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V Simpósio Latino-Americano de Ficologia, Anais, v. II, 1998.

             AUDOUINELLA SANCTI-THOMAE (BÖRGESEN) GARBARY

(ACROCHAETIACEAE, RHODOPHYTA) REFERÊNCIA NOVA PARA A COSTA

                                  SULAMERICANA.

                De-Paula, Joel Campos & Pedrini, Alexandre de Gusmão.



Departamento de Biologia Animal e Vegetal, Instituto de Biologia, UERJ, Rua São

Francisco     Xavier, 524, CEP 20550-013, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ,

Brasil(pedrini@uerj.br); (FAPERJ, PROC. E-29/170.103 e E-11/150.897/92).

                                   ABSTRACT

       The rhodophyte Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary, a new

occurrence for the marine flora of Atlantic South America, was recently discovered near

the Itaipu Lagoon, on the coast of Rio de Janeiro state, Brazil (43º W, 23º S), during a

taxonomic survey of this region. This plant was described from the Virgin Islands, USA,

and hitherto were known from, Puerto Rico, Japan, India, Korea and Vietnam. It occurs

as an epiphyte on Chaetomorpha antennina (Bory) Kützing. Audouinella sancti-thomae

was identified on the basis of comparison with type material, with other species in the

genus and with descriptions of various authors. A description is provided as well as an

illustration of our and type material and comments.

Kew words : Acrochaetiaceae, Rhodophyta, South America Audouinella sancti-thomae



                                     RESUMO

       Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary (Acrochaetiaceae, Rhodophyta),

uma nova referência para a flora marinha da costa sulamericana, foi descoberta próxima

a Lagoa de Itaipu, Niterói, na costa do Rio de Janeiro, Brasil (43o W, 23o S), durante
estudo taxonômico desta área. A. sancti-thomae, ocorreu como epífita em

Chaetomorpha antennina (Bory) Kützing. Esta planta foi descrita para as Ilhas Virgens,

EUA, e foi citada sua ocorrência para Porto Rico, Japão, Índia Corea e Vietnam.

Comparações com o material tipo, com descrições de outros autores e com outras

espécies do gênero, proporcionaram a identificação do material como Audouinella

sancti-thomae. É fornecida descrição, acompanhada de ilustrações do material "tipo" e

do nosso material e comentários.

Palavras-Chave : Acrochaetiaceae, Rhodophyta, América do Sul, Audouinella sancti-

                     thomae



                                   INTRODUÇÃO

       O gênero Auduinella foi criado por Bory em 1823. Posteriormente o "General

Committee of Botanical Congress" (Lee & Lee, 1988) propôs a modificação de sua

grafia, passando então a ser escrita como Audouinella (Bory).


       Há sérias controvérsias     quanto a posição sistemática deste grupo de algas,

referido como um complexo por Papenfuss (1945) e Woelkerling (1983). Segundo

Garbary & Gabrielson (1987), a ordem Acrochaetiales foi proposta por Chemin em

1937, mas somente em 1953 Feldmann teria realmente feito uma caracterização da

ordem. Apesar da existência de trabalhos que contestam a ordem Acrochaetiales,

Gabrielson & Garbary (1987) e Garbary & Gabrielson (1987) demonstraram, através de

análises de cladística, a existência e os caracteres que asseguram sua existência.

Contemporaneamente, uma única família tem sido aceita, face aos estudos de Silva

(1980a,b), Garbary (1979, 1987) e Garbary & Gabrielson (1987). Nossa preferência,

pelo gênero único, deve-se a sua proposição por Drew (1928) como Rodochorton
(Nägeli), e sua aceitação como Audouinella, por Dixon & Irvine (1977), Schneider

(1983) e aos argumentos recentes de Garbary & Gabrielson (1987), em estudo de

taxonomia e evolução e Garbary (1987) em sua revisão bibliográfica mundial sobre

Acrochaetiaceae, onde reafirma a existência do gênero único: Audouinella.


       Para o Brasil, pequenas contribuições para a família têm sido assinaladas.

Inicialmente, a sistemática aceita era a ordem Nemaliales, família Chantransiaceae,

encontradas em Joly & Cordeiro (1963), onde são propostas duas novas espécies de

Acrochaetium Nageli, Oliveira Fo. & Ugadim (1974), citando duas novas espécies para a

flora brasileira, Ugadim (1974), onde quatro novas citações são acrescentadas e Oliveira

Fo. (1977), onde são reunidas quinze espécies sob o epíteto Acrochaetium pertencente a

ordem Nemaliales e a família Acrochaetiaceae. Além de Kylinia Rosenvinge, outro

antigo gênero do complexo. Embora a família Acrochaetiaceae já houvesse sido usada

anteriormente, por outros autores, Pedrini (1980) volta a usar Chantransiaceae para seis

espécies de Acrochaetium e o gênero Kylinia. Yoneshigue (1985) deu continuidade ao

uso do gênero Acrochaetium. Aparentemente, Figueiredo (1989) usa pela primeira vez o

gênero Audouinella para o Brasil, classificando-o como Nemaliales-Acrochaetiaceae.

Outros autores mais recentes seguiram a mesma posição sistemática, sendo que o

presente trabalho segue as sugestões de Feldmann (1962), Silva (1980 a,b), Garbary

(1979, 1987), Garbary & Gabrielson (1987) e Gabrielson & Garbary (1987), adotando a

ordem Acrochaetiales.

              A espécie Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary é citada para

as Ilhas Virgens, EUA, Porto Rico, Japão, Índia, Coreia e Vietnan (Garbary, 1987).

No Brasil, exemplares deste gênero foram coletados durante o levantamento da flora

ficológica bentônica da Lagoa de Itaipu, Niterói, Estado do Rio de Janeiro.
Neste trabalho é apresentado o resultado do estudo das estruturas

vegetativas e reprodutivas de Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary, bem

como comparações com os trabalhos que a descrevem na literatura internacional e

comparação com isótipo.



                             ÁREA ESTUDADA

              A Lagoa de Itaipu, localiza-se entre as coordenadas 43o 02' a 43o 03' W

e 22o 57' a 22o 58'S, apresentando uma ligação com o mar através de dois molhes

paralelos de pedra, onde o material foi coletado. Além da ligação com o mar, o canal de

Camboatá a comunica com a laguna de Piratininga, que a supera em extensão e volume.

Seu maior aporte dulcícola é proveniente do Rio João Mendes que tem sido utilizado

como vazadouro pelas comunidades vizinhas. De acordo com Knoppers, Kjerfve &

Carmouze (1991) a Lagoa de Itaipu é mesotrófica.



                        MATERIAL E MÉTODOS

              O material foi coletado em novembro de 1990, janeiro e setembro de

1991. A aquisição das amostras deu-se através da retirada manual de Chaetomorpha

antennina (Bory) Kützing em local de alta energia. Visualizada a existência das epífitas

elas foram acondicionadas em frascos e fixadas em formol à 4% neutralizado com

Bórax. O material    foi   corado com Azul de Anilina para ressaltar as       estruturas

celulares. Foi usado microscópio óptico "Standard" CARL ZEISS para o estudo

minucioso de amostras populacionais (mínimo de 30 plantas por coleta). Material

examinado : Brasil, Estado do Rio de Janeiro, município de Niterói, laguna de Itaipu,
entrada do canal de ligação com o mar, 14-11-90, col. J. C. De-Paula (SP 255081);

30-01-91 col. J.C.De-Paula (SP 255082); 06-09-91 col. J.C.De-Paula.

Material adicional estudado: "TIPO": Acrochaetium sancti-thomae Börgesen, The

marine algae of Danish West Indies, Lâmina no.1063 Botanical Museum Copenhagen,

Denmark.



                                   RESULTADOS

RHODOPHYTA

  FLORIDEOPHYCIDAE

                 ACROCHAETIALES

                        ACROCHAETIACEAE

                        Audouinella Bory, 1823

                        Audouinella sancti-thomae ( Börgesen ) Garbary



Basiônimo : Acrochaetium sancti-thomae Börgesen, The marine algae of Danish west

Indies Part 3-Rhodophyceae (A): pp. 30-32, fig.23 a-f e 24 a-b, 1915.



Referências : Börgesen 1915, p. 30, fig. 23 a-f, fig. 24 a-b; Nakamura 1941, p. 280,

fig. 5    a-b, fig. 6-7; Aziz 1965, p. 57; Taylor 1972, p. 310; Garbary 1987, p. 161.



Descrição : Plantas róseas a vermelhas em densos tufos, constituídas por filamentos

         unisseriados, com ramificação alterna a oposta muito esparsa, eventualmente com

         filamentos simples . Células pequenas barriliformes a ligeiramente cilíndricas,

         com cromatóforo parietal recobrindo a parede da célula. Talo com o comprimento

         entre 120-380 µm. Base da planta formada por um disco de filamentos
decumbentes fortemente aderidos. Eixo principal com células da porção média de

      9,6-16,8 µm de comprimento e 7,2-9,6 µm de largura e razão comprimento/largura

      entre 1,25 e 1,75. Monosporângios ovais, sésseis ou pedunculados, dispostos

      unilateralmente, com comprimento entre 12-14,4 µm e largura entre 7,2-9,6 µm e

      razão comprimento/largura entre 1,2 e 2,0. Ápice da planta algumas vezes com

      pêlos de 31,2-182,4 µm de comprimento.



                                 DISCUSSÃO

               Esta espécie foi descrita por Börgesen (1915) como plantas epífitas em

Sargassum vulgare C. Agardh oriundas das Ilhas Virgens no Caribe. O epíteto de A.

sancti-thomae, é uma homenagem ao            porto    da    cidade de Sanct-Thome.

Posteriormente, Garbary (1979) transferiu todos os táxons da família Acrochaetiaceae

para o gênero Audouinella, baseado em estudos de taxonomia numérica. Wynne (1986)

reconheceu a combinação feita por Garbary (1979) para a presente espécie, sendo

ratificada neste trabalho.

       A Tabela. 1 reúne as citações para este táxon. O táxon é conhecido para as Ilhas

Virgens, Japão, Vietnan, Índia, Coreia e Porto Rico como pode ser constatado na

extensa revisão bibliográfica feita por Garbary (1987). Percebe-se nitidamente que a

descrição original de Börgesen (1915) foi transcrita por Aziz (1965) e Taylor (1972),

embora não houvesse esta menção. Quanto à altura, as plantas de Nakamura (1941)

foram cerca do dobro da citação original. No entanto, tal fato poderia ser atribuído à

inclusão do pêlo na medição do comprimento total. Como nem sempre o pêlo está

presente no ápice da planta, pode-se supor que apenas aquele autor o tenha incluido em

suas medidas. As plantas brasileiras apresentam um comprimento 40%           menor na

medida mínima, quando comparadas com as plantas caraíbicas, e 60% menor
comparada com as japonesas. Certamente as plantas menores também portaram células

menores. Portanto, as diferenças encontradas entre os autores parecem ser variações

intra-específicas.

               Audouinella flexuosa (Vickers) Garbary e A. hypneae (Börgesen)

Lawson & John são espécies próximas à A. sancti-thomae. Apresentam porção basal

decumbente e largura das células similares (de 8-10 µm, segundo Börgesen, 1915).

Entretanto, são de fácil distinção, pois, ambas possuem grande comprimento celular (2-5

vezes o diâmetro) que torna cilíndrica a forma das células. Além disto, há abundante

ramificação em A. flexuosa e A. hypneae, enquanto A. sancti-thomae tem o

comprimento celular menor, célula barriliforme e muito pouca ramificação. Destas três

espécies, apenas A. sancti-thomae    possui pêlos terminais (Börgesen, 1915). Outra

espécie próxima é A. leptonema (Rosenvinge) Garbary, que pode ser separada de A.

sancti-thomae pelo diâmetro celular que é cerca da metade daquele encontrado nesta

planta e pelo fato de que, segundo Aziz (1965), os monosporângios nascerem também

da porção decumbente, fenômeno incomum no gênero.

               Pela análise da Tabela 1 o material brasileiro se identifica com a

descrição original e a de autores posteriores que a estudaram. Além disso, consulta ao

material "tipo" (fig. 3), mostrou que suas células variaram em medidas muito próximas

(14,4 - 16,8 µm de comprimento X 9,6 µm de largura) a do material brasileiro (9,6 -

16,8 µm de comprimento X 7,2 a 9,6 µm de largura). Das duas lâminas enviadas pelo

Museu de Copenhagen como contendo A. sancti-thomae somente uma apresenta-se com

o material. Entretanto, todas as duas lâminas portam a mesma numeração. Não há, pois,

dúvidas de que se trata da determinação apresentada.
As plantas crescem epífitas em Chaetomorpha antennina na zona das

marés, apresentando monosporângios em setembro, novembro e janeiro. Este táxon é

citado, pela primeira vez, para a América do Sul.



                               AGRADECIMENTOS

                 À Dra. Sílvia Pita Beauclair Guimarães do Instituto de Botânica de São

Paulo pela ajuda na obtenção de: a) literatura; b) fotomicrografia e c) na revisão deste

trabalho. Às biólogas Maria Beatriz Barbosa de Barros Barreto e Valéria Cassano

pela ajuda na coleta de material. À FAPERJ pelo auxílio proc. E-29/170103/90 para

o projeto "Estudo Biológico Integrado das lagunas de Itaipu e Piratininga, Niterói, RJ".

Ao   Dr. David J. Garbary por parte da bibliografia, ao Dr. Michael Wynne da

Universidade de Michigan (EUA) por parte complementar da bibliografia e sugestões.

Ao Botanical Museum Copenhagen pelo envio do material "tipo" e a Magui Aparecida

Vallim pelas sugestões.



TABELA I. Características morfológicas de A. sancti-thomae descritas por diferentes

                   autores.

     autores              1           2              3           4            5
   caracteres
a)Altura da           200-300      300-700       200-300      200-300      120-380
  planta (µm)

b)comprimento          16-18        12-20           16-18      16-18       9,6-16,8
 das células
(µm)

c)largura das           8-9          7-10            8-9        8-9         7,2-9,6
  células (µm)

d)forma das         barriliform       ---      barriliforme      ---      barriliform
  células                e                                                     e
e)comprimento         10          12-14           10           10         12-14,4
monosporângios
(µm)

f) largura dos         7           8-9            7             7         7,2-9,6
monosporângios
(µm)

g) forma dos        oval/         oval /       obovado       oval/         oval
monosporângios     obovado       obovado                    obovado

h)posição dos     unilaterais    alterno a      ------- unilaterais unilaterais
monosporângios    a opostos      opostos                     a         a opostos
                                                         opostos
Legenda: 1 = Boergesen (1915); 2 = Nakamura (1941); 3 = Aziz (1965); 4 = Taylor

          (1972); 5 = De-Paula & Pedrini (este trabalho)




               REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



Aziz, K. M. S. 1965. Acrochaetium and Kylinia in the South Western North Atlantic

     Ocean. Duke University. Tese de Doutorado em Botânica. Ann Arbor, Michigan,

     235 p.

Börgesen, F. 1915. The marine algae of the Danish west Indies Part. 3-Rhodophyceae

     (A). Dansk Botanisk Arkiv. pag. 01-100.

Dixon, P. S. & Irvine, L. M. 1977. Seaweeds of the Britsh Isles. 1 part 1. British

     Museum (Natural History) 252 p. il.

Drew, K.M. 1928. A revision of the genera Chantransia, Rodochorton and

     Acrochaetium. Univ. of California Publications in Botany. 14 (5), pp. 139-224. pl

     37-48.

Feldmann, J. 1962. The Rhodophyta order Acrochaetiales and its classification. Proc.

     Pacif. Sci. Cong. 9(4): 219-221.
Figueiredo, M, A. de O. 1989. Ficoflora Marinha Bentônica do Município de Paraty, rio

     de Janeiro. Dissertação de Mestrado, UFRJ. Rio de Janeiro, 236 p. il.

Gabielson, P. W. & Garbary, D. J. 1987. A cladistic analysis of Rhodophyta:

     Florideophycidean Orders. Br. Phycol. J. 22: 125-128.

Garbary, D. 1979. Numerical taxonomy and generic circunscription                   in the

     Acrochaetiaceae (Rhodophyta). Bot. Mar., 22 (8) : 477-492.

__________ 1987. The Acrochaetiaceae (Rhodophyta) : An Annotated            Bibliography.

     Berlin, Cramer, Biblioteca Phycologica, band 77, 1987, 267 p.

Garbary, D. J. & Gabrielson, P. W. 1987. Acrochaetiales (Rhodophyta): Taxonomy and

     evolution. Cryptogamie, algologie 8 (4): 241-252.

Joly, A. B. & Cordeiro, M. 1963. Two new species of Acrochaetium from southern

     Brasil. Bol. Fac. Fil. Cienc. Letras. USP. Bot 19: 133-140, 2 pl.

Knoppers, B; Kjerfve, B. & Carmouze, J.P. 1991. Trophic state and water turn-over

     time in six Choked castal lagoons in Brazil. Biogeochemistry 14: 149-166.

Lee, Y. & Lee, I. K. 1988. Contribution to the Generic Classification of the

     Rhodochortaceae (Rhodophyta, Nemaliales). Bot. Mar., 31 : 119-131.

Nakamura, Y. 1941. The species of Rhodochorton from Japan I.             Scient. pap. Inst.

     Algol. Research, II : 273-291.

Oliveira Fo., E. C. de 1977. Algas Marinhas Bentônicas do Brasil. Tese de Livre

     Docência. USP, São Paula, 407 p. il.

Oliveira Fo., E. C. de & Ugadim, Y. 1974. New references of benthic marine algae to

     brazilian flora. Bol. Botânica, USP. 2: 71-91.

Papenfuss, G. F. 1945. Review of the Acrochaetium-Rhodochorton complex of the

     red algae. Univ. Calif. Publ. Bot., 18(14): 299-334.
Pedrini, A. de G. 1980. Algas marinhas bentônicas da Baía de Sepetiba e arredores (Rio

     de Janeiro). Dissertação de Mestrado, UFRJ, Rio de Janeiro, 397 p. il.

Schneider, C. W. 1983. The red algal Genus Audouinella Bory (Nemaliales :

     Acrochaetiaceae) from North Carolina. Smithsonian Institution Press no. 22, 25 p.

     3 pl.

Silva, P. C. 1980a. Remarks on algal nomenclatures VI. Taxon 29 :121-145.

----------- 1980b. Names of Classes and Families of Living Algae. Bohn, Scheltema &

     Holkema, Utrecht.,The Hague, 156 p.

Taylor, W. R. 1972. Marine algae of eastern tropical and subtropical coasts of

     America. University of Michigan Press, Ann Arbor, 870 p.

Ugadim, Y. 1974. Algas marinhas bentônicas do litoral sul da Estado de São Paulo e do

     litoral do Estado do Paraná, III-Divisão Rhodophyta (1): Goniotrichales,

     Bangiales, Nemalionales e Gelidiales. Bol. Botânica, USP. 2: 93-137.

Wynne, J.M. 1986. A checklist of bentic marine algae of the tropical and subtropical

     western Atlantic. Can. J. Botany, 64 (10) : 2239-2281.

Woelkerling, W.J. 1983. The Audouinella (Acrochaetium-Rhodochorton) complex

     (Rhodophyta): present perspectives. Phycologia, 22 (1): 59-92.

Yoneshigue, Y. 1985. Taxonomie et ecologie des algues marines dans la region de Cabo

     Frio (Rio de Janeiro, Brésil) These de Docteur d`Etat-Sciences, Faculté de

     Sciences de Lummy, Univ. d`Aix-Marseille II, France, 460 p., il.

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Nova ocorrência de alga marinha rara na costa sul-americana

  • 1. V Simpósio Latino-Americano de Ficologia, Anais, v. II, 1998. AUDOUINELLA SANCTI-THOMAE (BÖRGESEN) GARBARY (ACROCHAETIACEAE, RHODOPHYTA) REFERÊNCIA NOVA PARA A COSTA SULAMERICANA. De-Paula, Joel Campos & Pedrini, Alexandre de Gusmão. Departamento de Biologia Animal e Vegetal, Instituto de Biologia, UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524, CEP 20550-013, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, Brasil(pedrini@uerj.br); (FAPERJ, PROC. E-29/170.103 e E-11/150.897/92). ABSTRACT The rhodophyte Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary, a new occurrence for the marine flora of Atlantic South America, was recently discovered near the Itaipu Lagoon, on the coast of Rio de Janeiro state, Brazil (43º W, 23º S), during a taxonomic survey of this region. This plant was described from the Virgin Islands, USA, and hitherto were known from, Puerto Rico, Japan, India, Korea and Vietnam. It occurs as an epiphyte on Chaetomorpha antennina (Bory) Kützing. Audouinella sancti-thomae was identified on the basis of comparison with type material, with other species in the genus and with descriptions of various authors. A description is provided as well as an illustration of our and type material and comments. Kew words : Acrochaetiaceae, Rhodophyta, South America Audouinella sancti-thomae RESUMO Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary (Acrochaetiaceae, Rhodophyta), uma nova referência para a flora marinha da costa sulamericana, foi descoberta próxima a Lagoa de Itaipu, Niterói, na costa do Rio de Janeiro, Brasil (43o W, 23o S), durante
  • 2. estudo taxonômico desta área. A. sancti-thomae, ocorreu como epífita em Chaetomorpha antennina (Bory) Kützing. Esta planta foi descrita para as Ilhas Virgens, EUA, e foi citada sua ocorrência para Porto Rico, Japão, Índia Corea e Vietnam. Comparações com o material tipo, com descrições de outros autores e com outras espécies do gênero, proporcionaram a identificação do material como Audouinella sancti-thomae. É fornecida descrição, acompanhada de ilustrações do material "tipo" e do nosso material e comentários. Palavras-Chave : Acrochaetiaceae, Rhodophyta, América do Sul, Audouinella sancti- thomae INTRODUÇÃO O gênero Auduinella foi criado por Bory em 1823. Posteriormente o "General Committee of Botanical Congress" (Lee & Lee, 1988) propôs a modificação de sua grafia, passando então a ser escrita como Audouinella (Bory). Há sérias controvérsias quanto a posição sistemática deste grupo de algas, referido como um complexo por Papenfuss (1945) e Woelkerling (1983). Segundo Garbary & Gabrielson (1987), a ordem Acrochaetiales foi proposta por Chemin em 1937, mas somente em 1953 Feldmann teria realmente feito uma caracterização da ordem. Apesar da existência de trabalhos que contestam a ordem Acrochaetiales, Gabrielson & Garbary (1987) e Garbary & Gabrielson (1987) demonstraram, através de análises de cladística, a existência e os caracteres que asseguram sua existência. Contemporaneamente, uma única família tem sido aceita, face aos estudos de Silva (1980a,b), Garbary (1979, 1987) e Garbary & Gabrielson (1987). Nossa preferência, pelo gênero único, deve-se a sua proposição por Drew (1928) como Rodochorton
  • 3. (Nägeli), e sua aceitação como Audouinella, por Dixon & Irvine (1977), Schneider (1983) e aos argumentos recentes de Garbary & Gabrielson (1987), em estudo de taxonomia e evolução e Garbary (1987) em sua revisão bibliográfica mundial sobre Acrochaetiaceae, onde reafirma a existência do gênero único: Audouinella. Para o Brasil, pequenas contribuições para a família têm sido assinaladas. Inicialmente, a sistemática aceita era a ordem Nemaliales, família Chantransiaceae, encontradas em Joly & Cordeiro (1963), onde são propostas duas novas espécies de Acrochaetium Nageli, Oliveira Fo. & Ugadim (1974), citando duas novas espécies para a flora brasileira, Ugadim (1974), onde quatro novas citações são acrescentadas e Oliveira Fo. (1977), onde são reunidas quinze espécies sob o epíteto Acrochaetium pertencente a ordem Nemaliales e a família Acrochaetiaceae. Além de Kylinia Rosenvinge, outro antigo gênero do complexo. Embora a família Acrochaetiaceae já houvesse sido usada anteriormente, por outros autores, Pedrini (1980) volta a usar Chantransiaceae para seis espécies de Acrochaetium e o gênero Kylinia. Yoneshigue (1985) deu continuidade ao uso do gênero Acrochaetium. Aparentemente, Figueiredo (1989) usa pela primeira vez o gênero Audouinella para o Brasil, classificando-o como Nemaliales-Acrochaetiaceae. Outros autores mais recentes seguiram a mesma posição sistemática, sendo que o presente trabalho segue as sugestões de Feldmann (1962), Silva (1980 a,b), Garbary (1979, 1987), Garbary & Gabrielson (1987) e Gabrielson & Garbary (1987), adotando a ordem Acrochaetiales. A espécie Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary é citada para as Ilhas Virgens, EUA, Porto Rico, Japão, Índia, Coreia e Vietnan (Garbary, 1987). No Brasil, exemplares deste gênero foram coletados durante o levantamento da flora ficológica bentônica da Lagoa de Itaipu, Niterói, Estado do Rio de Janeiro.
  • 4. Neste trabalho é apresentado o resultado do estudo das estruturas vegetativas e reprodutivas de Audouinella sancti-thomae (Börgesen) Garbary, bem como comparações com os trabalhos que a descrevem na literatura internacional e comparação com isótipo. ÁREA ESTUDADA A Lagoa de Itaipu, localiza-se entre as coordenadas 43o 02' a 43o 03' W e 22o 57' a 22o 58'S, apresentando uma ligação com o mar através de dois molhes paralelos de pedra, onde o material foi coletado. Além da ligação com o mar, o canal de Camboatá a comunica com a laguna de Piratininga, que a supera em extensão e volume. Seu maior aporte dulcícola é proveniente do Rio João Mendes que tem sido utilizado como vazadouro pelas comunidades vizinhas. De acordo com Knoppers, Kjerfve & Carmouze (1991) a Lagoa de Itaipu é mesotrófica. MATERIAL E MÉTODOS O material foi coletado em novembro de 1990, janeiro e setembro de 1991. A aquisição das amostras deu-se através da retirada manual de Chaetomorpha antennina (Bory) Kützing em local de alta energia. Visualizada a existência das epífitas elas foram acondicionadas em frascos e fixadas em formol à 4% neutralizado com Bórax. O material foi corado com Azul de Anilina para ressaltar as estruturas celulares. Foi usado microscópio óptico "Standard" CARL ZEISS para o estudo minucioso de amostras populacionais (mínimo de 30 plantas por coleta). Material examinado : Brasil, Estado do Rio de Janeiro, município de Niterói, laguna de Itaipu,
  • 5. entrada do canal de ligação com o mar, 14-11-90, col. J. C. De-Paula (SP 255081); 30-01-91 col. J.C.De-Paula (SP 255082); 06-09-91 col. J.C.De-Paula. Material adicional estudado: "TIPO": Acrochaetium sancti-thomae Börgesen, The marine algae of Danish West Indies, Lâmina no.1063 Botanical Museum Copenhagen, Denmark. RESULTADOS RHODOPHYTA FLORIDEOPHYCIDAE ACROCHAETIALES ACROCHAETIACEAE Audouinella Bory, 1823 Audouinella sancti-thomae ( Börgesen ) Garbary Basiônimo : Acrochaetium sancti-thomae Börgesen, The marine algae of Danish west Indies Part 3-Rhodophyceae (A): pp. 30-32, fig.23 a-f e 24 a-b, 1915. Referências : Börgesen 1915, p. 30, fig. 23 a-f, fig. 24 a-b; Nakamura 1941, p. 280, fig. 5 a-b, fig. 6-7; Aziz 1965, p. 57; Taylor 1972, p. 310; Garbary 1987, p. 161. Descrição : Plantas róseas a vermelhas em densos tufos, constituídas por filamentos unisseriados, com ramificação alterna a oposta muito esparsa, eventualmente com filamentos simples . Células pequenas barriliformes a ligeiramente cilíndricas, com cromatóforo parietal recobrindo a parede da célula. Talo com o comprimento entre 120-380 µm. Base da planta formada por um disco de filamentos
  • 6. decumbentes fortemente aderidos. Eixo principal com células da porção média de 9,6-16,8 µm de comprimento e 7,2-9,6 µm de largura e razão comprimento/largura entre 1,25 e 1,75. Monosporângios ovais, sésseis ou pedunculados, dispostos unilateralmente, com comprimento entre 12-14,4 µm e largura entre 7,2-9,6 µm e razão comprimento/largura entre 1,2 e 2,0. Ápice da planta algumas vezes com pêlos de 31,2-182,4 µm de comprimento. DISCUSSÃO Esta espécie foi descrita por Börgesen (1915) como plantas epífitas em Sargassum vulgare C. Agardh oriundas das Ilhas Virgens no Caribe. O epíteto de A. sancti-thomae, é uma homenagem ao porto da cidade de Sanct-Thome. Posteriormente, Garbary (1979) transferiu todos os táxons da família Acrochaetiaceae para o gênero Audouinella, baseado em estudos de taxonomia numérica. Wynne (1986) reconheceu a combinação feita por Garbary (1979) para a presente espécie, sendo ratificada neste trabalho. A Tabela. 1 reúne as citações para este táxon. O táxon é conhecido para as Ilhas Virgens, Japão, Vietnan, Índia, Coreia e Porto Rico como pode ser constatado na extensa revisão bibliográfica feita por Garbary (1987). Percebe-se nitidamente que a descrição original de Börgesen (1915) foi transcrita por Aziz (1965) e Taylor (1972), embora não houvesse esta menção. Quanto à altura, as plantas de Nakamura (1941) foram cerca do dobro da citação original. No entanto, tal fato poderia ser atribuído à inclusão do pêlo na medição do comprimento total. Como nem sempre o pêlo está presente no ápice da planta, pode-se supor que apenas aquele autor o tenha incluido em suas medidas. As plantas brasileiras apresentam um comprimento 40% menor na medida mínima, quando comparadas com as plantas caraíbicas, e 60% menor
  • 7. comparada com as japonesas. Certamente as plantas menores também portaram células menores. Portanto, as diferenças encontradas entre os autores parecem ser variações intra-específicas. Audouinella flexuosa (Vickers) Garbary e A. hypneae (Börgesen) Lawson & John são espécies próximas à A. sancti-thomae. Apresentam porção basal decumbente e largura das células similares (de 8-10 µm, segundo Börgesen, 1915). Entretanto, são de fácil distinção, pois, ambas possuem grande comprimento celular (2-5 vezes o diâmetro) que torna cilíndrica a forma das células. Além disto, há abundante ramificação em A. flexuosa e A. hypneae, enquanto A. sancti-thomae tem o comprimento celular menor, célula barriliforme e muito pouca ramificação. Destas três espécies, apenas A. sancti-thomae possui pêlos terminais (Börgesen, 1915). Outra espécie próxima é A. leptonema (Rosenvinge) Garbary, que pode ser separada de A. sancti-thomae pelo diâmetro celular que é cerca da metade daquele encontrado nesta planta e pelo fato de que, segundo Aziz (1965), os monosporângios nascerem também da porção decumbente, fenômeno incomum no gênero. Pela análise da Tabela 1 o material brasileiro se identifica com a descrição original e a de autores posteriores que a estudaram. Além disso, consulta ao material "tipo" (fig. 3), mostrou que suas células variaram em medidas muito próximas (14,4 - 16,8 µm de comprimento X 9,6 µm de largura) a do material brasileiro (9,6 - 16,8 µm de comprimento X 7,2 a 9,6 µm de largura). Das duas lâminas enviadas pelo Museu de Copenhagen como contendo A. sancti-thomae somente uma apresenta-se com o material. Entretanto, todas as duas lâminas portam a mesma numeração. Não há, pois, dúvidas de que se trata da determinação apresentada.
  • 8. As plantas crescem epífitas em Chaetomorpha antennina na zona das marés, apresentando monosporângios em setembro, novembro e janeiro. Este táxon é citado, pela primeira vez, para a América do Sul. AGRADECIMENTOS À Dra. Sílvia Pita Beauclair Guimarães do Instituto de Botânica de São Paulo pela ajuda na obtenção de: a) literatura; b) fotomicrografia e c) na revisão deste trabalho. Às biólogas Maria Beatriz Barbosa de Barros Barreto e Valéria Cassano pela ajuda na coleta de material. À FAPERJ pelo auxílio proc. E-29/170103/90 para o projeto "Estudo Biológico Integrado das lagunas de Itaipu e Piratininga, Niterói, RJ". Ao Dr. David J. Garbary por parte da bibliografia, ao Dr. Michael Wynne da Universidade de Michigan (EUA) por parte complementar da bibliografia e sugestões. Ao Botanical Museum Copenhagen pelo envio do material "tipo" e a Magui Aparecida Vallim pelas sugestões. TABELA I. Características morfológicas de A. sancti-thomae descritas por diferentes autores. autores 1 2 3 4 5 caracteres a)Altura da 200-300 300-700 200-300 200-300 120-380 planta (µm) b)comprimento 16-18 12-20 16-18 16-18 9,6-16,8 das células (µm) c)largura das 8-9 7-10 8-9 8-9 7,2-9,6 células (µm) d)forma das barriliform --- barriliforme --- barriliform células e e
  • 9. e)comprimento 10 12-14 10 10 12-14,4 monosporângios (µm) f) largura dos 7 8-9 7 7 7,2-9,6 monosporângios (µm) g) forma dos oval/ oval / obovado oval/ oval monosporângios obovado obovado obovado h)posição dos unilaterais alterno a ------- unilaterais unilaterais monosporângios a opostos opostos a a opostos opostos Legenda: 1 = Boergesen (1915); 2 = Nakamura (1941); 3 = Aziz (1965); 4 = Taylor (1972); 5 = De-Paula & Pedrini (este trabalho) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aziz, K. M. S. 1965. Acrochaetium and Kylinia in the South Western North Atlantic Ocean. Duke University. Tese de Doutorado em Botânica. Ann Arbor, Michigan, 235 p. Börgesen, F. 1915. The marine algae of the Danish west Indies Part. 3-Rhodophyceae (A). Dansk Botanisk Arkiv. pag. 01-100. Dixon, P. S. & Irvine, L. M. 1977. Seaweeds of the Britsh Isles. 1 part 1. British Museum (Natural History) 252 p. il. Drew, K.M. 1928. A revision of the genera Chantransia, Rodochorton and Acrochaetium. Univ. of California Publications in Botany. 14 (5), pp. 139-224. pl 37-48. Feldmann, J. 1962. The Rhodophyta order Acrochaetiales and its classification. Proc. Pacif. Sci. Cong. 9(4): 219-221.
  • 10. Figueiredo, M, A. de O. 1989. Ficoflora Marinha Bentônica do Município de Paraty, rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado, UFRJ. Rio de Janeiro, 236 p. il. Gabielson, P. W. & Garbary, D. J. 1987. A cladistic analysis of Rhodophyta: Florideophycidean Orders. Br. Phycol. J. 22: 125-128. Garbary, D. 1979. Numerical taxonomy and generic circunscription in the Acrochaetiaceae (Rhodophyta). Bot. Mar., 22 (8) : 477-492. __________ 1987. The Acrochaetiaceae (Rhodophyta) : An Annotated Bibliography. Berlin, Cramer, Biblioteca Phycologica, band 77, 1987, 267 p. Garbary, D. J. & Gabrielson, P. W. 1987. Acrochaetiales (Rhodophyta): Taxonomy and evolution. Cryptogamie, algologie 8 (4): 241-252. Joly, A. B. & Cordeiro, M. 1963. Two new species of Acrochaetium from southern Brasil. Bol. Fac. Fil. Cienc. Letras. USP. Bot 19: 133-140, 2 pl. Knoppers, B; Kjerfve, B. & Carmouze, J.P. 1991. Trophic state and water turn-over time in six Choked castal lagoons in Brazil. Biogeochemistry 14: 149-166. Lee, Y. & Lee, I. K. 1988. Contribution to the Generic Classification of the Rhodochortaceae (Rhodophyta, Nemaliales). Bot. Mar., 31 : 119-131. Nakamura, Y. 1941. The species of Rhodochorton from Japan I. Scient. pap. Inst. Algol. Research, II : 273-291. Oliveira Fo., E. C. de 1977. Algas Marinhas Bentônicas do Brasil. Tese de Livre Docência. USP, São Paula, 407 p. il. Oliveira Fo., E. C. de & Ugadim, Y. 1974. New references of benthic marine algae to brazilian flora. Bol. Botânica, USP. 2: 71-91. Papenfuss, G. F. 1945. Review of the Acrochaetium-Rhodochorton complex of the red algae. Univ. Calif. Publ. Bot., 18(14): 299-334.
  • 11. Pedrini, A. de G. 1980. Algas marinhas bentônicas da Baía de Sepetiba e arredores (Rio de Janeiro). Dissertação de Mestrado, UFRJ, Rio de Janeiro, 397 p. il. Schneider, C. W. 1983. The red algal Genus Audouinella Bory (Nemaliales : Acrochaetiaceae) from North Carolina. Smithsonian Institution Press no. 22, 25 p. 3 pl. Silva, P. C. 1980a. Remarks on algal nomenclatures VI. Taxon 29 :121-145. ----------- 1980b. Names of Classes and Families of Living Algae. Bohn, Scheltema & Holkema, Utrecht.,The Hague, 156 p. Taylor, W. R. 1972. Marine algae of eastern tropical and subtropical coasts of America. University of Michigan Press, Ann Arbor, 870 p. Ugadim, Y. 1974. Algas marinhas bentônicas do litoral sul da Estado de São Paulo e do litoral do Estado do Paraná, III-Divisão Rhodophyta (1): Goniotrichales, Bangiales, Nemalionales e Gelidiales. Bol. Botânica, USP. 2: 93-137. Wynne, J.M. 1986. A checklist of bentic marine algae of the tropical and subtropical western Atlantic. Can. J. Botany, 64 (10) : 2239-2281. Woelkerling, W.J. 1983. The Audouinella (Acrochaetium-Rhodochorton) complex (Rhodophyta): present perspectives. Phycologia, 22 (1): 59-92. Yoneshigue, Y. 1985. Taxonomie et ecologie des algues marines dans la region de Cabo Frio (Rio de Janeiro, Brésil) These de Docteur d`Etat-Sciences, Faculté de Sciences de Lummy, Univ. d`Aix-Marseille II, France, 460 p., il.