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Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-8 65
SURDEZ OCUPACIONAL
Artigo de Revisão
Avaliação da surdez ocupacional
A.A. SILVA, E.A. DA COSTA
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas – UNICAMP, Campinas, SP.
UNITERMOS: Surdez ocupacional — diagnóstico.
KEY WORDS: Noise induced hearing loss — diagnoses.
INTRODUÇÃO
O ruído intenso pode lesar a cóclea1
. Quando o
indivíduo é exposto a um ruído abrupto e intenso
(como estampidos e explosões) temos a ocorrência
do trauma acústico. Nesses casos, podem-se obser-
var rupturas e desgarramentos timpânicos, he-
morragias na orelha interna e mesmo desgarra-
mento das células do órgão de Corti. Já no caso de
exposição a ruídos não tão intensos, mas por tempo
prolongado, como nas fábricas, temos a instalação
das perdas auditivas induzidas por ruído (PAIR).
Estas são caracterizadas por alterações metabóli-
cas nas células de Corti, que resultam em déficit
auditivo, zumbidos e mesmo tonturas, dada a pro-
ximidade da cóclea e órgão vestibular. Existe uma
situação pré-lesional em relação ao ruído quando,
por não ser intenso e/ou não prolongado, provoca
perda temporária da audição, com recuperação
após repouso sonoro (TTS).
Hoje, enfrentamos, no consultório e nas empre-
sas, a difícil situação de diagnosticar a perda audi-
tiva relacionada com o ruído ambiental e de propor
medidas corretivas, por diversas razões: primeiro,
porque dependemos de um exame subjetivo que
implica em cooperação do trabalhador; segundo,
porque interfere em problemas econômicos e so-
ciais profundos. Durante anos, houve negligência
operacional com o problema do ruído industrial. Ao
lado do sucateamento do parque industrial, que
resultou em máquinas obsoletas e ruidosas, os
trabalhadores, por longo tempo, não receberam
proteção auditiva individual e coletiva. Tampouco
foram executados exames audiométricos nesse pe-
ríodo, o que resultou em ausência de história audi-
tiva para cada indivíduo. Freqüentemente, recebe-
mos pacientes que, após dez, quinze ou vinte anos
de exposição a ruídos, estão fazendo a sua primeira
audiometria.
A avaliação pericial da surdez ocupacional é
tarefa multidisciplinar, que envolve o médico e a
fonoaudióloga no estudo do paciente, e profissio-
nais da segurança e medicina do trabalho no estudo
das condições do ambiente.
Com a nova legislação, posta recentemente em
vigor, reativou-se a discussão sobre a PAIR2
. Defini-
da como perda auditiva neurossensorial bilateral,
geralmente simétrica, manifesta-se inicialmente
nos agudos, na faixa dos 3.000 aos 6.000Hz. Atinge
perdas de até 40dB nas freqüências baixas e 75dB
nas altas. Apresenta-se, geralmente, após três
anos de exposição aos ruídos e mostra tendência de
estabilização nas altas freqüências após 15 anos de
evolução. Apesar de suas limitações, essas novas
normas apresentam expressivos avanços na abor-
dagem da doença, em benefício do trabalhador
exposto a agentes oto-agressivos.
Com isto aumentaram, também, as exigências
do cumprimento dessas normas, por parte da soci-
edade, através de reclamações trabalhistas e maior
fiscalização por parte do Ministério do Trabalho e
da Vigilância Sanitária.
Em conseqüência, as empresas reativaram seus
Programas de Conservação da Audição, cada qual à
sua maneira. Assim, aumentou consideravelmente a
demanda, não só de triagens audiométricas, mas
também de avaliações audiológicas por especialistas.
Adotando a caracterização de Arslan & Merluz-
zi3
, as triagens audiométricas são enquadradas no
atendimento de “primeiro nível”. São audiometrias
tonais realizadas nas empresas ou em consultórios
privados, geralmente só por via aérea, para aten-
der os mínimos requisitos legais: audiometria
admissional, periódica, demissional, de mudança
de função e de retorno ao trabalho2
. Eventualmen-
te, esses exames são acrescidos de uma audiome-
tria por via óssea e logoaudiometria. Os relatórios
são esquematizados e as informações são mera-
mente descritivas. Não têm preocupações diagnós-
ticas. As maiores atribuições ficam por conta do
médico coordenador do programa da empresa e ele
decide que destino dar a cada caso.
Em situações especiais, em que ocorrem altera-
ções audiométricas significativas, os casos necessi-
tam de um atendimento mais abrangente, com
exames mais completos, visando melhor esclareci-
mento diagnóstico e orientação de condutas. São os
Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-866
SILVA, AA et al.
casos de piora em exames seqüenciais, casos de
perdas auditivas sem características ocupacionais,
casos de PAIR mais avançada, casos de diagnóstico
duvidoso, casos de exames de triagem não consis-
tentes e outros. Nesses casos, os pacientes são
encaminhados para o atendimento em “segundo
nível”, quando são realizados estudos audiomé-
tricos mais profundos e, se necessário, o trabalha-
dor é encaminhado a um “terceiro nível” de investi-
gação diagnóstica, quando é submetido a avaliações
radiológicas, laboratoriais e eletrofisiológicas.
O propósito deste artigo é apresentar nossa ex-
periência inicial, após 18 meses de atendimento em
“segundo nível”, no Ambulatório de Otorrinolarin-
gologia Ocupacional do Departamento de Otorrino-
laringologia e Oftalmologia da Faculdade de Ciên-
cias Médicas da Universidade Estadual de Campi-
nas (SP) (FCM/UNICAMP). Resumindo, nossa ativida-
de busca a padronização da abordagem de investi-
gação, privilegiando o diagnóstico clínico e estu-
dando formas de classificação ou quantificação da
perda auditiva. Também é objetivo a elaboração
de relatórios médicos especializados, com orienta-
ções ao trabalhador, ao médico e à justiça, quando
necessário.
AVALIAÇÕES AUDIOLÓGICAS OCUPACIONAIS
(SEGUNDO NÍVEL)
Em nosso ambulatório, os pacientes são sempre
encaminhados por outros serviços, demandando,
no mais das vezes, um “relatório médico especi-
alizado” sobre sua perda auditiva, para instruir
processos administrativos ou judiciais. Em sua
maioria, provêm da própria Universidade (Medici-
na do Trabalho, Medicina Legal, Otorrinolaringo-
logia Geral, Centro de Saúde da Comunidade da
UNICAMP). Em menor número, chegam encaminha-
dos pelos Programas de Saúde do Trabalhador, de
Prefeituras da região, por vezes pelos sindicatos e
outras fontes.
Os pacientes são, inicialmente, submetidos a
uma anamnese ocupacional (anexo 1), na qual,
além de seus dados pessoais de identificação, são
anotadas suas queixas (auditivas e gerais), seus
antecedentes mórbidos, traumáticos, familiares e
ocupacionais (atual e anteriores, com detalhamen-
to sobre o tipo de ocupação, características do ruí-
do, exposição e outros agentes oto-agressivos, usos
de protetores etc.).
A seguir, são eles submetidos a um exame otorri-
nolaringológico básico e depois ao exame audiomé-
trico. Esses testes são administrados por fonoau-
diólogas experimentadas em audiologia ocupacio-
nal, com equipamentos calibrados, em cabina au-
diométrica e ambiente acusticamente tratado. Os
pacientes se identificam com documentos com foto-
grafia e se apresentam com 14 horas de repouso
auditivo, no mínimo.
Nossa bateria de testes, de rotina, consiste de
audiometria tonal, via aérea e óssea, sem e com
mascaramento; logoaudiometria, com escores de
reconhecimento de palavras e determinação dos
limiares de recepção da fala (SRT); imitanciometria,
com timpanogramas, complacência estática e refle-
xos estapédios. Discute-se com razoável proprieda-
de a suficiência da audiometria tonal como exame
sinalizador da PAIR. Apesar de eficaz na identifica-
ção da PAIR, necessita de complementação na quan-
tificação do prejuízo funcional do paciente. Testes
supraliminares da discriminação vocal (com e sem
ruído de fundo), aparentemente, constituem ele-
mentos mais fidedignos para avaliar o desempenho
auditivo.
Eventualmente, para maiores esclarecimentos,
utilizam-se outras provas suplementares. Fre-
qüentemente, alguns pacientes são agendados
para repetir os testes em outra data, sempre após
duas semanas, por terem apresentado respostas
inconsistentes no primeiro exame. Alguns casos
requerem múltiplas repetições, até que se conside-
rem fidedignas suas respostas.
No estudo da PAIR, devemos diferenciar a avali-
ação do paciente com audiograma único daquele
com audiogramas seqüenciais. O caso do audiogra-
ma único deve ser visto na extensão de sua gravida-
de, considerando os fatores como as perdas nos
graves (comprometimento em 2.000Hz ou menos),
perdas auditivas precoces (período de exposição
inferior a dez anos com déficit em 3.000Hz), déficit
acentuado unilateral ou bilateral e rebaixamento
dos escores de reconhecimento de palavras (índices
abaixo de 88%) como fatores agravantes. Já, na
situação de audiogramas seqüenciais temos uma
idéia temporal da evolução da perda auditiva. Con-
sideramos, nesse caso, que um aumento de 10dB no
déficit auditivo (nas médias dos limiares nas fre-
qüências de 500, 1.000 e 2.000Hz ou 3.000, 4.000 e
6.000Hz) ou de 15dB em única freqüência, como
fator de risco, sempre comparando-se com a pri-
meira audiometria disponível.
Finalmente, com os exames objetiva-se:
— confirmar a existência (ou não) de uma perda
auditiva. É grande a freqüência de simuladores e
de audiogramas externos com artefatos e inconsis-
tências;
— decidir se a perda auditiva tem característi-
cas de PAIR, ou se ela provém de outras causas.
Nestes casos, se existe também uma concausa
ocupacional;
Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-8 67
SURDEZ OCUPACIONAL
— recomendar o encaminhamento ao “terceiro
nivel” ou a outros ambulatórios, quando se fizerem
necessários maiores esclarecimentos diagnósticos;
— elaborar o “relatório médico especializado”
para os devidos fins.
Após serem os exames considerados suficientes,
cada caso é discutido, em reunião clínica (médicos
e fonoaudiólogas), e só então é elaborado o relatório.
O “Relatório Médico Especializado” consiste de
uma identificação do paciente, dados sumários das
queixas presentes e passadas, dos antecedentes
gerais, traumáticos, familiares e ocupacionais, dos
exames físico e audiométrico, tudo isto de maneira
estritamente descritiva. A seguir, à guisa de con-
clusão, emitem-se juízos de valor sobre o caso em
questão em reunião e sugerem-se condutas, com
recomendações, que poderão ser úteis aos solici-
tantes da avaliação.
O uso de tabelas de classificação da PAIR (Mer-
luzzi et al., Costa et al.) tem maior utilidade no
estudo epidemiológico para avaliar incidência e
gravidade do que nas avaliações individuais.
Mesmo com o relatório já impresso e assinado,
em condições de atender as solicitações das fontes,
alguns casos merecem prosseguir as investigações
diagnósticas e receber orientação terapêutica.
Nessas situações, os pacientes são agendados para
passar para o “terceiro nível”.
ATENDIMENTO DE TERCEIRO NÍVEL
Em nosso serviço, o “terceiro nível” desenvolve-
se dentro do ambulatório de “Audiologia Clínica”.
São encaminhados para esse nível os pacientes
portadores de problemas auditivos que os atendi-
mentos de primeiro e segundo níveis não forem
capazes de resolver. São poucos os casos de PAIR,
pois a grande maioria deles é resolvida no “segundo
nível”. Trata-se, quase sempre, de perdas auditi-
vas incaracterísticas, de causas não esclarecidas e
que necessitam de investigação suplementar. En-
volvem práticas incomuns nos consultórios de espe-
cialistas, mais apropriadas para serviços hospitala-
res ou universitários, como baterias de exames de
laboratório, exames radiológicos e eletrofisiológi-
cos. Com esses meios adicionais, tenta-se chegar a
um diagnóstico causal e passar uma orientação tera-
pêutica e aconselhamento profissional.
DISCUSSÃO
Com essa sistemática de procedimento em três
níveis, pretende-se distribuir as fases de atendi-
mento de trabalhadores expostos a agentes oto-
agressivos de maneira abrangente, mas ao mesmo
tempo racional, na alocação de recursos.
Nos exames de “primeiro nível”, as triagens
prestam-se perfeitamente, e a baixo custo, a aten-
der as necessidades básicas previstas em lei. Na
maior parte das situações, uma audiometria tonal
por via aérea, realizada por profissional habilita-
do, em ambiente silencioso, com equipamento cali-
brado e uma sumária anamnese ocupacional, são
suficientes para triar os casos de audição normal
ou com perdas auditivas de pequena monta, que
dispensam maiores investigações. Fornecem dados
suficientes para o médico coordenador do progra-
ma da empresa atuar competentemente em seus
programas preventivos.
Nos exames de “segundo nível”, as avaliações
otológicas atendem trabalhadores com perdas au-
ditivas importantes, não pela sua intensidade, mas
por suas implicações e suas complexidades. Os
casos mais característicos não costumam ser enca-
minhados, pois são resolvidos na própria empresa
ou na perícia médica da Previdência Social. Os
casos encaminhados envolvem, geralmente, con-
trovérsias e polêmicas em suas avaliações e inter-
pretações. São exames mais difíceis. São freqüen-
tes os simuladores e os portadores de outras doen-
ças, cujas causas eles pretendem ardentemente
associar com a atuação laboral. As anamneses são
difíceis, pois os pacientes tendem, naturalmente, a
dirigir as informações para o rumo de suas expecta-
tivas. Inúmeras vezes as audiometrias são repeti-
das duas, três ou mais vezes, até se obterem resul-
tados consistentes, compatíveis com os demais
achados, capazes de instruir um relatório confiável.
Os exames de “terceiro nível” são agendados
quando os pacientes, já de posse de seus relatórios,
concordam em prosseguir a investigação diagnós-
tica e no tratamento. Trata-se de uma fase de suma
importância, pois, muito embora o interesse imedi-
ato do paciente seja pelo relatório, ele não deveria
ser liberado de um ambulatório universitário, de
especialidade, sem um possível diagnóstico causal
e, pior ainda, portador de uma doença progressiva,
que lhe possa criar problemas futuros, sem ter
merecido a mais completa atenção.
No atendimento de “segundo nível”, consegui-
mos definir a enfermidade em praticamente 70%
dos casos, a maioria com PAIR. Os pacientes com
diagnósticos ainda não determinados são encami-
nhados para investigações complementares no
ambulatório de “terceiro nível”. Nessa população,
após completa avaliação, encontramos, freqüente-
mente, casos de seqüelas de otite média crônica,
distúrbios metabólicos, vasculares, degenerativos
e seqüelas de acidentes traumáticos cerebrais/
otológicos. Também observamos poucos casos de
Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-868
SILVA, AA et al.
otoesclerose. A abordagem terapêutica implica tra-
tamento clínico, cirúrgico e até mesmo a adaptação
de aparelho de amplificação sonora individual e
treinamento auditivo.
CONCLUSÃO
A avaliação da surdez ocupacional compreende
três momentos:
1o
) Avaliação de “primeiro nível” — são os testes
de triagem audiométrica realizados em empresas
ou consultórios. Os resultados são descritivos, não
definem o diagnóstico, mas oferecem ao médico da
empresa as indicações para abordagem de cada
caso e fornecem dados epidemiológicos sobre a
saúde auditiva dos trabalhadores.
2o
) Avaliação de “segundo nível” — (ambulatório
de ORL ocupacional) usa de anamnese (clínico-ocu-
pacional), exame audiométrico completo, com a
finalidade de confirmar ou excluir a ocorrência da
PAIR. Tem por objetivo emitir relatório médico es-
pecializado para fins administrativos, trabalhistas
ou judiciais.
3o
) Avaliação de “terceiro nível” — (ambulatório
de ORL — otologia) tem a finalidade de esclarecer o
diagnóstico da deficiência auditiva, sustentando a
afirmação ou a exclusão da PAIR. Ao definir o diag-
nóstico, propõe o tratamento médico (clínico ou
cirúrgico) e/ou reabilitatório, assim como o aconse-
lhamento preventivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Costa EA, Kitamura S. Órgãos do sentido: audição. In
Mendes R. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro, Atheneu,
1995; 365-87.
2. Brasil. Norma regulamentadora (NR7). Programa de Contro-
le Médico de Saúde Ocupacional - Portaria no
24, de 29/12/94
Diário Oficial da União (DOU, de 30/12/94).
3. Arslan E, Merluzzi F. Aspetti preventivi e diagnosticci della
ipoacusia da rumore professionale. Riv Imf Mal Prof (INAIL)
1992; 3: 203-17.

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2012

  • 1. Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-8 65 SURDEZ OCUPACIONAL Artigo de Revisão Avaliação da surdez ocupacional A.A. SILVA, E.A. DA COSTA Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas – UNICAMP, Campinas, SP. UNITERMOS: Surdez ocupacional — diagnóstico. KEY WORDS: Noise induced hearing loss — diagnoses. INTRODUÇÃO O ruído intenso pode lesar a cóclea1 . Quando o indivíduo é exposto a um ruído abrupto e intenso (como estampidos e explosões) temos a ocorrência do trauma acústico. Nesses casos, podem-se obser- var rupturas e desgarramentos timpânicos, he- morragias na orelha interna e mesmo desgarra- mento das células do órgão de Corti. Já no caso de exposição a ruídos não tão intensos, mas por tempo prolongado, como nas fábricas, temos a instalação das perdas auditivas induzidas por ruído (PAIR). Estas são caracterizadas por alterações metabóli- cas nas células de Corti, que resultam em déficit auditivo, zumbidos e mesmo tonturas, dada a pro- ximidade da cóclea e órgão vestibular. Existe uma situação pré-lesional em relação ao ruído quando, por não ser intenso e/ou não prolongado, provoca perda temporária da audição, com recuperação após repouso sonoro (TTS). Hoje, enfrentamos, no consultório e nas empre- sas, a difícil situação de diagnosticar a perda audi- tiva relacionada com o ruído ambiental e de propor medidas corretivas, por diversas razões: primeiro, porque dependemos de um exame subjetivo que implica em cooperação do trabalhador; segundo, porque interfere em problemas econômicos e so- ciais profundos. Durante anos, houve negligência operacional com o problema do ruído industrial. Ao lado do sucateamento do parque industrial, que resultou em máquinas obsoletas e ruidosas, os trabalhadores, por longo tempo, não receberam proteção auditiva individual e coletiva. Tampouco foram executados exames audiométricos nesse pe- ríodo, o que resultou em ausência de história audi- tiva para cada indivíduo. Freqüentemente, recebe- mos pacientes que, após dez, quinze ou vinte anos de exposição a ruídos, estão fazendo a sua primeira audiometria. A avaliação pericial da surdez ocupacional é tarefa multidisciplinar, que envolve o médico e a fonoaudióloga no estudo do paciente, e profissio- nais da segurança e medicina do trabalho no estudo das condições do ambiente. Com a nova legislação, posta recentemente em vigor, reativou-se a discussão sobre a PAIR2 . Defini- da como perda auditiva neurossensorial bilateral, geralmente simétrica, manifesta-se inicialmente nos agudos, na faixa dos 3.000 aos 6.000Hz. Atinge perdas de até 40dB nas freqüências baixas e 75dB nas altas. Apresenta-se, geralmente, após três anos de exposição aos ruídos e mostra tendência de estabilização nas altas freqüências após 15 anos de evolução. Apesar de suas limitações, essas novas normas apresentam expressivos avanços na abor- dagem da doença, em benefício do trabalhador exposto a agentes oto-agressivos. Com isto aumentaram, também, as exigências do cumprimento dessas normas, por parte da soci- edade, através de reclamações trabalhistas e maior fiscalização por parte do Ministério do Trabalho e da Vigilância Sanitária. Em conseqüência, as empresas reativaram seus Programas de Conservação da Audição, cada qual à sua maneira. Assim, aumentou consideravelmente a demanda, não só de triagens audiométricas, mas também de avaliações audiológicas por especialistas. Adotando a caracterização de Arslan & Merluz- zi3 , as triagens audiométricas são enquadradas no atendimento de “primeiro nível”. São audiometrias tonais realizadas nas empresas ou em consultórios privados, geralmente só por via aérea, para aten- der os mínimos requisitos legais: audiometria admissional, periódica, demissional, de mudança de função e de retorno ao trabalho2 . Eventualmen- te, esses exames são acrescidos de uma audiome- tria por via óssea e logoaudiometria. Os relatórios são esquematizados e as informações são mera- mente descritivas. Não têm preocupações diagnós- ticas. As maiores atribuições ficam por conta do médico coordenador do programa da empresa e ele decide que destino dar a cada caso. Em situações especiais, em que ocorrem altera- ções audiométricas significativas, os casos necessi- tam de um atendimento mais abrangente, com exames mais completos, visando melhor esclareci- mento diagnóstico e orientação de condutas. São os
  • 2. Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-866 SILVA, AA et al. casos de piora em exames seqüenciais, casos de perdas auditivas sem características ocupacionais, casos de PAIR mais avançada, casos de diagnóstico duvidoso, casos de exames de triagem não consis- tentes e outros. Nesses casos, os pacientes são encaminhados para o atendimento em “segundo nível”, quando são realizados estudos audiomé- tricos mais profundos e, se necessário, o trabalha- dor é encaminhado a um “terceiro nível” de investi- gação diagnóstica, quando é submetido a avaliações radiológicas, laboratoriais e eletrofisiológicas. O propósito deste artigo é apresentar nossa ex- periência inicial, após 18 meses de atendimento em “segundo nível”, no Ambulatório de Otorrinolarin- gologia Ocupacional do Departamento de Otorrino- laringologia e Oftalmologia da Faculdade de Ciên- cias Médicas da Universidade Estadual de Campi- nas (SP) (FCM/UNICAMP). Resumindo, nossa ativida- de busca a padronização da abordagem de investi- gação, privilegiando o diagnóstico clínico e estu- dando formas de classificação ou quantificação da perda auditiva. Também é objetivo a elaboração de relatórios médicos especializados, com orienta- ções ao trabalhador, ao médico e à justiça, quando necessário. AVALIAÇÕES AUDIOLÓGICAS OCUPACIONAIS (SEGUNDO NÍVEL) Em nosso ambulatório, os pacientes são sempre encaminhados por outros serviços, demandando, no mais das vezes, um “relatório médico especi- alizado” sobre sua perda auditiva, para instruir processos administrativos ou judiciais. Em sua maioria, provêm da própria Universidade (Medici- na do Trabalho, Medicina Legal, Otorrinolaringo- logia Geral, Centro de Saúde da Comunidade da UNICAMP). Em menor número, chegam encaminha- dos pelos Programas de Saúde do Trabalhador, de Prefeituras da região, por vezes pelos sindicatos e outras fontes. Os pacientes são, inicialmente, submetidos a uma anamnese ocupacional (anexo 1), na qual, além de seus dados pessoais de identificação, são anotadas suas queixas (auditivas e gerais), seus antecedentes mórbidos, traumáticos, familiares e ocupacionais (atual e anteriores, com detalhamen- to sobre o tipo de ocupação, características do ruí- do, exposição e outros agentes oto-agressivos, usos de protetores etc.). A seguir, são eles submetidos a um exame otorri- nolaringológico básico e depois ao exame audiomé- trico. Esses testes são administrados por fonoau- diólogas experimentadas em audiologia ocupacio- nal, com equipamentos calibrados, em cabina au- diométrica e ambiente acusticamente tratado. Os pacientes se identificam com documentos com foto- grafia e se apresentam com 14 horas de repouso auditivo, no mínimo. Nossa bateria de testes, de rotina, consiste de audiometria tonal, via aérea e óssea, sem e com mascaramento; logoaudiometria, com escores de reconhecimento de palavras e determinação dos limiares de recepção da fala (SRT); imitanciometria, com timpanogramas, complacência estática e refle- xos estapédios. Discute-se com razoável proprieda- de a suficiência da audiometria tonal como exame sinalizador da PAIR. Apesar de eficaz na identifica- ção da PAIR, necessita de complementação na quan- tificação do prejuízo funcional do paciente. Testes supraliminares da discriminação vocal (com e sem ruído de fundo), aparentemente, constituem ele- mentos mais fidedignos para avaliar o desempenho auditivo. Eventualmente, para maiores esclarecimentos, utilizam-se outras provas suplementares. Fre- qüentemente, alguns pacientes são agendados para repetir os testes em outra data, sempre após duas semanas, por terem apresentado respostas inconsistentes no primeiro exame. Alguns casos requerem múltiplas repetições, até que se conside- rem fidedignas suas respostas. No estudo da PAIR, devemos diferenciar a avali- ação do paciente com audiograma único daquele com audiogramas seqüenciais. O caso do audiogra- ma único deve ser visto na extensão de sua gravida- de, considerando os fatores como as perdas nos graves (comprometimento em 2.000Hz ou menos), perdas auditivas precoces (período de exposição inferior a dez anos com déficit em 3.000Hz), déficit acentuado unilateral ou bilateral e rebaixamento dos escores de reconhecimento de palavras (índices abaixo de 88%) como fatores agravantes. Já, na situação de audiogramas seqüenciais temos uma idéia temporal da evolução da perda auditiva. Con- sideramos, nesse caso, que um aumento de 10dB no déficit auditivo (nas médias dos limiares nas fre- qüências de 500, 1.000 e 2.000Hz ou 3.000, 4.000 e 6.000Hz) ou de 15dB em única freqüência, como fator de risco, sempre comparando-se com a pri- meira audiometria disponível. Finalmente, com os exames objetiva-se: — confirmar a existência (ou não) de uma perda auditiva. É grande a freqüência de simuladores e de audiogramas externos com artefatos e inconsis- tências; — decidir se a perda auditiva tem característi- cas de PAIR, ou se ela provém de outras causas. Nestes casos, se existe também uma concausa ocupacional;
  • 3. Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-8 67 SURDEZ OCUPACIONAL — recomendar o encaminhamento ao “terceiro nivel” ou a outros ambulatórios, quando se fizerem necessários maiores esclarecimentos diagnósticos; — elaborar o “relatório médico especializado” para os devidos fins. Após serem os exames considerados suficientes, cada caso é discutido, em reunião clínica (médicos e fonoaudiólogas), e só então é elaborado o relatório. O “Relatório Médico Especializado” consiste de uma identificação do paciente, dados sumários das queixas presentes e passadas, dos antecedentes gerais, traumáticos, familiares e ocupacionais, dos exames físico e audiométrico, tudo isto de maneira estritamente descritiva. A seguir, à guisa de con- clusão, emitem-se juízos de valor sobre o caso em questão em reunião e sugerem-se condutas, com recomendações, que poderão ser úteis aos solici- tantes da avaliação. O uso de tabelas de classificação da PAIR (Mer- luzzi et al., Costa et al.) tem maior utilidade no estudo epidemiológico para avaliar incidência e gravidade do que nas avaliações individuais. Mesmo com o relatório já impresso e assinado, em condições de atender as solicitações das fontes, alguns casos merecem prosseguir as investigações diagnósticas e receber orientação terapêutica. Nessas situações, os pacientes são agendados para passar para o “terceiro nível”. ATENDIMENTO DE TERCEIRO NÍVEL Em nosso serviço, o “terceiro nível” desenvolve- se dentro do ambulatório de “Audiologia Clínica”. São encaminhados para esse nível os pacientes portadores de problemas auditivos que os atendi- mentos de primeiro e segundo níveis não forem capazes de resolver. São poucos os casos de PAIR, pois a grande maioria deles é resolvida no “segundo nível”. Trata-se, quase sempre, de perdas auditi- vas incaracterísticas, de causas não esclarecidas e que necessitam de investigação suplementar. En- volvem práticas incomuns nos consultórios de espe- cialistas, mais apropriadas para serviços hospitala- res ou universitários, como baterias de exames de laboratório, exames radiológicos e eletrofisiológi- cos. Com esses meios adicionais, tenta-se chegar a um diagnóstico causal e passar uma orientação tera- pêutica e aconselhamento profissional. DISCUSSÃO Com essa sistemática de procedimento em três níveis, pretende-se distribuir as fases de atendi- mento de trabalhadores expostos a agentes oto- agressivos de maneira abrangente, mas ao mesmo tempo racional, na alocação de recursos. Nos exames de “primeiro nível”, as triagens prestam-se perfeitamente, e a baixo custo, a aten- der as necessidades básicas previstas em lei. Na maior parte das situações, uma audiometria tonal por via aérea, realizada por profissional habilita- do, em ambiente silencioso, com equipamento cali- brado e uma sumária anamnese ocupacional, são suficientes para triar os casos de audição normal ou com perdas auditivas de pequena monta, que dispensam maiores investigações. Fornecem dados suficientes para o médico coordenador do progra- ma da empresa atuar competentemente em seus programas preventivos. Nos exames de “segundo nível”, as avaliações otológicas atendem trabalhadores com perdas au- ditivas importantes, não pela sua intensidade, mas por suas implicações e suas complexidades. Os casos mais característicos não costumam ser enca- minhados, pois são resolvidos na própria empresa ou na perícia médica da Previdência Social. Os casos encaminhados envolvem, geralmente, con- trovérsias e polêmicas em suas avaliações e inter- pretações. São exames mais difíceis. São freqüen- tes os simuladores e os portadores de outras doen- ças, cujas causas eles pretendem ardentemente associar com a atuação laboral. As anamneses são difíceis, pois os pacientes tendem, naturalmente, a dirigir as informações para o rumo de suas expecta- tivas. Inúmeras vezes as audiometrias são repeti- das duas, três ou mais vezes, até se obterem resul- tados consistentes, compatíveis com os demais achados, capazes de instruir um relatório confiável. Os exames de “terceiro nível” são agendados quando os pacientes, já de posse de seus relatórios, concordam em prosseguir a investigação diagnós- tica e no tratamento. Trata-se de uma fase de suma importância, pois, muito embora o interesse imedi- ato do paciente seja pelo relatório, ele não deveria ser liberado de um ambulatório universitário, de especialidade, sem um possível diagnóstico causal e, pior ainda, portador de uma doença progressiva, que lhe possa criar problemas futuros, sem ter merecido a mais completa atenção. No atendimento de “segundo nível”, consegui- mos definir a enfermidade em praticamente 70% dos casos, a maioria com PAIR. Os pacientes com diagnósticos ainda não determinados são encami- nhados para investigações complementares no ambulatório de “terceiro nível”. Nessa população, após completa avaliação, encontramos, freqüente- mente, casos de seqüelas de otite média crônica, distúrbios metabólicos, vasculares, degenerativos e seqüelas de acidentes traumáticos cerebrais/ otológicos. Também observamos poucos casos de
  • 4. Rev Ass Med Brasil 1998; 44(1): 65-868 SILVA, AA et al. otoesclerose. A abordagem terapêutica implica tra- tamento clínico, cirúrgico e até mesmo a adaptação de aparelho de amplificação sonora individual e treinamento auditivo. CONCLUSÃO A avaliação da surdez ocupacional compreende três momentos: 1o ) Avaliação de “primeiro nível” — são os testes de triagem audiométrica realizados em empresas ou consultórios. Os resultados são descritivos, não definem o diagnóstico, mas oferecem ao médico da empresa as indicações para abordagem de cada caso e fornecem dados epidemiológicos sobre a saúde auditiva dos trabalhadores. 2o ) Avaliação de “segundo nível” — (ambulatório de ORL ocupacional) usa de anamnese (clínico-ocu- pacional), exame audiométrico completo, com a finalidade de confirmar ou excluir a ocorrência da PAIR. Tem por objetivo emitir relatório médico es- pecializado para fins administrativos, trabalhistas ou judiciais. 3o ) Avaliação de “terceiro nível” — (ambulatório de ORL — otologia) tem a finalidade de esclarecer o diagnóstico da deficiência auditiva, sustentando a afirmação ou a exclusão da PAIR. Ao definir o diag- nóstico, propõe o tratamento médico (clínico ou cirúrgico) e/ou reabilitatório, assim como o aconse- lhamento preventivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Costa EA, Kitamura S. Órgãos do sentido: audição. In Mendes R. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro, Atheneu, 1995; 365-87. 2. Brasil. Norma regulamentadora (NR7). Programa de Contro- le Médico de Saúde Ocupacional - Portaria no 24, de 29/12/94 Diário Oficial da União (DOU, de 30/12/94). 3. Arslan E, Merluzzi F. Aspetti preventivi e diagnosticci della ipoacusia da rumore professionale. Riv Imf Mal Prof (INAIL) 1992; 3: 203-17.