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8 agroDIÁRIO DIÁRIO DA REGIÃO
São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014
BetoCarlomagno
beto.carlomagno@diariodaregiao.com.br
Do tanque às mesas dos consumido-
res e de volta ao tanque. O Grupo Ambar
Amaral, de Santa Fé do Sul, região de
Rio Preto, é um dos maiores produtores
de tilápia do Brasil, com 250 toneladas
de peixe abatidas por mês no frigorífico
próprio da empresa, e ainda é autossus-
tentável, já que utiliza uma técnica de-
senvolvida em parceira com o Instituto
de Pesca de Rio Preto para reaproveitar
os restos dos peixes que não são utiliza-
dos no frigorífico para a produção de
uma ração especial voltada exatamente
para a alimentação de animais.
Ogrupo,quehámaisde25anostraba-
lha com pecuária, resolveu se aventurarna
águaem2006einiciouacriaçãodepeixes
em cativeiro. Aproveitando o cenário propí-
ciodacidadedeSantaFédoSul,queseen-
contrapróximado rioParanáedahidrelétri-
ca de Ilha Solteira, ambiente adequado pa-
ra a criação de tilápia. Até 2009, o grupo
deu continuidade no ciclo com a inaugura-
ção do frigorífico e da fábrica de rações. O
resultado tem sido tão bom que ampliação
jáéapalavradeordemnaempresa.Ofrigo-
ríficotriplicará detamanhoatéofimdo ano
e há também a possiblidade de expandir a
produção de ração, que hoje já é uma das
maioresdopaís,comumtotalde2,8milto-
neladaspormês."Naregião,somososlíde-
res de venda", afirma Felipe Georges Am-
bardo Amaral, diretor executivodo grupo.
E o reaproveitamento dos restos da
tilápia foi um dos melhores resultados
obtidos durante o tempo de parceria en-
tre o grupo e o Instituto de Pesca de Rio
Preto, como explica o pesquisador res-
ponsável Giovani Sampaio Gonçalves,
que também trabalha com nutrição e ali-
mentação de organismos de água doce.
"Antes,estesresíduoseramumproble-
ma e agora se tornaram uma solução que
geralucroparaaempresa.Umfrigoríficoge-
raemtornodeseisasetetoneladasderesí-
duospordiaehojeissotudoviraumprodu-
to que pode ser comercializado e que agre-
ga bastante valor ao negócio, que antes o
descartava",conta.
Hoje,todaacarcaçaquesobrado"file-
tamento" da tilápia é transformada em no-
vos produtos, como farinha, que dá origem
aração,óleodepeixeeoutrosprodutos,co-
monuggetsdepeixeepratosprontos,uma
variação do negócio da empresa que agora
produz refeições congeladas nos moldes
de pratos conhecidos feitos a partir de car-
ne bovina efrango,mas agora compeixe.
"Quando o peixe vai para o frigorífico,
apenas33%delesãoaproveitadosparaofi-
lé. A cada três quilos de peixe, um quilo é
aproveita.O restante vai então para os pro-
dutosderivados", diz Amaral.
Apósaretiradadofilé,osrestosdopei-
xesãoentãolevadosparaaindústriadera-
ção que processa aquele produto até que
elesetorneumaespéciedepasta."Afábri-
cacozinhaestesresíduos.Écomosefosse
uma panela de pressão que vai retirando a
umidadedoproduto.Apósestepassoéfor-
madaentão apasta,que éumamisturade
farinha e óleo, já que o peixe tem muito
óleo. Em seguida, uma prensa separa o
óleo e o produto seco, que forma uma fari-
nha",explica opesquisador.
Com a técnica, o lucro pode chegar a
maisdedezvezes ovalorpagopela matéria-
prima,revelaAmaral."Quemcuidadofrigorífi-
coémeuirmão.Comproosresíduosdelepor
R$ 0,10 e consigo vender a farinha por R$
1,20eoóleoporR$1,80,semgrandesgas-
tosparaaprodução,jáqueotrabalhoéfeito
quasequetotalmentepormáquinas".
Continua nas páginas 10 e 11
SustentabilidProjeto desenvolvidopor empresa de
Santa Fé do Sul emparceria com o
Instituto daPesca de Rio Pretoaproveita
tudo datilápia e faz até óleoe farelo
2
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9agroDIÁRIODIÁRIO DA REGIÃO
São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014
Fotos: Pierre Duarte 30/1/2014
dade na água
Manejo correto
reduzmortalidade
3
5
Comalimentaçãodequalidade
e bom manejo a mortalidade pode
serreduzidaconsideravelmente,ga-
rante Gonçalves. "A parte sanitária
dapisciculturaéumapreocupação,
principalmente devido às grandes
produções. A partir do momento
em que o animal tem uma dieta
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mas com bactérias que causam
grande mortalidade, com a perda
deaté40toneladasdepeixes".
Na Ambar Amaral, a taxa de
mortalidade está em aproximada-
mente 15%, número que, segun-
do o gerente de produção do gru-
po, João Luis Barbosa, está den-
trodoesperado. (BC)
1 - Tratadores usam ração
feita com restos de peixes
para alimentar criadouro
2 - Captura é feita em
cestos especiais
3 - Do barco, tilápias vão
direto para a primeir fase
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4 - No frigorífico do
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funcionárias retiram
vísceras e escamas
dos peixes
5 - Em seguida, os peixes
são cortados em forma de
filé, prontos para ser
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como ingrediente para
vários tipos de pratos
10 agroDIÁRIO DIÁRIO DA REGIÃO
São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014
Nutrição é foco da pesquisa
A parceria entre o Grupo Ambar Amaral e
o Instituto de Pesca de Rio Preto também es-
tá focada na nutrição dos peixes e no manu-
seio, essencial para um bom resultado. Se-
gundo o pesquisador responsável, Giovani
Sampaio Gonçalves, o foco é avaliar, tanto
em laboratório quanto em campo, diferentes
alimentos, fontes de matéria-prima e nutrien-
tes, como aminoácidos e enzimas, que po-
dem ser benéficos para a tilápia.
"O ganho de peso é nossa pretensão.
Conseguir que o peixe consiga mais peso no
menor tempo possível. Além disso, procura-
mos por alimentosque permitem lançar a me-
nor quantidade possível de matéria na água,
uma das metas na piscicultura atual: alimen-
toscom teor nutritivo alto, mas que não preci-
sa ser jogado em grandes quantidades na
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mentos", conta Gonçalves.
Com o trabalho realizado junto ao grupo,
o pesquisador garante que já conseguiu uma
redução média de três a cinco meses no tem-
po necessário para que o peixe atinja o peso
necessário para a comercialização.
"O peso padrão para a venda é de pelo
menos 750gramas. Para chegar aisso, o pei-
xe levava de oito a dez meses. Hoje, com o
alimento de boa qualidade e o bom manejo,
é possível atingir este nível em cinco, seis
meses", exemplifica.
Mas Gonçalves alerta: a qualidade do
produto utilizado para o trato dos peixes é es-
sencial para o resultado. "Hoje, o que falta
muito na piscicultura é o uso de produtos de
qualidade. O que domina o mercado é a lei
do mais barato. O produtor quer comprar a ra-
ção maisbarata e com isso acaba prejudican-
do o resultado. No mercado, a disponibilida-
de de rações é enorme, então o piscicultor
que não é instruído vai comprar sempre a
mais barata e isso faz com que o peixe leve
detrês a quatro meses a mais para ficar pron-
to para o mercado", alerta. (BC)
Arte Aícro Júnior/Fotos: Pierre Duarte 30/1/2014
Tanto em
laboratório quanto
em campo, são
avaliados diferentes
alimentos, fontes
de matéria-prima
e nutrientes, como
aminoácidos e
enzimas, que
podem ser benéficos
para a tilápia
Pierre Duarte 30/1/2014
11agroDIÁRIODIÁRIO DA REGIÃO
São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014
Fotos: Pierre Duarte 30/1/2014
Ração produzida
pelo Grupo Ambar
Amaral: só a
região consome
cerca de 8 mil
toneladas por mês
Projetospropõemnovidadenaaquicultura
Grupo produz 150 toneladas
Agência Embrapa
Até o dia 18 de março, qual-
quer cidadão poderá dar sugestões
e propor alterações em quatro pro-
jetos de normas voltadas à aquicul-
tura. Organizados pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), esses documentos foram
elaborados por especialistas da
área e visam a criar um selo de qua-
lidade para os produtores de tilá-
pia, tambaqui e moluscos bivalves.
“A adesão às normas será fa-
cultativa, mas certificará que o pro-
dutor cumpre os padrões estabele-
cidos pela ABNT e poderá ser usa-
do como um diferencial de qualida-
de do seu produto”, explica a pes-
quisadora Patrícia Maciel, da Em-
brapa Pesca e Aquicultura (Palmas,
TO), que participou da elaboração
do documento que baliza a engorda
do tambaqui.
A especialista informa que nes-
ses documentos são tratados ape-
nas as atividades relacionadas ao
crescimento do animal, não foram
abordados, por exemplo, procedi-
mentos ligados à reprodução, alevi-
nagem ou processamento de pes-
cado. “É muito importante que os
piscicultores, produtores de molus-
cos, especialistas da área e inte-
ressados no assunto acessem as
propostas e opinem para que es-
ses documentos sejam aprimora-
dos”, ressaltou Patrícia.
Para participar da consulta pú-
blica, é só acessar o site da ABNT,
preencher um pequeno formulário
de identificação e abrir os docu-
mentos para leitura.
Acesse a página da consulta
Foram disponibilizados quatro
documentos: Aquicultura – Boas
práticas de manejo para o cultivo,
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ves (ostras, mexilhões e vieiras). O
trabalho ainda prevê a Parte 5: Re-
quisitos específicos para a carcini-
cultura, o cultivo de camarões, es-
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boração e será colocado posterior-
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e, ser for julgado pertinente, o au-
tor das objeções poderá até ser
convidado para participar da reu-
nião final de fechamento da norma
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Felipe Georges Ambar do Amaral: trabalho lucrativo e prazeroso
Apiscicultura do Grupo AmbarAma-
ral produz mensalmente 150 tonela-
das de peixes em 320 tanques espa-
lhados pelo rio Paraná. De acordo com
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bosa, a região não poderia ser melhor
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pia não se dá bem com frio", explica.
Um trabalho lucrativo e prazeroso,
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rante Felipe Georges Ambar do Amaral,
diretor executivo do grupo. "Se você
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ma coisa, a mortalidade é muito alta,
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No entanto, mesmo com os ris-
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área. "Não existe melhor negócio no
Brasil atualmente. E ainda temos ca-
pacidade de crescimento por mais
uns quatro anos. Ainda falta muito pei-
xe no mercado".
A produção de tilápia é praticamen-
te inteira voltada para o mercado inter-
no. Frigoríficos são os maiores consu-
midores, responsáveis por comprar en-
tre 60% e 70% do produto final.
O restante é destinado a outros
setores, como pesque e pagues e o
Ceagesp em São Paulo, afirma Giova-
ni Sampaio Gonçalves, do Instituto de
Pesca. "Hoje, a demanda de peixe é
para o produto processado. São pou-
cos que ainda procuram o peixe intei-
ro para consumo".
Na Ambar Amaral, quase 100% da
produção fica no próprio Estado de
São Paulo. Já na parte de ração, a em-
presa vende aproximadamente 60%
por aqui e o restante para Estados co-
mo Minas Gerais e Mato Grosso do
Sul. "Apenas a nossa região consome
em torno de 8 mil toneladas de ração
ao mês", diz Amaral. (BC)
Serviço
Conheça mais sobre o Grupo Ambar Amaral
pelo site www.grupoambaramaral.com.br
Instituto de Pesca: (17) 3232-1777

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Agrodiário - Psicultura

  • 1. 8 agroDIÁRIO DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014 BetoCarlomagno beto.carlomagno@diariodaregiao.com.br Do tanque às mesas dos consumido- res e de volta ao tanque. O Grupo Ambar Amaral, de Santa Fé do Sul, região de Rio Preto, é um dos maiores produtores de tilápia do Brasil, com 250 toneladas de peixe abatidas por mês no frigorífico próprio da empresa, e ainda é autossus- tentável, já que utiliza uma técnica de- senvolvida em parceira com o Instituto de Pesca de Rio Preto para reaproveitar os restos dos peixes que não são utiliza- dos no frigorífico para a produção de uma ração especial voltada exatamente para a alimentação de animais. Ogrupo,quehámaisde25anostraba- lha com pecuária, resolveu se aventurarna águaem2006einiciouacriaçãodepeixes em cativeiro. Aproveitando o cenário propí- ciodacidadedeSantaFédoSul,queseen- contrapróximado rioParanáedahidrelétri- ca de Ilha Solteira, ambiente adequado pa- ra a criação de tilápia. Até 2009, o grupo deu continuidade no ciclo com a inaugura- ção do frigorífico e da fábrica de rações. O resultado tem sido tão bom que ampliação jáéapalavradeordemnaempresa.Ofrigo- ríficotriplicará detamanhoatéofimdo ano e há também a possiblidade de expandir a produção de ração, que hoje já é uma das maioresdopaís,comumtotalde2,8milto- neladaspormês."Naregião,somososlíde- res de venda", afirma Felipe Georges Am- bardo Amaral, diretor executivodo grupo. E o reaproveitamento dos restos da tilápia foi um dos melhores resultados obtidos durante o tempo de parceria en- tre o grupo e o Instituto de Pesca de Rio Preto, como explica o pesquisador res- ponsável Giovani Sampaio Gonçalves, que também trabalha com nutrição e ali- mentação de organismos de água doce. "Antes,estesresíduoseramumproble- ma e agora se tornaram uma solução que geralucroparaaempresa.Umfrigoríficoge- raemtornodeseisasetetoneladasderesí- duospordiaehojeissotudoviraumprodu- to que pode ser comercializado e que agre- ga bastante valor ao negócio, que antes o descartava",conta. Hoje,todaacarcaçaquesobrado"file- tamento" da tilápia é transformada em no- vos produtos, como farinha, que dá origem aração,óleodepeixeeoutrosprodutos,co- monuggetsdepeixeepratosprontos,uma variação do negócio da empresa que agora produz refeições congeladas nos moldes de pratos conhecidos feitos a partir de car- ne bovina efrango,mas agora compeixe. "Quando o peixe vai para o frigorífico, apenas33%delesãoaproveitadosparaofi- lé. A cada três quilos de peixe, um quilo é aproveita.O restante vai então para os pro- dutosderivados", diz Amaral. Apósaretiradadofilé,osrestosdopei- xesãoentãolevadosparaaindústriadera- ção que processa aquele produto até que elesetorneumaespéciedepasta."Afábri- cacozinhaestesresíduos.Écomosefosse uma panela de pressão que vai retirando a umidadedoproduto.Apósestepassoéfor- madaentão apasta,que éumamisturade farinha e óleo, já que o peixe tem muito óleo. Em seguida, uma prensa separa o óleo e o produto seco, que forma uma fari- nha",explica opesquisador. Com a técnica, o lucro pode chegar a maisdedezvezes ovalorpagopela matéria- prima,revelaAmaral."Quemcuidadofrigorífi- coémeuirmão.Comproosresíduosdelepor R$ 0,10 e consigo vender a farinha por R$ 1,20eoóleoporR$1,80,semgrandesgas- tosparaaprodução,jáqueotrabalhoéfeito quasequetotalmentepormáquinas". Continua nas páginas 10 e 11 SustentabilidProjeto desenvolvidopor empresa de Santa Fé do Sul emparceria com o Instituto daPesca de Rio Pretoaproveita tudo datilápia e faz até óleoe farelo 2 4 1
  • 2. 9agroDIÁRIODIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014 Fotos: Pierre Duarte 30/1/2014 dade na água Manejo correto reduzmortalidade 3 5 Comalimentaçãodequalidade e bom manejo a mortalidade pode serreduzidaconsideravelmente,ga- rante Gonçalves. "A parte sanitária dapisciculturaéumapreocupação, principalmente devido às grandes produções. A partir do momento em que o animal tem uma dieta adequada, ele tem menos proble- mas com bactérias que causam grande mortalidade, com a perda deaté40toneladasdepeixes". Na Ambar Amaral, a taxa de mortalidade está em aproximada- mente 15%, número que, segun- do o gerente de produção do gru- po, João Luis Barbosa, está den- trodoesperado. (BC) 1 - Tratadores usam ração feita com restos de peixes para alimentar criadouro 2 - Captura é feita em cestos especiais 3 - Do barco, tilápias vão direto para a primeir fase do processamento 4 - No frigorífico do Grupo Ambar Amaral, funcionárias retiram vísceras e escamas dos peixes 5 - Em seguida, os peixes são cortados em forma de filé, prontos para ser embalados ou usados como ingrediente para vários tipos de pratos
  • 3. 10 agroDIÁRIO DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014 Nutrição é foco da pesquisa A parceria entre o Grupo Ambar Amaral e o Instituto de Pesca de Rio Preto também es- tá focada na nutrição dos peixes e no manu- seio, essencial para um bom resultado. Se- gundo o pesquisador responsável, Giovani Sampaio Gonçalves, o foco é avaliar, tanto em laboratório quanto em campo, diferentes alimentos, fontes de matéria-prima e nutrien- tes, como aminoácidos e enzimas, que po- dem ser benéficos para a tilápia. "O ganho de peso é nossa pretensão. Conseguir que o peixe consiga mais peso no menor tempo possível. Além disso, procura- mos por alimentosque permitem lançar a me- nor quantidade possível de matéria na água, uma das metas na piscicultura atual: alimen- toscom teor nutritivo alto, mas que não preci- sa ser jogado em grandes quantidades na água, reduzindo assim o excesso destes ele- mentos", conta Gonçalves. Com o trabalho realizado junto ao grupo, o pesquisador garante que já conseguiu uma redução média de três a cinco meses no tem- po necessário para que o peixe atinja o peso necessário para a comercialização. "O peso padrão para a venda é de pelo menos 750gramas. Para chegar aisso, o pei- xe levava de oito a dez meses. Hoje, com o alimento de boa qualidade e o bom manejo, é possível atingir este nível em cinco, seis meses", exemplifica. Mas Gonçalves alerta: a qualidade do produto utilizado para o trato dos peixes é es- sencial para o resultado. "Hoje, o que falta muito na piscicultura é o uso de produtos de qualidade. O que domina o mercado é a lei do mais barato. O produtor quer comprar a ra- ção maisbarata e com isso acaba prejudican- do o resultado. No mercado, a disponibilida- de de rações é enorme, então o piscicultor que não é instruído vai comprar sempre a mais barata e isso faz com que o peixe leve detrês a quatro meses a mais para ficar pron- to para o mercado", alerta. (BC) Arte Aícro Júnior/Fotos: Pierre Duarte 30/1/2014 Tanto em laboratório quanto em campo, são avaliados diferentes alimentos, fontes de matéria-prima e nutrientes, como aminoácidos e enzimas, que podem ser benéficos para a tilápia Pierre Duarte 30/1/2014
  • 4. 11agroDIÁRIODIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 9 de fevereiro de 2014 Fotos: Pierre Duarte 30/1/2014 Ração produzida pelo Grupo Ambar Amaral: só a região consome cerca de 8 mil toneladas por mês Projetospropõemnovidadenaaquicultura Grupo produz 150 toneladas Agência Embrapa Até o dia 18 de março, qual- quer cidadão poderá dar sugestões e propor alterações em quatro pro- jetos de normas voltadas à aquicul- tura. Organizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), esses documentos foram elaborados por especialistas da área e visam a criar um selo de qua- lidade para os produtores de tilá- pia, tambaqui e moluscos bivalves. “A adesão às normas será fa- cultativa, mas certificará que o pro- dutor cumpre os padrões estabele- cidos pela ABNT e poderá ser usa- do como um diferencial de qualida- de do seu produto”, explica a pes- quisadora Patrícia Maciel, da Em- brapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO), que participou da elaboração do documento que baliza a engorda do tambaqui. A especialista informa que nes- ses documentos são tratados ape- nas as atividades relacionadas ao crescimento do animal, não foram abordados, por exemplo, procedi- mentos ligados à reprodução, alevi- nagem ou processamento de pes- cado. “É muito importante que os piscicultores, produtores de molus- cos, especialistas da área e inte- ressados no assunto acessem as propostas e opinem para que es- ses documentos sejam aprimora- dos”, ressaltou Patrícia. Para participar da consulta pú- blica, é só acessar o site da ABNT, preencher um pequeno formulário de identificação e abrir os docu- mentos para leitura. Acesse a página da consulta Foram disponibilizados quatro documentos: Aquicultura – Boas práticas de manejo para o cultivo, Parte 1: Requisitos Gerais, Parte 2: Requisitos específicos para tilápia, Parte 3: Requisitos específicos pa- ra o tambaqui e Parte 4: Requisitos Específicos para moluscos bival- ves (ostras, mexilhões e vieiras). O trabalho ainda prevê a Parte 5: Re- quisitos específicos para a carcini- cultura, o cultivo de camarões, es- se documento está em fase de ela- boração e será colocado posterior- mente para consulta pública. Após ler o documento, o cida- dão deve clicar em “votar no proje- to” que abrirá uma tela com três op- ções: aprovar sem restrições, apro- var com observações de forma em anexo e não aprovar pelas obje- ções técnicas em anexo. Nas duas últimas opções, o colaborador é convidado a anexar um arquivo jus- tificando suas objeções ou suges- tões. “Esses textos serão todos analisados pelo grupo de trabalho, as sugestões incorporadas ou não e, ser for julgado pertinente, o au- tor das objeções poderá até ser convidado para participar da reu- nião final de fechamento da norma para debater os pontos levanta- dos”, informa Patrícia. Felipe Georges Ambar do Amaral: trabalho lucrativo e prazeroso Apiscicultura do Grupo AmbarAma- ral produz mensalmente 150 tonela- das de peixes em 320 tanques espa- lhados pelo rio Paraná. De acordo com o gerente de produção, João Luis Bar- bosa, a região não poderia ser melhor para a criação da tilápia, devido, princi- palmente, ao clima quente, bom para a tilápia. "A temperatura perfeita para ela é entre 25 graus e 28 graus. A tilá- pia não se dá bem com frio", explica. Um trabalho lucrativo e prazeroso, mas que também é muito arriscado, ga- rante Felipe Georges Ambar do Amaral, diretor executivo do grupo. "Se você cria bovino, quando um boi morre devi- do a um fator externo, como uma pica- da de cobra, é apenas um animal, por isso a sua perda financeira não é tão grande. Já a tilápia, se acontece algu- ma coisa, a mortalidade é muito alta, assim como seu prejuízo", compara. No entanto, mesmo com os ris- cos, Amaral não pensa em mudar de área. "Não existe melhor negócio no Brasil atualmente. E ainda temos ca- pacidade de crescimento por mais uns quatro anos. Ainda falta muito pei- xe no mercado". A produção de tilápia é praticamen- te inteira voltada para o mercado inter- no. Frigoríficos são os maiores consu- midores, responsáveis por comprar en- tre 60% e 70% do produto final. O restante é destinado a outros setores, como pesque e pagues e o Ceagesp em São Paulo, afirma Giova- ni Sampaio Gonçalves, do Instituto de Pesca. "Hoje, a demanda de peixe é para o produto processado. São pou- cos que ainda procuram o peixe intei- ro para consumo". Na Ambar Amaral, quase 100% da produção fica no próprio Estado de São Paulo. Já na parte de ração, a em- presa vende aproximadamente 60% por aqui e o restante para Estados co- mo Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. "Apenas a nossa região consome em torno de 8 mil toneladas de ração ao mês", diz Amaral. (BC) Serviço Conheça mais sobre o Grupo Ambar Amaral pelo site www.grupoambaramaral.com.br Instituto de Pesca: (17) 3232-1777