1. Congresso Internacional
Marx em Maio
Grupo de Estudos Marxistas
Faculdade de Letras
Universidade de Lisboa
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio de 2012
2. Keynes e Marx
Esboço de análise
comparativa
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio de 2012
3. Agenda Proposta
O contexto
O que dizem os outros
A medotologia utilizada pelos dois autores
As bases fundamentais de partida
Os tipos de problemas propostos
Análise e soluções
Pontos de alguma eventual convergência
Pontos de inevitável (e radical) divergência
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
4. De Keynes e Marx
O CONTEXTO
A CRISE que vem de longe
●
●
A estagflação
A cosmética do recurso ao crédito
As duas questões fundamentais
(de um ponto de vista da crítica marxista...)
●
●
O significado teórico de Keynes
A relevância para a resolução da CRISE
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
5. De Keynes e Marx
O que dizem os outros
«Academic theory, by a path of its own, has arrived at a position which has considerable
resemblance to Marx's system. In both unemployment plays an essential part. In both
capitalism is seen as carrying within itself the seed of its own decay. On the negative side,
as opposed to the orthodox equilibrium theory, the systems of Keynes and Marx stand
together, and there is now for the first time, enough common ground between Marx and
Keynes to make discussion possible»
«A teoria académica, seguindo um seu próprio percurso, chegou a
um ponto que tem consideravel semelhança com o sistema de Marx.
Em ambos o desemprego desempenha um papel essencial. Em
ambos o capitalismo é visto como contendo em si a semente da sua
própria decadência. Pela negativa, em oposição à teoria ortodoxa do
equilíbrio, os sistemas de Keynes e de Marx estão lado a lado, e há
agora pela primeira vez, bases suficientes em comum entre Marx e
Keynes para tornar a discussão possível».
Joan Robinson
- citada por Pilling (1986), Feiwell (1989) e Wheen (2006)
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
6. De Keynes e Marx
O que dizem os outros
Identificação da tendência natural para a CRISE
A refutação da lei dos mercados de Say
A crítica de Marshall e Pigou
A suposta refutação das alegadas bases
«ricardianas» de Marx
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
7. De Keynes e Marx
Um primeiro Comentário
Exercícios de
«engenharia social» comparada
Muito poucas referências
às respectivas bases analíticas
A medotologia utilizada pelos autores
As bases fundamentais de partida
Os tipos de problemas propostos
Análise e soluções
Pontos de eventual convergência
Pontos de inevitável divergência
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
8. A medotologia utilizada pelos autores
Holismo Metodológico
ou análise do sistema A PARTIR da sua TOTALIDADE
Mas atenção...
DIALÉCTICA
Versus
«Estática Comparativa»
Bases fundamentais de partida
Os tipos de problemas propostos
Análise e soluções
Pontos de eventual convergência
Pontos de inevitável divergência
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
9. As bases fundamentais de partida
Filosofia hegeliana da História
Crítica da Economia Política
versus
Abordagem empírica e/ou fenomenológica
«Principles of Economics» de Marshall
Os tipos de problemas propostos
Análise e soluções
Pontos de eventual convergência
Pontos de inevitável divergência
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
10. Os tipos de problemas propostos
Análise e soluções
Compreensão da dinâmica de acumulação
e lógica intrínseca do respectivo processo
–
–
O cientista e filósofo da acção
Da compreensão para a Revolução
Resolução de um problema social e económico
– O político ou «engenheiro social»
– O problema da estagnação
– A reforma para evitar «males piores»
Pontos de eventual convergência
Pontos de inevitável divergência
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
11. Pontos de alguma eventual convergência
Keynes – O «engenheiro do Império Romano»
●
●
A supervisão da Economia pelo Estado
Eventuais condições para uma transição
«soft» para o Socialismo ?...
Marx – O «Newton» da análise social
●
O «controle do passado pelo presente»
O reconhecimento da existência de classes
O caracter histórico da ciência económica
Pontos de inevitável divergência
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
12. De uma aparente convergência à inevitável divergência
A Queda Tendencial da Taxa de Lucro
R=e/K+1
«Producing, as opposed, to realizing surplus value»
Da «metafísica» ao modo de pensar dialéctico
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
13. De uma aparente convergência à inevitável divergência
A Queda Tendencial da Taxa de Lucro em termos Keynesianos – I
«But worse still. Not only is the marginal propensity to consume weaker in a
wealthy community, but, owing to its accumulation of capital being already
larger, the opportunities for further investment are less attractive unless
the rate of interest falls at a sufficiently rapid rate;»
«Mas pior ainda. Não só a propensão marginal para o consumo
é mais fraca numa comunidade rica, mas, devido ao facto de a
sua acumulação de capital ser já maior,,as oportunidades de
maior,
mais investimento são menos atraentes a menos que a taxa de
juro desça a um ritmo suficientemente rápido;»
Pagina 31 do «The General Theory»
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
14. De uma aparente convergência à inevitável divergência
A Queda Tendencial da Taxa de Lucro em termos Keynesianos – II
«Now it is obvious that the actual rate of current investment will be pushed to the point
where there is no longer any class of capital-asset of which the marginal efficiency
exceeds the current rate of interest. In other words, the rate of investment will be pushed
to the point on the investment demand-schedule where the marginal efficiency of capital
in general is equal to the market rate of interest.»
«Torna-se então óbvio que a actual taxa de investimento será
aumentada até ao ponto em que já não haja qualquer espécie de
activos cuja eficiência marginal exceda a actual taxa de juro. Por
outras palavras, a taxa de investimento será aumentada até ao
ponto na curva de procura de investimento em que a eficiência
marginal do capital em geral é igual à taxa de juro no mercado»
Capítulo 11 do «The General Theory»
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
15. De uma aparente convergência à inevitável divergência
A Queda Tendencial da Taxa de Lucro em termos Smithianos ...
«The stock accumulated in them comes in time to be so great, that it can no longer be
employed with the ancient profit in that species of industry which is peculiar to them.
That industry has its limits like every other; and the increase of stock, by increasing
the competition, necessarily reduces the profit. (The Wealth of Nations: 144-5).»
«Com o tempo, o estoque acumulado de capital torna-se então
tão grande que deixa de poder ser aplicado com o lucro antigo
nessa espécie de indústria que lhe é peculiar. Essa indústria tem
os seus limites com todas as outras; e o aumento do estoque, ao
aumentar a concorrência, necessariamente reduz o lucro.
(«A Riqueza das Nações»: 144-5)»
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
16. De uma aparente convergência à inevitável divergência
O caracter «metafísico»
da teoria laboral do valor
A teoria do valor e as explicações para a
Queda Tendencial da Taxa de Lucro
As contradições do sistema
e a dialéctica da sua evolução
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
17. Da «metafísica», da dialéctica e do devir histórico
1. Tese do Subconsumo
Estagnacionismo de herança Malthusiana
2. Para Keynes o capitalismo era o tempo da
Maturidade da sociedade humana
1. Tese da Sobreprodução
2. Para Marx aquela «maturidade» seria antes um ponto de
«transição de fase» onde se agudizam as contradições do
processo histórico de acumulação e do respectivo incentivo
Ou
De volta à dialética versus a estática comparativa
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
18. Pontos de inevitável divergência
Ponto de partida para a investigação
Marx – O filósofo hegeliano que procura «mudar o mundo»
O Capital – estudo da natureza e dinâmica do
sistema capitalista
Keynes – O funcionário público e economista pragmático
A Teoria Geral – análise dos determinantes do
volume da produção e do emprego
O posicionamento de Classe
Marx – O estudioso do lado da «nova classe» emergente
Keynes – O político diletante do lado da «burguesia esclarecida»
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
19. De Keynes até Marx
algumas observações finais
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Keynes não era – de todo – um «especialista em Marx»
O erro (crasso...) de Keynes relativamente a Marx
● as alegadas «bases ricardianas»
Keynes baseia a sua análise na observação da
psicologia humana individual (de cada agente
económico) e incorre nos «perigos analíticos» do
individualismo metodológico
Marx baseia a sua análise no caracter observado das
«regras do jogo» (exteriores à psicologia de cada
agente económico) e nesse sentido é um holista
metodológico puro
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
20. Algumas observações finais
Enquanto vão continuando a ignorar as ideias
fundamentais de Marx (a teoria do valor);
Reconhecendo a inadequação do paradigma
neoclássico (a teoria) para explicar a crise;
Reconhecendo a inadequação das soluções
apresentadas pelo neoliberalismo (a política
económica),
Os Keynesianos (à maneira dos engenheiros pré-newtonianos...)
parecem, pelo menos, procurar «aprender fazendo»...
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012
21. Algumas observações finais
a pensar em Imre Lakatos
A teoria Keynesiana acaba por ser uma
«manta de retalhos» – a cintura protectora em torno de um «núcleo duro» de base
psicológica
O regresso ao «Naturalismo»...
Engels e a Dialéctica da Natureza...
Guilherme da Fonseca-Statter
Maio 2012