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RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 200882
Odontogeriatria – a saúde bucal na
terceira idade
Geriatric dentistry – oral health in the third age
Lâner Botrel Rosa*
Maria Cristina Candelas Zuccolotto**
César Bataglion***
Elaine Angélica de Souza Coronatto****
* Aluno do curso de Mestrado em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP.
** Doutora em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP, professora Titular de Prótese Total e Oclusão da Universidade de
Ribeirão Preto - UNAERP.
*** Professor Livre Docente do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP.
**** Doutora em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP.
A população de idosos no Brasil e no mundo tem cresci-
do em ritmo acelerado. O cirurgião-dentista deve estar
atento a esse fato e ampliar seus conhecimentos na área
da odontogeriatria para proporcionar um tratamento
correto, eficaz e com o máximo de conforto ao paciente
idoso, visto que o atendimento a esses indivíduos requer
mais atenção no momento de se estabelecer o diagnós-
tico, bem como na execução do tratamento. Deve-se
ter em mente que os idosos geralmente apresentam uma
grande variação no que se refere às condições sistêmi-
cas, psicológicas e sociais, além de serem portadores de
várias alterações decorrentes do processo natural de en-
velhecimento. Assim, os autores propõem uma revisão
da literatura sobre geriatria visando expor ao cirurgião-
dentista algumas peculiaridades do atendimento, bem
como citar situações ou alterações comuns ao paciente
idoso que possam interferir no seu tratamento.
Palavras-chave: Odontogeriatria. Saúde bucal. Saúde
do idoso.
Introdução
Werner et al.1
(1998) definiram a odontologia ge-
riátrica como o ramo da odontologia que enfatiza o
cuidado bucal da população idosa, especificamente
tratando do atendimento preventivo e curativo de
pacientes com doenças ou condições de caráter sis-
têmico e crônico associadas a problemas fisiológicos,
físicos ou patológicos.
O Brasil passa por um processo de envelheci-
mento populacional rápido e intenso, tanto que a
expectativa de vida do brasileiro continuará aumen-
tando nas próximas décadas. Por isso, há a necessi-
dade de se proporcionar maior qualidade de vida ao
segmento idoso da população, enfocando os aspectos
físico, social e psicológico. Dentro dessa realidade,
o estado de saúde bucal dos idosos tem adquirido
maior importância nas últimas décadas nos países
desenvolvidos e em desenvolvimento, visto que essa
faixa da população cresce lentamente, porém conti-
nuamente, em razão do aumento da expectativa de
vida2
.
Quanto mais longa é a vida média da população,
mais importante se torna o conceito de qualidade de
vida, e a saúde bucal tem um papel relevante nesse
contexto. Saúde bucal comprometida pode afetar o
nível nutricional, o bem-estar físico e mental e dimi-
nuir o prazer de uma vida social ativa1
.
A terceira idade é formada por um grupo he-
terogêneo de pessoas em virtude das diferentes
experiências de vida acumuladas pelo indivíduo.
Existem idosos de diferentes níveis econômicos,
83RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 2008
culturais e de saúde, além de idosos com diferentes
níveis de motivação quanto à manutenção da saúde
bucal. Dessa forma, essas diferenças podem afetar a
aceitação, a realização e o sucesso do tratamento.
É necessário conhecer as alterações fisiológicas
e patológicas que acometem o organismo do pacien-
te idoso, bem como os aspectos psicossociais de in-
teresse para este indivíduo. O cirurgião-dentista
também deve estar em contato direto com o médico
geriatra, com o intuito de avaliar a administração
das drogas, visto que o idoso faz uso de alguns me-
dicamentos que apresentam efeitos colaterais, ou,
mesmo, provocam alterações no nível de saúde ge-
ral. O papel da odontologia em relação a essa faixa
populacional é o de manter os pacientes em condi-
ções de saúde bucal que não comprometam a ali-
mentação normal nem tenham repercussões negati-
vas sobre a saúde geral e sobre o estado psicológico
do indivíduo3
.
Esta revisão da literatura tem como objetivo
alertar e conscientizar o cirurgião-dentista sobre
a necessidade de um tratamento específico e dife-
renciado para o paciente idoso, bem como relembrar
alguns aspectos que envolvam sua saúde bucal e
sistêmica, associados ao processo normal do enve-
lhecimento.
Revisão da literatura
Algumas enfermidades comuns ao paciente ido-
so apresentam conseqüências bucais para as quais
o cirurgião-dentista deve estar atento, a fim de mi-
nimizar interferências no tratamento odontológico.
Dentre essas doenças podem-se citar o câncer, a ar-
trite, o diabetes e o mal de Parkinson4,5
.
Muitos pacientes submetidos à terapia de cân-
cer apresentam-se mal nutridos, com cicatrização
alterada, perda da capacidade gustativa, diminui-
ção da resistência às infecções, além de redução do
fluxo salivar, o que pode provocar mucosites. Os pa-
cientes portadores de artrite apresentam perda da
habilidade manual necessária para uma completa
higiene bucal, e os diabéticos têm alta prevalência
de xerostomia, candidíase, cáries múltiplas e doença
periodontal6,7
. O mal de Parkinson, assim como a
artrite, afeta a capacidade do paciente de realizar
uma completa higiene bucal8,9
.
Os padrões farmacodinâmicos dos idosos são
diferentes daqueles dos jovens, havendo menor ca-
pacidade de reserva funcional e de homeostase, a
automedicação é freqüente nessa faixa etária10
. Xe-
rostomia, hiperventilação, alterações nas glândulas
salivares, na garganta e no paladar, estomatites,
candidíase e periodontites são alguns dos efeitos
bucais das drogas de interesse odontológico11
.
As funções do sistema mastigatório também
são afetadas, com os idosos apresentando uma hi-
peratividade da musculatura mastigatória durante
a manutenção de postura e uma módica hipoativi-
dade durante a mastigação, quando comparados a
indivíduos jovens12
.
A seguir relacionam-se algumas condições clí-
nicas fisiológicas decorrentes do processo de enve-
lhecimento que podem estar presentes na cavidade
bucal do idoso.
Redução da capacidade gustativa
A redução da capacidade gustativa associada ao
doce, salgado, amargo e ácido é verificada a partir
dos cinqüenta anos e atinge cerca de 80% dos pacien-
tes idosos. A gustação sofre alterações com o avanço
da idade porque o número de botões gustativos na
papila diminui significativamente, principalmente
após os setenta anos. Apesar de, em geral, a pes-
soa idosa expressar diminuição do prazer de comer
como conseqüência da mudança do paladar, essas
mudanças parecem ser específicas e alguns tipos de
percepção gustativa podem, inclusive, desenvolver-
se à medida que a pessoa envelhece1,13,14
.
Alterações nas glândulas salivares /
xerostomia
A função adequada das glândulas salivares é es-
sencial para todos os aspectos das funções bucais.
A saliva ajuda na proteção dos tecidos bucais, lu-
brificando a mucosa, prevenindo a desmineraliza-
ção e promovendo a remineralização dos dentes. As
alterações nas glândulas salivares podem provocar
xerostomia (boca seca) e diminuição na produção da
amilase salivar, o que dificulta a deglutição e poste-
rior digestão dos alimentos. Com o envelhecimento,
as glândulas salivares sofrem um processo de de-
generação avançada, provocando a diminuição da
quantidade e viscosidade da saliva secretada, espe-
cialmente em repouso15,16
.
Entre os fatores contribuintes da xerostomia,
podem-se citar as medicações para hipertensão,
depressão, ansiolíticos, anticolinérgicos, anti-hista-
mínicos; também procedimentos específicos, como
a terapia radioativa para o tratamento do câncer,
que deixa os idosos mais vulneráveis a esse tipo de
problema. Thomson et al.17
(2006) pesquisaram a
incidência de xerostomia numa população de ido-
sos, dando atenção particular aos medicamentos
como fatores de risco. Concluíram que a prevalên-
cia e incidência de xerostomia nos idosos estavam
fortemente associadas ao uso de medicamentos. A
xerostomia também está associada a dificuldades
RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 200884
na mastigação, deglutição, gustação e fala, o que
resulta em dieta pobre e má nutrição, diminuindo a
interação social1,17,18
.
Alterações no periodonto
Como a cárie dental, a doença periodontal é cau-
sada pela placa bacteriana que se acumula e adere
à superfície dos dentes, acarretando uma destruição
dos tecidos locais. Então, os produtos das bactérias
penetram nos tecidos periodontais iniciando a res-
posta inflamatória.
Com o avanço da idade ocorre maior irregulari-
dade tanto na superfície do cemento como do osso
alveolar voltado para o ligamento periodontal, além
de um aumento contínuo na quantidade de cemento
na região apical. O tecido ósseo sofre uma alteração
gradual, resultando numa diminuição da resiliência
e no aumento da fragilidade, diminuindo a quan-
tidade de material mineralizado tanto na cortical
como no trabeculado. A atividade de reabsorção é
aumentada e o grau de formação de osso é diminuí-
do, o que pode resultar em porosidade óssea19,20
.
Por volta dos quarenta anos de idade, inicia-se
um processo lento e progressivo de rarefação óssea,
que resulta, eventualmente, no desenvolvimento
de osteoporose senil, caracterizada pela redução da
densidade óssea e perda do conteúdo mineral deste
tecido15
.
O periodonto de sustentação fica comprometido,
havendo perda da crista óssea interdentária, reab-
sorção óssea horizontal e vertical, com retração gen-
gival, mobilidade e perda dentária. A presença de
cálculo dentário e gengivite é bem mais freqüente
nos idosos, quando comparados a pacientes jovens8
.
Alterações nos dentes/uso de próteses
Dos problemas bucais existentes no paciente
da terceira idade, a perda de dentes é um dos mais
freqüentes. Em decorrência disso, a reabilitação
protética torna-se fator importante para o restabe-
lecimento das condições bucais ideais do paciente.
A perda da dentição permanente influenciará na
mastigação e, conseqüentemente, na digestão, bem
como na gustação, na pronúncia e na estética.
A cárie dentária consiste numa desintegração
patológica gradual e dissolução do esmalte e/ou
dentina do dente, com eventual envolvimento da
polpa, caracterizando-se pela desmineralização da
porção inorgânica do dente e destruição de sua por-
ção orgânica. As causas da cárie dental nos idosos
são idênticas às de pessoas jovens3
; entretanto, pelo
fato de os dentes dos idosos terem sido expostos aos
potentes efeitos do ambiente por um maior período
de tempo, eles apresentam maior risco de desenvol-
ver cárie do que os mais jovens20
.
A erosão por abrasão ou atrição é geralmente
mais prevalente no idoso, assim como a retração da
polpa dentária, resultante da formação de dentina
secundária ou calcificação pulpar. Pessoas idosas
também possuem maiores riscos de cárie secundá-
ria pela dificuldade de higienização bucal1
.
Para que o tratamento protético seja realizado
com sucesso, é importante verificar se o paciente
é portador de alguma doença sistêmica que possa
vir a interferir no tratamento, bem como as medica-
ções de que o paciente faz uso para o controle des-
sas doenças, já que as interações medicamentosas
exercem grande influência no fluxo salivar e podem
causar repercussões na cavidade bucal.
Pode-se considerar que um indivíduo com todos
os dentes tem uma capacidade de mastigação de
100%. Com a perda de um dente, essa capacidade
passa a ser de 70%, podendo chegar a 25% com o uso
de próteses totais14
. A perda de parte da capacidade
mastigatória em pacientes portadores de prótese e
da sensibilidade mastigatória não está apenas re-
lacionada com o uso de aparelhos protéticos, mas
também às condições periodontais satisfatórias des-
ses pacientes21
.
Souza et al.22
(2001) verificaram que 73,4% dos
idosos faziam uso de aparelhos protéticos, dos quais
mais da metade (50,13%) usava prótese total supe-
rior. Em outro estudo, Frare et al.23
(1997) constata-
ram que 62,2% dos pacientes não possuíam dentes
na boca, 50% usavam algum tipo de prótese e, dos
desdentados totais, 53,3% manifestaram necessida-
de de fazer uso deste recurso.
Discussão
A odontologia voltada para a terceira idade re-
centemente foi reconhecida como uma especialida-
de: a odontogeriatria. No entanto, ainda existem
muitos desafios, principalmente no que diz respeito
ao não-reconhecimento da saúde bucal como parte
integrante da saúde geral do indivíduo. Seria ne-
cessário também que os cirurgiões-dentistas fos-
sem mais preparados na universidade, tanto para o
atendimento no consultório como para desenvolver
projetos públicos que promovam a saúde bucal dos
idosos24-26
.
Uma boa saúde bucal é de extrema importân-
cia para a manutenção da saúde geral, contribuin-
do para o bem-estar físico, psíquico e social do pa-
ciente16
. Existe uma falta de percepção quanto à
necessidade de tratamento odontológico, tanto por
parte do paciente idoso como pelos seus familiares,
pessoal de apoio e demais profissionais consulta-
dos por ele. Os idosos devem ser conscientizados de
que existe uma necessidade contínua de cuidados
bucais, mesmo que apresentem poucos ou nenhum
85RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 2008
dente remanescente. Um treinamento especial de
cirurgiões-dentistas e pessoal de apoio e o desenvol-
vimento de programas especiais de cuidados devem
ser realizados2
, visto que idosos que comparecem a
consultas periódicas são mais receptivos ao trata-
mento preventivo27,28
.
Também é muito importante que a família do
idoso esteja atenta a qualquer mudança de hábito
ou de comportamento, como alterações na fala, ex-
pressão de dor, falta de apetite, pois o paciente pode
não perceber a alteração ou mesmo não dar impor-
tância a sua presença10
. Uma vez procurado pelo
paciente da terceira idade, o cirurgião-dentista não
deve vê-lo como um ser frágil, debilitado e/ou apa-
rentemente cansado, mas como um ser complexo,
com as condições físicas apresentando os efeitos e
transformações que acompanham o envelhecimen-
to. Psicologicamente, o indivíduo apresenta-se mais
abalado pelo acúmulo de experiências adquiridas ao
longo dos anos e, socialmente, depende da intera-
ção de dois fatores: o bem-estar físico e o bem-estar
psicológico. Uma boa comunicação com o paciente
é essencial para que se extraiam dele todas as in-
formações desejadas, proporcionando-lhe confiança
e aumentando a sua satisfação em relação ao aten-
dimento.
As condições de saúde geral do idoso devem ser
averiguadas detalhadamente para que nenhuma
das doenças e alterações citadas interfira no trata-
mento. Deve-se sempre observar a necessidade de
encaminhamento ao médico para que ateste as con-
dições de saúde do paciente e confirme se ele está
apto ou não para a realização do tratamento. Um
programa de prevenção pode e deve ser sugerido ao
paciente idoso para que problemas futuros sejam
evitados ou, no mínimo, atenuados, diminuindo a
necessidade de intervenções que possam abalar ain-
da mais a sua saúde.
O cirurgião-dentista deve atuar de forma corre-
ta, dando toda atenção, cuidados e instruções neces-
sárias ao paciente. Contudo, este também deverá fa-
zer a sua parte, pois de nada adianta se não houver
a sua aceitação e colaboração para o recebimento e
sucesso do tratamento. A atuação de especialistas
em instituições específicas para pacientes idosos,
públicas ou privadas, pode promover um completo
serviço de saúde bucal para essas pessoas2,29
.
Considerações finais
Fica evidente a necessidade de uma intervenção
interdisciplinar no que se refere ao tratamento do
paciente idoso. Protocolos específicos podem ser de-
senvolvidos no sentido de melhorar o atendimento
e a seqüência do tratamento a pacientes conscien-
tizados e estimulados com relação à necessidade do
tratamento odontológico, visando, assim, a um re-
sultado favorável.
É importante ressaltar a necessidade de cirur-
giões-dentistas mais bem preparados para o aten-
dimento da população idosa, tanto no consultório
como fazendo parte de equipes e até desenvolvendo
projetos de âmbito governamental que promovam a
saúde bucal desses indivíduos.
Abstract
Elder population in Brazil and worldwide has been
growing in an accelerated rhythm. Dentists must be
aware of this fact and enlarge his or her information
about Geriatric Dentistry in order to provide an ap-
propriate and efficient treatment and maximum com-
fort to the patient, once the service to these individuals
requires more attention at the moment of establishing
the diagnosis as well as at the accomplishment of the
treatment. It must be considered that elderly generally
show a great variance concerning systemic, psycho-
logical and social conditions, besides being carriers of
several alterations resulting from the natural process of
aging. Therefore, the authors propose a literature review
on geriatrics, aiming to demonstrate to the dentist some
peculiarities of the service, as well as quoting situations
or alterations common to elderly patients that might in-
terfere in their treatment.
Key words: Geriatric dentistry. Oral health. Elderly’s
health.
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da Cunha VP, Marchini L. Prótese Total Contemporânea na
Reabilitação Bucal. São Paulo: Ed. Santos; 2007. p.179-94.
Endereço para correspondência
Maria Cristina Candelas Zuccolotto
Av. Costábile Romano 3058, Ribeirânia
14.096-030 Ribeirão Preto - SP
E-mail: czuccolotto@terra.com.br
Recebido: 15/05/2007 Aceito: 13/07/2007

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  • 1. RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 200882 Odontogeriatria – a saúde bucal na terceira idade Geriatric dentistry – oral health in the third age Lâner Botrel Rosa* Maria Cristina Candelas Zuccolotto** César Bataglion*** Elaine Angélica de Souza Coronatto**** * Aluno do curso de Mestrado em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP. ** Doutora em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP, professora Titular de Prótese Total e Oclusão da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP. *** Professor Livre Docente do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP. **** Doutora em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP. A população de idosos no Brasil e no mundo tem cresci- do em ritmo acelerado. O cirurgião-dentista deve estar atento a esse fato e ampliar seus conhecimentos na área da odontogeriatria para proporcionar um tratamento correto, eficaz e com o máximo de conforto ao paciente idoso, visto que o atendimento a esses indivíduos requer mais atenção no momento de se estabelecer o diagnós- tico, bem como na execução do tratamento. Deve-se ter em mente que os idosos geralmente apresentam uma grande variação no que se refere às condições sistêmi- cas, psicológicas e sociais, além de serem portadores de várias alterações decorrentes do processo natural de en- velhecimento. Assim, os autores propõem uma revisão da literatura sobre geriatria visando expor ao cirurgião- dentista algumas peculiaridades do atendimento, bem como citar situações ou alterações comuns ao paciente idoso que possam interferir no seu tratamento. Palavras-chave: Odontogeriatria. Saúde bucal. Saúde do idoso. Introdução Werner et al.1 (1998) definiram a odontologia ge- riátrica como o ramo da odontologia que enfatiza o cuidado bucal da população idosa, especificamente tratando do atendimento preventivo e curativo de pacientes com doenças ou condições de caráter sis- têmico e crônico associadas a problemas fisiológicos, físicos ou patológicos. O Brasil passa por um processo de envelheci- mento populacional rápido e intenso, tanto que a expectativa de vida do brasileiro continuará aumen- tando nas próximas décadas. Por isso, há a necessi- dade de se proporcionar maior qualidade de vida ao segmento idoso da população, enfocando os aspectos físico, social e psicológico. Dentro dessa realidade, o estado de saúde bucal dos idosos tem adquirido maior importância nas últimas décadas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, visto que essa faixa da população cresce lentamente, porém conti- nuamente, em razão do aumento da expectativa de vida2 . Quanto mais longa é a vida média da população, mais importante se torna o conceito de qualidade de vida, e a saúde bucal tem um papel relevante nesse contexto. Saúde bucal comprometida pode afetar o nível nutricional, o bem-estar físico e mental e dimi- nuir o prazer de uma vida social ativa1 . A terceira idade é formada por um grupo he- terogêneo de pessoas em virtude das diferentes experiências de vida acumuladas pelo indivíduo. Existem idosos de diferentes níveis econômicos,
  • 2. 83RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 2008 culturais e de saúde, além de idosos com diferentes níveis de motivação quanto à manutenção da saúde bucal. Dessa forma, essas diferenças podem afetar a aceitação, a realização e o sucesso do tratamento. É necessário conhecer as alterações fisiológicas e patológicas que acometem o organismo do pacien- te idoso, bem como os aspectos psicossociais de in- teresse para este indivíduo. O cirurgião-dentista também deve estar em contato direto com o médico geriatra, com o intuito de avaliar a administração das drogas, visto que o idoso faz uso de alguns me- dicamentos que apresentam efeitos colaterais, ou, mesmo, provocam alterações no nível de saúde ge- ral. O papel da odontologia em relação a essa faixa populacional é o de manter os pacientes em condi- ções de saúde bucal que não comprometam a ali- mentação normal nem tenham repercussões negati- vas sobre a saúde geral e sobre o estado psicológico do indivíduo3 . Esta revisão da literatura tem como objetivo alertar e conscientizar o cirurgião-dentista sobre a necessidade de um tratamento específico e dife- renciado para o paciente idoso, bem como relembrar alguns aspectos que envolvam sua saúde bucal e sistêmica, associados ao processo normal do enve- lhecimento. Revisão da literatura Algumas enfermidades comuns ao paciente ido- so apresentam conseqüências bucais para as quais o cirurgião-dentista deve estar atento, a fim de mi- nimizar interferências no tratamento odontológico. Dentre essas doenças podem-se citar o câncer, a ar- trite, o diabetes e o mal de Parkinson4,5 . Muitos pacientes submetidos à terapia de cân- cer apresentam-se mal nutridos, com cicatrização alterada, perda da capacidade gustativa, diminui- ção da resistência às infecções, além de redução do fluxo salivar, o que pode provocar mucosites. Os pa- cientes portadores de artrite apresentam perda da habilidade manual necessária para uma completa higiene bucal, e os diabéticos têm alta prevalência de xerostomia, candidíase, cáries múltiplas e doença periodontal6,7 . O mal de Parkinson, assim como a artrite, afeta a capacidade do paciente de realizar uma completa higiene bucal8,9 . Os padrões farmacodinâmicos dos idosos são diferentes daqueles dos jovens, havendo menor ca- pacidade de reserva funcional e de homeostase, a automedicação é freqüente nessa faixa etária10 . Xe- rostomia, hiperventilação, alterações nas glândulas salivares, na garganta e no paladar, estomatites, candidíase e periodontites são alguns dos efeitos bucais das drogas de interesse odontológico11 . As funções do sistema mastigatório também são afetadas, com os idosos apresentando uma hi- peratividade da musculatura mastigatória durante a manutenção de postura e uma módica hipoativi- dade durante a mastigação, quando comparados a indivíduos jovens12 . A seguir relacionam-se algumas condições clí- nicas fisiológicas decorrentes do processo de enve- lhecimento que podem estar presentes na cavidade bucal do idoso. Redução da capacidade gustativa A redução da capacidade gustativa associada ao doce, salgado, amargo e ácido é verificada a partir dos cinqüenta anos e atinge cerca de 80% dos pacien- tes idosos. A gustação sofre alterações com o avanço da idade porque o número de botões gustativos na papila diminui significativamente, principalmente após os setenta anos. Apesar de, em geral, a pes- soa idosa expressar diminuição do prazer de comer como conseqüência da mudança do paladar, essas mudanças parecem ser específicas e alguns tipos de percepção gustativa podem, inclusive, desenvolver- se à medida que a pessoa envelhece1,13,14 . Alterações nas glândulas salivares / xerostomia A função adequada das glândulas salivares é es- sencial para todos os aspectos das funções bucais. A saliva ajuda na proteção dos tecidos bucais, lu- brificando a mucosa, prevenindo a desmineraliza- ção e promovendo a remineralização dos dentes. As alterações nas glândulas salivares podem provocar xerostomia (boca seca) e diminuição na produção da amilase salivar, o que dificulta a deglutição e poste- rior digestão dos alimentos. Com o envelhecimento, as glândulas salivares sofrem um processo de de- generação avançada, provocando a diminuição da quantidade e viscosidade da saliva secretada, espe- cialmente em repouso15,16 . Entre os fatores contribuintes da xerostomia, podem-se citar as medicações para hipertensão, depressão, ansiolíticos, anticolinérgicos, anti-hista- mínicos; também procedimentos específicos, como a terapia radioativa para o tratamento do câncer, que deixa os idosos mais vulneráveis a esse tipo de problema. Thomson et al.17 (2006) pesquisaram a incidência de xerostomia numa população de ido- sos, dando atenção particular aos medicamentos como fatores de risco. Concluíram que a prevalên- cia e incidência de xerostomia nos idosos estavam fortemente associadas ao uso de medicamentos. A xerostomia também está associada a dificuldades
  • 3. RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 200884 na mastigação, deglutição, gustação e fala, o que resulta em dieta pobre e má nutrição, diminuindo a interação social1,17,18 . Alterações no periodonto Como a cárie dental, a doença periodontal é cau- sada pela placa bacteriana que se acumula e adere à superfície dos dentes, acarretando uma destruição dos tecidos locais. Então, os produtos das bactérias penetram nos tecidos periodontais iniciando a res- posta inflamatória. Com o avanço da idade ocorre maior irregulari- dade tanto na superfície do cemento como do osso alveolar voltado para o ligamento periodontal, além de um aumento contínuo na quantidade de cemento na região apical. O tecido ósseo sofre uma alteração gradual, resultando numa diminuição da resiliência e no aumento da fragilidade, diminuindo a quan- tidade de material mineralizado tanto na cortical como no trabeculado. A atividade de reabsorção é aumentada e o grau de formação de osso é diminuí- do, o que pode resultar em porosidade óssea19,20 . Por volta dos quarenta anos de idade, inicia-se um processo lento e progressivo de rarefação óssea, que resulta, eventualmente, no desenvolvimento de osteoporose senil, caracterizada pela redução da densidade óssea e perda do conteúdo mineral deste tecido15 . O periodonto de sustentação fica comprometido, havendo perda da crista óssea interdentária, reab- sorção óssea horizontal e vertical, com retração gen- gival, mobilidade e perda dentária. A presença de cálculo dentário e gengivite é bem mais freqüente nos idosos, quando comparados a pacientes jovens8 . Alterações nos dentes/uso de próteses Dos problemas bucais existentes no paciente da terceira idade, a perda de dentes é um dos mais freqüentes. Em decorrência disso, a reabilitação protética torna-se fator importante para o restabe- lecimento das condições bucais ideais do paciente. A perda da dentição permanente influenciará na mastigação e, conseqüentemente, na digestão, bem como na gustação, na pronúncia e na estética. A cárie dentária consiste numa desintegração patológica gradual e dissolução do esmalte e/ou dentina do dente, com eventual envolvimento da polpa, caracterizando-se pela desmineralização da porção inorgânica do dente e destruição de sua por- ção orgânica. As causas da cárie dental nos idosos são idênticas às de pessoas jovens3 ; entretanto, pelo fato de os dentes dos idosos terem sido expostos aos potentes efeitos do ambiente por um maior período de tempo, eles apresentam maior risco de desenvol- ver cárie do que os mais jovens20 . A erosão por abrasão ou atrição é geralmente mais prevalente no idoso, assim como a retração da polpa dentária, resultante da formação de dentina secundária ou calcificação pulpar. Pessoas idosas também possuem maiores riscos de cárie secundá- ria pela dificuldade de higienização bucal1 . Para que o tratamento protético seja realizado com sucesso, é importante verificar se o paciente é portador de alguma doença sistêmica que possa vir a interferir no tratamento, bem como as medica- ções de que o paciente faz uso para o controle des- sas doenças, já que as interações medicamentosas exercem grande influência no fluxo salivar e podem causar repercussões na cavidade bucal. Pode-se considerar que um indivíduo com todos os dentes tem uma capacidade de mastigação de 100%. Com a perda de um dente, essa capacidade passa a ser de 70%, podendo chegar a 25% com o uso de próteses totais14 . A perda de parte da capacidade mastigatória em pacientes portadores de prótese e da sensibilidade mastigatória não está apenas re- lacionada com o uso de aparelhos protéticos, mas também às condições periodontais satisfatórias des- ses pacientes21 . Souza et al.22 (2001) verificaram que 73,4% dos idosos faziam uso de aparelhos protéticos, dos quais mais da metade (50,13%) usava prótese total supe- rior. Em outro estudo, Frare et al.23 (1997) constata- ram que 62,2% dos pacientes não possuíam dentes na boca, 50% usavam algum tipo de prótese e, dos desdentados totais, 53,3% manifestaram necessida- de de fazer uso deste recurso. Discussão A odontologia voltada para a terceira idade re- centemente foi reconhecida como uma especialida- de: a odontogeriatria. No entanto, ainda existem muitos desafios, principalmente no que diz respeito ao não-reconhecimento da saúde bucal como parte integrante da saúde geral do indivíduo. Seria ne- cessário também que os cirurgiões-dentistas fos- sem mais preparados na universidade, tanto para o atendimento no consultório como para desenvolver projetos públicos que promovam a saúde bucal dos idosos24-26 . Uma boa saúde bucal é de extrema importân- cia para a manutenção da saúde geral, contribuin- do para o bem-estar físico, psíquico e social do pa- ciente16 . Existe uma falta de percepção quanto à necessidade de tratamento odontológico, tanto por parte do paciente idoso como pelos seus familiares, pessoal de apoio e demais profissionais consulta- dos por ele. Os idosos devem ser conscientizados de que existe uma necessidade contínua de cuidados bucais, mesmo que apresentem poucos ou nenhum
  • 4. 85RFO, v. 13, n. 2, p. 82-86, maio/agosto 2008 dente remanescente. Um treinamento especial de cirurgiões-dentistas e pessoal de apoio e o desenvol- vimento de programas especiais de cuidados devem ser realizados2 , visto que idosos que comparecem a consultas periódicas são mais receptivos ao trata- mento preventivo27,28 . Também é muito importante que a família do idoso esteja atenta a qualquer mudança de hábito ou de comportamento, como alterações na fala, ex- pressão de dor, falta de apetite, pois o paciente pode não perceber a alteração ou mesmo não dar impor- tância a sua presença10 . Uma vez procurado pelo paciente da terceira idade, o cirurgião-dentista não deve vê-lo como um ser frágil, debilitado e/ou apa- rentemente cansado, mas como um ser complexo, com as condições físicas apresentando os efeitos e transformações que acompanham o envelhecimen- to. Psicologicamente, o indivíduo apresenta-se mais abalado pelo acúmulo de experiências adquiridas ao longo dos anos e, socialmente, depende da intera- ção de dois fatores: o bem-estar físico e o bem-estar psicológico. Uma boa comunicação com o paciente é essencial para que se extraiam dele todas as in- formações desejadas, proporcionando-lhe confiança e aumentando a sua satisfação em relação ao aten- dimento. As condições de saúde geral do idoso devem ser averiguadas detalhadamente para que nenhuma das doenças e alterações citadas interfira no trata- mento. Deve-se sempre observar a necessidade de encaminhamento ao médico para que ateste as con- dições de saúde do paciente e confirme se ele está apto ou não para a realização do tratamento. Um programa de prevenção pode e deve ser sugerido ao paciente idoso para que problemas futuros sejam evitados ou, no mínimo, atenuados, diminuindo a necessidade de intervenções que possam abalar ain- da mais a sua saúde. O cirurgião-dentista deve atuar de forma corre- ta, dando toda atenção, cuidados e instruções neces- sárias ao paciente. Contudo, este também deverá fa- zer a sua parte, pois de nada adianta se não houver a sua aceitação e colaboração para o recebimento e sucesso do tratamento. A atuação de especialistas em instituições específicas para pacientes idosos, públicas ou privadas, pode promover um completo serviço de saúde bucal para essas pessoas2,29 . Considerações finais Fica evidente a necessidade de uma intervenção interdisciplinar no que se refere ao tratamento do paciente idoso. Protocolos específicos podem ser de- senvolvidos no sentido de melhorar o atendimento e a seqüência do tratamento a pacientes conscien- tizados e estimulados com relação à necessidade do tratamento odontológico, visando, assim, a um re- sultado favorável. É importante ressaltar a necessidade de cirur- giões-dentistas mais bem preparados para o aten- dimento da população idosa, tanto no consultório como fazendo parte de equipes e até desenvolvendo projetos de âmbito governamental que promovam a saúde bucal desses indivíduos. Abstract Elder population in Brazil and worldwide has been growing in an accelerated rhythm. Dentists must be aware of this fact and enlarge his or her information about Geriatric Dentistry in order to provide an ap- propriate and efficient treatment and maximum com- fort to the patient, once the service to these individuals requires more attention at the moment of establishing the diagnosis as well as at the accomplishment of the treatment. It must be considered that elderly generally show a great variance concerning systemic, psycho- logical and social conditions, besides being carriers of several alterations resulting from the natural process of aging. Therefore, the authors propose a literature review on geriatrics, aiming to demonstrate to the dentist some peculiarities of the service, as well as quoting situations or alterations common to elderly patients that might in- terfere in their treatment. Key words: Geriatric dentistry. Oral health. Elderly’s health. Referências Werner CW, Saunders MJ, Paunovich E, Yeh C. Odontolo-1. gia Geriátrica. Rev Fac Odontol Lins 1998; 11(1):62-9. Unluer S, Gokalp S, Dogan BG. Oral health status of the2. elderly in a residential home in Turkey. Gerodontol 2007; 24:22–9. Rosa AGF, Castellanos RA, Gomes-Pinto V. Saúde bucal na3. terceira idade. RGO 1993; 41(2):97-102. Redding SW. Oral complications of cancer therapy. Text4. Med 2003; 99(5):54-7. Nakayama Y, Washio M, Mori M. Oral Health Conditions5. in Patients with Parkinson’s Disease. J Epidemiol 2004; 14:143-50. Soares MSM, Passos IA, Maia RFM, Costa LJ, Veloso DJ.6. A correlação entre diabettes mellitus e alteração na mucosa bucal. 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