Na edição do dia 19 de fevereiro de 2016, do Diário Oficial, foi publicada matéria sobre o conceito do Boi 777 desenvolvida pela APTA. O pesquisador Gustavo Rezende Siqueira concedeu entrevista sobre o tema.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Boi 777 método rápido abate
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 126 (31) sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016IV – São Paulo, 126 (31)
É um animal que atinge
o ponto de abate em
menor tempo (cerca de
um ano antes) do que
aqueles criados pelos
métodos convencionais
Boi 777 sai da Apta de Colina e
chega bem mais rápido à mesa
SERVIÇO
• Polo Regional da Apta da Alta
Mogiana
Av. Rui Barbosa, s/nº – Colina
Telefone (17) 3341-1400
Site www.aptaregional.sp.gov.br
• Associação Brasileira das Indústrias
Exportadoras de Carne (Abiec)
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.912
14º andar – Conj. J – São Paulo
Telefone (11) 3531-7888
Site www.abiec.com.br
Polo da Alta Mogiana da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agrone-
gócios (Apta), na cidade de Colina,
desenvolveu a metodologia do boi
777. Trata-se de um animal macho
que ganha sete arrobas na primeira
fase da vida, até desmamar, sete
arrobas na recria (etapa interme-
diária de crescimento) e sete na ter-
minação (quando atinge ponto de
corte). Somando as fases de cresci-
mento, por esse método o boi está
apto para ir ao frigorífico com mais
ou menos dois anos de idade, pe-
ríodo bem menor do que a média
convencional de três anos. O 777
é obtido por meio de métodos
adequados de nutrição, manejo e
melhorias genéticas.
O zootecnista e pesquisador
Gustavo Rezende Siqueira asse-
gura que o animal criado neste
conceito dá lucro a toda cadeia
produtiva: ao criador, à industria
de carne e ao consumidor. “No
primeiro caso, o pecuarista vende
seu boi antes; o frigorífico compra
Bife macio
“O 777 se diferencia do boi comum
porque, por ser jovem, produz carne mais
macia e cobertura de gordura que prote-
ge a carcaça e facilita os cortes para grill.
Por ser bem manejado, é um animal sem
estresse e com carne de pH mais baixo,
mais vermelha, que dura mais tempo
na prateleira”, explica Fabiano Ribeiro
Tito Rosa, gerente de compra de gado do
Minerva Foods, frigorífico de Barretos,
parceiro no projeto da Apta.
Aline Domingues Moreira, zootec-
nista e aluna de doutorado da Unesp de
Jaboticabal, diz que o conceito é impor-
tante para a cadeia produtiva da carne. “É
uma agregação de conhecimento, desde a
prática de nutrição até a produção final,
que faz com que se reduza o tempo de
abate”, diz Aline. Sua colega de profissão
e escola, Verônica Aparecida Costa Mota,
ressalta o trabalho inovador da Apta,
“que ajuda tanto a pesquisa quanto a
parte prática do sistema produtivo”.
Uma semana
para a carne
A Secretaria de Agricultura e Abaste-
cimento promoverá entre 13 e 19 de junho
a primeira edição da Semana da Carne,
em parceria com a Sociedade Rural Brasi-
leira (SRB) e com a Verum Eventos. O
objetivo é aproximar produtores e consu-
midores, além de ressaltar a importância
da pecuária paulista e estimular as ven-
das. Na programação, palestras, work-
shops, feira de negócios, atrações cultu-
rais, leilão beneficente, promoções em
restaurantes paulistanos e visitas a esta-
belecimentos comerciais para promover a
cadeia produtiva. O evento será no Pavi-
lhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera.
um indivíduo jovem e mais bem aceito no
mercado; enquanto o consumidor come
carne mais macia e saborosa.” Ele diz que
há países compradores, como a China,
por exemplo, que procuram carne de ani-
mais cada vez mais jovens.
O pesquisador informa que a arroba do
boi (15 quilos) leva em conta apenas a parte
chamada carcaça, formada por carne, osso
e gordura, geralmente a metade do peso do
animal abatido. “É um padrão do setor.”
Por isso, um animal de 10 arrobas (150
quilos) terá peso de 300 quilos. O restan-
te é composto por cabeça, fígado, coração,
couro, intestinos e outras partes menores,
todas com valor comercial e muitas delas
comestíveis. Nada é jogado fora. Vem daí a
famosa frase “do boi só se perde o berro”.
Considerando o total (carcaça mais
miúdos), calcula Siqueira, o animal terá
teoricamente ao final da primeira fase 210
quilos, na recria será o dobro (420 quilos).
No entanto, ressalva o zootecnista, na últi-
ma etapa a proporção meio a meio é modi-
ficada e a carcaça passa a ser maior, de 54%
a 57% do boi. “Nessa fase ocorre intensa
alimentação, que proporciona muita massa
ao animal.” A metodologia 777, da Apta
de Colina, região de Barretos, famosa pela
pecuária e rodeios, independe de raças.
Menor tempo – A maioria dos bois
é vendida quando se atinge entre 18 e 21
arrobas,porvoltade600quilostotais.“Nosso
estudo visa a alcançar exatamente este vo-
lume em menor tempo do que a criação
convencional”, diz Siqueira.
Além do menor tempo de abate, há re-
dução de impacto ambiental e de custos e
ainda aumento no lucro e na produtividade.
Muitos Estados brasileiros já aplicam a
ideia, incluindo melhoria genética, manejo e
alimentação. Além de São Paulo, o 777 pasta
tranquilamente em Goiás, Minas Gerais,
Paraná, Rondônia, Pará e no Mato Grosso
do Sul e do Norte. “Não importa o tamanho
do rebanho, qualquer pecuarista pode usar a
tecnologia, disponível gratuitamente na
Apta de Colina”, assegura Siqueira.
Rompendo fronteiras – A inicia-
tiva também é importante nas exportações.
No ano passado, saiu do Brasil aproxima-
damente 1,4 milhão de toneladas de carne
bovina rumo a dezenas de países. A maior
parte, cerca de um milhão de toneladas, na
forma in natura (fresh beef). O restante é
composto de miúdos, carnes industriali-
zadas, etc. Os números são da Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de
Carne (Abiec).
Colina também pesquisa melhorias
genéticas em gado leiteiro, frutas, grãos
(sorgo, milho, feijão e amendoim); é a única
unidade da Apta a trabalhar com cavalos.
Os animais da Cavalaria da Polícia Militar
de São Paulo, por exemplo, vêm de lá.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de
Agricultura e Abastecimento
SERVIÇO
Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia
Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87
Cidade Universitária – São Paulo
Das 10 às 16 horas
Mais informações com
Isabela Gasparello, e-mail
isabelagasparello@gmail.com ou
no site http://goo.gl/JCXhmx
Veterinária da USP promove evento sobre a saúde dos animais
Amanhã, 20, acontece o 2º SASF Vet
– Sábado de Assistência à Saúde da Fa-
mília na Veterinária, no estacionamento
da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia (FMVZ). Organizado por médi-
cos veterinários do Programa de Residência
em Área Profissional da Saúde, do Hospital
Veterinário, o evento tem o objetivo de
conscientizar e informar à comunidade, de
forma lúdica e interativa, sobre a necessida-
de dos cuidados com o bem-estar de ani-
mais de estimação e ampliar a compreensão
da atuação do médico veterinário na saúde
pública, em questões sobre o controle de
alimentos e o combate às zoonoses.
As crianças terão a oportunidade de
entrar em contato com animais do campo,
com passeios a cavalo, interação com vacas
e cabras, teatro, pintura de rosto e brincadei-
ras. As atividades serão distribuídas em sete
tendas, nas quais os participantes receberão
orientação por meio de esquetes teatrais e
brincadeiras sobre posse responsável, cuida-
dos com a saúde animal e saúde da família,
manejo e criação de ruminantes, cuidados
com a higiene, nutrição, adoção responsá-
vel, segurança nos ambientes domésticos,
entre outros. O evento é gratuito e aberto
ao público, que poderá trazer seus cães.
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da USP
O FOTOS:DIVULGAÇÃO/APTA
Metodologia do boi 777
é obtida por meio de métodos
adequados de nutrição, manejo
e melhorias genéticas
Siqueira – Lucro para toda a cadeia produtiva
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016 às 03:08:09.