1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CURSODE ODONTOLOGIA
PET – ODONTOLOGIA
26ª JORNADA ACADÊMICA INTEGRADA
MÉTODOS QUÍMICOS UTILIZADOS NA
HIGIENIZAÇÃO DE PRÓTESES
DENTÁRIAS REMOVÍVEIS:
UMESTUDOBIBLIOGRÁFICO
http://www.gettyimages.pt
Carine WeberPires*
Aline Campos Otani
Sara Fraga
Profº. Paulo E. C. Peres
Profª. Katia O. Braun
21 de outubro de 2011
2. INTRODUÇÃO
As próteses podem ser higienizadas mecanicamente,
quimicamente ou através da associação de ambos (SHAY, 2000).
Apesar de os métodos mecânicos serem o mais usado entre os
pacientes, segundo Jagger e Harrison (1995) e Budtz-Jørgensen
(1979), necessitam de destreza manual e conhecimento para sua
correta realização(JAGGER & HARRISON, 1995).
http://www.medem.com.br
http://www.odontologia.com.br
http://www.dentistasrs.com.br
3. INTRODUÇÃO
peróxidos alcalinos
hipocloritos alcalinos
ácidos inorgânicos
desinfetantes
enzimas
MÉTODOS QUÍMICOS
Uso simplesUso simples
Melhor aceitação
pelos usuários de
prótese
Melhor aceitação
pelos usuários de
prótese
$$$$$$
Devem ser
usados sob
orientação ou
segundo
recomendações
do fabricante
Devem ser
usados sob
orientação ou
segundo
recomendações
do fabricante
Descoloração da
resina acrílica e
corrosão do metal
Descoloração da
resina acrílica e
corrosão do metal
(BUDTZ-JORGENSEN, 1979)
(BACKENSTOSE & WELLS ,1977)
(BUDTZ-JORGENSEN, 1979)
4. INTRODUÇÃO
Requisitos de ummétodo ou produto ideal para limpeza de próteses
(SESMA et al., 1999):
Fácil utilização; Atóxico;
Eficiente na remoção de
depósitos orgânicos e inorgânicos;
Não deletério aos materiais da
prótese;
Bactericida e fungicida; Baixo custo.
5. OBJETIVO
Através de uma revisão de literatura, conhecer
melhor os métodos químicos utilizados na higienização
de próteses dentárias removíveis e, assim, contribuir
para que alunos, professores e profissionais da
Odontologia disponham de mais opções ao orientar
seus pacientes.
6. METODOLOGIA
Este trabalho foi elaborado a partir de um projeto de pesquisa
realizado para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso.
Consiste em um estudo bibliográfico com busca no Portal de
Periódicos da Capes e na Biblioteca Virtual em Saúde cujos
descritores foram “higienizadores de prótese”, “biofilme”, “prótese
dentária” e “desinfetante”. Os critérios de refinamento utilizados foram
artigos completos, em português, inglês, espanhol e também
escandinavo. Foram encontrados 35 artigos publicados entre 1958 e
2009 que correspondiam aos critérios, sendo 16 deles selecionados
para essa análise por abordarem mais especificamente o tema
proposto.
7. RESULTADOS
Peróxidos alcalinos:
Propriedades/
Mecanismo
de ação
Comercializados na forma de pó e tabletes, que
são dissolvidos em água;
Redução da tensão superficial através de
detergentes alcalinos e liberação de oxigênio que
exercem efeitos mecânicos de higienização, além
de remoção de manchas através de agentes
oxidantes (BUDTZ-JORGENSEN, 1979);
Demonstram ser mais efetivos quando a prótese
permanece imersa por inúmeras horas ou toda a
noite (NEILL, 1968).
Vantagens Não possui odor e gosto ruim;
Podem ser usados para Próteses totais e para
Próteses Parciais Removíveis.
Desvantagens Conforme estudos clínicos há variação quanto a
sua eficácia (BUDTZ-JORGENSEN, 1979). ;
Há evidências de que, se utilizados rotineiramente,
podem provocar clareamento da resina acrílica
(BACKENSTOSE & WELLS, 1977).
http://citydesk.freedomblogging.com
http://www.nataliamosca.com.br
http://www.gettyimages.pt
8. RESULTADOS
Hipoclorito de sódio:
Propriedades/
Mecanismo
de ação
Remover manchas, dissolver mucinas e outras
substâncias orgânicas (NEILL, 1968), de ser
bactericida e fungicida, impedir a formação de
cálculo (BUDTZ-JORGENSEN, 1979) e inibir o
crescimento bacteriano em até 7 dias (RUDD,
1984);
Sua ação atua diretamente na matriz orgânica
formadora do cálculo (NEILL, 1968).
Vantagens O hipoclorito de sódio a 5,25% realiza completa
desinfecção contra S. aureus, C. albicans e E. coli
em apenas 4 minutos de imersão (BELL et
al.,1989).
Desvantagens A maior desvantagem do hipoclorito é oxidar e
corroer os metais componentes da prótese parcial
removível, além de diminuir sua efetividade em
presença de matéria orgânica (BACKENSTOSE &
WELLS, 1977).
Tem odor forte e gosto ruim;
Dependendo da concentração e do tempo de
imersão podem causar clareamento da resina
http://www.gettyimages.pt
9. RESULTADOS
Ácidos Inorgânicos: Solução de Ácido Acético(AA) ou
Vinagre e Ácido Peracético a 0,2%(AP).
Propriedades/
Mecanismo
de ação
O AP tem a capacidade de desinfecção
com tempo de imersão de 5 minutos em
solução a 0,2%, e é efetivo contra
bactérias anaeróbias e aeróbias
CHASSOT, 2001; TANGO, 2005);
O AA é efetivo contra microorganismos
aderidos, é antifúngico e antiprotozoárico
(SHAY, 2000; SILVA, et al., 2008).
Vantagens AP: não é tóxico e alergênico em
baixas concentrações;
AA: baixa toxicidade, baixo custo e
não causa danos a mucosa (SHAY,
2000; SILVA, et al., 2008).
Desvantagens O AA é contra-indicado para uso diário
devido ao seu odor e gosto
desagradável, além de causar
descoloração e fissuras na base da
prótese (BUDTZ-JORGENSEN, 1979).
http://citydesk.freedomblogging.com
http://www.nataliamosca.com.br
http://odorataparfuns.blogspot.com
10. RESULTADOS
Desinfetantes: Gluconato de Clorexidina(GC) e Solução de
Salicilato de Sódio a 0,05%(SS).
Propriedades/
Mecanismo
de ação
A imersão da prótese por alguns minutos diariamente
nesses desinfetantes causa significante redução da
formação da placa bacteriana e melhora a condição
da mucosa dos pacientes, combatendo a estomatite
protética (HUTCHINS & PARKER, 1973);
O GC controle do biofilme dental e é efetivo na
prevenção de cárie e gengivite, atuando
principalmente sobre bactérias gram-positivas (SILVA,
et al., 2008).
Vantagens SS não causa pigmentação na prótese (LANDT;
HEDEGAARD; BRUNELL, 1975);
O GC tem sido considerado a melhor escolha entre
os antissépticos (SILVA, et al., 2008).
Desvantagens O uso frequente de GC provoca a descoloração da
resina acrílica (BUDTZ-JORGENSEN, 1979);
A SS em concentração de 0,05% é ligeiramente
menos eficaz que a clorexidina a 0,2% (LANDT;
HEDEGAARD; BRUNELL, 1975).
11. RESULTADOS
Enzimas:
Propriedades/
Mecanismo
de ação
Capazes de quebrar macromoléculas de
glicoproteínas, mucoproteínas e
mucopolissacarídeos do biofilme em
partículas menores e menos aderentes à
prótese;
Bactericidas e fungicidas.
Vantagens Enzimas alcalase são eficazes no
controle do biofilme da superfície da
prótese quando utilizadas por 15 minutos
diariamente, e se as enzimas estiverem
associadas a métodos mecânicos reduzem
acentuadamente a formação de placa
(BUDTZ-JORGENSEN; KELSTRUP;
POULSEN, 1983);
São estas mais eficazes que o peróxido
alcalino (BUDTZ-JORGENSEN, 1979).
Desvantagens Nenhum efeito indesejável ou prejudicial
tem sido relatado no uso de enzimas
(BUDTZ-JORGENSEN, 1979).
http://www.gettyimages.pt
12. CONCLUSÕES
→Apesar das contradições e da falta de estudos conclusivos sobre alguns
produtos, a maioria deles se mostra eficiente na remoção do biofilme;
→ A estreita relação entre higienização da prótese dentária e manutenção
da saúde geral do paciente, desperta a atenção para a importância da
realização de adequada limpeza e manutenção dos artefatos protéticos;
http://www.dentistavip.com.br
13. CONCLUSÕES
→Métodos químicos tornam-se importantes à
medida que estimulam o paciente a cuidar
melhor da prótese, complementam a limpeza
mecânica e são peças fundamentais nos
casos de pacientes com destreza manual
comprometida;
→Diante desse estudo, verifica-se a
necessidade de mais investigação a respeito
deste assunto para que seja possível
esclarecer as dúvidas ainda presentes de
pacientes, acadêmicos e profissionais da
Odontologia.
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTHONY, D. H.; GIBBONS, P. The nature and behavior of denture cleansers. J. Prosthet. Dent., v. 8, p. 796-
810, Oct. 1958.
BACKENSTOSE, W. M.; WELLS J. G. Side effects of immersion-type cleansers on the metal components of
dentures. J. Prosthet. Dent., v. 37, n. 6, p. 615-621, jun. 1977.
BELL, J. A. et al. The effectiveness of two disinfectants on denture base acrylic resin with an organic load. J.
Prosthet. Dent., v. 61, n. 5, p. 580-583, May 1989.
BUDTZ-JORGENSEN, E. Materials and methods for cleaning dentures. J. Prosthet. Dent., Denmark, v. 42, n. 6,
p. 619-623, dez. 1979.
BUDTZ-JORGENSEN, E.; KELSTRUP J.; POULSEN S. Reduction of formation of plaque by a protease
(Alcalase®). Acta Odontol. Scand., Oslo, v.41, p. 93-98, 1983.
CHASSOT A. L.C. Avaliação da eficácia do ácido paracético como desinfetante de resinas acrílicas [Dissertação
de Mestrado]. Rio Grande do Sul: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2001.
JAGGER, D. C.; HARRISON, A. Denture cleansing – the best approach. Br Dent J. England, v. 178, n. 11, p. 413-
417, June 1995.
HUTCHINS, D. W., and PARKER, W. A clinical evaluation of the ability of denture cleaning solutions to remove
dental plaque from prosthetic devices. N. Y. State Dent J, v. 39, June-July 1973.
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LANDT, H.; HEDEGAARD, B.; BRUNELL, G. Proteshygien I. klinisk värdering av enkel oral hygienaatgärd för
protesbärare vid sjukvaardsinstitution. Tandläkartidningen, v. 67, p. 864-871.1975.
LIMA, E. M. C. X. et al. Avaliação dos materiais e métodos de higiene utilizados por pacientes usuários de
próteses removíveis em atendimento na clínica da Fop- Unicamp. Revista Odonto Ciência, v. 10, n. 43, jan-mar
2004.
NEILL, D. J. A Study of Materials and Methods Employed in Cleaning Dentures. Br Dent J. England, v. 124, n. 3,
p. 107-115, fev.1968.
RUDD R. W. et al. Sterilization of complete dentures with sodium hypochlorite. J. Prosthet. Dent., v. 51, n. 3, p.
318-321, March 1984.
SILVA, C.F. et al. Effectiveness of six different disinfectants on removing five microbial species and effects on the
topographic characteristics of acrylic resin. J. Prosthodont., v. 17, p. 627-633. 2008.
SESMA, N. et al. Eficiência de Métodos Caseiros de Higienização e Limpeza de Próteses Parciais Removíveis.
Revista da APCD. São Paulo-SP, v. 53, n. 6, p. 463-468, nov./dez. 1999.
SHAY K. Dental hygiene: a review and update. J Contemp Dent Pract, v. 2, n. 1, p. 28-41. 2000.
TANGO et al. Avaliação da dureza e da rugosidade superficial de resinas acrílicas e dentes artificiais submetidos
à desinfecção com ácido paracético. PCL, v. 7, n. 37/38, p. 297-302, 2005.