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GABARITO
1. C 2. E 3. E 4. D
5. A 6. A 7. E 8. E
9. B 10. D 11. B 12. D
13. D 14. C 15. A 16. A
17. C 18. E 19. C 20. A
21. D 22. D 23. E 24. E
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RESOLUÇÃO
Para responder às questões de números 1 a 6, considere o texto abaixo.
O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos. Invenção sem dono.
Melhor seria chamá-la de uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação
do ser humano à vida em sociedade: sobreviveu a maneira mais eficiente que o homem encontrou
para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica da ciência econômica.
Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um
funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore), ponderando
custos e benefícios. É a soma dessas ações, feitas no âmbito pessoal, que regula o custo e a
disponibilidade de gravatas, apartamentos, funcionários, viagens, filhos ou mesmo árvores.
Como diz o jornalista americano Eduardo Porter em O preço de todas as coisas, "toda
escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam diante de nós, pesadas
em relação a seus benefícios". As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são
óbvias. Até as formas femininas estão submetidas a uma virtual bolsa de valores, e o que se
apresenta como grátis também tem seu preço – sem falar que a dinâmica da fixação de preços
pode falhar miseravelmente, como comprovam as bolhas financeiras.
(Giuliano Guandalini. Veja, 3 de agosto de 2011, com adaptações)
1. De acordo com o texto, o preço de todas as coisas é estabelecido
(A) pelo valor das escolhas pessoais, apesar das regras da economia clássica existentes na
sociedade de consumo.
(B) por sua situação no mercado consumidor, que determina custos menores em função do
aumento da oferta.
(C) por economistas que se especializam em avaliar os objetos de consumo mais procurados pelas
pessoas.
(D) pelo acordo possível entre pessoas que desejam comprar e aquelas que precisam desfazer-se
de seus bens.
(E) pela relação que as pessoas fazem habitualmente entre custo e benefício quando tomam suas
decisões.
2. A ideia contida no 2º parágrafo é
(A) o cálculo do preço de qualquer produto pode basear-se não somente em aspectos objetivos
como também em elementos subjetivos.
(B) todas as escolhas feitas determinam um preço real, calculado pelos envolvidos nos negócios, a
partir da importância de cada uma dessas escolhas.
(C) as decisões de comprar ou vender algo são rotineiras em uma sociedade de consumo, fato
que dá origem a um cálculo do valor dos produtos.
(D) os benefícios resultantes da fixação de preços adequados para as diferentes decisões tomadas
individualmente atingem todo o grupo social.
(E) as pessoas geralmente tendem a optar por escolhas cujo preço esteja de acordo com as
possibilidades de realização daquilo que pretendem obter.
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3. Invenção sem dono. (1º parágrafo). A afirmativa acima se justifica pelo fato de que
(A) as condições que regulavam as trocas comerciais na antiguidade não permitiam estabelecer
valores adequados para os objetos em circulação.
(B) a história da humanidade não tem registros a respeito do primeiro grupo social que
estabeleceu preços para todas as coisas.
(C) o preço das coisas sofreu evolução resultante da necessidade de acomodação do homem às
condições da vida em sociedade.
(D) os formuladores das doutrinas econômicas que atualmente vigoram no mercado não se
preocuparam em identificar os idealizadores da fixação de preços.
(E) os poucos recursos à disposição do homem primitivo impediam que houvesse qualquer
espécie de transação comercial, o que impossibilitava a fixação de preços.
4. Evidencia-se uma opinião pessoal do autor e não simplesmente um fato no segmento
(A) ... uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à
vida em sociedade
(B) O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos.
(C) ... que o homem encontrou para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica
da ciência econômica.
(D) É a soma dessas ações [...] que regula o custo e a disponibilidade de gravatas ...
(E) As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são óbvias.
5. ...sem falar que a dinâmica da fixação de preços pode falhar miseravelmente, como
comprovam as bolhas financeiras.
O segmento grifado acima constitui, no contexto,
(A) comentário crítico do autor do texto à obra do jornalista americano citado.
(B) exemplo para realçar o equilíbrio nos preços de todas as coisas nas relações de compra e
venda.
(C) argumento que confirma a possibilidade de erros de avaliação no estabelecimento de preços.
(D) referência a uma situação que contribui para o desenvolvimento da economia.
(E) demonstração da eficácia das teorias econômicas no controle de preços.
6. (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar para uma
viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore). O segmento entre parênteses constitui
(A) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
(B) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
(C) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
(D) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações alheias
ao assunto abordado.
(E) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.
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Para responder às questões de números 7 a 10, considere os Textos I e II abaixo.
Texto I
Entre outras, constam no Dicionário Houaiss as seguintes definições a respeito do verbo
vender:
 transferir (bens ou mercadorias) para outrem em troca de dinheiro;
 praticar o comércio de; comerciar com; negociar;
 convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas qualidades de
(uma ideia, um projeto etc.);
 trabalhar como vendedor;
 ser facilmente vendável; ter boa aceitação de consumo. [...]
Texto II
Também são determinantes no discurso persuasivo a afirmação e a repetição. A
propaganda não pode dar margem a dúvidas; a meta é aconselhar o destinatário e conquistar a
sua adesão. Daí as frases afirmativas e o uso do imperativo na peroração ("abra sua conta", "ligue
já"). A repetição objetiva minar a opinião contrária do receptor por meio da reiteração. É possível
encontrá-la não apenas na construção frasal, sobretudo nos slogans que são insistentemente
repetidos (quer na forma verbal quer na escrita) junto à marca do produto, mas também nas
diversas inserções da peça publicitária nos veículos conforme seu plano de mídia. Não por acaso,
o termo propaganda [...] originou-se do verbo propagare, "técnica do jardineiro de cravar no solo
os rebentos novos das plantas a fim de reproduzir novas plantas que depois passarão a ter vida
própria" – uma ação, portanto, nitidamente repetitiva.
(Carrascoza, João A. A evolução do texto publicitário. São Paulo: Futura, 1999, p. 44 e 45)
7. Tomando-se como referência o que consta nos dois textos, a afirmativa correta é
(A) O Texto I pode ser corretamente entendido como uma espécie de resumo do assunto que é
desenvolvido no Texto II.
(B) O desenvolvimento do Texto II está desvinculado do que consta do dicionário em relação aos
sentidos do verbo vender.
(C) O conteúdo do Texto I apresenta sentido de oposição ao que se lê no Texto II.
(D) O sentido principal do Texto I está no verbo vender, enquanto o do Texto II está no verbo
propagar, verbos que não podem ser empregados como sinônimos.
(E) A ideia central do Texto II aparece explicitada em um dos possíveis significados do verbo
vender, transcritos no Texto I.
8. Com base no Texto II, conclui-se que o sentido de propaganda está corretamente expresso
em
(A) repetição de uma única ideia até que o público a quem se dirige a mensagem se canse de
ouvir sempre as mesmas frases.
(B) serviços oferecidos por um vendedor, ao criar novas ideias em um mercado já estabilizado e
conhecido.
(C) imitação por vendedores de um fenômeno da natureza, o de espalhar ideias como se faz a
reprodução de plantas.
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(D) difusão de mensagens convincentes e repetitivas, faladas ou escritas, nos meios de
comunicação, visando ao consumo de um produto.
(E) insistência voltada para os benefícios trazidos pelo consumo, seja de produtos naturais, seja
de objetos criados pelo homem.
9. ...a meta é aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão. (Texto II). Entre os verbos
que constam como sinônimos de vender no Texto I, o sentido mais próximo do segmento
destacado acima é
(A) transferir (bens ou mercadorias) para outrem em troca de dinheiro.
(B) persuadir (alguém) das boas qualidades de (uma ideia, um projeto etc).
(C) praticar o comércio de.
(D) ser facilmente vendável.
(E) trabalhar como vendedor.
10. “técnica do jardineiro de cravar no solo os rebentos novos das plantas a fim de reproduzir
novas plantas que depois passarão a ter vida própria.” (Texto II)
O segmento transcrito acima
(A) esclarece o sentido exato do antigo verbo propagare.
(B) contém a ideia principal de todo o parágrafo em que ele se encontra.
(C) confirma a informação de que não pode haver dúvida na propaganda.
(D) traz a informação de que jardineiros também são propagandistas de ideias.
(E) diferencia o trabalho manual daquele que envolve a divulgação de ideias.
Para responder às questões de números 11 a 15, considere o texto abaixo.
Depois de passar quase 200 mil anos vivendo em pequenos grupos nômades, os seres
humanos (ou alguns deles, pelo menos) resolveram que era hora de assentar, criando vilas e
cidades. A questão é: por quê?
Durante muito tempo, a resposta-padrão foi simples: por causa da invenção da agricultura.
Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a partir
de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com outra
invenção, a da vida urbana. Acontece que a sequência verdadeira pode ser exatamente a oposta,
indicam dados arqueológicos que se acumularam nos últimos anos.
Ao menos no Crescente Fértil – a região que engloba países como Iraque, Israel, Turquia e
Síria, considerada o berço da civilização ocidental –, as pessoas parecem ter primeiro se juntado
em assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter
desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais. E o processo parece ter começado muito
antes do momento em que a agricultura propriamente dita entra em cena.
Restos de plantas aparecem em sítios arqueológicos com indícios de população cada vez
maior. O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas plantas continuam com suas
características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo coletadas mais intensivamente.
Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada,
concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido, como lebres, raposas e aves. E
só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite, sinais claros de vegetais cultivados
aparecem.
(Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo, Ciência, C15, 15 de abril de 2012, com adaptações)
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11. A afirmativa que resume corretamente o desenvolvimento do texto é
(A) alguns povos primitivos descobriram técnicas de reprodução rápida de diversas espécies
animais.
(B) o cultivo de alimentos permitiu o assentamento de seres humanos em vilas bastante
povoadas.
(C) a agricultura acelerou a evolução da espécie humana em núcleos densamente habitados.
(D) pesquisas arqueológicas indicam que a vida urbana pode ter surgido bem antes da agricultura.
(E) dados arqueológicos revelam cultivo intenso de vegetais em núcleos de habitação bastante
primitivos.
12. (ou alguns deles, pelo menos) (1º parágrafo). Considerando-se o contexto, a observação
transcrita acima
(A) sugere que a explosão populacional da antiguidade foi a consequência imediata da invenção
da vida urbana.
(B) confirma a hipótese de que a resposta para o assentamento urbano está na invenção da
agricultura.
(C) assinala que a descoberta de maneiras de produzir alimentos em larga escala extinguiu os
pequenos grupos nômades.
(D) restringe a afirmativa de que os seres humanos resolveram que era hora de assentar, criando
vilas e cidades.
(E) indica que as primeiras cidades surgiram há muito tempo no Crescente Fértil [...], berço da
civilização ocidental.
13. Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada,
concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido ... (último parágrafo)
A partir do segmento grifado na frase acima, é correto afirmar que
(A) alguns povos primitivos se alimentavam unicamente da caça aos pequenos animais criados
nos assentamentos.
(B) somente animais domesticados podiam servir de alimento para as pessoas que viviam em
assentamentos.
(C) um grande número de pessoas em núcleos bastante povoados levava à necessária oferta de
alimentos.
(D) a reprodução de animais era sinal da prosperidade dos grupos que passaram a viver em
comunidades primitivas.
(E) o número de espécies animais criadas pelo homem primitivo nos primeiros assentamentos era
grande e diversificado.
14. Há no texto informação clara de que
(A) as cidades da região mais civilizada da antiguidade serviram de modelo para as sociedades
que se espalharam por todo o mundo conhecido nessa época.
(B) o homem que vivia em núcleos urbanos somente passou a cultivar vegetais depois que se
reduziu a oferta de recursos naturais, que eram até então coletados.
(C) a produção de alimentos foi responsável pela explosão populacional em uma região que, por
sua localização, facilitou o surgimento das primeiras cidades bem organizadas.
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(D) a maior dificuldade existente nos assentamentos urbanos mais antigos se concentrava na área
de cultivo de alimentos, em função do grande número de habitantes.
(E) é extremamente difícil encontrar dados arqueológicos que tragam respostas para explicar o
modo de vida do homem primitivo nos aglomerados urbanos.
15. Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a
partir de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com
outra invenção, a da vida urbana.
Outra redação para a frase acima, em que se mantêm a correção, a clareza e, em linhas gerais, o
sentido, está em
(A) Há mais ou menos 10 mil anos, a descoberta da produção de alimentos para um grande
número de pessoas permitiu o crescimento da população e, em
consequência, os aglomerados urbanos.
(B) O vertiginoso aumento da população, onde se criou os assentamentos urbanos, com a
produção de alimentos para o grande número de pessoas que ali viviam, há 10 mil anos.
(C) Com a descoberta dos alimentos e o que podia ser cultivado para manter um grande número
de seres humanos nos assentamentos, criou-se as condições da vida urbana, em época primitiva.
(D) Foi uns povos primitivos, de 10 mil anos atrás, que descobriram como cultivar alimentos,
destinados para as pessoas que explodiram a população da vida urbana, também criada.
(E) Aos 10 mil anos, com a descoberta de como ter alimentos cultivados para a explosão do
número das pessoas vivendo em núcleos de vida urbana, permitindo sua alimentação.
GABARITO
1. E 2. A 3. C 4. B 5. C
6. E 7. E 8. D 9. B 10.A
11. D 12. D 13. C 14. B 15. A
Resolução 1: "toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam
diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios".
Resolução 2: (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar
para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore)
Resolução 3: evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à
vida em sociedade
Resolução 4: uma das mais revolucionárias criações = juízo de valor.
Resolução 5: fixação de preços pode falhar: exemplo = “bolhas financeiras.
Resolução 6: tomamos decisões, a saber = trecho entre parênteses. Expressões explicativas são
isoladas por vírgulas, travessões ou parênteses.
Resolução 7: convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas
qualidades de (uma ideia, um projeto etc.);
Resolução 8: discurso persuasivo a afirmação e a repetição [...](quer na forma verbal quer na
escrita) [...]aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão [...]veículos [...] de mídia
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Resolução 9: conquistar = fazer aderir a; atrair ao seio de, para (alguma coisa). / persuadir =
mostrar a importância, a necessidade ou a conveniência de.
Resolução 10: observe que o trecho, apresentado imediatamente após o verbo propagare, está
isolado por vírgula – marca dos termos explicativos.
Resolução 11: indicam dados arqueológicos [...]as pessoas parecem ter primeiro se juntado em
assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter
desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais.
Resolução 12: os (= todos os) seres humanos X alguns deles (= quantidade, quantia ou medida
indeterminada de algo; nem muito, nem pouco).
Resolução 13: pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos [...]
população cada vez maior = esses grupos sedentários; logo, os grupos são numerosos / espécies
que se reproduzem rápido redundam em maior oferta de alimentos.
Resolução 14: vida urbana. [...]O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas
plantas continuam com suas características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo
coletadas mais intensivamente. [...] E só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite,
sinais claros de vegetais cultivados aparecem.
Resolução 15:
(B) O vertiginoso aumento da população, (onde) DEVIDO AO QUAL se (criou) CRIARAM os
assentamentos urbanos, (com) PROVOCOU a produção de alimentos para o grande número de
pessoas que ali viviam (,) há 10 mil anos.
(C) (Com) DEVIDO À descoberta dos alimentos e (o) DO que podia ser cultivado para manter um
grande número de seres humanos nos assentamentos, (criou-se) CRIARAM-SE as condições da
vida urbana (,) em época primitiva.
(D) (Foi uns) Povos primitivos, HÁ 10 mil anos (atrás), (que) descobriram como cultivar alimentos
(,) destinados (para as) ÀS pessoas que (explodiram) COMPUNHAM ASSENTAMENTOS DENSOS /
NUMEROSOS NÚCLEOS URBANOS (a população da vida urbana, também criada).
(E) HÁ (Aos) 10 mil anos, (com a) DEVIDO À descoberta (de) DA MANEIRA como (ter) CONTAR
COM alimentos cultivados (para) A FIM DE ATENDER AO (a explosão do) GRANDE número (das)
DE pessoas (vivendo) QUE VIVIAM em núcleos (de vida urbana) URBANOS, (permitindo)
PERMITIU-SE sua alimentação.
EXERCITANDO
Exame Médico
Reforçam-se as evidências da baixa qualidade de ensino em cursos de medicina do país.
Esse retrato vem sendo confirmado anualmente desde 2005, quando o Cremesp (Conselho
Regional de Medicina do Estado de São Paulo) decidiu implementar uma prova de avaliação,
facultativa, dos conhecimentos dos futuros médicos.
Neste ano, 56% dos formandos que prestaram o exame foram reprovados. O número já é
expressivo, mas é razoável supor que a proporção de estudantes despreparados seja maior. A
prova não é obrigatória, e os responsáveis por sua execução avaliam que muitos dos maus alunos
boicotam o exame, frequentemente estimulados por suas faculdades.
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A prova da Ordem dos Advogados do Brasil pode fornecer um parâmetro, ainda que
imperfeito. Na primeira fase do exame da OAB neste ano, o índice de reprovados na seccional
paulista chegou a 88%. A vantagem do teste entre advogados está em sua obrigatoriedade.
Trata-se de uma prova de habilitação, ou seja, a aprovação é indispensável para o exercício da
profissão. É do interesse da sociedade, da saúde pública e de seus futuros pacientes que os
alunos de medicina também sejam submetidos a uma prova de habilitação obrigatória.
O Cremesp, que defende o exame compulsório, diz, no entanto, que a aplicação de testes
teóricos, aos moldes do que faz a OAB, seria insuficiente. Devido ao caráter prático da atividade
médica, seria imprescindível, afirma a entidade, a realização de provas que averiguem essa
capacidade entre os recém-formados. Se implementado nesses moldes, um exame obrigatório
nacional cumpriria dupla função: impediria o acesso à profissão de recém-formados
despreparados e, ao longo do tempo, estimularia uma melhora gradual dos cursos universitários
de medicina.
(Editorial da Folha de S. Paulo, 17 de dez. de 2009, Opinião, A2)
1. Considere as afirmações abaixo sobre o editorial.
I. Faz sugestivo jogo de palavras: usa a expressão Exame médico, que remete à inspeção feita
no corpo de um indivíduo para chegar a um diagnóstico sobre seu estado de saúde, para referir
uma prova de avaliação a ser realizada por formandos em medicina.
II. Aproxima a área médica e a área do direito, acerca da avaliação dos indivíduos que desejam
exercer as respectivas profissões, de modo a evidenciar o reconhecimento, em plano mundial, da
fragilidade da formação desses futuros profissionais.
III. Critica a imperfeição do sistema de avaliação dos formados em direito, considerando essa
falha como fator que tira da prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil a possibilidade
de ser tomada como padrão para outras áreas do conhecimento.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) I e II.
(C) I e III.
(D) II.
(E) II e III.
Inferno e paraíso
1. Por certo, existe o Carnaval. Mas a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde
pouco se trabalha corresponde, em boa medida, a um preconceito, quando se tomam em
comparação os padrões vigentes nas sociedades europeias, por exemplo.
Já se a métrica for a realidade de países asiáticos, não há razão para 5.tomar como
especialmente infelizes as declarações do empresário taiwanês Terry Gou, presidente da Foxconn,
a respeito da operosidade dos brasileiros. O Brasil – país em que a empresa de componentes
eletrônicos planeja investir uma soma bilionária para fabricar telefones e tablets –, tem grande
potencial, disse Terry Gou numa entrevista à TV taiwanesa. Mas os brasileiros “não 10.trabalham
tanto, pois estão num paraíso”, acrescentou o investidor.
A frase, relatada pelo correspondente da Folha em Pequim, Fabiano Maisonnave, insere-se
entre outras ressalvas feitas pelo empresário quanto à possibilidade de o Brasil tornar-se
fornecedor internacional de componentes eletrônicos.
15. Quaisquer que sejam os seus julgamentos sobre o Brasil, as declarações do empresário
embutem um paradoxo típico da era globalizada. Refletem o clássico modelo da ética do trabalho
– antes associada aos países anglo-saxônicos, agora proeminente nas economias do Oriente.
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Ocorre que, na sociedade de consumo contemporânea, a esse modelo veio sobrepor-se outro –
20.o da ética empresarial.
Nem sempre os modelos coincidem. Haja vista as frequentes denúncias a respeito de
superexploração de mão de obra nas economias asiáticas, que já se voltaram, por exemplo,
contra empresas de artigos esportivos e agora ganham projeção no mundo da informática. A tal
ponto que a Apple, preocupada com o 25.impacto moral negativo em sua imagem, instituiu um
sistema de inspeções de fornecedores para precaver-se de acusações dessa ordem. A própria
Foxconn, de Terry Gou, foi objeto de severas reportagens e denúncias a respeito.
É de perguntar em que medida a globalização dos mercados – e dos 30. próprios hábitos
culturais – permitirá, no futuro, a coexistência entre regimes “infernais” e “paradisíacos” nas
relações de trabalho. Sob crescente pressão pública, é possível que noções como a de Terry Gou
venham, aos poucos, parecer bem menos modernas do que os produtos que fabrica.
(Folha de S.Paulo. Editoriais. A2 opinião. Domingo, 26 de fevereiro de 2012. p. 2)
2. O editorialista
(A) confronta a Foxconn com a Apple, com o objetivo de defender a segunda como modelo que
garante, em escala global, todos os direitos do trabalhador em empresa de eletrônicos.
(B) admite desconhecer os verdadeiros motivos de o taiwanês Terry Gou ter declarado que o
Brasil é um país paradisíaco.
(C) apresenta as razões que o fazem defender a competência do Brasil em tornar-se fornecedor
internacional de componentes eletrônicos.
(D) interpreta a fala de Terry Gou como expressão do específico momento histórico em que o
intercâmbio econômico e cultural
entre países é uma realidade.
(E) analisa as implicações econômicas da falta de coerência dos empresários internacionais ao
avaliarem a capacidade produtiva de um país que deseja ingressar no mercado globalizado.
3. No primeiro parágrafo, quando o autor
(A) vale-se da expressão Por certo, está tornando patente que a frase constitui uma resposta ao
empresário taiwanês, que supostamente pôs em dúvida essa expressão cultural brasileira, o
carnaval.
(B) emprega a expressão uma espécie de, está antecipando o detalhamento que fará do grupo a
que pertence o Brasil em função de seus hábitos culturais.
(C) refere-se ao Carnaval, está apresentando um fato que poderia, em parte, ser tomado como
justificativa para a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha.
(D) menciona um preconceito, está expressando seu entendimento de que a ideia de que o Brasil
é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha é um prejulgamento absolutamente inaceitável.
(E) cita os padrões vigentes nas sociedades europeias, está remetendo a uma base de
comparação que considera sinônimo de excelência.
4. O editorial abona o seguinte comentário:
(A) Se o parâmetro de avaliação do Brasil por Terry Gou for a realidade de países asiáticos, o peso
de seus comentários sobre o trabalho nesse país está por si só minimizado.
(B) Considerado o ramo de componentes eletrônicos, os países asiáticos são reconhecidamente
insuperáveis no que se refere a sua capacidade de trabalho e à excelência dos seus produtos.
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(C) Apesar do grande potencial que o Brasil tem de ser um líder mundial na fabricação de
eletrônicos, o atual contexto da globalização não lhe é favorável, dado o especial desenvolvimento
dos países do Oriente.
(D) São muitas, e as mais variadas, as opiniões que empresários estrangeiros têm a respeito dos
brasileiros no trabalho, mas todas coincidem no que se refere à pouca produtividade do Brasil
quando comparado aos outros países.
(E) A relevância da economia dos países orientais se deve a seu apego ao modelo clássico de
produção e distribuição de produtos, ainda que com adaptações à realidade contemporânea.
5. Afirma-se com correção que o editorialista
(A) lança dúvidas sobre o futuro do mercado globalizado, dado que os específicos hábitos culturais
dos países que o integram impedem uma estrutura organizacional adequada a cada um deles.
(B) lança a hipótese de que a influência coativa da população pode tornar ultrapassados regimes
de trabalho que ele denomina “infernais”, como o das economias asiáticas.
(C) defende a harmonia entre o produto comercializado e o regime de trabalho adotado para sua
manufatura, do que decorre, necessariamente, a coexistência de distintos sistemas produtivos.
(D) defende a superposição da ética do trabalho e da ética empresarial, sob a condição de que os
empresários vigiem para que sua mão de obra não especializada não afete a imagem do produto.
(E) mostra que o povo, informado pelos meios de comunicação, poderá monitorar a presença
simultânea dos regimes ditos “infernais” e “paradisíacos”, visando à adequada adoção de cada um
deles.
CRÔNICAS
Pós-11/9
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo,
ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo
tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o
último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História –
virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova
York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um
sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive
sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não
serem bombardeados por eles.
Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos,
decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações
se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não
perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez
depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os
palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até
10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames
de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de
sobrevivência também é um caminho para a virtude.
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na
humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que
for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado
de “dez de setembro” na rua.
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)
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6. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado que
"trata-se de um escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao
mesmo tempo humorista inspirado e ensaísta profundo". Essa rara combinação de planos e tons
distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes segmentos do texto:
I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito
de vulnerabilidade.
II. um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de
sobrevivência também é um caminho para a virtude.
III. fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem
esperar exames de consciência mais profundos.
Em relação ao texto, atende ao enunciado dessa questão o que se transcreve em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II, apenas.
7. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em
(A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo): conotando nostálgico, recorrente.
(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo): ratificam suas metas para as
estabilizarem.
(C) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo): demonstrações mais grandiosas de
arrependimento.
(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (3º parágrafo): decorreu de uma irônica contradição.
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo): a que mesmo serviu de pretexto?
8. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela
(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas.
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas
que as então vigentes.
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de
solidariedade.
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar
um novo caminho.
(E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado
nacionalismo.
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Notícias municipais
Chegaram notícias de minha cidade natal. Um pouco antigas: têm quarenta anos e estão
numa coleção de jornais velhos que me ofereceu um amigo, conterrâneo. Começo a compreender
a atitude de Machado de Assis, ao responder a alguém que lhe dizia serem feias certas casas do
Rio: “São feias, mas são velhas”. O prestígio da ancianidade, que não é aparente,
velava a seus olhos a mesquinhez da arquitetura.
Assim me ponho a folhear com emoção estas páginas amarelecidas, temendo que se
rasguem, porque a fibra do papel se gastou como fibra humana. Cheiram preciosamente a 1910,
e embora ninguém tenha nada que ver com a infância do autor, eu direi que cheiram também a
meninice, porque nelas se revê o menino daquele tempo, e o menino vai pelas ruas, sobe nas
árvores, contempla longamente o perfil da serra, prova o gosto dos araçás, dos araticuns e dos
bacuparis* silvestres –
tudo isso que o jornal não tem, mas que se desenrola do jornal como uma fita mágica.
* Araçás, araticuns e bacuparis:frutas tropicais
(Adaptado de Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha)
9. Nos dicionários, o sentido primeiro da palavra notícia é nova, ou novidade. No texto, o
autor sugere que
(A) as notícias mais surpreendentes fazem-nos esquecer de tudo o que é inapelavelmente antigo.
(B) dos tempos remotos podem surgir lembranças que emprestam atualidade ao passado.
(C) a oposição entre o que é novo e o que é antigo torna-se absoluta, quando lemos velhos
documentos.
(D) há notícias antigas que parecem novas, sobretudo se associadas a velhas amarguras.
(E) as lembranças mais felizes de nosso passado fazem sombrias as notícias do presente.
10. Atente para as seguintes afirmações.
I. De acordo com o contexto, na frase “São feias, mas são velhas”, a conjunção sublinhada tem o
mesmo sentido de dado que.
II. Na frase O prestígio da ancianidade, que não é aparente, velava a seus olhos a mesquinhez da
arquitetura, afirma-se, em relação a certas casas do Rio, que seu ar de velhice, aparentemente
valorizada, não oculta a pobreza de sua arquitetura.
III. No 3º parágrafo, as páginas antigas do jornal são associadas, pela fragilidade de sua matéria,
à fragilidade dos homens, também condenados ao envelhecimento.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
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O motorista do 8-100
Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela. Estava
numa manhã, bem cedo, junto ao edifício Brasília, na Avenida Rio Branco, aonde fora para
reportar uma singular coleta de lixo. Viu chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e saltarem
os ajudantes, que se puseram a carregar e despejar as latas de lixo. Enquanto isso, o que fazia o
motorista? O mesmo de toda manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o seu
carro ficar rebrilhando de limpeza. Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de
corpo, claudicando da perna direita – não ficamos sabendo seu nome”.
Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal. E sua
nota no jornal, feita com certa emoção e muita justeza, mostra que não apenas sabe
reportar as coisas da rua como também as coisas da alma. Cada um de nós tem, na
memória da vida que vai sobrando, seu caminhão de lixo que só um dia despejaremos na
escuridão da morte. Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da
existência é apenas lixo; dentro dele é que levamos a joia de uma palavra preciosa, o
diamante de um gesto puro.
Esse motorista que limpa seu caminhão não é um conformado, é o herói silencioso
que lança um protesto superior. A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita
sua missão, mas a supera com esse protesto de beleza e de dignidade. Muitos recebem com a
mão suja os bens mais excitantes e tentadores da vida; as flores que vão colhendo no jardim de
uma existência fácil logo têm, presas em seus dedos frios, uma sutil tristeza e corrupção, que as
desmerece e avilta. O motorista do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cidade: “O lixo
é vosso: meus são estes metais que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta
consciência limpa”.
(Adaptado de Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas)
11. O motivo central da admiração do autor da crônica pelo motorista do 8-100 está resumido no
seguinte segmento:
(A) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal.
(B) mostra que não apenas sabe reportar as coisas da rua como também as coisas da alma.
(C) Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da existência é apenas lixo.
(D) A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita sua missão.
(E) não é um conformado, é o herói silencioso que lança um protesto superior.
12. Atente para as seguintes afirmações.
I. Um jornalista, colega do autor, presenciou acidentalmente uma cena cotidiana em que
encontrou inspiração para criar uma matéria de interesse para o jornal.
II. Na nota que redigiu para o jornal, soube o repórter reconhecer na justa medida a dignidade
daquele hábito do motorista do caminhão.
III. Tal como ocorria entre o motorista e o caminhão, muita gente colhe suas flores num jardim
de facilidades.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
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13. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto
em
(A) Não poupa meu amigo repórter elogios (2º parágrafo) / não elogio suficientemente meu
amigo jornalista
(B) feita com certa emoção e muita justeza (2º parágrafo) / intentada por algum sentimento de
rebuscada justiça
(C) o diamante de um gesto puro (2º parágrafo) / a cortante frieza de um ato desinteressado
(D) que lança um protesto superior (3º parágrafo) / que se insurge de modo elevado
(E) que as desmerece e avilta (3º parágrafo) / que as reprime e nobilita
14. Emprega-se em sentido figurado o elemento em destaque na frase
(A) Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela.
(B) Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia seu carro ficar rebrilhando de limpeza.
(C) as flores que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm (...) uma sutil tristeza e
corrupção (...)
(D) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal.
(E) Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de corpo, claudicando da perna
direita (...)”
Modéstia à parte, também tenho lá a minha experiência em rádio. Quando era menino, em
Belo Horizonte, fui locutor do programa "Gurilândia" da Rádio Guarani. Não me pagavam nada, a
Rádio Guarani não passando de pretexto para namorar uma menina que morava nas imediações.
Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres,
como era moda na época. Quase me iniciei nas transmissões esportivas, incitado pelo saudoso
Babaró, que era o grande mestre de então, mas não deu pé: eu não conseguia guardar o nome
dos jogadores.
Em compensação, minha irmã Berenice me estimulando a inspiração, usei e abusei do
direito de escrever besteiras, mandando crônicas sobre assuntos radiofônicos para a revista
"Carioca". "O que pensam os rádio-ouvintes" era o nome do concurso permanente. Com o quê,
tornei-me entendido em Orlando Silva, Carmen Miranda, César Ladeira, Sílvio Caldas, Bando da
Lua, Assis Valente, Ary Barroso, e tudo quanto era cantor, locutor ou compositor de sucesso
naquele tempo.
Rádio é mesmo uma coisa misteriosa. Começou fazendo sucesso na sala de visitas, acabou
na cozinha. Cedeu lugar à televisão, que já vai pelo mesmo caminho. Ninguém que se preze
[...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, colado ao ouvido,
quando apanhado na rua em dia de futebol. Mas a verdade é que tem quem ouça. Ainda me
lembro que Francisco Alves morreu num fim de semana, sem que a notícia de sua morte
apanhasse nenhum jornal antes do enterro; bastou ser divulgada pelo rádio, e foi aquela apoteose
que se viu.
Todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no vizinho, embora reconhecendo
que deve ter uma grande penetração, "principalmente no interior". Os ouvintes, é claro, são
sempre os outros. Mas hoje estou pensando no mistério que é o rádio, porque de repente me
ocorreu ter vivido uma experiência para cujas consequências não encontro a menor explicação, e
que foram as de não ter consequência nenhuma.
Todo mundo sabe que a BBC de Londres é uma das mais poderosas e bem organizadas
estações radiofônicas do mundo. [...] Ao longo de dois anos e meio, chovesse ou nevasse, fizesse
frio ou gelasse, compareci semanalmente aos estúdios do austero edifício da Bush House em
Aldwich, para gravar uma crônica, transmitida toda terça-feira, exatamente às 8 e 15 da noite,
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hora de Brasília, ou zero hora e quinze de quarta-feira, conforme o Big Ben. Eram em torno de 10
minutos de texto que eu recitava como Deus é servido, seguro de estar sendo ouvido por todo o
Brasil, "principalmente no interior". E imaginava minha voz chegando a cada cidade, a cada
fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada. [...]
Pois bem − e aí está o mistério que me intriga: sei de fonte limpa que os programas
da BBC têm no Brasil esses milhares de ouvintes. No entanto, nunca encontrei ninguém que me
tivesse escutado: nem um comentário, uma palavra, uma carta, ainda que desfavorável − nada. A
impressão é de que passei todo esse tempo falando literalmente para o éter, sem que nenhum
ouvido humano me escutasse. [...]
(Fernando Sabino. Deixa o Alfredo falar! Rio de Janeiro: Record, 6.ed. 1976. pp. 36-37)
15. De acordo com o texto, o
(A) cronista cita o endereço do estúdio radiofônico, em Londres, onde gravava suas crônicas, para
evitar a repetição da expressão a BBC de Londres.
(B) desenvolvimento permite entrever que o cronista conviveu com cantores famosos, sobre os
quais tinha informações privilegiadas para transmitir aos leitores.
(C) rádio foi, certamente, e ainda o é, o meio de comunicação mais abrangente em todo o país,
levando-se em conta a vastidão territorial e a precária formação dos brasileiros.
(D) título permanece sem explicação plausível, porque as lembranças do cronista passam a ser
mais importantes à medida que o assunto se desenvolve.
16. Pois bem − e aí está o mistério que me intriga ... (6º parágrafo). Com a afirmativa acima, o
autor aponta para a
(A) conclusão de que a transmissão de crônicas através das ondas do rádio era, na época, sujeita
a múltiplas interferências, embora a BBC de Londres fosse uma das mais poderosas e bem
organizadas estações radiofônicas do mundo.
(B) enorme aceitação do rádio, bastante popular na época, ainda que esse público não se
declarasse ouvinte assíduo, pois todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no
vizinho.
(C) falta de explicação para o fato de que, embora soubesse que os programas da BBC eram
acompanhados por milhares de ouvintes, ele nunca recebera qualquer manifestação de alguém
que o tivesse escutado.
(D) oposição entre a qualidade dos programas transmitidos pela BBC de Londres e o despreparo
dos locutores brasileiros, apesar da penetração do rádio, que chegava a cada cidade, a cada
fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada.
17. Ninguém que se preze [...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha,
colado ao ouvido, quando apanhado na rua em dia de futebol. (3º parágrafo)
A afirmativa acima vem justificar o que fica implícito a respeito
(A) da força do rádio, ouvido por um vasto público, fato que, entretanto, torna incompreensível a
informação de que os ouvintes, é claro, são sempre os outros.
(B) da perda de popularidade do rádio, ao ser superado pela televisão, perda essa assinalada pelo
fato de que, tendo começado por fazer sucesso na sala de visitas, acabou na cozinha.
(C) da dúvida que cerca a veracidade das transmissões de rádio vindas do exterior, confirmada
pela constatação de que Rádio é mesmo uma coisa misteriosa.
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(D) do acentuado desinteresse em torno das notícias transmitidas pelo rádio, apesar da ressalva
Mas a verdade é que tem quem ouça.
18. Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres, como
era moda na época. (1º parágrafo). É correto entender, a partir da afirmativa, que o cronista
(A) havia evidentemente conseguido transformar-se em famoso locutor de rádio.
(B) dificilmente conseguia ser claro em sua transmissão radiofônica.
(C) se preocupava com estilo mais elaborado, especialmente ao falar no rádio.
(D) geralmente se derramava em explicações longas e desnecessárias.
19. Quanto à repetição da expressão "principalmente no interior", (4º parágrafo) isolada por
aspas, é correto afirmar que se trata de
(A) insistência desnecessária, a se considerarem os comentários referentes à enorme
popularidade atingida pelo rádio.
(B) recurso estilístico para realçar, com viés pejorativo, a pouca instrução dos ouvintes do rádio,
na maioria, analfabetos.
(C) justificativa aceitável para o fato de o autor não ter sido reconhecido pelos ouvintes, na época,
como um prestigiado cronista.
(D) ironia com relação ao bordão repetido por todos sobre a penetração do rádio como meio de
comunicação na época.
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme
de meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso muito
salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era
qualquer coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava
azul. Nós todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas
batiam nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam
com barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)
20. As menções a rios e lagoas no primeiro parágrafo apontam para
(A) o fracasso da tentativa de se imaginar algo nunca visto por meio de associações inteiramente
despropositadas.
(B) as tentativas de compor uma imagem do desconhecido a partir de elementos conhecidos e
familiares.
(C) o desconhecimento da salinidade da água do mar por aqueles que só conheciam cursos ou
acúmulos de água doce.
(D) a inabilidade daquele que se vale de analogias para dar ideia de um elemento único e
incomparável.
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(E) a importância da analogia, que muitas vezes propicia melhor conhecimento das coisas do que
o contato com a própria realidade.
21. O texto é construído por meio
(A) do perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
(B) da violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
(C) de procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
(D) do contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem
nunca o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
(E) da inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.
22. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer coisa de largo, de inesperado.
Mantendo-se o sentido da frase, o elemento grifado acima poderia ser substituído por
(A) Oportunamente
(B) De modo rápido
(C) Logo
(D) Tempestivamente
(E) Subitamente
Nosso espaço
Já somos mais de 6 bilhões, não contando o milhão e pouco que nasceu desde o começo
desta frase. Se fosse um planeta bem administrado isso não assustaria tanto. Mas é, além de
tudo, um lugar mal frequentado. Temos a fertilidade de coelhos e o caráter dos chacais, que,
como se sabe, são animais sem qualquer espírito de solidariedade. As megacidades, que um dia
foram símbolos da felicidade bem distribuída que a ciência e a técnica nos trariam – um
helicóptero em cada garagem e caloria sintética para todos, segundo as projeções
futuristas de anos atrás -, se transformaram em representações da injustiça sem remédio,
cidadelas de privilégio cercadas de miséria, uma réplica exata do mundo feudal, só que com
monóxido de carbono.
Nosso futuro é a aglomeração urbana e as sociedades se dividem entre as que se
preparam – conscientemente ou não – para um mundo desigual e apertado e as que confiam que as
cidadelas resistirão às hordas sem espaço. Os jornais ficaram mais estreitos para
economizar papel, mas também porque diminui a área para a expansão dos cotovelos. Adeus
advérbios de modo e frases longas, adeus frivolidades e divagações superficiais como esta.
A tendência de tudo feito pelo homem é a diminuição – dos telefones e computadores portáteis aos
assentos na classe econômica. O próprio ser humano trata de perder volume, não por razões
estéticas ou de saúde, mas para poder caber no mundo.
(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)
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23. Tendo em vista o rápido crescimento populacional, o autor imagina, com seu humor peculiar,
que o futuro da humanidade se caracterizará
(A) pela dispersão das pessoas por áreas até agora pouco povoadas, abandonando os centros
urbanos já congestionados.
(B) pela inevitável redução do espaço físico de convívio, o que fará da diminuição de tudo uma
necessidade geral.
(C) por pesados investimentos nas áreas da ciência e da tecnologia, de modo a modernizar e
agilizar os meios de comunicação.
(D) por uma revolucionária distribuição de renda, sem a qual se renderão as ricas cidadelas às
hordas das classes humilhadas.
(E) pelo advento das megacidades, em que devem cumprir-se as alentadoras metas futuristas
projetadas anos atrás.
24. Os seguintes segmentos estabelecem entre si uma estreita relação, em que um exemplifica e
reforça o sentido do outro:
(A) um lugar mal frequentado // o caráter dos chacais.
(B) símbolos da felicidade // representações da injustiça.
(C) caloria sintética para todos // aglomeração urbana.
(D) projeções futuristas // cidadelas de privilégio.
(E) um helicóptero em cada garagem // Os jornais ficaram mais estreitos
25. Deve-se entender que, no contexto, o segmento
(A) Se fosse um planeta bem administrado expressa uma hipótese que quase certamente se
confirmará.
(B) um lugar mal frequentado projeta o mundo em que viveremos, caso não se tomem rápidas
medidas contra as aglomerações.
(C) símbolos da felicidade bem distribuída alude a projeções fantasiosas que obviamente não se
cumpriram com o tempo.
(D) as cidadelas resistirão às hordas sem espaço corresponde a uma projeção otimista do autor
do texto.
(E) Adeus advérbios de modo expressa o lamento de um escritor diante do atual desprestígio de
um recurso essencial da língua.
26. Atente para as seguintes afirmações.
I. A palavra megacidades é adequada para expressar a aglomeração urbana, tanto quanto
cidadela é adequada para expressar o pequeno contingente de privilegiados.
II. Referindo-se ao Nosso futuro, o autor antevê que a progressiva falta de espaço só agravará as
presentes desigualdades sociais.
III. Em adeus frivolidades e divagações superficiais como esta, o cronista mostra-se um crítico
implacável do novo estilo a que os escritores deverão submeter-se.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) I, apenas.
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Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos
quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem e mesmo a prática do bem podem ser
creditados ao Batman & Cia. tanto quanto ao medo do inferno, aos valores da família e aos
ensinamentos da escola. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação pessoal e virtude.
Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era
só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser retos e bons;
eles queriam ser retos e bons – como os heróis. Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a
condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual transitavam os heróis. Eles eram o
lado certo que combatia o lado errado.
Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos
de 1970 e 80 ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de rancor, como o
Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk, ou exilados freudianos,
como o belo Surfista Prateado, ou presas possíveis da vaidade, como o Homem-Aranha.
Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam,
tão estridentes quanto os arqui-inimigos maléficos. Não são simples, e retos, e fortes, e afinados
com seus dons, como os heróis clássicos; são complexos, e dramáticos, e ambíguos, como ficou o
mundo.
(Fragmento de Ivan Angelo. Meninos e gibis. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011.
p.147-9)
27. Ao tratar da leitura de gibis, o autor contrapõe
(A) a complexidade das histórias antigas, ainda que o bem sempre triunfasse, ao maniqueísmo
dos quadrinhos recentes, em que o que sobressai é a pura maldade.
(B) a bondade dos meninos de seu tempo à ausência da prática da virtude no mundo atual, em
função da ausência de heróis em que se espelhar.
(C) a virtude como aspiração pessoal, despertada pelo exemplo dos heróis, ao dever de praticar o
bem, imposto pelas instituições sociais.
(D) os heróis dos quadrinhos antigos, voltados para a prática do bem, aos personagens maléficos
das histórias surgidas depois dos anos 1970 e 80.
(E) o aprendizado que levava à prática do bem, proporcionado pelos quadrinhos, àquele sem
nenhum efeito prático, propiciado pelas instituições sociais.
28. A conclusão expressa no último parágrafo do texto aponta para
(A) a constatação da inexistência de heróis de qualquer tipo no mundo atual, tanto na ficção
quanto na vida real.
(B) o descompasso entre os heróis dos quadrinhos, mesmo os mais recentes, e aqueles que
aparecem na televisão.
(C) a impossibilidade de separação entre o bem e o mal, seja nas histórias em quadrinhos, seja na
vida real.
(D) os paralelos que podem ser estabelecidos entre os heróis de ontem e os de hoje, a despeito
das diferenças que os separam.
(E) a adequação entre a personalidade dos heróis e as características do tempo em que as
histórias são criadas.
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O lixo é nosso
Cena comum nas cidades: engolfado no trânsito, e também obstruindo-o, um homem, uma
formiga, puxa com enorme esforço pedaços do caos. É o carroceiro. Paciência, motorista, com o
pobre carroceiro. Cala a tua buzina irritada, que o homem que ali vai, puxando sua carga enorme
e desequilibrada, trabalha para o nosso bem. Não é muito o que ele pode fazer, ele não é mais do
que uma formiga na paisagem, um nada, mas faz sua parte mínima com a força e a teimosia das
formigas. Leva restos que espalhamos pelos caminhos.
Não o apresses, ele não consegue ir mais depressa. Não é ele que vai devagar, somos nós,
o país. O atraso é nosso. O homem da carroça, o burro sem rabo, caro motorista, está ali por um
conjunto de circunstâncias: para ele existir, tem de haver pobreza, tem de faltar trabalho, tem de
sobrar lixo nas ruas, tem de faltar educação, respeito, cidadania, planejamento administrativo,
consciência do bem comum.
Considera que ele nas ruas é mais “verde” – mais limpo – do que nós: o carro dele não
emite gases, não buzina, ele não é um consumidor de artigos descartáveis, não produz esse lixo,
antes o leva para reciclagem. Vê que curiosa contradição: ele é uma pecinha na grande
engrenagem do avanço, a reciclagem, enquanto nós, participantes da poderosa cadeia de
consumo, modernos, temos um pé nos séculos passados, ligados à descuidada atitude que
formou a sociedade atual – pegar, usar e largar.
(Adaptado de Ivan Ângelo. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.167-9)
29. O carroceiro é mostrado no texto
(A) com certo saudosismo, imaginando-se já o seu desaparecimento num futuro próximo,
superado por funções mais modernas.
(B) com algum desprezo, manifesto em sua associação a animais como a formiga e o burro.
(C) com indiferença, podendo-se entrever o cuidado do autor para não deixar transparecer sua
posição pessoal.
(D) sem isenção, enaltecendo-se o seu trabalho de modo a que surja desvinculado da privação e
da miséria.
(E) sem condescendência, reconhecendo-se a importância de seu trabalho, ainda que limitado, e
as agruras de sua existência.
30. A contradição a que se refere o autor no último parágrafo surge a partir de
(A) uma ocultação: todas as características que remeteriam o carroceiro ao atraso são
desconsideradas em favor do único elemento que permite associá-lo ao progresso.
(B) um embaralhamento: avanço e atraso, geralmente vistos como opostos, passam a significar a
mesma coisa, a ponto de ser o mais atrasado descrito como o mais moderno.
(C) uma inversão: o que costuma ser associado ao atraso é visto como elemento progressista; o
que se tem como mais moderno é relacionado ao mais retrógrado.
(D) um equívoco: a suposição de que todos os motoristas sejam consumidores inveterados,
despreocupados do meio ambiente e hostis à reciclagem.
(E) uma constatação: a sociedade atual progrediu tão velozmente que não há mais lugar para
elementos antiquados, mesmo os que têm uma função relativamente moderna.
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31. Os segmentos que, no contexto da crônica, se aproximam pelo sentido estão em
(A) Cena comum nas cidades, grande engrenagem do avanço e poderosa cadeia de consumo.
(B) restos que espalhamos pelos caminhos, consumidor de artigos descartáveis e pegar, usar e
largar.
(C) Cala a tua buzina irritada, o carro dele não emite gases e grande engrenagem do avanço.
(D) consciência do bem comum, consumidor de artigos descartáveis e trabalha para o nosso bem.
(E) O atraso é nosso, descuidada atitude que formou a sociedade atual e consciência do bem
comum.
ARTIGOS
Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas das nacionalidades envolvidas nas
disputas da Copa do Mundo falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente quer dizer
muito mais do que pode parecer. Trata-se de um ritual cíclico de renovação de identidades
nacionais expressas nos ornamentos e paramentos do que é funcionalmente uma nova religião no
vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações simbólicas relacionadas com o futebol e
seus significados têm tudo a ver com o modo como entre nós se difundiu a modernidade, nas
peculiaridades de nossa história social.
Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse esporte assumiu entre nós funções
sociais extrafutebolísticas que se prolongam até nossos dias e respondem por sua imensa
popularidade. A República, em que todos se tornaram juridicamente brancos, sucedeu a
monarquia segmentada em senhores e escravos, brancos e negros, todos acomodados numa
dessas duas identidades. A República criou o brasileiro genérico e abstrato. O advento do futebol
entre nós coincidiu com a busca de identidades reais para preencher as incertezas dessa ficção
jurídica. Clubes futebolísticos de nacionalidades, de empresas, de bairros, de opções subjetivas
disfarçaram as diferenças sociais reais e profundas, sobrepuseram-se a elas e tornaram funcionais
os conflitos próprios da nova realidade criada pela abolição da escravatura.
No futebol há espaço para acomodações e inclusões, mesmo porque, sem a diversidade de
clubes e sem a competição, o futebol não teria sentido. O receituário da modernidade inclui,
justamente, esses detalhes de convivência com a diversidade e com a rotatividade dos que
triunfam. Nela, a vida recomeça continuamente; depois da vitória é preciso lutar pela vitória
seguinte.
O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou a competição e a concorrência,
elevou-as à condição de valores sociais e demonstrou as oportunidades de vitória de cada um no
rodízio dos vitoriosos. Nele, a derrota nunca é definitiva nem permanente. Por esse meio, o que
era mero requisito do funcionamento do mercado e da multiplicação do capital tornou-se
expressamente um rito de difusão de seus princípios no modo de vida, na mentalidade e no
cotidiano das pessoas comuns.
É nesse sentido que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de antagonismos
sociais administráveis. Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos, um antropólogo que
estava fazendo pesquisa com os índios xerentes, de Goiás, surpreendeu-se ao ver que eles
haviam adotado entusiasticamente o futebol. Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam
como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida em campo
todo o tempo. Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio de uma sociedade tribal e
comunitária.
(Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo, Aliás, J7, 4 de julho de 2010)
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32. É correto perceber no texto que o autor
(A) contesta a noção de que o futebol, com seu ritual próprio, possa ser considerado símbolo de
uma única nação ou região geográfica.
(B) assinala a interferência dos rituais religiosos numa atividade esportiva, que deveria se
caracterizar por linguagem e normas específicas.
(C) critica a interferência de interesses financeiros e de mercado que cercam o futebol,
extrapolando seus objetivos originais, de esporte e lazer.
(D) defende a ideia de que o futebol é democrático, ao permitir a ascensão social,
independentemente de eventuais desigualdades.
(E) aponta a transformação de um esporte, de início democrático, em elemento primordial de
afirmação de valores pessoais e de nacionalidades distintas.
33. O exemplo dos índios xerentes coloca em evidência a
(A) retomada da imagem de multidões de mascarados e maquiados que falam por esse meio uma
linguagem que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode parecer.
(B) insistência na opinião já exposta de como entre nós se difundiu a modernidade, nas
peculiaridades de nossa história social.
(C) dúvida a respeito do que foi afirmado sobre o modo como rapidamente esse esporte assumiu
entre nós funções sociais extrafutebolísticas.
(D) importância, no Brasil, de um esporte cujas opções subjetivas disfarçaram as diferenças
sociais reais e profundas.
(E) justificativa da afirmação de que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de
antagonismos sociais administráveis.
34. Dentre as funções sociais extrafutebolísticas apontadas no texto, só NÃO se encontra a
(A) descoberta de identidades que surgiram com a difusão desse esporte entre nós.
(B) valorização do capital financeiro, que possibilita maior número de conquistas vitoriosas.
(C) democratização, por ter se transformado em uma atividade acessível a todos.
(D) igualdade de tratamento e de oportunidades aos integrantes das diferentes classes sociais.
(E) possibilidade de triunfo em diferentes situações e a qualquer momento, com base no esforço
individual.
35. Algo próprio de uma sociedade tribal e comunitária.
O comentário acima, que encerra o texto, deve ser corretamente entendido como
(A) reconhecimento de um engano na avaliação da importância do futebol no mundo moderno, a
partir do desrespeito às suas regras em algumas sociedades.
(B) percepção de que nem sempre o esporte é corretamente praticado, especialmente em
agrupamentos sociais afastados dos centros mais populosos.
(C) conclusão coerente da constatação de que as regras do futebol reproduzem a competitividade
e a concorrência que caracterizam as sociedades contemporâneas.
(D) concordância com uma visão conservadora do futebol, como símbolo de comunidades mais
desenvolvidas e organizadas socialmente.
(E) opinião, de certo modo preconceituosa, de que sociedades marcadas por um certo
primitivismo não conseguem assimilar normas de sociedades mais avançadas.
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Verdes, bonitas e de aparência inofensiva, as plantas também podem ser ecologicamente
incorretas – as chamadas "invasoras", por exemplo, representam a segunda maior causa de
destruição da biodiversidade do planeta, perdendo apenas para o desmatamento. Só para se ter
parâmetro de sua agressividade, segundo os especialistas, elas são mais predadoras do que o
aquecimento global. Trata-se de espécies exóticas trazidas de outros países que, plantadas em
um novo habitat, passam a destruir a flora e a fauna nativas. Livres de "adversários", elas vão se
alastrando até virarem praga. Mas quem poderia desconfiar de uma jaqueira, de uma amendoeira
ou de um bambuzal? Plantas invasoras como essas estão agora chamando a atenção do governo
federal e de secretarias do meio ambiente de todo o país.
Crescem as constatações de que ameaçam a flora causando, juntamente com outros
animais, um prejuízo anual superior a R$ 100 milhões. Para atacar o problema, o Ministério do
Meio Ambiente está elaborando uma estratégia para combatê-las, que deve ser colocada em
prática no próximo ano. Uma lista preliminar já tachou 542 seres vivos de "exóticos e invasores"
no Brasil, e cerca de 100 deles são plantas. O Ministério também lançará um livro que reúna
dados sobre espécies invasoras marinhas. Depois virão outros volumes, mostrando as vilãs dos
rios, do meio terrestre, do sistema de produção agrícola e da saúde humana − isso se dá no
momento em que diversos Estados também se ocupam do problema.
Quando se comemorou o Dia da Mata Atlântica (27 de maio), a Secretaria de Estado do
Ambiente do Rio recebeu de pesquisadores um rol de 226 espécies invasoras da flora local.
"Queremos que sirva como critério para barrar sua entrada e o seu plantio", diz a Superintendente
de Biodiversidade da secretaria. Entre as principais ameaças identificadas está a jaqueira – que,
ao contrário do que muitos julgam, não é um exemplar original. Trazida da Ásia durante a
colonização, foi proliferando aos poucos e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e
reservas do Rio, como a floresta da Tijuca.
Segundo especialistas, o homem, desavisado do estrago que pode provocar no ambiente,
acaba sendo responsável pela introdução de boa parte das espécies invasoras. Uma forma de
disseminação é o uso dessas árvores exóticas no paisagismo urbano – tradição brasileira que
começou com a corte portuguesa, foi alterada na década de 1920 por paisagistas como Burle Max
(que preferiam as exóticas tropicais), mas que agora começa a ser revista.
(Adaptado de Maíra Magro. Revista Istoé, 24 de junho de 2009, p. 100-101)
36. De acordo com o texto, a afirmativa correta é:
(A) Autoridades do governo federal e dos governos estaduais buscam descobrir a origem de
algumas espécies de plantas, para evitar seu plantio no país.
(B) O desmatamento indiscriminado no Brasil atinge também espécies exóticas, que trazem beleza
à paisagem de muitas cidades, como o Rio de Janeiro.
(C) Espécies alienígenas, incorporadas à paisagem brasileira por sua beleza, estão se
transformando em séria ameaça à flora nativa.
(D) Plantas estrangeiras utilizadas no paisagismo urbano estão sendo proibidas por determinação
do Ministério do Meio Ambiente.
(E) Uma das causas para o aquecimento global está na disseminação descontrolada, no Brasil, de
espécies da flora de outros países.
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A liberdade ameaçada
Costumo dizer que a liberdade de imprensa, mais do que direito dos jornalistas e das
empresas jornalísticas, é da sociedade. Só com a livre circulação de ideias e de informações uma
nação pode evoluir e construir uma sociedade realmente justa e equilibrada. Foi para defender
essas propostas e para informar a sociedade brasileira sobre seu direito inalienável de receber
informação livre que criamos a nossa Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (RDLI).
Há três grandes temas em debate: “O direito à informação x privacidade”, “O acesso à
informação pública” e “As responsabilidades e os interesses dos jornalistas e das fontes”.
Em relação à informação e à privacidade, houve consenso de que se trata de questão
complexa e difícil. O direito da sociedade à informação e o direito das pessoas à privacidade são
dois princípios constitucionais, fundamentais, mas muitas vezes conflitantes.
Quanto ao tema do acesso à informação pública, a principal conclusão é a de que o Brasil
precisa avançar muito. Infelizmente, alguns homens públicos ainda tratam a informação pública
como se fosse propriedade do Estado, e não da sociedade a que devem servir. O livre acesso à
informação pública é uma das principais características das democracias modernas.
Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das
fontes, referendamos a velha máxima: o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse
próprio. Eles trabalham para a sociedade e, por isso, devem sempre preservar sua independência.
(Nelson Pacheco Sirotsky. Folha de S. Paulo, 12/06/2005, p. 3)
37. Justifica-se o título do texto quando se considera, por exemplo, a preocupação do autor com o
fato de que
(A) as notícias de violência da sociedade brasileira costumam predominar em nossos jornais.
(B) nossos jornalistas não defendem o interesse da classe, no exercício de sua função.
(C) há políticos que se beneficiam das informações públicas em seus negócios particulares.
(D) a informação de interesse público é por vezes considerada como se fosse uma propriedade do
Estado.
(E) o direito do público à informação não é um princípio fundamental garantido em nossa
Constituição.
38. Considere as seguintes afirmações:
I. A frase o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse próprio encarece o respeito que se
deve ter à função pública da imprensa.
II. A criação da RDLI deveu-se ao desejo de se garantir o direito das pessoas à privacidade.
III. No Brasil, o acesso à informação de interesse público é um direito garantido e um fato
consolidado.
Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
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39. A questão complexa e difícil referida no terceiro parágrafo diz respeito ao conflito entre
(A) os interesses do Estado e os interesses particulares.
(B) um direito da coletividade e um direito do cidadão.
(C) o direito à privacidade e o direito ao segredo de Estado.
(D) os interesses dos jornalistas e os das empresas jornalísticas.
(E) o direito ao ocultamento e a prática da revelação da fonte jornalística.
40. Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das
fontes, referendamos a velha máxima (...)
Não haverá prejuízo para a correção e para o sentido básico da frase acima caso se substituam os
elementos sublinhados, respectivamente, por
(A) em função dos - vinculamos
(B) tendo por base os - reputamos
(C) no caso dos - propomos
(D) a partir dos - cogitamos
(E) no tocante aos - aprovamos
Da política ao espetáculo
A rebeldia voltou. E nos lugares mais inesperados. O rastilho foi aceso em Túnis, seguiu
para o Cairo e depois para Sanaa, Manama, Damasco − cidades onde ação política não é um
direito. Onde as praças tiveram de ser ocupadas com o risco de prisão, tortura e morte. Mesmo
assim, as manifestações só ficaram violentas porque as autoridades as atacaram.
A centelha da revolta atravessou o Mediterrâneo e acendeu outras centenas de milhares de
pessoas na Grécia e na Espanha, países subitamente forçados ao empobrecimento. Na África, no
Levante, no Oriente Médio e na Europa, o que se quer é liberdade, trabalho e justiça.
Nenhuma mobilização foi tão inesperada quanto a que explodiu, no mês passado, do outro
lado do Atlântico Norte, numa das cidades mais ricas do mundo: Vancouver, no Canadá. Sua
motivação foi frívola. Por 4 a 0, o time local de hóquei no gelo perdeu a final do campeonato. Não
houve reivindicação social ou política: chateada, a gente saiu à rua e botou fogo em carros,
quebrou vitrines, invadiu lojas.
Fizeram tudo isso com a leveza da futilidade, posando para câmeras de celulares,
autorregistrando-se em instantâneos ambivalentes de prazer e agressão. O impulso de se
preservarem em fotos e filmes era tão premente quanto o de destruir. Alguns intelectuais
poderiam explicar assim o fenômeno: se o espetáculo do jogo não satisfez, o do simulacro da
revolta o compensará; o narcisismo frustrado vira exibicionismo compartilhado.
Em meio ao quebra-quebra, um casal de namorados tentava fugir quando a moça foi
atingida pelo escudo de um policial e caiu. O namorado deitou-se ao lado e, para acalmá-la, deu-
lhe um beijo. Um fotógrafo viu apenas dois corpos que pareciam feridos no chão e, sem perceber
direito o que fotografava, captou o beijo. Pronto: os jovens viraram celebridades. Namorando há
apenas seis meses, o casal cancelou uma viagem à Califórnia para cumprir uma agenda extensa
de entrevistas em Nova York. A sociedade do espetáculo não pode parar.
(Adaptado da Revista Piauí, n. 58, julho 2001, p. 55)
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41. Ao tratar de diferentes manifestações de rebeldia no mundo, o autor considera que elas
(A) têm em comum tão somente o fato de irromperem e se extinguirem com a mesma velocidade,
em países de regime político fechado.
(B) diferem quanto às suas motivações políticas particulares, mas traduzem a mesma insatisfação
com a economia global.
(C) são todas inesperadas, uma vez que os fatores que as desencadeiam surgem de forma
misteriosa, sem qualquer razão objetiva.
(D) variam quanto às reivindicações políticas ou econômicas, podendo ocorrer até mesmo por
força de uma motivação banal.
(E) buscam conferir um grande peso político a algumas insatisfações menores, geradas pelas
razões mais injustificáveis.
42. Considerando-se o contexto, estas duas expressões se aproximam e reforçam reciprocamente
uma mesma linha de argumentação, referindo-se ao mesmo fenômeno:
(A) a leveza da futilidade e a centelha da revolta.
(B) o rastilho foi aceso e não houve reivindicação social.
(C) sua motivação foi frívola e a leveza da futilidade.
(D) forçados ao empobrecimento e exibicionismo compartilhado.
(E) ação política não é um direito e sua motivação foi frívola.
43. Atente para as seguintes afirmações.
I. Deve-se entender por sociedade do espetáculo, de acordo com o texto, a caracterização dos
movimentos de massa que pretendem explicitar publicamente sua insatisfação política.
II. O exibicionismo e o narcisismo estão na raiz de manifestações dos grupos que também as
promovem para se dar a conhecer nas imagens que eles mesmos produzem e cultuam.
III. O vandalismo das manifestações políticas acaba por desqualificar as justas reivindicações que
deram origem a um legítimo movimento social.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
44. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em
(A) O rastilho foi aceso (1º parágrafo) / inflamou-se em seu efeito
(B) A centelha da revolta (2º parágrafo) / a meta da insubordinação
(C) instantâneos ambivalentes (4º parágrafo) / encenações rápidas
(D) simulacro da revolta (4º parágrafo) / sacralização insatisfeita
(E) narcisismo frustrado (4º parágrafo) / autoadmiração baldada
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45. Ao registrar a cena dos namorados caídos no chão, o fotógrafo,
(A) imaginando-os vítimas, involuntariamente os promoveu a celebridades.
(B) sabendo-os feridos, quis compensá-los com a notoriedade de um flagrante oportuno.
(C) tomando-os por revoltosos, quis demonstrar que havia amor entre os manifestantes.
(D) dando-os como mortos, quis perpetuar o beijo em que se imobilizaram.
(E) não atinando bem com o que via, quis documentar o que imaginou mero exibicionismo.
1. Não há dúvida de que o preconceito contra a mulher é forte no Brasil e que cabe ao poder
público tomar medidas para reduzi-lo. Pergunto-me, porém, se faz sentido esperar uma situação
de total isonomia entre os gêneros, como parecem querer os discursos dos políticos.
Nos anos 60 e 70, acreditava-se que as diferenças de comportamento 5.entre os sexos
eram fruto de educação ou de discriminação. Quando isso fosse resolvido, surgiria o equilíbrio.
Não foi, porém, o que ocorreu, como mostra Susan Pinker, em "The Sexual Paradox". Para ela,
não se pode mais negar que há diferenças biológicas entre machos e fêmeas. Elas se materializam
estatisticamente (e não deterministicamente) em gostos e 10.aptidões e, portanto, na opção por
profissões e regimes de trabalho.
Embora não tenham sido detectadas, por exemplo, diferenças cognitivas que as tornem
piores em ciências e matemática, mulheres, quando podem, preferem abraçar profissões que
lidem com pessoas (em oposição a objetos e sistemas). Hoje, nos Estados Unidos, elas dominam
a medicina e permanecem 15.minoritárias na engenharia.
Em países hiperdesenvolvidos, como Suécia e Dinamarca, onde elas gozam de maior
liberdade de escolha, a proporção de engenheiras é menor do que na Turquia ou na Bulgária,
nações em que elas às vezes são obrigadas a exercer ofícios que não os de seus sonhos. Só quem
chegou perto do 50-50 foi 20.a URSS, e isso porque ali eram as profissões que escolhiam as
pessoas, e não o contrário.
Mulheres também não se prendem tanto à carreira. Trocam um posto de comando para
ficar mais tempo com a família. Assim sacrificam trajetórias promissoras em favor de horários
flexíveis. É esse desejo, mais que a 25.discriminação, que explica a persistente diferença salarial
entre os gêneros em nações desenvolvidas.
Para Pinker, as mulheres seriam mais felizes se reconhecessem as diferenças biológicas e
não perseguissem tanto uma isonomia impossível.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, A2 opinião, 10 de março de 2012)
46. Fica evidente no texto que o autor
(A) discorda de Susan Pinker, ao considerar que, não só em países subdesenvolvidos como
também nos mais ricos, persistem as diferenças salariais entre homens e mulheres.
(B) considera as diferenças biológicas entre homens e mulheres como razão suficiente que explica
a inabilidade feminina para os estudos científicos e os cálculos matemáticos.
(C) aceita as afirmativas de Susan Pinker de que diferenças biológicas dificultam o equilíbrio entre
os sexos em relação à escolha das profissões e dos regimes de trabalho.
(D) demonstra a necessidade de atuação dos governos de todo o mundo no sentido de propiciar a
igualdade de gêneros quanto à escolha e ao exercício das profissões.
(E) defende a busca do equilíbrio entre homens e mulheres na escolha das diferentes profissões,
necessário para um desenvolvimento equitativo de todas as nações.
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47. No 4º parágrafo, evidencia-se
(A) indicação das razões, muitas vezes de cunho político, que explicam a presença de menor
número de mulheres em determinadas profissões.
(B) proposta de possíveis mudanças quanto à opção feminina por determinadas profissões em
alguns dos países mais desenvolvidos.
(C) preferência por certas atividades determinada por fatores educacionais, que acabam
diferenciando o desempenho, seja o de homens, seja o de mulheres.
(D) direcionamento das mulheres para algumas carreiras em países onde não há liberdade pessoal
para escolher a atividade profissional desejada.
(E) ressalva à hipótese inicial de que se mantém o preconceito contra mulheres no mercado de
trabalho em diferentes países.
Economia religiosa
1. Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não
faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado
vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno
ateu que se recusara a 5.rezar o pai-nosso em sua aula.
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é
entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos
pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do
Estado que os jovens sejam 10.desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar
se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de
supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas
mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também 15.nas ruas. Na cidade de São
Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas
(cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora
das atividades de que o setor privado já dá conta.
Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito 20.sentido gastar
recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao
contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina.
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino
religioso nas escolas oficiais não poderia representar 25.ônus para os cofres públicos. A bancada
religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de
esmola com o chapéu alheio.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)
48. No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor mantém-se
(A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter
facultativo da implementação desse ensino.
(B) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para que se proíba o Estado
de legislar sobre quaisquer matérias religiosas.
(C) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública
estão razões de ordem jurídica e econômica.
(D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as pessoas
de decidir sobre essa matéria.
(E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele
já vem sendo ministrado por muitas entidades.
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49. Atente para estas afirmações.
I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla
condição pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB.
II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo
o autor, pela criação de redes de comunicação voltadas para esse fim.
III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem prioridade
para a implementação do ensino religioso na escola pública.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) III, apenas.
50. Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que
(A) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria como
contratar.
(B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo radicalismo
de Dom Tarcísio Scaramussa.
(C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo
do que ocorre na cidade de São Paulo.
(D) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem as
ciências exatas.
(E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado na
implementação do ensino religioso.
51. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente um segmento em
(A) A declaração do prelado vem como crítica (l. 3) / o pronunciamento do dignitário eclesiástico
surge como censura
(B) Admitamos, para efeitos de argumentação (l. 8-9) / Consignemos, a fim de especulação
(C) sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (l. 9-10) / venham prematuramente a expor-se
no ensino clerical
(D) onipresentes em rádios (l. 14) / discriminadas por emissoras de rádio
(E) não poderia representar ônus (l. 24-25) / implicaria que se acarretasse prejuízo
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NOTÍCIAS
Palavra indígena
A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da
computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de angojhá)
e windows (oventã).
Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há
quatro anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em
parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embratel),
Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de
documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena.
A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a
novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles
está expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
— Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. “A gente não está querendo chamar
computador de “computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú
irú rive, “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos,
que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) —
conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI.
Disponível em: http://www.revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010.
52. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos
termos que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original como mouse, windows,
download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da informática à
língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela
(A)a preservação da identidade, demonstrada pela conservação do idioma, mesmo com a
utilização de novas tecnologias características da cultura de outros grupos sociais.
(B)a possibilidade que o índio Potty vislumbrou em relação à comunicação que a web pode
trazer a seu povo e à facilidade no envio de documentos e na conversação em tempo real.
(C)o uso da internet para preparação e envio de documentos, bem como a contribuição para
as atividades relacionadas aos trabalhos da cultura índigena.
(D)adesão ao projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), que, em parceria
com a ONG Rede Povos da Floresta, possibilitou o acesso à web, mesmo em ambiente
inóspito.
(E) a apropriação da nova tecnologia de forma gradual, evidente quando os guaranis
incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida com a possibilidade de acesso à
internet.
E se uma droga derivada do alcaçuz fosse capaz de salvar as nossas recordações? Segundo
um estudo da Universidade de Edimburgo (Escócia), a carbenoxolona melhora as capacidades
mentais dos idosos, incluindo a memória, que vai se deteriorando com o passar dos anos. Essa
substância − na realidade, um agente derivado da raiz do alcaçuz − poderá ser útil para combater
o mal de Alzheimer e talvez também para melhorar nossa performance nos exames.
Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil
Página 60 Prof. Maria Tereza Faria
“As memórias são um ‘fato’ químico”, confirma Nancy Ip, diretora de Instituto de Pesquisa
em Hong Kong: “Recentemente, nós identificamos a proteína que contribui para a sobrevivência e
para o desenvolvimento das células nervosas e que poderia oferecer recursos para criar
medicamentos contra doenças que afetam a memória”.
Enquanto se espera que os estudos possam conduzir a resultados mais concretos, o que
podemos fazer para melhorar a nossa capacidade mental? A memória é a capacidade de adquirir,
armazenar e recuperar informações disponíveis. Ela não é monolítica, mas constituída de diversas
atividades e funções. Uma importante distinção a ser feita é entre a memória de curto e a de
longo prazo. A primeira, que é encarregada de reter as informações por pouco tempo, localiza-se
no lobo parietal inferior e no lobo frontal do cérebro, enquanto a memória de longo prazo é ligada
ao hipocampo e às áreas vizinhas.
De acordo com Alan Baddelay, da universidade inglesa de York, a memória de curto prazo
tem espaço limitado, podendo reter de cinco a nove unidades de informação: palavras, datas,
números. Já a memória de longo prazo é ilimitada. O problema é arquivar a informação na
memória de longo prazo, para recordar quando necessário. Como? “Quanto mais a pessoa souber,
mais fácil será recordar”, diz Baddelay. Em suma, a memória não é um recipiente que é
totalmente preenchido: ao contrário, ela sempre possibilita o ingresso de novas informações.
Quem usa uma linguagem rica e articulada recorda-se melhor. Da mesma forma, quem
sabe vários idiomas tem mais facilidade para aprender um novo.
(Adaptado de Fabíola Musarra, “Memória: segredos para explorar todo o seu poder”. In. Planeta:
conheça o mundo, descubra você.)
53. Considerado o primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar:
(A) A frase inicial levanta hipótese que, embora expressando um desejo humano, se revela
fantasiosa, pois não tem apoio algum na realidade atual.
(B) A carbenoxolona é a nova droga que garantirá imunidade contra o mal de Alzheimer.
(C) A capacidade mental mais afetada com o passar dos anos é a memória, conforme estudo
realizado com idosos em universidade escocesa.
(D) Pessoas que não apresentam bom desempenho em exames podem ser potenciais portadores
de doenças como o mal de Alzheimer.
(E) Na base da memória está um mecanismo químico que a ciência começa a conhecer.
54. No segundo parágrafo do texto, a autora,
(A) ao definir o que é a memória, expressa seu desacordo com o entendimento de Nancy Ip sobre
essa capacidade mental.
(B) ao afirmar que a memória não é monolítica, quer dizer que a memória não se compõe de um
único elemento.
(C) ao mencionar a importante distinção, refere-se a uma diferença que os pesquisadores citados
têm deixado de lado em seus trabalhos.
(D) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, revela que a primeira é a que a
maioria das pessoas apresenta, e a segunda, só cérebros privilegiados.
(E) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, mostra que a segunda é a menos
conhecida pelos pesquisadores.
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  • 29. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 29 GABARITO 1. C 2. E 3. E 4. D 5. A 6. A 7. E 8. E 9. B 10. D 11. B 12. D 13. D 14. C 15. A 16. A 17. C 18. E 19. C 20. A 21. D 22. D 23. E 24. E
  • 30. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 30 Prof. Maria Tereza Faria RESOLUÇÃO Para responder às questões de números 1 a 6, considere o texto abaixo. O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos. Invenção sem dono. Melhor seria chamá-la de uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à vida em sociedade: sobreviveu a maneira mais eficiente que o homem encontrou para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica da ciência econômica. Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore), ponderando custos e benefícios. É a soma dessas ações, feitas no âmbito pessoal, que regula o custo e a disponibilidade de gravatas, apartamentos, funcionários, viagens, filhos ou mesmo árvores. Como diz o jornalista americano Eduardo Porter em O preço de todas as coisas, "toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios". As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são óbvias. Até as formas femininas estão submetidas a uma virtual bolsa de valores, e o que se apresenta como grátis também tem seu preço – sem falar que a dinâmica da fixação de preços pode falhar miseravelmente, como comprovam as bolhas financeiras. (Giuliano Guandalini. Veja, 3 de agosto de 2011, com adaptações) 1. De acordo com o texto, o preço de todas as coisas é estabelecido (A) pelo valor das escolhas pessoais, apesar das regras da economia clássica existentes na sociedade de consumo. (B) por sua situação no mercado consumidor, que determina custos menores em função do aumento da oferta. (C) por economistas que se especializam em avaliar os objetos de consumo mais procurados pelas pessoas. (D) pelo acordo possível entre pessoas que desejam comprar e aquelas que precisam desfazer-se de seus bens. (E) pela relação que as pessoas fazem habitualmente entre custo e benefício quando tomam suas decisões. 2. A ideia contida no 2º parágrafo é (A) o cálculo do preço de qualquer produto pode basear-se não somente em aspectos objetivos como também em elementos subjetivos. (B) todas as escolhas feitas determinam um preço real, calculado pelos envolvidos nos negócios, a partir da importância de cada uma dessas escolhas. (C) as decisões de comprar ou vender algo são rotineiras em uma sociedade de consumo, fato que dá origem a um cálculo do valor dos produtos. (D) os benefícios resultantes da fixação de preços adequados para as diferentes decisões tomadas individualmente atingem todo o grupo social. (E) as pessoas geralmente tendem a optar por escolhas cujo preço esteja de acordo com as possibilidades de realização daquilo que pretendem obter.
  • 31. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 31 3. Invenção sem dono. (1º parágrafo). A afirmativa acima se justifica pelo fato de que (A) as condições que regulavam as trocas comerciais na antiguidade não permitiam estabelecer valores adequados para os objetos em circulação. (B) a história da humanidade não tem registros a respeito do primeiro grupo social que estabeleceu preços para todas as coisas. (C) o preço das coisas sofreu evolução resultante da necessidade de acomodação do homem às condições da vida em sociedade. (D) os formuladores das doutrinas econômicas que atualmente vigoram no mercado não se preocuparam em identificar os idealizadores da fixação de preços. (E) os poucos recursos à disposição do homem primitivo impediam que houvesse qualquer espécie de transação comercial, o que impossibilitava a fixação de preços. 4. Evidencia-se uma opinião pessoal do autor e não simplesmente um fato no segmento (A) ... uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à vida em sociedade (B) O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos. (C) ... que o homem encontrou para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica da ciência econômica. (D) É a soma dessas ações [...] que regula o custo e a disponibilidade de gravatas ... (E) As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são óbvias. 5. ...sem falar que a dinâmica da fixação de preços pode falhar miseravelmente, como comprovam as bolhas financeiras. O segmento grifado acima constitui, no contexto, (A) comentário crítico do autor do texto à obra do jornalista americano citado. (B) exemplo para realçar o equilíbrio nos preços de todas as coisas nas relações de compra e venda. (C) argumento que confirma a possibilidade de erros de avaliação no estabelecimento de preços. (D) referência a uma situação que contribui para o desenvolvimento da economia. (E) demonstração da eficácia das teorias econômicas no controle de preços. 6. (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore). O segmento entre parênteses constitui (A) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto. (B) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas pessoas. (C) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina diária das pessoas. (D) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações alheias ao assunto abordado. (E) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas diariamente pelas pessoas.
  • 32. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 32 Prof. Maria Tereza Faria Para responder às questões de números 7 a 10, considere os Textos I e II abaixo. Texto I Entre outras, constam no Dicionário Houaiss as seguintes definições a respeito do verbo vender:  transferir (bens ou mercadorias) para outrem em troca de dinheiro;  praticar o comércio de; comerciar com; negociar;  convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas qualidades de (uma ideia, um projeto etc.);  trabalhar como vendedor;  ser facilmente vendável; ter boa aceitação de consumo. [...] Texto II Também são determinantes no discurso persuasivo a afirmação e a repetição. A propaganda não pode dar margem a dúvidas; a meta é aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão. Daí as frases afirmativas e o uso do imperativo na peroração ("abra sua conta", "ligue já"). A repetição objetiva minar a opinião contrária do receptor por meio da reiteração. É possível encontrá-la não apenas na construção frasal, sobretudo nos slogans que são insistentemente repetidos (quer na forma verbal quer na escrita) junto à marca do produto, mas também nas diversas inserções da peça publicitária nos veículos conforme seu plano de mídia. Não por acaso, o termo propaganda [...] originou-se do verbo propagare, "técnica do jardineiro de cravar no solo os rebentos novos das plantas a fim de reproduzir novas plantas que depois passarão a ter vida própria" – uma ação, portanto, nitidamente repetitiva. (Carrascoza, João A. A evolução do texto publicitário. São Paulo: Futura, 1999, p. 44 e 45) 7. Tomando-se como referência o que consta nos dois textos, a afirmativa correta é (A) O Texto I pode ser corretamente entendido como uma espécie de resumo do assunto que é desenvolvido no Texto II. (B) O desenvolvimento do Texto II está desvinculado do que consta do dicionário em relação aos sentidos do verbo vender. (C) O conteúdo do Texto I apresenta sentido de oposição ao que se lê no Texto II. (D) O sentido principal do Texto I está no verbo vender, enquanto o do Texto II está no verbo propagar, verbos que não podem ser empregados como sinônimos. (E) A ideia central do Texto II aparece explicitada em um dos possíveis significados do verbo vender, transcritos no Texto I. 8. Com base no Texto II, conclui-se que o sentido de propaganda está corretamente expresso em (A) repetição de uma única ideia até que o público a quem se dirige a mensagem se canse de ouvir sempre as mesmas frases. (B) serviços oferecidos por um vendedor, ao criar novas ideias em um mercado já estabilizado e conhecido. (C) imitação por vendedores de um fenômeno da natureza, o de espalhar ideias como se faz a reprodução de plantas.
  • 33. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 33 (D) difusão de mensagens convincentes e repetitivas, faladas ou escritas, nos meios de comunicação, visando ao consumo de um produto. (E) insistência voltada para os benefícios trazidos pelo consumo, seja de produtos naturais, seja de objetos criados pelo homem. 9. ...a meta é aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão. (Texto II). Entre os verbos que constam como sinônimos de vender no Texto I, o sentido mais próximo do segmento destacado acima é (A) transferir (bens ou mercadorias) para outrem em troca de dinheiro. (B) persuadir (alguém) das boas qualidades de (uma ideia, um projeto etc). (C) praticar o comércio de. (D) ser facilmente vendável. (E) trabalhar como vendedor. 10. “técnica do jardineiro de cravar no solo os rebentos novos das plantas a fim de reproduzir novas plantas que depois passarão a ter vida própria.” (Texto II) O segmento transcrito acima (A) esclarece o sentido exato do antigo verbo propagare. (B) contém a ideia principal de todo o parágrafo em que ele se encontra. (C) confirma a informação de que não pode haver dúvida na propaganda. (D) traz a informação de que jardineiros também são propagandistas de ideias. (E) diferencia o trabalho manual daquele que envolve a divulgação de ideias. Para responder às questões de números 11 a 15, considere o texto abaixo. Depois de passar quase 200 mil anos vivendo em pequenos grupos nômades, os seres humanos (ou alguns deles, pelo menos) resolveram que era hora de assentar, criando vilas e cidades. A questão é: por quê? Durante muito tempo, a resposta-padrão foi simples: por causa da invenção da agricultura. Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a partir de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com outra invenção, a da vida urbana. Acontece que a sequência verdadeira pode ser exatamente a oposta, indicam dados arqueológicos que se acumularam nos últimos anos. Ao menos no Crescente Fértil – a região que engloba países como Iraque, Israel, Turquia e Síria, considerada o berço da civilização ocidental –, as pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais. E o processo parece ter começado muito antes do momento em que a agricultura propriamente dita entra em cena. Restos de plantas aparecem em sítios arqueológicos com indícios de população cada vez maior. O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas plantas continuam com suas características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo coletadas mais intensivamente. Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada, concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido, como lebres, raposas e aves. E só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite, sinais claros de vegetais cultivados aparecem. (Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo, Ciência, C15, 15 de abril de 2012, com adaptações)
  • 34. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 34 Prof. Maria Tereza Faria 11. A afirmativa que resume corretamente o desenvolvimento do texto é (A) alguns povos primitivos descobriram técnicas de reprodução rápida de diversas espécies animais. (B) o cultivo de alimentos permitiu o assentamento de seres humanos em vilas bastante povoadas. (C) a agricultura acelerou a evolução da espécie humana em núcleos densamente habitados. (D) pesquisas arqueológicas indicam que a vida urbana pode ter surgido bem antes da agricultura. (E) dados arqueológicos revelam cultivo intenso de vegetais em núcleos de habitação bastante primitivos. 12. (ou alguns deles, pelo menos) (1º parágrafo). Considerando-se o contexto, a observação transcrita acima (A) sugere que a explosão populacional da antiguidade foi a consequência imediata da invenção da vida urbana. (B) confirma a hipótese de que a resposta para o assentamento urbano está na invenção da agricultura. (C) assinala que a descoberta de maneiras de produzir alimentos em larga escala extinguiu os pequenos grupos nômades. (D) restringe a afirmativa de que os seres humanos resolveram que era hora de assentar, criando vilas e cidades. (E) indica que as primeiras cidades surgiram há muito tempo no Crescente Fértil [...], berço da civilização ocidental. 13. Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada, concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido ... (último parágrafo) A partir do segmento grifado na frase acima, é correto afirmar que (A) alguns povos primitivos se alimentavam unicamente da caça aos pequenos animais criados nos assentamentos. (B) somente animais domesticados podiam servir de alimento para as pessoas que viviam em assentamentos. (C) um grande número de pessoas em núcleos bastante povoados levava à necessária oferta de alimentos. (D) a reprodução de animais era sinal da prosperidade dos grupos que passaram a viver em comunidades primitivas. (E) o número de espécies animais criadas pelo homem primitivo nos primeiros assentamentos era grande e diversificado. 14. Há no texto informação clara de que (A) as cidades da região mais civilizada da antiguidade serviram de modelo para as sociedades que se espalharam por todo o mundo conhecido nessa época. (B) o homem que vivia em núcleos urbanos somente passou a cultivar vegetais depois que se reduziu a oferta de recursos naturais, que eram até então coletados. (C) a produção de alimentos foi responsável pela explosão populacional em uma região que, por sua localização, facilitou o surgimento das primeiras cidades bem organizadas.
  • 35. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 35 (D) a maior dificuldade existente nos assentamentos urbanos mais antigos se concentrava na área de cultivo de alimentos, em função do grande número de habitantes. (E) é extremamente difícil encontrar dados arqueológicos que tragam respostas para explicar o modo de vida do homem primitivo nos aglomerados urbanos. 15. Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a partir de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com outra invenção, a da vida urbana. Outra redação para a frase acima, em que se mantêm a correção, a clareza e, em linhas gerais, o sentido, está em (A) Há mais ou menos 10 mil anos, a descoberta da produção de alimentos para um grande número de pessoas permitiu o crescimento da população e, em consequência, os aglomerados urbanos. (B) O vertiginoso aumento da população, onde se criou os assentamentos urbanos, com a produção de alimentos para o grande número de pessoas que ali viviam, há 10 mil anos. (C) Com a descoberta dos alimentos e o que podia ser cultivado para manter um grande número de seres humanos nos assentamentos, criou-se as condições da vida urbana, em época primitiva. (D) Foi uns povos primitivos, de 10 mil anos atrás, que descobriram como cultivar alimentos, destinados para as pessoas que explodiram a população da vida urbana, também criada. (E) Aos 10 mil anos, com a descoberta de como ter alimentos cultivados para a explosão do número das pessoas vivendo em núcleos de vida urbana, permitindo sua alimentação. GABARITO 1. E 2. A 3. C 4. B 5. C 6. E 7. E 8. D 9. B 10.A 11. D 12. D 13. C 14. B 15. A Resolução 1: "toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios". Resolução 2: (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore) Resolução 3: evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à vida em sociedade Resolução 4: uma das mais revolucionárias criações = juízo de valor. Resolução 5: fixação de preços pode falhar: exemplo = “bolhas financeiras. Resolução 6: tomamos decisões, a saber = trecho entre parênteses. Expressões explicativas são isoladas por vírgulas, travessões ou parênteses. Resolução 7: convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas qualidades de (uma ideia, um projeto etc.); Resolução 8: discurso persuasivo a afirmação e a repetição [...](quer na forma verbal quer na escrita) [...]aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão [...]veículos [...] de mídia
  • 36. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 36 Prof. Maria Tereza Faria Resolução 9: conquistar = fazer aderir a; atrair ao seio de, para (alguma coisa). / persuadir = mostrar a importância, a necessidade ou a conveniência de. Resolução 10: observe que o trecho, apresentado imediatamente após o verbo propagare, está isolado por vírgula – marca dos termos explicativos. Resolução 11: indicam dados arqueológicos [...]as pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais. Resolução 12: os (= todos os) seres humanos X alguns deles (= quantidade, quantia ou medida indeterminada de algo; nem muito, nem pouco). Resolução 13: pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos [...] população cada vez maior = esses grupos sedentários; logo, os grupos são numerosos / espécies que se reproduzem rápido redundam em maior oferta de alimentos. Resolução 14: vida urbana. [...]O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas plantas continuam com suas características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo coletadas mais intensivamente. [...] E só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite, sinais claros de vegetais cultivados aparecem. Resolução 15: (B) O vertiginoso aumento da população, (onde) DEVIDO AO QUAL se (criou) CRIARAM os assentamentos urbanos, (com) PROVOCOU a produção de alimentos para o grande número de pessoas que ali viviam (,) há 10 mil anos. (C) (Com) DEVIDO À descoberta dos alimentos e (o) DO que podia ser cultivado para manter um grande número de seres humanos nos assentamentos, (criou-se) CRIARAM-SE as condições da vida urbana (,) em época primitiva. (D) (Foi uns) Povos primitivos, HÁ 10 mil anos (atrás), (que) descobriram como cultivar alimentos (,) destinados (para as) ÀS pessoas que (explodiram) COMPUNHAM ASSENTAMENTOS DENSOS / NUMEROSOS NÚCLEOS URBANOS (a população da vida urbana, também criada). (E) HÁ (Aos) 10 mil anos, (com a) DEVIDO À descoberta (de) DA MANEIRA como (ter) CONTAR COM alimentos cultivados (para) A FIM DE ATENDER AO (a explosão do) GRANDE número (das) DE pessoas (vivendo) QUE VIVIAM em núcleos (de vida urbana) URBANOS, (permitindo) PERMITIU-SE sua alimentação. EXERCITANDO Exame Médico Reforçam-se as evidências da baixa qualidade de ensino em cursos de medicina do país. Esse retrato vem sendo confirmado anualmente desde 2005, quando o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) decidiu implementar uma prova de avaliação, facultativa, dos conhecimentos dos futuros médicos. Neste ano, 56% dos formandos que prestaram o exame foram reprovados. O número já é expressivo, mas é razoável supor que a proporção de estudantes despreparados seja maior. A prova não é obrigatória, e os responsáveis por sua execução avaliam que muitos dos maus alunos boicotam o exame, frequentemente estimulados por suas faculdades.
  • 37. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 37 A prova da Ordem dos Advogados do Brasil pode fornecer um parâmetro, ainda que imperfeito. Na primeira fase do exame da OAB neste ano, o índice de reprovados na seccional paulista chegou a 88%. A vantagem do teste entre advogados está em sua obrigatoriedade. Trata-se de uma prova de habilitação, ou seja, a aprovação é indispensável para o exercício da profissão. É do interesse da sociedade, da saúde pública e de seus futuros pacientes que os alunos de medicina também sejam submetidos a uma prova de habilitação obrigatória. O Cremesp, que defende o exame compulsório, diz, no entanto, que a aplicação de testes teóricos, aos moldes do que faz a OAB, seria insuficiente. Devido ao caráter prático da atividade médica, seria imprescindível, afirma a entidade, a realização de provas que averiguem essa capacidade entre os recém-formados. Se implementado nesses moldes, um exame obrigatório nacional cumpriria dupla função: impediria o acesso à profissão de recém-formados despreparados e, ao longo do tempo, estimularia uma melhora gradual dos cursos universitários de medicina. (Editorial da Folha de S. Paulo, 17 de dez. de 2009, Opinião, A2) 1. Considere as afirmações abaixo sobre o editorial. I. Faz sugestivo jogo de palavras: usa a expressão Exame médico, que remete à inspeção feita no corpo de um indivíduo para chegar a um diagnóstico sobre seu estado de saúde, para referir uma prova de avaliação a ser realizada por formandos em medicina. II. Aproxima a área médica e a área do direito, acerca da avaliação dos indivíduos que desejam exercer as respectivas profissões, de modo a evidenciar o reconhecimento, em plano mundial, da fragilidade da formação desses futuros profissionais. III. Critica a imperfeição do sistema de avaliação dos formados em direito, considerando essa falha como fator que tira da prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil a possibilidade de ser tomada como padrão para outras áreas do conhecimento. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) I e III. (D) II. (E) II e III. Inferno e paraíso 1. Por certo, existe o Carnaval. Mas a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha corresponde, em boa medida, a um preconceito, quando se tomam em comparação os padrões vigentes nas sociedades europeias, por exemplo. Já se a métrica for a realidade de países asiáticos, não há razão para 5.tomar como especialmente infelizes as declarações do empresário taiwanês Terry Gou, presidente da Foxconn, a respeito da operosidade dos brasileiros. O Brasil – país em que a empresa de componentes eletrônicos planeja investir uma soma bilionária para fabricar telefones e tablets –, tem grande potencial, disse Terry Gou numa entrevista à TV taiwanesa. Mas os brasileiros “não 10.trabalham tanto, pois estão num paraíso”, acrescentou o investidor. A frase, relatada pelo correspondente da Folha em Pequim, Fabiano Maisonnave, insere-se entre outras ressalvas feitas pelo empresário quanto à possibilidade de o Brasil tornar-se fornecedor internacional de componentes eletrônicos. 15. Quaisquer que sejam os seus julgamentos sobre o Brasil, as declarações do empresário embutem um paradoxo típico da era globalizada. Refletem o clássico modelo da ética do trabalho – antes associada aos países anglo-saxônicos, agora proeminente nas economias do Oriente.
  • 38. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 38 Prof. Maria Tereza Faria Ocorre que, na sociedade de consumo contemporânea, a esse modelo veio sobrepor-se outro – 20.o da ética empresarial. Nem sempre os modelos coincidem. Haja vista as frequentes denúncias a respeito de superexploração de mão de obra nas economias asiáticas, que já se voltaram, por exemplo, contra empresas de artigos esportivos e agora ganham projeção no mundo da informática. A tal ponto que a Apple, preocupada com o 25.impacto moral negativo em sua imagem, instituiu um sistema de inspeções de fornecedores para precaver-se de acusações dessa ordem. A própria Foxconn, de Terry Gou, foi objeto de severas reportagens e denúncias a respeito. É de perguntar em que medida a globalização dos mercados – e dos 30. próprios hábitos culturais – permitirá, no futuro, a coexistência entre regimes “infernais” e “paradisíacos” nas relações de trabalho. Sob crescente pressão pública, é possível que noções como a de Terry Gou venham, aos poucos, parecer bem menos modernas do que os produtos que fabrica. (Folha de S.Paulo. Editoriais. A2 opinião. Domingo, 26 de fevereiro de 2012. p. 2) 2. O editorialista (A) confronta a Foxconn com a Apple, com o objetivo de defender a segunda como modelo que garante, em escala global, todos os direitos do trabalhador em empresa de eletrônicos. (B) admite desconhecer os verdadeiros motivos de o taiwanês Terry Gou ter declarado que o Brasil é um país paradisíaco. (C) apresenta as razões que o fazem defender a competência do Brasil em tornar-se fornecedor internacional de componentes eletrônicos. (D) interpreta a fala de Terry Gou como expressão do específico momento histórico em que o intercâmbio econômico e cultural entre países é uma realidade. (E) analisa as implicações econômicas da falta de coerência dos empresários internacionais ao avaliarem a capacidade produtiva de um país que deseja ingressar no mercado globalizado. 3. No primeiro parágrafo, quando o autor (A) vale-se da expressão Por certo, está tornando patente que a frase constitui uma resposta ao empresário taiwanês, que supostamente pôs em dúvida essa expressão cultural brasileira, o carnaval. (B) emprega a expressão uma espécie de, está antecipando o detalhamento que fará do grupo a que pertence o Brasil em função de seus hábitos culturais. (C) refere-se ao Carnaval, está apresentando um fato que poderia, em parte, ser tomado como justificativa para a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha. (D) menciona um preconceito, está expressando seu entendimento de que a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha é um prejulgamento absolutamente inaceitável. (E) cita os padrões vigentes nas sociedades europeias, está remetendo a uma base de comparação que considera sinônimo de excelência. 4. O editorial abona o seguinte comentário: (A) Se o parâmetro de avaliação do Brasil por Terry Gou for a realidade de países asiáticos, o peso de seus comentários sobre o trabalho nesse país está por si só minimizado. (B) Considerado o ramo de componentes eletrônicos, os países asiáticos são reconhecidamente insuperáveis no que se refere a sua capacidade de trabalho e à excelência dos seus produtos.
  • 39. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 39 (C) Apesar do grande potencial que o Brasil tem de ser um líder mundial na fabricação de eletrônicos, o atual contexto da globalização não lhe é favorável, dado o especial desenvolvimento dos países do Oriente. (D) São muitas, e as mais variadas, as opiniões que empresários estrangeiros têm a respeito dos brasileiros no trabalho, mas todas coincidem no que se refere à pouca produtividade do Brasil quando comparado aos outros países. (E) A relevância da economia dos países orientais se deve a seu apego ao modelo clássico de produção e distribuição de produtos, ainda que com adaptações à realidade contemporânea. 5. Afirma-se com correção que o editorialista (A) lança dúvidas sobre o futuro do mercado globalizado, dado que os específicos hábitos culturais dos países que o integram impedem uma estrutura organizacional adequada a cada um deles. (B) lança a hipótese de que a influência coativa da população pode tornar ultrapassados regimes de trabalho que ele denomina “infernais”, como o das economias asiáticas. (C) defende a harmonia entre o produto comercializado e o regime de trabalho adotado para sua manufatura, do que decorre, necessariamente, a coexistência de distintos sistemas produtivos. (D) defende a superposição da ética do trabalho e da ética empresarial, sob a condição de que os empresários vigiem para que sua mão de obra não especializada não afete a imagem do produto. (E) mostra que o povo, informado pelos meios de comunicação, poderá monitorar a presença simultânea dos regimes ditos “infernais” e “paradisíacos”, visando à adequada adoção de cada um deles. CRÔNICAS Pós-11/9 Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua. (Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)
  • 40. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 40 Prof. Maria Tereza Faria 6. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado que "trata-se de um escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao mesmo tempo humorista inspirado e ensaísta profundo". Essa rara combinação de planos e tons distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes segmentos do texto: I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade. II. um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude. III. fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem esperar exames de consciência mais profundos. Em relação ao texto, atende ao enunciado dessa questão o que se transcreve em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) II, apenas. 7. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em (A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo): conotando nostálgico, recorrente. (B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo): ratificam suas metas para as estabilizarem. (C) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo): demonstrações mais grandiosas de arrependimento. (D) teve o efeito paradoxalmente contrário (3º parágrafo): decorreu de uma irônica contradição. (E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo): a que mesmo serviu de pretexto? 8. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela (A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas. (B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas que as então vigentes. (C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de solidariedade. (D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar um novo caminho. (E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado nacionalismo.
  • 41. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 41 Notícias municipais Chegaram notícias de minha cidade natal. Um pouco antigas: têm quarenta anos e estão numa coleção de jornais velhos que me ofereceu um amigo, conterrâneo. Começo a compreender a atitude de Machado de Assis, ao responder a alguém que lhe dizia serem feias certas casas do Rio: “São feias, mas são velhas”. O prestígio da ancianidade, que não é aparente, velava a seus olhos a mesquinhez da arquitetura. Assim me ponho a folhear com emoção estas páginas amarelecidas, temendo que se rasguem, porque a fibra do papel se gastou como fibra humana. Cheiram preciosamente a 1910, e embora ninguém tenha nada que ver com a infância do autor, eu direi que cheiram também a meninice, porque nelas se revê o menino daquele tempo, e o menino vai pelas ruas, sobe nas árvores, contempla longamente o perfil da serra, prova o gosto dos araçás, dos araticuns e dos bacuparis* silvestres – tudo isso que o jornal não tem, mas que se desenrola do jornal como uma fita mágica. * Araçás, araticuns e bacuparis:frutas tropicais (Adaptado de Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha) 9. Nos dicionários, o sentido primeiro da palavra notícia é nova, ou novidade. No texto, o autor sugere que (A) as notícias mais surpreendentes fazem-nos esquecer de tudo o que é inapelavelmente antigo. (B) dos tempos remotos podem surgir lembranças que emprestam atualidade ao passado. (C) a oposição entre o que é novo e o que é antigo torna-se absoluta, quando lemos velhos documentos. (D) há notícias antigas que parecem novas, sobretudo se associadas a velhas amarguras. (E) as lembranças mais felizes de nosso passado fazem sombrias as notícias do presente. 10. Atente para as seguintes afirmações. I. De acordo com o contexto, na frase “São feias, mas são velhas”, a conjunção sublinhada tem o mesmo sentido de dado que. II. Na frase O prestígio da ancianidade, que não é aparente, velava a seus olhos a mesquinhez da arquitetura, afirma-se, em relação a certas casas do Rio, que seu ar de velhice, aparentemente valorizada, não oculta a pobreza de sua arquitetura. III. No 3º parágrafo, as páginas antigas do jornal são associadas, pela fragilidade de sua matéria, à fragilidade dos homens, também condenados ao envelhecimento. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.
  • 42. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 42 Prof. Maria Tereza Faria O motorista do 8-100 Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela. Estava numa manhã, bem cedo, junto ao edifício Brasília, na Avenida Rio Branco, aonde fora para reportar uma singular coleta de lixo. Viu chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e saltarem os ajudantes, que se puseram a carregar e despejar as latas de lixo. Enquanto isso, o que fazia o motorista? O mesmo de toda manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o seu carro ficar rebrilhando de limpeza. Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de corpo, claudicando da perna direita – não ficamos sabendo seu nome”. Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal. E sua nota no jornal, feita com certa emoção e muita justeza, mostra que não apenas sabe reportar as coisas da rua como também as coisas da alma. Cada um de nós tem, na memória da vida que vai sobrando, seu caminhão de lixo que só um dia despejaremos na escuridão da morte. Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da existência é apenas lixo; dentro dele é que levamos a joia de uma palavra preciosa, o diamante de um gesto puro. Esse motorista que limpa seu caminhão não é um conformado, é o herói silencioso que lança um protesto superior. A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita sua missão, mas a supera com esse protesto de beleza e de dignidade. Muitos recebem com a mão suja os bens mais excitantes e tentadores da vida; as flores que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm, presas em seus dedos frios, uma sutil tristeza e corrupção, que as desmerece e avilta. O motorista do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cidade: “O lixo é vosso: meus são estes metais que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta consciência limpa”. (Adaptado de Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas) 11. O motivo central da admiração do autor da crônica pelo motorista do 8-100 está resumido no seguinte segmento: (A) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal. (B) mostra que não apenas sabe reportar as coisas da rua como também as coisas da alma. (C) Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da existência é apenas lixo. (D) A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita sua missão. (E) não é um conformado, é o herói silencioso que lança um protesto superior. 12. Atente para as seguintes afirmações. I. Um jornalista, colega do autor, presenciou acidentalmente uma cena cotidiana em que encontrou inspiração para criar uma matéria de interesse para o jornal. II. Na nota que redigiu para o jornal, soube o repórter reconhecer na justa medida a dignidade daquele hábito do motorista do caminhão. III. Tal como ocorria entre o motorista e o caminhão, muita gente colhe suas flores num jardim de facilidades. Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.
  • 43. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 43 13. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em (A) Não poupa meu amigo repórter elogios (2º parágrafo) / não elogio suficientemente meu amigo jornalista (B) feita com certa emoção e muita justeza (2º parágrafo) / intentada por algum sentimento de rebuscada justiça (C) o diamante de um gesto puro (2º parágrafo) / a cortante frieza de um ato desinteressado (D) que lança um protesto superior (3º parágrafo) / que se insurge de modo elevado (E) que as desmerece e avilta (3º parágrafo) / que as reprime e nobilita 14. Emprega-se em sentido figurado o elemento em destaque na frase (A) Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela. (B) Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia seu carro ficar rebrilhando de limpeza. (C) as flores que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm (...) uma sutil tristeza e corrupção (...) (D) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal. (E) Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de corpo, claudicando da perna direita (...)” Modéstia à parte, também tenho lá a minha experiência em rádio. Quando era menino, em Belo Horizonte, fui locutor do programa "Gurilândia" da Rádio Guarani. Não me pagavam nada, a Rádio Guarani não passando de pretexto para namorar uma menina que morava nas imediações. Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres, como era moda na época. Quase me iniciei nas transmissões esportivas, incitado pelo saudoso Babaró, que era o grande mestre de então, mas não deu pé: eu não conseguia guardar o nome dos jogadores. Em compensação, minha irmã Berenice me estimulando a inspiração, usei e abusei do direito de escrever besteiras, mandando crônicas sobre assuntos radiofônicos para a revista "Carioca". "O que pensam os rádio-ouvintes" era o nome do concurso permanente. Com o quê, tornei-me entendido em Orlando Silva, Carmen Miranda, César Ladeira, Sílvio Caldas, Bando da Lua, Assis Valente, Ary Barroso, e tudo quanto era cantor, locutor ou compositor de sucesso naquele tempo. Rádio é mesmo uma coisa misteriosa. Começou fazendo sucesso na sala de visitas, acabou na cozinha. Cedeu lugar à televisão, que já vai pelo mesmo caminho. Ninguém que se preze [...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, colado ao ouvido, quando apanhado na rua em dia de futebol. Mas a verdade é que tem quem ouça. Ainda me lembro que Francisco Alves morreu num fim de semana, sem que a notícia de sua morte apanhasse nenhum jornal antes do enterro; bastou ser divulgada pelo rádio, e foi aquela apoteose que se viu. Todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no vizinho, embora reconhecendo que deve ter uma grande penetração, "principalmente no interior". Os ouvintes, é claro, são sempre os outros. Mas hoje estou pensando no mistério que é o rádio, porque de repente me ocorreu ter vivido uma experiência para cujas consequências não encontro a menor explicação, e que foram as de não ter consequência nenhuma. Todo mundo sabe que a BBC de Londres é uma das mais poderosas e bem organizadas estações radiofônicas do mundo. [...] Ao longo de dois anos e meio, chovesse ou nevasse, fizesse frio ou gelasse, compareci semanalmente aos estúdios do austero edifício da Bush House em Aldwich, para gravar uma crônica, transmitida toda terça-feira, exatamente às 8 e 15 da noite,
  • 44. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 44 Prof. Maria Tereza Faria hora de Brasília, ou zero hora e quinze de quarta-feira, conforme o Big Ben. Eram em torno de 10 minutos de texto que eu recitava como Deus é servido, seguro de estar sendo ouvido por todo o Brasil, "principalmente no interior". E imaginava minha voz chegando a cada cidade, a cada fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada. [...] Pois bem − e aí está o mistério que me intriga: sei de fonte limpa que os programas da BBC têm no Brasil esses milhares de ouvintes. No entanto, nunca encontrei ninguém que me tivesse escutado: nem um comentário, uma palavra, uma carta, ainda que desfavorável − nada. A impressão é de que passei todo esse tempo falando literalmente para o éter, sem que nenhum ouvido humano me escutasse. [...] (Fernando Sabino. Deixa o Alfredo falar! Rio de Janeiro: Record, 6.ed. 1976. pp. 36-37) 15. De acordo com o texto, o (A) cronista cita o endereço do estúdio radiofônico, em Londres, onde gravava suas crônicas, para evitar a repetição da expressão a BBC de Londres. (B) desenvolvimento permite entrever que o cronista conviveu com cantores famosos, sobre os quais tinha informações privilegiadas para transmitir aos leitores. (C) rádio foi, certamente, e ainda o é, o meio de comunicação mais abrangente em todo o país, levando-se em conta a vastidão territorial e a precária formação dos brasileiros. (D) título permanece sem explicação plausível, porque as lembranças do cronista passam a ser mais importantes à medida que o assunto se desenvolve. 16. Pois bem − e aí está o mistério que me intriga ... (6º parágrafo). Com a afirmativa acima, o autor aponta para a (A) conclusão de que a transmissão de crônicas através das ondas do rádio era, na época, sujeita a múltiplas interferências, embora a BBC de Londres fosse uma das mais poderosas e bem organizadas estações radiofônicas do mundo. (B) enorme aceitação do rádio, bastante popular na época, ainda que esse público não se declarasse ouvinte assíduo, pois todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no vizinho. (C) falta de explicação para o fato de que, embora soubesse que os programas da BBC eram acompanhados por milhares de ouvintes, ele nunca recebera qualquer manifestação de alguém que o tivesse escutado. (D) oposição entre a qualidade dos programas transmitidos pela BBC de Londres e o despreparo dos locutores brasileiros, apesar da penetração do rádio, que chegava a cada cidade, a cada fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada. 17. Ninguém que se preze [...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, colado ao ouvido, quando apanhado na rua em dia de futebol. (3º parágrafo) A afirmativa acima vem justificar o que fica implícito a respeito (A) da força do rádio, ouvido por um vasto público, fato que, entretanto, torna incompreensível a informação de que os ouvintes, é claro, são sempre os outros. (B) da perda de popularidade do rádio, ao ser superado pela televisão, perda essa assinalada pelo fato de que, tendo começado por fazer sucesso na sala de visitas, acabou na cozinha. (C) da dúvida que cerca a veracidade das transmissões de rádio vindas do exterior, confirmada pela constatação de que Rádio é mesmo uma coisa misteriosa.
  • 45. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 45 (D) do acentuado desinteresse em torno das notícias transmitidas pelo rádio, apesar da ressalva Mas a verdade é que tem quem ouça. 18. Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres, como era moda na época. (1º parágrafo). É correto entender, a partir da afirmativa, que o cronista (A) havia evidentemente conseguido transformar-se em famoso locutor de rádio. (B) dificilmente conseguia ser claro em sua transmissão radiofônica. (C) se preocupava com estilo mais elaborado, especialmente ao falar no rádio. (D) geralmente se derramava em explicações longas e desnecessárias. 19. Quanto à repetição da expressão "principalmente no interior", (4º parágrafo) isolada por aspas, é correto afirmar que se trata de (A) insistência desnecessária, a se considerarem os comentários referentes à enorme popularidade atingida pelo rádio. (B) recurso estilístico para realçar, com viés pejorativo, a pouca instrução dos ouvintes do rádio, na maioria, analfabetos. (C) justificativa aceitável para o fato de o autor não ter sido reconhecido pelos ouvintes, na época, como um prestigiado cronista. (D) ironia com relação ao bordão repetido por todos sobre a penetração do rádio como meio de comunicação na época. A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo, esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso muito salgado, azul, com ventos. Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar... (Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938) 20. As menções a rios e lagoas no primeiro parágrafo apontam para (A) o fracasso da tentativa de se imaginar algo nunca visto por meio de associações inteiramente despropositadas. (B) as tentativas de compor uma imagem do desconhecido a partir de elementos conhecidos e familiares. (C) o desconhecimento da salinidade da água do mar por aqueles que só conheciam cursos ou acúmulos de água doce. (D) a inabilidade daquele que se vale de analogias para dar ideia de um elemento único e incomparável.
  • 46. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 46 Prof. Maria Tereza Faria (E) a importância da analogia, que muitas vezes propicia melhor conhecimento das coisas do que o contato com a própria realidade. 21. O texto é construído por meio (A) do perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro, harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo. (B) da violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo. (C) de procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar. (D) do contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo. (E) da inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo. 22. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer coisa de largo, de inesperado. Mantendo-se o sentido da frase, o elemento grifado acima poderia ser substituído por (A) Oportunamente (B) De modo rápido (C) Logo (D) Tempestivamente (E) Subitamente Nosso espaço Já somos mais de 6 bilhões, não contando o milhão e pouco que nasceu desde o começo desta frase. Se fosse um planeta bem administrado isso não assustaria tanto. Mas é, além de tudo, um lugar mal frequentado. Temos a fertilidade de coelhos e o caráter dos chacais, que, como se sabe, são animais sem qualquer espírito de solidariedade. As megacidades, que um dia foram símbolos da felicidade bem distribuída que a ciência e a técnica nos trariam – um helicóptero em cada garagem e caloria sintética para todos, segundo as projeções futuristas de anos atrás -, se transformaram em representações da injustiça sem remédio, cidadelas de privilégio cercadas de miséria, uma réplica exata do mundo feudal, só que com monóxido de carbono. Nosso futuro é a aglomeração urbana e as sociedades se dividem entre as que se preparam – conscientemente ou não – para um mundo desigual e apertado e as que confiam que as cidadelas resistirão às hordas sem espaço. Os jornais ficaram mais estreitos para economizar papel, mas também porque diminui a área para a expansão dos cotovelos. Adeus advérbios de modo e frases longas, adeus frivolidades e divagações superficiais como esta. A tendência de tudo feito pelo homem é a diminuição – dos telefones e computadores portáteis aos assentos na classe econômica. O próprio ser humano trata de perder volume, não por razões estéticas ou de saúde, mas para poder caber no mundo. (Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)
  • 47. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 47 23. Tendo em vista o rápido crescimento populacional, o autor imagina, com seu humor peculiar, que o futuro da humanidade se caracterizará (A) pela dispersão das pessoas por áreas até agora pouco povoadas, abandonando os centros urbanos já congestionados. (B) pela inevitável redução do espaço físico de convívio, o que fará da diminuição de tudo uma necessidade geral. (C) por pesados investimentos nas áreas da ciência e da tecnologia, de modo a modernizar e agilizar os meios de comunicação. (D) por uma revolucionária distribuição de renda, sem a qual se renderão as ricas cidadelas às hordas das classes humilhadas. (E) pelo advento das megacidades, em que devem cumprir-se as alentadoras metas futuristas projetadas anos atrás. 24. Os seguintes segmentos estabelecem entre si uma estreita relação, em que um exemplifica e reforça o sentido do outro: (A) um lugar mal frequentado // o caráter dos chacais. (B) símbolos da felicidade // representações da injustiça. (C) caloria sintética para todos // aglomeração urbana. (D) projeções futuristas // cidadelas de privilégio. (E) um helicóptero em cada garagem // Os jornais ficaram mais estreitos 25. Deve-se entender que, no contexto, o segmento (A) Se fosse um planeta bem administrado expressa uma hipótese que quase certamente se confirmará. (B) um lugar mal frequentado projeta o mundo em que viveremos, caso não se tomem rápidas medidas contra as aglomerações. (C) símbolos da felicidade bem distribuída alude a projeções fantasiosas que obviamente não se cumpriram com o tempo. (D) as cidadelas resistirão às hordas sem espaço corresponde a uma projeção otimista do autor do texto. (E) Adeus advérbios de modo expressa o lamento de um escritor diante do atual desprestígio de um recurso essencial da língua. 26. Atente para as seguintes afirmações. I. A palavra megacidades é adequada para expressar a aglomeração urbana, tanto quanto cidadela é adequada para expressar o pequeno contingente de privilegiados. II. Referindo-se ao Nosso futuro, o autor antevê que a progressiva falta de espaço só agravará as presentes desigualdades sociais. III. Em adeus frivolidades e divagações superficiais como esta, o cronista mostra-se um crítico implacável do novo estilo a que os escritores deverão submeter-se. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, apenas.
  • 48. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 48 Prof. Maria Tereza Faria Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem e mesmo a prática do bem podem ser creditados ao Batman & Cia. tanto quanto ao medo do inferno, aos valores da família e aos ensinamentos da escola. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação pessoal e virtude. Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser retos e bons; eles queriam ser retos e bons – como os heróis. Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual transitavam os heróis. Eles eram o lado certo que combatia o lado errado. Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos de 1970 e 80 ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de rancor, como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk, ou exilados freudianos, como o belo Surfista Prateado, ou presas possíveis da vaidade, como o Homem-Aranha. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, tão estridentes quanto os arqui-inimigos maléficos. Não são simples, e retos, e fortes, e afinados com seus dons, como os heróis clássicos; são complexos, e dramáticos, e ambíguos, como ficou o mundo. (Fragmento de Ivan Angelo. Meninos e gibis. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.147-9) 27. Ao tratar da leitura de gibis, o autor contrapõe (A) a complexidade das histórias antigas, ainda que o bem sempre triunfasse, ao maniqueísmo dos quadrinhos recentes, em que o que sobressai é a pura maldade. (B) a bondade dos meninos de seu tempo à ausência da prática da virtude no mundo atual, em função da ausência de heróis em que se espelhar. (C) a virtude como aspiração pessoal, despertada pelo exemplo dos heróis, ao dever de praticar o bem, imposto pelas instituições sociais. (D) os heróis dos quadrinhos antigos, voltados para a prática do bem, aos personagens maléficos das histórias surgidas depois dos anos 1970 e 80. (E) o aprendizado que levava à prática do bem, proporcionado pelos quadrinhos, àquele sem nenhum efeito prático, propiciado pelas instituições sociais. 28. A conclusão expressa no último parágrafo do texto aponta para (A) a constatação da inexistência de heróis de qualquer tipo no mundo atual, tanto na ficção quanto na vida real. (B) o descompasso entre os heróis dos quadrinhos, mesmo os mais recentes, e aqueles que aparecem na televisão. (C) a impossibilidade de separação entre o bem e o mal, seja nas histórias em quadrinhos, seja na vida real. (D) os paralelos que podem ser estabelecidos entre os heróis de ontem e os de hoje, a despeito das diferenças que os separam. (E) a adequação entre a personalidade dos heróis e as características do tempo em que as histórias são criadas.
  • 49. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 49 O lixo é nosso Cena comum nas cidades: engolfado no trânsito, e também obstruindo-o, um homem, uma formiga, puxa com enorme esforço pedaços do caos. É o carroceiro. Paciência, motorista, com o pobre carroceiro. Cala a tua buzina irritada, que o homem que ali vai, puxando sua carga enorme e desequilibrada, trabalha para o nosso bem. Não é muito o que ele pode fazer, ele não é mais do que uma formiga na paisagem, um nada, mas faz sua parte mínima com a força e a teimosia das formigas. Leva restos que espalhamos pelos caminhos. Não o apresses, ele não consegue ir mais depressa. Não é ele que vai devagar, somos nós, o país. O atraso é nosso. O homem da carroça, o burro sem rabo, caro motorista, está ali por um conjunto de circunstâncias: para ele existir, tem de haver pobreza, tem de faltar trabalho, tem de sobrar lixo nas ruas, tem de faltar educação, respeito, cidadania, planejamento administrativo, consciência do bem comum. Considera que ele nas ruas é mais “verde” – mais limpo – do que nós: o carro dele não emite gases, não buzina, ele não é um consumidor de artigos descartáveis, não produz esse lixo, antes o leva para reciclagem. Vê que curiosa contradição: ele é uma pecinha na grande engrenagem do avanço, a reciclagem, enquanto nós, participantes da poderosa cadeia de consumo, modernos, temos um pé nos séculos passados, ligados à descuidada atitude que formou a sociedade atual – pegar, usar e largar. (Adaptado de Ivan Ângelo. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.167-9) 29. O carroceiro é mostrado no texto (A) com certo saudosismo, imaginando-se já o seu desaparecimento num futuro próximo, superado por funções mais modernas. (B) com algum desprezo, manifesto em sua associação a animais como a formiga e o burro. (C) com indiferença, podendo-se entrever o cuidado do autor para não deixar transparecer sua posição pessoal. (D) sem isenção, enaltecendo-se o seu trabalho de modo a que surja desvinculado da privação e da miséria. (E) sem condescendência, reconhecendo-se a importância de seu trabalho, ainda que limitado, e as agruras de sua existência. 30. A contradição a que se refere o autor no último parágrafo surge a partir de (A) uma ocultação: todas as características que remeteriam o carroceiro ao atraso são desconsideradas em favor do único elemento que permite associá-lo ao progresso. (B) um embaralhamento: avanço e atraso, geralmente vistos como opostos, passam a significar a mesma coisa, a ponto de ser o mais atrasado descrito como o mais moderno. (C) uma inversão: o que costuma ser associado ao atraso é visto como elemento progressista; o que se tem como mais moderno é relacionado ao mais retrógrado. (D) um equívoco: a suposição de que todos os motoristas sejam consumidores inveterados, despreocupados do meio ambiente e hostis à reciclagem. (E) uma constatação: a sociedade atual progrediu tão velozmente que não há mais lugar para elementos antiquados, mesmo os que têm uma função relativamente moderna.
  • 50. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 50 Prof. Maria Tereza Faria 31. Os segmentos que, no contexto da crônica, se aproximam pelo sentido estão em (A) Cena comum nas cidades, grande engrenagem do avanço e poderosa cadeia de consumo. (B) restos que espalhamos pelos caminhos, consumidor de artigos descartáveis e pegar, usar e largar. (C) Cala a tua buzina irritada, o carro dele não emite gases e grande engrenagem do avanço. (D) consciência do bem comum, consumidor de artigos descartáveis e trabalha para o nosso bem. (E) O atraso é nosso, descuidada atitude que formou a sociedade atual e consciência do bem comum. ARTIGOS Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas das nacionalidades envolvidas nas disputas da Copa do Mundo falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode parecer. Trata-se de um ritual cíclico de renovação de identidades nacionais expressas nos ornamentos e paramentos do que é funcionalmente uma nova religião no vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações simbólicas relacionadas com o futebol e seus significados têm tudo a ver com o modo como entre nós se difundiu a modernidade, nas peculiaridades de nossa história social. Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse esporte assumiu entre nós funções sociais extrafutebolísticas que se prolongam até nossos dias e respondem por sua imensa popularidade. A República, em que todos se tornaram juridicamente brancos, sucedeu a monarquia segmentada em senhores e escravos, brancos e negros, todos acomodados numa dessas duas identidades. A República criou o brasileiro genérico e abstrato. O advento do futebol entre nós coincidiu com a busca de identidades reais para preencher as incertezas dessa ficção jurídica. Clubes futebolísticos de nacionalidades, de empresas, de bairros, de opções subjetivas disfarçaram as diferenças sociais reais e profundas, sobrepuseram-se a elas e tornaram funcionais os conflitos próprios da nova realidade criada pela abolição da escravatura. No futebol há espaço para acomodações e inclusões, mesmo porque, sem a diversidade de clubes e sem a competição, o futebol não teria sentido. O receituário da modernidade inclui, justamente, esses detalhes de convivência com a diversidade e com a rotatividade dos que triunfam. Nela, a vida recomeça continuamente; depois da vitória é preciso lutar pela vitória seguinte. O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou a competição e a concorrência, elevou-as à condição de valores sociais e demonstrou as oportunidades de vitória de cada um no rodízio dos vitoriosos. Nele, a derrota nunca é definitiva nem permanente. Por esse meio, o que era mero requisito do funcionamento do mercado e da multiplicação do capital tornou-se expressamente um rito de difusão de seus princípios no modo de vida, na mentalidade e no cotidiano das pessoas comuns. É nesse sentido que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de antagonismos sociais administráveis. Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos, um antropólogo que estava fazendo pesquisa com os índios xerentes, de Goiás, surpreendeu-se ao ver que eles haviam adotado entusiasticamente o futebol. Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida em campo todo o tempo. Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio de uma sociedade tribal e comunitária. (Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo, Aliás, J7, 4 de julho de 2010)
  • 51. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 51 32. É correto perceber no texto que o autor (A) contesta a noção de que o futebol, com seu ritual próprio, possa ser considerado símbolo de uma única nação ou região geográfica. (B) assinala a interferência dos rituais religiosos numa atividade esportiva, que deveria se caracterizar por linguagem e normas específicas. (C) critica a interferência de interesses financeiros e de mercado que cercam o futebol, extrapolando seus objetivos originais, de esporte e lazer. (D) defende a ideia de que o futebol é democrático, ao permitir a ascensão social, independentemente de eventuais desigualdades. (E) aponta a transformação de um esporte, de início democrático, em elemento primordial de afirmação de valores pessoais e de nacionalidades distintas. 33. O exemplo dos índios xerentes coloca em evidência a (A) retomada da imagem de multidões de mascarados e maquiados que falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode parecer. (B) insistência na opinião já exposta de como entre nós se difundiu a modernidade, nas peculiaridades de nossa história social. (C) dúvida a respeito do que foi afirmado sobre o modo como rapidamente esse esporte assumiu entre nós funções sociais extrafutebolísticas. (D) importância, no Brasil, de um esporte cujas opções subjetivas disfarçaram as diferenças sociais reais e profundas. (E) justificativa da afirmação de que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de antagonismos sociais administráveis. 34. Dentre as funções sociais extrafutebolísticas apontadas no texto, só NÃO se encontra a (A) descoberta de identidades que surgiram com a difusão desse esporte entre nós. (B) valorização do capital financeiro, que possibilita maior número de conquistas vitoriosas. (C) democratização, por ter se transformado em uma atividade acessível a todos. (D) igualdade de tratamento e de oportunidades aos integrantes das diferentes classes sociais. (E) possibilidade de triunfo em diferentes situações e a qualquer momento, com base no esforço individual. 35. Algo próprio de uma sociedade tribal e comunitária. O comentário acima, que encerra o texto, deve ser corretamente entendido como (A) reconhecimento de um engano na avaliação da importância do futebol no mundo moderno, a partir do desrespeito às suas regras em algumas sociedades. (B) percepção de que nem sempre o esporte é corretamente praticado, especialmente em agrupamentos sociais afastados dos centros mais populosos. (C) conclusão coerente da constatação de que as regras do futebol reproduzem a competitividade e a concorrência que caracterizam as sociedades contemporâneas. (D) concordância com uma visão conservadora do futebol, como símbolo de comunidades mais desenvolvidas e organizadas socialmente. (E) opinião, de certo modo preconceituosa, de que sociedades marcadas por um certo primitivismo não conseguem assimilar normas de sociedades mais avançadas.
  • 52. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 52 Prof. Maria Tereza Faria Verdes, bonitas e de aparência inofensiva, as plantas também podem ser ecologicamente incorretas – as chamadas "invasoras", por exemplo, representam a segunda maior causa de destruição da biodiversidade do planeta, perdendo apenas para o desmatamento. Só para se ter parâmetro de sua agressividade, segundo os especialistas, elas são mais predadoras do que o aquecimento global. Trata-se de espécies exóticas trazidas de outros países que, plantadas em um novo habitat, passam a destruir a flora e a fauna nativas. Livres de "adversários", elas vão se alastrando até virarem praga. Mas quem poderia desconfiar de uma jaqueira, de uma amendoeira ou de um bambuzal? Plantas invasoras como essas estão agora chamando a atenção do governo federal e de secretarias do meio ambiente de todo o país. Crescem as constatações de que ameaçam a flora causando, juntamente com outros animais, um prejuízo anual superior a R$ 100 milhões. Para atacar o problema, o Ministério do Meio Ambiente está elaborando uma estratégia para combatê-las, que deve ser colocada em prática no próximo ano. Uma lista preliminar já tachou 542 seres vivos de "exóticos e invasores" no Brasil, e cerca de 100 deles são plantas. O Ministério também lançará um livro que reúna dados sobre espécies invasoras marinhas. Depois virão outros volumes, mostrando as vilãs dos rios, do meio terrestre, do sistema de produção agrícola e da saúde humana − isso se dá no momento em que diversos Estados também se ocupam do problema. Quando se comemorou o Dia da Mata Atlântica (27 de maio), a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio recebeu de pesquisadores um rol de 226 espécies invasoras da flora local. "Queremos que sirva como critério para barrar sua entrada e o seu plantio", diz a Superintendente de Biodiversidade da secretaria. Entre as principais ameaças identificadas está a jaqueira – que, ao contrário do que muitos julgam, não é um exemplar original. Trazida da Ásia durante a colonização, foi proliferando aos poucos e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e reservas do Rio, como a floresta da Tijuca. Segundo especialistas, o homem, desavisado do estrago que pode provocar no ambiente, acaba sendo responsável pela introdução de boa parte das espécies invasoras. Uma forma de disseminação é o uso dessas árvores exóticas no paisagismo urbano – tradição brasileira que começou com a corte portuguesa, foi alterada na década de 1920 por paisagistas como Burle Max (que preferiam as exóticas tropicais), mas que agora começa a ser revista. (Adaptado de Maíra Magro. Revista Istoé, 24 de junho de 2009, p. 100-101) 36. De acordo com o texto, a afirmativa correta é: (A) Autoridades do governo federal e dos governos estaduais buscam descobrir a origem de algumas espécies de plantas, para evitar seu plantio no país. (B) O desmatamento indiscriminado no Brasil atinge também espécies exóticas, que trazem beleza à paisagem de muitas cidades, como o Rio de Janeiro. (C) Espécies alienígenas, incorporadas à paisagem brasileira por sua beleza, estão se transformando em séria ameaça à flora nativa. (D) Plantas estrangeiras utilizadas no paisagismo urbano estão sendo proibidas por determinação do Ministério do Meio Ambiente. (E) Uma das causas para o aquecimento global está na disseminação descontrolada, no Brasil, de espécies da flora de outros países.
  • 53. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 53 A liberdade ameaçada Costumo dizer que a liberdade de imprensa, mais do que direito dos jornalistas e das empresas jornalísticas, é da sociedade. Só com a livre circulação de ideias e de informações uma nação pode evoluir e construir uma sociedade realmente justa e equilibrada. Foi para defender essas propostas e para informar a sociedade brasileira sobre seu direito inalienável de receber informação livre que criamos a nossa Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (RDLI). Há três grandes temas em debate: “O direito à informação x privacidade”, “O acesso à informação pública” e “As responsabilidades e os interesses dos jornalistas e das fontes”. Em relação à informação e à privacidade, houve consenso de que se trata de questão complexa e difícil. O direito da sociedade à informação e o direito das pessoas à privacidade são dois princípios constitucionais, fundamentais, mas muitas vezes conflitantes. Quanto ao tema do acesso à informação pública, a principal conclusão é a de que o Brasil precisa avançar muito. Infelizmente, alguns homens públicos ainda tratam a informação pública como se fosse propriedade do Estado, e não da sociedade a que devem servir. O livre acesso à informação pública é uma das principais características das democracias modernas. Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das fontes, referendamos a velha máxima: o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse próprio. Eles trabalham para a sociedade e, por isso, devem sempre preservar sua independência. (Nelson Pacheco Sirotsky. Folha de S. Paulo, 12/06/2005, p. 3) 37. Justifica-se o título do texto quando se considera, por exemplo, a preocupação do autor com o fato de que (A) as notícias de violência da sociedade brasileira costumam predominar em nossos jornais. (B) nossos jornalistas não defendem o interesse da classe, no exercício de sua função. (C) há políticos que se beneficiam das informações públicas em seus negócios particulares. (D) a informação de interesse público é por vezes considerada como se fosse uma propriedade do Estado. (E) o direito do público à informação não é um princípio fundamental garantido em nossa Constituição. 38. Considere as seguintes afirmações: I. A frase o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse próprio encarece o respeito que se deve ter à função pública da imprensa. II. A criação da RDLI deveu-se ao desejo de se garantir o direito das pessoas à privacidade. III. No Brasil, o acesso à informação de interesse público é um direito garantido e um fato consolidado. Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.
  • 54. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 54 Prof. Maria Tereza Faria 39. A questão complexa e difícil referida no terceiro parágrafo diz respeito ao conflito entre (A) os interesses do Estado e os interesses particulares. (B) um direito da coletividade e um direito do cidadão. (C) o direito à privacidade e o direito ao segredo de Estado. (D) os interesses dos jornalistas e os das empresas jornalísticas. (E) o direito ao ocultamento e a prática da revelação da fonte jornalística. 40. Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das fontes, referendamos a velha máxima (...) Não haverá prejuízo para a correção e para o sentido básico da frase acima caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por (A) em função dos - vinculamos (B) tendo por base os - reputamos (C) no caso dos - propomos (D) a partir dos - cogitamos (E) no tocante aos - aprovamos Da política ao espetáculo A rebeldia voltou. E nos lugares mais inesperados. O rastilho foi aceso em Túnis, seguiu para o Cairo e depois para Sanaa, Manama, Damasco − cidades onde ação política não é um direito. Onde as praças tiveram de ser ocupadas com o risco de prisão, tortura e morte. Mesmo assim, as manifestações só ficaram violentas porque as autoridades as atacaram. A centelha da revolta atravessou o Mediterrâneo e acendeu outras centenas de milhares de pessoas na Grécia e na Espanha, países subitamente forçados ao empobrecimento. Na África, no Levante, no Oriente Médio e na Europa, o que se quer é liberdade, trabalho e justiça. Nenhuma mobilização foi tão inesperada quanto a que explodiu, no mês passado, do outro lado do Atlântico Norte, numa das cidades mais ricas do mundo: Vancouver, no Canadá. Sua motivação foi frívola. Por 4 a 0, o time local de hóquei no gelo perdeu a final do campeonato. Não houve reivindicação social ou política: chateada, a gente saiu à rua e botou fogo em carros, quebrou vitrines, invadiu lojas. Fizeram tudo isso com a leveza da futilidade, posando para câmeras de celulares, autorregistrando-se em instantâneos ambivalentes de prazer e agressão. O impulso de se preservarem em fotos e filmes era tão premente quanto o de destruir. Alguns intelectuais poderiam explicar assim o fenômeno: se o espetáculo do jogo não satisfez, o do simulacro da revolta o compensará; o narcisismo frustrado vira exibicionismo compartilhado. Em meio ao quebra-quebra, um casal de namorados tentava fugir quando a moça foi atingida pelo escudo de um policial e caiu. O namorado deitou-se ao lado e, para acalmá-la, deu- lhe um beijo. Um fotógrafo viu apenas dois corpos que pareciam feridos no chão e, sem perceber direito o que fotografava, captou o beijo. Pronto: os jovens viraram celebridades. Namorando há apenas seis meses, o casal cancelou uma viagem à Califórnia para cumprir uma agenda extensa de entrevistas em Nova York. A sociedade do espetáculo não pode parar. (Adaptado da Revista Piauí, n. 58, julho 2001, p. 55)
  • 55. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 55 41. Ao tratar de diferentes manifestações de rebeldia no mundo, o autor considera que elas (A) têm em comum tão somente o fato de irromperem e se extinguirem com a mesma velocidade, em países de regime político fechado. (B) diferem quanto às suas motivações políticas particulares, mas traduzem a mesma insatisfação com a economia global. (C) são todas inesperadas, uma vez que os fatores que as desencadeiam surgem de forma misteriosa, sem qualquer razão objetiva. (D) variam quanto às reivindicações políticas ou econômicas, podendo ocorrer até mesmo por força de uma motivação banal. (E) buscam conferir um grande peso político a algumas insatisfações menores, geradas pelas razões mais injustificáveis. 42. Considerando-se o contexto, estas duas expressões se aproximam e reforçam reciprocamente uma mesma linha de argumentação, referindo-se ao mesmo fenômeno: (A) a leveza da futilidade e a centelha da revolta. (B) o rastilho foi aceso e não houve reivindicação social. (C) sua motivação foi frívola e a leveza da futilidade. (D) forçados ao empobrecimento e exibicionismo compartilhado. (E) ação política não é um direito e sua motivação foi frívola. 43. Atente para as seguintes afirmações. I. Deve-se entender por sociedade do espetáculo, de acordo com o texto, a caracterização dos movimentos de massa que pretendem explicitar publicamente sua insatisfação política. II. O exibicionismo e o narcisismo estão na raiz de manifestações dos grupos que também as promovem para se dar a conhecer nas imagens que eles mesmos produzem e cultuam. III. O vandalismo das manifestações políticas acaba por desqualificar as justas reivindicações que deram origem a um legítimo movimento social. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 44. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em (A) O rastilho foi aceso (1º parágrafo) / inflamou-se em seu efeito (B) A centelha da revolta (2º parágrafo) / a meta da insubordinação (C) instantâneos ambivalentes (4º parágrafo) / encenações rápidas (D) simulacro da revolta (4º parágrafo) / sacralização insatisfeita (E) narcisismo frustrado (4º parágrafo) / autoadmiração baldada
  • 56. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 56 Prof. Maria Tereza Faria 45. Ao registrar a cena dos namorados caídos no chão, o fotógrafo, (A) imaginando-os vítimas, involuntariamente os promoveu a celebridades. (B) sabendo-os feridos, quis compensá-los com a notoriedade de um flagrante oportuno. (C) tomando-os por revoltosos, quis demonstrar que havia amor entre os manifestantes. (D) dando-os como mortos, quis perpetuar o beijo em que se imobilizaram. (E) não atinando bem com o que via, quis documentar o que imaginou mero exibicionismo. 1. Não há dúvida de que o preconceito contra a mulher é forte no Brasil e que cabe ao poder público tomar medidas para reduzi-lo. Pergunto-me, porém, se faz sentido esperar uma situação de total isonomia entre os gêneros, como parecem querer os discursos dos políticos. Nos anos 60 e 70, acreditava-se que as diferenças de comportamento 5.entre os sexos eram fruto de educação ou de discriminação. Quando isso fosse resolvido, surgiria o equilíbrio. Não foi, porém, o que ocorreu, como mostra Susan Pinker, em "The Sexual Paradox". Para ela, não se pode mais negar que há diferenças biológicas entre machos e fêmeas. Elas se materializam estatisticamente (e não deterministicamente) em gostos e 10.aptidões e, portanto, na opção por profissões e regimes de trabalho. Embora não tenham sido detectadas, por exemplo, diferenças cognitivas que as tornem piores em ciências e matemática, mulheres, quando podem, preferem abraçar profissões que lidem com pessoas (em oposição a objetos e sistemas). Hoje, nos Estados Unidos, elas dominam a medicina e permanecem 15.minoritárias na engenharia. Em países hiperdesenvolvidos, como Suécia e Dinamarca, onde elas gozam de maior liberdade de escolha, a proporção de engenheiras é menor do que na Turquia ou na Bulgária, nações em que elas às vezes são obrigadas a exercer ofícios que não os de seus sonhos. Só quem chegou perto do 50-50 foi 20.a URSS, e isso porque ali eram as profissões que escolhiam as pessoas, e não o contrário. Mulheres também não se prendem tanto à carreira. Trocam um posto de comando para ficar mais tempo com a família. Assim sacrificam trajetórias promissoras em favor de horários flexíveis. É esse desejo, mais que a 25.discriminação, que explica a persistente diferença salarial entre os gêneros em nações desenvolvidas. Para Pinker, as mulheres seriam mais felizes se reconhecessem as diferenças biológicas e não perseguissem tanto uma isonomia impossível. (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, A2 opinião, 10 de março de 2012) 46. Fica evidente no texto que o autor (A) discorda de Susan Pinker, ao considerar que, não só em países subdesenvolvidos como também nos mais ricos, persistem as diferenças salariais entre homens e mulheres. (B) considera as diferenças biológicas entre homens e mulheres como razão suficiente que explica a inabilidade feminina para os estudos científicos e os cálculos matemáticos. (C) aceita as afirmativas de Susan Pinker de que diferenças biológicas dificultam o equilíbrio entre os sexos em relação à escolha das profissões e dos regimes de trabalho. (D) demonstra a necessidade de atuação dos governos de todo o mundo no sentido de propiciar a igualdade de gêneros quanto à escolha e ao exercício das profissões. (E) defende a busca do equilíbrio entre homens e mulheres na escolha das diferentes profissões, necessário para um desenvolvimento equitativo de todas as nações.
  • 57. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 57 47. No 4º parágrafo, evidencia-se (A) indicação das razões, muitas vezes de cunho político, que explicam a presença de menor número de mulheres em determinadas profissões. (B) proposta de possíveis mudanças quanto à opção feminina por determinadas profissões em alguns dos países mais desenvolvidos. (C) preferência por certas atividades determinada por fatores educacionais, que acabam diferenciando o desempenho, seja o de homens, seja o de mulheres. (D) direcionamento das mulheres para algumas carreiras em países onde não há liberdade pessoal para escolher a atividade profissional desejada. (E) ressalva à hipótese inicial de que se mantém o preconceito contra mulheres no mercado de trabalho em diferentes países. Economia religiosa 1. Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a 5.rezar o pai-nosso em sua aula. É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam 10.desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc. A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também 15.nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta. Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito 20.sentido gastar recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina. Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia representar 25.ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio. (Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012) 48. No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor mantém-se (A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter facultativo da implementação desse ensino. (B) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para que se proíba o Estado de legislar sobre quaisquer matérias religiosas. (C) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública estão razões de ordem jurídica e econômica. (D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as pessoas de decidir sobre essa matéria. (E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele já vem sendo ministrado por muitas entidades.
  • 58. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 58 Prof. Maria Tereza Faria 49. Atente para estas afirmações. I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla condição pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB. II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo o autor, pela criação de redes de comunicação voltadas para esse fim. III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem prioridade para a implementação do ensino religioso na escola pública. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) III, apenas. 50. Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que (A) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria como contratar. (B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo radicalismo de Dom Tarcísio Scaramussa. (C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo do que ocorre na cidade de São Paulo. (D) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem as ciências exatas. (E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado na implementação do ensino religioso. 51. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente um segmento em (A) A declaração do prelado vem como crítica (l. 3) / o pronunciamento do dignitário eclesiástico surge como censura (B) Admitamos, para efeitos de argumentação (l. 8-9) / Consignemos, a fim de especulação (C) sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (l. 9-10) / venham prematuramente a expor-se no ensino clerical (D) onipresentes em rádios (l. 14) / discriminadas por emissoras de rádio (E) não poderia representar ônus (l. 24-25) / implicaria que se acarretasse prejuízo
  • 59. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Prof. Maria Tereza Faria Página 59 NOTÍCIAS Palavra indígena A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de angojhá) e windows (oventã). Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há quatro anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embratel), Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz. Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena. A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles está expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário. — Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. “A gente não está querendo chamar computador de “computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú irú rive, “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos, que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) — conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI. Disponível em: http://www.revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010. 52. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos termos que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original como mouse, windows, download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da informática à língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela (A)a preservação da identidade, demonstrada pela conservação do idioma, mesmo com a utilização de novas tecnologias características da cultura de outros grupos sociais. (B)a possibilidade que o índio Potty vislumbrou em relação à comunicação que a web pode trazer a seu povo e à facilidade no envio de documentos e na conversação em tempo real. (C)o uso da internet para preparação e envio de documentos, bem como a contribuição para as atividades relacionadas aos trabalhos da cultura índigena. (D)adesão ao projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), que, em parceria com a ONG Rede Povos da Floresta, possibilitou o acesso à web, mesmo em ambiente inóspito. (E) a apropriação da nova tecnologia de forma gradual, evidente quando os guaranis incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida com a possibilidade de acesso à internet. E se uma droga derivada do alcaçuz fosse capaz de salvar as nossas recordações? Segundo um estudo da Universidade de Edimburgo (Escócia), a carbenoxolona melhora as capacidades mentais dos idosos, incluindo a memória, que vai se deteriorando com o passar dos anos. Essa substância − na realidade, um agente derivado da raiz do alcaçuz − poderá ser útil para combater o mal de Alzheimer e talvez também para melhorar nossa performance nos exames.
  • 60. Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil Página 60 Prof. Maria Tereza Faria “As memórias são um ‘fato’ químico”, confirma Nancy Ip, diretora de Instituto de Pesquisa em Hong Kong: “Recentemente, nós identificamos a proteína que contribui para a sobrevivência e para o desenvolvimento das células nervosas e que poderia oferecer recursos para criar medicamentos contra doenças que afetam a memória”. Enquanto se espera que os estudos possam conduzir a resultados mais concretos, o que podemos fazer para melhorar a nossa capacidade mental? A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis. Ela não é monolítica, mas constituída de diversas atividades e funções. Uma importante distinção a ser feita é entre a memória de curto e a de longo prazo. A primeira, que é encarregada de reter as informações por pouco tempo, localiza-se no lobo parietal inferior e no lobo frontal do cérebro, enquanto a memória de longo prazo é ligada ao hipocampo e às áreas vizinhas. De acordo com Alan Baddelay, da universidade inglesa de York, a memória de curto prazo tem espaço limitado, podendo reter de cinco a nove unidades de informação: palavras, datas, números. Já a memória de longo prazo é ilimitada. O problema é arquivar a informação na memória de longo prazo, para recordar quando necessário. Como? “Quanto mais a pessoa souber, mais fácil será recordar”, diz Baddelay. Em suma, a memória não é um recipiente que é totalmente preenchido: ao contrário, ela sempre possibilita o ingresso de novas informações. Quem usa uma linguagem rica e articulada recorda-se melhor. Da mesma forma, quem sabe vários idiomas tem mais facilidade para aprender um novo. (Adaptado de Fabíola Musarra, “Memória: segredos para explorar todo o seu poder”. In. Planeta: conheça o mundo, descubra você.) 53. Considerado o primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar: (A) A frase inicial levanta hipótese que, embora expressando um desejo humano, se revela fantasiosa, pois não tem apoio algum na realidade atual. (B) A carbenoxolona é a nova droga que garantirá imunidade contra o mal de Alzheimer. (C) A capacidade mental mais afetada com o passar dos anos é a memória, conforme estudo realizado com idosos em universidade escocesa. (D) Pessoas que não apresentam bom desempenho em exames podem ser potenciais portadores de doenças como o mal de Alzheimer. (E) Na base da memória está um mecanismo químico que a ciência começa a conhecer. 54. No segundo parágrafo do texto, a autora, (A) ao definir o que é a memória, expressa seu desacordo com o entendimento de Nancy Ip sobre essa capacidade mental. (B) ao afirmar que a memória não é monolítica, quer dizer que a memória não se compõe de um único elemento. (C) ao mencionar a importante distinção, refere-se a uma diferença que os pesquisadores citados têm deixado de lado em seus trabalhos. (D) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, revela que a primeira é a que a maioria das pessoas apresenta, e a segunda, só cérebros privilegiados. (E) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, mostra que a segunda é a menos conhecida pelos pesquisadores.