1. SALVADOR SEXTA-FEIRA 29/8/2014 OPINIÃO A3
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SIMANCA
Antonio Lins
Poeta e jornalista
alins@uol.com.br
Antônio Ermírio de Moraes, meu di-leto
amigo dramaturgo, a voz dos
empresários brasileiros, líder de um
império com quase 100 empresas, fundado
por seu pai, na cidade paulista de Voto-rantim,
ganhou notoriedade pelos ideais
nacionalistas, por defender o investimento
e a produção industrial e pelo jeito es-partano
com que levou a vida. Conquistou
tamanha notoriedade como empreendedor
que virou referência não só para a classe
empresarial, mas para toda a sociedade bra-sileira.
Ele nos deixou no último dia 24,
mesmo doente mostrava-se preocupado
com a falta de rumo do país e com a total
ausência de seriedade na política.
Questões sociais também eram alvo de
suas inquietações. Foi um dos mais célebres
exemplos de dedicação à filantropia no país.
Primeiro, abraçou a área da saúde à frente da
Cruz Vermelha. Depois, assumiu o Hospital
Beneficência Portuguesa, de São Paulo, um
dos maiores do país. “Eu não me sinto um
parasita da nação. Sou um homem rico, mas
tenho ajudado nossa nação, humilhada e
abandonada pelas elites e pelos governos”,
declarou-me em uma das muitas vezes que o
visitei em seu escritório na praça Ramos de
Azevedo, no centro de São Paulo.
As mazelas do país levaram Ermírio a
enveredar pelo mundo da dramaturgia. Ele
escreveu três peças que trataram de temas
críticos como saúde, educação, corrupção,
negociatas e democracia. O primeiro texto,
Brasil S.A., levou uma década para ser con-cluído.
Ele nunca achava que estava bom, o
texto e o Brasil. Nos anos de 1980, ele de-cidiu
que não queria somente criticar e
tentou a carreira política. Foi candidato ao
governo de São Paulo, mas perdeu a disputa
para Orestes Quércia, um político populista
e demagogo, ex-prefeito de Campinas.
Ermírio, ou melhor, Dr. Antônio, como eu o
tratava, era um homem comum, usava ternos
antigos e amarrotados. Os amigos faziam pia-da,
mas ele não se incomodava. “Quando es-colho
um livro, não ligo para a encadernação.
Preocupo-me com o conteúdo”, costumava di-zer,
sempre com um sorriso. Adeus, amigo,
você era um otimista incorrigível.
DESTAQUES
DO PORTAL
A TARDE
Ranieri Muricy Barreto
Economista e professor da Ucsal
Pense num absurdo, na Bahia tem pre-cedente.
Só o senso crítico do ex-go-vernador
Octávio Mangabeira para en-tender
o desserviço que alguns candidatos
vêm prestando à autoestima do baiano. A
última de dois postulantes ao governo foi
truncar os dados do relatório do The Eco-nomist,
omitindo que a Bahia figura como a
primeira do Nordeste em produtividade.
Como economista, tenho por hábito o acom-panhamento
de serviços de consultoria, como
The Economist Intelligence Unit (EUI), célula do
grupo inglês, que faz relatórios e previsões
econômicas através de pesquisa e análise. No
caso do ranking de gestão e competitividade
dos estados brasileiros, que oferece dados para
avaliação dos ambientes operacionais de ne-gócios
comparativos em 26 estados do Brasil e
Distrito Federal, vale o alerta de que o levan-tamento
foi elaborado entre os meses de abril
de 2013 e de 2014, patrocinado pelo Centro de
Liderança Pública (CLP). Sim, se o leitor está
lembrando vagamente de ter ouvido falar dessa
organização, posso refrescar-lhe a memória.
O CLP tem sua gênese ligada à Casa das
Garças. Figuras como Pedro Moreira Salles,
presidente do conselho do Itaú Unibanco,
Armínio Fraga e Gustavo Franco, estes dois
últimos ex-presidentes do Banco Central do
Brasil no governo FHC, são membros das
duas instituições. Em 2003, um grupo de
economistas e banqueiros fundou o Ins-tituto
de Estudos de Política Econômica/Ca-sa
das Garças, celeiro da ideologia neo-liberal,
com o objetivo de realizar estudos
para subsidiar a oposição dos tucanos ao
governo Lula e já derrotá-lo no primeiro
mandato.
É incrível como as velhas teses neoli-berais
derrotadas em 2003 estão reapare-cendo
com um discurso aparentemente re-novado.
No imaginário do povo, a lembran-ça
desse tempo é de desemprego, renda
concentrada nas mãos de poucos, má edu-cação,
universidades para a alta classe mé-dia,
Fies com avalista e ensino técnico des-truído.
Para terminar, fazem parte desse
receituário as ideias presentes em recente
artigo do professor da Fundação Getúlio
Vargas Samuel Pessôa, um dos ideólogos de
EDITORIAL
Cárceres
sangrentos
Findounamadrugadade terça-feira, 26,ao
cabo de 44 horas, a rebelião de presos na
Penitenciária de Cascavel, Paraná, a 498
quilômetros de Curitiba. Dois foram de-capitados,
outros atirados do alto do te-lhado,
e houve pelo menos 25 feridos.
As cenas de horror estão aquém domas-sacre
de Carandiru, mas equivalem às de
outubro de 2013, no Complexo Penitenciá-riodePedrinhas,
emSãoLuís, quandomor-reramnove
presidiários (três por degola) e
20 ficaramferidos.
NãoseráadeCascavelaúltimaocorrência
desse tipo. O sistema carcerário brasileiro
clama por mudanças que o tornem menos
infernal. As prisões são depósitos em que os
condenados se espremem e se atritam.
Cerca de 550 mil presos convivem em
espaço onde caberia a metade. De acordo
com dados do Conselho Nacional do Mi-nistério
Público, houve nos últimos anos 121
revoltas em 1.598 cárceres no país, comum
total aproximado de 700 mortes cruéis.
Se cumpridos todos os mandados de pri-são
pendentes nas varas criminais, o déficit
de vagas, segundo o Departamento do Sis-temaPenitenciário
(Depen), chegaria a 210
mil. Penas de reclusão poderiam ser con-vertidasempenasalternativaseotráficode
drogas reconsiderado.
Tarda– e como! –areformaestruturaldo
sistema carcerário. Sobretudo, tarda um
consenso jurídico, um conceito menos me-dieval,
calcado na experiência de outros
países. A Holanda cobra diária de presos.
Aqui a família do encarcerado recebe sa-láriomínimo
da sociedade, sua vítima.
A violência regula o cotidiano nos pre-sídios;
de dentro das celas, criminosos co-mandamaçõesnoexterior.
OPCC(Primeiro
Comando da Capital), organização terro-ristademuitos
tentáculos,desafiaatrásdas
gradesopactosocial,asoberaniadoestado
de direito.
Quando se fará a reformada legislação e
dos procedimentos carcerários é uma in-cógnita.
Aliás,otemadaviolênciaemtodas
as suasformastemsidopoucodebatidonas
sabatinas e propagandas dos candidatos a
governador e ao Planalto.
Otimista
incorrigível
moda.atarde.com.br
Emprodutividade, a Bahia
é primeira do Nordeste
Papetes, como a da foto,
da grife Céline, voltamà
moda com toda força
Divulgação
atarde.com.br/bahia
Aécio Neves, com o título “Universidade
paga” (Folha de S.Paulo, 29/6/2014). No tex-to,
Pessôa dispara: “O ensino universitário
deve ser pago. Note que esse fato independe
de a instituição de ensino superior ser le-galmente
pública ou privada”.
Logo que a terceira edição do Índice de
Ambiente de Negócios Brasil da EIU saiu, no
fim de julho, pude confirmar que, embora
com uma queda de quatro pontos no ran-king,
pouca diferença na pontuação geral
(43,7 em 2011, 42,7 em 2012 e 43 em
2013/2014), a Bahia continua com os mais
altos índices em quesitos como incentivo
para investir, potencial e crescimento de
mercado, planejamento estratégico e regu-lação
ambiental e número de universitários
graduados. O estado está acima da média
de todos os estados brasileiros em cinco
temas, de um total de oito avaliados na
pesquisa. Também figura com as mais altas
médias do Nordeste e acima da média geral
em categorias como política para investi-mentos
estrangeiros, ambiente econômico,
regime tributário, inovação, sustentabilida-de
e recursos humanos.
Vale destacar que a metodologia do es-tudo
divide a apuração do ranking em te-mas,
subdivididos em itens de avaliação, e
considera indicadores e números oficiais,
acadêmicos, reportagens, entrevistas e ava-liações
subjetivas. Não raro, os itens em que
a Bahia apresentou queda nos números,
como “qualidade das estradas”, têm crité-rios
de avaliação subjetiva, cunhados por
grupos e segmentos com o propósito de
distorcer a realidade, comprometendo o ca-ráter
científico da pesquisa. No item es-pecífico,
pode falar quem roda pelo interior
da Bahia, atestando a significativa melhoria
das estradas. Fato é que o governo Wagner
não só implantou como recuperou mais de
8 mil quilômetros de estradas. A certeza de
que vão perder temdeixado certos políticos
de oposição tão desesperados a ponto de
querer mascarar a realidade? Talvez.
Pois inegável é que a Bahia avançou e
hoje está num patamar bem mais alto de
desenvolvimento. Há muito ficou para trás
a era do atraso.