esse aspecto quando analisar um galo para cria. 3) Alcance – são os galos que primeiro acertam seu adversário. São capazes mesmo de longa distância, sem presa, de desferir golpes certeiros. O adversário sofre o golpe com os dois pés ainda no chão sem conseguir defender-se. 4) Arrematador – alguns galos tendem a afrouxar ao passo que vão dominando seu oponente. Isso é um mal pois dá ao adversário oportunidade de recuperar-se. O galo deve sempre aproveitar a vantagem e não dar descanso, procurando conserva-la, arrematando o quanto antes seu adversário.
  • 13. 12 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 5) Que não baixe a cabeça – é um defeito sério que devemos sempre evita-lo. 6) Peleadores, brigadores – galos sempre combativos, sempre agressivos, disparando seus tiros sem titubear, caindo bem para voltar a disparar instantaneamente. Acertadores em cada disparo “galos vivos”, em constante movimento, nunca sendo um alvo imóvel para seu oponente. 7) Não se atenha – antes de concluir este capítulo, quero enfatizar a afirmação feita no início, onde dizíamos que não há duas pessoas que coincidam em suas opiniões. Sugiro não se ater a opiniões de terceiros. Você que é criador é quem deve em última instância selecionar o galo para cria, não deixem que outras pessoas em seu lugar façam isso. Você deve buscar aquelas qualidades que quer para seus reprodutores. Para superar as promessas é básico que o veja jogar, só dessa forma poderá analisar adequadamente e decidir se está a altura do que considera um galo superior. GOPES DELIBERADOS Isto tem muita relação com a pontaria dos tiros. Várias vezes se vêem uma pelea praticamente definida, quando de repente um tiro muda tudo. Regularmente não há tal sorte, isso demonstra o quão valioso é este galo que possui esta característica de disparar tal tiro deliberado. Procure isso em seus reprodutores. CONSERVAR A FORÇA DOS DISPAROS Em muitas ocasiões já vimos um galo bonito, forte, espigado, saudável, que em poucos minutos de pelea não levanta mais os pés com a mesma força nem na mesma altura do início do combate. Comenta-se “falta condição”, “está caído”, a causa verdadeira pode ser uma atrofia dos músculos e mesmo com axercícios não melhora muito seu desempenho. Esse defeito é possível de se erradicar mediante cruzas com galinhas completas, sem essa deficiência. Evite este sério defeito em seus reprodutores.
  • 14. 13 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES PROPORÇÃO E EQUILIBRIO É de grande importância hereditária, para que um galo seja efetivo em combate que este não tenha defeitos em sua proporção física e em seu equilíbrio. Igualmente seus filhos podem ser desproporcionados e em conseqüência pouco efetivos em combate. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Muitos ao abordar a criação de galos descrevem as características físicas que um galo deve possuir. Estes consideram esses requisitos como de primeira importância. Minha opinião é que isto não é o mais importante. Os competidores de várias modalidades possuem uma variedade de cores e formas, o que na verdade importa é o seu desempenho. As características físicas são importantes até certo ponto para que permitam ao galo atuar com mais facilidade e efetividade. Não criamos animais para concurso de beleza, e sim para que ganhem os combates. Possuir certas qualidades físicas é a garantia que o galo não estará fazendo um grande esforço contra uma certa deficiência sua. CORPO O galo deve possuir um corpo arredondado com quilha relativamente curta, esta conformação lhe confere um bom equilíbrio. Não deve possuir lombo largo e peito muito pesado. Uma boa conformação é uma vantagem que proporcionará ao galo facilidade de movimento. Um galo de quilha muito proeminente é sempre pouco efetivo em seus golpes. ESPIGA Gosto do galo espigado, porém não excessivamente. Sua espiga deve ter origem no fêmur (coxa) e não na cana da parte escamosa (canela). São os músculos da coxa longa que permitem alcançar seu oponente a uma maior distância. Igualmente essencial é que
  • 15. 14 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES tenham a curva (coxa/canela) em forma pronunciada. Isso parece ajudar muito na habilidade cortadora. Não conheço um galo com patas retas, semelhantes a uma cegonha, que seja cortador. Se o galo é “pata aberta” é um bom sinal, esse aspecto não é muito bonito, porém quase todos os pata aberta são cortadores. Alguns criadores preferem que seus galos tenham o calço baixo, conferem isso para serem mais pegadores (juntadores). Provavelmente está certo, mas creio que o mais importante, algo essencial é que suas pernas estejam colocadas apropriadamente em forma tal que permita guardar um equilíbrio perfeito. Outra coisa que devemos observar é a forma como o galo caminha. Se põem uma pata perfeitamente reta, frente à outra, de forma tal que suas pegadas tracem uma linha reta (estilo de caminhar índio), isso é um bom sinal, se caminha com as patas separadas semelhante a um “bulldog”, isso não agrada. OLHOS Seguramente existem muito mais coisas além do que vou me referir em relação aos olhos. Um famoso selecionador de galinhas para cria, à nível mundial, dedicava mais tempo examinando os olhos das aves do que qualquer outra parte de sua anatomia. Seus êxitos eram fenomenais. Segundo ele, os olhos das galinhas devem ser brilhantes, avermelhados ou roxos, que tomem completamente a cavidade, que praticamente não haja espaço entre o globo ocular e esta. Não devem ter olhos claros, isso indica visão pobre e assim não podem ver bem, principalmente com luz artificial (elétrica). Podem ser ainda indício de saúde debilitada. Assim tomem atenção à forma e a coloração dos olhos de suas aves.
  • 16. 15 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES PENAS Qualquer êxito que alguém tenha tido na criação de galos combatentes, certamente isso ocorreu com animais de penas fortes e de cor intensa. As penas não podem ser excessivamente largas, fosca, felpudas, brandas ou delgadas que fazem ondas. Este último, geralmente está associado a uma debilidade em sua constituição. GENERALIDADES Há outras características físicas que seguramente já se ouviu falar como: cabeça pequena, cauda tal e em qual posição, asas caídas, etc. Acima disso tudo estão as qualidades demonstradas em combate e em um nível muito superior. São esses animais que devem ser levados a reprodutor. Todos querem animais bonitos, porém as características e qualidades para a pelea vêem em primeiro lugar. Não é fácil descrever com palavras ou por escrito a importância dessas características. Em termos gerais, devemos observar muito a posição das pernas em relação ao tronco, de forma que o peso do animal fique bem repartido, que não tenha mais peso para frente do que para trás. Ou seja: se observarmos um pato veremos que este tem as pernas muito atrás, o qual é ideal para nadar e não para caminhar e atirar golpes com as mesmas. Um galo com forma bem repartida lhe proporciona facilidade e rapidez para fazer seus disparos. Há famílias superiores a outras nesse respeito, procure ter nas suas essa qualidade. Isso refletirá no desempenho de seus galos.Quando existe esta deficiência na família, é muito difícil elimina-la.
  • 17. 16 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES PESO E TAMANHO Não gosto de por na cria galos muito pesados. O peso e tamanho pode ser adequado conforme as galinhas em cruza. O galo deve ser ativo e cortador, de preferência com todas as características físicas já descritas. Seu peso e tamanho não é o mais importante e sim sua força e conformação. JUVENTUDE x IDADE Especialmente quando se trata de reprodutores, sou favorável à juventude. Seguramente já se ouviu falar de um famoso galo que custou uma fortuna ou de uma galinha que embora já velha venha dando filhos fenômenos, etc. Tenho muito respeito pelos bons reprodutores. Por experiência, meus melhores galos são frutos de animais jovens. Já conservei reprodutores por vários anos, o fato é que ano após ano a qualidade de suas crias vem baixando, por isso, prefiro para recria os descendentes dos primeiros anos. Em minha opinião muitas famílias boas de galos vêm se perdendo por causa de reprodutores velhos. Procure perpetuá-los com o uso de exemplares jovens, produto de bons reprodutores. Isto é especialmente válido com respeito as fêmeas, que embora mantenham aspecto de frangas, sua capacidade reprodutiva vem se deteriorando.Por razão que desconheço os galos retém por mais tempo a capacidade reprodutiva, as vezes por toda a vida.Sei que existem exceções à regra, e muita gente poderá apontar evidências contra essa afirmação. Creiam, isso é minha experiência.
  • 18. 17 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 2.1 Formação do genótipo do criadouro Todos os criadores de galos buscam a formação de um GENÓTIPO próprio para o seu Criadouro. O Genótipo é a sua “Marca Registrada”. Para a formação desta “Marca Registrada” devem simplesmente adquirir aves portadores de herança genética de sua preferência como ponto de partida para a formação e desenvolvimento do seu criadouro que se encontra em formação. Pode-se ainda proceder ao aperfeiçoamento do genótipo adquirido como forma de tornar-se um criador representante daquela “Linhagem”, no entanto, a aquisição de genótipos desenvolvidos por outros criadores como ponto de partida para a criação, tem sido cada vez mais freqüente entre os criadores por agregarem valor aos seus descendentes. O desejo de cada um é possuir aves com características próprias, portanto é indispensável que se faça uma escolha tecnicamente correta na hora de se adquirir um galo combatente. Buscamos identificar (descobrir) entre os padreadores e matrizes que dispomos, as melhores combinações de Genes, (combinações gênicas) capazes de se manifestarem espontaneamente na progênie. Todo o trabalho é voltado à investigação e identificação da melhor composição genética que podemos dispor para a formação do Genótipo do nosso criadouro. Esta combinação deve atender aos nossos critérios de qualidade já que dispomos de um plantel (banco genético) e exercemos sobre ele um total controle, podendo conduzir de forma criteriosa os cruzamentos definindo quais genes irão compor a progênie de cada acasalamento. Sabemos que determinada progênie será parecida com seus pais mediante princípios de hereditariedade e que, os pais são do jeito que são porque também herdaram qualidades e defeitos dos seus, logo o processo de hereditariedade se renova a cada cruzamento e podemos interferir em busca da Composição Gênica que melhor se enquadre às nossas exigências, podemos planejar quais fatores genéticos comporão a progênie da próxima ninhada e que seguramente serão herdados dos Pais. Fica claro mediante o exposto que, a qualidade de uma progênie é determinada por sua herança genética que se manifestará no momento oportuno e, caberá ao criador selecionar
  • 19. 18 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES os indivíduos mais representativos e portadores dos fatores genéticos desejáveis para constituírem ao longo do desenvolvimento da criação o seu plantel. A este conjunto de ações planejadas denominamos de Seleção Genética. 2.1.1 Seleção genética Devemos no início da Estação de Cria escolher criteriosamente o genitor mediante análise do seu genótipo. Este Galo deverá representar o melhor que podemos conseguir em termo de “Pedigree” (conjunto de todos os seus ascendentes). Esta escolha criteriosa deverá garantir a correta combinação de gens que comporá o genótipo que se pretende produzir. O genitor escolhido deve ser o mais perfeito representante das qualidades que o credenciará a desempenhar a meritosa função de padrear todas as progênies da Estação de Cria; em outras palavras, será ele o pai de todas as gerações da Estação de Cria em questão. Todas as matrizes deverão ser testadas em busca da identificação daquelas cuja progênie exibirá as boas características latentes em seu genitor. Cada cruzamento deverá ser lançado em livro de Registro Genealógico do Criadouro contendo todos os dados do genótipo do padreador e da matriz envolvida em cada cruzamento. Efetua-se a resenha das características que se objetiva conseguir na progênie. Sabemos que não existem galos ou galinhas geneticamente perfeitos, cada ave é composto por boas e más heranças genéticas, portanto selecionamos aqueles portadores das heranças genéticas desejáveis e eliminamos da criação os portadores das heranças indesejáveis, com tais comportamentos estaremos praticando a Seleção do Plantel. Após efetuarmos no final da estação de cria a seleção de todas as progênies, reservamos as (F-1) irmães de ninho dos pintinhos machos considerados portadores dos fatores desejáveis para cruzarmos no ano seguinte com o pai objetivando a fixação destes fatores. Tal prática nos assegurará após alguns anos a
  • 20. 19 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES formação do Genótipo previamente planejado e geneticamente estabilizado, podendo ser produzido por várias gerações. 2.1.2 Cruzamentos para formação do genótipo do criadouro Efetuamos o Primeiro Cruzamento (F1) Ao cruzarmos o Galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente AxB cumpre-nos observar que a fêmea “B” por ser filha do galo “A” com uma fêmea “C” já possui 50% de sua genética e 50% da genética da fêmea “C” que pretendemos eliminar de forma gradual a medida que prosseguimos com os cruzamentos, vejamos: CRUZAMENTO DE (AXC). (PRIMEIRO CRUZAMENTO) Ao cruzarmos o galo “A” com a Fêmea “C” teremos o seguinte resultado para os 02 filhotes resultantes: (AxC) = 50% de A + 50% de C como 50% é a metade, podemos expressar a equação como sendo: (AxC) = ½ A + ½ C de onde podemos concluir que ½ A + ½ C é igual a A/2 + C/2 = (A+C)/2 logo: A formula Matemática representa cada um dos indivíduos resultante do Cruzamento de (AxC) e deve ser anotada no livro de Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho. Chamaremos estes pintinhos de F1, e a fêmea filha deste cruzamento chamaremos de “B”, logo concluímos que os dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela
  • 21. 20 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES formula que acabamos de desenvolver e possuem 50% do Genótipo do galo “A” e 50% do Genótipo da fêmea “C” percentual este representado na formula pelo denominador 2 (metade). Cruzamento F1 O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B” ou simplesmente: (AxF1) compreende os seguintes percentuais no Genótipo resultante. Podemos representar o cruzamento de (AxF1) mediante o Desenvolvimento da formula matemática da seguinte forma: Pelo demonstrado podemos concluir que: Logo conclui – se que:
  • 22. 21 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES CONCLUSÃO A formula Matemática representa cada um dos indivíduos resultante do Cruzamento de (AXB) e deve ser anotada no livro de Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pintinho. Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F2 e a fêmea resultante deste cruzamento de “B2”, logo concluímos que os dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela formula que acabamos de desenvolver e possuem 75 % do Genótipo de “A” e 25 % do Genótipo de “C” logo percebemos que a cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do Genitor “A” objetivo principal do Criadouro enquanto decresce o percentual do Genótipo da Matriz “C” que originou os indivíduos F1 e F2. CRUZAMENTO - F2 O Cruzamento do galo “A” com a sua filha “B2” ou simplesmente: (AxF2) compreende os seguintes percentuais no Genótipo resultante.
  • 23. 22 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Pelo demonstrado podemos concluir que: LOGO CONCLUI – SE QUE:
  • 24. 23 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES CONCLUSÃO A formula Matemática representa cada um dos indivíduos resultante do Cruzamento de (AXB2) e deve ser anotada no livro de Registro Genealógico do Criadouro para identificar cada pinto. Chamaremos os pintinhos resultantes deste cruzamento de F3 e a fêmea resultante deste cruzamento de “B3”, logo concluímos que os dois pintinhos oriundos deste cruzamento são representados pela formula que acabamos de desenvolver e possuem 87,5 % do Genótipo de “A” e 12,5 % do Genótipo de “C” logo percebemos que a cada cruzamento a progênie adquire cada vez mais o Genótipo do Genitor “A” enquanto decresce o percentual do Genótipo da Matriz “C” que originou os indivíduos F1, F2 , F3... F5. Continuamos os cruzamentos até a obtenção dos F5 quando atingiremos O Cruzamento Absorvente. 2.2 Representação gráfica dos cruzamentos Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a representação gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes “C”, F1, F2, F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico verificar que à medida que os cruzamentos se sucedem incorporamos as diversas progênies à genética do Galo “A” sendo que estas tendem a adquirir 100% do seu Genótipo, fato este enfatizado pela curva acintosa a linha representativa dos 100%. Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os cruzamentos jamais atingiremos os 100%. FIXAÇÃO DO GENÓTIPO DO Galo “A”
  • 25. 24 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES OBS: Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procedem-se novas seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”. Podemos visualizar na curva do gráfico cartesiano a representação gráfica dos cruzamentos do galo “A” com as matrizes “C”, F1, F2, F3... F5. Podemos numa simples análise do gráfico verificar que à medida que os cruzamentos se sucedem diluímos nas diversas progênies à genética da Matriz “C” sendo que estas tendem a perder o seu Genótipo, fato este enfatizado pela curva assíntota a linha representativa a 0 % que se confunde com o eixo horizontal do gráfico. Podemos ainda afirmar que por mais que se sucedam os cruzamentos jamais atingiremos os 0%.
  • 26. 25 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES DILUIÇÃO DO GENÓTIPO DA MATRIZ “C” OBS: Estes cruzamentos deverão ser efetuados em todas as fêmeas cujos irmãos de ninho apresentem os caracteres desejáveis portados pelo Galo “A”. A cada cruzamento procede-se novas seleções para determinação das fêmeas a serem cruzadas para obter-se a fixação do Genótipo do galo “A”. Estes cruzamentos aqui demonstrados promovem a depuração do plantel em função do Genótipo do “Genitor” definido como galo “A” e demonstra um direcionamento de cruzamentos consangüíneos com o objetivo de criar e fixar o “Genótipo do Criadouro”. Devemos proceder paralelamente o cruzamento dos melhores filhotes machos com as matrizes que lhes deram origem como regra básica para produção de filhotes portadores do “Genótipo Padrão do Criadouro”.
  • 27. 26 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 2.3 Comentário sobre o capítulo Temos por finalidade demonstrar e sugerir aos criadores iniciantes um direcionamento genético dos cruzamentos, objetivamos a criação de um Genótipo para o seu criadouro, e mais, evitar os cruzamentos a ermo sem o menor planejamento do que se pretende obter. Reproduzir o galo em vida doméstica é sem dúvida um ato elogiável, no entanto corremos o risco de nos transformarmos em meros “Multiplicadores” se não dermos um direcionamento genético com a prática da reprodução para MULTIPLICAR COM QUALIDADE.
  • 28. 27 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 3. Criação Obviamente, não se pretende aqui fazer uma preleção aos galistas adiantados que, justamente por usarem tecnologias modernas como chocadeiras e criadeiras, rotinas de vacinação e manejo correto além de manterem uma higiene impecável em suas instalações, estão perfeitamente entrosadas com os modernos métodos de avicultura. Mesmo porque as diferenças entre as condições econômicas muitas vezes determinam o futuro de um plantel. O importante não é criar em quantidade, mas com qualidade e respeito a seus "crioulinhos". Se não se puder possuir 2.000 galos em ótimas condições, procuremos ter apenas o número a que possamos realmente dispensar os melhores cuidados possíveis. Existem fundamentos que são indispensáveis em qualquer criação: 3.1 Seleção dos reprodutores Todos os galistas buscam a cada temporada melhorar o seu plantel e para isto é indispensável uma escolha perfeita dos reprodutores.
  • 29. 28 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES A parte mais complicada nesta seleção é sem duvida alguma escolha da matriz, pois não sabemos como é a briga do animal, se usa esporas, se é boa de boa ou raça. Então para escolher uma boa matriz é imprescindível sabermos a procedência do animal, quem é a mãe, o pai e se os seus irmãos são bons de briga; podemos levar em conta o tamanho e os mais detalhistas a cor da matriz(é indispensável que o animal seja 100% sadio). Agora após ter escolhido uma boa matriz devemos encontrar um galo que será o mais perfeito possível, ou seja, tenha raça, seja bom de briga e use bem as armas, além disto é importante que os seus pais e irmão sejam de qualidade comprovada na rinha. Fazendo a escolha desta forma a probabilidade de tirar bons exemplares é bastante elevada. 3.2 Cruza A cruza deve ser feita da maneira mais controlado possível, para que possamos identificar sem duvidas quem é o pai e a mãe do animal, desta forma poderemos identificar as cruzas melhores ou seja o casal que produz mais galos de qualidade e eliminar o animal que não produzir o índice esperado.
  • 30. 29 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Nesse processo o ideal é possuir cruzadores com aproximadamente 50 x 150 cm, onde colocaremos um Galo e uma Galinha, um ninho bebedouro e comedouro apropriado; Podemos colocar areia no chão para que se conserve mais limpo (pó de serra ou palha de arroz não é apropriado). O Galo deve passar no mínimo um período com cada galinha sendo que pode deixar a galinha sem o galo por 2 ou 3 dias. Desta forma um galo pode cruzar com 5 ou 6 galinhas de forma adequada. Vale lembra que de 4 em 4 meses os animais devem ser vermífugados, durante a cruza devemos alimentá-los com ração de cavalo e milho e não podemos deixar faltar água limpa e fresca. 3.3 Higiene Um dos fatores mais importantes a começar pelos ninhos das galinhas que estão chocando . Não aproveite ninhos velhos e sempre faça uma desinfecção geral após cada chocada. É comum não se notar os "carrapatinhos" no ninho porque êles vivem entre as penas da galinha e as penugens dos pintinhos. Quando são notados em movimento pelo ninho ou poleiros é porque o negócio já saiu de controle! Já virou praga de difícil controle e de efeitos devastadores. Apesar de existirem muitos produtos para controle e erradicação desses parasitas (butametrina, deltametrina,etc) é bem melhor prevenir, evitando-se assim o "stress" das aves e do criador! As fezes e a umidade produzem amônia que intoxica as aves. Não deixe nunca acumular porque também quando fermentam, geram calor e chocam ovos de parasitas que estão sempre à espreita além do que são focos ideais para proliferação de micro organismos patogênicos.
  • 31. 30 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 3.4 Cuidados com os Pintos A galinha estando separada no cruzador vai chocar os ovos de forma segura e em torno de 18 á 21 dias os pintinhos nascerão. Raramente iremos perder um ovo, pois, ela estará sozinha para cobrir os ovos, quando a galinha tirar os pintos, eles devem ser criados com sua mãe em “pinteiros” que são gaiolas pequenas cobertas com serragem, jornal ou papelão. Nessa faze o pinto deve se alimentar com ração para crescimento de boa qualidade, e uma vez por dia podemos molhar essa ração e ministrar com o cuidado de não deixá-la azedar (a ração molhada os fará comer mais), água sempre limpa durante todo o tempo, a partir de dois meses e meio já podemos distinguir facilmente os machos e fêmeos com menor índice de erros. Então, colocaremos machos e fêmeas em piquetes de crescimento separados, nos piquetes que crescimento temos um local fechado com poleiros onde todas as noites as prenderemos para passar a noite ou abrigá-los da chuva A chuva, o frio e dormir no sereno, traz muitas doenças, tome cuidado com isso! Nesta faze os alimentamos com ração de crescimento e milho quebrado. Quando atingirem cinco meses podemos colocá-los em piquetes maiores sempre mantendo separados os machos das fêmeas. Seguindo os processos acima e ministrando ração de boa qualidade os macho irão começar a cantar com 9 ou 10 aproximadamente neste período é que os frangos começarão a manifestar o seu extinto belicoso esta é a hora
  • 32. 31 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES certa de iniciarmos os treinamentos e posteriormente classificá-los. As fêmeas não são o objetivo da criação de combatentes, mas temos sempre que ter um bom plantel de matrizes, logo, devemos descartar as que não nos servirem como matrizes. Não podemos esquecer da vacinas, pois estas irão garantir a boa saúde dos combatentes. 3.5 Vacinação O ideal é vacinar as ninhadas nos primeiros 7 dias contra a BOUBA e DOENÇA DE NEWCASTLE que são as mais comuns em nosso meio Existem vacinas para outras doenças como MAREK, CORIZA, ENCEFALITE, CÓLERA, mas nem sempre são encontradas nas doses para pequenos criadores. Com exceção da Doença de MAREK, as outras podem ser evitadas com higiene e quarentena dos novos hóspedes e "viajantes". 3.6 Alimentação A alimentação será descrita num capítulo a parte. 3.7 Calor Nos primeiros 15dias o calor é importantíssimo. Se a galinha mãe for daquelas irrequietas, providencie uma lâmpada na criadeira (60W). O ideal é manter os pintos presos pelo menos 21 dias que é o tempo das vacinas agirem e criarem os anticorpos.* DICA: após os 15 dias, lixe as pontas dos biquinhos porque êles não vão avisar quando vão se "estranhar"e se estiverem com os bicos cegos o estrago é bem menor e contornável. 3.8 Espaço Lògicamente, quanto mais espaço eles puderem ter a partir de 30 dias de vida melhor. Antes de soltá-los para andar é bom repetir as vacinas por precaução. Aos 45 dias é bom colocar um vermífugo na água para prevenir infestações, principalmente se o
  • 33. 32 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES ambiente for de terra e vegetação. Normalmente, passada aquela fase dos 15 aos 30 dias êles esquecem um pouco as brigas e se ocupam mais das novidades do terreiro mas não confie: dia de chuva fique alerta! Êles se molham e não se reconhecem e aí o pau quebra mesmo. Se não tiver quem separe é prejuízo na certa. PIQUETES: Se tiver espaço disponível, separe os machos das fêmeas, pois elas provocam a maioria das brigas nessa fase e também fica mais fácil para administrar uma alimentação mais adequada aos futuros campeões. Normalmente, os frangos vão para as suas instalações individuais após atingirem a maturidade sexual, por volta dos 6 a 7 meses e então os cuidados passam a ser individualizados. Após prendê-los, faça uma vermifugação com piperazina (PROVERM) ou MEBENDAZOL. Não esqueça que espaço é fundamental: êles podem dormir em lugares pequenos mas precisam se exercitar todos os dias como todo atleta, por isso bons passeadores são indispensáveis. Evite o frio e principalmente correntezas de ar que trazem como consequências a CORIZA e a DRC. 3.9 Programa de vacinação Doença de Marek - vacinação única no primeiro dia de vida com vacina Bio-Marek-Vet L ou C (HVT) na dosagem de 0,2ml sub- cutânea; Doença de Newcastle - 1ª dose do 4º ao 14º dias de vida; 2ª dose do 21º ao 28º dias de vida; 3ª dose do 40º ao 60º dias de vida;
  • 34. 33 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 5ª dose entre a 18º e a 22ª semana e a 6ª dose entre a 45ª e a 50ª semana de vidas com New-Vacin na dosagem de 0,03ml gota nasal ou gota ocular; Bronquite Infecciosa - 1ª dose do 4º ao 14º dias de vida com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dosagem de 0,03ml gota nasal ou gota ocular; 2ª dose do 21º ao 28º dias de vida com Bio-Bronk-Vet (H- 120) na dosagem de 15-20litros na agua de beber; 3º dose da 10ª a 16ª semana com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dosagem de 30 a 35 litros na agua de bebida; a 4ª dose entre a 18ª e 24ª semana com New-Bronk-Vet Oleosa na dosagem de 0,5ml intramuscular; e a 5ª dose entre a 45ª e 50ª semana com Bio-Bronk-Vet (H-120) na dose de 35-40 litros na agua de beber. Coriza Infecciosa - 1ª dose entre a 6ª e 10ª semana de vida com Bio-Koriza-Vet (A,B,C); a 2ª dose entre a 10ª e a 15ª semana de vida com Bio-Koriza-Vet Óleo (A,B,C); Bouba Aviária - 1ª dose entre o 7º e 10º dias de vida com Bouba Forte, utilizando o aplicador na membrana da asa; 2ª dose entre a 8ª e 12ª semanas com Bouba Forte, utilizando o aplicador na membrana da asa. A cada semestre imunizar as aves com Inter-Mult 6 oleosa que previne contra Newcastle, Bronquite Infecciosa, Coriza Infecciosa e Queda de Postura. Maiores detalhes, vide bula que acompanha cada frasco das vacinas indicadas.
  • 35. 34 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 4. Treinamento O preparo físico do galo combatente representa fase de grande importância nas lides galísticas, uma vez que, além de certos conhecimentos muito peculiares à tarefa, requerem do “tratador” boa dose de argúcia, paciência e a indispensável dedicação aos animais em “trato”. O assunto é longo e se estende em pormenores e regras, que devem ser religiosamente observadas, se quisermos que nossos “pupilos” façam bonito nas futuras competições a que irão ser submetidos, proporcionando-nos satisfação, além de confiança na categoria das aves que criamos. Não obstante ser o assunto um tanto longo e pormenorizado é objetivo deste trabalho, se assim isto pode ser definido, desenvolver a tarefa de forma sucinta, esperando que algo de proveitoso venha a ser assimilado pelos adeptos deste emocionante esporte, traduzindo-se em prática bem sucedida se rigorosamente adotada. A saúde do galo deve apresentar uma constante desde o seu nascimento até o seu treinamento . Só devemos exercitar aves sadias e vigorosas, amadurecidas, ou seja, após 14 a 18 meses de idade e que estejam confinadas. Por quê ? Aves combatentes demoram mais para calcificar seus ossos e fortalecer a musculatura, fatores que só advém por completo com a maturidade. É difícil explicar o manejo dos galos porque é uma coisa que se aprende mais vendo pessoas mais experientes e, principalmente, com a prática. O que apresento a seguir é bem geral pois existem até aparelhos para exercitar galos e exercícios mais sofisticados, feitos inclusive em tanques com água, mas
  • 36. 35 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES nosso objetivo é apenas a manutenção da saúde das aves e não o de treiná-los para competições. Apesar de alguns entenderem muito de galos, ninguém sabe TUDO sobre aves e todos nós sempre teremos algo de novo para aprender. É isso que é importante no treinamento de galos e até talvez, para a nossa vida... Dois fatores são fundamentais: ALIMENTAÇÃO E ESPAÇO. Como todo atleta o galo necessita de uma dieta rica porém balanceada. Uma sugestão: Milho quebrado (5 partes) + Aveia (2 partes) + Girassol (1 parte) + Sementes (1 parte) + Verduras e Legumes (1 parte) + Complexo Vitamínico-Mineral. ESPAÇO: O ideal seria que permanecessem em passeadores o tempo todo, sempre se movimentando. PASSEADORES: 2 mts. X o,80 X o,80 (ideal) O treinamento manual visa apenas estimular e exercitar aquilo que no galo é natural: BATER AS ASAS, CORRER, PULAR. Podemos usar uma mesa que forraremos com espuma de 10 cm e revestiremos com um pedaço de carpete. 1. PULOS: Colocando-se a mão sob o peito da ave, executa-se um movimento de elevação como se fossemos jogar a ave para cima. Ela instintivamente bate as asas e aterrisa na mesa estofada, o que também fortalece os músculos flexores da s coxas. Existem variações na altura conforme evolui o treinamento. Com a prática, usando-se as duas mãos ( sob o peito e sobre a cauda), podemos inclinar a ave para trás durante o pulo, o que a forçará a bater as asas com mais força. 2. ASAS: Na própria mesa, usando-se a beirada, segura-se a ave pela cauda e inclina-se para baixo. Instintivamente se desencadeia uma seqüência de batidas de asas para retornar ao equilíbrio. Aos poucos vamos notando um aumento da capacidade respiratória, mesmo porque estamos exercitando os maiores músculos das aves que são os peitorais e responsáveis por uma boa parte do consumo de oxigênio.Também podemos construir um cavalete para isso ou um trapézio mas não são todas as aves que se acostumam com eles. Nunca segure muito firme na cauda da ave enquanto ela não estiver acostumada com os exercícios porque eles às vezes se assustam e, para se soltarem, rodopiam no seu
  • 37. 36 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES próprio eixo e largam o rabo na sua mão...Por isso, muito cuidado no manuseio das aves para evitar a quebra de penas e torções que prejudicam a saúde delas. 3.CORRER: Alguns usam a própria mesa, segurando a ave pela cauda, fazendo ela executar instintivamente movimentos com as pernas mas o ideal é construir uma mesa giratória ( como um disco de vitrola) onde se pode segurar a ave com mais comodidade para ela com a vantagem de podermos aplicar uma resistência progressiva na rotação do "prato" o que vai aumentando também a força e resistência dos músculos. Após os exercícios alguns criadores ainda aplicam massagens na musculatura dos galos o que é muito bom quando feito de maneira correta, sem traumatizar a pele da ave, aplicando- se após uma loção adstringente que cada um tem uma receita mas é sempre uma alcoolatura de tinguaciba, barbatimão e anjico e que alguns acrescentam seus "ingredientes secretos".(cânfora, salicilato de metila, mentol e outros). Nos dias de calor, é bom dar banhos nas aves usando-se sabão neutro ou de côco, enxugá-las muito bem e colocá-las ao sol para terminarem de secar. Evitar os dias frios e com ventos. Usar então as "estufas" gaiolas fechadas com lâmpadas para aquecerem e secarrem as penas. No treinamento com outro parceiro as parelhas devem ser pesadas e medidas e colocados os protetores (BUCHAS E BIQUEIRAS) dos quais existem vários modelos e preferências, visando o mínimo de dano as aves. O que se deseja é avaliar a força e as condições físicas. Com a observação notaremos se alguma ave apresenta algum problema . Batidas de 10 minutos são ideais pois poderemos avaliar a ave sem comprometer sua integridade física. TOSA DAS PENAS: Também outro assunto controverso: de uma maneira geral adota-se a tosa das penas e plumas do baixo- ventre, interior das côxas e parte interna das asas que se justificam até para melhor manuseio, higiene e refrigeração. Alguns retiram também as penas laterais do pescoço mas hoje não se justifica mais esse procedimento. São costumes, não técnicas, herdados de outros tempos e outras culturas.
  • 38. 37 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Para quem dispõe de tempo e número limitado de galos, nada melhor que diariamente submetê-los ao trato de escova e banho de sol. Em dias alternados, pois, devemos exercitá-los pela manhã da seguinte maneira:
  • 39. 38 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 5. Classificação Para um leigo, a luta entre dois galos parecerá uma disputa simples e desinteressante. Todavia, à medida que o neófito vai se integrando no esporte, coisas que não distinguia de inicio passam a lhe merecer estudos e observações até chegar a um estágio capaz de identificar com segurança um bom um ótimo ou um excepcional animal. Este predicado, entretanto, nem sempre está com quem admite possuí-lo. O entusiasmo ou um julgamento precipitado pode confundir qualquer galista e induzi-lo mesmo a um erro ao aquilatar os atributos bélicos de determinado galo. Em qualquer rinhadeiro encontramos uma infinidade de classificadores de galos e chegam mesmo a ser humorísticas as afirmações de certas pessoas ao referirem-se a determinados animais. É sabido que um galo, quando perde, nunca é criação do seu legitimo proprietário. Quando ganha, não falta quem apregoe ser o seu criador, quando não aparecem ainda os donos dos ascendentes, cuja árvore genealógica será sem duvida a mais intricada possível. Este é um adágio já muito nosso conhecido, mas isto somente não define uma alta categoria. Para os poucos entendidos em galos, uma briga é boa quando há troca repetida de golpes, coisa muito comum no confronto entre dois animais frenteiros. Se são brigadores e sabem atacar e defender, para essas pessoas, trata-se de animais medíocres, pois a briga se tornará monótona, já que os golpes serão em grau muito menor. Este é um jeito errado e nada convincente e não de quem conhece realmente galos. São inúmeras as maneiras de se classificar um galo como bom. Ser frenteiro não é boa coisa para qualquer combatente empenado, mormente quando se defronta com antagonista que lhe coloca o pescoço por cima e não lhe dá distancia. Os galos de sangue japonês de boa origem têm se mostrado mais eficientes nos rinhadeiros, posto que, de vez em quando, apareçam autênticos "nacionais" a lhes fazerem sombra. Mas não esperemos tudo de um galo sem que outros pormenores o auxiliem a consolidar suas credenciais combativas. Um bom preparo físico e uma alimentação adequada podem complementar o seu todo de
  • 40. 39 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES guerreiro, mas isto também terá valor relativo se lhe faltar origem e um método racional de criação, onde o espaço, higiene, sol à vontade e boa alimentação não lhe venham faltar desde os primeiros dias de vida. Como já citei, várias são as maneira de se classificar um galo como bom, mas de permeio temos que distinguir fatores que definem suas principais características na briga. Não na forma de lutar somente, mas em propriedades individuais que nos poderá ser antecedentemente admitidas com margem mínima de erro. Por exemplo, os galos atarracados, de costas largas e pernas separadas estarão mais credenciados a se sobressaírem pela força, pois seus golpes serão curtos e violentos. Se for um penalonga, de pescoço cumprido, poderá ser um esporeador por excelência, mas dificilmente um "bate-duro". Se o porte é quase vertical, pescoço longo e cauda baixa, fatalmente brigará em cima, mas poderá ser um "colarinho-duro", como a gíria galistica denomina os galos que lutam assim, pouco movimentando a cabeça. Se o corpo é baixo na frente, jamais subirá na briga. As esporas colocadas próximo aos pés, constituem indicio de que o galo dá de esporas, o mesmo acontecendo se as extremidades dos ossos pélvicos estão muito próximas. Caso estejam muito separados será um "bate-espalhado". Não confiemos demais, todavia, nessa premissa. Quando notamos manchas brancas numa ou em ambas as orelhas, fiquemos de sobreaviso, pois poderá ser um animal de pouca fibra ou mesmo um "largador". Penas brancas miúdas no alto da cabeça é indício de muita raça e a isso os aficionados do Oriente dão o nome de "gotas de orvalho". Também admitem os povos daquela região que os galos de crista tombada possuem muita força. A cor dos olhos também evidencia a casta do animal. Os olhos azulados que vão de uma tonalidade até o branco-pérola serão "raçudos" e destemidos. Quanto aos olhos alaranjados, são também tidos como razoáveis, diminuindo essas credenciais se possuem raias vermelhas. Os de olhos avermelhados não deverão merecer nossa confiança mas, quando eles são pretos, trata-se
  • 41. 40 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES invariavelmente de um animal de fibra. Se a menina dos olhos é pequena, como uma conta, o galo será evidentemente de muita boa casta. Mas não nos surpreendamos se alguma dessas coisas não corresponderem ao que esperamos. Lembremo-nos de que nosso galos representam um emaranhado de cruzamentos e que dificilmente tais caracteres se apresentam mais ou menos fixados. Não obstante, aos poucos tópicos abordados, outros poderão ser associados, isto é, os métodos de briga e a maneira de dar ou bater que a nomenclatura galistica já definiu com farto vocabulário a ser abordado em outra oportunidade. A classificação de um galo como bom está na dependência de todos esses fatores e inequivocadamente pode-se afirmar que nem todo galista possui condições de desapaixonadamente identificá-los. Tenho visto muito criador desfazer-se de certo animal por tê-lo como medíocre mas esse mesmo animal em outras mãos revelar- se mais tarde autêntico campeão da arena deixando perplexo seu primeiro dono. Julgar e definir um soberbo galo de briga não é tarefa tão fácil assim. Apenas, devemos ter muitos elementos de convicção para fazê-lo e despojarmonos do excessivo e natural entusiasmo que sempre depositamos em determinados cruzamentos. Outro fator que frequentemente surpreende ao galista mais experiente é a performance nada convincente de determinado galo tido como assombro, integrante de um grupo levado ao rinhadeiro. Embora sendo o mais credenciado, faz a pior briga deixando os louros da vitória para um outro, tido como de menos recursos. Do muito que dele se esperava nada se conseguiu; do outro, do qual pouco se contava, tudo se obteve. Isto, é óbvio, ficou logicamente na dependência de muitos fatores, mas briga de galos é assim mesmo e semelhantes fatos é que trazem emoção tanto na vitória como na derrota e levam aos rinhadeiros verdadeira legião de aficionados.
  • 42. 41 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 6. Alimentação As galinhas, quando se alimentam de grãos, o fazem com rapidez e desta forma o tempo que o alimento permanece na cavidade oral é curto e assim denominamos “tempo bucal zero”. A deglutição na galinha é feita com a ajuda de um movimento de cabeça, jogando-a para frente, o que desloca o grão para trás e, a partir daí, o grão segue em direção ao papo por movimentos peristálticos; devemos nos recordar que a tomada de água também é feita de modo especial, pois, a galinha ingere a água com a valva inferior do bico e em seguida “olha” para cima para que a água desça por gravidade (não há ingestão como no homem ou no cão). Fator importantíssimo: Aves combatentes descendem do "Archeopterix"cujo bico era provido de dentes o que demonstra serem carnívoros os ancestrais de nossos galos, daí não podermos esquecer o fator protéico das rações. Existem várias marcas no mercado para pintos (INICIAL), mas devemos complementar com grãos , cereais, sementes e verduras. Uma boa opção de proteína é o ôvo cozido misturado à ração inicial. Opções de sementes e grãos: trigo, centeio, alpiste, aveia sem casca, etc... Verduras: couve ou almeirão picados bem fininho. 6.1 Vitaminas importantes para aves: VITAMINA A = É essencial para o crescimento, visão, resistência do organismo contra infecções. VITAMINA B1 (tiamina) = Esta envolvida com o metabolismo dos carboidratos e conseqüentemente com o fornecimento de energia. VITAMINA B2 (riboflavina) = Faz parte de vários processos químicos e é importante para a assimilação dos elementos nutrientes e energia, influi diretamente no crescimento e na eclosão dos ovos. VITAMINA B 6 (piridoxina) = Muito importante para a metabolização das proteínas e gorduras. VITAMINA B12 (cobalamina) = Importante para o crescimento para o metabolismo e para a formação do sangue. VITAMINA C (ácido ascórbico) = É um elemento que as aves
  • 43. 42 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES sintetizam no organismo. VITAMINA D3 = As aves sintetizam esta vitamina quando expostas aos raios do sol, é essencial para a formação da casca do ovo, do bico, dos ossos e para assimilação de sais minerais, especialmente cálcio e fósforo. VITAMINA E = É muito comum nas verduras frescas e nos grãos, especialmente os germinados, é importantíssima para a fertilidade e também para o desenvolvimento dos músculos e das células nervosas, ajuda ainda a manter o nível adequado de proteínas do sangue e favorece o desenvolvimento dos embriões e auxilia na absorção da vitamina A e dos carotenóides. VITAMINA K = Esta presente nas verduras e sementes além de outros alimentos, é necessária para a coagulação do sangue. ÁCIDO PANTOTÊNICO = Esta presente em baixa proporção em vários alimentos, é uma vitamina importante para a metabolização dos carboidratos, proteínas, gorduras, conservação de tecidos da pele e do sistema nervoso, onde influi na condução dos impulsos nervosos, atua no crescimento e na plumagem. NIACINA/ÁCIDO NICOTÍNICO = Todas as sementes e alimentos em geral são ricos desta substância, que também pode ser sintetizada pelas aves nos intestinos e em outros tecidos do próprio corpo, é importante para varias funções do organismo principalmente com a respiração celular. BIOTINA = É encontrada em quase todos os alimentos especialmente na gema de ovo, é importante para o crescimento e para a eclosão dos ovos. ÁCIDO FÓLICO = É comum nos alimentos principalmente nas verduras e nos produtos de origem animal, é importante no crescimento e é antianêmico. COLINA = É encontrada em quase todos os alimentos, principalmente os de origem animal e podem ser sintetizados pelas aves através de alguns aminoácidos, é importante para ajudar no metabolismo das gorduras e tem papel importante no crescimento, na assimilação dos alimentos e formação dos ovos. A ÁGUA deve ser trocada diàriamente ou quando apresentar qualquer sujidade. Podemos acrescentar à água o VITAGOLD que é muito bom. Com estas poucas providências você verá os pintinhos se desenvolverem como futuros campeões nas exposições!
  • 44. 43 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 6.2 Alimentação durante o treinamento Segue abaixo um tipo de alimentação que poderá ser usado durante o período de treinamento. 60% de Milho quebrado 40% de Ração para pombo correio Acrescenta na hora de fornecer aos galos o seguinte: Cebola (diariamente) Alho(diariamente) Cenoura (diariamente) Ovo (alternando com banana) Mel de Rapadura (duas vezes pôr semana) Couve (diariamente) Banana (alternando com ovo) Leite em pó (diariamente) 6.3 Cuidados especiais Segue abaixo uma seqüência de vitaminas e alguns procedimentos que poderão ser usadas durante o treinamento e após o combate. Antes de iniciados os treinamentos deveremos ter o cuidado de proceder a desverminacão das aves que poderá ser feito oferecendo ao galo, de forma oral, 1 ml de SISTAMEX, que deverá ser repetido na 8a semana de treinamento. VITAMINAS FOL-SANG B12 – Aplicar 1ml intramuscular nas seguintes semanas: 1a, 3a, 5a, 7a, 9a e 11ª. ENERBESOL - Oferecer 1ml oral nas seguintes semanas: 2a, 4a, 6a, 8a, 10a e 12ª. FERRO SM - Oferecer 1ml oral nas seguintes semanas: 1a e 5ª.
  • 45. 44 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES GLICOPAN ENERGY - Oferecer 1ml oral todas as segundas, Quartas e sábados, após os exercícios de mãos e batidas. OBS: Na 13a semana usar apenas 1ml de PHENODRAL intramuscular 3 dias antes de ir ao rinhadeiro. 6.4 Cuidados após o combate Após toda a limpeza da ave, banhar toda a região afetada com Salva-galo. Aplicar pomada Ganadol, Masticlor ou mesmo Silvamsteril Spray em todos os ferimentos. Aplicar 0,2ml de Azium e ½ ml de Benzetacil tudo intramuscular. Dar 1 comprimido de AAS infantil para evitar febre. Aplicar pomada Eptezan nos olhos para evitar qualquer problema de visão. OBS: Esse tratamento com Azium e Benzetacil deve ser repetido por 3 dias alternados. Porém no caso de febre o AAS deverá ser dado diariamente. 6.5 Alimentação após o combate A alimentação nas primeiras 24 horas após o combate, deverá ficar à base de soro Enerstid ou água de coco. Após o período de 24 horas o galo poderá ser alimentado com alimentação pastosa(Ex.: pão com leite ou ração inicial p/pintos molhada com leite). Pelo menos durante os três primeiros dias o galo deverá ficar em gaiola totalmente fechada, ao abrigo do vento.
  • 46. 45 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 7. Doenças Antes de citarmos as patologias mais comuns nas aves de combate, devemos realçar que, a higiene e o asseio das instalações, comedouros, bebedouros, água e alimentos, são fatores primordiais em todas as fases da criação. Porém, doenças podem aparecer mesmo quando todos os cuidados são tomados, e neste momento é importante sabermos agir corretamente. Colibacilose: É uma doença causada por uma bactéria que está encontrada normalmente nos intestinos das aves, porém, vivendo em equilíbrio. Quando ocorre uma queda na imunidade, devido a vários fatores como mudança de temperatura, estresse ou ainda troca de penas; estas bactérias começam a se multiplicar desordenadamente, desencadeando a patologia. Geralmente, os animais adultos são resistentes a esta enfermidade, acometendo freqüentemente os animais jovens (pintinhos até 15 dias). Os sintomas são a diarréia freqüente e mal cheirosa, apatia e falta de apetite nos animais doentes. A prevenção se realiza através do isolamento dos doentes e desinfecção do local onde estes se encontram e ainda a higiene dos utensílios como comedouros e bebedouros. O tratamento é feito com antibiótico de amplo espectro, porém existem alguns mais indicados para doenças gastrintestinais. A Enrofloxacina (nome comercial é Baytril), 1ml/ave adulta, age bem nesses casos onde não se encontra resistência do agente. Já para as cepas resistentes se usa a Terramicina ou o Cloranfenicol (Quemicetina). Deve ser usado um complexo vitamínico para melhor recuperação dos animais. Salmonelose: Doença que geralmente acomete adultos, podendo afetar também os jovens sendo que nestes os sintomas são: dificuldade respiratória, abdome edemaciado, asas caídas. Nos adultos ocorre uma diarréia esbranquiçada, por isto esta doença é popularmente chamada de “diarréia branca”. Esta doença é uma Zoonose, isto é,
  • 47. 46 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES pode acometer os humanos, por isso devemos ter boa higiene pessoal depois de manipular os animais doentes. Para esta patologia se indica o Cloranfenicol (Quemicetina) de uso injetável na dose de 0.5ml/ave adulta. Um complexo vitamínico também é conveniente na fase de recuperação. Proventriculite ou “empapamento”: Doença que se caracteriza pela inflamação do papo, ocasionando a estase do alimento neste compartimento. Pode ter duas causas: Causa local ou causa hepática. Na proventriculite de causa local, geralmente se tem a infecção do papo por fungos, mas este caso é mais comum em pássaros. Nas aves, quase que todos os casos são de proventriculite de causa hepática, que é a parada do alimento no papo devido a um processo de diminuição da função hepática. O tratamento se baseia no uso de um antibiótico de amplo espectro como a penicilina (Agrovet) na dose de 1ml/ave adulta e no uso de protetores e estimulantes hepáticos como o Mercepton, Bionew ou Ornitil. A dieta nesta fase deve liquida ou pastosa. Bouba aviária ou “pelota”: Doença viral que se caracteriza pela formação de nódulos na pele das áreas glabras (sem penas) das aves. Em casos mais graves ocorrem também nódulos na mucosa ocular e oral. Geralmente acometem os pintinhos, mas pode afetar animais até 1 ano de idade. Não há medicamento eficaz para o tratamento desta patologia, sendo que a melhor forma de prevenção é a vacinação. Pode-se utilizar solução de iodo 2% nos nódulos e ainda administrar antitérmicos nos animais acometidos. Encefalomielite aviária: Doença caracterizada por sintomas de origem neuromuscular como fraqueza nas pernas e dificuldade de equilíbrio. É uma enfermidade de origem viral, portanto não há medicamentos eficazes para o tratamento, que deve ser à base de vitaminas do complexo B.
  • 48. 47 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES Geralmente só acomete os machos, as fêmeas são resistentes, porém transmitem através do ovo. Deve-se eliminar do plantel todas as fêmeas mães e irmãs de machos que manifestaram a doença. Micose cutânea ou “bouba branca”: Doença cutânea caracterizada pelo aparecimento de placas de cor branca na pele, é de origem fúngica. Tratamento deve ser feito à base de pomadas fungicidas como Vodol, Miconazol ou similar. Sarcoma ulcerado ou “Caroara”: Doença de origem bacteriana inespecífica, associada à uma neoplasia do tecido cutâneo e articular que geralmente ocorre na articulação do joelho das aves. O tratamento é tópico e sistêmico; nesta enfermidade há a necessidade de se analisar cada caso isoladamente. Sarna podal das galinhas ou “cascão” Doença parasitária causada por uma sarna que se aloja sob as escamas que recobrem as pernas das aves. O tratamento é à base de banhos antiparasitários como o Amitraz ou a Cipermetrina nas doses indicadas. Coriza: Doença viral que se manifesta através de sintomas respiratórios. É altamente contagiosa e se não tratada pode levar o animal a uma pneumonia crônica. O tratamento é à base de antibiótico como a penicilina, servindo este não para combater a coriza, mas sim, para previnir a instalação de um pneumonia;
  • 49. 48 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES recomenda-se usar também um imunoestimulante como o Ripercol oral (é um vermífugo que possui propriedade imunoestimulante). Auto Mutilação A causas da doença são: carências nutricionais, presença de ectoparasitas ( piolho), stress ( condições inadequadas de vida, solidão, perda de companheiro de longa data, morte do proprietário, mudança de ambiente, ansiedade, etc) além de outras causas, bastante discutidas, tais como: frustração sexual e processos alérgicos. O prognóstico e o tratamento dependem, obviamente, da principal causa envolvida, visto que é uma doença multifatorial. No geral, o prognóstico é de bom a reservado, quando inicia-se o tratamento no começo do processo e de reservado a desfavorável quando animal já esta literalmente comendo pedaços do seu próprio corpo. Com relação ao tratamento, o protocolo consiste: correção alimentar e uso de polivitamínico, verificação de ectoparasitas ( em caso positivo fazer tratamento normalmente para piolhos, utiliza-se produtos à base de piretróides), uso, se necessário, de antibiótico de amplo espectro caso ocorrram dermatites ou soluções de continuidade na pele, os anti-histamínicos (hidroxizine) 2mg/kg/oral também são indicadas. O próximo passo do tratamento é verificar alterações psicológicos que levem o animal ao quadro de stress, patologia muito comum nas aves e animais silvestres, e de difícil tratamento visto que o stress é uma doença que está relacionado ao próprio encarceramento do animal. Outra boa opção seria a colocação de colares elizabetanos no pescoço da ave, dificultando seu acesso às áreas afetadas, este
  • 50. 49 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES colar permaneceria no pescoço do animal até a cura das feridas e do crescimento das penas, além do uso de medicamentos topicamente, que inibam a auto-mutilação, como por exemplo, a aplicacão nas áreas afetadas de extrato de babosa ( aloe vera ), que por ser bastante amargo inibe o animal de se comer. A última tentativa de melhora do processo de auto- mutilação, seria a utilização de fármacos psicotrópicos, como por exemplo, o haloperidol (haldol) na dosagem de 0.15mg/kg/oral ou fluoxetine (prozac) 2mg/kg/oral. Enfim, é uma doença delicada, pois normalmente não tem causa física e sim psicológica. Prevenir ainda é o melhor caminho, por isso o correto é dar uma vida digna, na medida do possível, para a ave encarcerada. Temos que pensar na qualidade de vida destes animais. Na minha opinião, a auto-mutilação é o melhor exemplo de manifestação física da somatização de transtornos psicológicos que o animal sofre ao longo de sua vida. A qualidade de vida inclui, dentre outras, manejo, alimentação e ambiente corretos para a espécie em questão.
  • 51. 50 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES 8. Medicamentos NÚMERO UM: NÃO ESQUEÇA DE VACINAR AS AVES!!!!! POMADAS: FURACIN OU SULFATIAZINA DE PRATA INDICAÇÕES: FERIMENTOS EM GERAL INCHAÇÃO DE JUNTAS: CATAFLAN GEL, CALMINEX, DECADRON OU DECADRONAL INJ.NO LOCAL(CASO GRAVE) COLÍRIOS: ÁGUA BORICADA(para lavagens), MAXITROL, GARAMICINA(BACTÉRIAS) AZUL DE METILENO (fungos) VERMÍFUGOS: PROVERM, MEBENDAZOL,PIPEVERMIN VITAMINAS: CITONEURIN B12: 1 comp/dia ou 1cc no músculo do peito por semana. COMPLEXO B"ROCHE"1 comp/dia. COMPLEMENTOS: AMINOMIX, HORSEPLUS:acrescentar à alimentação diária. VITAGOLD: 5 gts. no bico p/ dia CALCILAN: 5CC no bico p/ dia. ANTIBIÓTICOS: QUEMICETINA , TERRAMICINA(corizas, diarréias, cólera, bouba) TILOSINA (TYLAN): santo remédio! Serve para muitas doenças tanto respiratórias como intestinais. MICOSE DE PELE:(BOUBA BRANCA) DAKTARIN LOÇÃO, NIZORAL (comp.) TINTURA DE IODO (local) BOQUEIRAS: VIOLETA DE GENCIANA - HIPOGLÓSS
  • 52. 51 COMO CRIAR GALOS COMBATENTES O segredo do sucesso “AMOR, PACIÊNCIA E MUITA, MUITA OBSERVAÇÃO”. Um abraço! Obrigado, e até a próxima! Prof. Ronnyeri