1. Entrevista – Diego Reeberg
Realizada por e-mail em 8 de março de 2013
1) Como a empresa surgiu? Qual a ideia inicial?
Surgiu em meados de 2010 quando conhecemos o modelo em outras plataformas ao redor
do mundo. Entendemos que esse modelo poderia ser muito importante para o Brasil, um
país cheio de gente criativa que, muitas vezes, deixa um projeto bacana engavetado por
falta de recursos financeiros (mesmo que não sejam muitos recursos financeiros
necessários para executar aquele projeto). Além disso, havia uma carência de mercado para
projetos que precisavam captar entre R$2 mil e R$100 mil reais. Esse é o principal público
do Catarse.
2) Como foi feito o arranjo das pessoas que trabalham na iniciativa do Catarse?
Inicialmente esse arranjo foi feito de acordo com as aptidões das pessoas e as
necessidades do Catarse. Hoje, que temos uma equipe maior, 13 pessoas, conseguimos
programar e organizar melhor isso. O Catarse tem 4 diretores (3 são sócios), organizados
nas áreas de: Produto, Marketing e Comunicação, Operações e Finanças, Tecnologia.
3) Conte um pouco da história, por favor, destacando principais cases,
oportunidades e maiores problemas.
A ideia do Catarse surgiu em abril de 2010, mas a equipe para começar a tocar só se reuniu
mesmo em novembro de 2010 (quando criamos o blog http://crowdfundingbr.com.br/ para
começar a gerar um conteúdo e ajudar as pessoas a entenderem o que era o crowdfunding).
O site foi ao ar em 17 de janeiro de 2011.
Alguns cases relevantes:
http://catarse.me/pt/pimpmycarroca - o projeto atraiu atenção de muitas pessoas e soube
articular genialmente questões ambientais (reclicagem), sociais (o papel dos catadores na
sociedade) e artísticas (o grafite).
http://catarse.me/pt/projects/167-onibus-hacker - vale ler mais sobre o projeto na página dele
http://catarse.me/pt/imaginanacopa - trabalho fabuloso para repensar a forma como
encaramos a visão, muitas vezes pessimistas, quando ouvimos a frase: “Imagina na Copa”.
http://imaginanacopa.com.br/
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2. Nesse infográfico temos um pouco do Catarse em números: http://blog.catarse.me/2-anos-
de-catarse/
4) Em algum momento sentiram que o negócio poderia não dar certo e a empresa
não ir para a frente? Por quê?
Eu acredito que quando você empreende em algum negócio muito incerto, isso sempre
passa pela sua cabeça. Nós nunca achávamos que em tão pouco tempo o Catarse iria
conseguir movimentar o volume que movimentamos hoje e gerar recursos para investir em
pessoas e formatar uma equipe. Também tínhamos dúvidas legais que só foram ficando
mais claras ao longo do processo e até lá sempre era um medo saber se exatamente nosso
modelo de negócios se encaixava em algo respaldado pela legislação. Acho também que
toda decisão maior, uma mudança estratégica, uma aposta em algo novo, gera esse medo
de o negócio poder não ir mais para frente, mas é esse medo que serve não como barreira,
mas como impulso para fazer aquela ideia acontecer.
5) Por que acredita que este tipo de negócio está dando tão certo e as pessoas
estão tão engajadas?
Primeiramente porque o Catarse atende uma necessidade muito clara no Brasil: projetos
culturais, sociais, ambientais, jornalísticos, de até R$100 mil reais que não encontravam
outra forma de serem financiados sem burocracia e sem perder a liberdade vendendo-o
para um investidor ou um patrocinador.
Também acredito que a preocupação que sempre tivemos na parte da educação sobre o
modelo de crowdfunding no Brasil foi fundamental. Ainda tem muita gente que não conhece,
continua sendo um desafio, mas essa preocupação fez com que a ideia se espalhasse com
muito mais força.
Por fim, os ótimos projetos que passam pelo Catarse que engajam as pessoas, então tem
uma boa dose de 'culpa' dos realizadores, ou seja, pessoas sensacionais que querem deixar
sua marca no mundo através de uma iniciativa, que ele precisa de outras pessoas para
fazerem ela acontecer.
Esta entrevista é parte integrante do trabalho CATARSE: A MAIOR COMUNIDADE
DE CROWDFUNDING DO BRASIL, realizado por Bárbara Rezende, Lanna Tonussi,
Marcela Borém, Maria Carolina Caiafa e Paula Rabelo.
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