SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 39
Personagens

Pirata da Perna de
Pau

Rei
Cena 1
A fachada de uma casa simples – uma porta e uma
janela – com estrutura de rodas que a movimente
em cena.

Aparecem dois vagabundos esfarrapados: Serafim,
o magro, Malacueco, o gordo.
Serafim: Ai que sono! Que preguiça! Que cansaço!

Malacueco: Ai que estafa! Que fadiga! Que quebreira!
Serafim: Quebreira de quê?

Malacueco: Cansaço de quê?
Serafim e Malacueco (em coro): De não fazer nada!
Serafim: O pior é que estou com uma fome…
Malacueco: E eu com uma larica… olha, vamos àquela
casa. Pode ser que nos deem de comer.
(Batem à porta da casa.)

Serafim: Vossa excelência precisa de regar o jardim…
Malacueco: …que já está muito seco.

Serafim: Aqui está o Serafim…
Malacueco: … e o Malacueco.
Serafim: Em troca pedimos …
Malacueco: … pão para a viagem.
Serafim: Não temos dinheiro para pagar estalagem.
(Abre-se a porta com espalhafato e aparece o Pirata da

Perna de Pau, de espada na mão.)

Pirata da Perna de Pau: Quem são vocês?
Serafim (Muito encolhido, com a voz a sumir-se):
Serafim…
Pirata da Perna de Pau: O quê?
Serafim (Mais alto, mas ainda assustado): Serafim.
Pirata da Perna de Pau: (para Malacueco) E tu?

Malacueco

(trémulo

e

gaguejante):

Ma…la…cué…cué…cué…cueco.
Pirata da Perna de Pau: O quê?
Malacueco: (ainda assustado) Malacueco.
Pirata da Perna de Pau: (Designando-os com a espada)
Serafim e Malacueco?
Serafim e Malacueco: (em coro e servis) Dois criados ao

vosso dispôr. (desajeitada vénia).
Pirata da Perna de Pau: (rindo-se) Meus criados? Eh!

Eh! Estão contratados. Eh! Eh!
Serafim (tentando atalhar): Nós só dissemos…

Malacueco (idem): Nós não dissemos…
Pirata da Perna de Pau: O vosso patrão, a partir de
agora, sou eu.
Malacueco (para o Serafim): Parece que falámos de mais.
Pirata da Perna de Pau: Sabem quem eu sou?
(Serafim e Malacueco fazem que não com a cabeça.)

Pirata da Perna de Pau: (rindo) Eh! Eh! Adivinhem. Sou
a Branca de Neve?

Serafim: (hesitando) À primeira vista não parece…
Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Sou o Capuchinho
Vermelho? Ou sou o Lobo Mau?
Malacueco: (a medo) Talvez… talvez mais… a segunda
hipótese…
Pirata da Perna de Pau: Nem um nem outro. Eh! Eh! Eu

sou (cantarolando) o Pirata da Perna de Pau, do olho de
vidro, da cara de mau…
Serafim e Malacueco: Brr! Que medo!
Pirata

da Perna de Pau: Vocês dois fazem parte da

equipagem do meu navio. Vou sair daqui: navegar por
esses mares fora até encontrar uma terra em que as minhas
maroscas não sejam conhecidas.
Serafim: E se o barco vai ao fundo?

Malacueco: Nós não sabemos nadar…
Pirata

da Perna de Pau: Dentro de água é que se

aprende. Eh! Eh! À minha frente, marchem!
(Eles marcham, capitaneados pelo Pirata .)
Malacueco: (tremendo) Meteste-me em bons trabalhos,
Serafim!
Serafim: Tu é que me meteste…
Malacueco: Foste tu!

Serafim: Não, foste tu!
(Batem um no outro. O Pirata da Perna de Pau dá uma

cacetada-espadeirada em ambos.)
Pirata da Perna de Pau: Quero disciplina!
(Aparece em cena a estrutura lateral de um barco a
remos.)
Pirata da Perna de Pau: Toca a embarcar. E disciplina!
Malacueco: Ai a minha cabeça!

Serafim: Ai as minhas costas!
(Entram dentro do barco. Malacueco e Serafim tomam

conta dos remos. O Pirata comanda, de pé, à proa.)
Pirata da Perna de Pau: Toca a remar.
(A casa, movida por rodas, vai recuando. O barco fica no
mesmo sítio. Se possível, alguns efeitos visuais que deem a
ilusão de movimento.)
Pirata da Perna de Pau: (cantando) Eu sou o Pirata da

Perna de Pau, do olho de vidro, da cara de mau…

(Aparece em cena uma minúscula ilha, também movida a
rodas, que se aproxima do barco, onde esforçadamente
remam Serafim e Malacueco.)
Cena 2
Pirata da Perna de Pau: Terra à vista!
(A ilha aproxima-se do barco. Por trás da ilha aparece o

Rei. Tem um aspeto grotesco de Rei do Carnaval.)
Pirata da Perna de Pau: Todos ao ataque. Eh! Eh!
Abordagem!
(A ilha e o barco chocam. O Pirata , de espada em punho,
sai do barco. Os dois vagabundos seguem-no,
medrosamente.)
Pirata da Perna de Pau: (dirigindo-se ao Rei,

ameaçadoramente) Deita cá para fora todo o teu
dinheirame, manipanso. Já! Já que tenho pressa.
Rei: Como vindes insofrido, estrangeiro! Quem sois? Que
pretendeis? Donde vindes? Trazeis alguma mensagem de
um Rei meu amigo, ó ilustre embaixador?
Pirata da Perna de Pau: Qual mensagem nem qual
carapuça! Quero os teus tesouros, depressa. Toca a

despachar.
Rei: Expressais-vos com prestezas, mas eu não vos

entendo. Sabeis porventura que estais falando com um
Rei?
(Serafim e Malacueco prostram-se por terra.)
Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Rei de quê, pode saberse?
Rei: Rei desta ilha, senhor absoluto de todo o mar que
vedes em volta. D. Ordonho I, Rei das espinhas de carapau

e das escamas de bacalhau. Prestai-me homenagem.
(Serafim e Malacueco voltam a prostrar-se.)

Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! E o teu palácio, os teus
vassalos, os teus súbditos, onde estão eles?

(O barco puxado dos bastidores, começa a afastar-se da
ilha.)
Rei: Não tenho palácio, nem vassalos, nem súbditos,
ilustres estrangeiros. Vivo sozinho. Se tivesse vassalos e
súbditos não me deixavam ser Rei como eu quero.
Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Pois então dá cá todo o

teu mealheiro, o teu tesouro, que nós vamo-nos já embora
e não te incomodamos mais.
Rei: O meu tesouro, impaciente estrangeiro, é constituído,
como o seu título anuncia, por espinhas de carapau e
escamas de bacalhau. Se assim o quereis, levai-o e enchei
com ele o vosso barco.
Pirata da Perna de Pau: O nosso barco… onde está ele?

Socorro! Socorro! O nosso barco foi puxado pela corrente.
(o barco afasta-se e desaparece.) Vão buscá-lo, vadios.
Tragam o meu barco, malandros.
Serafim: Nós não sabemos nadar…
Pirata da Perna de Pau: (chorando) Nem eu! Fum! Fum!
Perdi o meu querido barco, o barco que eu tinha roubado
com tanta habilidade. Fum! Fum! Sou um desgraçado, um

pobre náufrago. Fum! Fum!
Rei: Descansai, ilustre estrangeiro, que eu vos darei

guarida no meu reino, enquanto não arranjardes transporte
para a vossa terra.
Serafim: E nós?
Rei: (para Serafim) Vós passais a pertencer ao meu
séquito. Nomeio-vos, ilustre estrangeiro, Duque das Águas
Claras.
Serafim: (curvando-se) Oh majestade, que grande honra!
Rei: O vosso companheiro tomará o título de Marquês das

Águas Turvas.
Malacueco: (curvando-se) Que bonito, Serafim.

Serafim: Não me trates por Serafim. Sou o Duque das
Águas Claras.
Malacueco: E eu o Marquês das Águas Turvas. Temos a
vida garantida.
Serafim: Nunca mais voltamos a trabalhar.
(Serafim e Malacueco fazem salamaleques um ao outro.)
Pirata da Perna de Pau: Também quero um título, ó Rei

das Espinhas! Eh! Eh! Um título cá para o Pirata amigo!
Rei: Vós sereis o Almirante-Mor da esquadra do meu

reino.
Pirata da Perna de Pau: Onde estão os barcos dessa
esquadra?
Rei: Sossegai, Almirante! A esquadra, uma esquadra a
perder de vista, tê-la-emos, um dia, para conquistar o

mundo.
Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Combinado!... Para

conquistar o mundo.
Malacueco: Não gosto disto, Duque.

Serafim: Nem eu, Marquês.
Pirata

da Perna de Pau: Que estão vocês para aí a

conspirar? Tratem do nosso almoço. Depressa!
Rei: (chamando) Duque das Águas Claras e Marquês das
Águas Turvas…
Serafim e Malacueco: (prostrando-se) Às ordens de vossa

majestade.
Rei: Obedecei ao Almirante-Mor! Ide com prontidão

pescar-nos um peixe de bom porte, amanhai-o e cozinhaio, enquanto eu e o Almirante vamos dar um passeio pela
ilha.
Serafim: (protestando) Mas eu sou Duque, Majestade…
Malacueco: E eu, Marquês…
Rei: Pescar e cozinhar para o Rei é uma honra. (dá-lhes

uma cana de pesca e uma enorme frigideira ou sertã.) Vá
marquês e Duque, ide, ide… e vós, Almirante, vinde
comigo.
(Rei e Pirata afastaram-se, até deixarem de ser vistos.)
Serafim: Não gosto nada disto, Malacueco.
Malacueco: Nem eu, Serafim.
(Ambos perderam a pose aristocrática. Atiraram à “água”

a linha da cana de pesca. A outra ponta da linha-corda da
cana deve alcançar os bastidores.)
Serafim: Se conseguíssemos fugir…
Malacueco: Mas como? Com tanto mar pelo meio…
(A cana estremece.)
Serafim: Um peixe picou. Puxa, Malacueco, puxa.
Malacueco: (puxando) Não há-de ser grande coisa…
(Vem um peixe pequenino, na ponta da linha.)
Serafim: (tirando o peixe) Aqui está um peixe para o

jantar de suas excelências.
Malacueco: É tão pequenino, Serafim. Deita-o outra vez

ao mar, coitadinho. Ele que cresça.
Serafim: (lançando o peixinho ao mar) Vai buscar-nos um
barco que nos livre desta ilha, peixe pequenino.

(Malacueco voltou a lançar a linha, na direção dos
bastidores.)
Malacueco: Não há barcos por estes sítios.

Serafim: Que infelicidade a nossa, Malacueco.
Malacueco: Ai! Ai! Serafim, pesquei um peixe muito

grande. Vê tu como ele puxa. (A linha estica-se.) Ajudame, Serafim. (Serafim agarra-se ao Malacueco.) Ai que o
peixe tem mais força do que nós!
Serafim: Puxa-nos para o mar! Socorro!
Malacueco: Eu não largo. Dá-me a sertã, Serafim.
(Continuam a ser puxados. Caem à “água” e montam a

frigideira ou sertã, que terá um rodado de patins. A ilha
desaparecerá, em sentido contrário.)
Serafim: Ai que eu não sei nadar.
Malacueco: Nem eu. Agarra-te que vamos de sertã
aquática. (Escorregam um cima da frigideira, puxados dos
bastidores.)
Cena 3
(No mesmo cenário da cena 1. Os dois vagabundos estão
caídos por terra.)
Malacueco: Olha, Serafim, onde o peixe nos deixou…
Serafim: Que bom, Malacueco. Estamos salvos.
(Abraçam-se).
Malacueco: Estou cá a pensar que este peixe grande, se
calhar, era o pai do peixe pequenino.

Serafim: Se calhar era…
Malacueco: E o Rei e o Pirata da Perna de Pau? Que será

feito deles?
Serafim: Continuam à espera do almoço.

Malacueco: E da grande esquadra para conquistar o
mundo!
Serafim: Deixá-los esperar…
Malacueco: Deixá-los esperar…
(Risonhamente, abrem a porta da casa que era do Pirata
da Perna de Pau, de que manifestamente tomam conta.
Entretanto, cantam)
Serafim:

Não nos chamem vagabundos
Vagabundos, vagabundos

Que vagabundos não somos.
Andamos por esse mundo
Não temos patrões nem donos
Nem criados nem mordomos.
Serafim e Malacueco: (em coro)
Nem criados nem mordomos.
Malacueco:

Trabalhamos, mas não tanto,
Entretanto descansamos

Nós somos causa de espanto.
Não temos chefes nem amos,
Protetores, senhores que mandam.
Cantamos, quando cantamos.
Serafim e Malacueco: (em coro)
Cantamos, quando cantamos…
(Vão andando pelo meio do público, em atitude de
recolher tostões para o peditório…)
Serafim:

Estou cansado de cantar
Não apanho nem vintém.

Vou-me já daqui embora,
Isto assim não me convém.
Venha um euro sem demora
Que não faz falta a ninguém.
Serafim e Malacueco: (em coro)
Que não faz falta a ninguém.
Malacueco:

Eu já tenho a boca seca de estar a cantar sozinho,
Venha de lá uma pinga

Deem-me um copo de vinho.
E também não era mau
Um pastel de bacalhau…
Malacueco e Serafim: (repetem):

E também não era mau
Um pastel de bacalhau…

(Repetem de novo.)

FIM

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

A casa da mosca fosca
A casa da mosca foscaA casa da mosca fosca
A casa da mosca foscaJani Miranda
 
O pinto borrachudo
O pinto borrachudoO pinto borrachudo
O pinto borrachudo12_A
 
Cinderela
CinderelaCinderela
CinderelaNMBQ
 
O Castelo do Queijo
O Castelo do Queijo O Castelo do Queijo
O Castelo do Queijo bibliotecap
 
Do advento. .-até-ao-natal
Do advento. .-até-ao-natalDo advento. .-até-ao-natal
Do advento. .-até-ao-natalAcilu
 
Poesias de natal[1]
Poesias de natal[1]Poesias de natal[1]
Poesias de natal[1]sorrisinhu
 
O palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoletoO palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoletoSilvares
 
A HistóRia De Uma Bruxa
A HistóRia De Uma BruxaA HistóRia De Uma Bruxa
A HistóRia De Uma BruxaJoana Sobrenome
 
Iaci e a_boneca[2]
Iaci e a_boneca[2]Iaci e a_boneca[2]
Iaci e a_boneca[2]jifonteseca
 
A velhinha que comeu os símbolos do natal
A velhinha que comeu os símbolos do natalA velhinha que comeu os símbolos do natal
A velhinha que comeu os símbolos do natalMaria Sousa
 

Mais procurados (20)

A casa da mosca fosca
A casa da mosca foscaA casa da mosca fosca
A casa da mosca fosca
 
O pinto borrachudo
O pinto borrachudoO pinto borrachudo
O pinto borrachudo
 
O Palhacinho
O PalhacinhoO Palhacinho
O Palhacinho
 
Soldadinho de chumbo
Soldadinho de chumboSoldadinho de chumbo
Soldadinho de chumbo
 
Cinderela
CinderelaCinderela
Cinderela
 
Pinoquio
PinoquioPinoquio
Pinoquio
 
O Castelo do Queijo
O Castelo do Queijo O Castelo do Queijo
O Castelo do Queijo
 
Pinóquio
PinóquioPinóquio
Pinóquio
 
Do advento. .-até-ao-natal
Do advento. .-até-ao-natalDo advento. .-até-ao-natal
Do advento. .-até-ao-natal
 
O pai natal verde
O  pai natal verdeO  pai natal verde
O pai natal verde
 
Histria Certa Noite Num Estbulo
Histria Certa Noite Num EstbuloHistria Certa Noite Num Estbulo
Histria Certa Noite Num Estbulo
 
Poesias de natal[1]
Poesias de natal[1]Poesias de natal[1]
Poesias de natal[1]
 
O palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoletoO palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoleto
 
A HistóRia De Uma Bruxa
A HistóRia De Uma BruxaA HistóRia De Uma Bruxa
A HistóRia De Uma Bruxa
 
O vento
O ventoO vento
O vento
 
O patinho feio
O patinho feioO patinho feio
O patinho feio
 
Iaci e a_boneca[2]
Iaci e a_boneca[2]Iaci e a_boneca[2]
Iaci e a_boneca[2]
 
EL PRINCIPE CENICIENTO
EL PRINCIPE CENICIENTOEL PRINCIPE CENICIENTO
EL PRINCIPE CENICIENTO
 
A quadradinha
A quadradinhaA quadradinha
A quadradinha
 
A velhinha que comeu os símbolos do natal
A velhinha que comeu os símbolos do natalA velhinha que comeu os símbolos do natal
A velhinha que comeu os símbolos do natal
 

Semelhante a Pirata da Perna de Pau e os dois vagabundos

Semelhante a Pirata da Perna de Pau e os dois vagabundos (20)

Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Barca bela
Barca belaBarca bela
Barca bela
 
Serafim e malacueco
Serafim e malacuecoSerafim e malacueco
Serafim e malacueco
 
Aula definitiva-auto-da-barca
Aula definitiva-auto-da-barcaAula definitiva-auto-da-barca
Aula definitiva-auto-da-barca
 
Arte xávega
Arte xávegaArte xávega
Arte xávega
 
Aula definitiva auto_da_barca
Aula definitiva auto_da_barcaAula definitiva auto_da_barca
Aula definitiva auto_da_barca
 
Aula definitiva auto_da_barca
Aula definitiva auto_da_barcaAula definitiva auto_da_barca
Aula definitiva auto_da_barca
 
Abi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bomAbi personagens tipo bom
Abi personagens tipo bom
 
O auto da barca do céu...so leitura
O auto da barca do céu...so leituraO auto da barca do céu...so leitura
O auto da barca do céu...so leitura
 
Capri E Anacapri
Capri E AnacapriCapri E Anacapri
Capri E Anacapri
 
Capri y anacapri
Capri y anacapriCapri y anacapri
Capri y anacapri
 
Capri..
Capri..Capri..
Capri..
 
ItáLia
ItáLiaItáLia
ItáLia
 
Capri
CapriCapri
Capri
 
Capri
CapriCapri
Capri
 
Ilha De Capri
Ilha De CapriIlha De Capri
Ilha De Capri
 
O mar para adivinhar
O mar para adivinharO mar para adivinhar
O mar para adivinhar
 
AUTO DA BARCA DO INFERNO.docx
AUTO DA BARCA DO INFERNO.docxAUTO DA BARCA DO INFERNO.docx
AUTO DA BARCA DO INFERNO.docx
 
Episódio "O Gigante Adamastor" d' Os Lusíadas
Episódio "O Gigante Adamastor" d' Os LusíadasEpisódio "O Gigante Adamastor" d' Os Lusíadas
Episódio "O Gigante Adamastor" d' Os Lusíadas
 
Capri Anacapri
Capri AnacapriCapri Anacapri
Capri Anacapri
 

Mais de Maria Ferreira

Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02
Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02
Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02Maria Ferreira
 
Tiposdetexto 121020050344-phpapp01
Tiposdetexto 121020050344-phpapp01Tiposdetexto 121020050344-phpapp01
Tiposdetexto 121020050344-phpapp01Maria Ferreira
 
Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02
Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02
Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02Maria Ferreira
 
Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02
Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02
Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02Maria Ferreira
 
Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02
Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02
Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02Maria Ferreira
 
Tiposdefrase 121020050310-phpapp02
Tiposdefrase 121020050310-phpapp02Tiposdefrase 121020050310-phpapp02
Tiposdefrase 121020050310-phpapp02Maria Ferreira
 
Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01
Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01
Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01Maria Ferreira
 
Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02
Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02
Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02Maria Ferreira
 
Conto oscar wild-principe-feliz
Conto oscar wild-principe-felizConto oscar wild-principe-feliz
Conto oscar wild-principe-felizMaria Ferreira
 
Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02
Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02
Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02Maria Ferreira
 
Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01
Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01
Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01Maria Ferreira
 
O beijo da palavrinha 2 mia couto
O beijo da palavrinha 2 mia coutoO beijo da palavrinha 2 mia couto
O beijo da palavrinha 2 mia coutoMaria Ferreira
 
Adverbio 140218123245-phpapp02
Adverbio 140218123245-phpapp02Adverbio 140218123245-phpapp02
Adverbio 140218123245-phpapp02Maria Ferreira
 
Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12
Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12
Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12Maria Ferreira
 
Aspectos da costa_p._point
Aspectos da costa_p._pointAspectos da costa_p._point
Aspectos da costa_p._pointMaria Ferreira
 

Mais de Maria Ferreira (20)

Liberdade viseu pdf
Liberdade  viseu pdfLiberdade  viseu pdf
Liberdade viseu pdf
 
Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02
Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02
Ashoraseosminutos 140502103917-phpapp02
 
Tiposdetexto 121020050344-phpapp01
Tiposdetexto 121020050344-phpapp01Tiposdetexto 121020050344-phpapp01
Tiposdetexto 121020050344-phpapp01
 
Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02
Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02
Exibio trabalharcomocompassocorrigido-130118123004-phpapp02
 
Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02
Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02
Contomatilde rosa-araujomisterios-140221050511-phpapp02
 
Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02
Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02
Matilderosaarajo vidaeobra-110702052259-phpapp02
 
Tiposdefrase 121020050310-phpapp02
Tiposdefrase 121020050310-phpapp02Tiposdefrase 121020050310-phpapp02
Tiposdefrase 121020050310-phpapp02
 
Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01
Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01
Exibio 2ano-diagramasdevennedecarroll-131118082447-phpapp01
 
Easter vocabulary4
Easter vocabulary4Easter vocabulary4
Easter vocabulary4
 
Months and seasons
Months and seasonsMonths and seasons
Months and seasons
 
Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02
Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02
Exibiosimetrias 130112111520-phpapp02
 
Conto oscar wild-principe-feliz
Conto oscar wild-principe-felizConto oscar wild-principe-feliz
Conto oscar wild-principe-feliz
 
Preposicao
PreposicaoPreposicao
Preposicao
 
Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02
Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02
Uniaoeuropeialeonor 140306170909-phpapp02
 
Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01
Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01
Exibio diagramadecauleefolhas-130120161545-phpapp02-140116174819-phpapp01
 
O beijo da palavrinha 2 mia couto
O beijo da palavrinha 2 mia coutoO beijo da palavrinha 2 mia couto
O beijo da palavrinha 2 mia couto
 
Adverbio 140218123245-phpapp02
Adverbio 140218123245-phpapp02Adverbio 140218123245-phpapp02
Adverbio 140218123245-phpapp02
 
Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12
Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12
Hist+¦ria adivinha quanto eu gosto de ti.12
 
Aspectos da costa_p._point
Aspectos da costa_p._pointAspectos da costa_p._point
Aspectos da costa_p._point
 
Det posse
Det posseDet posse
Det posse
 

Último

Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxkellyneamaral
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 

Último (20)

Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 

Pirata da Perna de Pau e os dois vagabundos

  • 1.
  • 3. Cena 1 A fachada de uma casa simples – uma porta e uma janela – com estrutura de rodas que a movimente em cena. Aparecem dois vagabundos esfarrapados: Serafim, o magro, Malacueco, o gordo.
  • 4. Serafim: Ai que sono! Que preguiça! Que cansaço! Malacueco: Ai que estafa! Que fadiga! Que quebreira! Serafim: Quebreira de quê? Malacueco: Cansaço de quê? Serafim e Malacueco (em coro): De não fazer nada! Serafim: O pior é que estou com uma fome… Malacueco: E eu com uma larica… olha, vamos àquela casa. Pode ser que nos deem de comer.
  • 5. (Batem à porta da casa.) Serafim: Vossa excelência precisa de regar o jardim… Malacueco: …que já está muito seco. Serafim: Aqui está o Serafim… Malacueco: … e o Malacueco. Serafim: Em troca pedimos … Malacueco: … pão para a viagem. Serafim: Não temos dinheiro para pagar estalagem.
  • 6. (Abre-se a porta com espalhafato e aparece o Pirata da Perna de Pau, de espada na mão.) Pirata da Perna de Pau: Quem são vocês? Serafim (Muito encolhido, com a voz a sumir-se): Serafim… Pirata da Perna de Pau: O quê? Serafim (Mais alto, mas ainda assustado): Serafim.
  • 7. Pirata da Perna de Pau: (para Malacueco) E tu? Malacueco (trémulo e gaguejante): Ma…la…cué…cué…cué…cueco. Pirata da Perna de Pau: O quê? Malacueco: (ainda assustado) Malacueco. Pirata da Perna de Pau: (Designando-os com a espada) Serafim e Malacueco? Serafim e Malacueco: (em coro e servis) Dois criados ao vosso dispôr. (desajeitada vénia).
  • 8. Pirata da Perna de Pau: (rindo-se) Meus criados? Eh! Eh! Estão contratados. Eh! Eh! Serafim (tentando atalhar): Nós só dissemos… Malacueco (idem): Nós não dissemos… Pirata da Perna de Pau: O vosso patrão, a partir de agora, sou eu. Malacueco (para o Serafim): Parece que falámos de mais. Pirata da Perna de Pau: Sabem quem eu sou?
  • 9. (Serafim e Malacueco fazem que não com a cabeça.) Pirata da Perna de Pau: (rindo) Eh! Eh! Adivinhem. Sou a Branca de Neve? Serafim: (hesitando) À primeira vista não parece… Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Sou o Capuchinho Vermelho? Ou sou o Lobo Mau? Malacueco: (a medo) Talvez… talvez mais… a segunda hipótese…
  • 10. Pirata da Perna de Pau: Nem um nem outro. Eh! Eh! Eu sou (cantarolando) o Pirata da Perna de Pau, do olho de vidro, da cara de mau… Serafim e Malacueco: Brr! Que medo! Pirata da Perna de Pau: Vocês dois fazem parte da equipagem do meu navio. Vou sair daqui: navegar por esses mares fora até encontrar uma terra em que as minhas maroscas não sejam conhecidas.
  • 11. Serafim: E se o barco vai ao fundo? Malacueco: Nós não sabemos nadar… Pirata da Perna de Pau: Dentro de água é que se aprende. Eh! Eh! À minha frente, marchem! (Eles marcham, capitaneados pelo Pirata .) Malacueco: (tremendo) Meteste-me em bons trabalhos, Serafim! Serafim: Tu é que me meteste…
  • 12. Malacueco: Foste tu! Serafim: Não, foste tu! (Batem um no outro. O Pirata da Perna de Pau dá uma cacetada-espadeirada em ambos.) Pirata da Perna de Pau: Quero disciplina! (Aparece em cena a estrutura lateral de um barco a remos.) Pirata da Perna de Pau: Toca a embarcar. E disciplina!
  • 13. Malacueco: Ai a minha cabeça! Serafim: Ai as minhas costas! (Entram dentro do barco. Malacueco e Serafim tomam conta dos remos. O Pirata comanda, de pé, à proa.) Pirata da Perna de Pau: Toca a remar. (A casa, movida por rodas, vai recuando. O barco fica no mesmo sítio. Se possível, alguns efeitos visuais que deem a ilusão de movimento.)
  • 14. Pirata da Perna de Pau: (cantando) Eu sou o Pirata da Perna de Pau, do olho de vidro, da cara de mau… (Aparece em cena uma minúscula ilha, também movida a rodas, que se aproxima do barco, onde esforçadamente remam Serafim e Malacueco.)
  • 15. Cena 2 Pirata da Perna de Pau: Terra à vista! (A ilha aproxima-se do barco. Por trás da ilha aparece o Rei. Tem um aspeto grotesco de Rei do Carnaval.) Pirata da Perna de Pau: Todos ao ataque. Eh! Eh! Abordagem! (A ilha e o barco chocam. O Pirata , de espada em punho, sai do barco. Os dois vagabundos seguem-no, medrosamente.)
  • 16. Pirata da Perna de Pau: (dirigindo-se ao Rei, ameaçadoramente) Deita cá para fora todo o teu dinheirame, manipanso. Já! Já que tenho pressa. Rei: Como vindes insofrido, estrangeiro! Quem sois? Que pretendeis? Donde vindes? Trazeis alguma mensagem de um Rei meu amigo, ó ilustre embaixador? Pirata da Perna de Pau: Qual mensagem nem qual carapuça! Quero os teus tesouros, depressa. Toca a despachar.
  • 17. Rei: Expressais-vos com prestezas, mas eu não vos entendo. Sabeis porventura que estais falando com um Rei? (Serafim e Malacueco prostram-se por terra.) Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Rei de quê, pode saberse? Rei: Rei desta ilha, senhor absoluto de todo o mar que vedes em volta. D. Ordonho I, Rei das espinhas de carapau e das escamas de bacalhau. Prestai-me homenagem.
  • 18. (Serafim e Malacueco voltam a prostrar-se.) Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! E o teu palácio, os teus vassalos, os teus súbditos, onde estão eles? (O barco puxado dos bastidores, começa a afastar-se da ilha.) Rei: Não tenho palácio, nem vassalos, nem súbditos, ilustres estrangeiros. Vivo sozinho. Se tivesse vassalos e súbditos não me deixavam ser Rei como eu quero.
  • 19. Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Pois então dá cá todo o teu mealheiro, o teu tesouro, que nós vamo-nos já embora e não te incomodamos mais. Rei: O meu tesouro, impaciente estrangeiro, é constituído, como o seu título anuncia, por espinhas de carapau e escamas de bacalhau. Se assim o quereis, levai-o e enchei com ele o vosso barco.
  • 20. Pirata da Perna de Pau: O nosso barco… onde está ele? Socorro! Socorro! O nosso barco foi puxado pela corrente. (o barco afasta-se e desaparece.) Vão buscá-lo, vadios. Tragam o meu barco, malandros. Serafim: Nós não sabemos nadar… Pirata da Perna de Pau: (chorando) Nem eu! Fum! Fum! Perdi o meu querido barco, o barco que eu tinha roubado com tanta habilidade. Fum! Fum! Sou um desgraçado, um pobre náufrago. Fum! Fum!
  • 21. Rei: Descansai, ilustre estrangeiro, que eu vos darei guarida no meu reino, enquanto não arranjardes transporte para a vossa terra. Serafim: E nós? Rei: (para Serafim) Vós passais a pertencer ao meu séquito. Nomeio-vos, ilustre estrangeiro, Duque das Águas Claras. Serafim: (curvando-se) Oh majestade, que grande honra!
  • 22. Rei: O vosso companheiro tomará o título de Marquês das Águas Turvas. Malacueco: (curvando-se) Que bonito, Serafim. Serafim: Não me trates por Serafim. Sou o Duque das Águas Claras. Malacueco: E eu o Marquês das Águas Turvas. Temos a vida garantida. Serafim: Nunca mais voltamos a trabalhar. (Serafim e Malacueco fazem salamaleques um ao outro.)
  • 23. Pirata da Perna de Pau: Também quero um título, ó Rei das Espinhas! Eh! Eh! Um título cá para o Pirata amigo! Rei: Vós sereis o Almirante-Mor da esquadra do meu reino. Pirata da Perna de Pau: Onde estão os barcos dessa esquadra? Rei: Sossegai, Almirante! A esquadra, uma esquadra a perder de vista, tê-la-emos, um dia, para conquistar o mundo.
  • 24. Pirata da Perna de Pau: Eh! Eh! Combinado!... Para conquistar o mundo. Malacueco: Não gosto disto, Duque. Serafim: Nem eu, Marquês. Pirata da Perna de Pau: Que estão vocês para aí a conspirar? Tratem do nosso almoço. Depressa! Rei: (chamando) Duque das Águas Claras e Marquês das Águas Turvas…
  • 25. Serafim e Malacueco: (prostrando-se) Às ordens de vossa majestade. Rei: Obedecei ao Almirante-Mor! Ide com prontidão pescar-nos um peixe de bom porte, amanhai-o e cozinhaio, enquanto eu e o Almirante vamos dar um passeio pela ilha. Serafim: (protestando) Mas eu sou Duque, Majestade… Malacueco: E eu, Marquês…
  • 26. Rei: Pescar e cozinhar para o Rei é uma honra. (dá-lhes uma cana de pesca e uma enorme frigideira ou sertã.) Vá marquês e Duque, ide, ide… e vós, Almirante, vinde comigo. (Rei e Pirata afastaram-se, até deixarem de ser vistos.) Serafim: Não gosto nada disto, Malacueco. Malacueco: Nem eu, Serafim.
  • 27. (Ambos perderam a pose aristocrática. Atiraram à “água” a linha da cana de pesca. A outra ponta da linha-corda da cana deve alcançar os bastidores.) Serafim: Se conseguíssemos fugir… Malacueco: Mas como? Com tanto mar pelo meio… (A cana estremece.) Serafim: Um peixe picou. Puxa, Malacueco, puxa. Malacueco: (puxando) Não há-de ser grande coisa… (Vem um peixe pequenino, na ponta da linha.)
  • 28. Serafim: (tirando o peixe) Aqui está um peixe para o jantar de suas excelências. Malacueco: É tão pequenino, Serafim. Deita-o outra vez ao mar, coitadinho. Ele que cresça. Serafim: (lançando o peixinho ao mar) Vai buscar-nos um barco que nos livre desta ilha, peixe pequenino. (Malacueco voltou a lançar a linha, na direção dos bastidores.)
  • 29. Malacueco: Não há barcos por estes sítios. Serafim: Que infelicidade a nossa, Malacueco. Malacueco: Ai! Ai! Serafim, pesquei um peixe muito grande. Vê tu como ele puxa. (A linha estica-se.) Ajudame, Serafim. (Serafim agarra-se ao Malacueco.) Ai que o peixe tem mais força do que nós! Serafim: Puxa-nos para o mar! Socorro! Malacueco: Eu não largo. Dá-me a sertã, Serafim.
  • 30. (Continuam a ser puxados. Caem à “água” e montam a frigideira ou sertã, que terá um rodado de patins. A ilha desaparecerá, em sentido contrário.) Serafim: Ai que eu não sei nadar. Malacueco: Nem eu. Agarra-te que vamos de sertã aquática. (Escorregam um cima da frigideira, puxados dos bastidores.)
  • 31. Cena 3 (No mesmo cenário da cena 1. Os dois vagabundos estão caídos por terra.) Malacueco: Olha, Serafim, onde o peixe nos deixou… Serafim: Que bom, Malacueco. Estamos salvos. (Abraçam-se). Malacueco: Estou cá a pensar que este peixe grande, se calhar, era o pai do peixe pequenino. Serafim: Se calhar era…
  • 32. Malacueco: E o Rei e o Pirata da Perna de Pau? Que será feito deles? Serafim: Continuam à espera do almoço. Malacueco: E da grande esquadra para conquistar o mundo! Serafim: Deixá-los esperar… Malacueco: Deixá-los esperar…
  • 33. (Risonhamente, abrem a porta da casa que era do Pirata da Perna de Pau, de que manifestamente tomam conta. Entretanto, cantam)
  • 34. Serafim: Não nos chamem vagabundos Vagabundos, vagabundos Que vagabundos não somos. Andamos por esse mundo Não temos patrões nem donos Nem criados nem mordomos. Serafim e Malacueco: (em coro) Nem criados nem mordomos.
  • 35. Malacueco: Trabalhamos, mas não tanto, Entretanto descansamos Nós somos causa de espanto. Não temos chefes nem amos, Protetores, senhores que mandam. Cantamos, quando cantamos. Serafim e Malacueco: (em coro) Cantamos, quando cantamos…
  • 36. (Vão andando pelo meio do público, em atitude de recolher tostões para o peditório…)
  • 37. Serafim: Estou cansado de cantar Não apanho nem vintém. Vou-me já daqui embora, Isto assim não me convém. Venha um euro sem demora Que não faz falta a ninguém. Serafim e Malacueco: (em coro) Que não faz falta a ninguém.
  • 38. Malacueco: Eu já tenho a boca seca de estar a cantar sozinho, Venha de lá uma pinga Deem-me um copo de vinho. E também não era mau Um pastel de bacalhau…
  • 39. Malacueco e Serafim: (repetem): E também não era mau Um pastel de bacalhau… (Repetem de novo.) FIM