O documento discute as psicopatologias do comportamento alimentar, especificamente anorexia nervosa e bulimia nervosa. Aborda as influências sociais e familiares que podem levar a esses distúrbios, os sintomas iniciais e características, além do diagnóstico e tratamento. Estruturas comunitárias de apoio também são mencionadas.
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Anorexia Bulimia Acsp
1. Escola Superior de Saúde de Faro
Análises Clínicas e de Saúde Pública
Psicopatologias do
Comportamento Alimentar
Anorexia e Bulimia Nervosas
Rosária Alexandre
Sandra Carmo
Sara Santos
Vera Rodrigues
Orientado por: Celeste Duque
2. 1 - Condições socio-psicológicas
• 1.1 - Influência da infância
• 1.2 - Influência dos pais
• 1.2.1 - Irmãos e Irmãs
• 1.3 - Crise da Adolescência
• 1.4 - O adolescente e o grupo
• 1.5 - O adolescente e a cultura de massa.
3. 1.1 - Importância da Infância
A infância pode condicionar muitos dos distúrbios da
adolescência.
Criança autoritária vs criança menosprezada.
Crise de desadaptação.
Perturbações psicológicas.
4. 1.2 - A Influência dos pais
• Expectativas elevadas antes do nascimento.
• Pais demasiado exigentes criam pressões psicológicas nos
filhos.
• Medo de não corresponder.
• Desenvolvimento de complexos de inferioridade.
5. 1.3 - Crise da Adolescência
• Fase entre a puberdade e o estado adulto.
• Mudanças fisiológicas que condicionam a evolução
psicológica.
• Rejeição dos ideais éticos e sociais dos adultos.
• “O fruto proibido é o mais apetecido”.
• Busca de uma identidade.
• Sentimentos de insegurança.
6. 1.4 - O adolescente e o grupo
• Esforço para se assemelhar em tudo aos seres
que admira.
• A necessidade de segurança leva à formação de
grupos cujos intervenientes se identificam entre si.
• Pode ocorrer uma mudança de ideais como forma
de ser aceite no seio do grupo; submetendo-se à
vontade do mesmo.
7. 1.5 – O adolescente e a cultura
de massa
• Uso de imagens e grafismo atraentes
como forma de cativar os adolescentes.
• Os media aproveitam-se do processo de
identificação dos adolescentes para lhes
“venderem” a imagem ideal.
• Assim criam-se modas que são seguidas
por quase todos os adolescentes.
8. 2 - Os jovens e a alimentação
• A adolescência é o período da vida em que há
uma maior necessidade nutricional.
• O tipo de alimentação que o jovem prefere,
muitas vezes, não se enquadra no conceito de
alimentação saudável.
9. 2 – Os jovens e a alimentação
• Uma má alimentação gera problemas de saúde, entre
eles a obesidade, o que leva à não aceitação do
próprio corpo.
• Na tentativa de perder peso iniciam-se “dietas loucas”.
• Estas podem evoluir para distúrbios alimentares.
10. 3 – Anorexia Nervosa
Do grego an, privação + órexis, apetite.
“A anoréctica mantém uma consciência aguda
da fome e tem por objectivo último ser magra e
perder peso eternamente.
11. 3 – Anorexia Nervosa
• Existem dois tipo de anorexia nervosa:
Restritiva: restrição alimentar progressiva onde a perda de peso e
o controlo do corpo associam-se a exercício físico intenso;
Compulsiva/Purgativa: a perda de peso consegue-se pela restrição
alimentar e pela indução do vómito e/ou abuso de laxantes,
diuréticos e inibidores do apetite.
12. 3 – Anorexia Nervosa
• Epidemiologia:
A anorexia é a 3º doença crónica mais comum entre
adolescentes.
As faixas etárias mais afectadas são a puberdade
(14 anos) e a chegada à idade adulta (18 anos).
“Tem uma incidência de 90% nas mulheres e de
10% nos homens”
85% dos casos ocorrem em estudantes.
13. 3.1 – Os primeiros sinais
• Não aceitação do corpo.
• Controlo da ingestão alimentar.
• A anoréctica sente-se gorda mesmo não tendo
excesso de peso
• Consumo de alimentos com baixo teor calórico,
que são eliminados com recurso a laxantes.
• Prática do exercício físico em exagero.
14. 3.1 – Os primeiros sinais
• Mudanças de temperamento.
• Perturbações do sono e dificuldades de
concentração.
• Surgem manchas nas unhas e ocorre queda de
cabelo devido à falta de vitaminas.
• Obsessão pelo controlo do corpo leva a
pesagens diárias.
15. 3.2 – Características da doença
Em plena anorexia o exercício físico
intensifica-se e a dieta é cada vez mais
restritiva.
Indução do vómito.
Consumo abusivo de laxantes e diuréticos.
A massa muscular vai diminuindo.
Sentimentos de culpa pela ingestão de
alimentos.
16. 3.2 – Características da doença
A pele torna-se seca.
Aparecimento de lanugo.
Implicações a nível cardiovascular,
gastrointestinal e renal.
Amenorreia e diminuição do interesse
sexual.
Sintomas depressivos.
Temperatura corporal abaixo do normal.
17. 3.2 – Características da doença
• Ilude-se a fome pela ingestão de
grandes quantidades de água e
mascar repetido de pastilhas elásticas.
• Isolamento social.
• Processo de desconfiança em relação
aos outros.
• Diminuição da densidade óssea que
pode levar à osteoporose.
18. 3.3 – Diagnóstico e Tratamento
A doente procura ajuda em fase bastante avançada e já
debilitada.
O diagnóstico é feito com base em exames físicos
detalhados e exames complementares (análises e
radiografias).
Cálculo do índice de massa corporal.
IMC = Peso (kg.) / Altura (m) 2
19. 3.3 – Diagnóstico e Tratamento
• Os pais devem ser os primeiros a abordar o assunto
com a doente.
• Normalmente a anoréctica consulta o médico contra
a sua vontade.
• O tratamento da anorexia nervosa é prolongado e
difícil.
• Objectivos: ganho de peso lento; restabelecimento
de funções físicas; recuperação da menstruação; e
reabilitação psicológica.
20. 3.3 – Diagnóstico e Tratamento
• Gradual desaparecimento do medo de comer.
• Compreensão e modificação das dificuldades
emocionais.
• Reforço da auto-estima.
• Conquista da autonomia.
• Melhoria das relações interpessoais.
21. 4 – Bulimia
Do grego boûs, boi + limós, fome.
“Episódios de ingestão alimentar,
incontroláveis, (...) para preencher uma
sensação de vazio. A ingestão é
acompanhada de grande quantidade de
líquidos para facilitar o vómito que se
seguirá”
22. 4 – Bulimia
Existem dois tipos de Bulimia:
Tipo Purgativo: o indivíduo envolve-se regularmente
na auto-indução de vómito ou no uso indevido de
laxantes, diuréticos ou enemas.
Tipo Sem Purgação: o indivíduo usa outros
comportamentos compensatórios inadequados, tais
como jejuns ou exercícios excessivos, mas não se
envolve regularmente na auto-indução de vómitos ou
no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas.
23. 4 – Bulimia
Epidemiologia:
A bulimia nervosa é mais
frequente do que a anorexia
nervosa.
A prevalência da bulimia é 20
vezes superior nas mulheres
do que nos homens.
24. 4.1 – Os primeiros sinais
O fracasso das dietas restritivas
leva a um atascamento de
comida.
Diminuição da actividade da
serotonina.
Aumento da noroadrenalina.
25. 4.1 – os primeiros Sinais
As variações hormonais conduzem às crises de
voracidade alimentar compulsiva.
Extrovertidas e impulsivas.
Podem apresentar quadros de alcoolémia, de
cleptomania e instabilidade emocional.
26. 4.2 – Características da Doença
Consumo de alimentos fora de horas.
Ingestão, em segredo, de forma
descontrolada e rápida.
Esta só termina quando se sente
fisicamente desconfortável (gastralgias,
distensão abdominal, cefaleias e sudorese
intensa).
27. 4.2 – Características da Doença
Causas da ingestão compulsiva:
Humor disfórico;
Acontecimentos stressantes;
Fome intensa após restrição;
Sentimentos associados ao peso, corpo e
comida.
28. 4.2 – Características da Doença
Após a ingestão compulsiva:
Sentimentos de culpabilização;
Auto-depreciação;
Auto-agressividade;
Abuso de laxantes.
Auto-indução do vómito;
29. 4.2 – Características da Doença
Sinais Físicos:
Desequilíbrio hidroelectrolítico;
Irregularidades cardíacas;
Hipertrofia das glândulas salivares e
pancreáticas;
Erosão esofágica, gástrica e do esmalte
dentário;
Unhas quebradiças;
30. 4.3 – Diagnóstico e Tratamento
Para que a bulimia nervosa seja diagnosticada, a
paciente deve apresentar:
Sinais de perturbações psicológicas,
Indícios de ingestão compulsiva e auto-indução do
vómito;
Sintomas físicos.
32. 5 – Estruturas da Comunidade
Associação dos Familiares e Amigos dos
Anorécticos e Bulímicos (AFAAB):
Contacto: 21 395 11 47
ou 22 200 00 42
Morada: Apartado 1189
1054-001 Lisboa
33. 5 – Estruturas da Comunidade
Núcleo de Doenças do Comportamento
Alimentar:
Morada: Av. da República, 97 r/c, sala 15
1050-190 Lisboa
Contacto: 217805341
E-mail: ndca@mail.pt
Website: http://www.comportamentoalimentar.pt/