Conceito. Fatores que afetam e formam o intemperismo químico. Como ocorre. Principal agente. Trabalho referente ao curso de Engenharia agronômica - UNIPAMPA
1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
CAMPUS ITAQUI
INTEMPERISMO QUÍMICO
ACADÊMICOS: Bruna Machado, Guilherme Vieira e Jéssica Zambonato.
ITAQUI: 2016
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1. Introdução
Geralmente o ambiente em que a maioria das rochas se forma são bem diferentes
do ambiente da superfície do planeta. Sua formação se dá pelas temperaturas e pressões
elevadas e constantes, com a ausência de luz, ventos, organismos, dentre outros fatores.
Ou seja, refere-se às modificações físicas e químicas que as rochas e minerais estão
sujeitas na superfície da terra.
No momento em que essas rochas são expostas na parte externa da crosta
terrestre, acabam encontrando condições bem diferentes das quais em que ocorre sua
formação. Com a grande variação de temperatura e pressões ao longo do dia e noite e
também das estações do ano, presença de organismos, luz, etc., ocasionará o processo
que chamamos de intemperismo, onde ocorre a desagregação e desestruturação das
rochas.
No manto superficial da crosta terrestre brasileira, cada região contém um
determinado tipo de solo, devido aos fatores que afetam diretamente ou indiretamente as
rochas, como clima, organismos, relevo, material de origem e tempo (CLORPT). Esta
série de fatores fará com que cada região tenha uma especificidade de solo, tornando
fértil ou até mesmo em condições não favoráveis para produção de cultivares nestes
locais.
Um dos tipos de intemperismo é o químico, em que a ocorrência deste processo
estará ligada ao clima e ao relevo, que são seus principais fatores de formação. Por ter a
água como seu principal agente, assim absorvendo CO2 da atmosfera,
consequentemente, acabará por ter um solo com características ácidas.
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2. Desenvolvimento
O intemperismo químico é um conjunto de reações que levam a decomposição
da rocha, onde diversos processos químicos alteram, solubilizam e depositam seus
minerais, assim a transformando em solo. Este processo é caracterizado pela alteração
química dos componentes da rocha, a qual ocorre para estabilizar os minerais, pois
quando as rochas afloram à superfície e os expõem, eles ficam quimicamente instáveis.
Pode-se observar, após a ocorrência do intemperismo químico, modificações dos solos,
os deixando mais úmidos ou secos. No ambiente natural, é praticamente impossível
separarmos o intemperismo químico do físico, pois ocorrem quase simultaneamente.
Porém, o intemperismo químico se tornará mais acelerado à medida que o intemperismo
físico avançar, devido ao aumento de sua área de superfície específica (ASE) do
mineral.
ASE é uma propriedade muito importante das partículas e está ligada ao seu
tamanho. A ASE é a medida da superfície exposta de um objeto em relação ao seu
volume, ou à sua massa. Geralmente é mais fácil medir a massa do que o volume de
partículas muito pequenas e de formato geométrico indefinido, portanto, é mais
provável que a ASE seja expressa em unidade de área por unidade de massa como, por
exemplo, m2
g-1
. Um detalhe importante sobre a ASE é que cada vez que uma partícula
é cortada, duas novas superfícies são criadas, mas a massa e o volume total não se
modificam. Com isso, as reações químicas serão influenciadas pelas características de
sua superfície. Na natureza, a tendência do mineral é sempre formar um equilíbrio com
as condições do ambiente. A fase sólida do solo é o principal atributo de ocorrência no
comportamento das reações que acontecem neste meio.
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A água da chuva é o principal agente do intemperismo, que atua infiltrando e
percolando as rochas. Essa água é rica em O2
e, ao interagir com o CO2
da atmosfera,
acaba por adquirir caráter ácido. Assim como a atmosfera, o solo é rico em CO2
, devido
à respiração das plantas pelas raízes e a oxidação da matéria orgânica ali presente.
Quando a água entra em contato com o solo, tem seu pH ainda mais diminuído. Um
fator que intensifica o intemperismo químico causado pela água da chuva é a
degradação incompleta da matéria orgânica, a qual forma vários tipos de ácidos
orgânicos que se incorporam às águas percolantes, as deixando muito ácidas, e assim
aumentando seu poder de ataque aos minerais.
Existem vários processos que acontecem durante o intemperismo químico, sendo
estas reações classificadas conforme a natureza da reação predominante do processo,
podendo este ser complexo, envolvendo mais de um tipo de reação química. As
principais são:
HIDRATAÇÃO: É a primeira reação a ocorrer, não mudando a estrutura do
mineral, mas servindo como um pré-requisito para a hidrólise. A hidratação
baseia-se na adição de água num mineral e sua adsorção dentro do retículo
cristalino. Alguns minerais transformam-se não apenas química, mas também
fisicamente, por serem mais passíveis de receber as moléculas de água em sua
estrutura. Esta reação pode levar à expansão dos minerais, a qual é capaz de
exercer pressões com efeitos similares àqueles ocorrentes durante o
congelamento da água. Estas pressões se reduzem em virtude do amolecimento
dos minerais.
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SOLUÇÃO: Os íons das estruturas cristalinas passam para a solução, gerando
perdas e ganhos locais. Estes íons são depositados no oceano, mas durante este
trajeto (que é extremamente lento, podendo levar de séculos à milênios para
chegar ao destino final, ou seja, o oceano) os íons podem se acumular em algum
local, gerando depósitos geológicos, como, por exemplo, minas de potássio.
HIDRÓLISE: É o rompimento das ligações de silício/metais da sua estrutura.
Dissociação do H+
e o OH-
da água com os minerais. O H+
substituirá o metal,
assim, desintegrando a sua estrutura. Por ser uma reação muito importante para
os silicatos e carbonatos, baseando-se na sua intensidade de hidrólise e de
lixiviação, leva a três estádios existentes de dessilicação, ou seja, perda de silício
durante a transformação dos minerais. Estes estádios indicam o grau de
intemperismo de um solo, sendo eles:
Bissialitização (ou Dessilicação fraca): Ocorre em ambientes com
drenagem lenta, podendo existir um ganho de silício por fluxos laterais.
Frequente em regiões semiáridas ou nas partes baixas do relevo pelo ganho
de silício, vindo em solução na água pelas partes mais altas da bacia
hidrográfica através de drenagem, sendo então predominantes os minerais do
tipo 2:1. Este processo geralmente forma solos do tipo Vertissolos.
Monossialitização (ou Dessilicação média): Por originar solos cauliníticos
e predominância de minerais 1:1 é mais frequente nos trópicos.
Alitização (ou Dessilicação forte): Origina Latossolos oxidícos, pela
intensa dessilicação e lixiviação ou pela sua atuação durante um longo tempo
sem que houvesse um rejuvenescimento do solo pelo ganho de material.
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OXIDAÇÃO E REDUÇÃO: Processo de transferência de elétrons, onde o íon
receptor de elétrons é reduzido e o que doa o elétron é oxidado. A oxidação pode
ser promovida tanto por agentes orgânicos como inorgânicos, já a redução é
mais observada em ambiente de putrefação, onde é favorável a formação de H2S
e também de hidrogênio nascente, outro agente de grande poder redutor. É de
importante ocorrência no solo principalmente, no caso da gênese, por causa do
Ferro e do Manganês, e para fertilidade, do Nitrogênio. A importância se deve à
mudança de comportamento do íon com a alteração do número de oxidação.
COMPLEXAÇÃO: Ligação de um íon metálico com um composto orgânico,
podendo aumentar a solubilidade do metal. Chama-se QUELATO quando o
composto se liga ao metal formando um anel, também aumentando a
solubilidade do metal. Os compostos orgânicos mais abundantes em moléculas
formadoras de quelatos são os resultantes do metabolismo anaeróbio, que
favorecem a saída de metais no ambiente.
CARBONATAÇÃO: O gás dióxido de carbono (CO2) dissolve-se facilmente
na água em que a água fria tem uma capacidade de dissolver o CO2 mais alta do
que a água quente. O dióxido de carbono combinado com a água gera um ácido
fraco denominado de ácido carbônico (H2CO3). A água da chuva torna-se
ligeiramente ácida no começo da chuva por dissolver a o CO2 suspenso na
atmosfera no momento da precipitação e torna-se ainda mais ácido ao entrar no
solo por entre as raízes nas camadas superiores, isso se dá pelo fato de existir
bastante CO2 no ar armazenado no solo, este processo de intemperismo recebe o
nome de carbonatação.
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3. Conclusão
Observa-se então que o principal agente do intemperismo químico é a água
da chuva (H₂O ou H⁺ e OH⁻). Sendo assim, o intemperismo químico é mais
comum em climas tropicais úmidos.
Os diferentes minerais constituintes das rochas originarão solos com
características diversas, de acordo com a resistência que estes tenham ao
intemperismo local. Há minerais que têm uma estabilidade química e física que
normalmente não são decompostos.
Em sumo, no intemperismo químico ocorre completa modificação das
propriedades físicas e químicas das rochas, assim como o aumento no volume
dos minerais formados secundariamente, se comparados com os minerais
primários/origem, e a formação de solos.
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4. Referências
Azevedo, Antonio Carlos. Mineralogia de solos. USP/ESALQ/LSO.
Azeredo, Thiago. Intemperismo. Disponível em
<http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-
fisica/intemperismo.html>
Intemperismos e solos. Disponível em
<https://bolonhando.wordpress.com/2013/01/28/intemperismo-e-solos/>
Pena, Rodolfo F. Alves. Intemperismo. Disponível em
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/intemperismo.htm>
Intemperismo Químico. Disponível em <http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-
que-e-intemperismo-quimico.html>