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                                      Boletim Informativo - Novembro – 2012




             PARABÉNS AOS PROFESSORES E ÀS ESCOLAS QUE NÃO SE CURVAM AO SARESP

A avaliação é uma parte não só importante, mas essencial ao processo de ensino aprendizagem. Dentro de
um Projeto Político Pedagógico sério e construído de forma participativa, é necessário medir o progresso
no aprendizado dos nossos alunos.

No entanto, o SARESP – Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo - não tem
servido para avaliar o nosso trabalho, a começar pela intervenção na liberdade de cátedra e também pelo
conteúdo avaliado – Currículo Oficial do Estado de São Paulo - presente no material apostilado, de
qualidade duvidosa e descontextualizado da realidade local.

Mas este não é o principal problema, já que um bom professor sabe a autonomia que tem ao educar
nossas crianças e jovens. Há alguns anos o governo paulista teve a “genial” ideia de acoplar o IDESP –
Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo – a um pagamento em dinheiro, o
famigerado “bônus”. (Em tempo: a nota da escola no SARESP, junto com o fluxo escolar, compõe o IDESP.)

Ao invés de darem um aumento isonômico à classe, o governo distribui migalhas a uma parte dos
professores, que – pela situação financeira miserável em que vivemos – acabam ficando reféns do SARESP.

Financeirizar a educação tem mais consequências... muitas escolas, visando aumentar o IDESP, fraudam
grosseiramente a nota e a frequência dos alunos, ocultam a evasão escolar, fazem “vestibulinho” para o
SARESP, pedem para os alunos fazerem a prova à lápis, dispensam os alunos que apresentam baixo
rendimento somente nos dias do SARESP, entre outras barbaridades.

Para a APEOESP, a Avaliação institucional deve ser feita em cima de parâmetros curriculares e não de um
currículo obsoleto e fechado, como é o Currículo do Estado de São Paulo. Fraudar a avaliação é assumir um
papel que nós professores sempre evitamos. Enganar adolescentes não contribuirá em nada para sua
educação, só aumentando o gigantesco fosso entre eles e o conhecimento.

O SARESP não avalia o ensino. Tem somente servido como uma maneira de classificar as escolas e
diretores que vão ganhar mais dinheiro... e de aumentar o assédio de diretores em cima de professores.

Professores, não se enganem. Não permitam a fraude no SARESP. Fiscalizem passo a passo a avaliação na
sua escola. Procurem o nosso jurídico. Denunciem a farsa da educação paulista.
AFRICANIDADES

Não há como se falar na formação da sociedade
brasileira sem resgatar suas matrizes: indígena,
negra e branca. Segundo o antropólogo Darcy
Ribeiro, não há povo no mundo com tamanha
mistura étnica, devendo o brasileiro ser
considerado uma nova etnia.

De acordo com a Lei Federal 10.693/03 a
temática História e Cultura Afrobrasileira está
inclusa no currículo oficial da rede de ensino. E a
Resolução nº1/2004 do Conselho Nacional de                         PEDAGOGIA SISTÊMICA
Educação (CNE) aprova o parecer CNE/CP/2004
que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para    A subsede da APEOESP do Vale do Ribeira, em
a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o        sua última Reunião de Representantes, realizada
Ensino da História e Cultura Afrobrasileira e          no dia 23 de outubro de 2012, também trouxe
Africana.                                              uma oficina sobre Pedagogia Sistêmica, aberta a
                                                       todos os interessados. Nesta atividade, tivemos a
A região do Vale do Ribeira concentra a maior          participação de professores de diversas áreas e
população de remanescentes de quilombos do             de duas assistentes sociais.
Estado de São Paulo. Por esse motivo, devemos
refletir sobre a educação aplicada na região, de       De acordo com a pedagoga Irene Penteado
modo a valorizar e fortalecer a cultura. Apesar de     Cotrim, a Pedagogia Sistêmica oferece, de forma
existir no Brasil cerca de 1700 escolas                cooperativa, ferramentas rápidas e eficazes na
quilombolas, há educandos que não estão mais           resolução de conflitos e na abertura de novas
inseridos nas comunidades de origem, ficando           possibilidades de convívio e estruturação de
evidente a importância da realização de um             vínculos, proporcionando ao educador um novo
trabalho diferenciado em todas as escolas da           olhar sobre o educando e para a educação.
nossa região.

Para isso, precisamos tirar a lei do papel e aplicá-
la, sendo o desafio maior mobilizar os educadores
para fazer valer a medida. Assim, nós, professores
que estamos a contribuir junto a APEOESP, em
nossa última reunião de Representantes de
Escola (R. E) e Representantes de Aposentados (R.
A) - aberta a todos os professores - fizemos um
diálogo sobre Cultura Afrobrasileira e Consciência
Negra, além de uma vivência de Capoeira Angola.

A vivência da Capoeira Angola foi o marco inicial
do projeto que une a APEOESP – Vale do Ribeira e
a ACAIA - Academia de Capoeira Angola Ilê Axé,
de Mestre Bigo, sob o intuito de manutenção e          Este campo do saber rompeu os limites
difusão da cultura afrobrasileira.                     terapêuticos de onde se originou, denominado
                                                       Constelações Sistêmicas, alcançando a área da
O projeto é aberto a todos os interessados, sendo      Educação, onde se baseia na inclusão, não
gratuito para associados da APEOESP, mediante a        confrontando com outras metodologias, mas
prévia inscrição.                                      acrescentando novos recursos à prática
                                                       educacional.
A história contada pode ser outra, se o seu sujeito
for o narrador.
VIOLÊNCIA! A CULPA É DE QUEM?                   O PRECONCEITO É FRUTO DA IGNORÂNCIA, MAS
                                                       A DISCRIMINAÇÃO É A VELHA SENHORA
                       Hélder dos Santos de Oliveira
                                                       OPRESSÃO
Certo dia, andando pelas ruas do Centro da                                  André Murtinho Ribeiro Chaves
cidade de São Paulo, vi uma criança de cerca de           Descendente de indígenas das etnias Bororo, MT e
sete anos com um saquinho na mão, cheirando                                              Kariri-Xocó, AL/SE
cola de sapateiro. Observei as pessoas que
passavam com aquele andar apressado, sem
mesmo notar o estado do menino. Aos que                Como você se sentiria se invadissem o seu país,
notavam, um olhar de indiferença.                      sua cidade, sua casa? Como se sentiria ainda se
                                                       durante muitos anos este território fosse
De tão drogado, caiu ao chão, onde pude retirar o      ocupado por estes invasores? E como se sentiria
saquinho de sua mão e dispensar em uma lata de         se, após anos acuados, os verdadeiros donos da
lixo. Nem mesmo os policiais que estavam por           terra decidissem retomar suas casas, seu
perto foram acudir o garoto, sendo este                território? Pense um pouco mais na história e nos
carregado por outros meninos de rua.                   direitos conquistados pela população mais pobre,
                                                       vença o preconceito e reconheça o grito: “esta
Deixo algumas reflexões: esta criança é vítima ou
                                                       terra é nossa e ninguém tira!”.
não? É culpada por morar nas ruas e usar drogas?
De quem é a culpa? Da família, da escola, da           Sempre que defendemos os direitos indígenas,
sociedade, do Estado? Reduzir a maioridade             quilombolas, caiçaras, ribeirinhos, sem-terras,
penal resolveria o problema que ela enfrenta?          sem-tetos     e   favelados,   surgem      vozes
                                                       preconceituosas (e certamente ignorantes)
Sofrendo todo tipo de violência, sendo
                                                       atacando estes povos, como se os violentos
dependente químico desde muito cedo, sem
                                                       fossem eles ou mesmo como se ser miserável
nenhum tipo de orientação ou afeto, o que
                                                       fosse uma opção, chamando de “mendigos”,
esperar desta na juventude e na fase adulta? Com
                                                       “sujos”, “vagabundos”, “pedintes”, “alcóolatras”,
a revolta , a miséria e a falta de oportunidades, a
                                                       entre outras barbaridades.
probabilidade de se tornar um delinqüente é bem
maior do que se tornar um trabalhador.                 Por incrível que pareça, o mais contraditório e
                                                       incoerente, em relação aos indígenas, é a
Novamente pergunto para refletirmos: reduzir a
                                                       acusação de que “índio que sabe falar e que tem
maioridade penal faria com esta não entrasse no
                                                       celular já não é mais índio”, ignorando um dos
crime e nas drogas? Por isso, sou a favor de
                                                       aspectos mais importantes da sociedade que é a
políticas públicas que atendam as necessidades
                                                       miscigenação cultural. O fato de incorporar
básicas das crianças, adolescentes e jovens.
                                                       aspectos de outras culturas não significa, nem é o
O problema da violência não está na juventude,         suficiente para negar a sua. Neste ponto,
mas sim na falta de compromisso político com a         perguntamos: se acham ruim o indígena estar
população pobre, historicamente desfavorecida.         mendigando ou mesmo se acham péssimo
É injusto culpar a juventude, enquanto muitos          indígenas incorporarem outras culturas, o que
políticos se enriquecem, desviando o dinheiro          querem para nossos povos originários? O
público que poderia ser usado para proporcionar        extermínio?
qualidade de vida à população.
                                                       Certamente, muitos destes comportamentos
                                                       discriminatórios são frutos de um preconceito
                                                       embutido em nossa cultura eurocêntrica,
                                                       dominadora e opressora, com os quais
                                                       convivemos e acumulamos desde criancinha,
                                                       através da educação escolar e da grande mídia
                                                       empresarial. Contraditoriamente, as escolas
                                                       governamental e empresarial, em boa parte,
                                                       ainda se negam a ensinar a história da formação
                                                       do povo brasileiro segundo a visão das matrizes
negra e indígena, tratando-os como selvagens         menor, selvagem. Chamar alguém de índio,
(próximos aos animais irracionais) e incapazes.      infelizmente, é um xingamento em muitos
                                                     lugares.
O foco da formação do Brasil ainda é o
descobrimento de uma nova terra que precisava        Recentemente, 170 indígenas das etnias Guarani
se evangelizar e ser explorada economicamente,       e Kaiowá, depois de tantos séculos de opressão,
ignorando de forma criminosa que esta terra já       que resultou no genocídio de seus povos,
tinha habitantes – e muitos – e que foram            decidiram não permitir mais a invasão de
assassinados,      violentados,       estuprados,    fazendeiros, permanecendo nas suas terras, no
escravizados, evangelizados e explorados. A          seu território, conforme comprova estudo do
diversidade de povos existentes, de religiões e de   antropólogo Tonico Benites: “No que diz respeito
línguas era muito grande, bem como suas              aos territórios tradicionais guarani e kaiowá
populações eram numerosas: carijós, guaranis,        reivindicados pelos indígenas contemporâneos,
tupiniquins, tupinambás, potiguaras, tabajaras,      as fontes históricas e arqueológicas assinalam
caetés, tamoios, caiapós, entre tantos outros.       claramente o fato de que o atual cone sul do
Hoje, pouco resta desta diversidade. Mas resta.      Mato Grosso do Sul é, através de séculos,
                                                     território de ocupação tradicional dos guarani-
Portanto, quando alguém se refere aos indígenas      kaiowá. Porém, atualmente, eles demandam
como sendo “uma outra gente”, certamente             somente uma parte dos territórios antigos,
ignora (ou finge que ignora) que a gente é           localizados basicamente à margem de cinco rios:
indígena, a gente é negro, a gente é branco, já      Brilhantes, Dourados, Apa, Iguatemi e Hovy. “
que na nossa cultura e na nossa genética temos
um pouco de cada, formando o que Darcy Ribeiro       Portanto, se há “uma gente” fora de seu lugar,
chamou de uma nova etnia: a brasileira.              certamente não são os indígenas. É preciso
Discriminar os nossos antepassados é como            conhecer melhor a História do Brasil e do mundo,
espancar nossas bisavós, uma tremenda covardia.      para vencer esta ignorância que violenta a nossa
                                                     população pobre, oprimida e marginalizada. A
                                                     pobreza é fruto da exploração secular, foi
                                                     determinada historicamente, não ocorreu ao
                                                     acaso e, muito menos, é uma opção.

                                                     Temos que ter mais respeito com os nossos
                                                     antepassados. Somos todos indígenas. Somos
                                                     todos Guarani-Kaiowá.


                                                     APEOESP – Subsede Vale do Ribeira
                                                     R. Cap. João Pocci, 233 – Centro – Registro
                                                     – SP – 11.900-000

                                                           valeribeira@apeoespsub.org.br
Infelizmente, os dados censitários do IBGE
demonstram o extermínio e o preconceito
presentes na nossa sociedade, já que pela auto-       (13) 3821-4571 / 3821-3867 / 9702-3332
declaração, poucos se consideram indígenas,
muitas vezes assinalando “pardos”, buscando
                                                     http://www.facebook.com/apeoesp.valedoribeira
fugir do preconceito declarado de boa parte da
população. Esta discriminação está presente nos
                                                          https://twitter.com/APEOESPVRibeira
mais diversos espaços públicos, por exemplo, nas
escolas, quando alunos e professores, em sua
maioria, consideram o “ser índio” uma coisa          ATENDIMENTO JURÍDICO ÀS SEXTAS-FEIRAS


                                                      PROCURE O SEU SINDICATO. FILIE-SE!

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Boletim APEOESP Vale do Ribeira - Novembro 2012

  • 1. VALE DO RIBEIRA Boletim Informativo - Novembro – 2012 PARABÉNS AOS PROFESSORES E ÀS ESCOLAS QUE NÃO SE CURVAM AO SARESP A avaliação é uma parte não só importante, mas essencial ao processo de ensino aprendizagem. Dentro de um Projeto Político Pedagógico sério e construído de forma participativa, é necessário medir o progresso no aprendizado dos nossos alunos. No entanto, o SARESP – Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo - não tem servido para avaliar o nosso trabalho, a começar pela intervenção na liberdade de cátedra e também pelo conteúdo avaliado – Currículo Oficial do Estado de São Paulo - presente no material apostilado, de qualidade duvidosa e descontextualizado da realidade local. Mas este não é o principal problema, já que um bom professor sabe a autonomia que tem ao educar nossas crianças e jovens. Há alguns anos o governo paulista teve a “genial” ideia de acoplar o IDESP – Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo – a um pagamento em dinheiro, o famigerado “bônus”. (Em tempo: a nota da escola no SARESP, junto com o fluxo escolar, compõe o IDESP.) Ao invés de darem um aumento isonômico à classe, o governo distribui migalhas a uma parte dos professores, que – pela situação financeira miserável em que vivemos – acabam ficando reféns do SARESP. Financeirizar a educação tem mais consequências... muitas escolas, visando aumentar o IDESP, fraudam grosseiramente a nota e a frequência dos alunos, ocultam a evasão escolar, fazem “vestibulinho” para o SARESP, pedem para os alunos fazerem a prova à lápis, dispensam os alunos que apresentam baixo rendimento somente nos dias do SARESP, entre outras barbaridades. Para a APEOESP, a Avaliação institucional deve ser feita em cima de parâmetros curriculares e não de um currículo obsoleto e fechado, como é o Currículo do Estado de São Paulo. Fraudar a avaliação é assumir um papel que nós professores sempre evitamos. Enganar adolescentes não contribuirá em nada para sua educação, só aumentando o gigantesco fosso entre eles e o conhecimento. O SARESP não avalia o ensino. Tem somente servido como uma maneira de classificar as escolas e diretores que vão ganhar mais dinheiro... e de aumentar o assédio de diretores em cima de professores. Professores, não se enganem. Não permitam a fraude no SARESP. Fiscalizem passo a passo a avaliação na sua escola. Procurem o nosso jurídico. Denunciem a farsa da educação paulista.
  • 2. AFRICANIDADES Não há como se falar na formação da sociedade brasileira sem resgatar suas matrizes: indígena, negra e branca. Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, não há povo no mundo com tamanha mistura étnica, devendo o brasileiro ser considerado uma nova etnia. De acordo com a Lei Federal 10.693/03 a temática História e Cultura Afrobrasileira está inclusa no currículo oficial da rede de ensino. E a Resolução nº1/2004 do Conselho Nacional de PEDAGOGIA SISTÊMICA Educação (CNE) aprova o parecer CNE/CP/2004 que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para A subsede da APEOESP do Vale do Ribeira, em a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o sua última Reunião de Representantes, realizada Ensino da História e Cultura Afrobrasileira e no dia 23 de outubro de 2012, também trouxe Africana. uma oficina sobre Pedagogia Sistêmica, aberta a todos os interessados. Nesta atividade, tivemos a A região do Vale do Ribeira concentra a maior participação de professores de diversas áreas e população de remanescentes de quilombos do de duas assistentes sociais. Estado de São Paulo. Por esse motivo, devemos refletir sobre a educação aplicada na região, de De acordo com a pedagoga Irene Penteado modo a valorizar e fortalecer a cultura. Apesar de Cotrim, a Pedagogia Sistêmica oferece, de forma existir no Brasil cerca de 1700 escolas cooperativa, ferramentas rápidas e eficazes na quilombolas, há educandos que não estão mais resolução de conflitos e na abertura de novas inseridos nas comunidades de origem, ficando possibilidades de convívio e estruturação de evidente a importância da realização de um vínculos, proporcionando ao educador um novo trabalho diferenciado em todas as escolas da olhar sobre o educando e para a educação. nossa região. Para isso, precisamos tirar a lei do papel e aplicá- la, sendo o desafio maior mobilizar os educadores para fazer valer a medida. Assim, nós, professores que estamos a contribuir junto a APEOESP, em nossa última reunião de Representantes de Escola (R. E) e Representantes de Aposentados (R. A) - aberta a todos os professores - fizemos um diálogo sobre Cultura Afrobrasileira e Consciência Negra, além de uma vivência de Capoeira Angola. A vivência da Capoeira Angola foi o marco inicial do projeto que une a APEOESP – Vale do Ribeira e a ACAIA - Academia de Capoeira Angola Ilê Axé, de Mestre Bigo, sob o intuito de manutenção e Este campo do saber rompeu os limites difusão da cultura afrobrasileira. terapêuticos de onde se originou, denominado Constelações Sistêmicas, alcançando a área da O projeto é aberto a todos os interessados, sendo Educação, onde se baseia na inclusão, não gratuito para associados da APEOESP, mediante a confrontando com outras metodologias, mas prévia inscrição. acrescentando novos recursos à prática educacional. A história contada pode ser outra, se o seu sujeito for o narrador.
  • 3. VIOLÊNCIA! A CULPA É DE QUEM? O PRECONCEITO É FRUTO DA IGNORÂNCIA, MAS A DISCRIMINAÇÃO É A VELHA SENHORA Hélder dos Santos de Oliveira OPRESSÃO Certo dia, andando pelas ruas do Centro da André Murtinho Ribeiro Chaves cidade de São Paulo, vi uma criança de cerca de Descendente de indígenas das etnias Bororo, MT e sete anos com um saquinho na mão, cheirando Kariri-Xocó, AL/SE cola de sapateiro. Observei as pessoas que passavam com aquele andar apressado, sem mesmo notar o estado do menino. Aos que Como você se sentiria se invadissem o seu país, notavam, um olhar de indiferença. sua cidade, sua casa? Como se sentiria ainda se durante muitos anos este território fosse De tão drogado, caiu ao chão, onde pude retirar o ocupado por estes invasores? E como se sentiria saquinho de sua mão e dispensar em uma lata de se, após anos acuados, os verdadeiros donos da lixo. Nem mesmo os policiais que estavam por terra decidissem retomar suas casas, seu perto foram acudir o garoto, sendo este território? Pense um pouco mais na história e nos carregado por outros meninos de rua. direitos conquistados pela população mais pobre, vença o preconceito e reconheça o grito: “esta Deixo algumas reflexões: esta criança é vítima ou terra é nossa e ninguém tira!”. não? É culpada por morar nas ruas e usar drogas? De quem é a culpa? Da família, da escola, da Sempre que defendemos os direitos indígenas, sociedade, do Estado? Reduzir a maioridade quilombolas, caiçaras, ribeirinhos, sem-terras, penal resolveria o problema que ela enfrenta? sem-tetos e favelados, surgem vozes preconceituosas (e certamente ignorantes) Sofrendo todo tipo de violência, sendo atacando estes povos, como se os violentos dependente químico desde muito cedo, sem fossem eles ou mesmo como se ser miserável nenhum tipo de orientação ou afeto, o que fosse uma opção, chamando de “mendigos”, esperar desta na juventude e na fase adulta? Com “sujos”, “vagabundos”, “pedintes”, “alcóolatras”, a revolta , a miséria e a falta de oportunidades, a entre outras barbaridades. probabilidade de se tornar um delinqüente é bem maior do que se tornar um trabalhador. Por incrível que pareça, o mais contraditório e incoerente, em relação aos indígenas, é a Novamente pergunto para refletirmos: reduzir a acusação de que “índio que sabe falar e que tem maioridade penal faria com esta não entrasse no celular já não é mais índio”, ignorando um dos crime e nas drogas? Por isso, sou a favor de aspectos mais importantes da sociedade que é a políticas públicas que atendam as necessidades miscigenação cultural. O fato de incorporar básicas das crianças, adolescentes e jovens. aspectos de outras culturas não significa, nem é o O problema da violência não está na juventude, suficiente para negar a sua. Neste ponto, mas sim na falta de compromisso político com a perguntamos: se acham ruim o indígena estar população pobre, historicamente desfavorecida. mendigando ou mesmo se acham péssimo É injusto culpar a juventude, enquanto muitos indígenas incorporarem outras culturas, o que políticos se enriquecem, desviando o dinheiro querem para nossos povos originários? O público que poderia ser usado para proporcionar extermínio? qualidade de vida à população. Certamente, muitos destes comportamentos discriminatórios são frutos de um preconceito embutido em nossa cultura eurocêntrica, dominadora e opressora, com os quais convivemos e acumulamos desde criancinha, através da educação escolar e da grande mídia empresarial. Contraditoriamente, as escolas governamental e empresarial, em boa parte, ainda se negam a ensinar a história da formação do povo brasileiro segundo a visão das matrizes
  • 4. negra e indígena, tratando-os como selvagens menor, selvagem. Chamar alguém de índio, (próximos aos animais irracionais) e incapazes. infelizmente, é um xingamento em muitos lugares. O foco da formação do Brasil ainda é o descobrimento de uma nova terra que precisava Recentemente, 170 indígenas das etnias Guarani se evangelizar e ser explorada economicamente, e Kaiowá, depois de tantos séculos de opressão, ignorando de forma criminosa que esta terra já que resultou no genocídio de seus povos, tinha habitantes – e muitos – e que foram decidiram não permitir mais a invasão de assassinados, violentados, estuprados, fazendeiros, permanecendo nas suas terras, no escravizados, evangelizados e explorados. A seu território, conforme comprova estudo do diversidade de povos existentes, de religiões e de antropólogo Tonico Benites: “No que diz respeito línguas era muito grande, bem como suas aos territórios tradicionais guarani e kaiowá populações eram numerosas: carijós, guaranis, reivindicados pelos indígenas contemporâneos, tupiniquins, tupinambás, potiguaras, tabajaras, as fontes históricas e arqueológicas assinalam caetés, tamoios, caiapós, entre tantos outros. claramente o fato de que o atual cone sul do Hoje, pouco resta desta diversidade. Mas resta. Mato Grosso do Sul é, através de séculos, território de ocupação tradicional dos guarani- Portanto, quando alguém se refere aos indígenas kaiowá. Porém, atualmente, eles demandam como sendo “uma outra gente”, certamente somente uma parte dos territórios antigos, ignora (ou finge que ignora) que a gente é localizados basicamente à margem de cinco rios: indígena, a gente é negro, a gente é branco, já Brilhantes, Dourados, Apa, Iguatemi e Hovy. “ que na nossa cultura e na nossa genética temos um pouco de cada, formando o que Darcy Ribeiro Portanto, se há “uma gente” fora de seu lugar, chamou de uma nova etnia: a brasileira. certamente não são os indígenas. É preciso Discriminar os nossos antepassados é como conhecer melhor a História do Brasil e do mundo, espancar nossas bisavós, uma tremenda covardia. para vencer esta ignorância que violenta a nossa população pobre, oprimida e marginalizada. A pobreza é fruto da exploração secular, foi determinada historicamente, não ocorreu ao acaso e, muito menos, é uma opção. Temos que ter mais respeito com os nossos antepassados. Somos todos indígenas. Somos todos Guarani-Kaiowá. APEOESP – Subsede Vale do Ribeira R. Cap. João Pocci, 233 – Centro – Registro – SP – 11.900-000 valeribeira@apeoespsub.org.br Infelizmente, os dados censitários do IBGE demonstram o extermínio e o preconceito presentes na nossa sociedade, já que pela auto- (13) 3821-4571 / 3821-3867 / 9702-3332 declaração, poucos se consideram indígenas, muitas vezes assinalando “pardos”, buscando http://www.facebook.com/apeoesp.valedoribeira fugir do preconceito declarado de boa parte da população. Esta discriminação está presente nos https://twitter.com/APEOESPVRibeira mais diversos espaços públicos, por exemplo, nas escolas, quando alunos e professores, em sua maioria, consideram o “ser índio” uma coisa ATENDIMENTO JURÍDICO ÀS SEXTAS-FEIRAS PROCURE O SEU SINDICATO. FILIE-SE!