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Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa




                Processos e Produtos da Sedimentação

	       O Geólogo estuda rochas no campo, mas só poderá dizer que as entendeu se conhecer os
processos anteriores a sua formação ou a formação da sua estrutura. Esses fenômenos chamam-se de
processos da sedimentação.
	       O resultado dos processos são os produtos da sedimentação.

                                Processos da Sedimentação
	         Ciclo da Água
	         A água, como tudo no planeta, está em perpétuo movimento. Seu volume no planeta é o
mesmo e invariável. Seu movimento consiste em uma constante subida de determinado volume atra-
vés da evaporação (função da insolação), e uma constante descida do mesmo volume em forma de
precipitação (independente da luz). O motor deste movimento é a energia solar, uma conseqüência
da gravidade do Sol, verificada na Terra.
	         É na troposfera que se condensa a água evaporada pela insolação da superfície do globo,
segundo o “lapse rate”, que depois se precipita sob a forma de chuva. A água sobe, em forma de
vapor d’água invisível e pura. Desce em forma de chuva, que pode cair em um dos dois ambientes
geológicos: marinho ou continental. Se cair no mar, não tem qualquer efeito ou conseqüência, fora
de recompor o seu volume. Se cair sobre os continentes tem várias conseqüências: corre na superfí-
cie em forma de rios ou geleiras em variadas velocidades, dependendo da topografia do terreno, ou
infiltra-se na subsuperfície permeável, onde se desloca a menores velocidades, sempre em direção ao
mar, que é o seu ponto final.
	         Na superfície dos continentes, reúne-se nas partes baixas da topografia, formando rios e
lagos respectivamente. Em forma de água corrente constitui o principal agente da erosão ou da des-
truição das estruturas acima do nível de base. Outro efeito da água consiste em solubilizar compo-
nentes dos minerais das rochas, fato que ajuda na desagregação mais rápida das mesmas. Os efeitos
mecânicos da água, associados aos efeitos da oxidação dos minerais, são os mais importantes fatores
na desagregação das rochas de superfície.
	         A velocidade das correntes de água na superfície causa efeitos mecânicos (desestruturação
das rochas) que depende da topografia da área onde ela corre. Topografia acidentada, movimentada
ou, de desníveis acentuados, em regiões montanhosas, as correntes de água são violentas e encacho-
eiradas e neste caso, os rios são ditos competentes, porque podem movimentar e transportar detritos
de razoáveis dimensões evidentemente ajudados pela declividade do terreno. De outro lado, áreas
planas, os rios são meandrantes e transportam partículas finas ou ainda, têm menos competência.
Observar que quando o rio é competente pode transportar clásticos grandes e pequenos, o mesmo não
se dando no segundo caso, isto é, rio de áreas planas somente carrega partículas pequenas.
Quanto mais acentuada a topografia, mais rápido o entalhamento dos vales e mais rápida a erosão.
No primeiro caso são os rios de montanha e o segundo são os rios de planícies.

                                                 174
Processos e Produtos da Sedimentaça

	        Essa corrida de águas é afetada pela latitude. Quanto mais alta a latitude menor a insolação e
maior a tendência da água transformar-se em gelo devido à escassez de energia. A corrida do gelo tem
efeitos diferentes na superfície onde corre. Afeta maiores áreas na descida para o mar e corre como
massa gelada na estação fria, transformando-se em rios na estação quente. Esse comportamento é
uma dependência do movimento de translação do planeta, explicado em outra parte do trabalho.

	        Solos
	        São produtos da desagregação e erosão das rochas.
	        Se o solo ainda está no seu lugar de origem, isto é, sobre a rocha geradora, apenas desagrega-
da, o solo chama-se autóctone. Se o solo já sofreu uma primeira movimentação na direção da bacia
de sedimentação, ele será chamado de alóctone. Os solos autóctones formam-se nas partes altas da
topografia e os alóctones nas partes baixas.
	        Os solos são os primeiros efeitos dos processos de sedimentação. A rocha, sob o efeito das
intempéries, ao longo do tempo e acima do nível de base, desagrega-se, formando os solos autócto-
nes. Estes são os mais simples e dependem apenas da composição físico/química da rocha original,
que em muitos casos, já são bastante complexos. Se um solo se origina de um arenito, o solo será de
areia pura. Se a rocha matriz for um basalto, ou um granito, mesmo autóctone, será um solo bastante
complicado, tanto física, como quimicamente. Os solos alóctones são bem mais complexos por se-
rem formados pela mistura dos diversos solos autóctones de diversas regiões. Cor, textura, porosida-
de, arredondamento das partículas formadoras do solo, são parâmetros que se alteram à medida que
elas se afastam do lugar original até atingir seu local definitivo na bacia de sedimentação.
	        Em última análise, todos os solos tiveram sua origem nas rochas continentais (os granitos),
e após a fragmentação do continente inicial tem ponderável contribuição das rochas vulcânicas (os
basaltos). Solos, não são entidades mapeáveis.

	        Sedimentos
	        Chamam-se sedimentos todas as partículas em movimento na direção de uma bacia de sedi-
mentação. Essas partículas são de duas origens possíveis: mineral e orgânica. As partículas minerais
são originárias da litosfera enquanto as orgânicas são originárias da atmosfera, produtos do carbono,
via fotossíntese. As partículas minerais são as melhores observadas e variam em tamanho, desde
grandes fragmentos de rocha, função da topografia, até fragmentos submicroscópicos chamadas ar-
gilas. As partículas orgânicas têm a tendência de se desfazer no movimento para a bacia, dependendo
da distância a percorrer. Quando completamente dissolvidos são chamados genericamente de matéria
orgânica. Quando não dissolvidos são descritos pelos seus nomes triviais: folhas, frutos, caules, raí-
zes, troncos, cadáveres de animais, inclusive humanos, embalagens plásticas, pneus etc.
	        Nas bacias, os sedimentos minerais formarão os reservatórios e os sedimentos orgânicos se
transformarão em petróleo.

	        Erosão
	        É o nome que configura um fenômeno geral existente na superfície da Terra. Consiste na des-
truição ou desagregação de toda e qualquer estrutura que esteja acima do nível de base. Representa o
desgaste de toda e qualquer forma original existente acima do nível de base, quer de origem natural,
quer artificial: a ponta de um lápis, o fio de uma navalha, o derrapante de um pneu, o desgaste de uma
montanha ou a formação de um vale. Geologicamente é o desgaste da rocha pelas intempéries. Mon-
tanhas ou construções humanas são paulatinamente e inexoravelmente destruídas ao longo do tempo
(Fig.5.1) (ficam velhas em linguagem popular) e recolocadas em uma bacia (depois de sofrerem o
transporte geológico), onde se transformam em nova rocha, conforme as leis da sedimentação.
	        O principal agente da erosão é a água da chuva ou meteórica na sua fase de corrida horizontal

                                               175
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

sobre os continentes. O gelo tem importância nas regiões polares e nas montanhosas. Os ventos não
têm grande importância como fator erosivo. A erosão é um fenômeno geológico dos mais importan-
tes, especialmente nas cidades construídas sobre terreno escarpado ou topograficamente movimen-
tado (Salvador, na Bahia e Rio de Janeiro p.ex.). De maneira geral os administradores dessas regiões
têm problemas com isso. Os usuários desses terrenos são vítimas de grandes desastres e prejuízos
devido a desabamentos, corrida de terras, enxurradas etc. Toda encosta ou morro, como se chama
vulgarmente, está sujeito ao desabamento especialmente em tempos chuvosos. Não há como evitá-lo
e isso deve ser levado em conta na avaliação do terreno. De modo geral desfruta-se uma bela vista,
mas corre-se perigo de sérios prejuízos.

	        Diagênese
	        É o fenômeno responsável pela transformação dos clásticos colocados na bacia em uma nova
rocha. É um fenômeno da natureza apenas inferido, pois impossível de ser observado pelos humanos
devido a sua lentidão e ao lugar onde ele se processa.
	        Em outras palavras, é possível observar clásticos chegando a uma bacia de sedimentação e as
rochas nela existentes. A transformação de partículas em rochas, por se dar sob as águas a razoáveis
profundidades e pelo tempo que dura o processo, não é passível de observação. É a razão pela qual,
também, não se pode observar a transformação da matéria prima do petróleo em petróleo. É um fe-
nômeno que tem de ser imaginado.
	        A diagênese em rochas ígneas é mais fácil de ser observada. Consiste na transformação das
lavas vindas através dos vulcões, em basaltos, pelo resfriamento das mesmas (Fig. 5.2). A sedimen-
tação das rochas continentais, também, não é fenômeno observável, pois o magma granítico passível
de ser transformado em rocha, não mais existe na natureza. A simples observação da ocorrência da
rocha no campo, diz ao geólogo como aquilo aconteceu.

	         Atmosfera
	         Já vimos a atmosfera como parte da estrutura terrestre: é a última capa esférica do globo,
fria, transparente, a menos densa de todas. Como tudo que existe no campo da Terra, a sua atmosfera
também sedimenta, quando os gases se transformam em matéria viva segundo as propriedades dos
diversos elementos nela existentes e sua interação com a energia do Sol. É um fenômeno de grande
importância para o conhecimento da Geologia.
	         É formada de uma mistura de gases, mais densa sobre a superfície do globo, rarefazendo-se à
medida que aumenta a distância para o exterior. Alguns desses gases desempenham papéis diferentes
perante a energia do Sol criando camadas com características próprias.
	         Sua parte mais importante para os animais é a troposfera, de espessura variável, sendo mais
espessa na região equatorial onde alcança até 12 km devido ao maior aquecimento pela insolação e
menor nos pólos, 8km, também dependente da baixa temperatura lá existente, devido ao menor grau
de insolação.
	         A troposfera, a camada em contato com a superfície do globo, é uma camada de alta densi-
dade de gases e aquecida de baixo para cima, por isso de alta turbulência. A maior pressão se verifica
ao nível do mar. A composição química do ar seco atual da atmosfera é 78% de nitrogênio, 21% de
oxigênio e 1% de outros gases, incluindo 0,032% de gás carbônico. Quando o ar é úmido, o vapor
d’água chega a 2, 3 e até 4% na região equatorial ao longo do equador termal, enquanto nas regiões
polares quase não chega a 1%, desde que essa característica é uma função da insolação e da quanti-
dade de água disponível.
	         Essas condições gerais formam parte do arcabouço que gerencia o fenômeno da gênese e da
continuidade da vida, da parte orgânica que existe na Terra. É da atmosfera que vem a matéria prima

                                                  176
Processos e Produtos da Sedimentaça

que constitui os seres viventes do globo onde ficam condicionados por aqueles fatores, daí a depen-
dência para a sobrevivência.

	        Transporte Geológico
	        O principal meio de transporte geológico são os rios (Fig.5.3), secundariamente os ventos.
As partículas de origem mineral ou orgânica, depois de removidas do seu lugar original pela erosão,
são conduzidas pela gravidade, para as partes baixas da topografia, depois para os vales até alcançar
a bacia, quando os rios perdem a identidade e cessa a movimentação horizontal das partículas.
	        Os meios de transporte geológico dependem da pluviosidade para variar a intensidade da
erosão. O volume de águas dentro dos vales é por isso variável e quando é muito grande, o rio fica
indomável e destruidor. Em linguagem técnica diz-se que o rio se torna competente durante as en-
chentes, ou quando percorre áreas de topografia acentuada. Competência se refere a capacidade da
corrente de água transportar tamanho e densidade de sedimentos. Construções feitas dentro do vale
de qualquer rio estão sujeitas a arrasamento a qualquer momento, dependendo apenas da intensidade
da chuva na bacia do rio. Não há nível normal do rio como se fala em linguagem jornalística. O nível
de qualquer rio depende da intensidade da chuva em sua bacia.

	       Espalhamento
	       Os clásticos ao serem depositados pelos rios nas bacias de sedimentação, sofrem os efeitos
das correntes e ondas nelas existentes e são espalhados nas margens e imediações das mesmas (Fig.
5.3).

	        Sedimentação
	        São considerados dois casos. O primeiro, quando a sedimentação se dá em bacias localizadas
em áreas assísmicas. O segundo caso, quando a área que contém a bacia é tectonicamente ativa.
	        No primeiro caso, após o espalhamento, acontece a sedimentação. Os sedimentos mais pesa-
dos, geralmente também os maiores vão ao fundo imediatamente e os mais leves, geralmente os me-
nores, mais lentamente. Os mais pesados se acumulam nas imediações do estuário, enquanto os mais
finos se depositam nas partes mais distantes do mesmo. Os pesados espalham-se horizontalmente em
função das ondas verificadas na bacia, e os leves verticalmente com forte influência das correntes
marinhas, fato que lhes confere estruturas diferentes: estratificação cruzada nos mais grosseiros e
folhelhos e lâminas nos sedimentos finos. Essas bacias são, de modo geral, amplas geograficamente,
isto é, ocupam grandes áreas geográficas.
	        O segundo caso é das áreas ativas sismicamente. Os falhamentos e o soerguimento de mon-
tanhas determinam a colocação de sedimentos grosseiros nas imediações dos falhamentos e pé-de-
montes formando conglomerados grosseiros na área imediata dessas estruturas espalhando os mais
finos para a parte mais distante e determinando bacias estreitas, profundas e longas.

                                 Produtos da Sedimentação
	        A Vida
	        Por ser o fenômeno mais importante do planeta foi estudado em capítulo especial (v. “Petró-
leo inextinguível”).
	        Já vimos a atmosfera como parte da estrutura terrestre. Vamos ver seu papel na Biologia.
	        A vida se originou dos gases, a parte mais leve dos componentes originais da Terra. A atmos-
fera, a princípio mantida longe da esfera devido à alta temperatura do magma formador da Terra,
desta se aproximou e atualmente está em contato direto com a litosfera e hidrosfera. Sob a influên-

                                              177
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

cia da energia solar seus gases sedimentam gerando as formas ou estruturas do campo orgânico da
superfície da Terra.


	        As Rochas
	        A rocha é um dos resultados do fenômeno da sedimentação ao longo do tempo segundo os
processos lentos existentes na superfície e subsuperfície do globo. É um processo invisível e que só
pode ser estudado, estudando a própria rocha. Uma analogia pode ser feita entre o papel do geólogo
e o trabalho de um detetive na investigação de um crime, respeitada a escala do trabalho. O correto
estudo feito a partir de um fato indiscutível (o crime), chega-se à conclusão correta sobre quem o pra-
ticou e a quem ele aproveita, quando e como ele foi cometido. O geólogo, conhecedor dos processos
de sedimentação, estuda um fato (a rocha) através de um mapa corretamente feito, para dizer onde,
como e quando se formou a bacia que gerou a rocha e qual o seu aproveitamento econômico.

	        Bacias de Sedimentação
	        São os lugares mais baixos da superfície da Terra topograficamente falando, onde se acu-
mulam as águas e, conseqüentemente, também se acumulam os clásticos, como efeito final da gravi-
dade. Reúne fragmentos por coalescência de todos os tipos e tamanhos de diversas partes do globo,
havendo por isso uma ampla variação lateral de textura ou mudança lateral de fácies na formação
resultante.
	        As bacias de sedimentação podem ser de duas origens, o que lhes confere características
ecológicas diferentes:
         •	 Continentais, se o seu embasamento for formado de rochas continentais (graníticas e as-
            semelhadas) e
         •	 Marinhas, se o embasamento for de basaltos ou rochas vulcânicas.
	        Atualmente, devido a fragmentação do continente original, as bacias continentais preexis-
tentes também foram fragmentadas e praticamente não mais se formam. Predominam as bacias ma-
rinhas que são os atuais oceanos, para onde convergem os clásticos formados sobre os continentes,
tanto minerais como orgânicos, vulgarmente conhecidos como lixo.
	        Como se verifica, são vários os processos de sedimentação, que configuram a idéia geral de
que após a formação da primeira rocha na superfície do globo, houve um desgaste dela mesma e que
houve um processo segundo o qual, esses fragmentos se acumularam em outro local onde eles se
re-arrumaram para formar uma rocha de segunda geração. Cada um desses processos tem um signi-
ficado específico e só o estudo do conjunto e na sua ordem, permite que se faça a idéia do fenômeno
inteiro e suas possibilidades econômicas. É a aplicação prática de um dos pilares em que se apóia a
ciência geológica: o presente é a chave do passado.
	        Clásticos em qualquer posição significam que essa parte do terreno foi a parte mais baixa da
topografia em outra época no passado e que permaneceu assim durante um tempo significativo. Se
foi a parte mais baixa, deveria haver uma parte mais alta de onde corriam os rios trazendo partículas.
A textura das partículas permite inferir a competência dos rios e a topografia da época da sedimenta-
ção. O metamorfismo dá idéia da movimentação a que esteve submetida a bacia e seus componentes
bem como inferências sobre sua idade. A forma da bacia dá idéia da sua amplitude geográfica e a
espessura dos sedimentos da sua profundidade. Os fósseis indicam como eram as formas de vida ao
tempo da sedimentação.
	        O estudo dos processos de sedimentação justifica a idéia de Hutton, a Lei do Uniformismo
associado à idéia de nível de base, acima do qual há destruição e abaixo uma reconstrução dos obje-
tos geológicos.

                                                   178
Processos e Produtos da Sedimentaça

	        Todos os processos e produtos da sedimentação tem a ver com a litosfera do globo, que é a
capa esférica rochosa da Terra, a única parte sólida do planeta, formada basicamente de dois tipos
originais de rocha: a rocha granítica continental, a mais importante do globo, pois é a que nos dá
sustentação e apoio, e a rocha basáltica ou oceânica. Todas as outras formações geológicas ficam
apoiadas nessas duas e são delas derivadas.
	        As duas primeiras rochas matrizes foram formadas pela separação dos magmas segundo suas
densidades e o resfriamento pelo contato com o fluido exterior do planeta. Todas as rochas que foram
formadas em seguida são de segunda, terceira geração etc., pela remobilização de uma para outra
bacia, dependentes dos movimentos sofridos pela litosfera.
	        Toda rocha em sua gênese tem estrutura horizontal com a mais jovem sempre em cima, e
reproduz a forma da bacia e o tectonismo que governou a sedimentação.
	        O funcionamento da litosfera é de natureza passiva frente às forças tectônicas geradas pelos
movimentos convectivos interiores ao planeta, e estão em constantes movimentos quer verticais, ou
horizontais, de modo imperceptível nos movimentos horizontais e mais acentuados nos verticais. Em
ambos os casos o resultado são montanhas, que por sua vez formam novas áreas-fonte de sedimentos.
	        As montanhas submarinas não sofrem erosão, devido ao fato de ocorrerem abaixo do nível
de base com exceção daquelas que, por sua altura, ultrapassam aquele nível. Fernando de Noronha,
no Atlântico, e o Hawai, no Pacífico, são excelentes exemplos.
	        Granitos e basaltos flutuam isostaticamente sobre o magma do manto, sendo os granitos as
rochas mais antigas ou mais velhas.
	        Os basaltos originais se perderam no processo da separação continental, e os atuais se forma-
ram depois da separação. As rochas oceânicas são formadas do próprio magma solidificado ao chegar
à superfície da Terra através dos vulcões e esses vulcões formam montanhas basálticas.
	        As rochas oceânicas têm suas bordas presas aos continentes, tendo a fonte da rocha ao centro
de um rift ou linha de expansão. Dessa maneira, são mais jovens nos rifts (a fonte da rocha) e mais
antigas nas bordas continentais. Sua área mais profunda (sob a superfície da água) fica entre essas
duas regiões. As rochas continentais não mais se formam, ao contrário, apenas se desgastam frente à
erosão, dando origem a outras rochas. As oceânicas estão em constante formação ou renovação nos
rifts.
	        As rochas oceânicas são delgadas, quando comparadas às rochas continentais, sendo estes
parâmetros desconhecidos absoluta e relativamente, mas a informação não tem importância para
estudos geológicos.
	        O processo de formação dos embasamentos, tanto o continental como o marinho descrito
acima, gerou as formações geológicas de segunda geração, que formam a litosfera. Em território
brasileiro temos as duas formações originais ou de primeira geração, que se formaram pela separa-
ção e resfriamento dos magmas. A partir das transformações sofridas por estas surgiram mais seis
formações chamadas de segunda geração. Ao todo são onze as formações que compõem a litosfera,
cujas ilustrações são mostradas dentro da “História Geológica”, e suas características no capítulo
“Litologia das Formações”.
	        A mais antiga é a Formação Alpha ou o embasamento continental formada de granitos.
Sobre ela aparecem em diversos pontos do território brasileiro os clásticos metamorfizados da For-
mação Beta. Em seguida vem a Formação Gamma formada pelos basaltos que interromperam a
sedimentação de Beta. Seguem-se os primeiros clásticos marinhos depositados na costa ocidental da
atual América do Sul, a Formação Delta. Volta o centro continental a ser palco da sedimentação de
outra bacia: a bacia de sedimentação da Formação Épsilon.
	        Com a separação continental aparecem os basaltos da Formação Zeta, e em seguida os clás-
ticos redepositados das bacias lineares continentais da Formação Eta. Depois aparecem novos clásti-

                                               179
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

cos marinhos sobre os sedimentos da Formação Delta que tomaram o nome de Theta. Na atual região
dos Andes aparecem os basaltos da Formação Jota, seguidos da deposição dos sedimentos continen-
tais de Kappa, e finalmente a única sedimentação marinha da costa brasileira, a Formação Lambda.

	      Podemos então separar as formações sob diversos critérios. Por exemplo:
       •	 São quatro as formações de origem ígnea: Alpha, Gamma, Zeta e Jota;
       •	 São sete de origem clástica: Beta, Delta, Épsilon, Eta, Theta, Kappa e Lambda;
       •	 As formações de origem marinha são quatro, três clásticas e uma ígnea: Delta, Theta,
          Lambda e Zeta respectivamente;
       •	 Formações originadas antes da separação continental são seis: Alpha, Beta, Gamma, Del-
          ta, Épsilon e a parte continental de Zeta;
       •	 Depois da separação temos mais cinco: a parte marinha de Zeta seguida de Eta, Theta,
          Jota, Kappa, e Lambda;
       •	 As de forma originalmente circular são: Beta, Épsilon e Kappa;
       •	 Enquanto as de forma linear são: Delta, Eta, Theta e Lambda;
       •	 Temos três formações metamorfizadas. Uma devido à antigüidade, a Formação Beta, e
          duas devido à intensidade tectônica a que foram submetidas: Delta e Theta
       •	 Na costa brasileira aparecem oito das onze formações geológicas: Alpha, Beta, Gamma,
          Épsilon, Zeta, Eta, Kappa e Lambda.




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  • 1. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Processos e Produtos da Sedimentação O Geólogo estuda rochas no campo, mas só poderá dizer que as entendeu se conhecer os processos anteriores a sua formação ou a formação da sua estrutura. Esses fenômenos chamam-se de processos da sedimentação. O resultado dos processos são os produtos da sedimentação. Processos da Sedimentação Ciclo da Água A água, como tudo no planeta, está em perpétuo movimento. Seu volume no planeta é o mesmo e invariável. Seu movimento consiste em uma constante subida de determinado volume atra- vés da evaporação (função da insolação), e uma constante descida do mesmo volume em forma de precipitação (independente da luz). O motor deste movimento é a energia solar, uma conseqüência da gravidade do Sol, verificada na Terra. É na troposfera que se condensa a água evaporada pela insolação da superfície do globo, segundo o “lapse rate”, que depois se precipita sob a forma de chuva. A água sobe, em forma de vapor d’água invisível e pura. Desce em forma de chuva, que pode cair em um dos dois ambientes geológicos: marinho ou continental. Se cair no mar, não tem qualquer efeito ou conseqüência, fora de recompor o seu volume. Se cair sobre os continentes tem várias conseqüências: corre na superfí- cie em forma de rios ou geleiras em variadas velocidades, dependendo da topografia do terreno, ou infiltra-se na subsuperfície permeável, onde se desloca a menores velocidades, sempre em direção ao mar, que é o seu ponto final. Na superfície dos continentes, reúne-se nas partes baixas da topografia, formando rios e lagos respectivamente. Em forma de água corrente constitui o principal agente da erosão ou da des- truição das estruturas acima do nível de base. Outro efeito da água consiste em solubilizar compo- nentes dos minerais das rochas, fato que ajuda na desagregação mais rápida das mesmas. Os efeitos mecânicos da água, associados aos efeitos da oxidação dos minerais, são os mais importantes fatores na desagregação das rochas de superfície. A velocidade das correntes de água na superfície causa efeitos mecânicos (desestruturação das rochas) que depende da topografia da área onde ela corre. Topografia acidentada, movimentada ou, de desníveis acentuados, em regiões montanhosas, as correntes de água são violentas e encacho- eiradas e neste caso, os rios são ditos competentes, porque podem movimentar e transportar detritos de razoáveis dimensões evidentemente ajudados pela declividade do terreno. De outro lado, áreas planas, os rios são meandrantes e transportam partículas finas ou ainda, têm menos competência. Observar que quando o rio é competente pode transportar clásticos grandes e pequenos, o mesmo não se dando no segundo caso, isto é, rio de áreas planas somente carrega partículas pequenas. Quanto mais acentuada a topografia, mais rápido o entalhamento dos vales e mais rápida a erosão. No primeiro caso são os rios de montanha e o segundo são os rios de planícies. 174
  • 2. Processos e Produtos da Sedimentaça Essa corrida de águas é afetada pela latitude. Quanto mais alta a latitude menor a insolação e maior a tendência da água transformar-se em gelo devido à escassez de energia. A corrida do gelo tem efeitos diferentes na superfície onde corre. Afeta maiores áreas na descida para o mar e corre como massa gelada na estação fria, transformando-se em rios na estação quente. Esse comportamento é uma dependência do movimento de translação do planeta, explicado em outra parte do trabalho. Solos São produtos da desagregação e erosão das rochas. Se o solo ainda está no seu lugar de origem, isto é, sobre a rocha geradora, apenas desagrega- da, o solo chama-se autóctone. Se o solo já sofreu uma primeira movimentação na direção da bacia de sedimentação, ele será chamado de alóctone. Os solos autóctones formam-se nas partes altas da topografia e os alóctones nas partes baixas. Os solos são os primeiros efeitos dos processos de sedimentação. A rocha, sob o efeito das intempéries, ao longo do tempo e acima do nível de base, desagrega-se, formando os solos autócto- nes. Estes são os mais simples e dependem apenas da composição físico/química da rocha original, que em muitos casos, já são bastante complexos. Se um solo se origina de um arenito, o solo será de areia pura. Se a rocha matriz for um basalto, ou um granito, mesmo autóctone, será um solo bastante complicado, tanto física, como quimicamente. Os solos alóctones são bem mais complexos por se- rem formados pela mistura dos diversos solos autóctones de diversas regiões. Cor, textura, porosida- de, arredondamento das partículas formadoras do solo, são parâmetros que se alteram à medida que elas se afastam do lugar original até atingir seu local definitivo na bacia de sedimentação. Em última análise, todos os solos tiveram sua origem nas rochas continentais (os granitos), e após a fragmentação do continente inicial tem ponderável contribuição das rochas vulcânicas (os basaltos). Solos, não são entidades mapeáveis. Sedimentos Chamam-se sedimentos todas as partículas em movimento na direção de uma bacia de sedi- mentação. Essas partículas são de duas origens possíveis: mineral e orgânica. As partículas minerais são originárias da litosfera enquanto as orgânicas são originárias da atmosfera, produtos do carbono, via fotossíntese. As partículas minerais são as melhores observadas e variam em tamanho, desde grandes fragmentos de rocha, função da topografia, até fragmentos submicroscópicos chamadas ar- gilas. As partículas orgânicas têm a tendência de se desfazer no movimento para a bacia, dependendo da distância a percorrer. Quando completamente dissolvidos são chamados genericamente de matéria orgânica. Quando não dissolvidos são descritos pelos seus nomes triviais: folhas, frutos, caules, raí- zes, troncos, cadáveres de animais, inclusive humanos, embalagens plásticas, pneus etc. Nas bacias, os sedimentos minerais formarão os reservatórios e os sedimentos orgânicos se transformarão em petróleo. Erosão É o nome que configura um fenômeno geral existente na superfície da Terra. Consiste na des- truição ou desagregação de toda e qualquer estrutura que esteja acima do nível de base. Representa o desgaste de toda e qualquer forma original existente acima do nível de base, quer de origem natural, quer artificial: a ponta de um lápis, o fio de uma navalha, o derrapante de um pneu, o desgaste de uma montanha ou a formação de um vale. Geologicamente é o desgaste da rocha pelas intempéries. Mon- tanhas ou construções humanas são paulatinamente e inexoravelmente destruídas ao longo do tempo (Fig.5.1) (ficam velhas em linguagem popular) e recolocadas em uma bacia (depois de sofrerem o transporte geológico), onde se transformam em nova rocha, conforme as leis da sedimentação. O principal agente da erosão é a água da chuva ou meteórica na sua fase de corrida horizontal 175
  • 3. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa sobre os continentes. O gelo tem importância nas regiões polares e nas montanhosas. Os ventos não têm grande importância como fator erosivo. A erosão é um fenômeno geológico dos mais importan- tes, especialmente nas cidades construídas sobre terreno escarpado ou topograficamente movimen- tado (Salvador, na Bahia e Rio de Janeiro p.ex.). De maneira geral os administradores dessas regiões têm problemas com isso. Os usuários desses terrenos são vítimas de grandes desastres e prejuízos devido a desabamentos, corrida de terras, enxurradas etc. Toda encosta ou morro, como se chama vulgarmente, está sujeito ao desabamento especialmente em tempos chuvosos. Não há como evitá-lo e isso deve ser levado em conta na avaliação do terreno. De modo geral desfruta-se uma bela vista, mas corre-se perigo de sérios prejuízos. Diagênese É o fenômeno responsável pela transformação dos clásticos colocados na bacia em uma nova rocha. É um fenômeno da natureza apenas inferido, pois impossível de ser observado pelos humanos devido a sua lentidão e ao lugar onde ele se processa. Em outras palavras, é possível observar clásticos chegando a uma bacia de sedimentação e as rochas nela existentes. A transformação de partículas em rochas, por se dar sob as águas a razoáveis profundidades e pelo tempo que dura o processo, não é passível de observação. É a razão pela qual, também, não se pode observar a transformação da matéria prima do petróleo em petróleo. É um fe- nômeno que tem de ser imaginado. A diagênese em rochas ígneas é mais fácil de ser observada. Consiste na transformação das lavas vindas através dos vulcões, em basaltos, pelo resfriamento das mesmas (Fig. 5.2). A sedimen- tação das rochas continentais, também, não é fenômeno observável, pois o magma granítico passível de ser transformado em rocha, não mais existe na natureza. A simples observação da ocorrência da rocha no campo, diz ao geólogo como aquilo aconteceu. Atmosfera Já vimos a atmosfera como parte da estrutura terrestre: é a última capa esférica do globo, fria, transparente, a menos densa de todas. Como tudo que existe no campo da Terra, a sua atmosfera também sedimenta, quando os gases se transformam em matéria viva segundo as propriedades dos diversos elementos nela existentes e sua interação com a energia do Sol. É um fenômeno de grande importância para o conhecimento da Geologia. É formada de uma mistura de gases, mais densa sobre a superfície do globo, rarefazendo-se à medida que aumenta a distância para o exterior. Alguns desses gases desempenham papéis diferentes perante a energia do Sol criando camadas com características próprias. Sua parte mais importante para os animais é a troposfera, de espessura variável, sendo mais espessa na região equatorial onde alcança até 12 km devido ao maior aquecimento pela insolação e menor nos pólos, 8km, também dependente da baixa temperatura lá existente, devido ao menor grau de insolação. A troposfera, a camada em contato com a superfície do globo, é uma camada de alta densi- dade de gases e aquecida de baixo para cima, por isso de alta turbulência. A maior pressão se verifica ao nível do mar. A composição química do ar seco atual da atmosfera é 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases, incluindo 0,032% de gás carbônico. Quando o ar é úmido, o vapor d’água chega a 2, 3 e até 4% na região equatorial ao longo do equador termal, enquanto nas regiões polares quase não chega a 1%, desde que essa característica é uma função da insolação e da quanti- dade de água disponível. Essas condições gerais formam parte do arcabouço que gerencia o fenômeno da gênese e da continuidade da vida, da parte orgânica que existe na Terra. É da atmosfera que vem a matéria prima 176
  • 4. Processos e Produtos da Sedimentaça que constitui os seres viventes do globo onde ficam condicionados por aqueles fatores, daí a depen- dência para a sobrevivência. Transporte Geológico O principal meio de transporte geológico são os rios (Fig.5.3), secundariamente os ventos. As partículas de origem mineral ou orgânica, depois de removidas do seu lugar original pela erosão, são conduzidas pela gravidade, para as partes baixas da topografia, depois para os vales até alcançar a bacia, quando os rios perdem a identidade e cessa a movimentação horizontal das partículas. Os meios de transporte geológico dependem da pluviosidade para variar a intensidade da erosão. O volume de águas dentro dos vales é por isso variável e quando é muito grande, o rio fica indomável e destruidor. Em linguagem técnica diz-se que o rio se torna competente durante as en- chentes, ou quando percorre áreas de topografia acentuada. Competência se refere a capacidade da corrente de água transportar tamanho e densidade de sedimentos. Construções feitas dentro do vale de qualquer rio estão sujeitas a arrasamento a qualquer momento, dependendo apenas da intensidade da chuva na bacia do rio. Não há nível normal do rio como se fala em linguagem jornalística. O nível de qualquer rio depende da intensidade da chuva em sua bacia. Espalhamento Os clásticos ao serem depositados pelos rios nas bacias de sedimentação, sofrem os efeitos das correntes e ondas nelas existentes e são espalhados nas margens e imediações das mesmas (Fig. 5.3). Sedimentação São considerados dois casos. O primeiro, quando a sedimentação se dá em bacias localizadas em áreas assísmicas. O segundo caso, quando a área que contém a bacia é tectonicamente ativa. No primeiro caso, após o espalhamento, acontece a sedimentação. Os sedimentos mais pesa- dos, geralmente também os maiores vão ao fundo imediatamente e os mais leves, geralmente os me- nores, mais lentamente. Os mais pesados se acumulam nas imediações do estuário, enquanto os mais finos se depositam nas partes mais distantes do mesmo. Os pesados espalham-se horizontalmente em função das ondas verificadas na bacia, e os leves verticalmente com forte influência das correntes marinhas, fato que lhes confere estruturas diferentes: estratificação cruzada nos mais grosseiros e folhelhos e lâminas nos sedimentos finos. Essas bacias são, de modo geral, amplas geograficamente, isto é, ocupam grandes áreas geográficas. O segundo caso é das áreas ativas sismicamente. Os falhamentos e o soerguimento de mon- tanhas determinam a colocação de sedimentos grosseiros nas imediações dos falhamentos e pé-de- montes formando conglomerados grosseiros na área imediata dessas estruturas espalhando os mais finos para a parte mais distante e determinando bacias estreitas, profundas e longas. Produtos da Sedimentação A Vida Por ser o fenômeno mais importante do planeta foi estudado em capítulo especial (v. “Petró- leo inextinguível”). Já vimos a atmosfera como parte da estrutura terrestre. Vamos ver seu papel na Biologia. A vida se originou dos gases, a parte mais leve dos componentes originais da Terra. A atmos- fera, a princípio mantida longe da esfera devido à alta temperatura do magma formador da Terra, desta se aproximou e atualmente está em contato direto com a litosfera e hidrosfera. Sob a influên- 177
  • 5. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa cia da energia solar seus gases sedimentam gerando as formas ou estruturas do campo orgânico da superfície da Terra. As Rochas A rocha é um dos resultados do fenômeno da sedimentação ao longo do tempo segundo os processos lentos existentes na superfície e subsuperfície do globo. É um processo invisível e que só pode ser estudado, estudando a própria rocha. Uma analogia pode ser feita entre o papel do geólogo e o trabalho de um detetive na investigação de um crime, respeitada a escala do trabalho. O correto estudo feito a partir de um fato indiscutível (o crime), chega-se à conclusão correta sobre quem o pra- ticou e a quem ele aproveita, quando e como ele foi cometido. O geólogo, conhecedor dos processos de sedimentação, estuda um fato (a rocha) através de um mapa corretamente feito, para dizer onde, como e quando se formou a bacia que gerou a rocha e qual o seu aproveitamento econômico. Bacias de Sedimentação São os lugares mais baixos da superfície da Terra topograficamente falando, onde se acu- mulam as águas e, conseqüentemente, também se acumulam os clásticos, como efeito final da gravi- dade. Reúne fragmentos por coalescência de todos os tipos e tamanhos de diversas partes do globo, havendo por isso uma ampla variação lateral de textura ou mudança lateral de fácies na formação resultante. As bacias de sedimentação podem ser de duas origens, o que lhes confere características ecológicas diferentes: • Continentais, se o seu embasamento for formado de rochas continentais (graníticas e as- semelhadas) e • Marinhas, se o embasamento for de basaltos ou rochas vulcânicas. Atualmente, devido a fragmentação do continente original, as bacias continentais preexis- tentes também foram fragmentadas e praticamente não mais se formam. Predominam as bacias ma- rinhas que são os atuais oceanos, para onde convergem os clásticos formados sobre os continentes, tanto minerais como orgânicos, vulgarmente conhecidos como lixo. Como se verifica, são vários os processos de sedimentação, que configuram a idéia geral de que após a formação da primeira rocha na superfície do globo, houve um desgaste dela mesma e que houve um processo segundo o qual, esses fragmentos se acumularam em outro local onde eles se re-arrumaram para formar uma rocha de segunda geração. Cada um desses processos tem um signi- ficado específico e só o estudo do conjunto e na sua ordem, permite que se faça a idéia do fenômeno inteiro e suas possibilidades econômicas. É a aplicação prática de um dos pilares em que se apóia a ciência geológica: o presente é a chave do passado. Clásticos em qualquer posição significam que essa parte do terreno foi a parte mais baixa da topografia em outra época no passado e que permaneceu assim durante um tempo significativo. Se foi a parte mais baixa, deveria haver uma parte mais alta de onde corriam os rios trazendo partículas. A textura das partículas permite inferir a competência dos rios e a topografia da época da sedimenta- ção. O metamorfismo dá idéia da movimentação a que esteve submetida a bacia e seus componentes bem como inferências sobre sua idade. A forma da bacia dá idéia da sua amplitude geográfica e a espessura dos sedimentos da sua profundidade. Os fósseis indicam como eram as formas de vida ao tempo da sedimentação. O estudo dos processos de sedimentação justifica a idéia de Hutton, a Lei do Uniformismo associado à idéia de nível de base, acima do qual há destruição e abaixo uma reconstrução dos obje- tos geológicos. 178
  • 6. Processos e Produtos da Sedimentaça Todos os processos e produtos da sedimentação tem a ver com a litosfera do globo, que é a capa esférica rochosa da Terra, a única parte sólida do planeta, formada basicamente de dois tipos originais de rocha: a rocha granítica continental, a mais importante do globo, pois é a que nos dá sustentação e apoio, e a rocha basáltica ou oceânica. Todas as outras formações geológicas ficam apoiadas nessas duas e são delas derivadas. As duas primeiras rochas matrizes foram formadas pela separação dos magmas segundo suas densidades e o resfriamento pelo contato com o fluido exterior do planeta. Todas as rochas que foram formadas em seguida são de segunda, terceira geração etc., pela remobilização de uma para outra bacia, dependentes dos movimentos sofridos pela litosfera. Toda rocha em sua gênese tem estrutura horizontal com a mais jovem sempre em cima, e reproduz a forma da bacia e o tectonismo que governou a sedimentação. O funcionamento da litosfera é de natureza passiva frente às forças tectônicas geradas pelos movimentos convectivos interiores ao planeta, e estão em constantes movimentos quer verticais, ou horizontais, de modo imperceptível nos movimentos horizontais e mais acentuados nos verticais. Em ambos os casos o resultado são montanhas, que por sua vez formam novas áreas-fonte de sedimentos. As montanhas submarinas não sofrem erosão, devido ao fato de ocorrerem abaixo do nível de base com exceção daquelas que, por sua altura, ultrapassam aquele nível. Fernando de Noronha, no Atlântico, e o Hawai, no Pacífico, são excelentes exemplos. Granitos e basaltos flutuam isostaticamente sobre o magma do manto, sendo os granitos as rochas mais antigas ou mais velhas. Os basaltos originais se perderam no processo da separação continental, e os atuais se forma- ram depois da separação. As rochas oceânicas são formadas do próprio magma solidificado ao chegar à superfície da Terra através dos vulcões e esses vulcões formam montanhas basálticas. As rochas oceânicas têm suas bordas presas aos continentes, tendo a fonte da rocha ao centro de um rift ou linha de expansão. Dessa maneira, são mais jovens nos rifts (a fonte da rocha) e mais antigas nas bordas continentais. Sua área mais profunda (sob a superfície da água) fica entre essas duas regiões. As rochas continentais não mais se formam, ao contrário, apenas se desgastam frente à erosão, dando origem a outras rochas. As oceânicas estão em constante formação ou renovação nos rifts. As rochas oceânicas são delgadas, quando comparadas às rochas continentais, sendo estes parâmetros desconhecidos absoluta e relativamente, mas a informação não tem importância para estudos geológicos. O processo de formação dos embasamentos, tanto o continental como o marinho descrito acima, gerou as formações geológicas de segunda geração, que formam a litosfera. Em território brasileiro temos as duas formações originais ou de primeira geração, que se formaram pela separa- ção e resfriamento dos magmas. A partir das transformações sofridas por estas surgiram mais seis formações chamadas de segunda geração. Ao todo são onze as formações que compõem a litosfera, cujas ilustrações são mostradas dentro da “História Geológica”, e suas características no capítulo “Litologia das Formações”. A mais antiga é a Formação Alpha ou o embasamento continental formada de granitos. Sobre ela aparecem em diversos pontos do território brasileiro os clásticos metamorfizados da For- mação Beta. Em seguida vem a Formação Gamma formada pelos basaltos que interromperam a sedimentação de Beta. Seguem-se os primeiros clásticos marinhos depositados na costa ocidental da atual América do Sul, a Formação Delta. Volta o centro continental a ser palco da sedimentação de outra bacia: a bacia de sedimentação da Formação Épsilon. Com a separação continental aparecem os basaltos da Formação Zeta, e em seguida os clás- ticos redepositados das bacias lineares continentais da Formação Eta. Depois aparecem novos clásti- 179
  • 7. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa cos marinhos sobre os sedimentos da Formação Delta que tomaram o nome de Theta. Na atual região dos Andes aparecem os basaltos da Formação Jota, seguidos da deposição dos sedimentos continen- tais de Kappa, e finalmente a única sedimentação marinha da costa brasileira, a Formação Lambda. Podemos então separar as formações sob diversos critérios. Por exemplo: • São quatro as formações de origem ígnea: Alpha, Gamma, Zeta e Jota; • São sete de origem clástica: Beta, Delta, Épsilon, Eta, Theta, Kappa e Lambda; • As formações de origem marinha são quatro, três clásticas e uma ígnea: Delta, Theta, Lambda e Zeta respectivamente; • Formações originadas antes da separação continental são seis: Alpha, Beta, Gamma, Del- ta, Épsilon e a parte continental de Zeta; • Depois da separação temos mais cinco: a parte marinha de Zeta seguida de Eta, Theta, Jota, Kappa, e Lambda; • As de forma originalmente circular são: Beta, Épsilon e Kappa; • Enquanto as de forma linear são: Delta, Eta, Theta e Lambda; • Temos três formações metamorfizadas. Uma devido à antigüidade, a Formação Beta, e duas devido à intensidade tectônica a que foram submetidas: Delta e Theta • Na costa brasileira aparecem oito das onze formações geológicas: Alpha, Beta, Gamma, Épsilon, Zeta, Eta, Kappa e Lambda. 180