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Edifício Liberdade - RJ
Disciplina: Patologia e Recuperação de Estruturas
Prof.: Fábio Henrique de Melo Ribeiro
Acadêmicos: Arthur Rosário
Carolina Zacché
Jonnison Santana
Maykon Abreu
Dados do edifício:
Localização: Av. 13 de Maio n°
44, Cinelândia, Centro, Rio de
Janeiro
Autor do projeto:
Construção: 1938 a 1940
Acréscimo de área construída:
1954 a 1957
Desabamento: 25/01/2012 as
20h30min
Características do edifício
• 1938: projeto inicial com 15 pavimentos com lojas no térreo, pavimentos
corridos até 8° andar e 9° ao 15° subdivididos em 4 salas por pavimento;
• 1939: mudanças no projeto com adição do subsolo e mais 3 pavimentos,
onde projeto estrutural foi adaptado antes do início da construção;
Plantas- baixas do edifício
Fonte: jornal “ O Globo”
Edifício Liberdade, década de 40
Fonte: http://www.fotolog.com/sorio/87251128/
• 1954: nos 3 últimos pavimentos que existiam terraços foram eliminados,
avançando até a fachada frontal do prédio, assim ampliando área
construída da edificação.
Intervenções que foram feitas ao longo do tempo no Edifício Liberdade
Fonte: jornal “ O Globo”
Possíveis causas do colapso
Segundo a perícia apresentada no Congresso Brasileiro de
Engenharia de Avaliações e Perícias – XVII COBREAP, várias foram as
hipóteses do desabamento , mas somente uma foi a verdadeira causa. A
conclusão do fato foi realizada através de uma análise técnica indireta, partir
de depoimentos, documentos e demais fontes de informação que
possibilitaram entender o acidente, devido a Prefeitura do Rio de Janeiro a
removeu de todos os escombros e impediu que especialistas vistoriassem o
local.
Fonte: Infográfico “ O Globo”,2012
Possíveis causas do colapso
1. Modificação do projeto: no período da construção o uso do concreto armado
já era disseminado, mas as normas técnicas ainda eram vagas desta maneira
construtores trabalhavam com alto coeficiente de segurança ou empirismo,
construindo prédios cuja solidez dependia de pilares de concreto e grossas
paredes de alvenaria com a função não somente de vedação mas também
estrutural.
Neste sentido sobrecarga dos pavimentos acrescidos à 60 anos, deveria ter
apresentado algum indício que estivesse sofrendo deformações, onde não se tem
notícia de qualquer fissura na edificação. Lembrando que problemas estruturais
originários de excesso de carga entra num processo de falência estrutural, e esta
ocorre de forma súbita, com a ruptura dos pilares à compressão.
CAUSA DESCARTADA
Possíveis causas do colapso
2. Abertura de vãos de janelas na lateral esquerda: não representa dano a
estrutura, pois a substituição de alvenaria por janelas que seguramente não era
alvenaria estrutural, ao invés de enfraquecê-lo promove um alívio de cargas. Esta
modificação não exigia licença.
CAUSA DESCARTADA
Possíveis causas do colapso
3. Explosão: “em depoimento um oficial do Corpo de Bombeiros declarou ter ouvido
um barulho muito forte correspondente a uma provável explosão. Momentos depois o
Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prestou declarações à imprensa em
entrevista coletiva, afirmando que não havia qualquer correlação entre vazamentos
de gás e o ocorrido.” Não há qualquer evidência de explosão, como relatado no laudo
do Instituto Carlos Éboli em seu item E.1:
“Não foi constatado fornecimento de gás pela CEG ao edifício Liberdade. A perícia
não encontrou vestígios de expansão instantânea de gases e nem arremesso de
materiais a distâncias que evidenciasse esta hipótese .”
CAUSA DESCARTADA
Possíveis causas do colapso
3. Afundamento do solo: a região onde foi construído o prédio era uma grande
lagoa que foi aterrada, esse tipo de solo pode sofrer recalque e deve ser monitorada.
Relatos informam que o subsolo do Ed. Liberdade permanecia constantemente
alagado e por isso mantinha uma bomba de recalque para a drenagem da água.
Caso o terreno que sustenta as fundações dos edifícios da região apresentassem
problemas, esses ocorreriam de forma gradual, provocando o surgimento de fissuras
generalizadas na edificação. E como já relatado o edifício não apresentava fissuras.
CAUSA DESCARTADA
Possíveis causas do colapso
4. Construção e operação do metrô: obras de escavação do metrô no centro do Rio
de Janeiro, pode ter resultado em pequenos abalos provenientes das escavações e
subsequentes rebaixamentos de lençol freático, mas tais fatos foram solucionados no
período da construção. Outra hipótese seriam as vibrações oriundas das passagens
dos trens, ma caso essas tivessem prejudicados a estrutura, teriam provocado ao
longo do fissuras progressivas. O que não ocorreu.
5. Acumulo de entulho na cobertura: em depoimento, operários que trabalhavam
na reforma do 9° pavimento informaram que horas antes do incidente acumularam
grande quantidade de entulho, o que poderia ter acarretado na ruptura dos pilares.
Segundo a perícia este fato provocaria uma ruptura localizada de uma laje ou em
caso extremo de uma viga.
CAUSA DESCARTADA
Causas do colapso estrutural
Reforma irregular no 9° pavimento: o motivo que resulto no desabamento do ed.
Liberdade e consequentemente dos dois prédios vizinho foram a retirada de pilares.
Na década de 50 o duto de ventilação e iluminação deste andar foi fechado
irregularmente.
A empresa Tecnologia Organizacional - TO ocupava o 6°, 10° e parcialmente o
14°andar, mas com o crescimento da empresa ocupou o 3° andar realizando uma
grande reforma assessorado profissionalmente por um arquiteto e engenheiro, onde
suprimiu-se paredes, adequando o layout para as atividades ali serem bem
desenvolvida. No inicio de 2012 ocuparam o 9° pavimento e novamente iniciaram um
reforma, que através de relatos decidiram reproduzir o projeto executado no 3° e não
contrataram de um profissional apto para executar a obra, somente informando
verbalmente ao síndico do prédio.
Como a planta diferencia-se a partir do 8° pavimento, o projeto executado no 3° não
poderia ser reproduzido no 9°. Desta maneira, uma funcionaria da TO fez uma croqui
manualmente indicando o que deveria ser demolido.
• A fachada era composta
por pilares periféricos
interligados por vigas
misuladas.
• No 9° pavimento
nasciam pilares sobre viga
de transição.
• Com a repetição do
projeto do 3° pav. pilares de
transição foram seccionados
e suprimidos, deixando os
andares superiores sem
sustentação parcial.
• PROVOCOU O COLAPSO
DA ESTRUTURA
Com a retirada desses pilares a carga dos pavimentos superiores foram
redistribuídas sobrecarregando os que permaneceram e consequentemente esmagando-
os. Além deste fato existe outra possibilidade que serem a supressão das mísulas
(ligação entre pilar e viga) acarretando a mais um dano severo a estrutura.
Mísula
Imagens após o desabamento.
Imagens após o desabamento.
Imagens após o desabamento.
Imagens atuais
Dados do desastre:
• 17 pessoas morreram na tragédia;
• 05 corpo não foram localizados (provavelmente recolhidos com os
escombros);
• Até hoje o processo tramita na justiça;
• Vítima e parentes não receberam indenização;
• “Todo mês, cada um dos 19 proprietários deposita em banco cerca de R$
450, recursos recolhidos pela Lowndes, administradora de imóveis. O dinheiro,
segundo o extrato da empresa, é usado para gastos como capina, limpeza do
terreno e serviços administrativos. O Edifício Liberdade também tem síndico, o
advogado Geraldo Beire Simões, com escritório na Rua da Assembléia e
morador do Leblon. Ele recebe um pró-labore mensal de cerca de R$ 3 mil
pelo serviço. “
• Isenção do IPTU ATE 2019
Bibliografia
 ALMEIDA, Dirceu Francisco de. As Estruturas de Concreto Armado e o Fogo - Comportamento
- Consequências - Restauração. EPUSP. São Paulo, 1984. [Dissertação de Mestrado em
Engenharia – PCC-EPUSP]
 BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção Civil 1. Vol. 1. 5ª Ed. Livros Técnicos e
Científicos Editora Ltda. São Paulo, 1994.
 Moreira de Souza, Vicente C. & Ripper, Thomaz – Patologia, Recuperação e Reforço de
Estruturas de Concreto – Pini - 1998.
 Couri, Gilberto Adib – Patologia das Edificações – Apostila – Pós Graduação em Engenharia
Civil – Universidade Federal Fluminense - 2006
 Verçoza, Ênio José – Patologia das Edificações – Editora Sabra, 1991
 CÁNOVAS, Manuel Fernández. Patologia e Terapia do Concreto Armado. Ed. PINI. São Paulo,
1988
 Perícia: Ruína do Edifício Liberdade – Cinelândia.– CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS (XVII COBREAP) – IBAPE/SC - 2013
 CÂMARA, Luis Augusto. Parecer Técnico de Engenharia: Avaliação das causas do
desabamento do ed. Liberdade.
 http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/infografico-desabamento-no-rio.html.
Acessado 01/09/2015

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Edifício liberdade - rj

  • 1. Edifício Liberdade - RJ Disciplina: Patologia e Recuperação de Estruturas Prof.: Fábio Henrique de Melo Ribeiro Acadêmicos: Arthur Rosário Carolina Zacché Jonnison Santana Maykon Abreu
  • 2. Dados do edifício: Localização: Av. 13 de Maio n° 44, Cinelândia, Centro, Rio de Janeiro Autor do projeto: Construção: 1938 a 1940 Acréscimo de área construída: 1954 a 1957 Desabamento: 25/01/2012 as 20h30min
  • 3. Características do edifício • 1938: projeto inicial com 15 pavimentos com lojas no térreo, pavimentos corridos até 8° andar e 9° ao 15° subdivididos em 4 salas por pavimento; • 1939: mudanças no projeto com adição do subsolo e mais 3 pavimentos, onde projeto estrutural foi adaptado antes do início da construção; Plantas- baixas do edifício Fonte: jornal “ O Globo”
  • 4. Edifício Liberdade, década de 40 Fonte: http://www.fotolog.com/sorio/87251128/
  • 5. • 1954: nos 3 últimos pavimentos que existiam terraços foram eliminados, avançando até a fachada frontal do prédio, assim ampliando área construída da edificação. Intervenções que foram feitas ao longo do tempo no Edifício Liberdade Fonte: jornal “ O Globo”
  • 6. Possíveis causas do colapso Segundo a perícia apresentada no Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias – XVII COBREAP, várias foram as hipóteses do desabamento , mas somente uma foi a verdadeira causa. A conclusão do fato foi realizada através de uma análise técnica indireta, partir de depoimentos, documentos e demais fontes de informação que possibilitaram entender o acidente, devido a Prefeitura do Rio de Janeiro a removeu de todos os escombros e impediu que especialistas vistoriassem o local.
  • 7.
  • 8. Fonte: Infográfico “ O Globo”,2012
  • 9. Possíveis causas do colapso 1. Modificação do projeto: no período da construção o uso do concreto armado já era disseminado, mas as normas técnicas ainda eram vagas desta maneira construtores trabalhavam com alto coeficiente de segurança ou empirismo, construindo prédios cuja solidez dependia de pilares de concreto e grossas paredes de alvenaria com a função não somente de vedação mas também estrutural. Neste sentido sobrecarga dos pavimentos acrescidos à 60 anos, deveria ter apresentado algum indício que estivesse sofrendo deformações, onde não se tem notícia de qualquer fissura na edificação. Lembrando que problemas estruturais originários de excesso de carga entra num processo de falência estrutural, e esta ocorre de forma súbita, com a ruptura dos pilares à compressão.
  • 11. Possíveis causas do colapso 2. Abertura de vãos de janelas na lateral esquerda: não representa dano a estrutura, pois a substituição de alvenaria por janelas que seguramente não era alvenaria estrutural, ao invés de enfraquecê-lo promove um alívio de cargas. Esta modificação não exigia licença. CAUSA DESCARTADA
  • 12.
  • 13. Possíveis causas do colapso 3. Explosão: “em depoimento um oficial do Corpo de Bombeiros declarou ter ouvido um barulho muito forte correspondente a uma provável explosão. Momentos depois o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prestou declarações à imprensa em entrevista coletiva, afirmando que não havia qualquer correlação entre vazamentos de gás e o ocorrido.” Não há qualquer evidência de explosão, como relatado no laudo do Instituto Carlos Éboli em seu item E.1: “Não foi constatado fornecimento de gás pela CEG ao edifício Liberdade. A perícia não encontrou vestígios de expansão instantânea de gases e nem arremesso de materiais a distâncias que evidenciasse esta hipótese .” CAUSA DESCARTADA
  • 14. Possíveis causas do colapso 3. Afundamento do solo: a região onde foi construído o prédio era uma grande lagoa que foi aterrada, esse tipo de solo pode sofrer recalque e deve ser monitorada. Relatos informam que o subsolo do Ed. Liberdade permanecia constantemente alagado e por isso mantinha uma bomba de recalque para a drenagem da água. Caso o terreno que sustenta as fundações dos edifícios da região apresentassem problemas, esses ocorreriam de forma gradual, provocando o surgimento de fissuras generalizadas na edificação. E como já relatado o edifício não apresentava fissuras. CAUSA DESCARTADA
  • 15. Possíveis causas do colapso 4. Construção e operação do metrô: obras de escavação do metrô no centro do Rio de Janeiro, pode ter resultado em pequenos abalos provenientes das escavações e subsequentes rebaixamentos de lençol freático, mas tais fatos foram solucionados no período da construção. Outra hipótese seriam as vibrações oriundas das passagens dos trens, ma caso essas tivessem prejudicados a estrutura, teriam provocado ao longo do fissuras progressivas. O que não ocorreu. 5. Acumulo de entulho na cobertura: em depoimento, operários que trabalhavam na reforma do 9° pavimento informaram que horas antes do incidente acumularam grande quantidade de entulho, o que poderia ter acarretado na ruptura dos pilares. Segundo a perícia este fato provocaria uma ruptura localizada de uma laje ou em caso extremo de uma viga. CAUSA DESCARTADA
  • 16.
  • 17. Causas do colapso estrutural Reforma irregular no 9° pavimento: o motivo que resulto no desabamento do ed. Liberdade e consequentemente dos dois prédios vizinho foram a retirada de pilares. Na década de 50 o duto de ventilação e iluminação deste andar foi fechado irregularmente. A empresa Tecnologia Organizacional - TO ocupava o 6°, 10° e parcialmente o 14°andar, mas com o crescimento da empresa ocupou o 3° andar realizando uma grande reforma assessorado profissionalmente por um arquiteto e engenheiro, onde suprimiu-se paredes, adequando o layout para as atividades ali serem bem desenvolvida. No inicio de 2012 ocuparam o 9° pavimento e novamente iniciaram um reforma, que através de relatos decidiram reproduzir o projeto executado no 3° e não contrataram de um profissional apto para executar a obra, somente informando verbalmente ao síndico do prédio. Como a planta diferencia-se a partir do 8° pavimento, o projeto executado no 3° não poderia ser reproduzido no 9°. Desta maneira, uma funcionaria da TO fez uma croqui manualmente indicando o que deveria ser demolido.
  • 18. • A fachada era composta por pilares periféricos interligados por vigas misuladas. • No 9° pavimento nasciam pilares sobre viga de transição. • Com a repetição do projeto do 3° pav. pilares de transição foram seccionados e suprimidos, deixando os andares superiores sem sustentação parcial. • PROVOCOU O COLAPSO DA ESTRUTURA
  • 19. Com a retirada desses pilares a carga dos pavimentos superiores foram redistribuídas sobrecarregando os que permaneceram e consequentemente esmagando- os. Além deste fato existe outra possibilidade que serem a supressão das mísulas (ligação entre pilar e viga) acarretando a mais um dano severo a estrutura.
  • 21. Imagens após o desabamento.
  • 22. Imagens após o desabamento.
  • 23. Imagens após o desabamento.
  • 25. Dados do desastre: • 17 pessoas morreram na tragédia; • 05 corpo não foram localizados (provavelmente recolhidos com os escombros); • Até hoje o processo tramita na justiça; • Vítima e parentes não receberam indenização; • “Todo mês, cada um dos 19 proprietários deposita em banco cerca de R$ 450, recursos recolhidos pela Lowndes, administradora de imóveis. O dinheiro, segundo o extrato da empresa, é usado para gastos como capina, limpeza do terreno e serviços administrativos. O Edifício Liberdade também tem síndico, o advogado Geraldo Beire Simões, com escritório na Rua da Assembléia e morador do Leblon. Ele recebe um pró-labore mensal de cerca de R$ 3 mil pelo serviço. “ • Isenção do IPTU ATE 2019
  • 26. Bibliografia  ALMEIDA, Dirceu Francisco de. As Estruturas de Concreto Armado e o Fogo - Comportamento - Consequências - Restauração. EPUSP. São Paulo, 1984. [Dissertação de Mestrado em Engenharia – PCC-EPUSP]  BAUER, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção Civil 1. Vol. 1. 5ª Ed. Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. São Paulo, 1994.  Moreira de Souza, Vicente C. & Ripper, Thomaz – Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto – Pini - 1998.  Couri, Gilberto Adib – Patologia das Edificações – Apostila – Pós Graduação em Engenharia Civil – Universidade Federal Fluminense - 2006  Verçoza, Ênio José – Patologia das Edificações – Editora Sabra, 1991  CÁNOVAS, Manuel Fernández. Patologia e Terapia do Concreto Armado. Ed. PINI. São Paulo, 1988  Perícia: Ruína do Edifício Liberdade – Cinelândia.– CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS (XVII COBREAP) – IBAPE/SC - 2013  CÂMARA, Luis Augusto. Parecer Técnico de Engenharia: Avaliação das causas do desabamento do ed. Liberdade.  http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/infografico-desabamento-no-rio.html. Acessado 01/09/2015