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Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas

SOL E AQUECIMENTO


                                  Departamento de Matemática e Ciências Experimentais
CONDUÇÃO E CONVECÇÃO




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                          2
CONDUÇÃO E CONVECÇÃO
                                                               Os corpúsculos (átomos, moléculas
                                                                  ou iões) ao receberem energia
                                                                     aumentam a sua vibração
                                                                 transmitindo-a aos corpúsculos
                                                                vizinhos e assim sucessivamente.

                                                   Condução
                                                                Este processo de transferência de
                                                                  energia ocorre nos SÓLIDOS.


     Transferência
       de Energia                                                    Os corpúsculos movem-se
                                                                  originando o deslocamento do
                                                                fluído. A corrente de fluído quente
                                                               sobe e a de fluído frio desce criando
                                                                assim as conhecidas correntes de
                                                                            convecção.

                                                   Convecção
                                                                Este processo de transferência de
                                                                 energia ocorre nos FLUÍDOS, ou
                                                                    seja, LÍQUIDOS e GASES.




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CONDUÇÃO E CONVECÇÃO




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   4
CONDUÇÃO E CONVECÇÃO
                                           Os corpúsculos (átomos, moléculas ou iões) ao receberem
                                             energia aumentam a sua vibração transmitindo-a aos
                                                 corpúsculos vizinhos e assim sucessivamente.
         Condução
                                         Este processo de transferência de
                                           energia ocorre nos SÓLIDOS.




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                     5
CONDUÇÃO E CONVECÇÃO
                                          Os corpúsculos movem-se originando o deslocamento do
                                           fluído. A corrente de fluído quente sobe e a de fluído frio
                                         desce criando assim as conhecidas correntes de convecção.
         Convecção
                                         Este processo de transferência de
                                          energia ocorre nos FLUÍDOS, ou
                                             seja, LÍQUIDOS e GASES.




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                         6
CONDUÇÃO E CONVECÇÃO
         Alguns exemplos do quotidiano:




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   7
CONDUÇÃO E CONVECÇÃO
         As correntes de convecção na Atmosfera




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   8
CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   9
CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS
         A condução térmica dos
          materiais não depende só da
          natureza do material mas
          também da sua forma.

         Materiais diferentes mas com a
          mesma forma conduzem de
          modo diferentes, o que significa
          que têm uma condutividade
          térmica diferente.




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   10
CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS
  Exemplo experimental:
• Um barra metálica de
  comprimento ℓe área da
  secção transversal A.

• As paredes da barra estão
  isoladas termicamente e as
  suas extremidades estão a
  temperaturas.

• Estas temperaturas são
  mantidas constantes
  apesar de haver
  transferência de energia de
  um sistema para outro por                        Barra metálica de comprimento ℓ e seção A com as duas extremidades a
  condução térmica através                         temperaturas diferentes.
  da barra.
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                                          11
CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS
       A quantidade de energia transferida por
       unidade de tempo designa-se por Corrente
       Térmica (Φ).


       onde:
       Q é a energia transferida sob a forma de
       calor;

       ∆t é o intervalo de tempo que demorou
       transferência de energia.

       A unidade SI é J. s-1.




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   12
CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS
     A experiência mostra que a corrente térmica:
     • é diretamente proporcional à diferença de
       temperatura ∆T entre as extremidades da barra.
       Quanto maior for a diferença de temperatura,
       mais rápida será a transmissão de energia por
       calor;

     • é diretamente proporcional à área da secção
       reta da barra, A. Quanto mais grossa for a barra,
       mais depressa se dará a transmissão de energia
       por calor;

     • é inversamente proporcional ao comprimento da
       barra, ℓ. Quanto mais longa for a barra, mais
       lenta será a transmissão de energia por calor;

     • depende de uma constante, k, chamada
       condutividade térmica, que é uma caraterística
       do material.
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas           13
CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS
     Resumidamente:
     Escrevemos a Lei de Fourier:



     onde:
     • k é a condutividade térmica;
       (Unidade SI é J s-1 m-1 K-1)

     • A área da seção transversal da barra;
       (Unidade SI é m2)

     • ℓ é o comprimento da barra;
       (Unidade SI é m)

     • ∆T é a diferença de temperatura das
       extremidades da barra.
       (Unidade SI é K ou oC)

Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   14
A RADIAÇÃO SOLAR E O SEU APROVEITAMENTO
                                    NA TERRA




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   15
A RADIAÇÃO SOLAR E O SEU APROVEITAMENTO
    NA TERRA
                                                             Orientação
                                                             da para Sul




                                 Sistemas de
                                aquecimento                                          Isolamento
                                      e                                                térmico
                                arrefecimento
                                                              Cuidados a
                                                                 ter a
                                                              construção
                                                             de uma casa




                                           Envidraçados
                                                                              Muitas
                                             nas zonas
                                                                           janelas para
                                             frias para
                                                                           entrar muita
                                           criar efeito de
                                                                            luz natural
                                               estufa


Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                  16
COLETOR SOLAR
         Os coletores solares aproveitam a radiação solar para aquecer
          fluidos, que são normalmente água ou ar.
                        Aplicações dos
                           coletores
                            solares:

                             Aquecimento de
                                 águas;



                              Aquecimento e
                             arrefecimento do
                                 ambiente;


                             Aquecimento de
                             gases ou águas
                                para uso
                               industrial;



                             Aquecimento de
                             dessalinizadores.


Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                          17
COLETOR SOLAR
  Um coletor solar plano tem três componentes:

   • Cobertura transparente à radiação, o que provoca efeito de estufa (deixa entrar a
   radiação, deixando depois apenas sair a radiação com pequenos comprimentos de
   onda e retendo a radiação com comprimentos de onda maiores); normalmente é de
   vidro ou acrílico e tem tratamento anti-reflexo na parte exterior para minimizar a
   reflexão da radiação;




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                         18
COLETOR SOLAR

   • Placa coletora, que absorve a radiação; normalmente é de metal e de cor negra
   (emissividade superior a 0,9). A esta placa estão soldados tubos condutores em
   serpentina, que aquecem por condução, e por onde circula o fluido que se pretende
   aquecer, gerando correntes de convecção;




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                       19
COLETOR SOLAR

   • Caixa com isolamento que evita transferências de energia por calor; dá rigidez ao
   coletor e protege-o dos agentes atmosféricos.




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                         20
COLETOR SOLAR




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   21
PAINEL FOTOVOLTAICO
       Painel
    fotovoltaico

                  São formados por células fotovoltaicas;


            Transformam a energia solar em energia elétrica.


           São utilizados em habitações, industrias, satélites.


     Devem estar colocados de modo que a incidência solar seja
                            máxima.

            Podem ser colados móveis para acompanharem o
                  movimento do sol do longo do dia.

        Devem estar orientados para o Sul geográfico e à nossa
         latitude com um inclinação de 45º com a horizontal.



Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                  22
PAINEL FOTOVOLTAICO
           Células
        fotovoltaicas

              São constituídas por material
            semicondutor, normalmente Silício.


            Cada célula tem duas camadas de
             material distinto (tipo P e tipo N).

              São sensíveis a radiação com
            comprimento de onda entre 300 e
                        600nm.

             Produz uma tensão de 0,5V e uma
              intensidade de 3 A, ou seja, uma      A radiação ao incidir sobre a célula, faz
                      potência de 1,5W.             com que a energia da radiação seja
                                                    transferida para os eletrões de modo
                Para se obter maiores tensões       formar uma corrente elétrica contínua.
               ligam-se em série; para maiores      Tal corrente mantém-se enquanto houver
             intensidades ligam-se em paralelo.     luz a incidir na célula.


Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                23
PAINEL FOTOVOLTAICO




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   24
PAINEL FOTOVOLTAICO




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   25
PAINEL FOTOVOLTAICO
                 Rede elétrica numa casa alimentada por um painel fotovoltaico:
  Para além do painel, são necessários
  dois componentes elétricos:

  • Uma bateria que armazena energia
    durante o dia para suprir as
    necessidades durante a noite e nos
    dias em que não há sol;
    normalmente tem associado um
    controlador que protege de
    descargas;

  • Um inversor de corrente, que
   converte a corrente contínua
   produzida pelas células em corrente
   alternada que é a usada na maioria
   dos eletrodomésticos.

Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                  26
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas        27
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
         Num sistema isolado, Q=0, W=0, R=0 e, portanto,
                                                   ∆Ei = 0

         A energia interna de um sistema pode variar tanto pela
          realização de trabalho como pela ocorrência de fluxo de calor,
          como ainda por efeito da radiação:

                                 ∆Ei = W + Q + R
          onde:
          ∆Ei é a variação da energia interna
          W é o trabalho realizado
          Q é o calor transferido
          R é a radiação
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                           28
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
         Se o sistema estiver isolado termicamente, não há fluxo de
          calor (Q=0) e, não havendo emissão ou absorção de radiação
          (R=0), toda a variação de energia interna é devida ao trabalho:


                                                   ∆Ei = W

         Exemplo:
          Suponhamos que um gás contido num recipiente cilíndrico
          está isolado termicamente e que a tampa do recipiente se
          pode deslocar para cima e para baixo. O que acontece quando
          pressionamos o êmbolo?


Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                        29
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
    O volume que o gás ocupa diminui.
    Por ação da força exercida sobre a tampa é transferida energia
    para o sistema através de trabalho, W.




         Se o volume do sistema diminuir, a energia interna do sistema
          aumentará.
         Se o volume do sistema aumentar, a energia interna do
          sistema diminuirá.
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                      30
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
    EFEITO DE JOULE:
    Dentro de um vaso calorimétrico (um recipiente
    cujas paredes são isoladoras térmicas),
    contendo água, monta-se um conjunto de pás
    que podem girar juntamente com um eixo ao
    qual estão ligadas. O conjunto gira dentro do
    recipiente quando um corpo cai preso a um fio.



     À medida que o corpo cai, a água exerce forças
    sobre as pás que rodam. Enquanto as pás
    rodam, estas forças realizam trabalho. A água
    vai aquecendo dentro do vaso calorimétrico
    conforme se pode ver no termómetro. O
    aumento de energia interna é igual ao trabalho.

Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas      31
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
         Se um sistema tiver volume for constante (W=0) e não houver
          emissão ou absorção de radiação (R=0), toda a variação de
          energia interna é devida à energia transferida sob a forma de
          calor:


                                                   ∆Ei = Q

         Exemplo:
          Suponhamos que um gás contido num recipiente cilíndrico
          está isolado termicamente e que a tampa do recipiente se
          pode deslocar para cima e para baixo. O que acontece quando
          pressionamos o êmbolo?
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                      32
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
    A base do recipiente contendo o gás é condutora térmica.
    A tampa do recipiente está fixa e, portanto, a variação de energia
    interna do gás é exclusivamente devida ao calor.




         Se a fonte estivesse mais fria do que o sistema, o calor fluiria
          deste para a fonte e a energia interna do sistema diminuiria.
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                         33
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
         Se um sistema tiver volume for constante (W=0), for isolado
          termicamente (Q=0), e se incidir for sujeito a uma radiação,
          toda a variação de energia interna é devida a essa radiação:
                                                   ∆Ei = R

         Exemplo:
           Supomos que a tampa do cilindro está fixa e que o recipiente
          é feito de um material isolador térmico. A parede lateral é
          transparente. Faz-se incidir luz, proveniente de uma fonte laser,
          no sistema.



Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                          34
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
    Toda a luz é absorvida pelas moléculas do gás que ficam com
    maior energia cinética, o que se traduz por um aumento da
    energia interna do sistema. Não houve realização de trabalho
    nem ocorreram fluxos de calor, pelo que o aumento da energia
    interna se ficou a dever totalmente à radiação absorvida.




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas               35
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
       BALANÇOS ENERGÉTICOS E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
       EXEMPLO 1:

      No primeiro caso flui para o
      sistema uma certa quantidade de
      calor, por exemplo, 1500 J.

      Este calor é positivo: Q = 1500 J.

      Enquanto ocorre este processo, a
                                                   Como houve aumento de volume logo o
      tampa do recipiente (êmbolo) vai             trabalho é negativo, W= 500 J ,
      subindo e, portanto, o sistema
      realiza trabalho.                            Eint = W + Q + R = 500 + 1500 + 0 = 1000
                                                   J.
      Suponhamos que este trabalho é               No final do processo, o sistema tem mais
      500 J.                                       1000 J de energia interna do que no
                                                   início.
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                              36
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
       BALANÇOS ENERGÉTICOS E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
       EXEMPLO 2:
       Suponhamos agora que                        o
      sistema tem a tampa fixa.

      Não pode, por isso, haver
      expansões ou contrações e o
      trabalho é nulo: W = O.

      Por outro lado, o sistema cede
                                                       A variação da energia interna é:
      ao exterior 300 J, pois é posto em
      contacto com um sistema a uma                    ∆Ei = 0 300 + 0 = 300 J
      temperatura mais baixa.
                                                       ou seja, a energia interna diminui 300 J.
      Agora Q = 300 J.

Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                   37
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
       BALANÇOS ENERGÉTICOS E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
       EXEMPLO 3:
      Suponhamos que o sistema
      está termicamente isolado, ou
      seja Q = 0, mas pode haver
      variações de volume.



                                                    O gás é comprimido e o trabalho
                                                   realizado é de 500 J, por exemplo.

                                                   Trata-se de trabalho positivo: W = + 500 J,
                                                   porque o volume do sistema diminuiu.

                                                   Então:
                                                   ∆Ei = 500 + 0 + 0 = 500 J
                                                   e a energia interna aumenta, como
                                                   resultado do processo de compressão.
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                 38
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
         ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE A VARIAÇÃO DA ENERGIA INTERNA SE FAZ À
          CUSTA DE CALOR E TRABALHO                             Não há trocas de
                                                                  calor (Q=0)
                                                   Adiabática

                                                                    ∆Ei=W


                                                                                    Compressão:
                                                                    Pressão            W >0
                                                                   constante:
                      Transformações                               W = - p ∆V
                                                   Isobárica                       Expansão: W<0

                                                                  ∆Ei = W + Q


                                                                    Volume
                                                                   constante:
                                                                     W=0
                                                   Isocórica

                                                                    ∆Ei = Q
Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                                   39
CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E
                                              VARIAÇÃO DE ENTALPIA




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                     40
CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E
     VARIAÇÃO DE ENTALPIA
         Cada material comporta-se de modo diferente quando sujeito a
          aquecimento devido à sua capacidade térmica mássica.

         A energia transferida sob a forma de calor pode ser traduzida por:

                                             Q = m.c.∆T   ou   Q = C.∆T

    onde:
    c: é a capacidade térmica mássica
    C: é a capacidade térmica
    m: é a massa
    ∆T: variação de temperatura


Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                               41
CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E
     VARIAÇÃO DE ENTALPIA
         Quando se fornece energia a uma substância, mantendo-se a pressão
          constante, nem sempre há aumento de temperatura.
          É o caso, por exemplo, de uma mudança de estado.

         Suponhamos um bloco de gelo, inicialmente à temperatura de 5 oC, que é
          aquecido. À medida que se fornece energia ao gelo a sua temperatura
          sobe, aumentando a agitação corpuscular, até que se atinge a temperatura
          de 0 oC, à qual se dá a fusão (passagem de sólido a líquido).

         Mas este processo de fusão não é instantâneo! É necessário continuar a
          fornecer energia durante algum tempo para que toda a água passe da fase
          sólida para a fase líquida.



Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                     42
CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E
     VARIAÇÃO DE ENTALPIA
         Durante o processo de mudança de fase,
          como o que se a temperatura não aumenta: a
          energia fornecida serve apenas para quebrar
          as ligações entre as moléculas de água e não
          para aumentar a agitação corpuscular dessas
          moléculas.

         O sistema só volta a aumentar a sua
          temperatura depois de todas as ligações entre
          moléculas estarem quebradas. Tem, portanto,
          de ser fornecida uma certa energia a um
          sistema para que ele passe da fase sólida à
          fase líquida.



Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas          43
CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E
     VARIAÇÃO DE ENTALPIA
         Essa energia por unidade de massa (por quilograma de substância) é
          designada por variação de entalpia e representa-se por ∆H.

         Assim, a energia que é necessária para que uma certa massa m de gelo a
          0 oC passe a água líquida, ainda a 0oC, é:

                                                   E = m ∆H

         onde ∆Hfusão = 3,34 × 105 J/kg é a variação de entalpia de fusão da água.
          Para que um quilograma de gelo a 0oC passe a água líquida à mesma
          temperatura, são necessários 334 kJ.




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                                   44
CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E
     VARIAÇÃO DE ENTALPIA




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas   45
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas        46
SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

    Um corpo quente em contacto com um frio não
     pode aquecer.
     A entropia de um sistema isolado não pode
     diminuir.
     A entropia do Universo nunca diminui.

                                                   Diminuição   Rendimento
                           Aumento de
                                                   da energia    inferior a
                             entropia
                                                       útil        100%




Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas                              47

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Energia no aqueciemnto de sistemas

  • 1. Escola Secundária de Rio Tinto Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas SOL E AQUECIMENTO Departamento de Matemática e Ciências Experimentais
  • 2. CONDUÇÃO E CONVECÇÃO Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 2
  • 3. CONDUÇÃO E CONVECÇÃO Os corpúsculos (átomos, moléculas ou iões) ao receberem energia aumentam a sua vibração transmitindo-a aos corpúsculos vizinhos e assim sucessivamente. Condução Este processo de transferência de energia ocorre nos SÓLIDOS. Transferência de Energia Os corpúsculos movem-se originando o deslocamento do fluído. A corrente de fluído quente sobe e a de fluído frio desce criando assim as conhecidas correntes de convecção. Convecção Este processo de transferência de energia ocorre nos FLUÍDOS, ou seja, LÍQUIDOS e GASES. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 3
  • 4. CONDUÇÃO E CONVECÇÃO Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 4
  • 5. CONDUÇÃO E CONVECÇÃO Os corpúsculos (átomos, moléculas ou iões) ao receberem energia aumentam a sua vibração transmitindo-a aos corpúsculos vizinhos e assim sucessivamente. Condução Este processo de transferência de energia ocorre nos SÓLIDOS. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 5
  • 6. CONDUÇÃO E CONVECÇÃO Os corpúsculos movem-se originando o deslocamento do fluído. A corrente de fluído quente sobe e a de fluído frio desce criando assim as conhecidas correntes de convecção. Convecção Este processo de transferência de energia ocorre nos FLUÍDOS, ou seja, LÍQUIDOS e GASES. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 6
  • 7. CONDUÇÃO E CONVECÇÃO  Alguns exemplos do quotidiano: Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 7
  • 8. CONDUÇÃO E CONVECÇÃO  As correntes de convecção na Atmosfera Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 8
  • 9. CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 9
  • 10. CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS  A condução térmica dos materiais não depende só da natureza do material mas também da sua forma.  Materiais diferentes mas com a mesma forma conduzem de modo diferentes, o que significa que têm uma condutividade térmica diferente. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 10
  • 11. CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS Exemplo experimental: • Um barra metálica de comprimento ℓe área da secção transversal A. • As paredes da barra estão isoladas termicamente e as suas extremidades estão a temperaturas. • Estas temperaturas são mantidas constantes apesar de haver transferência de energia de um sistema para outro por Barra metálica de comprimento ℓ e seção A com as duas extremidades a condução térmica através temperaturas diferentes. da barra. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 11
  • 12. CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS A quantidade de energia transferida por unidade de tempo designa-se por Corrente Térmica (Φ). onde: Q é a energia transferida sob a forma de calor; ∆t é o intervalo de tempo que demorou transferência de energia. A unidade SI é J. s-1. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 12
  • 13. CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS A experiência mostra que a corrente térmica: • é diretamente proporcional à diferença de temperatura ∆T entre as extremidades da barra. Quanto maior for a diferença de temperatura, mais rápida será a transmissão de energia por calor; • é diretamente proporcional à área da secção reta da barra, A. Quanto mais grossa for a barra, mais depressa se dará a transmissão de energia por calor; • é inversamente proporcional ao comprimento da barra, ℓ. Quanto mais longa for a barra, mais lenta será a transmissão de energia por calor; • depende de uma constante, k, chamada condutividade térmica, que é uma caraterística do material. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 13
  • 14. CONDUTIVIDADE TÉRMICA DOS MATERIAIS Resumidamente: Escrevemos a Lei de Fourier: onde: • k é a condutividade térmica; (Unidade SI é J s-1 m-1 K-1) • A área da seção transversal da barra; (Unidade SI é m2) • ℓ é o comprimento da barra; (Unidade SI é m) • ∆T é a diferença de temperatura das extremidades da barra. (Unidade SI é K ou oC) Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 14
  • 15. A RADIAÇÃO SOLAR E O SEU APROVEITAMENTO NA TERRA Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 15
  • 16. A RADIAÇÃO SOLAR E O SEU APROVEITAMENTO NA TERRA Orientação da para Sul Sistemas de aquecimento Isolamento e térmico arrefecimento Cuidados a ter a construção de uma casa Envidraçados Muitas nas zonas janelas para frias para entrar muita criar efeito de luz natural estufa Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 16
  • 17. COLETOR SOLAR  Os coletores solares aproveitam a radiação solar para aquecer fluidos, que são normalmente água ou ar. Aplicações dos coletores solares: Aquecimento de águas; Aquecimento e arrefecimento do ambiente; Aquecimento de gases ou águas para uso industrial; Aquecimento de dessalinizadores. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 17
  • 18. COLETOR SOLAR Um coletor solar plano tem três componentes: • Cobertura transparente à radiação, o que provoca efeito de estufa (deixa entrar a radiação, deixando depois apenas sair a radiação com pequenos comprimentos de onda e retendo a radiação com comprimentos de onda maiores); normalmente é de vidro ou acrílico e tem tratamento anti-reflexo na parte exterior para minimizar a reflexão da radiação; Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 18
  • 19. COLETOR SOLAR • Placa coletora, que absorve a radiação; normalmente é de metal e de cor negra (emissividade superior a 0,9). A esta placa estão soldados tubos condutores em serpentina, que aquecem por condução, e por onde circula o fluido que se pretende aquecer, gerando correntes de convecção; Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 19
  • 20. COLETOR SOLAR • Caixa com isolamento que evita transferências de energia por calor; dá rigidez ao coletor e protege-o dos agentes atmosféricos. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 20
  • 21. COLETOR SOLAR Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 21
  • 22. PAINEL FOTOVOLTAICO Painel fotovoltaico São formados por células fotovoltaicas; Transformam a energia solar em energia elétrica. São utilizados em habitações, industrias, satélites. Devem estar colocados de modo que a incidência solar seja máxima. Podem ser colados móveis para acompanharem o movimento do sol do longo do dia. Devem estar orientados para o Sul geográfico e à nossa latitude com um inclinação de 45º com a horizontal. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 22
  • 23. PAINEL FOTOVOLTAICO Células fotovoltaicas São constituídas por material semicondutor, normalmente Silício. Cada célula tem duas camadas de material distinto (tipo P e tipo N). São sensíveis a radiação com comprimento de onda entre 300 e 600nm. Produz uma tensão de 0,5V e uma intensidade de 3 A, ou seja, uma A radiação ao incidir sobre a célula, faz potência de 1,5W. com que a energia da radiação seja transferida para os eletrões de modo Para se obter maiores tensões formar uma corrente elétrica contínua. ligam-se em série; para maiores Tal corrente mantém-se enquanto houver intensidades ligam-se em paralelo. luz a incidir na célula. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 23
  • 24. PAINEL FOTOVOLTAICO Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 24
  • 25. PAINEL FOTOVOLTAICO Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 25
  • 26. PAINEL FOTOVOLTAICO Rede elétrica numa casa alimentada por um painel fotovoltaico: Para além do painel, são necessários dois componentes elétricos: • Uma bateria que armazena energia durante o dia para suprir as necessidades durante a noite e nos dias em que não há sol; normalmente tem associado um controlador que protege de descargas; • Um inversor de corrente, que converte a corrente contínua produzida pelas células em corrente alternada que é a usada na maioria dos eletrodomésticos. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 26
  • 27. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 27
  • 28. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  Num sistema isolado, Q=0, W=0, R=0 e, portanto, ∆Ei = 0  A energia interna de um sistema pode variar tanto pela realização de trabalho como pela ocorrência de fluxo de calor, como ainda por efeito da radiação: ∆Ei = W + Q + R onde: ∆Ei é a variação da energia interna W é o trabalho realizado Q é o calor transferido R é a radiação Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 28
  • 29. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  Se o sistema estiver isolado termicamente, não há fluxo de calor (Q=0) e, não havendo emissão ou absorção de radiação (R=0), toda a variação de energia interna é devida ao trabalho: ∆Ei = W  Exemplo: Suponhamos que um gás contido num recipiente cilíndrico está isolado termicamente e que a tampa do recipiente se pode deslocar para cima e para baixo. O que acontece quando pressionamos o êmbolo? Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 29
  • 30. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA O volume que o gás ocupa diminui. Por ação da força exercida sobre a tampa é transferida energia para o sistema através de trabalho, W.  Se o volume do sistema diminuir, a energia interna do sistema aumentará.  Se o volume do sistema aumentar, a energia interna do sistema diminuirá. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 30
  • 31. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA EFEITO DE JOULE: Dentro de um vaso calorimétrico (um recipiente cujas paredes são isoladoras térmicas), contendo água, monta-se um conjunto de pás que podem girar juntamente com um eixo ao qual estão ligadas. O conjunto gira dentro do recipiente quando um corpo cai preso a um fio. À medida que o corpo cai, a água exerce forças sobre as pás que rodam. Enquanto as pás rodam, estas forças realizam trabalho. A água vai aquecendo dentro do vaso calorimétrico conforme se pode ver no termómetro. O aumento de energia interna é igual ao trabalho. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 31
  • 32. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  Se um sistema tiver volume for constante (W=0) e não houver emissão ou absorção de radiação (R=0), toda a variação de energia interna é devida à energia transferida sob a forma de calor: ∆Ei = Q  Exemplo: Suponhamos que um gás contido num recipiente cilíndrico está isolado termicamente e que a tampa do recipiente se pode deslocar para cima e para baixo. O que acontece quando pressionamos o êmbolo? Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 32
  • 33. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA A base do recipiente contendo o gás é condutora térmica. A tampa do recipiente está fixa e, portanto, a variação de energia interna do gás é exclusivamente devida ao calor.  Se a fonte estivesse mais fria do que o sistema, o calor fluiria deste para a fonte e a energia interna do sistema diminuiria. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 33
  • 34. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  Se um sistema tiver volume for constante (W=0), for isolado termicamente (Q=0), e se incidir for sujeito a uma radiação, toda a variação de energia interna é devida a essa radiação: ∆Ei = R  Exemplo: Supomos que a tampa do cilindro está fixa e que o recipiente é feito de um material isolador térmico. A parede lateral é transparente. Faz-se incidir luz, proveniente de uma fonte laser, no sistema. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 34
  • 35. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Toda a luz é absorvida pelas moléculas do gás que ficam com maior energia cinética, o que se traduz por um aumento da energia interna do sistema. Não houve realização de trabalho nem ocorreram fluxos de calor, pelo que o aumento da energia interna se ficou a dever totalmente à radiação absorvida. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 35
  • 36. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  BALANÇOS ENERGÉTICOS E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA EXEMPLO 1: No primeiro caso flui para o sistema uma certa quantidade de calor, por exemplo, 1500 J. Este calor é positivo: Q = 1500 J. Enquanto ocorre este processo, a Como houve aumento de volume logo o tampa do recipiente (êmbolo) vai trabalho é negativo, W= 500 J , subindo e, portanto, o sistema realiza trabalho. Eint = W + Q + R = 500 + 1500 + 0 = 1000 J. Suponhamos que este trabalho é No final do processo, o sistema tem mais 500 J. 1000 J de energia interna do que no início. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 36
  • 37. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  BALANÇOS ENERGÉTICOS E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA EXEMPLO 2: Suponhamos agora que o sistema tem a tampa fixa. Não pode, por isso, haver expansões ou contrações e o trabalho é nulo: W = O. Por outro lado, o sistema cede A variação da energia interna é: ao exterior 300 J, pois é posto em contacto com um sistema a uma ∆Ei = 0 300 + 0 = 300 J temperatura mais baixa. ou seja, a energia interna diminui 300 J. Agora Q = 300 J. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 37
  • 38. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  BALANÇOS ENERGÉTICOS E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA EXEMPLO 3: Suponhamos que o sistema está termicamente isolado, ou seja Q = 0, mas pode haver variações de volume. O gás é comprimido e o trabalho realizado é de 500 J, por exemplo. Trata-se de trabalho positivo: W = + 500 J, porque o volume do sistema diminuiu. Então: ∆Ei = 500 + 0 + 0 = 500 J e a energia interna aumenta, como resultado do processo de compressão. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 38
  • 39. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA  ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE A VARIAÇÃO DA ENERGIA INTERNA SE FAZ À CUSTA DE CALOR E TRABALHO Não há trocas de calor (Q=0) Adiabática ∆Ei=W Compressão: Pressão W >0 constante: Transformações W = - p ∆V Isobárica Expansão: W<0 ∆Ei = W + Q Volume constante: W=0 Isocórica ∆Ei = Q Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 39
  • 40. CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 40
  • 41. CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA  Cada material comporta-se de modo diferente quando sujeito a aquecimento devido à sua capacidade térmica mássica.  A energia transferida sob a forma de calor pode ser traduzida por: Q = m.c.∆T ou Q = C.∆T onde: c: é a capacidade térmica mássica C: é a capacidade térmica m: é a massa ∆T: variação de temperatura Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 41
  • 42. CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA  Quando se fornece energia a uma substância, mantendo-se a pressão constante, nem sempre há aumento de temperatura. É o caso, por exemplo, de uma mudança de estado.  Suponhamos um bloco de gelo, inicialmente à temperatura de 5 oC, que é aquecido. À medida que se fornece energia ao gelo a sua temperatura sobe, aumentando a agitação corpuscular, até que se atinge a temperatura de 0 oC, à qual se dá a fusão (passagem de sólido a líquido).  Mas este processo de fusão não é instantâneo! É necessário continuar a fornecer energia durante algum tempo para que toda a água passe da fase sólida para a fase líquida. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 42
  • 43. CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA  Durante o processo de mudança de fase, como o que se a temperatura não aumenta: a energia fornecida serve apenas para quebrar as ligações entre as moléculas de água e não para aumentar a agitação corpuscular dessas moléculas.  O sistema só volta a aumentar a sua temperatura depois de todas as ligações entre moléculas estarem quebradas. Tem, portanto, de ser fornecida uma certa energia a um sistema para que ele passe da fase sólida à fase líquida. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 43
  • 44. CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA  Essa energia por unidade de massa (por quilograma de substância) é designada por variação de entalpia e representa-se por ∆H.  Assim, a energia que é necessária para que uma certa massa m de gelo a 0 oC passe a água líquida, ainda a 0oC, é: E = m ∆H  onde ∆Hfusão = 3,34 × 105 J/kg é a variação de entalpia de fusão da água. Para que um quilograma de gelo a 0oC passe a água líquida à mesma temperatura, são necessários 334 kJ. Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 44
  • 45. CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 45
  • 46. SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 46
  • 47. SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA Um corpo quente em contacto com um frio não pode aquecer.  A entropia de um sistema isolado não pode diminuir.  A entropia do Universo nunca diminui. Diminuição Rendimento Aumento de da energia inferior a entropia útil 100% Energia no Aquecimento/Arrefecimento de Sistemas 47