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Exposição a ruído:
efeitos na saúde e
como pr evení-los
AUTORES
Ubiratan de Paula Santos
Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1978. Especialização em Clínica
Médica e Medicina do Trabalho. Exerceu atividades junto ao Programa de Saúde dosTrabalhadores da Zona
Norte, de Salto, e do ABC e na Fundacentro. Atualmente é Médico Assistente da Divisão de Doenças
Respiratórias do Instituto do Coração (InCor) – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Marcos Paiva Santos
Técnico em química industrial e em segurança do trabalho. Trabalha na Fundacentro desde 1984.
Exerceu atividades junto ao Programa de Saúde dosTrabalhadores da Zona Norte, do ABC e Santos
e na Vigilância Sanitária de São Paulo. Atualmente trabalhando na Regional
da Fundacentro em Salvador, Bahia, onde cursa engenharia.
- 4-
Exposição a ruído
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
O QUE
CAUSA SURDEZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
O QUE É SOM OU RUÍDO
E QUAIS SÃO SUAS
CARACTERÍSTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8
COMO SABER SE
O RUÍDO DO AMBIENTE
DE TRABALHO É ELEVADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8
PORQUE OUVIMOS E COMO
FUNCIONA A AUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
EFEITOS DO RUÍDO
NAAUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
COMO AVALIAR
A AUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
COMO CONSERVAR
SUAAUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
ASPECTOS DALEGISLAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
ALGUNS EXEMPLOS PRÁTICOS DE COMO
CONTROLAR A EXPOSIÇÃO A RUÍDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22
Índice
INTRODUÇÃO
A diminuição da capacidade de ouvir ade-
quadamente os sons é uma doença freqüente
que compromete a comunicação em cerca de
10% das pessoas com mais de 65 anos. Entre-
tanto, são os trabalhadores os mais acometidos
devido a exposição a ruído e ou a outros agen-
tes tóxicos para a audição, afetando, em
certas atividades, 50% dos traba-
lhadores com menos de 50 anos
de idade.
É a doença ocupacional
mais comum, pelo fato do
ruído ser o agente nocivo pre-
sente em grande parte dos
ambientes de trabalho, nos
mais diversos ramos de ativi-
dade industrial e em diversas
áreas do setor de serviços.
Apesar de não se consti-
tuir, de maneira geral, em
doença grave e letal, diminui a
capacidade de milhões de tra-
balhadores para suas atividades
cotidianas de trabalho, de
estudo e lazer, comprome-
tendo sua qualidade de vida e
da família.
Pela extensão do pro-
blema, afetar milhões de tra-
balhadores e por ser possível
e relativamente fácil a sua
prevenção, a surdez ocupacio-
nal merece destaque nas ações
de saúde do trabalhador.
Procuramos neste manual
abordar aspectos relaciona-
dos aos riscos de desenvol-
ver surdez, quando e porque ocorre, como o
trabalhador pode ficar sabendo, como diagnos-
ticar a doença, como prevenir sua ocorrência
ou a progressão e aspectos legais.
Empregamos no texto algumas
expressões, embora tecnicamente não reco-
mendadas, para maior facilidade de compreen-
são, tais como nível de ruído elevado, signifi-
cando valores de pressão sonora
elevados, surdez por ruído,
significando diferentes graus
de hipoacusia.
O QUE
CAUSA SURDEZ
Descrevemos a seguir os
principais riscos ao desenvol-
vimento da surdez presentes
nos ambientes de trabalho,
com ênfase particular ao ruído,
por ser o mais comum agente
nocivo encontrado nos
ambientes de trabalho e no
meio ambiente. São aborda-
dos resumidamente algumas
causas não ocupacionais.
Exposição a ruído
O maior risco para a
surdez ocupacional é a
exposição a ruído nos
locais de trabalho.
O ouvido humano apresenta
uma elevada sensibilidade para
ouvir sons, é capaz de perceber
sons que a ele chegam com uma
energia vibratória muito baixa, da
-5 -
AMBIENTE DE TRABALHO E SURDEZ
ordem de 0,000000000001 Watt/m2 até sons
com elevada energia como os produzidos pela
turbina de aviões a jato da ordem de 10.000
Watt/m2. É o mais sensível dos órgãos do sen-
tido do corpo humano, mais do que a visão e o
olfato.
Provavelmente, esta alta sensibilidade se
desenvolveu na evolução da espécie humana
para dar conta das necessidades de sobrevi-
vência. Na antigüidade só se ouvia os sons
emitidos pelos animais, pela natureza e os sons
produzidos pelos homens por instrumentos
rudimentares de música e posteriormente nas
guerras. Com o advento da industrialização, do
crescimento das cidades, do tráfego e a conse-
qüente geração de níveis elevados de ruído,
que não existiam na antigüidade e que o ouvido
humano não estava preparado para defender-
se, o homem passou a apresentar problemas
de audição, até então pouco freqüentes e restri-
tos apenas à pessoas idosas.
A exposição a ruído pode acometer indiví-
duos fora dos ambientes de trabalho, como
moradores em áreas de tráfego intenso, da vizi-
nhança de empresas, mas na grande maioria
dos casos o responsável pela alta incidência de
surdez são as condições e ou o ambiente de
trabalho.
Qualquer ruído provoca surdez?
Para provocar danos na audição é preciso
que o trabalhador se exponha a níveis de ruído
ou de pressão sonora elevada. Os diversos
estudos realizados demonstram que a exposi-
ção a ruído com valores acima de 85 decibéis,
emitido por exemplo por um torno mecânico, é
lesivo ao ouvido humano, dependendo do
tempo que o trabalhador ficar exposto.
Quanto maior for o nível do ruído, menor o
tempo que a pessoa pode ficar exposta, sob
pena de desenvolver surdez. Na tabela 1 são
apresentados valores de ruído e o tempo
máximo de trabalho permitido por dia, para
- 6 -
Exposição a ruído
TABELA 1
Níveis de pressão sonora em decibéis(NPS)
e tempo de exposição máxima permitida
para ruído contínuo ou intermitente
(Norma NHO 01, 1999, FUNDACENTRO)
NPS tempo de exposição Locais/ equipamentos
diária máxima com risco
85 dB 8 hs solda elétrica
88 dB 4 hs usinagem peças
91 dB 2 hs tupias e prensas
94 dB 1 hs serra circular
97 dB 30 min calderaria
100 dB 15 min jato de areia, ar comprimido
115 dB* 28 seg martelete pneumático
* Limite máximo permitido pela legislação brasileira, NR-15, Portaria 3214/78, para trabalho sem proteção. Mais um absurdo
da legislação ao permitir-se trabalhar exposto até 115 dB, sem proteção alguma, ou melhor permitir a manutenção de ambien-
tes funcionando com este nível de ruído.
evitar que o trabalhador fique surdo após
meses ou anos de trabalho.
Toda vez que alguém se expõe a níveis
acima de 85 decibéis, corre o risco de ocorrer
lesões no ouvido, que podem ser reversíveis se
o trabalhador não ficar exposto durante muito
tempo, e permaneça pelo menos 14 horas, em
ambiente com níveis inferiores a 80 decibeis,
ou seja existe uma lesão que o organismo con-
segue reparar. Mas, no caso do trabalhador se
expor, por exemplo, a ruído de 90 decibeis
durante 8-9hs de trabalho por dia, a lesão pro-
vocada aumenta de maneira que mesmo
ficando sem exposição durante 14 horas não
há uma recuperação completa e no dia
seguinte o trabalhador começa a trabalhar de
novo já com o ouvido alterado.
Para detectar isto basta um trabalhador que
tenha audição normal e que trabalha nestas
condições, fazer um exame chamado audiome-
tria no primeiro dia de trabalho da semana pela
manhã, antes de iniciar o turno, repetir o exame
ao final do turno e repetir novamente no dia
seguinte antes de começar o turno e comparar
os valores.
O ouvido funciona como todo o nosso
corpo, se for submetido a muito esforço e ou
não puder descansar o tempo necessário para
se recuperar, acaba adoecendo.
Outros riscos
ocupacionais
 Solventes, metais e gases: Outras exposi-
ções nos ambientes de trabalho tem sido des-
critas nos últimos anos como causadoras de
redução da capacidade auditiva. A exposição à
solventes como tolueno, estireno, hexano,
xileno, tricloroetileno, dissulfeto de carbono e a
metais como mercúrio, chumbo, arsênico e
cobalto e a monóxido de carbono, tem sido
associadas a surdez tanto pela exposição iso-
lada à estas substâncias como em locais onde
ocorre exposição a ruído e à uma ou mais
destas substâncias. Neste caso pode existir
uma somatória dos efeitos agravando a perda
auditiva nos trabalhadores, como em indústrias
gráficas por exemplo.
Riscos não
ocupacionais
 Medicamentos e doenças: Outras situa-
ções também podem provocar surdez como o
uso de determinados antibióticos como os ami-
noglicosídeos( estreptomicina, garamicina, ami-
cacina), algumas drogas usadas em tratamento
de câncer e doenças infecciosas como a
cachumba, sarampo e meningite.
 Sensibilidade individual: As pessoas não
são iguais, uns altos, outros baixos, uns mais
resistentes a infecções outros menos, uns apre-
sentam problemas de visão outros não, uns
desenvolvem diabetes ou hipertensão e outros
não e da mesma maneira a sensibilidade da
audição é variável, com alguns indivíduos
podendo ficar surdos antes dos outros. Isto vale
para a maioria das doenças, porque a popula-
ção é assim, variada, heterogênea. Entretanto,
é preciso ter presente que a maioria das pes-
soas só adoecem devido a fatores ambientais
criados pelo homem e apenas uma minoria por
fatores genéticos isolados.
Para enfrentar os riscos que o próprio
homem criou com a industrialização é que os
conhecimentos tecnológicos devem ser coloca-
dos a seu serviço, principalmente para proteger
sua saúde, ou seja, é preciso considerar que a
as diferenças genéticas entre as pessoas, preci-
sam ser levadas em conta em todas atividades
da sociedade, permitindo a proteger a todos e
não os fisicamente mais fortes. Por isto é que os
limites de tolerância devem ser fixados de
maneira a proteger a maioria dos trabalhadores.
No caso do ruído o ideal é que os ambientes de
trabalho não ultrapassem 80 decibéis.
-7 -
O QUE É SOM OU RUÍDO
E QUAIS SÃO SUAS
CARACTERÍSTICAS
Som ou ruído é o nome dado a qualquer
vibração que ocorre em um meio elástico,
geralmente o ar, que é capaz de ser percebido
pelo ouvido humano.
De maneira geral reserva-se o nome de
ruído aos sons desagradáveis, indesejáveis e
de som à uma sensação prazerosa, desejada,
como a produzida pela música. Entretanto, é
preciso ter claro que, seja prazeroso ou não, se
estiver elevado, som ou ruído podem provocar
danos à audição.
O som ou ruído tem duas
características principais
 Intensidade: que indica a
quantidade de energia transmi-
tida por uma onda sonora emi-
tida por uma máquina, equipa-
mento ou grito de uma pessoa
que, quanto maior, mais
nociva para a audição.
A intensidade do som, é
medida em decibel, uma uni-
dade convencional assim
como o metro e o quilo. Os
equipamentos existentes
captam e medem a energia
transmitida no ar e expres-
sam os valores do Nível de
Pressão Sonora em decibéis,
que quanto maior, significa que
a intensidade do som é maior.
 Freqüência: indica o número
de vibrações sonoras produzi-
das em um segundo. Os apare-
lhos que medem as freqüên-
cias indicam os resultado em
hertz(Hz). Os sons com fre-
qüência menores do que 10 Hz são chamados
infra-sons e os sons com freqüência acima de
10000 Hz são chamados ultra-sons. Nosso
ouvido só consegue perceber sons entre 16 e
20.000Hz, assim não ouvimos os infra-sons e a
maioria dos ultra-sons.
Tipos de ruído
Existem 3 principais tipos de ruído nos
ambientes de trabalho, veja figura 1 na página 9.
É preciso levar este aspecto em consideração
quando se vai realizar a avaliação num determi-
nado ambiente.
COMO SABER SE
O RUÍDO DO AMBIENTE
DE TRABALHO
É ELEVADO?
Existem diversas
maneiras de sabermos ou
suspeitarmos que o ruído
no local de trabalho é ele-
vado, desde as mais simples
até através de medições com
aparelhos.
 Duas pessoas conver-
sando normalmente,
emitem sons com nível de
pressão sonora em torno
de 65-70 dB. De uma
maneira grosseira,
sempre que o ruído
existente no ambiente
dificultar a conversa
entre duas pessoas com
audição normal, é porque o
nível de ruído muito prova-
velmente está acima de 85
dB
 Uma segunda maneira, é
através do relato de trabalha-
- 8-
Exposição a ruído
dores que estão há mais tempo no trabalho,
que informam sobre a diminuição da audição
que eles ou outros trabalhadores sofreram. Evi-
dentemente não se deve esperar esta situação
para avaliar o ambiente, mas na prática isto
acaba ocorrendo
 Existem maneiras mais precisas de saber o
nível de ruído através da medição com equipa-
mentos específicos. Eles medem a energia
sonora e apresentam os valores em decibéis,
são os Medidores de Pressão Sonora(muitas
vezes chamados de decibelímetro) e os Anali-
sadores de Freqüência que registram o espec-
tro de freqüências que compõem o ruído. Os
ruídos com freqüências maiores, chamados de
ruídos agudos são os mais lesivos para a audi-
ção e mais desconfortáveis.
Estes equipamentos, são em sua maioria
portáteis e fáceis de utilizar, devendo ser dispo-
níveis em todas as empresas onde exista risco
de ruído elevado.
É importante medir os níveis de pressão
- 9 -
1
sonora e o espectro de freqüência do ruído, não
apenas para comprovar a existência do risco,
mas principalmente para permitir a indicação de
medidas de controle adequadas.
Para avaliar os níveis de ruído ambiental
devem ser obedecidos alguns procedimentos
tais como:
1. O primeiro passo é realizar um mapea-
mento sonoro. Esta avaliação deve ser feita
através de um medidor de nível de pressão
sonora, utilizando a escala ponderação (A), e
circuíto de resposta Slow (lenta) do equipa-
mento. Deve-se realizar medições instantâ-
neas, por toda a área.
2. Se forem atingidos níveis de 80 dB(A)
deve-se ficar alerta, porque significa que se
está entrando na faixa do limite de intervenção
para controle. Situações de descontrole em ser-
viços de manutenção poderão elevar este valor.
3. Quando os níveis forem atingindo 85
dB(A) é sinal que a exposição já pode estar
acima dos limites de tolerância, devendo ser
realizada uma avaliação mais detalhada do
ruído.
4. Se o ruído for do tipo contínuo ou intermi-
tente, a avaliação da exposição, sempre que
possível, deve utilizar aparelhos conhecidos
como dosímetros de ruído, que são medidores
integradores de pressão sonora, fixados no
corpo do trabalhador, que o acompanha
durante sua atividade diária, acumulando os
níveis diferentes de ruído a que o trabalhador
se expõe, ao final do tempo de amostragem.
Deve-se realizar a dosimetria por no mínimo
metade da jornada de trabalho diária.
Na falta de um dosímetro, pode ser reali-
zada a medição com medidores integradores do
nível de pressão sonora instantâneo, que realiza
as medições durante 1 minuto ou mais e expres-
sam os resultados como a somatória dos valo-
res instantâneos medidos, durante um determi-
nado período de tempo, geralmente 1 minuto.
Nas atividades que apresentem variação
significativa da exposição na jornada de traba-
lho, como por exemplo as atividades de manu-
tenção ou que envolvam movimentação cons-
tante do trabalhador, deve ser evitada a avalia-
ção de dose de ruído com medidores instantâ-
neos, pois, além de ser muito trabalhoso, é
pouco precisa. Nestas situações deve ser utili-
zado dosimetro de ruído.
O limite de exposição ocupacional diária ao
ruído contínuo ou intermitente corresponde a
dose diária igual a 1 ou 100% da dose. Sempre
que o dosímetro acusar dose superior a 1 ou
100% considera-se exposição excessiva.
5. Se o ruído for impulsivo ou de impacto
deve ser utilizado medidor de nível de pressão
sonora operando em circuito linear com res-
posta para medição de impacto.
Em caso de não se dispor de medidor com
resposta de impacto, pode ser usado circuito de
resposta rápida (fast), com filtro de compensa-
ção C.
Quando o medidor de nível de pressão
sonora, operando em circuito linear e circuito de
resposta de impacto atingir 140 dB, ou quando
em resposta rápida (fast) e circuíto de compen-
sação C atingir 130, considera-se risco grave e
iminente à saúde do trabalhador, que tem o
direito de recusar a trabalhar nessa condição.
Quando o número de impactos ou de impul-
sos diário exceder a 10.000 o ruído deverá ser
considerado como contínuo ou intermitente.
Na ocorrência simultânea de ruído continuo
ou intermitente e ruído de impacto, a avaliação
da exposição ocupacional a ruído de impacto
deve ser realizada de forma independente.
Na tabela 2 são apresentados os valores
máximos de exposição relacionados com o
número de impactos medidos durante a jornada
diária de trabalho.
6. Para que a avaliação seja representativa
da exposição de toda a jornada de trabalho, é
importante que o período de amostragem seja
adequadamente escolhido. A amostragem
-10-
Exposição a ruído
deverá cobrir um numero maior de situações da
jornada de trabalho, principalmente se ela for
irregulares ou apresentar níveis de ruído com
grandes variações.
Havendo dúvidas quanto à representativi-
dade da amostragem, recomenda-se a medi-
ção durante toda a jornada de trabalho.
7. Os procedimentos de avaliação não
devem interferir nas condições ambientais e
operacionais, características da condição de
trabalho em estudo, ou seja o ambiente e ativi-
dade de trabalho devem ser o habitualmente
vivido pelo trabalhador.
8. As medições devem ser feitas com o
microfone posicionado dentro da zona auditiva
do trabalhador, próximo ao ouvido, de forma a
fornecer dados representativos da exposição
diária do trabalhador ao ruído. No emprego de
dosimetros, o microfone deve ser posicionado
sobre o ombro e preso na gola da camisa,
dentro da zona auditiva do trabalhador( +/- 15
cm da orelha).
9. Quando forem identificadas diferenças
significativas entre os níveis de pressão sonora
que atingem os dois ouvidos, devem ser consi-
deradas as de maior nível.
10. O direcionamento do microfone deve
obedecer as orientações do fabricante, cons-
tantes do manual do equipamento, de forma a
garantir a melhor resposta do medidor.
11. A posição do avaliador não deve interfe-
rir no campo acústico ou nas condições de tra-
balho; devendo evitar posicionar-se entre a
fonte sonora e o microfone, para não interferir
nos resultados obtidos.
12. Antes de iniciar a medição o trabalhador
a ser avaliado deve ser informado:
 do objetivo da avaliação;
 que a medição não deve interferir nas suas
atividades habituais, devendo manter a sua
rotina de trabalho;
 que as medições não realizam gravação de
conversas;
 que o equipamento ou microfone nele colo-
cado, só pode ser removido pelo técnico encar-
regado da avaliação;
 que o microfone nele fixado não pode ser
tocado ou obstruído.
13. É sempre recomendável o uso de prote-
tor de vento sobre o microfone, para evitar pos-
síveis interferências da velocidade do ar e para
proteção do microfone contra poeiras.
-11-
TABELA 2
Níveis de pico máximo admissíveis em função do númer o
de impactos/jornada de trabalho
(Norma NHO 01,1999,FUNDACENTRO)
Nível de pressão Nº máximo Nível de pressão Nº máximo Nível de pressão Nº máximo
de pico-dB de impactos de pico-dB de impactos de pico-dB de impactos
120 10000 127 1995 134 398
121 7943 128 1584 135 316
122 6309 129 1258 136 215
123 5011 130 1000 137 199
124 3981 131 794 138 158
125 3162 132 630 139 125
126 2511 133 501 140 100
PORQUE OUVIMOS E COMO
FUNCIONA A AUDIÇÃO
O sistema auditivo é composto de 3 com-
partimentos (Figura 2):
 o ouvido externo- formado pela orelha e o
canal auditivo (local onde às vezes acumula
cera) que tem a função de facilitar a captação
do som e o amplifica nas freqüências mais
altas. Este fato é uma das principais razões do
porque embora o ruído predominante nas fábri-
cas tenha freqüência entre 1000 e 2000 hz, a
lesão observada no trabalhador compromete
primeiro a audição de sons de 3000 a 6000 hz.
O ouvido externo funciona como um amplifica-
dor para freqüências altas, chegando a aumen-
tar a pressão sonora
na freqüência de 3000
Hz em até 20 decibeis;
 o ouvido médio -
composto pela mem-
brana timpânica (o
tímpano) e de 3 ossí-
culos (ossos peque-
nos) chamados de
estribo, martelo e
bigorna e dois múscu-
los, um chamado esta-
pedio e o outro tensor
do tímpano. Os 3
ossos tem a função de
facilitar a transmissão
da energia sonora que
chega na membrana
para o interior de
canais cheios de lí-
quido, onde a energia
sonora é convertida
em hidráulica. A ma-
neira como eles estão
organizados tem a
função de compensar a perda de energia que
ocorre quando a energia passa do ar para um
meio líquido. Os dois músculos, quando estimu-
lados, se contraem, tendo a função de proteger
o ouvido contra efeito de som muito elevado;
 o ouvido interno - formado pela cóclea
que contém os elementos sensoriais para a
audição e o sistema vestibular responsável pelo
nosso equilíbrio (este, quando alterado a
pessoa pode apresentar vertigens, como ocorre
na labirintite).
Como percebemos
os sons?
A onda sonora atinge a cabeça, penetra no
canal auditivo e atinge a membrana timpânica,
vibrando-a. Esta membrana ao vibrar pela pres-
são dos sons, movi-
menta os 3 ossinhos
que pressionam um
líquido que existe
dentro de canais cha-
mados escalas, que
fazem parte da cóclea.
Este líquido pressio-
nado, se movimenta e
estimula as células
ciliadas existentes nu-
ma estrutura da cóclea,
chamada órgão de
Corti, que transformam
a energia mecânica da
onda sonora em impul-
sos elétricos e os trans-
mitem ao cérebro, atra-
vés do nervo acústico,
informando da chegada
de um determinado
som. Isto ocorre, por
exemplo, quando al-
gum barulho ocorre
inesperadamente perto
de nós. Se um cão late, o ouvido capta a ener-
gia sonora emitida pelo latido, processa a ener-
- 12-
Exposição a ruído
FIG.2. ESTRUTURADOOUVIDOEXTERNO , MÉDIO E INTERNO.
NAP ARTEINFERIORDAFIGURAPODE -SEVER A CÓCLEA EO
APARELHOVESTIBULARFORMADO PELOS 3 CANAISSEMICIRCU-
LARES, SÁCULO E UTRÍCULORESPONSÁVELPELOEQUILÍBRIO
2
gia e informa o cérebro, que aprendeu desde
criança, que aquele é o som de um cão, de
maneira a identificar rapidamente não apenas a
existência do som mas sua localização e até
quem o produziu(Figura 3).
EFEITOS DO RUÍDO
NA AUDIÇÃO
Como já comentamos anteriormente, a
exposição a níveis elevados de pressão
sonora, pode alterar a capacidade de audição
dos indivíduos.
Um trabalhador exposto ao longo dos
anos à um ambiente com ruído elevado, que
supera a capacidade de defesa e de recupe-
ração do ouvido, acaba por desenvolver, pro-
gressivamente, lesões no ouvido interno e
diminuindo sua sensibilidade auditiva.
Diferentemente das
infecções mais comuns
na infância ( onde ocorre
lesões no tímpano e
geralmente são tratadas
com medicamentos ou
cirurgias, ou das lesões
devido a otoesclerose,
que melhoram com uso
de aparelhos ou cirur-
gias), as lesões induzi-
das pelo ruído são irre-
versíveis e até o mo-
mento não tem trata-
mento. O ruído lesa as
células que existem no
interior da cóclea ( locali-
zada numa estrutura
chamada Órgão de
Corte), perdendo a capa-
cidade transmitir ao cére-
bro as informações dos
sons que chegam.
Quando um trabalha-
dor com audição normal começa a trabalhar
num ambiente barulhento e nele fica durante
vários anos, veja o que pode ocorrer:
 Nas primeiras semanas pode sentir dor de
cabeça, tontura, zumbido nos ouvidos e dimi-
nuição reversível da audição;
 Posteriormente ocorre uma certa adaptação
e estes sintomas desaparecem após alguns
meses;
 Com o passar dos anos, dependendo do
nível do ruído, ele começa a ter dificuldade de
ouvir sons agudos como o barulho do relógio e
dificuldade de entender as palavras, quando
várias pessoas conversam juntas;
 E, com a progressão da lesão, começa a ter
dificuldade para ouvir de maneira geral, com-
prometendo a comunicação. Passa a não ouvir
adequadamente o que uma outra pessoa fala e
em muitos casos reaparece o zumbido ou
- 13-
FIG. 3. CÓCLEA. CORTETRANSVERSALDA
CÓCLEA. SE DESENROLARMOS A CÓCLEA
VEREMOSQUEELA É FORMADAPOR 3 TUBOS
CHEIOSDELÍQUIDOCHAMADOS ESCALASVES-
TIBULAR, MÉDIA E TIMPÂNICA. NO INTERIOR
DAESCALAMÉDIAFICALOCALIZADO O ÓRGÃO
DE CORTI, QUE CONTÉMASCÉLULAS CILIA-
DAS.A VIBRAÇÃODAMEMBRANATIMPÂNICA
EMPURRA O ESTRIBOQUE PRESSIONA E
MOVIMENTAO LÍQUIDOQUE EXISTENASESCA -
LASVESTIBULAR , TIMPÂNICA E MÉDIA, ESTI-
MULANDOASCÉLULAS CILIADAS, QUE TRANS-
MITEMOSSINAIS PARA O NERVOACÚSTICO.
SÃOESTASCÉLULAS QUESÃODANIFICADAS
PELAEXPOSIÇÃO A RUÍDO, DEIXANDODE
TRANSMITIRINFORMAÇÕESAOCÉREBRO E
PORTANTOO INDIVÍDUOACOMETIDOTEMSUA
CAPACIDADEDEOUVIRDIMINUÍDA .
3
chiado que dura muitos anos ou a
vida toda.
À perda progressiva da audi-
ção induzida pelo ruído, dá-se o
nome de hipoacusia ou disacusia
neurosensorial e é mais grave
quanto maior for o tempo de
exposição a ruído e quanto mais
intenso ele for, podendo evoluir
até à surdez completa.
Na figura 4 pode ser ver no
exame audiométrico registrado
(audiograma), o que acontece
com a audição de um trabalhador
com o passar dos anos de expo-
sição a níveis elevados de ruído.
Outros efeitos
da exposição a ruído
A exposição a níveis elevados de ruído tem
sido relacionada ao aumento do número de aci-
dentes de trabalho, a aumento da incidência de
hipertensão arterial, de gastrite e úlcera gás-
trica, a alterações do sono e neuropsíquicas.
COMO AVALIAR
A AUDIÇÃO
Todos os trabalhadores que trabalham em
ambientes com níveis de ruído maior ou igual a
85 dB, devem ser submetidos à avaliação da
situação auditiva, durante os exames periódi-
cos, ou sempre que apresentarem sintomas.
A avaliação do trabalhador deve incluir:
Dados gerais informados pelo trabalhador e
pela empresa
 Dados sobre tempo de exposição a ruído
conhecida ou presumidamente elevada;
 Informação do trabalhador sobre sua audição
– se precisa aumentar o volume de rádio ou TV
em casa, se ouve bem na presença de ruído de
fundo ou quando várias pessoas estão conver-
sando, se tem dificuldade para perceber de qual
direção está vindo o som, se sente zumbidos;
 Se o ambiente de trabalho atual apresenta
níveis elevados de ruído;
 Há quanto tempo o trabalhador está afastado do
ambiente de trabalho até o momento do exame.
Exame Médico
 Avaliação da orofaringe, pescoço e orelha
ou pavilhão auditivo externo;
 Otoscopia: com auxílio de aparelho conhecido
como otoscópio o examinador verifica se existe
oclusão do canal auditivo por cera, se existe
secreção, se a membrana timpânica está íntegra;
 Audiometria: é o exame que permite avaliar
a existência ou não da deficiência auditiva e
sugerir se esta deficiência pode decorrer da
exposição a ruído.
Para sua realização devem ser obedecidos
os seguintes procedimentos:
1. O trabalhador deve estar afastado da
exposição há pelo menos 14 horas. Para a rea-
lização de levantamentos gerais, pode ser rea-
lizado exame após meia hora de afastamento e
no caso de revelar-se alterado (diminuição de
15 decibéis com relação a audiometria anterior
- 14-
Exposição a ruído
4
ou de base), deve ser repetido com pelo menos
14 hs de afastamento da exposição;
2. O trabalhador a ser examinado deve ficar
no interior de uma cabine audiométrica(com
isolamento acústico);
3. Devem ser testadas as freqüências de
0,25, 0,5, 1,0, 2,0, 3,0, 4,0, 6,0, 8,0 KHz para a
via aérea e caso estas freqüências apresentem
alteração superior a 15 decibéis, devem ser tes-
tadas as freqüências de 0,5, 1,0, 2,0, 3,0 e 4,0
KHz pela via óssea;
4. O aparelho, audiômetro deve estar cali-
brado conforme normas internacionais(ANSI
S3.6) e ser testado diariamente antes de iniciar
os exames;
5. A cabine acústica deve ser silenciosa,
não ultrapassando, no seu interior, valores pre-
conizados por normas técnicas, sendo a mais
empregada a Norma OSHA-1983.
 Outros testes complementares podem ser
realizados como a discriminação vocal e
impedanciometria. O primeiro de pouca utili-
dade pratica e o segundo, a critério do exami-
nador, serve para avaliar melhor as altera-
ções auditivas de outra natureza e para pes-
quisar o reflexo do músculo estapédio que
permite na verificação da existência do fenô-
meno de recrutamento, muito freqüente na
surdez por ruído.
Como interpretar os resultados da avaliação
Considera-se alterado o exame realizado
em repouso acústico (mais de 14 hs sem expo-
sição), que apresenta diminuição da audição
acima de 25 decibéis (dB) em qualquer fre-
qüência. Até este valor, ou seja, alterações de
até 5, 10,15, 20 e 25 dB são consideradas
variações dentro da faixa de normalidade.
São características de alterações induzidas
pelo ruído:
 surgem geralmente após vários anos de tra-
balho; quanto mais intensa a exposição, mais
cedo as alterações se manifestam. Alterações
neurosensoriais que surgem agudamente ou
são unilaterais, sugerem outras causas como
virais, vasculares, esclerose sistêmica, neu-
roma, doença de Meniere, traumatismo cra-
niano ou uso de medicamentos ototóxicos;
 a lesão ser sensorial, ou seja na audiometria
estão alteradas tanto a testagem por via aérea
como pela via óssea;
 na grande maioria dos casos acometem os
dois ouvidos. O acometimento de apenas 1
ouvido é mais encontrado em exposições a
ruído de impacto, em traumas provocados por
explosões ou nas situações de outra natureza,
antes descritas;
 na audiometria, as freqüência de 4,0 ou 6,0
KHz se alteram primeiro, depois sendo alterada
as freqüências de 3,0, 8,0 2,0, 1,0, 0,5 e 0,25
KHz. Estas 3 últimas freqüências só se alteram
nos caso mais graves de surdez;
 nas perdas mais graves, o reflexo estape-
diano está ausente ou alterado.
Nas Figuras 6 a 9 (páginas 18 a 21) são
exemplificadas diversas situações.
COMO CONSERVAR
SUA AUDIÇÃO
Para preservar a audição ou evitar que ela
se deteriore, não basta sabermos dos efeitos
do ruído e nem realizar os exames médicos e o
diagnóstico, é necessário implantar na empresa
uma série de procedimentos que pode ser
denominado de Programa de Conservação
Auditiva (PCA).
No que consiste o Pr ograma de
Conservação Auditiva?
Avaliação e monitoramento ambiental
Todo ambiente de trabalho com suspeita de
ser ruidoso - o que acontece em quase todas as
atividades industriais, atividades de serviço
como trabalhadores no tráfego em grandes
-15-
cidades, operadores de máquinas agrícolas,
entre outras - deve ser avaliado quanto aos
níveis de ruído que podem atingir o trabalhador.
Este avaliação deve consistir:
 na identificação de fontes geradoras de
ruído;
 na identificação das causas da geração do
ruído, se por falta de manutenção do equipa-
mento, por excesso de velocidade ou por ser
originariamente ruidoso;
 número de trabalhadores expostos;
 escolher o melhor método e instrumental
adequado para realizar as medições – se é
necessário usar dosímetro, analisador de fre-
qüência, ou se são suficientes medições instan-
tâneas;
 programar os momentos e a periodicidade
das medições, por exemplo, sempre que novas
máquinas ou equipamentos são empregados.
Implantação de medidas de controle
Pouco adianta realizar as avaliações, se
não forem tomadas medidas que reduzam a
geração de ruído e impeçam a exposição do
trabalhador ao ruído.
Medidas que podem ser tomadas para
melhor controle ambiental:
 Sugerir nas reuniões da CIPA, das Comis-
sões de Fábrica, Sindicato e Serviços de
Higiene e Segurança das empresas, que novos
equipamentos e alterações nas edificações
levem em conta a preservação de um ambiente
com níveis de ruído que obedeçam aos limites
de exposição da legislação, de 85 dB por 8
horas de exposição diária. Muitas máquinas
comercializadas no Brasil, não contam com dis-
positivos de proteção contra acidentes e contro-
ladores de ruído, como as mesmas máquinas
comercializadas no exterior;
 atualmente já existem máquinas como pren-
sas, teares e tornos silenciosos, que emitem
ruído abaixo de 85 dB. Deve ser exigida a subs-
tituição das velhas máquinas barulhentas por
novas e principalmente nas novas aquisições
isto ser levado em consideração.
 enclausuramento de máquinas. Por exem-
plo compressores podem ser todos acondicio-
nados em caixas revestidas de materiais que
absorvem o ruído, diminuindo sua emissão
para o ambiente;
 Colocação de dispositivos silenciosos em
motores, no ar comprimido, nas furadeiras;
 Serras circulares com discos contendo
materiais que acomodam a dilatação produzida
pelo aquecimento, reduzindo a vibração e a
emissão do ruído;
 Instalação de suportes amortecedores sob
as máquinas, para reduzir sua vibração e ruído;
 Colocação de anteparos com materiais para
isolar setores mais ruidosos;
 Realizar tratamento acústico em paredes e
tetos. Atualmente são abundantes os materiais
produzidos para esta finalidade.
Na figura 5 pode-se ver uma representação
esquemática das possibilidades sugeridas.
Medidas sobre a organização do trabalho:
 redução da jornada de trabalho;
 realização de pausas de 15-30 minutos, em
ambientes silenciosos, durante a jornada de
trabalho;
 redução do ritmo de trabalho, freqüente-
mente responsáveis por acidentes e também
geradores de maior nível de ruído;
 determinadas máquinas mais ruidosas
devem funcionar em horários com menor
número de pessoas presentes.
Indicação de protetores auriculares
Embora seja comum responsáveis das
empresas recomendarem os protetores auricu-
lares como medida isolada de controle do ruído,
deve-se ressaltar que este tipo de conduta não
tem apresentado resultados satisfatórios, com-
provado pela ocorrência de danos, quando os
-16-
Exposição a ruído
trabalhadores são submetidos a exames audio-
métricos.
O erro de posicionamento, a manutenção e
trocas inadequadas e o tempo efetivo de uso,
estão entre as causas mais comuns dos prote-
tores atenuarem abaixo do limite inferior de sua
capacidade de redução do ruído. Protetores
velhos e sujos também perdem em eficiência.
A atenuação sugerida pelos fabricantes de
protetores auriculares, não leva em conta as
condições adversas do trabalho como calor,
sujidade, barba, tamanho e formato do ouvido,
que de uma forma ou de outra não permitem a
utilização ótima e constante do equipamento.
É importante ter presente, que a atenuação
fornecida por um aparelho, normalmente não
tem relação direta com proteção da audição.
Aatenuação de um protetor auricular não é
igual para qualquer tipo de ruído. Depende do
espectro de freqüência do ruído do ambiente e
do espectro de atenuação do protetor. Um
mesmo protetor não tem a mesma eficiência
de atenuação para diferentes tipos de ruído e,
para um ruído com determinadas característi-
cas, protetores diferentes oferecerão diferen-
tes tipos de atenuação. Ele poderá atenuar
diferentemente um ruído emitido por uma
serra circular em relação ao de um compres-
sor, mesmo que ambos possuam o mesmo
valor em dB(A).
O tempo de utilização real do protetor,
para atingir os valores das atenuações assu-
midas pelos fabricantes, deve ser de 100%
da jornada de trabalho, em condições ótimas,
o que não corresponde à realidade na grande
maioria dos casos. Por menor que seja o
tempo que o protetor deixou de ser usado,
esse tempo é significativo, pois este ruído é
adicionado ao nível de ruído que atingia o
ouvido com o protetor. Curtos períodos de
- 17-
INTERVENÇÃO NA
FONTE EMISSORA
ELIMINAÇÃO OU SUBSTITUIÇÃO
COM MÁQUINA MAIS SILENCIOSA
MODIFICAÇÃO NO RÍTMO DE
FUNCIONAMENTO DAMÁQUINA
AUMENTO DADISTÂNCIA E
REDUÇÃO DA CONCENTRAÇÃO
DE MÁQUINAS
INTERVENÇÃO SOBRE
A PROPAGAÇÃO
SUPORTES ANTIVIBRANTES
ENCLAUSURAMENTO INTEGRAL
ENCLAUSURAMENTO PARCIAL
BARREIRAS
SILENCIADORES
TRATAMENTO FONOABSORVENTE
INTERVENÇÃO SOBRE
O TRABALAHDOR
ISOLAMENTO EM
CABINE SILENCIOSA
REDUÇÃO DO TEMPO
DE EXPOSIÇÃO
EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
5
tempo de interrupção no uso do protetor
reduzem de maneira significativa a eficácia
da proteção.
Quando da indicação do uso do protetor
deve ser levado em consideração a interfe-
rência na compreensão da voz e na per-
cepção de sinais, importantes na comuni-
cação entre trabalhadores e na compreen-
são do trabalho.
Em indivíduos com audição normal ( limiar
para todas as freqüências menores do que 25
dB) e naqueles com hipoacusia grave, o uso de
protetores influi muito pouco na capacidade
auditiva, mas para indivíduos com alterações
médias pode ocorrer importante redução na
compreensão da fala.
O uso de protetores também interfere na
percepção da origem do som, o que pode ser
determinante para a ocorrência de acidentes de
trabalho.
Deve-se ter presente também, que os pro-
tetores auriculares quando bem indicados, ate-
nuam, em média, entre 15 e 30 dB.
Existem 2 tipos principais de protetores:
 Tipo concha: constituído de duas conchas
plásticas revestidos por poliuretano e unidos
por um arco metálico; para ser eficaz deve
aderir bem na orelha. Tem o inconveniente de
aquecer a orelha e ser muito desconfortável.
Dependendo da atividade pode prender-se em
máquinas ou equipamentos, contribuindo para
a ocorrência de acidentes.
 De inserção ou plug: são dispositivos colo-
cados no interior do canal auditivo. São mais
confortáveis do que os anteriores, mas facilitam
a ocorrência de infecções no ouvido, que ao
que se sabe, não foi feito para permanecer
fechado, pelo contrário. Estes dispositivos,
podem ser de espuma, descartáveis após cada
uso, ou de silicone, reutilizáveis. Para sua indi-
cação deve-se avaliar as dimensões do canal
do auditivo do trabalhador.
- 18-
Exposição a ruído
Figura 6. Audiograma normal
nenhuma freqüência testada supera redução acima de 25 dB
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0
10
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60
70
80
90
dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0
6
25 db
Limite de
normalidade
Avaliação e monitoramento da
audição dos trabalhadores.
Consiste na realização da avaliação audi-
tiva em trabalhadores, que complementam as
avaliações ambientais.
Muitas vezes pensamos que um ambiente
está controlado e quando os trabalhadores são
examinados verifica-se que apresentam doen-
ças, sendo assim muito importante a realização
de exames que monitorem a situação de
saúde.
Recomenda-se que sejam submetidos
à avaliação audiológica todos os trabalha-
dores:
 Antes de iniciar suas atividades em um
ambiente que se saiba ou presuma-se que
os níveis de ruído são superiores a 80 dB.
Este exame inicial chamamos de audio-
grama de base, sendo muito importante o
trabalhador guardar uma cópia para compa-
rar com os exames futuros. A legislação de
Segurança e Saúde no Trabalho, através da
Norma Regulamentadora 7, determina a rea-
lização de novo exame 6 meses após inicio
do trabalho
 Uma vez por ano, quando nível de ruído no
ambiente estiver entre 80 e 100 dB;
 Uma vez a cada 6 meses, se o nível de ruído
no local de trabalho ultrapassar 100 dB;
 Por ocasião de mudança de setor ou função
ou na saída do emprego.
Como avaliar o resultado do monitora-
mento?
 sempre que possível, os exames devem ser
comparados com o audiograma de base;
 sempre que a média dos limiares medidos
nas freqüências 3,0, 4,0 e 6,0 KHz ultrapassar
em 10 dB a média obtida na audiometria ante-
rior ou de base, ou quando ocorrer piora igual
ou superior a 15 dB em uma das freqüências –
3,0, 4,0 ou 6,0 KHz, é indicativo que o Pro-
-19-
Figura 7. Audiograma com perda auditiva por ruído
veja que a perda maior ocor re nas freqüências de 3,4 e 6 KHZ e que
ocor re uma melhora na freqüência de 8 kHz
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0
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dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0
7
grama de Conservação Auditiva está falho e
que a audição do trabalhador está sendo afe-
tada;
 nesta situação devem ser tomadas medidas
que impeçam a progressão da lesão, que pode
incluir redução da jornada, pausas, mudança
de função, além da identificação de fontes
emissoras não controladas.
ASPECTOS DA
LEGISLAÇÃO
Comentamos a seguir, alguns aspectos da
legislação, relacionados a exposição a ruído.
Legislação de Segurança
e Saúde no Trabalho
Esta legislação faz parte do capítulo V da
CLT e é regulamentada pela Portaria 3214 de
1978, com as alterações subsequentes.
O ruído é definido como agente nocivo,
insalubre, ao homem, na Norma Regulamenta-
dora 15 (NR 15) da referida Portaria, que define
os limites de Exposição.
Anacrônica, esta Norma ainda mantém
conceitos errados sobre os critérios para
estabelecer os limites de exposição.
Enquanto a maioria das normas internacio-
nais e a própria Norma NHO 01 da FUNDA-
CENTRO, de 1999, refere que a cada
aumento do nível de ruído em 3 dB o limite de
exposição deve ser reduzido pela metade, a
NR 15 define que a redução da exposição à
metade deve ocorrer a cada aumento de 5 dB
nos níveis de ruído no ambiente.
Na Norma Regulamentadora 7 (NR 7), que
trata das avaliações de saúde, houve conside-
rável avanço. A Portaria 19, de abril de 1998,
emitida Ministério do Trabalho (Diário Oficial da
União de 22/04/98), incorporou métodos ade-
quados de realização de exames e critérios
-20 -
Exposição a ruído
Figura 8. Audiograma com perda não decor rente de exposição a
ruído – veja que as freqüências alteradas são as mais baixas
(0,5,1,0 e 2,0 KHz),estando as mais altas(3,4,6 KHz), normais
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dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0
8
para diagnósticos, semelhante aos utilizados
anteriormente neste manual.
Legislação
Pr evidenciaria
A legislação previdenciaria (INSS) vigente
foi estabelecida pelas Leis 8.212 e 8.213 de
1991, alterada pelas Leis 9.032/95 e 9.528/97 e
regulamentada pelo Decreto 3.048 de 06 de
maio de 1999.
No Anexo II e nas lista A o ruído esta
incluído entre os agentes nocivos à saúde, cuja
exposição pode determinar a ocorrência de
doença profissional.
O Anexo III do Decreto 3.048 de 06 de maio
de 1999, estabelece as condições a que o tra-
balhador tem direito a receber indenização na
forma de auxílio-acidente, repetindo com dis-
cretos avanços, o anacrônico regulamento
anterior, de 1991.
Embora esse decreto faça muita confusão
nas definições, mantém a expressão trauma
acústico como sinônimo de alteração auditiva -
na prática, preconiza indenização quando o
trabalhador tiver:
 Perda da audição – definida como a redução
superior a 90 decibéis, em um ou nos dois ouvi-
dos, desde que relacionados a exposição ou;
 redução em grau médio ou superior em
ambos ouvidos. Define grau médio como a
redução da audição entre 41 e 70 dB.
As perdas são calculadas pela média arit-
mética das freqüências de 05, 1,0, 2,0 e 3,0
KHz.
A Norma Técnica, publicada pelo Ministério
da Previdência e Assistência Social em 1998,
apresenta recomendações que acompanham
as sugestões da legislação de segurança do
trabalho. Mas seus aspectos positivos não
foram incorporados no Decreto que regulamen-
tou os benefícios da Previdência Social.
-21-
Figura 9. Audiograma com perda induzida pelo ruído e por outra
causa – veja que existem alterações nas freqüências baixas,uma certa
melhora e depois piora nas altas freqüências,que sempre se alteram
primeiro na exposição ao ruído
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dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0
9
O Registro como
Doença Profissional
Muito embora nem a legislação de segu-
rança, nem a do INSS definam claramente as
condições para o registro de doença profissio-
nal nas exposições a ruído, a recomendação é
que toda vez que for diagnosticada perda audi-
tiva, conforme os critérios de diagnóstico ante-
riormente apresentados, deve ser emitida a
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Critério para solicitação de
indenização recomendado
Quanto à indenização, muito embora a
legislação previdenciária preconize os critérios
acima expostos, sugerimos a adoção de outro
critério, que leve em conta o real comprometi-
mento da audição da saúde do trabalhador.
Sugerimos que uma vez diagnosticada
que a perda auditiva decorra de exposição à
ruído isoladamente ou por exposição conco-
mitante a substâncias ototóxicas presentes
no trabalho, como solventes e outras citadas,
seja indenizável quando a média das perdas
nas freqüências de 1,0, 2,0, 4,0 KHz, supe-
rarem 25 dB.
Esta proposição, tem como fundamento
estudos que demonstram que a partir deste
grau de alteração, já ocorre prejuízo para as
atividades de comunicação diárias da
pessoa afetada.
Exposição a ruído
-22 -
-23 -
ALGUNS EXEMPLOS PRÁTICOS DE COMO
CONTROLAR A EXPOSIÇÃO A RUÍDO
Vibração em sólidos ou fluidos
A condução aérea do som é geralmente causada pela vibração em sólidos ou turbulência em fluidos
As vibrações das cordas em um instrumento musical são transmitidas através do cavalete para a caixa sonora,
o som é transmitido para o ar. Uma bomba de circulação de água produz variação de pressão em um sistema
aquecido. As ondas sonoras são transmitidas através dos tubos para os radiadores, que por terem uma grande
superfície metálica transmitemo som para o ar.
EXEMPLO
O fluxo turbulento do fluido dentro das tubulações produz sons
que podem ser transmitidos pelas tubulações
e até mesmo pelas estruturas das construções
SOLUÇÃO
Além da redução da turbulência
do fluido dentro da tubulação,
esta tubulação pode ser revestida
com material absorvente.
As vibrações podem também ser isoladas da
parede ou do teto através de mecanismos de
conexões flexíveis
PRINCÍPIOS
-24-
Exposição a ruído
Vibrações em sólidos e líquidos
Vibrações podem produzir ruído após percorrerem grandes distâncias
Vibrações em sólidos e líquidos podem percorrer um grande distância antes de produzir som aéreo. Tais
vibrações podem provocar ressonância em estruturas distantes.A melhor solução é interromper a vibração o
mais próximo da fonte quanto possível.
PRINCÍPIO
As vibrações do trem sobre o trilho podem ser ouvidas
a longas distâncias.
EXEMPLO
As vibrações de um elevador
são transmitidas através da
estrutura da construção.
SOLUÇÃO
O cabo do elevador pode ser
isolado da estrutura da con-
strução.
-25 -
Ruídos com baixa e alta frequências
Quanto mais lenta a repetição, mais baixa a frequência do ruído
O nível de ruído de baixa frequência em uma fonte sonora é determinado principalmente, por mudanças na
força, pressão e velocidade. Quanto mais longo o tempo entre as mudanças, mais baixa a frequência do ruído
gerado. O nível de ruído depende da intensidade das mudanças.
PRINCÍPIO
A exaustão do motor de um
rebocador produz um ruído
de baixa frequência suave e
estrondoso.
As variações em pressão,
repetidas rapidamente do
motor de uma lancha pro-
duzem um som de frequência
mais alta.
EXEMPLO
Duas engrena-
gens têm o
mesmo diâmetro
de passo, porém
número de
dentes diferente.
Se elas girarem
na mesma veloci-
ade, a
engrenagem com
menos dentes
produzirá um
ruído de frequên-
cia mais baixa,
porém mais difícil
de ser tratado
acusticamente.
-26-
Exposição a ruído
Ruído decor rente da vibração de placas -
influência do comprimento e espessura
Pequenas superfícies vibratórias emitem menos ruído do que grandes superfícies
Um objeto com uma pequena área de superfície pode vibrar intensamente sem causar grande quantidade de
radiação de ruído. Para prevenir a transmissão de vibração, quanto mais alta a frequência do ruído menor deve
ser área da superfície vibratória. O ruído das máquinas que vibram pode ser controlado, diminuindo-se o
máximo possível a sua superfície.
PRINCÍPIOS
As vibrações de um bar-
beador são transmitidas por
uma grande placa de vidro
e o ruído é intenso.
As vibrações não
são transmitidas
pela placa de vidro e
o ruído diminui.
EXEMPLO
A transmissão do ruído através do
painel de controle do sistema
hidráulico é muito grande.
SOLUÇÃO
Com o destacamento do painel do
sistema a superfície
vibratória é reduzida,
e portanto o nível de
ruído diminui.
-27-
Ruído decor rente da vibração de placas -
influência do comprimento e espessura
Uma placa longa e estreita produz menos som do que uma placa quadrada
Quando uma placa é submetida à vibração, um excesso de pressão de ar é formado em um lado da placa e do
outro alternadamente.
O som advém de ambos os lados. Adiferença de pressão tende a ser balanceada nas proximidades das bordas,
diminuindo assim a emissão do ruído. Portanto placas longas e streitas emitem níveis de ruído menores.
EXEMPLO
A utilização de uma correia larga
resulta em uma grande quantidade
de ruído de baixa frequência.
SOLUÇÃO
A correia larga é trocada por cor-
reias estreitas e separadas por
espaçadores. Esta condurta
diminui os níveis de ruído de baixa
frequência.
- 28-
Exposição a ruído
Ruído decor rente da vibração de placas - ressonância
A ressonância amplifica o ruído, mas pode ser amortecida
A ressonância amplifica acentuadamente o ruído de uma placa vibratória, porém pode ser evitada através de
amortecimento das placas.
A colocação de pequena quantidade de material isolante pode diminuir os picos de ressonância e, em conse-
quência disso, diminuir sensivelmente o ruído.
PRINCÍPIOS
EXEMPLO
Ao se afiar a lâmina de
uma serra circular o nível
de ruído é muito elevado
porque o ruído ressoa,
dado que não há
amortecimento da serra.
SOLUÇÃO
Acoplando a esta serra
um disco rígido apoiado
a ela por um disco de
borracha aumentam
simultâneamente a
massa e o amorteci-
mento da lâmina, redu-
zindo assim o ruído cau-
sado pela ressonância.
- 29-
Ruído da vibração de máquinas - monta gem de máquinas
Ruídos transmitidos pelas tubulações podem ser evitados
O isolamento contra vibrações pode tornar-se ineficaz se as vibrações foram transmitidas pelas canalizações,
tais como tubulações, condutores elétricos etc.
Para se conter a transmissão das vibrações, as canalizações devem ser flexíveis ou conter partes flexíveis.
PRINCÍPIOS
EXEMPLO
Sistemas de resfriamento
podem ser importantes
fontes de ruído causado
pela alta pressão no
fluido dos compressores.
SOLUÇÃO
Os compressores
podem ser
isolados da
vibração por meio de
molas de aço. Além
disso devem ser usadas
conexões flexíveis em
todas as tubulações
internas e de
descarga.
-30-
Exposição a ruído
Ruído da vibração de máquinas - monta gem de máquinas
As máquinas devem ser isoladas da vibração
O isolamento da vibração das máquinas pode reduzir o ruído excessivo na área, como mostrado abaixo.
Podem ser isoladas tanto a máquina como a área de trabalho.
PRINCÍPIOS
EXEMPLO
Os isolantes de vibrações são feitos de vários materiais e de diversa formas.
EXECUTIVA NACIONAL DACUT - 1997/2000
Presidente: João Antonio Felício. Vice-Presidente: Mônica Valente.
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Maria de Almeida, Júnia da Silva Gouvêa, Wagner Gomes, Gilson Luis
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Como proteger a audição no trabalho

  • 1. Exposição a ruído: efeitos na saúde e como pr evení-los AUTORES Ubiratan de Paula Santos Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1978. Especialização em Clínica Médica e Medicina do Trabalho. Exerceu atividades junto ao Programa de Saúde dosTrabalhadores da Zona Norte, de Salto, e do ABC e na Fundacentro. Atualmente é Médico Assistente da Divisão de Doenças Respiratórias do Instituto do Coração (InCor) – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Marcos Paiva Santos Técnico em química industrial e em segurança do trabalho. Trabalha na Fundacentro desde 1984. Exerceu atividades junto ao Programa de Saúde dosTrabalhadores da Zona Norte, do ABC e Santos e na Vigilância Sanitária de São Paulo. Atualmente trabalhando na Regional da Fundacentro em Salvador, Bahia, onde cursa engenharia.
  • 2. - 4- Exposição a ruído INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 O QUE CAUSA SURDEZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 O QUE É SOM OU RUÍDO E QUAIS SÃO SUAS CARACTERÍSTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 COMO SABER SE O RUÍDO DO AMBIENTE DE TRABALHO É ELEVADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 PORQUE OUVIMOS E COMO FUNCIONA A AUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 EFEITOS DO RUÍDO NAAUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 COMO AVALIAR A AUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 COMO CONSERVAR SUAAUDIÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 ASPECTOS DALEGISLAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 ALGUNS EXEMPLOS PRÁTICOS DE COMO CONTROLAR A EXPOSIÇÃO A RUÍDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 Índice
  • 3. INTRODUÇÃO A diminuição da capacidade de ouvir ade- quadamente os sons é uma doença freqüente que compromete a comunicação em cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos. Entre- tanto, são os trabalhadores os mais acometidos devido a exposição a ruído e ou a outros agen- tes tóxicos para a audição, afetando, em certas atividades, 50% dos traba- lhadores com menos de 50 anos de idade. É a doença ocupacional mais comum, pelo fato do ruído ser o agente nocivo pre- sente em grande parte dos ambientes de trabalho, nos mais diversos ramos de ativi- dade industrial e em diversas áreas do setor de serviços. Apesar de não se consti- tuir, de maneira geral, em doença grave e letal, diminui a capacidade de milhões de tra- balhadores para suas atividades cotidianas de trabalho, de estudo e lazer, comprome- tendo sua qualidade de vida e da família. Pela extensão do pro- blema, afetar milhões de tra- balhadores e por ser possível e relativamente fácil a sua prevenção, a surdez ocupacio- nal merece destaque nas ações de saúde do trabalhador. Procuramos neste manual abordar aspectos relaciona- dos aos riscos de desenvol- ver surdez, quando e porque ocorre, como o trabalhador pode ficar sabendo, como diagnos- ticar a doença, como prevenir sua ocorrência ou a progressão e aspectos legais. Empregamos no texto algumas expressões, embora tecnicamente não reco- mendadas, para maior facilidade de compreen- são, tais como nível de ruído elevado, signifi- cando valores de pressão sonora elevados, surdez por ruído, significando diferentes graus de hipoacusia. O QUE CAUSA SURDEZ Descrevemos a seguir os principais riscos ao desenvol- vimento da surdez presentes nos ambientes de trabalho, com ênfase particular ao ruído, por ser o mais comum agente nocivo encontrado nos ambientes de trabalho e no meio ambiente. São aborda- dos resumidamente algumas causas não ocupacionais. Exposição a ruído O maior risco para a surdez ocupacional é a exposição a ruído nos locais de trabalho. O ouvido humano apresenta uma elevada sensibilidade para ouvir sons, é capaz de perceber sons que a ele chegam com uma energia vibratória muito baixa, da -5 - AMBIENTE DE TRABALHO E SURDEZ
  • 4. ordem de 0,000000000001 Watt/m2 até sons com elevada energia como os produzidos pela turbina de aviões a jato da ordem de 10.000 Watt/m2. É o mais sensível dos órgãos do sen- tido do corpo humano, mais do que a visão e o olfato. Provavelmente, esta alta sensibilidade se desenvolveu na evolução da espécie humana para dar conta das necessidades de sobrevi- vência. Na antigüidade só se ouvia os sons emitidos pelos animais, pela natureza e os sons produzidos pelos homens por instrumentos rudimentares de música e posteriormente nas guerras. Com o advento da industrialização, do crescimento das cidades, do tráfego e a conse- qüente geração de níveis elevados de ruído, que não existiam na antigüidade e que o ouvido humano não estava preparado para defender- se, o homem passou a apresentar problemas de audição, até então pouco freqüentes e restri- tos apenas à pessoas idosas. A exposição a ruído pode acometer indiví- duos fora dos ambientes de trabalho, como moradores em áreas de tráfego intenso, da vizi- nhança de empresas, mas na grande maioria dos casos o responsável pela alta incidência de surdez são as condições e ou o ambiente de trabalho. Qualquer ruído provoca surdez? Para provocar danos na audição é preciso que o trabalhador se exponha a níveis de ruído ou de pressão sonora elevada. Os diversos estudos realizados demonstram que a exposi- ção a ruído com valores acima de 85 decibéis, emitido por exemplo por um torno mecânico, é lesivo ao ouvido humano, dependendo do tempo que o trabalhador ficar exposto. Quanto maior for o nível do ruído, menor o tempo que a pessoa pode ficar exposta, sob pena de desenvolver surdez. Na tabela 1 são apresentados valores de ruído e o tempo máximo de trabalho permitido por dia, para - 6 - Exposição a ruído TABELA 1 Níveis de pressão sonora em decibéis(NPS) e tempo de exposição máxima permitida para ruído contínuo ou intermitente (Norma NHO 01, 1999, FUNDACENTRO) NPS tempo de exposição Locais/ equipamentos diária máxima com risco 85 dB 8 hs solda elétrica 88 dB 4 hs usinagem peças 91 dB 2 hs tupias e prensas 94 dB 1 hs serra circular 97 dB 30 min calderaria 100 dB 15 min jato de areia, ar comprimido 115 dB* 28 seg martelete pneumático * Limite máximo permitido pela legislação brasileira, NR-15, Portaria 3214/78, para trabalho sem proteção. Mais um absurdo da legislação ao permitir-se trabalhar exposto até 115 dB, sem proteção alguma, ou melhor permitir a manutenção de ambien- tes funcionando com este nível de ruído.
  • 5. evitar que o trabalhador fique surdo após meses ou anos de trabalho. Toda vez que alguém se expõe a níveis acima de 85 decibéis, corre o risco de ocorrer lesões no ouvido, que podem ser reversíveis se o trabalhador não ficar exposto durante muito tempo, e permaneça pelo menos 14 horas, em ambiente com níveis inferiores a 80 decibeis, ou seja existe uma lesão que o organismo con- segue reparar. Mas, no caso do trabalhador se expor, por exemplo, a ruído de 90 decibeis durante 8-9hs de trabalho por dia, a lesão pro- vocada aumenta de maneira que mesmo ficando sem exposição durante 14 horas não há uma recuperação completa e no dia seguinte o trabalhador começa a trabalhar de novo já com o ouvido alterado. Para detectar isto basta um trabalhador que tenha audição normal e que trabalha nestas condições, fazer um exame chamado audiome- tria no primeiro dia de trabalho da semana pela manhã, antes de iniciar o turno, repetir o exame ao final do turno e repetir novamente no dia seguinte antes de começar o turno e comparar os valores. O ouvido funciona como todo o nosso corpo, se for submetido a muito esforço e ou não puder descansar o tempo necessário para se recuperar, acaba adoecendo. Outros riscos ocupacionais Solventes, metais e gases: Outras exposi- ções nos ambientes de trabalho tem sido des- critas nos últimos anos como causadoras de redução da capacidade auditiva. A exposição à solventes como tolueno, estireno, hexano, xileno, tricloroetileno, dissulfeto de carbono e a metais como mercúrio, chumbo, arsênico e cobalto e a monóxido de carbono, tem sido associadas a surdez tanto pela exposição iso- lada à estas substâncias como em locais onde ocorre exposição a ruído e à uma ou mais destas substâncias. Neste caso pode existir uma somatória dos efeitos agravando a perda auditiva nos trabalhadores, como em indústrias gráficas por exemplo. Riscos não ocupacionais Medicamentos e doenças: Outras situa- ções também podem provocar surdez como o uso de determinados antibióticos como os ami- noglicosídeos( estreptomicina, garamicina, ami- cacina), algumas drogas usadas em tratamento de câncer e doenças infecciosas como a cachumba, sarampo e meningite. Sensibilidade individual: As pessoas não são iguais, uns altos, outros baixos, uns mais resistentes a infecções outros menos, uns apre- sentam problemas de visão outros não, uns desenvolvem diabetes ou hipertensão e outros não e da mesma maneira a sensibilidade da audição é variável, com alguns indivíduos podendo ficar surdos antes dos outros. Isto vale para a maioria das doenças, porque a popula- ção é assim, variada, heterogênea. Entretanto, é preciso ter presente que a maioria das pes- soas só adoecem devido a fatores ambientais criados pelo homem e apenas uma minoria por fatores genéticos isolados. Para enfrentar os riscos que o próprio homem criou com a industrialização é que os conhecimentos tecnológicos devem ser coloca- dos a seu serviço, principalmente para proteger sua saúde, ou seja, é preciso considerar que a as diferenças genéticas entre as pessoas, preci- sam ser levadas em conta em todas atividades da sociedade, permitindo a proteger a todos e não os fisicamente mais fortes. Por isto é que os limites de tolerância devem ser fixados de maneira a proteger a maioria dos trabalhadores. No caso do ruído o ideal é que os ambientes de trabalho não ultrapassem 80 decibéis. -7 -
  • 6. O QUE É SOM OU RUÍDO E QUAIS SÃO SUAS CARACTERÍSTICAS Som ou ruído é o nome dado a qualquer vibração que ocorre em um meio elástico, geralmente o ar, que é capaz de ser percebido pelo ouvido humano. De maneira geral reserva-se o nome de ruído aos sons desagradáveis, indesejáveis e de som à uma sensação prazerosa, desejada, como a produzida pela música. Entretanto, é preciso ter claro que, seja prazeroso ou não, se estiver elevado, som ou ruído podem provocar danos à audição. O som ou ruído tem duas características principais Intensidade: que indica a quantidade de energia transmi- tida por uma onda sonora emi- tida por uma máquina, equipa- mento ou grito de uma pessoa que, quanto maior, mais nociva para a audição. A intensidade do som, é medida em decibel, uma uni- dade convencional assim como o metro e o quilo. Os equipamentos existentes captam e medem a energia transmitida no ar e expres- sam os valores do Nível de Pressão Sonora em decibéis, que quanto maior, significa que a intensidade do som é maior. Freqüência: indica o número de vibrações sonoras produzi- das em um segundo. Os apare- lhos que medem as freqüên- cias indicam os resultado em hertz(Hz). Os sons com fre- qüência menores do que 10 Hz são chamados infra-sons e os sons com freqüência acima de 10000 Hz são chamados ultra-sons. Nosso ouvido só consegue perceber sons entre 16 e 20.000Hz, assim não ouvimos os infra-sons e a maioria dos ultra-sons. Tipos de ruído Existem 3 principais tipos de ruído nos ambientes de trabalho, veja figura 1 na página 9. É preciso levar este aspecto em consideração quando se vai realizar a avaliação num determi- nado ambiente. COMO SABER SE O RUÍDO DO AMBIENTE DE TRABALHO É ELEVADO? Existem diversas maneiras de sabermos ou suspeitarmos que o ruído no local de trabalho é ele- vado, desde as mais simples até através de medições com aparelhos. Duas pessoas conver- sando normalmente, emitem sons com nível de pressão sonora em torno de 65-70 dB. De uma maneira grosseira, sempre que o ruído existente no ambiente dificultar a conversa entre duas pessoas com audição normal, é porque o nível de ruído muito prova- velmente está acima de 85 dB Uma segunda maneira, é através do relato de trabalha- - 8- Exposição a ruído
  • 7. dores que estão há mais tempo no trabalho, que informam sobre a diminuição da audição que eles ou outros trabalhadores sofreram. Evi- dentemente não se deve esperar esta situação para avaliar o ambiente, mas na prática isto acaba ocorrendo Existem maneiras mais precisas de saber o nível de ruído através da medição com equipa- mentos específicos. Eles medem a energia sonora e apresentam os valores em decibéis, são os Medidores de Pressão Sonora(muitas vezes chamados de decibelímetro) e os Anali- sadores de Freqüência que registram o espec- tro de freqüências que compõem o ruído. Os ruídos com freqüências maiores, chamados de ruídos agudos são os mais lesivos para a audi- ção e mais desconfortáveis. Estes equipamentos, são em sua maioria portáteis e fáceis de utilizar, devendo ser dispo- níveis em todas as empresas onde exista risco de ruído elevado. É importante medir os níveis de pressão - 9 - 1
  • 8. sonora e o espectro de freqüência do ruído, não apenas para comprovar a existência do risco, mas principalmente para permitir a indicação de medidas de controle adequadas. Para avaliar os níveis de ruído ambiental devem ser obedecidos alguns procedimentos tais como: 1. O primeiro passo é realizar um mapea- mento sonoro. Esta avaliação deve ser feita através de um medidor de nível de pressão sonora, utilizando a escala ponderação (A), e circuíto de resposta Slow (lenta) do equipa- mento. Deve-se realizar medições instantâ- neas, por toda a área. 2. Se forem atingidos níveis de 80 dB(A) deve-se ficar alerta, porque significa que se está entrando na faixa do limite de intervenção para controle. Situações de descontrole em ser- viços de manutenção poderão elevar este valor. 3. Quando os níveis forem atingindo 85 dB(A) é sinal que a exposição já pode estar acima dos limites de tolerância, devendo ser realizada uma avaliação mais detalhada do ruído. 4. Se o ruído for do tipo contínuo ou intermi- tente, a avaliação da exposição, sempre que possível, deve utilizar aparelhos conhecidos como dosímetros de ruído, que são medidores integradores de pressão sonora, fixados no corpo do trabalhador, que o acompanha durante sua atividade diária, acumulando os níveis diferentes de ruído a que o trabalhador se expõe, ao final do tempo de amostragem. Deve-se realizar a dosimetria por no mínimo metade da jornada de trabalho diária. Na falta de um dosímetro, pode ser reali- zada a medição com medidores integradores do nível de pressão sonora instantâneo, que realiza as medições durante 1 minuto ou mais e expres- sam os resultados como a somatória dos valo- res instantâneos medidos, durante um determi- nado período de tempo, geralmente 1 minuto. Nas atividades que apresentem variação significativa da exposição na jornada de traba- lho, como por exemplo as atividades de manu- tenção ou que envolvam movimentação cons- tante do trabalhador, deve ser evitada a avalia- ção de dose de ruído com medidores instantâ- neos, pois, além de ser muito trabalhoso, é pouco precisa. Nestas situações deve ser utili- zado dosimetro de ruído. O limite de exposição ocupacional diária ao ruído contínuo ou intermitente corresponde a dose diária igual a 1 ou 100% da dose. Sempre que o dosímetro acusar dose superior a 1 ou 100% considera-se exposição excessiva. 5. Se o ruído for impulsivo ou de impacto deve ser utilizado medidor de nível de pressão sonora operando em circuito linear com res- posta para medição de impacto. Em caso de não se dispor de medidor com resposta de impacto, pode ser usado circuito de resposta rápida (fast), com filtro de compensa- ção C. Quando o medidor de nível de pressão sonora, operando em circuito linear e circuito de resposta de impacto atingir 140 dB, ou quando em resposta rápida (fast) e circuíto de compen- sação C atingir 130, considera-se risco grave e iminente à saúde do trabalhador, que tem o direito de recusar a trabalhar nessa condição. Quando o número de impactos ou de impul- sos diário exceder a 10.000 o ruído deverá ser considerado como contínuo ou intermitente. Na ocorrência simultânea de ruído continuo ou intermitente e ruído de impacto, a avaliação da exposição ocupacional a ruído de impacto deve ser realizada de forma independente. Na tabela 2 são apresentados os valores máximos de exposição relacionados com o número de impactos medidos durante a jornada diária de trabalho. 6. Para que a avaliação seja representativa da exposição de toda a jornada de trabalho, é importante que o período de amostragem seja adequadamente escolhido. A amostragem -10- Exposição a ruído
  • 9. deverá cobrir um numero maior de situações da jornada de trabalho, principalmente se ela for irregulares ou apresentar níveis de ruído com grandes variações. Havendo dúvidas quanto à representativi- dade da amostragem, recomenda-se a medi- ção durante toda a jornada de trabalho. 7. Os procedimentos de avaliação não devem interferir nas condições ambientais e operacionais, características da condição de trabalho em estudo, ou seja o ambiente e ativi- dade de trabalho devem ser o habitualmente vivido pelo trabalhador. 8. As medições devem ser feitas com o microfone posicionado dentro da zona auditiva do trabalhador, próximo ao ouvido, de forma a fornecer dados representativos da exposição diária do trabalhador ao ruído. No emprego de dosimetros, o microfone deve ser posicionado sobre o ombro e preso na gola da camisa, dentro da zona auditiva do trabalhador( +/- 15 cm da orelha). 9. Quando forem identificadas diferenças significativas entre os níveis de pressão sonora que atingem os dois ouvidos, devem ser consi- deradas as de maior nível. 10. O direcionamento do microfone deve obedecer as orientações do fabricante, cons- tantes do manual do equipamento, de forma a garantir a melhor resposta do medidor. 11. A posição do avaliador não deve interfe- rir no campo acústico ou nas condições de tra- balho; devendo evitar posicionar-se entre a fonte sonora e o microfone, para não interferir nos resultados obtidos. 12. Antes de iniciar a medição o trabalhador a ser avaliado deve ser informado: do objetivo da avaliação; que a medição não deve interferir nas suas atividades habituais, devendo manter a sua rotina de trabalho; que as medições não realizam gravação de conversas; que o equipamento ou microfone nele colo- cado, só pode ser removido pelo técnico encar- regado da avaliação; que o microfone nele fixado não pode ser tocado ou obstruído. 13. É sempre recomendável o uso de prote- tor de vento sobre o microfone, para evitar pos- síveis interferências da velocidade do ar e para proteção do microfone contra poeiras. -11- TABELA 2 Níveis de pico máximo admissíveis em função do númer o de impactos/jornada de trabalho (Norma NHO 01,1999,FUNDACENTRO) Nível de pressão Nº máximo Nível de pressão Nº máximo Nível de pressão Nº máximo de pico-dB de impactos de pico-dB de impactos de pico-dB de impactos 120 10000 127 1995 134 398 121 7943 128 1584 135 316 122 6309 129 1258 136 215 123 5011 130 1000 137 199 124 3981 131 794 138 158 125 3162 132 630 139 125 126 2511 133 501 140 100
  • 10. PORQUE OUVIMOS E COMO FUNCIONA A AUDIÇÃO O sistema auditivo é composto de 3 com- partimentos (Figura 2): o ouvido externo- formado pela orelha e o canal auditivo (local onde às vezes acumula cera) que tem a função de facilitar a captação do som e o amplifica nas freqüências mais altas. Este fato é uma das principais razões do porque embora o ruído predominante nas fábri- cas tenha freqüência entre 1000 e 2000 hz, a lesão observada no trabalhador compromete primeiro a audição de sons de 3000 a 6000 hz. O ouvido externo funciona como um amplifica- dor para freqüências altas, chegando a aumen- tar a pressão sonora na freqüência de 3000 Hz em até 20 decibeis; o ouvido médio - composto pela mem- brana timpânica (o tímpano) e de 3 ossí- culos (ossos peque- nos) chamados de estribo, martelo e bigorna e dois múscu- los, um chamado esta- pedio e o outro tensor do tímpano. Os 3 ossos tem a função de facilitar a transmissão da energia sonora que chega na membrana para o interior de canais cheios de lí- quido, onde a energia sonora é convertida em hidráulica. A ma- neira como eles estão organizados tem a função de compensar a perda de energia que ocorre quando a energia passa do ar para um meio líquido. Os dois músculos, quando estimu- lados, se contraem, tendo a função de proteger o ouvido contra efeito de som muito elevado; o ouvido interno - formado pela cóclea que contém os elementos sensoriais para a audição e o sistema vestibular responsável pelo nosso equilíbrio (este, quando alterado a pessoa pode apresentar vertigens, como ocorre na labirintite). Como percebemos os sons? A onda sonora atinge a cabeça, penetra no canal auditivo e atinge a membrana timpânica, vibrando-a. Esta membrana ao vibrar pela pres- são dos sons, movi- menta os 3 ossinhos que pressionam um líquido que existe dentro de canais cha- mados escalas, que fazem parte da cóclea. Este líquido pressio- nado, se movimenta e estimula as células ciliadas existentes nu- ma estrutura da cóclea, chamada órgão de Corti, que transformam a energia mecânica da onda sonora em impul- sos elétricos e os trans- mitem ao cérebro, atra- vés do nervo acústico, informando da chegada de um determinado som. Isto ocorre, por exemplo, quando al- gum barulho ocorre inesperadamente perto de nós. Se um cão late, o ouvido capta a ener- gia sonora emitida pelo latido, processa a ener- - 12- Exposição a ruído FIG.2. ESTRUTURADOOUVIDOEXTERNO , MÉDIO E INTERNO. NAP ARTEINFERIORDAFIGURAPODE -SEVER A CÓCLEA EO APARELHOVESTIBULARFORMADO PELOS 3 CANAISSEMICIRCU- LARES, SÁCULO E UTRÍCULORESPONSÁVELPELOEQUILÍBRIO 2
  • 11. gia e informa o cérebro, que aprendeu desde criança, que aquele é o som de um cão, de maneira a identificar rapidamente não apenas a existência do som mas sua localização e até quem o produziu(Figura 3). EFEITOS DO RUÍDO NA AUDIÇÃO Como já comentamos anteriormente, a exposição a níveis elevados de pressão sonora, pode alterar a capacidade de audição dos indivíduos. Um trabalhador exposto ao longo dos anos à um ambiente com ruído elevado, que supera a capacidade de defesa e de recupe- ração do ouvido, acaba por desenvolver, pro- gressivamente, lesões no ouvido interno e diminuindo sua sensibilidade auditiva. Diferentemente das infecções mais comuns na infância ( onde ocorre lesões no tímpano e geralmente são tratadas com medicamentos ou cirurgias, ou das lesões devido a otoesclerose, que melhoram com uso de aparelhos ou cirur- gias), as lesões induzi- das pelo ruído são irre- versíveis e até o mo- mento não tem trata- mento. O ruído lesa as células que existem no interior da cóclea ( locali- zada numa estrutura chamada Órgão de Corte), perdendo a capa- cidade transmitir ao cére- bro as informações dos sons que chegam. Quando um trabalha- dor com audição normal começa a trabalhar num ambiente barulhento e nele fica durante vários anos, veja o que pode ocorrer: Nas primeiras semanas pode sentir dor de cabeça, tontura, zumbido nos ouvidos e dimi- nuição reversível da audição; Posteriormente ocorre uma certa adaptação e estes sintomas desaparecem após alguns meses; Com o passar dos anos, dependendo do nível do ruído, ele começa a ter dificuldade de ouvir sons agudos como o barulho do relógio e dificuldade de entender as palavras, quando várias pessoas conversam juntas; E, com a progressão da lesão, começa a ter dificuldade para ouvir de maneira geral, com- prometendo a comunicação. Passa a não ouvir adequadamente o que uma outra pessoa fala e em muitos casos reaparece o zumbido ou - 13- FIG. 3. CÓCLEA. CORTETRANSVERSALDA CÓCLEA. SE DESENROLARMOS A CÓCLEA VEREMOSQUEELA É FORMADAPOR 3 TUBOS CHEIOSDELÍQUIDOCHAMADOS ESCALASVES- TIBULAR, MÉDIA E TIMPÂNICA. NO INTERIOR DAESCALAMÉDIAFICALOCALIZADO O ÓRGÃO DE CORTI, QUE CONTÉMASCÉLULAS CILIA- DAS.A VIBRAÇÃODAMEMBRANATIMPÂNICA EMPURRA O ESTRIBOQUE PRESSIONA E MOVIMENTAO LÍQUIDOQUE EXISTENASESCA - LASVESTIBULAR , TIMPÂNICA E MÉDIA, ESTI- MULANDOASCÉLULAS CILIADAS, QUE TRANS- MITEMOSSINAIS PARA O NERVOACÚSTICO. SÃOESTASCÉLULAS QUESÃODANIFICADAS PELAEXPOSIÇÃO A RUÍDO, DEIXANDODE TRANSMITIRINFORMAÇÕESAOCÉREBRO E PORTANTOO INDIVÍDUOACOMETIDOTEMSUA CAPACIDADEDEOUVIRDIMINUÍDA . 3
  • 12. chiado que dura muitos anos ou a vida toda. À perda progressiva da audi- ção induzida pelo ruído, dá-se o nome de hipoacusia ou disacusia neurosensorial e é mais grave quanto maior for o tempo de exposição a ruído e quanto mais intenso ele for, podendo evoluir até à surdez completa. Na figura 4 pode ser ver no exame audiométrico registrado (audiograma), o que acontece com a audição de um trabalhador com o passar dos anos de expo- sição a níveis elevados de ruído. Outros efeitos da exposição a ruído A exposição a níveis elevados de ruído tem sido relacionada ao aumento do número de aci- dentes de trabalho, a aumento da incidência de hipertensão arterial, de gastrite e úlcera gás- trica, a alterações do sono e neuropsíquicas. COMO AVALIAR A AUDIÇÃO Todos os trabalhadores que trabalham em ambientes com níveis de ruído maior ou igual a 85 dB, devem ser submetidos à avaliação da situação auditiva, durante os exames periódi- cos, ou sempre que apresentarem sintomas. A avaliação do trabalhador deve incluir: Dados gerais informados pelo trabalhador e pela empresa Dados sobre tempo de exposição a ruído conhecida ou presumidamente elevada; Informação do trabalhador sobre sua audição – se precisa aumentar o volume de rádio ou TV em casa, se ouve bem na presença de ruído de fundo ou quando várias pessoas estão conver- sando, se tem dificuldade para perceber de qual direção está vindo o som, se sente zumbidos; Se o ambiente de trabalho atual apresenta níveis elevados de ruído; Há quanto tempo o trabalhador está afastado do ambiente de trabalho até o momento do exame. Exame Médico Avaliação da orofaringe, pescoço e orelha ou pavilhão auditivo externo; Otoscopia: com auxílio de aparelho conhecido como otoscópio o examinador verifica se existe oclusão do canal auditivo por cera, se existe secreção, se a membrana timpânica está íntegra; Audiometria: é o exame que permite avaliar a existência ou não da deficiência auditiva e sugerir se esta deficiência pode decorrer da exposição a ruído. Para sua realização devem ser obedecidos os seguintes procedimentos: 1. O trabalhador deve estar afastado da exposição há pelo menos 14 horas. Para a rea- lização de levantamentos gerais, pode ser rea- lizado exame após meia hora de afastamento e no caso de revelar-se alterado (diminuição de 15 decibéis com relação a audiometria anterior - 14- Exposição a ruído 4
  • 13. ou de base), deve ser repetido com pelo menos 14 hs de afastamento da exposição; 2. O trabalhador a ser examinado deve ficar no interior de uma cabine audiométrica(com isolamento acústico); 3. Devem ser testadas as freqüências de 0,25, 0,5, 1,0, 2,0, 3,0, 4,0, 6,0, 8,0 KHz para a via aérea e caso estas freqüências apresentem alteração superior a 15 decibéis, devem ser tes- tadas as freqüências de 0,5, 1,0, 2,0, 3,0 e 4,0 KHz pela via óssea; 4. O aparelho, audiômetro deve estar cali- brado conforme normas internacionais(ANSI S3.6) e ser testado diariamente antes de iniciar os exames; 5. A cabine acústica deve ser silenciosa, não ultrapassando, no seu interior, valores pre- conizados por normas técnicas, sendo a mais empregada a Norma OSHA-1983. Outros testes complementares podem ser realizados como a discriminação vocal e impedanciometria. O primeiro de pouca utili- dade pratica e o segundo, a critério do exami- nador, serve para avaliar melhor as altera- ções auditivas de outra natureza e para pes- quisar o reflexo do músculo estapédio que permite na verificação da existência do fenô- meno de recrutamento, muito freqüente na surdez por ruído. Como interpretar os resultados da avaliação Considera-se alterado o exame realizado em repouso acústico (mais de 14 hs sem expo- sição), que apresenta diminuição da audição acima de 25 decibéis (dB) em qualquer fre- qüência. Até este valor, ou seja, alterações de até 5, 10,15, 20 e 25 dB são consideradas variações dentro da faixa de normalidade. São características de alterações induzidas pelo ruído: surgem geralmente após vários anos de tra- balho; quanto mais intensa a exposição, mais cedo as alterações se manifestam. Alterações neurosensoriais que surgem agudamente ou são unilaterais, sugerem outras causas como virais, vasculares, esclerose sistêmica, neu- roma, doença de Meniere, traumatismo cra- niano ou uso de medicamentos ototóxicos; a lesão ser sensorial, ou seja na audiometria estão alteradas tanto a testagem por via aérea como pela via óssea; na grande maioria dos casos acometem os dois ouvidos. O acometimento de apenas 1 ouvido é mais encontrado em exposições a ruído de impacto, em traumas provocados por explosões ou nas situações de outra natureza, antes descritas; na audiometria, as freqüência de 4,0 ou 6,0 KHz se alteram primeiro, depois sendo alterada as freqüências de 3,0, 8,0 2,0, 1,0, 0,5 e 0,25 KHz. Estas 3 últimas freqüências só se alteram nos caso mais graves de surdez; nas perdas mais graves, o reflexo estape- diano está ausente ou alterado. Nas Figuras 6 a 9 (páginas 18 a 21) são exemplificadas diversas situações. COMO CONSERVAR SUA AUDIÇÃO Para preservar a audição ou evitar que ela se deteriore, não basta sabermos dos efeitos do ruído e nem realizar os exames médicos e o diagnóstico, é necessário implantar na empresa uma série de procedimentos que pode ser denominado de Programa de Conservação Auditiva (PCA). No que consiste o Pr ograma de Conservação Auditiva? Avaliação e monitoramento ambiental Todo ambiente de trabalho com suspeita de ser ruidoso - o que acontece em quase todas as atividades industriais, atividades de serviço como trabalhadores no tráfego em grandes -15-
  • 14. cidades, operadores de máquinas agrícolas, entre outras - deve ser avaliado quanto aos níveis de ruído que podem atingir o trabalhador. Este avaliação deve consistir: na identificação de fontes geradoras de ruído; na identificação das causas da geração do ruído, se por falta de manutenção do equipa- mento, por excesso de velocidade ou por ser originariamente ruidoso; número de trabalhadores expostos; escolher o melhor método e instrumental adequado para realizar as medições – se é necessário usar dosímetro, analisador de fre- qüência, ou se são suficientes medições instan- tâneas; programar os momentos e a periodicidade das medições, por exemplo, sempre que novas máquinas ou equipamentos são empregados. Implantação de medidas de controle Pouco adianta realizar as avaliações, se não forem tomadas medidas que reduzam a geração de ruído e impeçam a exposição do trabalhador ao ruído. Medidas que podem ser tomadas para melhor controle ambiental: Sugerir nas reuniões da CIPA, das Comis- sões de Fábrica, Sindicato e Serviços de Higiene e Segurança das empresas, que novos equipamentos e alterações nas edificações levem em conta a preservação de um ambiente com níveis de ruído que obedeçam aos limites de exposição da legislação, de 85 dB por 8 horas de exposição diária. Muitas máquinas comercializadas no Brasil, não contam com dis- positivos de proteção contra acidentes e contro- ladores de ruído, como as mesmas máquinas comercializadas no exterior; atualmente já existem máquinas como pren- sas, teares e tornos silenciosos, que emitem ruído abaixo de 85 dB. Deve ser exigida a subs- tituição das velhas máquinas barulhentas por novas e principalmente nas novas aquisições isto ser levado em consideração. enclausuramento de máquinas. Por exem- plo compressores podem ser todos acondicio- nados em caixas revestidas de materiais que absorvem o ruído, diminuindo sua emissão para o ambiente; Colocação de dispositivos silenciosos em motores, no ar comprimido, nas furadeiras; Serras circulares com discos contendo materiais que acomodam a dilatação produzida pelo aquecimento, reduzindo a vibração e a emissão do ruído; Instalação de suportes amortecedores sob as máquinas, para reduzir sua vibração e ruído; Colocação de anteparos com materiais para isolar setores mais ruidosos; Realizar tratamento acústico em paredes e tetos. Atualmente são abundantes os materiais produzidos para esta finalidade. Na figura 5 pode-se ver uma representação esquemática das possibilidades sugeridas. Medidas sobre a organização do trabalho: redução da jornada de trabalho; realização de pausas de 15-30 minutos, em ambientes silenciosos, durante a jornada de trabalho; redução do ritmo de trabalho, freqüente- mente responsáveis por acidentes e também geradores de maior nível de ruído; determinadas máquinas mais ruidosas devem funcionar em horários com menor número de pessoas presentes. Indicação de protetores auriculares Embora seja comum responsáveis das empresas recomendarem os protetores auricu- lares como medida isolada de controle do ruído, deve-se ressaltar que este tipo de conduta não tem apresentado resultados satisfatórios, com- provado pela ocorrência de danos, quando os -16- Exposição a ruído
  • 15. trabalhadores são submetidos a exames audio- métricos. O erro de posicionamento, a manutenção e trocas inadequadas e o tempo efetivo de uso, estão entre as causas mais comuns dos prote- tores atenuarem abaixo do limite inferior de sua capacidade de redução do ruído. Protetores velhos e sujos também perdem em eficiência. A atenuação sugerida pelos fabricantes de protetores auriculares, não leva em conta as condições adversas do trabalho como calor, sujidade, barba, tamanho e formato do ouvido, que de uma forma ou de outra não permitem a utilização ótima e constante do equipamento. É importante ter presente, que a atenuação fornecida por um aparelho, normalmente não tem relação direta com proteção da audição. Aatenuação de um protetor auricular não é igual para qualquer tipo de ruído. Depende do espectro de freqüência do ruído do ambiente e do espectro de atenuação do protetor. Um mesmo protetor não tem a mesma eficiência de atenuação para diferentes tipos de ruído e, para um ruído com determinadas característi- cas, protetores diferentes oferecerão diferen- tes tipos de atenuação. Ele poderá atenuar diferentemente um ruído emitido por uma serra circular em relação ao de um compres- sor, mesmo que ambos possuam o mesmo valor em dB(A). O tempo de utilização real do protetor, para atingir os valores das atenuações assu- midas pelos fabricantes, deve ser de 100% da jornada de trabalho, em condições ótimas, o que não corresponde à realidade na grande maioria dos casos. Por menor que seja o tempo que o protetor deixou de ser usado, esse tempo é significativo, pois este ruído é adicionado ao nível de ruído que atingia o ouvido com o protetor. Curtos períodos de - 17- INTERVENÇÃO NA FONTE EMISSORA ELIMINAÇÃO OU SUBSTITUIÇÃO COM MÁQUINA MAIS SILENCIOSA MODIFICAÇÃO NO RÍTMO DE FUNCIONAMENTO DAMÁQUINA AUMENTO DADISTÂNCIA E REDUÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE MÁQUINAS INTERVENÇÃO SOBRE A PROPAGAÇÃO SUPORTES ANTIVIBRANTES ENCLAUSURAMENTO INTEGRAL ENCLAUSURAMENTO PARCIAL BARREIRAS SILENCIADORES TRATAMENTO FONOABSORVENTE INTERVENÇÃO SOBRE O TRABALAHDOR ISOLAMENTO EM CABINE SILENCIOSA REDUÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 5
  • 16. tempo de interrupção no uso do protetor reduzem de maneira significativa a eficácia da proteção. Quando da indicação do uso do protetor deve ser levado em consideração a interfe- rência na compreensão da voz e na per- cepção de sinais, importantes na comuni- cação entre trabalhadores e na compreen- são do trabalho. Em indivíduos com audição normal ( limiar para todas as freqüências menores do que 25 dB) e naqueles com hipoacusia grave, o uso de protetores influi muito pouco na capacidade auditiva, mas para indivíduos com alterações médias pode ocorrer importante redução na compreensão da fala. O uso de protetores também interfere na percepção da origem do som, o que pode ser determinante para a ocorrência de acidentes de trabalho. Deve-se ter presente também, que os pro- tetores auriculares quando bem indicados, ate- nuam, em média, entre 15 e 30 dB. Existem 2 tipos principais de protetores: Tipo concha: constituído de duas conchas plásticas revestidos por poliuretano e unidos por um arco metálico; para ser eficaz deve aderir bem na orelha. Tem o inconveniente de aquecer a orelha e ser muito desconfortável. Dependendo da atividade pode prender-se em máquinas ou equipamentos, contribuindo para a ocorrência de acidentes. De inserção ou plug: são dispositivos colo- cados no interior do canal auditivo. São mais confortáveis do que os anteriores, mas facilitam a ocorrência de infecções no ouvido, que ao que se sabe, não foi feito para permanecer fechado, pelo contrário. Estes dispositivos, podem ser de espuma, descartáveis após cada uso, ou de silicone, reutilizáveis. Para sua indi- cação deve-se avaliar as dimensões do canal do auditivo do trabalhador. - 18- Exposição a ruído Figura 6. Audiograma normal nenhuma freqüência testada supera redução acima de 25 dB -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0 6 25 db Limite de normalidade
  • 17. Avaliação e monitoramento da audição dos trabalhadores. Consiste na realização da avaliação audi- tiva em trabalhadores, que complementam as avaliações ambientais. Muitas vezes pensamos que um ambiente está controlado e quando os trabalhadores são examinados verifica-se que apresentam doen- ças, sendo assim muito importante a realização de exames que monitorem a situação de saúde. Recomenda-se que sejam submetidos à avaliação audiológica todos os trabalha- dores: Antes de iniciar suas atividades em um ambiente que se saiba ou presuma-se que os níveis de ruído são superiores a 80 dB. Este exame inicial chamamos de audio- grama de base, sendo muito importante o trabalhador guardar uma cópia para compa- rar com os exames futuros. A legislação de Segurança e Saúde no Trabalho, através da Norma Regulamentadora 7, determina a rea- lização de novo exame 6 meses após inicio do trabalho Uma vez por ano, quando nível de ruído no ambiente estiver entre 80 e 100 dB; Uma vez a cada 6 meses, se o nível de ruído no local de trabalho ultrapassar 100 dB; Por ocasião de mudança de setor ou função ou na saída do emprego. Como avaliar o resultado do monitora- mento? sempre que possível, os exames devem ser comparados com o audiograma de base; sempre que a média dos limiares medidos nas freqüências 3,0, 4,0 e 6,0 KHz ultrapassar em 10 dB a média obtida na audiometria ante- rior ou de base, ou quando ocorrer piora igual ou superior a 15 dB em uma das freqüências – 3,0, 4,0 ou 6,0 KHz, é indicativo que o Pro- -19- Figura 7. Audiograma com perda auditiva por ruído veja que a perda maior ocor re nas freqüências de 3,4 e 6 KHZ e que ocor re uma melhora na freqüência de 8 kHz -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0 7
  • 18. grama de Conservação Auditiva está falho e que a audição do trabalhador está sendo afe- tada; nesta situação devem ser tomadas medidas que impeçam a progressão da lesão, que pode incluir redução da jornada, pausas, mudança de função, além da identificação de fontes emissoras não controladas. ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO Comentamos a seguir, alguns aspectos da legislação, relacionados a exposição a ruído. Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho Esta legislação faz parte do capítulo V da CLT e é regulamentada pela Portaria 3214 de 1978, com as alterações subsequentes. O ruído é definido como agente nocivo, insalubre, ao homem, na Norma Regulamenta- dora 15 (NR 15) da referida Portaria, que define os limites de Exposição. Anacrônica, esta Norma ainda mantém conceitos errados sobre os critérios para estabelecer os limites de exposição. Enquanto a maioria das normas internacio- nais e a própria Norma NHO 01 da FUNDA- CENTRO, de 1999, refere que a cada aumento do nível de ruído em 3 dB o limite de exposição deve ser reduzido pela metade, a NR 15 define que a redução da exposição à metade deve ocorrer a cada aumento de 5 dB nos níveis de ruído no ambiente. Na Norma Regulamentadora 7 (NR 7), que trata das avaliações de saúde, houve conside- rável avanço. A Portaria 19, de abril de 1998, emitida Ministério do Trabalho (Diário Oficial da União de 22/04/98), incorporou métodos ade- quados de realização de exames e critérios -20 - Exposição a ruído Figura 8. Audiograma com perda não decor rente de exposição a ruído – veja que as freqüências alteradas são as mais baixas (0,5,1,0 e 2,0 KHz),estando as mais altas(3,4,6 KHz), normais -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0 8
  • 19. para diagnósticos, semelhante aos utilizados anteriormente neste manual. Legislação Pr evidenciaria A legislação previdenciaria (INSS) vigente foi estabelecida pelas Leis 8.212 e 8.213 de 1991, alterada pelas Leis 9.032/95 e 9.528/97 e regulamentada pelo Decreto 3.048 de 06 de maio de 1999. No Anexo II e nas lista A o ruído esta incluído entre os agentes nocivos à saúde, cuja exposição pode determinar a ocorrência de doença profissional. O Anexo III do Decreto 3.048 de 06 de maio de 1999, estabelece as condições a que o tra- balhador tem direito a receber indenização na forma de auxílio-acidente, repetindo com dis- cretos avanços, o anacrônico regulamento anterior, de 1991. Embora esse decreto faça muita confusão nas definições, mantém a expressão trauma acústico como sinônimo de alteração auditiva - na prática, preconiza indenização quando o trabalhador tiver: Perda da audição – definida como a redução superior a 90 decibéis, em um ou nos dois ouvi- dos, desde que relacionados a exposição ou; redução em grau médio ou superior em ambos ouvidos. Define grau médio como a redução da audição entre 41 e 70 dB. As perdas são calculadas pela média arit- mética das freqüências de 05, 1,0, 2,0 e 3,0 KHz. A Norma Técnica, publicada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social em 1998, apresenta recomendações que acompanham as sugestões da legislação de segurança do trabalho. Mas seus aspectos positivos não foram incorporados no Decreto que regulamen- tou os benefícios da Previdência Social. -21- Figura 9. Audiograma com perda induzida pelo ruído e por outra causa – veja que existem alterações nas freqüências baixas,uma certa melhora e depois piora nas altas freqüências,que sempre se alteram primeiro na exposição ao ruído -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 dB KHz 0,25 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 6,0 8,0 9
  • 20. O Registro como Doença Profissional Muito embora nem a legislação de segu- rança, nem a do INSS definam claramente as condições para o registro de doença profissio- nal nas exposições a ruído, a recomendação é que toda vez que for diagnosticada perda audi- tiva, conforme os critérios de diagnóstico ante- riormente apresentados, deve ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Critério para solicitação de indenização recomendado Quanto à indenização, muito embora a legislação previdenciária preconize os critérios acima expostos, sugerimos a adoção de outro critério, que leve em conta o real comprometi- mento da audição da saúde do trabalhador. Sugerimos que uma vez diagnosticada que a perda auditiva decorra de exposição à ruído isoladamente ou por exposição conco- mitante a substâncias ototóxicas presentes no trabalho, como solventes e outras citadas, seja indenizável quando a média das perdas nas freqüências de 1,0, 2,0, 4,0 KHz, supe- rarem 25 dB. Esta proposição, tem como fundamento estudos que demonstram que a partir deste grau de alteração, já ocorre prejuízo para as atividades de comunicação diárias da pessoa afetada. Exposição a ruído -22 -
  • 21. -23 - ALGUNS EXEMPLOS PRÁTICOS DE COMO CONTROLAR A EXPOSIÇÃO A RUÍDO Vibração em sólidos ou fluidos A condução aérea do som é geralmente causada pela vibração em sólidos ou turbulência em fluidos As vibrações das cordas em um instrumento musical são transmitidas através do cavalete para a caixa sonora, o som é transmitido para o ar. Uma bomba de circulação de água produz variação de pressão em um sistema aquecido. As ondas sonoras são transmitidas através dos tubos para os radiadores, que por terem uma grande superfície metálica transmitemo som para o ar. EXEMPLO O fluxo turbulento do fluido dentro das tubulações produz sons que podem ser transmitidos pelas tubulações e até mesmo pelas estruturas das construções SOLUÇÃO Além da redução da turbulência do fluido dentro da tubulação, esta tubulação pode ser revestida com material absorvente. As vibrações podem também ser isoladas da parede ou do teto através de mecanismos de conexões flexíveis PRINCÍPIOS
  • 22. -24- Exposição a ruído Vibrações em sólidos e líquidos Vibrações podem produzir ruído após percorrerem grandes distâncias Vibrações em sólidos e líquidos podem percorrer um grande distância antes de produzir som aéreo. Tais vibrações podem provocar ressonância em estruturas distantes.A melhor solução é interromper a vibração o mais próximo da fonte quanto possível. PRINCÍPIO As vibrações do trem sobre o trilho podem ser ouvidas a longas distâncias. EXEMPLO As vibrações de um elevador são transmitidas através da estrutura da construção. SOLUÇÃO O cabo do elevador pode ser isolado da estrutura da con- strução.
  • 23. -25 - Ruídos com baixa e alta frequências Quanto mais lenta a repetição, mais baixa a frequência do ruído O nível de ruído de baixa frequência em uma fonte sonora é determinado principalmente, por mudanças na força, pressão e velocidade. Quanto mais longo o tempo entre as mudanças, mais baixa a frequência do ruído gerado. O nível de ruído depende da intensidade das mudanças. PRINCÍPIO A exaustão do motor de um rebocador produz um ruído de baixa frequência suave e estrondoso. As variações em pressão, repetidas rapidamente do motor de uma lancha pro- duzem um som de frequência mais alta. EXEMPLO Duas engrena- gens têm o mesmo diâmetro de passo, porém número de dentes diferente. Se elas girarem na mesma veloci- ade, a engrenagem com menos dentes produzirá um ruído de frequên- cia mais baixa, porém mais difícil de ser tratado acusticamente.
  • 24. -26- Exposição a ruído Ruído decor rente da vibração de placas - influência do comprimento e espessura Pequenas superfícies vibratórias emitem menos ruído do que grandes superfícies Um objeto com uma pequena área de superfície pode vibrar intensamente sem causar grande quantidade de radiação de ruído. Para prevenir a transmissão de vibração, quanto mais alta a frequência do ruído menor deve ser área da superfície vibratória. O ruído das máquinas que vibram pode ser controlado, diminuindo-se o máximo possível a sua superfície. PRINCÍPIOS As vibrações de um bar- beador são transmitidas por uma grande placa de vidro e o ruído é intenso. As vibrações não são transmitidas pela placa de vidro e o ruído diminui. EXEMPLO A transmissão do ruído através do painel de controle do sistema hidráulico é muito grande. SOLUÇÃO Com o destacamento do painel do sistema a superfície vibratória é reduzida, e portanto o nível de ruído diminui.
  • 25. -27- Ruído decor rente da vibração de placas - influência do comprimento e espessura Uma placa longa e estreita produz menos som do que uma placa quadrada Quando uma placa é submetida à vibração, um excesso de pressão de ar é formado em um lado da placa e do outro alternadamente. O som advém de ambos os lados. Adiferença de pressão tende a ser balanceada nas proximidades das bordas, diminuindo assim a emissão do ruído. Portanto placas longas e streitas emitem níveis de ruído menores. EXEMPLO A utilização de uma correia larga resulta em uma grande quantidade de ruído de baixa frequência. SOLUÇÃO A correia larga é trocada por cor- reias estreitas e separadas por espaçadores. Esta condurta diminui os níveis de ruído de baixa frequência.
  • 26. - 28- Exposição a ruído Ruído decor rente da vibração de placas - ressonância A ressonância amplifica o ruído, mas pode ser amortecida A ressonância amplifica acentuadamente o ruído de uma placa vibratória, porém pode ser evitada através de amortecimento das placas. A colocação de pequena quantidade de material isolante pode diminuir os picos de ressonância e, em conse- quência disso, diminuir sensivelmente o ruído. PRINCÍPIOS EXEMPLO Ao se afiar a lâmina de uma serra circular o nível de ruído é muito elevado porque o ruído ressoa, dado que não há amortecimento da serra. SOLUÇÃO Acoplando a esta serra um disco rígido apoiado a ela por um disco de borracha aumentam simultâneamente a massa e o amorteci- mento da lâmina, redu- zindo assim o ruído cau- sado pela ressonância.
  • 27. - 29- Ruído da vibração de máquinas - monta gem de máquinas Ruídos transmitidos pelas tubulações podem ser evitados O isolamento contra vibrações pode tornar-se ineficaz se as vibrações foram transmitidas pelas canalizações, tais como tubulações, condutores elétricos etc. Para se conter a transmissão das vibrações, as canalizações devem ser flexíveis ou conter partes flexíveis. PRINCÍPIOS EXEMPLO Sistemas de resfriamento podem ser importantes fontes de ruído causado pela alta pressão no fluido dos compressores. SOLUÇÃO Os compressores podem ser isolados da vibração por meio de molas de aço. Além disso devem ser usadas conexões flexíveis em todas as tubulações internas e de descarga.
  • 28. -30- Exposição a ruído Ruído da vibração de máquinas - monta gem de máquinas As máquinas devem ser isoladas da vibração O isolamento da vibração das máquinas pode reduzir o ruído excessivo na área, como mostrado abaixo. Podem ser isoladas tanto a máquina como a área de trabalho. PRINCÍPIOS EXEMPLO Os isolantes de vibrações são feitos de vários materiais e de diversa formas.
  • 29. EXECUTIVA NACIONAL DACUT - 1997/2000 Presidente: João Antonio Felício. Vice-Presidente: Mônica Valente. Secretário Geral: Carlos Alberto Grana. Primeiro Secretário: Remígio Todeschini. Tesoureiro: João Vaccari Neto. Secretário de Relações Inter- nacionais: Kjeld Aagaard Jakobsen. Secretária de Política Sindical: Gilda Almeida de Souza. Secretário de Formação:Altemir Antonio Tortelli. Secretária de Comunicação: Sandra Rodrigues Cabral. Secretário de Políticas Sociais:Pascoal Carneiro. Secretário de Organização: Rafael Freire Neto. Diretoria Executiva: José Jairo Ferreira Cabral, Maria Ednalva Bezerra de Lima, Elisangela dos Santos Araújo, Luzia de Oliveira Fati, Rita de Cássia Evaristo, Lúcia Regina dos Santos Reis, Jorge Luis Martins, Lujan Maria Bacelar de Miranda, Temístocles Marcelos Neto, José Maria de Almeida, Júnia da Silva Gouvêa, Wagner Gomes, Gilson Luis Reis, Júlio Turra. Suplentes: José Gerônimo Brumatti, Francisco Alano, Aldanir Carlos dos Santos, Wanderley Antunes Bezerra, Rosane da Silva, Dirceu Travesso, Mônica Cristina da S. Custódio. CENTRALÚNICADOS TRABALHADORES Rua Caetano Pinto, 575 - Brás - CEP03041-000 - São Paulo - SP- BRASIL Tel.: (0XX11) 3272 9411 - Fax: 3272 9610 Homepage: www.cut.org.br - E-mail: executiva@cut.org.br Rua Caetano Pinto, 575 - Brás São Paulo - CEP03041-000 Tel.: (0XX11) 3272 9411 ramais: 153 e 291 Fax: (0XX11) 3272 9610 Homepage: www.instcut.org.br E-mail: inst@instcut.org.br Diretor responsável Remigio Todeschini EQUIPE TÉCNICA Coordenador executivo Domingos Lino Consultor técnico Nilton Freitas Assessores técnicos Fátima Pianta Luiz Humberto Sivieri EQUIPE DE FORMAÇÃO Escola São Paulo São Paulo/SP Escola Sul Florianópolis/SC Escola Sete de Outubro Belo Horizonte/MG Escola Centro Oeste Goiânia/GO Escola Marise Paiva de Moraes Recife/PE Escola Amazonas Belém/PA Escola Chico Mendes Porto Velho/RO Capa Marco Godoy Projeto gráfico e diagramação PIXEL Comunicação e Design Fotolito Kingpress Impressão Kingraf - gráfica e editora NOVEMBRO 2000