SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 38
4

            Walace Vinicius Peixoto Batista




Análise da influência econômica da Usiminas na
 cidade de Ipatinga: antes e após a privatização




                    Juiz de Fora
                        2011
5

            Walace Vinícius Peixoto Batista




Análise da influência econômica da Usiminas na
 cidade de Ipatinga: antes e após a privatização



                   Monografia apresentada pelo acadêmico Walace
                   Vinícius Peixoto Batista (200605040), como
                   exigência do curso de graduação em Ciências
                   Econômicas da Universidade Federal de Juiz de
                   Fora, sob a orientação do professor Wilson Luiz
                   Rotatori Corrêa.




                    Juiz de Fora
                        2011
6

                                    RESUMO


O presente estudo examina as consequências econômicas da privatização da
siderúrgica Usiminas sobre o mercado de trabalho e a dinâmica dos setores de
atividade econômica da cidade de Ipatinga (MG). A fim de se entender se tal
processo culminou em efeitos negativos ou se os positivos os superaram. Para isso,
objetivou mensurar o quadro de empregados dos vários setores de atividades
econômicas anteriormente e após o processo de privatização. Calculou os salários
médios para cada setor e seu comportamento ao longo dos anos. E ainda, analisou
a evolução do nível educacional dos trabalhadores da cidade. Segundo as análises
realizadas, o setor industrial sofreu diminuições do contingente de empregados à
época da desestatização, entretanto, ao passar dos anos apresentou um progresso
chegando a números bem superiores aos iniciais. E os demais setores
apresentaram crescimentos no número de funcionários com o passar do tempo. Na
abordagem dos salários médios foi observado que em todos os setores houve uma
evolução do salário de seus trabalhadores, excetuando-se apenas o industrial, em
que ocorreu uma piora nos rendimentos médios. Nos níveis de instrução foi notada
uma constante melhoria do nível educacional com aumento das parcelas de melhor
grau educacional. Em suma, em relação ao emprego a economia da cidade superou
os níveis anteriores à privatização e seus impactos negativos, já a questão do
salário médio apresentou implicações diferentes em cada setor da economia do
município.
7




                                                    SUMÁRIO



1 INTRODUÇÂO ........................................................................................................ 8
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 11
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 16
3.1 BASE DE DADOS .............................................................................................. 16
3.2 MÉTODO ........................................................................................................... 20
4 ANÁLISES DOS RESULTADOS .......................................................................... 22
4.1 ANÁLISE DE EMPREGOS E EMPREGOS POR SETOR ECONÔMICO ........... 22
4.2 ANÁLISE DE EMPREGOS POR NÍVEL EDUCACIONAL .................................. 30
4.3 ANÁLISE DE SALÁRIO POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA ................ 34
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 37
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 40
8

1 INTRODUÇÂO


       Ipatinga, a 200 quilômetros de Belo Horizonte, surgiu devido à criação da
indústria Usiminas. Por causa da necessidade de se criar uma estrutura de moradia
para seus trabalhadores, e em razão das oportunidades oferecidas, ocasionou a
aglomeração urbana. O local escolhido era de baixo potencial agrícola, e de
pequena população com uma produção extrativa incipiente. Foi escolhida por estar
em uma região geograficamente favorável à siderurgia, com proximidades às
regiões produtoras de minério de ferro e com transporte para escoamento da
produção. A empresa construiu a infraestrutura dos bairros onde morariam seus
empregados e continuou responsável pela dinâmica social e econômica do lugar.
       Com a privatização em 1991, a participação da siderúrgica na quantidade de
postos de trabalho da cidade foi diminuída em função do desligamento de
trabalhadores e do aumento da utilização de empregados e empresas terceirizadas,
levando a um crescimento do setor de serviços e do comércio na cidade. Isso
resultou no fim do antigo modelo de grande empresa estatal de produção fordista,
uma vez que tinha uma relação estreita com a cidade tendo como principal função
ser provedora, mas também beneficiada por isso. A configuração anterior de
empresa-mãe de moldes estatais deu lugar uma nova situação mais condizente com
a realidade mundial e com a globalização. O considerável enxugamento de postos
de trabalho na siderúrgica, devido ao aumento de eficiência e produtividade,
diminuição de custos, e automação, provou um impacto na economia ipatinguense
(SOUZA; CARVALHO NETO, 2009). A antecedente alta quantidade de empregados
foi transferida para empresas terceirizadas e prestadoras de serviço a Usiminas, ou
que vendiam seus produtos para ela. Porém muitos passaram a ocupar outras
atividades, como no comércio e em bancos.
       Atualmente, um novo segmento econômico que está assumindo um papel de
importância em Ipatinga: as instituições de ensino superior. Há muito tempo a cidade
dispunha de escolas de ensino fundamental e médio de alta qualidade, mas eram
poucas as de graduação e pós-graduação. Na medida em que a cidade está
relativamente distante de grandes centros, da inexistência de universidades públicas
na região e da alta oferta educacional, havia forte demanda por cursos superiores.
Isso fez com que muitas faculdades se instalassem na região. Ao se considerar a
9

teoria econômica, a ascensão do nível educacional gera efeitos positivos irradiados
pelo local, como atração de profissionais e estudantes qualificados, aumentando os
níveis salariais e a qualidade das atividades e cargos. Possivelmente esse foi um
instrumento para melhorar os setores alternativos à indústria, e ser um plausível
meio de desenvolver uma a estrutura independente à Usiminas.
       O presente estudo tem como objetivo analisar os impactos econômicos da
empresa Usiminas sobre a cidade de Ipatinga e as implicações decorrentes de sua
privatização, via alterações no número de empregos e renda gerada. Para isso,
buscará analisar a dinâmica de emprego no mercado formal a fim de verificar os
impactos do processo de enxugamento da mão-de-obra, devido à privatização da
Usiminas, sobre o número de trabalhadores e a massa salarial no município.
Especificamente, irá calcular a magnitude das mudanças na quantidade de postos
de trabalho na economia de Ipatinga, inferir as mudanças e conseqüências nos
salários dos diferentes setores da economia da cidade, comparar as alterações no
mercado de trabalho antes e após a privatização da empresa, e ainda, procurar
analisar a dimensão do setor de serviços e comércio, assim como sua relevância
econômica.
       E com isso, analisar se foi criada uma maior diversificação da economia da
cidade em relação às atividades e conjunturas apresentadas por sua principal
indústria. E, portanto verificar a capacidade dos diversos setores que compõem a
economia municipal em lidar com as fases negativas para a siderúrgica devido às
oscilações do mercado de aço e dos preços das commodities.
       O problema de pesquisa pertinente se encontra na questão de se a
privatização da Usiminas prejudicou a economia de Ipatinga ou esta foi
compensada, por uma alocação das atividades econômicas para outros setores. E
de tal forma quais foram os impactos do enxugamento de empregos industriais e as
dimensões da evolução do salário médio. Procurando avaliar a hipótese de que o
crescimento dos setores de serviço e de empresas prestadoras de serviço à própria
Usiminas ter gerado uma maior dinamização e diversificação da economia
ipatinguense.
       O atual trabalho se faz necessário pela importância de se conhecer a
estrutura e as relações econômicas da cidade, podendo ser utilizado como noção
aos cidadãos e agentes competentes das necessidades e características do
10

mercado de trabalho do município. O estudo se justifica assim, por gerar
conhecimento para os agentes econômicos e políticos sobre quais são as
peculiaridades do mercado de trabalho de Ipatinga e os setores que trazem mais
benefícios à economia municipal. O intuito é de se conhecer as características e
dimensão de cada divisão de atividade econômica, entre elas a indústria, construção
civil, comércio, serviços e agropecuária, e o nível atual da distribuição entre os
campos de atividades, para se intuir sobre a recente importância da indústria, em
uma cidade que foi totalmente dependente da Usiminas. E também pela falta de
estudos específicos na cidade, podendo indicar aos potenciais investidores e à
iniciativa privada os nichos de mercado atrativos e como se comporta a dinâmica
dos negócios do local. A partir disso, mostrará a importância de se criar estímulos ao
crescimento dessas atividades e políticas públicas favoráveis ao crescimento do
município.
11

        2 REVISÃO DE LITERATURA


        O Município de Ipatinga foi escolhido para construção da empresa Usiminas,
por ter as características necessárias a uma siderúrgica. Na época não passava de
uma área de produção agrária de subsistência e de extração de carvão vegetal e
pouco habitada. A empresa teve então que construir, além de seu complexo
industrial, uma estrutura para receber os trabalhadores construtores da usina e,
após seu término, toda a base de uma cidade que pudesse abrigar os funcionários e
seus familiares (SOUZA; CARVALHO NETO, 2009). Depois disso, continuou a ter
uma importância irrestrita na vida e na economia da sociedade ipatinguense por
décadas.
        Essa estrutura, porém, foi modificada com o início da desestatização da
siderúrgica. Como explicita Andrade et al. (2001), na década de 1980, a alta dívida
externa impedia a política das décadas anteriores de ativa participação do Estado na
estrutura produtiva com as empresas estatais e ainda os investimentos em aumento
da produção e da qualidade. O que fez com que as empresas estatais siderúrgicas
se encontrassem com alto endividamento, parque industrial defasado, investimentos
limitados e gestão burocrática e política. Tudo isso culminando no processo de
privatização, que levou ao fim da política de proteção e controle de preços, trazendo
maior competição ao mercado da siderurgia. Houve geração de benefícios, em
primeiro plano, aumento na produtividade, investimento em tecnologia, redução de
custos, melhoria de resultados, entrada no mercado de capitais e administração
profissional, chegando assim, ao nível dos maiores grupos internacionais. Os quais,
a propósito já participam de forma marcante no mercado nacional, devido às
atratividades conferidas indústria interna.
        Ao se avaliar todo o processo de abertura e privatização nacional como um
todo, Moreira e Najberg (1999) concluíram que a abertura comercial diminui o
emprego industrial, mas aumenta o emprego na agricultura. Isso leva à indagação
sobre a possibilidade de Ipatinga ter ficado prejudicada já que dependia muito da
indústria e nunca possuiu atividades agrícolas relevantes.
        Ao se considerar a desestatização nacional em conjunto, e para os diversos
setores, Pinheiro (1996) testa as hipóteses teóricas dos efeitos posteriores à
privatização, e conclui que nas empresas, após terem sido privatizadas, cresceu o
12

nível da produção, a lucratividade, eficiência, melhoraram os resultados financeiros
(aumento da liquidez, do patrimônio líquido e redução do endividamento), e tiveram
aumentos no investimento. Já o fator negativo foi a diminuição no número de
empregos. O autor ressalva que mesmo com esses benefícios, para se atingir uma
eficiência completa se faz necessário que se prime pela liberalização comercial,
além de manter uma estrutura regulatória para que se garanta uma boa competição.
        Paula (1997) constata que no campo da siderurgia, a privatização foi uma
das mais transparentes do mundo, principalmente por ter utilizado o método do
leilão. Foi ainda a que concedeu maior desconto para compra de suas ações aos
seus funcionários, tendo o intuito de amenizar as opiniões contrárias ao processo. Já
o maior ponto negativo foi ter sido realizada de forma concentrada, acarretando em
uma perda do lucro com a valorização das ações da empresa e perder a chance de
ter tido uma maior segurança quanto ao risco de um momento mais ou menos
favorável à venda.
        Avaliando as sinergias e transbordamentos entre as regiões brasileiras,
Sesso Filho et al. (2006), chegaram ao resultado de que o setor siderúrgico tem o
maior valor em efeito transbordamento no sentido resto do Brasil para região
Sudeste, ou seja, os produtos siderúrgicos apresentam a maior importância em
valores desta região no fornecimento de bens às demais regiões. Já no caso da
região Sul ocorre no sentido contrário, no sentido Sul para as outras regiões a
siderurgia apresenta também o maior valor do multiplicador de transbordamento.
Logo a ampliação da produção desse setor no Sul causaria um alto efeito
multiplicador no restante do país.
        Procurando avaliar as implicações da adoção de medidas antidumping e do
câmbio flutuante, no setor siderúrgico mineiro e nacional, Firme e Vasconcelos
(2009), utilizaram matrizes insumo-produto inter-regional para comparar o setor em
questão do estado de Minas Gerais com o resto do país. Para tal foram calculados
os multiplicadores de produção, que denotam a mudança direta e indireta da
produção total da economia como um todo em razão de uma alteração exógena na
demanda final de certo setor. Também os multiplicadores de emprego, que capturam
o número de empregos do setor devido à adição de uma unidade de produção no
mesmo. E estimaram ainda, os índices de ligação, que mostram os efeitos positivos
da produção de um setor tanto sobre os outros compradores quanto sobre os
13

vendedores. Como resultado, mostrou que houve uma queda dos multiplicadores de
produção das siderúrgicas de Minas Gerais, ou seja, diminuiu o poder do setor de
gerar crescimento no estado, mas o resultado não foi o oposto no resto do país. No
tocante ao multiplicador de emprego de Minas Gerais e também dos outros estados,
aconteceu uma diminuição, assim, menos pessoas precisariam ser contratadas. É
provável que isso se deva às políticas de aumento de eficiência e produtividade
adotadas no implemento da privatização. Com isso, percebe-se que essa indústria
está ficando menos intensiva em mão-de-obra e mais em capital, como se apresenta
comumente no mundo. Como conclusões, afirmam que as medidas negativas à
exportação não causaram sérios impactos no setor, contudo provavelmente tenha
sido o câmbio flutuante que compensou o potencial efeito adverso das
regulamentações do comércio externo.
       Analisando também os fatores econômicos nos diferentes setores, Chiari e
Duarte FIilho (2002), com o auxílio da matriz insumo-produto inter-regional Minas
Gerais-Resto do Brasil de 1996, estimada pela FIPE/USP e BDMG, estudaram as
características da estrutura produtiva do estado de Minas Gerais e suas relações
com o Brasil como um todo. Os multiplicadores de produção encontraram que os
principais setores foram de fabricação de outros produtos metalúrgicos, fabricação
de aparelhos e equipamentos de material elétrico, e siderurgia. Os setores-chave
para a economia de Minas Gerais foram o siderúrgico e o de fabricação de outros
produtos metalúrgicos, sendo assim, os de primeira importância para a economia do
estado. Usando a mesma matriz insumo-produto citada Domingues e Haddad (2002)
realizam um estudo relacionando as exportações de Minas Gerais. Segundo eles, as
exportações do estado foram, em 1996, de 6,4 bilhões de reais, ou 9,28% do
Produto Regional Bruto mineiro. Dessa quantidade, 67% são concentradas nos
setores: extrativa mineral, siderurgia e indústria do café. Importante salientar que
30% do total das exportações. Com tais resultados sobre a siderurgia em relação à
economia mineira, percebe-se o grande valor de tal setor para o mercado.
       Um dos efeitos da mudança do mercado siderúrgico estatizado para o
privatizado foi o de levar a uma reorganização da composição da indústria. Os
processos de aquisições acarretam em uma diminuição do número de siderúrgicas,
por exemplo, a Usiminas que comprou a Cosipa. Para Gomes, Aidar e Videira
(2006), fusões aumentam lucros de toda a indústria, mas será superior para as
14

autoras das compras. Para chegar a esse julgamento, eles compararam a situação
da Arcelor com a da Usiminas e concluíram que a primeira, que desempenhou mais
aquisições, teve resultados superiores
       Já em relação à competitividade da siderurgia, Camargos e Paula (1997)
discorrem sobre o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento das ex-estatais.
Para eles, houve diminuição nos postos de trabalho, assim como nos outros ramos
da indústria, porém cresceu a alocação nos departamentos de pesquisa e um houve
um drástico crescimento nas despesas em P&D. Mas no geral, manteve-se a
condição anterior à privatização: a finalidade da pesquisa em adquirir tecnologias do
exterior, se concentrar em desenvolvimento de produtos e não de processos e o
baixo vigor em pesquisa. No caso da Usiminas, houve uma diminuição no número
de pesquisadores e funcionários do departamento de P&D, contudo permaneceu a
média dos gastos em pesquisa.
       Para descobrir os setores de maior peso em efeitos multiplicadores de renda
e emprego, Brene et al. (2010), realizaram um estudo estimando a matriz de insumo-
produto para o município de São Bento do Sul, Santa Catarina, e seus índices
econômicos. Calcularam também os geradores de emprego, renda e produto e seus
transbordamentos para os diferentes setores da cidade.
       Outro trabalho que buscou entender as relações entre os ramos de atividade
econômica foi o de Wiesbusch (2007), acerca da economia do Rio Grande do Sul.
Com o objetivo de prover conhecimento para autoridades e público, com fins de
orientar a execução de políticas públicas de desenvolvimento econômico. Chegou-
se à implicação de que o setor de abate de animais, o de beneficiamento de
produtos vegetais e a indústria de laticínios foram os que tiveram os maiores
transbordamentos de renda para a economia. Os de maior multiplicadores de
emprego foram os setores de administração pública e de couro, calçados e peles. Já
os de multiplicadores de valor adicionado que tiveram maior influência foram as
áreas de abate de animais, de comércio e de administração pública. Trazendo o
conhecimento que a região possui variados setores de importância econômica que
podem ser estimulados e terão forte impacto no crescimento das atividades
econômicas do local.
       Com o intuito de realizar um estudo sobre a introdução da indústria
siderúrgica na economia do estado de Espírito Santo e a importância desse setor
15

econômico, Setto, Brasil e Vieira (2005) calcularam as demandas finais por
atividade, prepararam as matrizes de insumo-produto da economia do estado,
mensuraram os resultados de choques na demanda final sobre a produção e criação
de empregos, e calcularam os índices de ligação. Pelos resultados, concluíram que
o setor siderúrgico pertence aos que geraram os mais fortes impactos na produção
da economia capixaba. Mas teve baixa importância na questão de criação de
empregos, o que pode ser explicado pela siderurgia ser intensiva em capital. Porém,
o setor foi um dos que atingiu os maiores índices de ligações. Assim conclui-se que
o setor siderúrgico é consideravelmente criador de renda, e ainda muito competente
em induzir efeitos significativos na economia do Espírito Santo.
        Para um aprofundamento no caso do Vale do Aço, Soares et al. (2004),
calculam em seu trabalho que o desemprego de Ipatinga em 2004 foi de 10,9% ou
de 20,18%    ao se utilizar o critério do DIEESE - Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos - que inclui o desemprego oculto por
trabalho precário ou desalento, e no Vale do Aço de 11,6% ou 21,7% por tal critério.
As taxas de desemprego são apresentadas proporcionalmente entre as cidades de
Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano e em relação ao tamanho da população. E
uma parcela considerável, 15,5% dos ocupados trabalha em cidade diferente da que
mora, explicado pela proximidade entre essas cidades.
        O estudo ainda traçou o perfil social dos indivíduos com e sem emprego.
Pouco mais da metade (51,8%) dos desempregados está na faixa de renda que vai
de 0 à R$ 500,00, e quase a metade (49,5%) destes tem de 18 a 24 anos. Já em
relação aos ocupados, os autores estimaram que praticamente um terço (33,2%) do
total de trabalhadores pertencia à atividade siderúrgica ou metalúrgica, seguida pelo
setor comercial e depois pelo de serviços. Os dados atestam a particularidade da
região em ter como base a indústria siderúrgica. Além da Usiminas, em Ipatinga,
também existia a siderúrgica Acesita, em Timóteo.
16

3 METODOLOGIA


3.1 BASE DE DADOS

       Na realização do presente trabalho foi utilizado o sistema de dados da Rais
(Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego, que
dispõe de informações sócio-econômicas sobre o mercado de trabalho. De acordo
com os objetivos deste estudo, focou-se nos números de empregos de diferentes
setores econômicos da cidade de Ipatinga – MG, nas quantidades de trabalhadores
por níveis educacionais e nas remunerações recebidas pelos segmentos relevantes.
Tais elementos abrangem o período de 1985 a 2010, devido aos dados existentes e
por compreender os anos anteriores à privatização, durante esta, e dos anos
subseqüentes até os atuais, permitindo, assim, uma análise sobre os diferentes
momentos em relação à estruturação empregatícia da empresa siderúrgica Usiminas
e as implicações e dinâmicas do restante do mercado. A partir também da Rais foi
possível a obtenção da massa salarial dos setores e a apreciação do seu
comportamento ao longo do tempo.
       Os dados consistiam em uma tabela formulada a partir do sistema on-line da
RAIS com o conjunto de informações do número de trabalhadores referentes ao
Grande Setor de Atividade Econômica do IBGE:




INDÚSTRIA: quantidade de trabalhadores da indústria no ano.
CONSTRUÇÃO CIVIL: quantidade de trabalhadores do setor da construção civil no
ano
COMÉRCIO: quantidade de trabalhadores do comércio em tal ano.
SERVIÇOS: quantidade de trabalhadores no setor serviços no ano.
AGROPECUÁRIA: soma da quantidade de trabalhadores da agricultura, pecuária,
extração vegetal, caça e pesca.
OUTROS/IGNORADO: quantidade de trabalhadores que se enquadram em outros
ou ignorado.
Divisões em relação ao nível de instrução:
ANALFABETO: número de trabalhadores Analfabetos
17

5A COMPLETO FUNDAMENTAL: número de trabalhadores com 5ª ano Completo
do Ensino Fundamental
6 A 9 FUNDAMENTAL: número de trabalhadores Do 6ª ao 9ª ano Incompleto do
Ensino Fundamental
FUNDAMENTAL COMPLETO: E número de trabalhadores com Ensino Fundamental
Completo
MÉDIO INCOMPLETO: número de trabalhadores com Ensino Médio Incompleto
MÉDIO COMPLETO: número de trabalhadores com Ensino Médio Completo
SUPERIOR INCOMPLETO: número de trabalhadores com Educação Superior
Incompleta
SUPERIOR COMPLETO: número de trabalhadores com Educação Superior
Completa
MESTRADO: número de trabalhadores com Mestrado Completo
DOUTORADO: número de trabalhadores com Doutorado Completo
IGNORADO: Desconhecido


        Para os cálculos dos valores dos salários médios por setor, foram utilizados
   a variável de que apresenta a remuneração de cada atividade econômica e os
   índices de preços do Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA.
   Conforme o quadro:


REM DEZ (Remuneração de Dezembro em salários mínimos): representando o total
de salários mínimos recebidos pelo conjunto de trabalhadores do setor específico
em dezembro de cada ano.
IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE/SNIPC (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estátistica/Sistema Nacional de Índices de Preços ao
Consumidor).
Salário Mínimo: salários mínimos nominais sancionados, do Ministério do Trabalho e
Emprego, MTE.
Multiplicador de Unificação Monetária: Conversores de unidade monetária corrente
para reais correntes. Fonte: Sistema Gerenciador de Séries temporais do Banco
Central do Brasil.
18



         E ainda para os anos de 2003 ao de 2010 foram utilizados os dados setoriais
   do Subsetor de atividades econômicas do IBGE (SUBSIBGE), com as variáveis:


EXTRAÇÂO MINERAL: quantidade de trabalhadores da atividade Extrativa mineral
MINERAL NÃO METÁLICO: quantidade de trabalhadores da Indústria de produtos
minerais não-metálicos.
INDÚSTRIA METALÚRGICA: quantidade de trabalhadores da Indústria metalúrgica.
INDÚSTRIA MECÂNICA: quantidade de trabalhadores da Indústria mecânica.
ELETÉTRICA E COMUNICAÇÕES: quantidade de trabalhadores da Indústria do
material elétrico e de comunicações.
MATERIAL TRANSPORTE: quantidade de trabalhadores da Indústria do material de
transporte.
MADEIRA E MOBILIÁRIO: quantidade de trabalhadores da Indústria da madeira e
do mobiliário.
PAPEL E GRÁFICA: quantidade de trabalhadores da Indústria do papel, papelão,
editorial e gráfica.
BORRACHA, FUMO, COURO: quantidade de trabalhadores da Indústria da
borracha, fumo, couros, peles, similares, e indústrias diversas.
INDÚSTRIA QUÍMICA: quantidade de trabalhadores da Indústria química de
produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria.
INDÚSTRIA TÊXTIL: quantidade de trabalhadores da Indústria têxtil do vestuário e
artefatos de tecidos.
INDÚSTRIA CALÇADOS: quantidade de trabalhadores da Indústria de calçados.
ALIMENTOS E BEBIDAS: quantidade de trabalhadores da Indústria de produtos
alimentícios, bebidas e álcool etílico.
SERVIÇO UTILIDIDADE PÚBLICA: quantidade de trabalhadores em Serviços
industriais de utilidade pública.
CONSTRUÇÃO CIVIL: quantidade de trabalhadores da Construção civil.
COMÉRCIO VAREJISTA: quantidade de trabalhadores no comércio varejista.
COMÉRCIO ATACADISTA: quantidade de trabalhadores do Comércio atacadista.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: quantidade de trabalhadores de Instituições de
19

crédito, seguros e capitalização.
ADMINISTRAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL: quantidade de trabalhadores em
Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico...
TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES: quantidade de trabalhadores em Transportes e
comunicações.
ALOJAMENTO COMUNICAÇÕES: quantidade de trabalhadores em Serviços de
alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação.
MÉDICOS, ODONTOLÓGIOS, VETERINÁRIOS: quantidade de trabalhadores em
Serviços médicos, odontológicos e veterinários.
ENSINO: quantidade de trabalhadores do Ensino
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: quantidade de trabalhadores da Administração pública
direta e autárquica
AGRICULTURA: quantidade de trabalhadores da Agricultura, silvicultura, criação de
animais e extrativismo vegetal.
OUTROS/IGNORADOS: Quantidade em outros ou ignorado.
20

    3.2 MÉTODO


    Neste estudo, a metodologia de apreciação empregada foi a análise
descritiva, tendo o desígnio de confrontar as suposições da literatura sobre o
tema com os dados e efeitos comensuráveis.
    Em virtude da importância de se mensurar as mudanças na média dos
salários da força trabalhadora do município, foi elaborada uma tabela com os
salários médios dos setores mais relevantes para o atual estudo, que são:
Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços.
    Para tal, foi usada a variável com as quantias da remuneração recebidas
pelos trabalhadores: REM DEZ (Remuneração de Dezembro em salários
mínimos): representando o total de salários mínimos recebidos pelo conjunto de
trabalhadores do setor específico em dezembro de cada ano.


    Foi preciso, porém, transformar os valores relativos a cada ano para preços
atuais, sendo possível assim comparar o real poder de compra dos salários ao
longo do tempo.
    Assim, a fim de atualizar o salário do ano em questão para valores correntes
de dezembro de 2010:




              : o valor do salário mínimo de cada ano em questão, atualizado
para valores de 2010.
              : valor nominal do salário mínimo praticado em dezembro do ano
em questão. Fonte: site do Ministério do Trabalho e emprego
                  Multiplicador de Unificação Monetária mensal do Banco Central,
para o mês de dezembro do ano trabalhado, que consiste em um índice que
converte o valor da moeda corrente para o Real, do Sistema de Séries
Temporais do Banco Central.
21

           : Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, relativo ao ano e
mês base, dezembro de 2010.
            : Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do mês de
dezembro de cada ano em qual se está abordando.
    Com o intuito de se calcular uma média salarial para cada setor de interesse,
foi utilizada a seguinte equação:




             : Média salarial de certo setor em valores corrigidos pela inflação.

             : Soma dos salários mínimos recebidos pelos trabalhadores do setor
relevante em cada ano.
             : salário mínimo do ano em valores referentes a preços de 2010,
resultado da equação anterior (1) de atualização de valores.
           : número de trabalhadores de cada setor estudado ano em questão.
22

4 ANÁLISES DOS RESULTADOS


4.1 ANÁLISE DE EMPREGOS E EMPREGOS POR SETOR ECONÔMICO


        Pela visualização dos dados da tabela 1 de números de empregados por
setor econômico dos anos 1985 ao de 2010, construída a partir dos dados da Rais –
Relação Anual de Informações Sociais – do Ministério do Trabalho e Emprego, faz-
se possível a análise dos principais grandes setores de atividade econômica:
Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços. A partir dos dados dessa tabela
nota-se que nos meados da década de 80 era alto o número de empregos no setor
industrial da cidade de Ipatinga, e que com certeza a ampla maioria pertencente à
empresa Usiminas. Já do ano 1988 em diante, tem início uma diminuição desses
postos de trabalho, devido à política de aumento de eficiência com as práticas de
enxugamento de postos de emprego. Isso porque a empresa estava buscando uma
organização mais moderna comparativamente às outras estatais. E ainda por uma
necessidade de adequação prévia para o processo privatizante, que envolvia uma
melhora da eficácia, da produtividade e a limitação do contingente de funcionários.
        Como resultado de tal processo, advém uma drástica diminuição de quase
três mil funcionários nesse setor do ano de 1987, quando havia 17.082 empregados
passando para 14.290 em 1988. Por outro lado, um aumento tão expressivo quanto,
se deu no setor de serviços de 1986 para 1987, apoiando a tese de que antigos
funcionários, algumas vezes aposentados, se reposicionaram como prestadores de
serviços e outra boa parcela em empresas terceirizadas atuando na própria
Usiminas. E foram registrados aumentos, apesar de menos expressivos, na seção
do comércio.
        A composição percentual dos diversos setores começa a se reformular, com
a queda da ampla maioria do emprego na indústria e um crescimento da taxa no
campo de serviços, fazendo com que os dois setores cheguem a níveis próximos de
participação no total de postos de trabalho no começo dos anos 90. Não apenas na
composição percentual, mas também as quantidades absolutas de empregos se
tornam um tanto parecidas nesse período. Nos anos seguintes há uma estagnação
na indústria, conservando o número de empregos que já havia sofrido uma redução
em       razão      da       privatização      da      Usiminas       em       1991.
23

Tabela 1 – Número de Empregados por setor no município de Ipatinga

            INDÚSTRIA               CONSTRUÇÃO COMÉRCIO                       SERVIÇOS             AGROPECUÁRIA       OUTROS/IGNORADO        TOTAL
                                    CIVIL
    1985          16152    45.53%      4519 12.74% 3047              8.59%        11745   33.11%          5   0.01%            9     0.03%      35477
    1986          16733    49.02%      3108    9.10%         3674    10.76%       10527   30.84%         24   0.07%           71     0.21%      34137
    1987          17082    44.36%      2817    7.32%         3750     9.74%       14451   37.53%          1   0.00%          405     1.05%      38506
    1988          14130    40.51%      1483    4.25%         3885    11.14%       14924   42.79%          0   0.00%          457     1.31%      34879
    1989          14290    35.20%      3562    8.77%         4322    10.64%       17866   44.00%         11   0.03%          551     1.36%      40602
    1990          13682    37.46%      2683    7.35%         4143    11.34%       14973   40.99%         22   0.06%         1023     2.80%      36526
    1991          13833    37.54%      3028    8.22%         4365    11.85%       14121   38.33%         19   0.05%         1479     4.01%      36845
    1992          13500    37.56%      2868    7.98%         3739    10.40%       14271   39.71%         30   0.08%         1534     4.27%      35942
    1993          13602    34.67%      2702    6.89%         4254    10.84%       14554   37.10%         41   0.10%         4076    10.39%      39229
    1994          14565    37.15%      4623   11.79%         4662    11.89%       14853   37.88%         87   0.22%          420     1.07%      39210
    1995          14907    37.14%      5071   12.63%         5711    14.23%       14195   35.36%         56   0.14%          201     0.50%      40141
    1996          15143    37.20%      4660   11.45%         5808    14.27%       14959   36.75%         93   0.23%           43     0.11%      40706
    1997          15875    37.16%      5823   13.63%         6537    15.30%       14385   33.67%         92   0.22%            9     0.02%      42721
    1998          15466    35.38%      4933   11.28%         7835    17.92%       15369   35.15%        115   0.26%            1     0.00%      43719
    1999          15304    34.06%      5454   12.14%         8177    18.20%       15900   35.39%         98   0.22%            0     0.00%      44933
    2000          15143    33.10%      4867   10.64%         8518    18.62%       17073   37.31%        155   0.34%            0     0.00%      45756
    2001          15213    31.32%      6675   13.74%         9033    18.60%       17502   36.03%        150   0.31%            0     0.00%      48573
    2002          14447    30.44%      4760   10.03%         9740    20.52%       18244   38.44%        271   0.57%            0     0.00%      47462
    2003          14888    30.02%      5041   10.16%        10409    20.99%       19091   38.49%        171   0.34%            0     0.00%      49600
    2004          15900    29.72%      5717   10.69%        11507    21.51%       20073   37.52%        300   0.56%            0     0.00%      53497
    2005          16257    27.97%      8410   14.47%        12529    21.56%       20666   35.56%        256   0.44%            0     0.00%      58118
    2006          17996    30.03%      7224   12.06%        12874    21.49%       21170   35.33%        321   1.09%            0     0.00%      59920
    2007          19535    30.69%      8414   13.22%        13461    21.15%       21854   34.33%        387   0.61%            0     0.00%      63651
    2008          21692    31.81%      9126   13.38%        14618    21.44%       22457   32.93%        299   0.44%            0     0.00%      68192
    2009          23421    33.37%      7299   10.40%        15002    21.37%       24048   34.26%        424   0.60%            0     0.00%      70194
    2010          26192    32.60%     12061   15.01%        15826    19.70%       25928   32.27%        341   0.42%            0     0.00%      80348
FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
FONTE: RAIS - Ministério do Trabalho e Emprego (2011)
NOTA: Para o ano de 1999, para o setor INDÚSTRIA, e no ano de 2006 para AGRICULTURA, foi considerada a média dos anos anteriores e posteriores devido ao
número fornecido pela Rais não ser condizente com o contexto.
24

        Essa constância envolve todos os setores sendo quebrada apenas após o
ano de 1994, em função da estabilidade econômica gerada com o Plano Real e do
fim da tortuosa inflação da década anterior.
        Juntando a isso o crescimento e amadurecimento da economia do
município, foi ocasionada uma retomada no aumento de funcionários no setor
industrial, inédita desde o período do processo de privatização da usina. Além deste,
os outros setores também começaram a apresentar razoável crescimento, em
especial o comércio que até então não apresentava um aumento muito abundante
em termos percentuais, mantendo um volume de empregados pouco superior em
relação aos anos anteriores. A partir daí e do ano de 1998 em diante, tem início um
constante crescimento nos postos de trabalho dos vários setores em questão.
        Após o ano de 2003 inicia-se uma forte e estável evolução do número de
empregos em todos os setores de atividades da cidade. Provavelmente em razão do
crescimento da economia nacional, com o fortalecimento do mercado interno aliado
a uma conjuntura internacional positiva de também crescimento econômico, como o
da China, representando os maiores indicadores de aumento de Produto Interno
Bruto. Importante notar que o setor que teve o mais intenso progresso foi o
industrial, que pode ser explicado por todo esse ambiente favorável e o alto preço
das commodities, sobretudo o aço e o minério de ferro, produtos da Usiminas.
        Do ano de 2003 a 2010 os setores de Serviços, Comércio e Construção Civil
apresentaram crescimento da ordem de cerca de 5 mil empregados cada um,
enquanto o da Indústria proporcionou sozinho um crescimento de praticamente 10
mil funcionários ao longo desse mesmos período. Com isso, a Usiminas passou dos
16 mil postos de trabalho – o mesmo nível da década de 80 – para
aproximadamente 26 mil, índice muito superior e inédito até então.
        Desta forma, o montante de funcionários da indústria alcançou um patamar
superior ao do longínquo período anterior à privatização, como mostrado mais
claramente pelo gráfico 1. Sendo uma evidência de que a cidade e essa atividade
econômica superaram algumas das potenciais desvantagens da desestatização de
sua empresa siderúrgica, seu principal agente econômico.
25



                                  INDÚSTRIA
   30000

   25000

   20000

   15000
                                                                     INDÚSTRIA
   10000

    5000

       0




       GRÁFICO 1 - Número de Empregos da Indústria em Ipatinga

       FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)




       Devido ao fato de a divisão “Indústria” abranger muitos tipos de atividades
distintas à da siderúrgico-metalúrgica concernente a Usiminas, pode não ficar muito
exato se foi preponderantemente nesse ramo industrial que houve o crescimento
anteriormente mencionado. Por esse motivo, examinaram-se dados com os números
de empregados em específicas seções do setor de indústrias. Construindo assim, a
tabela 2, com um detalhamento mais minucioso das atividades no período daquele
admirável crescimento do ano de 2003 ao de 2010. Ao ponderar sobre essa tabela,
fica evidente que o setor metalúrgico, que inclui a siderurgia e, por conseguinte a
própria Usiminas, é o de superior magnitude e ainda apresenta a maior elevação.
Como pode ser visualizado no gráfico 2.
       Imprescindível ressaltar que o grupo “Indústria Metalúrgica” apresenta um
crescimento de aproximadamente 100% na quantia de trabalhadores ao longo
desses sete anos em questão.
       Ao se comparar a tabela 2 com a tabela 1 é possível notar ainda que a
evolução de empregos na particular seção metalúrgica apresentou uma maior taxa
de crescimento que a do setor Industrial como um todo. Se o conjunto da indústria
percebeu aumento na casa de 75%, individualmente o setor da indústria
26

metalúrgico-siderúrgica atingiu o dobro do número de funcionários em 2010 em
relação aos de 2003.
         No trabalho de Souza e Carvalho Neto (2009), afirmou-se que os
empregados remanescentes dos desligamentos da Usiminas se remanejariam para
o setor de serviços, entretanto ao longo dos anos o setor que apresentou maior
crescimento, tanto em participação ante os demais quanto em números absolutos,
foi na verdade o comercial. Tal setor foi por muito tempo bem diminuto comparado
aos principais, industrial e serviços, contudo foi aumentando de forma estável
alcançando um número comparável e aproximadamente próximo a esses setores,
culminando de tal modo em uma forte participação na composição do mercado de
trabalho. Essa situação e a magnitude da participação dos demais setores pode ser
observado no gráfico 3.




 30000

                                                                         IND CALCADOS
 25000
                                                                         IND TEXTIL
                                                                         IND QUIMICA
 20000                                                                   BOR FUM COUR
                                                                         PAPEL E GRAF

 15000                                                                   MAD E MOBIL
                                                                         MAT TRANSP
                                                                         ELET E COMUN
 10000
                                                                         IND MECANICA
                                                                         IND METALURG
  5000
                                                                         MIN NAO MET
                                                                         EXTR MINERAL
     0
      2003     2004    2005     2006    2007     2008    2009     2010

         GRÁFICO 2 - Composição dos Subsetores Industriais

         FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
27




 100%

  90%

  80%

  70%
                                                                        OUTROS/IGN
  60%                                                                   AGROPECUÁRIA

  50%                                                                   SERVICOS
                                                                        COMÉRCIO
  40%
                                                                        CONSTRUÇÃO CIVIL
  30%                                                                   INDÚSTRIA

  20%

  10%

   0%
     1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009


GRÁFICO 3 - Composição Setorial de Empregos

FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
28


Tabela 2 - Número de Empregados por Subsetor 2003 - 2010

 Subsetor             2003              2004               2005             2006             2007             2008             2009             2010
 EXTRAÇÃO               62    0.13%       57   0.11%        59    0.10%      67    0.11%      70    0.11%      69    0.10%      64    0.09%      66         0%
 MINERAL
 MINERAIS NÃO          137    0.28%      135   0.25%        147   0.25%      226   0.38%      302   0.47%      331   0.49%      312   0.44%      324        0%
 METÁLICOS
 INDÚSTRIA           11517    23.22%   12591   23.54%   12713     21.87%   13433   22.42%   15164   23.82%   16715   24.51%   20030   28.54%   22631    28%
 METALURGICA
 IND MECANICA          112    0.23%       92   0.17%        76    0.13%      687   1.15%      958   1.51%     1359   1.99%      340   0.48%      364        0%
 ELÉTRICA E               0   0.00%        0   0.00%         0    0.00%       0    0.00%       0    0.00%       3    0.00%       7    0.01%       9         0%
 COMUNICAÇOES
 MATERIAL               27    0.05%        9   0.02%         9    0.02%      12    0.02%      16    0.03%      13    0.02%      18    0.03%      22         0%
 TRANSPORTE
 MADEIRA E             380    0.77%      209   0.39%        221   0.38%      216   0.36%      176   0.28%      160   0.23%      162   0.23%      168        0%
 MOBÍLIA
 PAPEL E               128    0.26%      174   0.33%        163   0.28%      188   0.31%      209   0.33%      276   0.40%      269   0.38%      256        0%
 GRÁFICA
 BORRACHA              181    0.36%      274   0.51%        350   0.60%      284   0.47%      297   0.47%      223   0.33%      227   0.32%      298        0%
 FUMO COURO
 INDÚSTRIA             134    0.27%      202   0.38%        235   0.40%      296   0.49%      317   0.50%      327   0.48%      314   0.45%      280        0%
 QUÍMICA
 INDÚSTRIA             800    1.61%      885   1.65%        925   1.59%      987   1.65%      891   1.40%     1021   1.50%      939   1.34%     1017        1%
 TÊXTIL
 INDÚSTRIA                0   0.00%        0   0.00%         0    0.00%       1    0.00%       8    0.01%       8    0.01%       3    0.00%       5         0%
 CALÇADOS
 ALIMENTOS E           746    1.50%      820   1.53%        909   1.56%     1128   1.88%      618   0.97%      682   1.00%      731   1.04%      687        1%
 BEBIDAS
 SERVIÇO               664    1.34%      452   0.84%        450   0.77%      471   0.79%      509   0.80%      505   0.74%       5    0.01%      65         0%
 UTILIDADE
 PÚBLICA
 CONSTRUÇÃO           5041    10.16%    5717   10.69%      8410   14.47%    7224   12.06%    8414   13.22%    9126   13.38%    7299   10.40%   12061    15%
 CIVIL
 COMÉRCIO             9510    19.17%   10346   19.34%   11403     19.62%   11861   19.79%   12376   19.44%   13517   19.82%   13796   19.65%   14553    18%
 VAREJO
 COMÉRCIO              899    1.81%     1161   2.17%       1126   1.94%     1013   1.69%     1085   1.70%     1101   1.61%     1206   1.72%     1273        2%
 ATACADO
 INSTITUIÇOES          573    1.16%      496   0.93%        547   0.94%      656   1.09%      743   1.17%      754   1.11%      825   1.18%      897        1%
 FINANCEIRAS
29


  ADMINISTRAÇÃO         3720     7.50%    3644    6.81%        3751   6.45%    3306   5.52%    3746   5.89%    3744   5.49%    4051   5.77%    4976        6%
  TÉCNICA
  PROFISSIONAL
  TRAN E COMUM          2071     4.18%    1978    3.70%        2099   3.61%    1902   3.17%    1863   2.93%    2122   3.11%    2162   3.08%    2279        3%
  ALOJAMENTO            4005     8.07%    4169    7.79%        4279   7.36%    4729   7.89%    4697   7.38%    4881   7.16%    5277   7.52%    5526        7%
  COMUNICAÇÕES
  MEDICA                2529     5.10%    3385    6.33%        3186   5.48%    3239   5.41%    3522   5.53%    3705   5.43%    3784   5.39%    3849        5%
  ODONTOLÓGICA
  VETERINÁRIA
  ENSINO                1292     2.60%    1342    2.51%        1558   2.68%    1897   3.17%    2163   3.40%    2336   3.43%    2191   3.12%    2603        3%
  ADMINISTRAÇÃO         4901     9.88%    5059    9.46%        5246   9.03%    5441   9.08%    5120   8.04%    4915   7.21%    5758   8.20%    5798        7%
  PÚBLICA
  AGRICULTURA             171    0.34%     300    0.56%         256   0.44%     656   1.09%     387   0.61%     299   0.44%     424   0.60%     341        0%
  OUTROS/                   0    0.00%       0    0.00%           0   0.00%       0   0.00%       0   0.00%       0   0.00%       0   0.00%       0        0%
  IGNNORADO
  TOTAL                49600             53497                58118           59920           63651           68192           70194           80348
FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
FONTE: RAIS - Ministério do Trabalho e Emprego (2011)
30


             4.2 ANÁLISE DE EMPREGOS POR NÍVEL EDUCACIONAL


         Utilizando a tabela 3 e o gráfico 4 da “Quantidade de Trabalhadores por
Grupos Educacionais”, composição educacional dos trabalhadores, pode-se inferir
que na década de 80 a maior parte da força trabalhadora da cidade era composta
por indivíduos que apresentavam escolaridade apenas até o Ensino Fundamental. A
maioria, por volta de 20%, possuía o quinto ano completo do ensino fundamental.
Por volta de 15% tinham apenas até o quinto ano incompleto do ensino fundamental,
enquanto outra parcela perto de 15% possuía do sexto ao nono ano do ensino
fundamental.



 100%

  90%
                                                                          IGNORADO
  80%                                                                     DOUTORADO

  70%                                                                     MESTRADO
                                                                          SUP COMP
  60%
                                                                          SUP INCOMP

  50%                                                                     MEDIO COMPL
                                                                          MEDIO INCOMP
  40%
                                                                          FUND COMPL
  30%                                                                     6 A 9 FUND
                                                                          5A CO FUND
  20%
                                                                          ATE 5A INC
  10%                                                                     ANALFABETO

   0%
        86    88   90   92   94   96   98 2000 2002 2004 2006 2008 2010
GRÁFICO 4 – Quantidade de Trabalhadores por Grupos Educacionais

FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
31

  TABELA 3 – Grau de Instrução por setor do município de Ipatinga
  GRAU ANALFA ATE 5ª              5ª FUNDA      6A9        FUNDA       MÉDIO    MÉDIO    SUPERIOR     SUPERIOR MESTRE     DOUTOR IGNO    TOTAL
INSTRU     BETO INCOMPLETO MENTAL               FUNDA MENTAL           INCOM    COM      INCOM        COMPLETO                   RADO
   ÇÃO                            COMPLETO MENTAL COMPLETO PLETO                PLETO    PLETO
   1985     1774           4817           6992       6204         4358   3451     2310          248        5213       0         0      110   35477
          5.00%         13.58%         19.71%     17.49%        12.28%  9.73%    6.51%       0.70%       14.69%   0.00%     0.00%   0.31%    100%
   1986     1774           4817           6992       6204         4358   3451     2310          248        5213       0         0      110   35477
          5.00%         13.58%         19.71%     17.49%        12.28%  9.73%    6.51%       0.70%       14.69%   0.00%     0.00%   0.31%
   1987      750           5487           8019       6870         4715   2926     3102          257        1637       0         0      374   34137
          2.20%         16.07%         23.49%     20.12%        13.81%  8.57%    9.09%       0.75%        4.80%   0.00%     0.00%   1.10%
  1988      1074          6010          8677      7251        5209      3109      4164          384        2168       0         0      460   38506
           2.79%        15.61%        22.53%    18.83%      13.53%     8.07%    10.81%       1.00%        5.63%   0.00%     0.00%   1.19%
  1989        830         5152          7067      6982        4918      2903      4338          368        2121       0         0      200   34879
           2.38%        14.77%        20.26%    20.02%      14.10%     8.32%    12.44%       1.06%        6.08%   0.00%     0.00%   0.57%
  1990        537         5506          9062      9087        5663      3380      4536          400        2254       0         0      177   40602
           1.32%        13.56%        22.32%    22.38%      13.95%     8.32%    11.17%       0.99%        5.55%   0.00%     0.00%   0.44%
  1991        367         4449          6864      9682        5053      3020      4459          466        2241       0         0      244   36845
           1.00%        12.07%        18.63%    26.28%      13.71%     8.20%    12.10%       1.26%        6.08%   0.00%     0.00%   0.66%
  1992        617         3882          6678      8930        4982      3126      4550          450        2448       0         0      279   35942
           1.72%        10.80%        18.58%    24.85%      13.86%     8.70%    12.66%       1.25%        6.81%   0.00%     0.00%   0.78%
  1993        665         3656          7271     10110        5563      3393      5089          504        2686       0         0      292   39229
           1.70%         9.32%        18.53%    25.77%      14.18%     8.65%    12.97%       1.28%        6.85%   0.00%     0.00%   0.74%
  1994        672         4282          7305      9650        5472      3320      5348          519        2608       0         0       34   39210
           1.71%        10.92%        18.63%    24.61%      13.96%     8.47%    13.64%       1.32%        6.65%   0.00%     0.00%   0.09%
  1995        840         5411          6219      9807        5144      3734      5313          654        2779       0         6      110   40141
           2.09%        13.48%        15.49%    24.43%      12.81%     9.30%    13.24%       1.63%        6.92%   0.31%     0.01%   0.27%
  1996        707         3704          7377      8740        5730     3947       7065          619        2599       0         0      218   40706
           1.74%         9.10%        18.12%    21.47%      14.08%    9.70%     17.36%       1.52%        6.38%   0.00%     0.00%   0.54%
  1997        676         4185          6507      9656        6169     4283       7649          683        2892       0         0       21   42721
           1.58%         9.80%        15.23%    22.60%      14.44%   10.03%     17.90%       1.60%        6.77%   0.00%     0.00%   0.05%
  1998        627         3401          4907     10661        6866     5067       8678          729        2769       0         0       14   43719
           1.43%         7.78%        11.22%    24.39%      15.70%   11.59%     19.85%       1.67%        6.33%   0.00%     0.00%   0.03%
  1999        679         3869          5541     10286        8629     6325      11824          952        3515       0         0       0    51620
32


          1.32%         7.50%        10.73%     19.93%       16.72%   12.25%    22.91%   1.84%    6.81%   0.00%    0.00%    0.00%
2000         596         3250          5010       8742         7748     5810     10916      798    2886       0        0        0   45756
          1.30%         7.10%        10.95%     19.11%       16.93%   12.70%    23.86%   1.74%    6.31%   0.00%    0.00%    0.00%
2001         810         3080          5247       9063         7833     5982     12687      835    3036       0        0        0   48573
          1.67%         6.34%        10.80%     18.66%       16.13%   12.32%    26.12%   1.72%    6.25%   0.00%    0.00%    0.00%
2002         533         2575          3750       8156         8124     6059     14126      814    3325       0        0        0   47462
          1.12%         5.43%         7.90%     17.18%       17.12%   12.77%    29.76%   1.72%    7.01%   0.00%    0.00%    0.00%
2003         237         2173          4158       8154         8089     6140     15688      866    4095       0        0        0   49600
          0.48%         4.38%         8.38%     16.44%       16.31%   12.38%    31.63%   1.75%    8.26%   0.00%    0.00%    0.00%
2004         229         2166           3886      8574         8742     6555     17958    1032     4355        0       0        0   53497
          0.43%         4.05%          7.26%    16.03%       16.34%   12.25%    33.57%   1.93%    8.14%   0.00%    0.00%    0.00%
2005         265         1862           4578      8004         9977     6859     20550    1168     4855        0       0        0   58118
          0.46%         3.20%          7.88%    13.77%       17.17%   11.80%    35.36%   2.01%    8.35%   0.00%    0.00%    0.00%
2006         228         1631           3192      8237        10083     7172     22735    1334     5220       85       3        0   59920
          0.38%         2.72%          5.33%    13.75%       16.83%   11.97%    37.94%   2.23%    8.71%   0.14%    0.01%    0.00%
2007         206         1633           3203      8161        10440     7660     24917    1607     5693      120       11       0   63651
          0.32%         2.57%          5.03%    12.82%       16.40%   12.03%    39.15%   2.52%    8.94%   0.19%    0.02%    0.00%
2008         232         1568           3259      8031         9778     8001     29318    1733     6115      147       10       0   68192
          0.34%         2.30%          4.78%    11.78%       14.34%   11.73%    42.99%   2.54%    8.97%   0.22%    0.01%    0.00%
2009         257         1709           2862       6989        9112     8812     31699    1809     6765      154       26       0   70194
          0.37%         2.43%          4.08%      9.96%      12.98%   12.55%    45.16%   2.58%    9.64%   0.22%    0.04%    0.00%
2010         220         2481           3493       7531        9726     9348     37297    2369     7599      234       50       0   80348
          0.27%         3.09%          4.35%      9.37%      12.10%   11.63%    46.42%   2.95%    9.46%   0.29%    0.06%    0.00%
FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da RAIS – Ministério do Trabalho (2011)
33

      Já do ano de 1991 em diante, começa um aumento e preponderância do
conjunto dos trabalhadores com Sexto ano do Ensino Fundamental ao Nono ano,
além de um significativo aumento dos funcionários com Ensino Médio completo e
com Ensino Superior completo e incompleto. O levantamento condiz com a teoria de
que, com o processo de privatização ocorrido no mesmo ano, a empresa ao se
modernizar buscaria funcionários com maior grau educacional e mais preparados
para uma estrutura organizacional mais dinâmica e eficiente. Incluindo ainda ao
conjunto de empresas do mercado buscar também uma maior eficiência, dada a
nova economia aberta ao mercado externo.
      A partir de então, nota-se uma constante diminuição do número de indivíduos
com os mais baixos graus de instrução, com os grupos de “até o quinto ano do
Ensino Fundamental” e “com quinto ano completo do Ensino Fundamental”
perdendo cada vez mais sua participação no total. Principalmente na entrada dos
anos 2000 cedendo espaço, cada vez mais, aos grupos de “Ensino Fundamental
Completo” e principalmente “Ensino Médio Completo”, além de aumentos
consideráveis nos grupos de nível superior de ensino.
       Em 2010, o conjunto de “Ensino Médio Completo” abrangia praticamente
metade de toda a população trabalhadora. E, notavelmente, significativa quantidade
de indivíduos com títulos de Mestrado e Doutorado que em anos anteriores eram
ínfimos. Os avanços na escolaridade e nos títulos podem ser explicados pelo avanço
do processo educacional nas últimas décadas e pela demanda cada vez maior do
mercado por trabalhadores com alto grau de especialização.
34

         4.3 ANÁLISE DE SALÁRIO POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA


       Analisando a tabela 4 e o gráfico 5 dos salários médios per capita dos
diferentes setores da cidade de Ipatinga, é possível ter uma noção global da
evolução dos rendimentos ao longo do tempo em cada setor estudado e fazer uma
comparação entre estes.
       O ponto mais aparente é o de que o salário do setor industrial foi sempre o
maior entre os quatro grupos em qualquer ano observado, indicando sua importância
como maior gerador de receita para o município. Ao contrário do que poderia sugerir
a literatura sobre a desestatização acerca dos salários, não há um indício de
diminuição dos salários globais no setor logo após a privatização. Desde 1986 até
os anos seguintes à Privatização (em 1991) a média dos salários se mantém
oscilando em torno dos R$ 3.000,00.
       À propósito, tal montante representa um valor bem alto ao se comparar com
os outros setores da economia, significando quase o triplo do valor do segundo setor
de maior salário, o de serviços. Nos anos de maior amplitude entre tais, é
aproximadamente seis vezes o do setor de comércio, por exemplo. Assim, constata-
se o poder de geração de renda da indústria para a economia local, como era de se
esperar pela teoria pertinente ao tema. Porém, a partir de 1996 há um estável
declínio no montante dos proveitos do grupo indústria, culminando em grande
diferença entre os salários dos anos inicias e finais da amostra, gerando então uma
razoável diminuição de sua importância, causada também pelo aumento dos
rendimentos dos outros setores. O comércio, que nos anos iniciais remunerava
muito aquém aos demais, passou a crescer sobretudo após 2005, diminuindo essa
amplitude ante aos demais grupos.
       Adotando em conjunto o tema dos salários e o da evolução do número de
trabalhadores, conclui-se que houve crescimento na quantidade de pessoas
empregadas e que foram gerados aumentos reais nos valores recebidos pelos
diversos setores de atividade econômica, excetuando-se o da indústria. Apesar
disso, o resultado final é um tanto quanto dúbio. Já que por outro lado, observa-se
que o salário industrial era bem maior que os demais e foi sofrendo aguda contração
ao longo do tempo. Contrabalanceando de certa forma o efeito positivo do aumento
do número de empregos percebido pelo estudo.
35




      R$ 4,500.00

      R$ 4,000.00

      R$ 3,500.00

      R$ 3,000.00

      R$ 2,500.00                                                     INDUSTRIA
                                                                      CONSTR CIVIL
      R$ 2,000.00
                                                                      COMERCIO

      R$ 1,500.00                                                     SERVICOS


      R$ 1,000.00

        R$ 500.00

            R$ -



GRÁFICO 5 - Salários Médios

FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)




         Para completar, inicialmente a maior parte do número de empregos se dava
no setor industrial. Todavia, foi ocorrendo de modo progressivo um deslocamento
para os outros setores, decorrendo em uma configuração em que o setor de serviços
abrange parcelas muito semelhantes de participação. E o comércio e a construção
civil, parcelas muito mais relevantes do que outrora. O que resulta em uma menor
renda se comparado à suposição de que o aumento absoluto nos números de
empregos se desse na mesma estrutura anterior de participação prioritariamente
industrial, já que superior quantia da população auferiria os maiores salários médios.
36




Tabela 4 - Salário Médio por Setor

 Ano      INDÚSTRIA           CONSTRUÇÃO           COMÉRCIO            SERVIÇOS
                              CIVIL
  1985    R$    3,011.50      R$    1,162.46        R$        627.66   R$   1,158.19
  1986    R$    2,964.95      R$        887.46      R$        549.81   R$    986.59
  1987    R$    2,759.28      R$        928.96      R$        507.42   R$   1,073.45
  1988    R$    4,068.03      R$        918.99      R$        573.31   R$   1,259.10
  1989    R$    3,337.58      R$        905.55      R$        615.93   R$   1,420.67
  1990    R$    2,489.82      R$        694.32      R$        450.09   R$   1,101.51
  1991    R$    4,072.96      R$     1, 387.13      R$        608.76   R$   1,392.46
  1992    R$    2,901.14      R$        737.67      R$        420.30   R$   1,111.86
  1993    R$    2,893.00      R$        794.28      R$        453.23   R$    720.13
  1994    R$    2,978.72      R$        881.95      R$        476.71   R$   1,191.02
  1995    R$    3,153.62      R$        964.98      R$        578.72   R$   1,494.11
  1996    R$    2,669.55      R$        890.98      R$        578.01   R$   1,263.23
  1997    R$    2,433.34      R$        951.39      R$        596.49   R$   1,290.61
  1998    R$    2,227.71      R$        866.11      R$        606.80   R$   1,350.86
  1999    R$    2,349.54      R$        779.34      R$        600.03   R$   1,187.76
  2000    R$    1,929.86      R$        749.15      R$        569.58   R$   1,155.42
  2001    R$    1,857.48      R$        839.05      R$        627.98   R$   1,140.63
  2002    R$    2,133.81      R$        864.22      R$        556.62   R$   1,078.40
  2003    R$    2,135.82      R$        874.37      R$        562.84   R$   1,063.90
  2004    R$    2,622.78      R$        864.48      R$        583.87   R$   1,100.40
  2005    R$    2,129.63      R$        926.09      R$        619.47   R$   1,101.91
  2006    R$    2,462.27      R$        930.75      R$        661.58   R$   1,193.79
  2007    R$    2,362.88      R$        952.07      R$        733.14   R$   1,232.53
  2008    R$    2,655.42      R$     1,142.16       R$        747.57   R$   1,202.02
  2009    R$    2,165.04      R$     1,148.42       R$        812.69   R$   1,307.39
  2010    R$    2,309.32      R$     1,496.83       R$        835.54   R$   1,374.46
FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
37

  5 CONCLUSÃO




        O atual estudo teve o intuito de agregar conhecimento sobre o universo
econômico da cidade de Ipatinga, em Minas Gerais. Sendo um caso específico, mas
que pode servir para exemplificar parte de uma tese macroeconômica elabora
envolvendo diferentes temas. A literatura econômica nos apresenta diversos
modelos e abordagens sobre o tema de empresas estatais e sua antagonista
privatização com toda a característica competitiva do setor privado. Se por um lado,
há toda a discussão sobre a eficiência do Estado-empresário e do monopólio
natural, por outro, os efeitos concretos e localizados serão os que realmente
importarão para ratificar as suposições da teoria.
        Por tais razões e pelo interesse em se estudar os aspectos da economia
regional. Além disso, o estudo teve a finalidade de entender melhor as
conseqüências de tão intensa modificação que representa a desestatização de uma
grande empresa de tanta importância para uma cidade de médio porte.
        Pelas anteriores análises ficou claro que com o plano de privatização da
Usiminas, o emprego diminuiu no processo de enxugamento de postos precedente.
E após isso, a criação de empregos em seu setor e subsetores ficou estagnada. No
entanto, assim como indicava a literatura consultada, ocorreu um deslocamento do
número de empregos para outros setores. Foram consideráveis os crescimentos nos
setores da construção civil, comércio e serviços. Em especial nos anos seguintes ao
de 1997, em que o ramo industrial apresentava baixas mudanças enquanto os
referidos setores geraram novas vagas com intensidade.
        De 2003 em diante, a situação começou a se modificar. Os setores de
atividades terciárias continuam a incrementar o número de empregos, porém é a
indústria que passa a ter as maiores percentagens de ampliação no quadro de
funcionários, apresentando um cenário ainda não exposto pela literatura sobre a
cidade. E ainda, questionando as publicações que previam apenas contrações no
que concerne ao número de trabalhadores da indústria.
        No que diz respeito ao nível educacional do conjunto de trabalhadores,
houve um intenso aperfeiçoamento da força trabalhadora da cidade. Em grande
parte pode ser explicado pela elevação do nível educacional no Brasil, e a cada vez
38

maior exigência do mercado por mão-de-obra qualificada. De qualquer forma, indica
que a economia ipatinguense acompanhou essa evolução educacional. Sendo assim
possivelmente, um indicador de que o supracitado crescimento do montante de
postos de trabalho se deu em empregos de, ao menos, nível melhor que
subemprego.
       Como foi examinado no quesito da remuneração média, ocorreram drásticas
variações no padrão dos valores pecuniários recebidos por todos os setores
estudados; Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços. Especificamente na
atividade indústria incidiu uma retração no salário médio, explicado pelo fato de que
era típico de uma estatal conceder maiores benefícios que o setor privado. Todavia,
salvo este setor, todos os demais apresentaram uma evolução positiva em termos
de ganhos monetários em média.
       Chegando assim a uma conjectura em que um setor, a propósito o de maior
relevância econômica, aufere uma situação inferior no sentido de benefícios
monetários para seus funcionários que, no entanto, é contrabalanceada por
aumentos em sua extensão de efetivo de trabalhadores. Pesando ainda mais, tanto
a ampliação no quesito quantidade de trabalhadores em todos os grandes setores
verificados, como pelos incrementos nas remunerações monetárias desses setores.
       Agregando o total dos efeitos incididos em Ipatinga, decorrentes do processo
de privatização e do desenvolvimento sócio-econômico do Brasil, conclui-se que os
setores da cidade, excetuando-se o industrial, atingiram um melhor nível de bem-
estar social, ao se levar em conta apenas os elementos examinados.
       Isso em função de a população prejudicada, que seria dos funcionários da
Usiminas nos tempos anteriores a privatização que sofreram contração de seus
salários médios, representaria uma menor parcela em relação à totalidade de
trabalhadores. Já que um elevado plantel de funcionários foi acrescentado ao
quadro da empresa e dos demais setores, e que nesses outros setores, além disso,
os empregados tiveram ganhos na média salarial. Culminando assim, em uma
superior situação econômica social do município comparada à fase estatal de sua
principal empresa.
       Levando em conta que este estudo enfocou apenas as características do
mercado de trabalho, seria interessante que futuros trabalhos buscassem mensurar
o crescimento do PIB, as mudanças nas quantidades de estabelecimentos de
39

negócios dos vários segmentos e a evolução das arrecadações tributárias
municipais. A fim de incluir outros fatores econômicos, aperfeiçoando assim, o
entendimento da evolução da economia da cidade.
       E ainda, para se contextualizar a situação particular do mercado de trabalho
ipatinguense, seria importante calcular os salários médios de cada setor em outras
cidades ou regiões, tornando possível uma comparação mais abrangente.
40




6 REFERÊNCIAS



ANDRADE, M. L. et al. Impactos da Privatização no setor siderúrgico. BNDES,
Jan. 2001.


BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema de Gerenciamento de Séries Temporais
Fonte: <http://www.bcb.gov.br/?SERIETEMP>


BRENE, P. R. A. et al. Estimativa da matriz de insumo-produto do Município de São
Bento do Sul no Estado de Santa Catarina. In: ANPEC SUL, 13, 2010, Porto Alegre.


CAMARGOS, S. P., DE PAULA, G.M. Competitividade e privatização: o caso da
siderurgia brasileira. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, v.2, n.5,
p17-26, 1997.


CHIARI, J. R. P., DUARTE FILHO, F.C. Características Estruturais da Economia
Mineira. Cadernos BDMG, n.4. Belo Horizonte, BDMG, 2002.


DOMINGUES, E. P., HADDAD, E. A. Matriz Inter-regional de Insumo-produto Minas
Gerais/Resto do Brasil: Estimação e Extensão para Exportações. In: X Seminário
sobre a Economia Mineira, 2002, Diamantina. Anais do X Seminário sobre a
Economia Mineira, 2002.


FIRME, V. A. C. VASCONCELOS, C.R. F. O setor siderúrgico nacional: uma análise
inter-regional de insumo produto para período de 1999 a 2002. In: ENCONTRO
NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS REGIONAIS E
URBANOS (ABER), 38, 2009, São Paulo.


GOMES, C; AIDAR. O; VIDEIRA, R. Fusões, aquisições e lucratividade: uma análise
do setor siderúrgico brasileiro. Economia, v. 7, n. 4, p.143-163, 2006.


INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).
Índices de Preços ao Consumidor - IPCA e INPC.
Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-
inpc_201109_1.shtm>
41

MOREIRA, M. NAJBERG, S. O Impacto da Abertura Comercial sobre o Emprego:
1990-1997. In: GIAMBIAGI, F., MESQUITA, M. A Economia Brasileira nos Anos
90. Rio de Janeiro. BNDES. 1999.


MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO ( MTE). Rais (Relação Anual de
Informações Sociais). Fonte: Portal de Estatísticas - Sistema On-Line Rais/Caged:
<http://sgt.caged.gov.br/XOLAPW.dll/pamLoginMTE?lang=0>
Salário Mínimo: Fonte: <http://portal.mte.gov.br/sal_min/>


MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). Emprego e Renda – Salário
mínimo. Fonte: <http://portal.mte.gov.br/sal_min/>


PAULA, G. M de. Avaliação do processo de privatização da siderurgia brasileira.
Revista de Economia Política, v. 17, n. 2, p. 92-109, 1997.


PINHEIRO, A.C. (1996). Impactos Microeconômicos da Privatização. Pesquisa e
Planejamento Econômico, 26 (3): 357-398.


SESSO FILHO, U. A. et al . Interações sinérgicas e transbordamento do efeito
multiplicador de produção das grandes regiões do Brasil. Econ. Apl., Ribeirão
Preto, v. 10, n. 2, Jun. 2006 .


SETTO, G. C.; BRASIL, G. H.; VIEIRA, W. da C. A Inserção do Setor Siderúrgico na
Economia Capixaba: Uma Análise de Insumo-Produto. Revista de Economia e
Agronegócio, Viçosa, v. 3, n. 1, p.121-147, 2005.


SOARES, D. M. et al. O Desemprego na Região Metropolitana vale do aço. Revista
On-line Unileste, Coronel Fabriciano, v. 2, jul. 2004.


SOUZA, S. de; CARVALHO NETO, A. Reestruturação produtiva, trabalho e
estratégias de desenvolvimento local à luz da teoria do novo regionalismo.
Cadernos Ebape, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p.271-293, jun. 2009.


WIEBUSCH, F. C. Estrutura Produtiva e Multiplicadores de Insumo-Produto do
COREDE Vale do Taquari. Porto Alegre, 2007. 88 f. Dissertação (Mestrado) - PUC-
RS.

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Manifesto profissionais da gastronomia mineira
Manifesto profissionais da gastronomia mineira Manifesto profissionais da gastronomia mineira
Manifesto profissionais da gastronomia mineira Zoroastro Passos
 
Hardware[2]
Hardware[2]Hardware[2]
Hardware[2]zurley
 
PUSH - Application Examples
PUSH - Application ExamplesPUSH - Application Examples
PUSH - Application ExamplesWilliam Large
 
Presentación Oficial Ganamovil
Presentación Oficial GanamovilPresentación Oficial Ganamovil
Presentación Oficial Ganamovilganamovil
 
Que Seas Mi Universo
Que Seas Mi UniversoQue Seas Mi Universo
Que Seas Mi Universoguest59460f
 
Treinamento cultura de auditoria
Treinamento   cultura de auditoriaTreinamento   cultura de auditoria
Treinamento cultura de auditoriaRomulo Brito
 
Moodle1 apartados
Moodle1 apartadosMoodle1 apartados
Moodle1 apartadosjmboneu .
 
Fotos[1]lauracapacitacion
Fotos[1]lauracapacitacionFotos[1]lauracapacitacion
Fotos[1]lauracapacitacionbatista99
 
Proyecto: Compucuentos
Proyecto: CompucuentosProyecto: Compucuentos
Proyecto: Compucuentosguestf1f476
 
Celia Rico, Noviembre 09
Celia Rico, Noviembre 09Celia Rico, Noviembre 09
Celia Rico, Noviembre 09rociyuij
 
Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI)
Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI) Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI)
Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI) Alexmys
 

Destaque (20)

Manifesto profissionais da gastronomia mineira
Manifesto profissionais da gastronomia mineira Manifesto profissionais da gastronomia mineira
Manifesto profissionais da gastronomia mineira
 
dsd_2014
dsd_2014dsd_2014
dsd_2014
 
Hardware[2]
Hardware[2]Hardware[2]
Hardware[2]
 
Cas Detec..
Cas Detec..Cas Detec..
Cas Detec..
 
Riyaz Ahmed Sab
Riyaz Ahmed SabRiyaz Ahmed Sab
Riyaz Ahmed Sab
 
PUSH - Application Examples
PUSH - Application ExamplesPUSH - Application Examples
PUSH - Application Examples
 
Presentación Oficial Ganamovil
Presentación Oficial GanamovilPresentación Oficial Ganamovil
Presentación Oficial Ganamovil
 
Que Seas Mi Universo
Que Seas Mi UniversoQue Seas Mi Universo
Que Seas Mi Universo
 
Treinamento cultura de auditoria
Treinamento   cultura de auditoriaTreinamento   cultura de auditoria
Treinamento cultura de auditoria
 
Moodle1 apartados
Moodle1 apartadosMoodle1 apartados
Moodle1 apartados
 
Fotos[1]lauracapacitacion
Fotos[1]lauracapacitacionFotos[1]lauracapacitacion
Fotos[1]lauracapacitacion
 
Avances investigación
Avances investigaciónAvances investigación
Avances investigación
 
Proyecto: Compucuentos
Proyecto: CompucuentosProyecto: Compucuentos
Proyecto: Compucuentos
 
SCA Intro Letter
SCA Intro LetterSCA Intro Letter
SCA Intro Letter
 
TIC
TICTIC
TIC
 
Celia Rico, Noviembre 09
Celia Rico, Noviembre 09Celia Rico, Noviembre 09
Celia Rico, Noviembre 09
 
Administração aula 1
Administração aula 1Administração aula 1
Administração aula 1
 
Palestra Testes Ágeis - SEMAC INF UFRGS
Palestra Testes Ágeis - SEMAC INF UFRGSPalestra Testes Ágeis - SEMAC INF UFRGS
Palestra Testes Ágeis - SEMAC INF UFRGS
 
Pacie
PaciePacie
Pacie
 
Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI)
Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI) Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI)
Factoría de Innovación de Gran Canaria (FDI)
 

Semelhante a Monografia Walace Peixoto

tratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresatratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresainetep
 
Apresentação Antonio Borges
Apresentação Antonio BorgesApresentação Antonio Borges
Apresentação Antonio BorgesFecomercioSP
 
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL Cláudio Carneiro
 
Texto para discussao cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...
Texto para discussao   cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...Texto para discussao   cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...
Texto para discussao cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...Jesseh Rodrigez
 
4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariais
4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariais4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariais
4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariaisRosane Domingues
 
TCC - Rafael Kirsneris - FGV
TCC - Rafael Kirsneris - FGVTCC - Rafael Kirsneris - FGV
TCC - Rafael Kirsneris - FGVRafael Kirsneris
 
Atitudes do consumidor
Atitudes do consumidorAtitudes do consumidor
Atitudes do consumidorpaulo moraes
 
Limites para uma dinâmica endógena na economia baiana
Limites para uma dinâmica endógena na economia baianaLimites para uma dinâmica endógena na economia baiana
Limites para uma dinâmica endógena na economia baianaRaphael Almeida
 
COMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdf
COMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdfCOMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdf
COMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdfFaga1939
 
Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012
Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012
Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012Gabriella Sant'Anna
 
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...Thiago Arbulu
 
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...trabalhosnota10sp
 
Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...
Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...
Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...trabalhosnota10sp
 
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...consultoriaacademica3
 
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...trabalhosnota10sp
 
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios NacionaisPolítica Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios NacionaisLilianMilena
 

Semelhante a Monografia Walace Peixoto (20)

tratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresatratamento tributario micro e pequena empresa
tratamento tributario micro e pequena empresa
 
Apresentação Antonio Borges
Apresentação Antonio BorgesApresentação Antonio Borges
Apresentação Antonio Borges
 
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
 
Texto para discussao cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...
Texto para discussao   cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...Texto para discussao   cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...
Texto para discussao cadeias de valor e gasto tributario - zona franca de m...
 
Gestão em ambiente portuária
Gestão em ambiente portuáriaGestão em ambiente portuária
Gestão em ambiente portuária
 
GESTAO DE PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS
GESTAO DE PEQUENAS E MEDIAS EMPRESASGESTAO DE PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS
GESTAO DE PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS
 
4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariais
4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariais4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariais
4.5 o trabalho_do_assistente_social_nas_fundações_empresariais
 
Unid 1
Unid 1Unid 1
Unid 1
 
TCC - Rafael Kirsneris - FGV
TCC - Rafael Kirsneris - FGVTCC - Rafael Kirsneris - FGV
TCC - Rafael Kirsneris - FGV
 
Atitudes do consumidor
Atitudes do consumidorAtitudes do consumidor
Atitudes do consumidor
 
Limites para uma dinâmica endógena na economia baiana
Limites para uma dinâmica endógena na economia baianaLimites para uma dinâmica endógena na economia baiana
Limites para uma dinâmica endógena na economia baiana
 
COMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdf
COMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdfCOMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdf
COMO O GOVERNO LULA PODERÁ REINDUSTRIALIZAR O BRASIL.pdf
 
Perfil econômico de Santa Catarina
Perfil econômico de Santa CatarinaPerfil econômico de Santa Catarina
Perfil econômico de Santa Catarina
 
Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012
Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012
Projeto juros à vista - Setor Automotivo - Itajubá 2012
 
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...
O impacto do capitalismo de estado no desempenho financeiro de empresas estat...
 
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
 
Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...
Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...
Caso O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada d...
 
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
 
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
O município de Pato Roxo uma análise contábil-financeira para a tomada de dec...
 
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios NacionaisPolítica Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
 

Último

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 

Último (20)

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 

Monografia Walace Peixoto

  • 1. 4 Walace Vinicius Peixoto Batista Análise da influência econômica da Usiminas na cidade de Ipatinga: antes e após a privatização Juiz de Fora 2011
  • 2. 5 Walace Vinícius Peixoto Batista Análise da influência econômica da Usiminas na cidade de Ipatinga: antes e após a privatização Monografia apresentada pelo acadêmico Walace Vinícius Peixoto Batista (200605040), como exigência do curso de graduação em Ciências Econômicas da Universidade Federal de Juiz de Fora, sob a orientação do professor Wilson Luiz Rotatori Corrêa. Juiz de Fora 2011
  • 3. 6 RESUMO O presente estudo examina as consequências econômicas da privatização da siderúrgica Usiminas sobre o mercado de trabalho e a dinâmica dos setores de atividade econômica da cidade de Ipatinga (MG). A fim de se entender se tal processo culminou em efeitos negativos ou se os positivos os superaram. Para isso, objetivou mensurar o quadro de empregados dos vários setores de atividades econômicas anteriormente e após o processo de privatização. Calculou os salários médios para cada setor e seu comportamento ao longo dos anos. E ainda, analisou a evolução do nível educacional dos trabalhadores da cidade. Segundo as análises realizadas, o setor industrial sofreu diminuições do contingente de empregados à época da desestatização, entretanto, ao passar dos anos apresentou um progresso chegando a números bem superiores aos iniciais. E os demais setores apresentaram crescimentos no número de funcionários com o passar do tempo. Na abordagem dos salários médios foi observado que em todos os setores houve uma evolução do salário de seus trabalhadores, excetuando-se apenas o industrial, em que ocorreu uma piora nos rendimentos médios. Nos níveis de instrução foi notada uma constante melhoria do nível educacional com aumento das parcelas de melhor grau educacional. Em suma, em relação ao emprego a economia da cidade superou os níveis anteriores à privatização e seus impactos negativos, já a questão do salário médio apresentou implicações diferentes em cada setor da economia do município.
  • 4. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÂO ........................................................................................................ 8 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 11 3 METODOLOGIA ................................................................................................... 16 3.1 BASE DE DADOS .............................................................................................. 16 3.2 MÉTODO ........................................................................................................... 20 4 ANÁLISES DOS RESULTADOS .......................................................................... 22 4.1 ANÁLISE DE EMPREGOS E EMPREGOS POR SETOR ECONÔMICO ........... 22 4.2 ANÁLISE DE EMPREGOS POR NÍVEL EDUCACIONAL .................................. 30 4.3 ANÁLISE DE SALÁRIO POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA ................ 34 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 37 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 40
  • 5. 8 1 INTRODUÇÂO Ipatinga, a 200 quilômetros de Belo Horizonte, surgiu devido à criação da indústria Usiminas. Por causa da necessidade de se criar uma estrutura de moradia para seus trabalhadores, e em razão das oportunidades oferecidas, ocasionou a aglomeração urbana. O local escolhido era de baixo potencial agrícola, e de pequena população com uma produção extrativa incipiente. Foi escolhida por estar em uma região geograficamente favorável à siderurgia, com proximidades às regiões produtoras de minério de ferro e com transporte para escoamento da produção. A empresa construiu a infraestrutura dos bairros onde morariam seus empregados e continuou responsável pela dinâmica social e econômica do lugar. Com a privatização em 1991, a participação da siderúrgica na quantidade de postos de trabalho da cidade foi diminuída em função do desligamento de trabalhadores e do aumento da utilização de empregados e empresas terceirizadas, levando a um crescimento do setor de serviços e do comércio na cidade. Isso resultou no fim do antigo modelo de grande empresa estatal de produção fordista, uma vez que tinha uma relação estreita com a cidade tendo como principal função ser provedora, mas também beneficiada por isso. A configuração anterior de empresa-mãe de moldes estatais deu lugar uma nova situação mais condizente com a realidade mundial e com a globalização. O considerável enxugamento de postos de trabalho na siderúrgica, devido ao aumento de eficiência e produtividade, diminuição de custos, e automação, provou um impacto na economia ipatinguense (SOUZA; CARVALHO NETO, 2009). A antecedente alta quantidade de empregados foi transferida para empresas terceirizadas e prestadoras de serviço a Usiminas, ou que vendiam seus produtos para ela. Porém muitos passaram a ocupar outras atividades, como no comércio e em bancos. Atualmente, um novo segmento econômico que está assumindo um papel de importância em Ipatinga: as instituições de ensino superior. Há muito tempo a cidade dispunha de escolas de ensino fundamental e médio de alta qualidade, mas eram poucas as de graduação e pós-graduação. Na medida em que a cidade está relativamente distante de grandes centros, da inexistência de universidades públicas na região e da alta oferta educacional, havia forte demanda por cursos superiores. Isso fez com que muitas faculdades se instalassem na região. Ao se considerar a
  • 6. 9 teoria econômica, a ascensão do nível educacional gera efeitos positivos irradiados pelo local, como atração de profissionais e estudantes qualificados, aumentando os níveis salariais e a qualidade das atividades e cargos. Possivelmente esse foi um instrumento para melhorar os setores alternativos à indústria, e ser um plausível meio de desenvolver uma a estrutura independente à Usiminas. O presente estudo tem como objetivo analisar os impactos econômicos da empresa Usiminas sobre a cidade de Ipatinga e as implicações decorrentes de sua privatização, via alterações no número de empregos e renda gerada. Para isso, buscará analisar a dinâmica de emprego no mercado formal a fim de verificar os impactos do processo de enxugamento da mão-de-obra, devido à privatização da Usiminas, sobre o número de trabalhadores e a massa salarial no município. Especificamente, irá calcular a magnitude das mudanças na quantidade de postos de trabalho na economia de Ipatinga, inferir as mudanças e conseqüências nos salários dos diferentes setores da economia da cidade, comparar as alterações no mercado de trabalho antes e após a privatização da empresa, e ainda, procurar analisar a dimensão do setor de serviços e comércio, assim como sua relevância econômica. E com isso, analisar se foi criada uma maior diversificação da economia da cidade em relação às atividades e conjunturas apresentadas por sua principal indústria. E, portanto verificar a capacidade dos diversos setores que compõem a economia municipal em lidar com as fases negativas para a siderúrgica devido às oscilações do mercado de aço e dos preços das commodities. O problema de pesquisa pertinente se encontra na questão de se a privatização da Usiminas prejudicou a economia de Ipatinga ou esta foi compensada, por uma alocação das atividades econômicas para outros setores. E de tal forma quais foram os impactos do enxugamento de empregos industriais e as dimensões da evolução do salário médio. Procurando avaliar a hipótese de que o crescimento dos setores de serviço e de empresas prestadoras de serviço à própria Usiminas ter gerado uma maior dinamização e diversificação da economia ipatinguense. O atual trabalho se faz necessário pela importância de se conhecer a estrutura e as relações econômicas da cidade, podendo ser utilizado como noção aos cidadãos e agentes competentes das necessidades e características do
  • 7. 10 mercado de trabalho do município. O estudo se justifica assim, por gerar conhecimento para os agentes econômicos e políticos sobre quais são as peculiaridades do mercado de trabalho de Ipatinga e os setores que trazem mais benefícios à economia municipal. O intuito é de se conhecer as características e dimensão de cada divisão de atividade econômica, entre elas a indústria, construção civil, comércio, serviços e agropecuária, e o nível atual da distribuição entre os campos de atividades, para se intuir sobre a recente importância da indústria, em uma cidade que foi totalmente dependente da Usiminas. E também pela falta de estudos específicos na cidade, podendo indicar aos potenciais investidores e à iniciativa privada os nichos de mercado atrativos e como se comporta a dinâmica dos negócios do local. A partir disso, mostrará a importância de se criar estímulos ao crescimento dessas atividades e políticas públicas favoráveis ao crescimento do município.
  • 8. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA O Município de Ipatinga foi escolhido para construção da empresa Usiminas, por ter as características necessárias a uma siderúrgica. Na época não passava de uma área de produção agrária de subsistência e de extração de carvão vegetal e pouco habitada. A empresa teve então que construir, além de seu complexo industrial, uma estrutura para receber os trabalhadores construtores da usina e, após seu término, toda a base de uma cidade que pudesse abrigar os funcionários e seus familiares (SOUZA; CARVALHO NETO, 2009). Depois disso, continuou a ter uma importância irrestrita na vida e na economia da sociedade ipatinguense por décadas. Essa estrutura, porém, foi modificada com o início da desestatização da siderúrgica. Como explicita Andrade et al. (2001), na década de 1980, a alta dívida externa impedia a política das décadas anteriores de ativa participação do Estado na estrutura produtiva com as empresas estatais e ainda os investimentos em aumento da produção e da qualidade. O que fez com que as empresas estatais siderúrgicas se encontrassem com alto endividamento, parque industrial defasado, investimentos limitados e gestão burocrática e política. Tudo isso culminando no processo de privatização, que levou ao fim da política de proteção e controle de preços, trazendo maior competição ao mercado da siderurgia. Houve geração de benefícios, em primeiro plano, aumento na produtividade, investimento em tecnologia, redução de custos, melhoria de resultados, entrada no mercado de capitais e administração profissional, chegando assim, ao nível dos maiores grupos internacionais. Os quais, a propósito já participam de forma marcante no mercado nacional, devido às atratividades conferidas indústria interna. Ao se avaliar todo o processo de abertura e privatização nacional como um todo, Moreira e Najberg (1999) concluíram que a abertura comercial diminui o emprego industrial, mas aumenta o emprego na agricultura. Isso leva à indagação sobre a possibilidade de Ipatinga ter ficado prejudicada já que dependia muito da indústria e nunca possuiu atividades agrícolas relevantes. Ao se considerar a desestatização nacional em conjunto, e para os diversos setores, Pinheiro (1996) testa as hipóteses teóricas dos efeitos posteriores à privatização, e conclui que nas empresas, após terem sido privatizadas, cresceu o
  • 9. 12 nível da produção, a lucratividade, eficiência, melhoraram os resultados financeiros (aumento da liquidez, do patrimônio líquido e redução do endividamento), e tiveram aumentos no investimento. Já o fator negativo foi a diminuição no número de empregos. O autor ressalva que mesmo com esses benefícios, para se atingir uma eficiência completa se faz necessário que se prime pela liberalização comercial, além de manter uma estrutura regulatória para que se garanta uma boa competição. Paula (1997) constata que no campo da siderurgia, a privatização foi uma das mais transparentes do mundo, principalmente por ter utilizado o método do leilão. Foi ainda a que concedeu maior desconto para compra de suas ações aos seus funcionários, tendo o intuito de amenizar as opiniões contrárias ao processo. Já o maior ponto negativo foi ter sido realizada de forma concentrada, acarretando em uma perda do lucro com a valorização das ações da empresa e perder a chance de ter tido uma maior segurança quanto ao risco de um momento mais ou menos favorável à venda. Avaliando as sinergias e transbordamentos entre as regiões brasileiras, Sesso Filho et al. (2006), chegaram ao resultado de que o setor siderúrgico tem o maior valor em efeito transbordamento no sentido resto do Brasil para região Sudeste, ou seja, os produtos siderúrgicos apresentam a maior importância em valores desta região no fornecimento de bens às demais regiões. Já no caso da região Sul ocorre no sentido contrário, no sentido Sul para as outras regiões a siderurgia apresenta também o maior valor do multiplicador de transbordamento. Logo a ampliação da produção desse setor no Sul causaria um alto efeito multiplicador no restante do país. Procurando avaliar as implicações da adoção de medidas antidumping e do câmbio flutuante, no setor siderúrgico mineiro e nacional, Firme e Vasconcelos (2009), utilizaram matrizes insumo-produto inter-regional para comparar o setor em questão do estado de Minas Gerais com o resto do país. Para tal foram calculados os multiplicadores de produção, que denotam a mudança direta e indireta da produção total da economia como um todo em razão de uma alteração exógena na demanda final de certo setor. Também os multiplicadores de emprego, que capturam o número de empregos do setor devido à adição de uma unidade de produção no mesmo. E estimaram ainda, os índices de ligação, que mostram os efeitos positivos da produção de um setor tanto sobre os outros compradores quanto sobre os
  • 10. 13 vendedores. Como resultado, mostrou que houve uma queda dos multiplicadores de produção das siderúrgicas de Minas Gerais, ou seja, diminuiu o poder do setor de gerar crescimento no estado, mas o resultado não foi o oposto no resto do país. No tocante ao multiplicador de emprego de Minas Gerais e também dos outros estados, aconteceu uma diminuição, assim, menos pessoas precisariam ser contratadas. É provável que isso se deva às políticas de aumento de eficiência e produtividade adotadas no implemento da privatização. Com isso, percebe-se que essa indústria está ficando menos intensiva em mão-de-obra e mais em capital, como se apresenta comumente no mundo. Como conclusões, afirmam que as medidas negativas à exportação não causaram sérios impactos no setor, contudo provavelmente tenha sido o câmbio flutuante que compensou o potencial efeito adverso das regulamentações do comércio externo. Analisando também os fatores econômicos nos diferentes setores, Chiari e Duarte FIilho (2002), com o auxílio da matriz insumo-produto inter-regional Minas Gerais-Resto do Brasil de 1996, estimada pela FIPE/USP e BDMG, estudaram as características da estrutura produtiva do estado de Minas Gerais e suas relações com o Brasil como um todo. Os multiplicadores de produção encontraram que os principais setores foram de fabricação de outros produtos metalúrgicos, fabricação de aparelhos e equipamentos de material elétrico, e siderurgia. Os setores-chave para a economia de Minas Gerais foram o siderúrgico e o de fabricação de outros produtos metalúrgicos, sendo assim, os de primeira importância para a economia do estado. Usando a mesma matriz insumo-produto citada Domingues e Haddad (2002) realizam um estudo relacionando as exportações de Minas Gerais. Segundo eles, as exportações do estado foram, em 1996, de 6,4 bilhões de reais, ou 9,28% do Produto Regional Bruto mineiro. Dessa quantidade, 67% são concentradas nos setores: extrativa mineral, siderurgia e indústria do café. Importante salientar que 30% do total das exportações. Com tais resultados sobre a siderurgia em relação à economia mineira, percebe-se o grande valor de tal setor para o mercado. Um dos efeitos da mudança do mercado siderúrgico estatizado para o privatizado foi o de levar a uma reorganização da composição da indústria. Os processos de aquisições acarretam em uma diminuição do número de siderúrgicas, por exemplo, a Usiminas que comprou a Cosipa. Para Gomes, Aidar e Videira (2006), fusões aumentam lucros de toda a indústria, mas será superior para as
  • 11. 14 autoras das compras. Para chegar a esse julgamento, eles compararam a situação da Arcelor com a da Usiminas e concluíram que a primeira, que desempenhou mais aquisições, teve resultados superiores Já em relação à competitividade da siderurgia, Camargos e Paula (1997) discorrem sobre o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento das ex-estatais. Para eles, houve diminuição nos postos de trabalho, assim como nos outros ramos da indústria, porém cresceu a alocação nos departamentos de pesquisa e um houve um drástico crescimento nas despesas em P&D. Mas no geral, manteve-se a condição anterior à privatização: a finalidade da pesquisa em adquirir tecnologias do exterior, se concentrar em desenvolvimento de produtos e não de processos e o baixo vigor em pesquisa. No caso da Usiminas, houve uma diminuição no número de pesquisadores e funcionários do departamento de P&D, contudo permaneceu a média dos gastos em pesquisa. Para descobrir os setores de maior peso em efeitos multiplicadores de renda e emprego, Brene et al. (2010), realizaram um estudo estimando a matriz de insumo- produto para o município de São Bento do Sul, Santa Catarina, e seus índices econômicos. Calcularam também os geradores de emprego, renda e produto e seus transbordamentos para os diferentes setores da cidade. Outro trabalho que buscou entender as relações entre os ramos de atividade econômica foi o de Wiesbusch (2007), acerca da economia do Rio Grande do Sul. Com o objetivo de prover conhecimento para autoridades e público, com fins de orientar a execução de políticas públicas de desenvolvimento econômico. Chegou- se à implicação de que o setor de abate de animais, o de beneficiamento de produtos vegetais e a indústria de laticínios foram os que tiveram os maiores transbordamentos de renda para a economia. Os de maior multiplicadores de emprego foram os setores de administração pública e de couro, calçados e peles. Já os de multiplicadores de valor adicionado que tiveram maior influência foram as áreas de abate de animais, de comércio e de administração pública. Trazendo o conhecimento que a região possui variados setores de importância econômica que podem ser estimulados e terão forte impacto no crescimento das atividades econômicas do local. Com o intuito de realizar um estudo sobre a introdução da indústria siderúrgica na economia do estado de Espírito Santo e a importância desse setor
  • 12. 15 econômico, Setto, Brasil e Vieira (2005) calcularam as demandas finais por atividade, prepararam as matrizes de insumo-produto da economia do estado, mensuraram os resultados de choques na demanda final sobre a produção e criação de empregos, e calcularam os índices de ligação. Pelos resultados, concluíram que o setor siderúrgico pertence aos que geraram os mais fortes impactos na produção da economia capixaba. Mas teve baixa importância na questão de criação de empregos, o que pode ser explicado pela siderurgia ser intensiva em capital. Porém, o setor foi um dos que atingiu os maiores índices de ligações. Assim conclui-se que o setor siderúrgico é consideravelmente criador de renda, e ainda muito competente em induzir efeitos significativos na economia do Espírito Santo. Para um aprofundamento no caso do Vale do Aço, Soares et al. (2004), calculam em seu trabalho que o desemprego de Ipatinga em 2004 foi de 10,9% ou de 20,18% ao se utilizar o critério do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - que inclui o desemprego oculto por trabalho precário ou desalento, e no Vale do Aço de 11,6% ou 21,7% por tal critério. As taxas de desemprego são apresentadas proporcionalmente entre as cidades de Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano e em relação ao tamanho da população. E uma parcela considerável, 15,5% dos ocupados trabalha em cidade diferente da que mora, explicado pela proximidade entre essas cidades. O estudo ainda traçou o perfil social dos indivíduos com e sem emprego. Pouco mais da metade (51,8%) dos desempregados está na faixa de renda que vai de 0 à R$ 500,00, e quase a metade (49,5%) destes tem de 18 a 24 anos. Já em relação aos ocupados, os autores estimaram que praticamente um terço (33,2%) do total de trabalhadores pertencia à atividade siderúrgica ou metalúrgica, seguida pelo setor comercial e depois pelo de serviços. Os dados atestam a particularidade da região em ter como base a indústria siderúrgica. Além da Usiminas, em Ipatinga, também existia a siderúrgica Acesita, em Timóteo.
  • 13. 16 3 METODOLOGIA 3.1 BASE DE DADOS Na realização do presente trabalho foi utilizado o sistema de dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego, que dispõe de informações sócio-econômicas sobre o mercado de trabalho. De acordo com os objetivos deste estudo, focou-se nos números de empregos de diferentes setores econômicos da cidade de Ipatinga – MG, nas quantidades de trabalhadores por níveis educacionais e nas remunerações recebidas pelos segmentos relevantes. Tais elementos abrangem o período de 1985 a 2010, devido aos dados existentes e por compreender os anos anteriores à privatização, durante esta, e dos anos subseqüentes até os atuais, permitindo, assim, uma análise sobre os diferentes momentos em relação à estruturação empregatícia da empresa siderúrgica Usiminas e as implicações e dinâmicas do restante do mercado. A partir também da Rais foi possível a obtenção da massa salarial dos setores e a apreciação do seu comportamento ao longo do tempo. Os dados consistiam em uma tabela formulada a partir do sistema on-line da RAIS com o conjunto de informações do número de trabalhadores referentes ao Grande Setor de Atividade Econômica do IBGE: INDÚSTRIA: quantidade de trabalhadores da indústria no ano. CONSTRUÇÃO CIVIL: quantidade de trabalhadores do setor da construção civil no ano COMÉRCIO: quantidade de trabalhadores do comércio em tal ano. SERVIÇOS: quantidade de trabalhadores no setor serviços no ano. AGROPECUÁRIA: soma da quantidade de trabalhadores da agricultura, pecuária, extração vegetal, caça e pesca. OUTROS/IGNORADO: quantidade de trabalhadores que se enquadram em outros ou ignorado. Divisões em relação ao nível de instrução: ANALFABETO: número de trabalhadores Analfabetos
  • 14. 17 5A COMPLETO FUNDAMENTAL: número de trabalhadores com 5ª ano Completo do Ensino Fundamental 6 A 9 FUNDAMENTAL: número de trabalhadores Do 6ª ao 9ª ano Incompleto do Ensino Fundamental FUNDAMENTAL COMPLETO: E número de trabalhadores com Ensino Fundamental Completo MÉDIO INCOMPLETO: número de trabalhadores com Ensino Médio Incompleto MÉDIO COMPLETO: número de trabalhadores com Ensino Médio Completo SUPERIOR INCOMPLETO: número de trabalhadores com Educação Superior Incompleta SUPERIOR COMPLETO: número de trabalhadores com Educação Superior Completa MESTRADO: número de trabalhadores com Mestrado Completo DOUTORADO: número de trabalhadores com Doutorado Completo IGNORADO: Desconhecido Para os cálculos dos valores dos salários médios por setor, foram utilizados a variável de que apresenta a remuneração de cada atividade econômica e os índices de preços do Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. Conforme o quadro: REM DEZ (Remuneração de Dezembro em salários mínimos): representando o total de salários mínimos recebidos pelo conjunto de trabalhadores do setor específico em dezembro de cada ano. IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE/SNIPC (Instituto Brasileiro de Geografia e Estátistica/Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor). Salário Mínimo: salários mínimos nominais sancionados, do Ministério do Trabalho e Emprego, MTE. Multiplicador de Unificação Monetária: Conversores de unidade monetária corrente para reais correntes. Fonte: Sistema Gerenciador de Séries temporais do Banco Central do Brasil.
  • 15. 18 E ainda para os anos de 2003 ao de 2010 foram utilizados os dados setoriais do Subsetor de atividades econômicas do IBGE (SUBSIBGE), com as variáveis: EXTRAÇÂO MINERAL: quantidade de trabalhadores da atividade Extrativa mineral MINERAL NÃO METÁLICO: quantidade de trabalhadores da Indústria de produtos minerais não-metálicos. INDÚSTRIA METALÚRGICA: quantidade de trabalhadores da Indústria metalúrgica. INDÚSTRIA MECÂNICA: quantidade de trabalhadores da Indústria mecânica. ELETÉTRICA E COMUNICAÇÕES: quantidade de trabalhadores da Indústria do material elétrico e de comunicações. MATERIAL TRANSPORTE: quantidade de trabalhadores da Indústria do material de transporte. MADEIRA E MOBILIÁRIO: quantidade de trabalhadores da Indústria da madeira e do mobiliário. PAPEL E GRÁFICA: quantidade de trabalhadores da Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica. BORRACHA, FUMO, COURO: quantidade de trabalhadores da Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares, e indústrias diversas. INDÚSTRIA QUÍMICA: quantidade de trabalhadores da Indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria. INDÚSTRIA TÊXTIL: quantidade de trabalhadores da Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos. INDÚSTRIA CALÇADOS: quantidade de trabalhadores da Indústria de calçados. ALIMENTOS E BEBIDAS: quantidade de trabalhadores da Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico. SERVIÇO UTILIDIDADE PÚBLICA: quantidade de trabalhadores em Serviços industriais de utilidade pública. CONSTRUÇÃO CIVIL: quantidade de trabalhadores da Construção civil. COMÉRCIO VAREJISTA: quantidade de trabalhadores no comércio varejista. COMÉRCIO ATACADISTA: quantidade de trabalhadores do Comércio atacadista. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: quantidade de trabalhadores de Instituições de
  • 16. 19 crédito, seguros e capitalização. ADMINISTRAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL: quantidade de trabalhadores em Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico... TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES: quantidade de trabalhadores em Transportes e comunicações. ALOJAMENTO COMUNICAÇÕES: quantidade de trabalhadores em Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e redação. MÉDICOS, ODONTOLÓGIOS, VETERINÁRIOS: quantidade de trabalhadores em Serviços médicos, odontológicos e veterinários. ENSINO: quantidade de trabalhadores do Ensino ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: quantidade de trabalhadores da Administração pública direta e autárquica AGRICULTURA: quantidade de trabalhadores da Agricultura, silvicultura, criação de animais e extrativismo vegetal. OUTROS/IGNORADOS: Quantidade em outros ou ignorado.
  • 17. 20 3.2 MÉTODO Neste estudo, a metodologia de apreciação empregada foi a análise descritiva, tendo o desígnio de confrontar as suposições da literatura sobre o tema com os dados e efeitos comensuráveis. Em virtude da importância de se mensurar as mudanças na média dos salários da força trabalhadora do município, foi elaborada uma tabela com os salários médios dos setores mais relevantes para o atual estudo, que são: Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços. Para tal, foi usada a variável com as quantias da remuneração recebidas pelos trabalhadores: REM DEZ (Remuneração de Dezembro em salários mínimos): representando o total de salários mínimos recebidos pelo conjunto de trabalhadores do setor específico em dezembro de cada ano. Foi preciso, porém, transformar os valores relativos a cada ano para preços atuais, sendo possível assim comparar o real poder de compra dos salários ao longo do tempo. Assim, a fim de atualizar o salário do ano em questão para valores correntes de dezembro de 2010: : o valor do salário mínimo de cada ano em questão, atualizado para valores de 2010. : valor nominal do salário mínimo praticado em dezembro do ano em questão. Fonte: site do Ministério do Trabalho e emprego Multiplicador de Unificação Monetária mensal do Banco Central, para o mês de dezembro do ano trabalhado, que consiste em um índice que converte o valor da moeda corrente para o Real, do Sistema de Séries Temporais do Banco Central.
  • 18. 21 : Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, relativo ao ano e mês base, dezembro de 2010. : Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do mês de dezembro de cada ano em qual se está abordando. Com o intuito de se calcular uma média salarial para cada setor de interesse, foi utilizada a seguinte equação: : Média salarial de certo setor em valores corrigidos pela inflação. : Soma dos salários mínimos recebidos pelos trabalhadores do setor relevante em cada ano. : salário mínimo do ano em valores referentes a preços de 2010, resultado da equação anterior (1) de atualização de valores. : número de trabalhadores de cada setor estudado ano em questão.
  • 19. 22 4 ANÁLISES DOS RESULTADOS 4.1 ANÁLISE DE EMPREGOS E EMPREGOS POR SETOR ECONÔMICO Pela visualização dos dados da tabela 1 de números de empregados por setor econômico dos anos 1985 ao de 2010, construída a partir dos dados da Rais – Relação Anual de Informações Sociais – do Ministério do Trabalho e Emprego, faz- se possível a análise dos principais grandes setores de atividade econômica: Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços. A partir dos dados dessa tabela nota-se que nos meados da década de 80 era alto o número de empregos no setor industrial da cidade de Ipatinga, e que com certeza a ampla maioria pertencente à empresa Usiminas. Já do ano 1988 em diante, tem início uma diminuição desses postos de trabalho, devido à política de aumento de eficiência com as práticas de enxugamento de postos de emprego. Isso porque a empresa estava buscando uma organização mais moderna comparativamente às outras estatais. E ainda por uma necessidade de adequação prévia para o processo privatizante, que envolvia uma melhora da eficácia, da produtividade e a limitação do contingente de funcionários. Como resultado de tal processo, advém uma drástica diminuição de quase três mil funcionários nesse setor do ano de 1987, quando havia 17.082 empregados passando para 14.290 em 1988. Por outro lado, um aumento tão expressivo quanto, se deu no setor de serviços de 1986 para 1987, apoiando a tese de que antigos funcionários, algumas vezes aposentados, se reposicionaram como prestadores de serviços e outra boa parcela em empresas terceirizadas atuando na própria Usiminas. E foram registrados aumentos, apesar de menos expressivos, na seção do comércio. A composição percentual dos diversos setores começa a se reformular, com a queda da ampla maioria do emprego na indústria e um crescimento da taxa no campo de serviços, fazendo com que os dois setores cheguem a níveis próximos de participação no total de postos de trabalho no começo dos anos 90. Não apenas na composição percentual, mas também as quantidades absolutas de empregos se tornam um tanto parecidas nesse período. Nos anos seguintes há uma estagnação na indústria, conservando o número de empregos que já havia sofrido uma redução em razão da privatização da Usiminas em 1991.
  • 20. 23 Tabela 1 – Número de Empregados por setor no município de Ipatinga INDÚSTRIA CONSTRUÇÃO COMÉRCIO SERVIÇOS AGROPECUÁRIA OUTROS/IGNORADO TOTAL CIVIL 1985 16152 45.53% 4519 12.74% 3047 8.59% 11745 33.11% 5 0.01% 9 0.03% 35477 1986 16733 49.02% 3108 9.10% 3674 10.76% 10527 30.84% 24 0.07% 71 0.21% 34137 1987 17082 44.36% 2817 7.32% 3750 9.74% 14451 37.53% 1 0.00% 405 1.05% 38506 1988 14130 40.51% 1483 4.25% 3885 11.14% 14924 42.79% 0 0.00% 457 1.31% 34879 1989 14290 35.20% 3562 8.77% 4322 10.64% 17866 44.00% 11 0.03% 551 1.36% 40602 1990 13682 37.46% 2683 7.35% 4143 11.34% 14973 40.99% 22 0.06% 1023 2.80% 36526 1991 13833 37.54% 3028 8.22% 4365 11.85% 14121 38.33% 19 0.05% 1479 4.01% 36845 1992 13500 37.56% 2868 7.98% 3739 10.40% 14271 39.71% 30 0.08% 1534 4.27% 35942 1993 13602 34.67% 2702 6.89% 4254 10.84% 14554 37.10% 41 0.10% 4076 10.39% 39229 1994 14565 37.15% 4623 11.79% 4662 11.89% 14853 37.88% 87 0.22% 420 1.07% 39210 1995 14907 37.14% 5071 12.63% 5711 14.23% 14195 35.36% 56 0.14% 201 0.50% 40141 1996 15143 37.20% 4660 11.45% 5808 14.27% 14959 36.75% 93 0.23% 43 0.11% 40706 1997 15875 37.16% 5823 13.63% 6537 15.30% 14385 33.67% 92 0.22% 9 0.02% 42721 1998 15466 35.38% 4933 11.28% 7835 17.92% 15369 35.15% 115 0.26% 1 0.00% 43719 1999 15304 34.06% 5454 12.14% 8177 18.20% 15900 35.39% 98 0.22% 0 0.00% 44933 2000 15143 33.10% 4867 10.64% 8518 18.62% 17073 37.31% 155 0.34% 0 0.00% 45756 2001 15213 31.32% 6675 13.74% 9033 18.60% 17502 36.03% 150 0.31% 0 0.00% 48573 2002 14447 30.44% 4760 10.03% 9740 20.52% 18244 38.44% 271 0.57% 0 0.00% 47462 2003 14888 30.02% 5041 10.16% 10409 20.99% 19091 38.49% 171 0.34% 0 0.00% 49600 2004 15900 29.72% 5717 10.69% 11507 21.51% 20073 37.52% 300 0.56% 0 0.00% 53497 2005 16257 27.97% 8410 14.47% 12529 21.56% 20666 35.56% 256 0.44% 0 0.00% 58118 2006 17996 30.03% 7224 12.06% 12874 21.49% 21170 35.33% 321 1.09% 0 0.00% 59920 2007 19535 30.69% 8414 13.22% 13461 21.15% 21854 34.33% 387 0.61% 0 0.00% 63651 2008 21692 31.81% 9126 13.38% 14618 21.44% 22457 32.93% 299 0.44% 0 0.00% 68192 2009 23421 33.37% 7299 10.40% 15002 21.37% 24048 34.26% 424 0.60% 0 0.00% 70194 2010 26192 32.60% 12061 15.01% 15826 19.70% 25928 32.27% 341 0.42% 0 0.00% 80348 FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011) FONTE: RAIS - Ministério do Trabalho e Emprego (2011) NOTA: Para o ano de 1999, para o setor INDÚSTRIA, e no ano de 2006 para AGRICULTURA, foi considerada a média dos anos anteriores e posteriores devido ao número fornecido pela Rais não ser condizente com o contexto.
  • 21. 24 Essa constância envolve todos os setores sendo quebrada apenas após o ano de 1994, em função da estabilidade econômica gerada com o Plano Real e do fim da tortuosa inflação da década anterior. Juntando a isso o crescimento e amadurecimento da economia do município, foi ocasionada uma retomada no aumento de funcionários no setor industrial, inédita desde o período do processo de privatização da usina. Além deste, os outros setores também começaram a apresentar razoável crescimento, em especial o comércio que até então não apresentava um aumento muito abundante em termos percentuais, mantendo um volume de empregados pouco superior em relação aos anos anteriores. A partir daí e do ano de 1998 em diante, tem início um constante crescimento nos postos de trabalho dos vários setores em questão. Após o ano de 2003 inicia-se uma forte e estável evolução do número de empregos em todos os setores de atividades da cidade. Provavelmente em razão do crescimento da economia nacional, com o fortalecimento do mercado interno aliado a uma conjuntura internacional positiva de também crescimento econômico, como o da China, representando os maiores indicadores de aumento de Produto Interno Bruto. Importante notar que o setor que teve o mais intenso progresso foi o industrial, que pode ser explicado por todo esse ambiente favorável e o alto preço das commodities, sobretudo o aço e o minério de ferro, produtos da Usiminas. Do ano de 2003 a 2010 os setores de Serviços, Comércio e Construção Civil apresentaram crescimento da ordem de cerca de 5 mil empregados cada um, enquanto o da Indústria proporcionou sozinho um crescimento de praticamente 10 mil funcionários ao longo desse mesmos período. Com isso, a Usiminas passou dos 16 mil postos de trabalho – o mesmo nível da década de 80 – para aproximadamente 26 mil, índice muito superior e inédito até então. Desta forma, o montante de funcionários da indústria alcançou um patamar superior ao do longínquo período anterior à privatização, como mostrado mais claramente pelo gráfico 1. Sendo uma evidência de que a cidade e essa atividade econômica superaram algumas das potenciais desvantagens da desestatização de sua empresa siderúrgica, seu principal agente econômico.
  • 22. 25 INDÚSTRIA 30000 25000 20000 15000 INDÚSTRIA 10000 5000 0 GRÁFICO 1 - Número de Empregos da Indústria em Ipatinga FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011) Devido ao fato de a divisão “Indústria” abranger muitos tipos de atividades distintas à da siderúrgico-metalúrgica concernente a Usiminas, pode não ficar muito exato se foi preponderantemente nesse ramo industrial que houve o crescimento anteriormente mencionado. Por esse motivo, examinaram-se dados com os números de empregados em específicas seções do setor de indústrias. Construindo assim, a tabela 2, com um detalhamento mais minucioso das atividades no período daquele admirável crescimento do ano de 2003 ao de 2010. Ao ponderar sobre essa tabela, fica evidente que o setor metalúrgico, que inclui a siderurgia e, por conseguinte a própria Usiminas, é o de superior magnitude e ainda apresenta a maior elevação. Como pode ser visualizado no gráfico 2. Imprescindível ressaltar que o grupo “Indústria Metalúrgica” apresenta um crescimento de aproximadamente 100% na quantia de trabalhadores ao longo desses sete anos em questão. Ao se comparar a tabela 2 com a tabela 1 é possível notar ainda que a evolução de empregos na particular seção metalúrgica apresentou uma maior taxa de crescimento que a do setor Industrial como um todo. Se o conjunto da indústria percebeu aumento na casa de 75%, individualmente o setor da indústria
  • 23. 26 metalúrgico-siderúrgica atingiu o dobro do número de funcionários em 2010 em relação aos de 2003. No trabalho de Souza e Carvalho Neto (2009), afirmou-se que os empregados remanescentes dos desligamentos da Usiminas se remanejariam para o setor de serviços, entretanto ao longo dos anos o setor que apresentou maior crescimento, tanto em participação ante os demais quanto em números absolutos, foi na verdade o comercial. Tal setor foi por muito tempo bem diminuto comparado aos principais, industrial e serviços, contudo foi aumentando de forma estável alcançando um número comparável e aproximadamente próximo a esses setores, culminando de tal modo em uma forte participação na composição do mercado de trabalho. Essa situação e a magnitude da participação dos demais setores pode ser observado no gráfico 3. 30000 IND CALCADOS 25000 IND TEXTIL IND QUIMICA 20000 BOR FUM COUR PAPEL E GRAF 15000 MAD E MOBIL MAT TRANSP ELET E COMUN 10000 IND MECANICA IND METALURG 5000 MIN NAO MET EXTR MINERAL 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 GRÁFICO 2 - Composição dos Subsetores Industriais FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
  • 24. 27 100% 90% 80% 70% OUTROS/IGN 60% AGROPECUÁRIA 50% SERVICOS COMÉRCIO 40% CONSTRUÇÃO CIVIL 30% INDÚSTRIA 20% 10% 0% 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 GRÁFICO 3 - Composição Setorial de Empregos FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
  • 25. 28 Tabela 2 - Número de Empregados por Subsetor 2003 - 2010 Subsetor 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 EXTRAÇÃO 62 0.13% 57 0.11% 59 0.10% 67 0.11% 70 0.11% 69 0.10% 64 0.09% 66 0% MINERAL MINERAIS NÃO 137 0.28% 135 0.25% 147 0.25% 226 0.38% 302 0.47% 331 0.49% 312 0.44% 324 0% METÁLICOS INDÚSTRIA 11517 23.22% 12591 23.54% 12713 21.87% 13433 22.42% 15164 23.82% 16715 24.51% 20030 28.54% 22631 28% METALURGICA IND MECANICA 112 0.23% 92 0.17% 76 0.13% 687 1.15% 958 1.51% 1359 1.99% 340 0.48% 364 0% ELÉTRICA E 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 3 0.00% 7 0.01% 9 0% COMUNICAÇOES MATERIAL 27 0.05% 9 0.02% 9 0.02% 12 0.02% 16 0.03% 13 0.02% 18 0.03% 22 0% TRANSPORTE MADEIRA E 380 0.77% 209 0.39% 221 0.38% 216 0.36% 176 0.28% 160 0.23% 162 0.23% 168 0% MOBÍLIA PAPEL E 128 0.26% 174 0.33% 163 0.28% 188 0.31% 209 0.33% 276 0.40% 269 0.38% 256 0% GRÁFICA BORRACHA 181 0.36% 274 0.51% 350 0.60% 284 0.47% 297 0.47% 223 0.33% 227 0.32% 298 0% FUMO COURO INDÚSTRIA 134 0.27% 202 0.38% 235 0.40% 296 0.49% 317 0.50% 327 0.48% 314 0.45% 280 0% QUÍMICA INDÚSTRIA 800 1.61% 885 1.65% 925 1.59% 987 1.65% 891 1.40% 1021 1.50% 939 1.34% 1017 1% TÊXTIL INDÚSTRIA 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 1 0.00% 8 0.01% 8 0.01% 3 0.00% 5 0% CALÇADOS ALIMENTOS E 746 1.50% 820 1.53% 909 1.56% 1128 1.88% 618 0.97% 682 1.00% 731 1.04% 687 1% BEBIDAS SERVIÇO 664 1.34% 452 0.84% 450 0.77% 471 0.79% 509 0.80% 505 0.74% 5 0.01% 65 0% UTILIDADE PÚBLICA CONSTRUÇÃO 5041 10.16% 5717 10.69% 8410 14.47% 7224 12.06% 8414 13.22% 9126 13.38% 7299 10.40% 12061 15% CIVIL COMÉRCIO 9510 19.17% 10346 19.34% 11403 19.62% 11861 19.79% 12376 19.44% 13517 19.82% 13796 19.65% 14553 18% VAREJO COMÉRCIO 899 1.81% 1161 2.17% 1126 1.94% 1013 1.69% 1085 1.70% 1101 1.61% 1206 1.72% 1273 2% ATACADO INSTITUIÇOES 573 1.16% 496 0.93% 547 0.94% 656 1.09% 743 1.17% 754 1.11% 825 1.18% 897 1% FINANCEIRAS
  • 26. 29 ADMINISTRAÇÃO 3720 7.50% 3644 6.81% 3751 6.45% 3306 5.52% 3746 5.89% 3744 5.49% 4051 5.77% 4976 6% TÉCNICA PROFISSIONAL TRAN E COMUM 2071 4.18% 1978 3.70% 2099 3.61% 1902 3.17% 1863 2.93% 2122 3.11% 2162 3.08% 2279 3% ALOJAMENTO 4005 8.07% 4169 7.79% 4279 7.36% 4729 7.89% 4697 7.38% 4881 7.16% 5277 7.52% 5526 7% COMUNICAÇÕES MEDICA 2529 5.10% 3385 6.33% 3186 5.48% 3239 5.41% 3522 5.53% 3705 5.43% 3784 5.39% 3849 5% ODONTOLÓGICA VETERINÁRIA ENSINO 1292 2.60% 1342 2.51% 1558 2.68% 1897 3.17% 2163 3.40% 2336 3.43% 2191 3.12% 2603 3% ADMINISTRAÇÃO 4901 9.88% 5059 9.46% 5246 9.03% 5441 9.08% 5120 8.04% 4915 7.21% 5758 8.20% 5798 7% PÚBLICA AGRICULTURA 171 0.34% 300 0.56% 256 0.44% 656 1.09% 387 0.61% 299 0.44% 424 0.60% 341 0% OUTROS/ 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 0 0.00% 0 0% IGNNORADO TOTAL 49600 53497 58118 59920 63651 68192 70194 80348 FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011) FONTE: RAIS - Ministério do Trabalho e Emprego (2011)
  • 27. 30 4.2 ANÁLISE DE EMPREGOS POR NÍVEL EDUCACIONAL Utilizando a tabela 3 e o gráfico 4 da “Quantidade de Trabalhadores por Grupos Educacionais”, composição educacional dos trabalhadores, pode-se inferir que na década de 80 a maior parte da força trabalhadora da cidade era composta por indivíduos que apresentavam escolaridade apenas até o Ensino Fundamental. A maioria, por volta de 20%, possuía o quinto ano completo do ensino fundamental. Por volta de 15% tinham apenas até o quinto ano incompleto do ensino fundamental, enquanto outra parcela perto de 15% possuía do sexto ao nono ano do ensino fundamental. 100% 90% IGNORADO 80% DOUTORADO 70% MESTRADO SUP COMP 60% SUP INCOMP 50% MEDIO COMPL MEDIO INCOMP 40% FUND COMPL 30% 6 A 9 FUND 5A CO FUND 20% ATE 5A INC 10% ANALFABETO 0% 86 88 90 92 94 96 98 2000 2002 2004 2006 2008 2010 GRÁFICO 4 – Quantidade de Trabalhadores por Grupos Educacionais FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
  • 28. 31 TABELA 3 – Grau de Instrução por setor do município de Ipatinga GRAU ANALFA ATE 5ª 5ª FUNDA 6A9 FUNDA MÉDIO MÉDIO SUPERIOR SUPERIOR MESTRE DOUTOR IGNO TOTAL INSTRU BETO INCOMPLETO MENTAL FUNDA MENTAL INCOM COM INCOM COMPLETO RADO ÇÃO COMPLETO MENTAL COMPLETO PLETO PLETO PLETO 1985 1774 4817 6992 6204 4358 3451 2310 248 5213 0 0 110 35477 5.00% 13.58% 19.71% 17.49% 12.28% 9.73% 6.51% 0.70% 14.69% 0.00% 0.00% 0.31% 100% 1986 1774 4817 6992 6204 4358 3451 2310 248 5213 0 0 110 35477 5.00% 13.58% 19.71% 17.49% 12.28% 9.73% 6.51% 0.70% 14.69% 0.00% 0.00% 0.31% 1987 750 5487 8019 6870 4715 2926 3102 257 1637 0 0 374 34137 2.20% 16.07% 23.49% 20.12% 13.81% 8.57% 9.09% 0.75% 4.80% 0.00% 0.00% 1.10% 1988 1074 6010 8677 7251 5209 3109 4164 384 2168 0 0 460 38506 2.79% 15.61% 22.53% 18.83% 13.53% 8.07% 10.81% 1.00% 5.63% 0.00% 0.00% 1.19% 1989 830 5152 7067 6982 4918 2903 4338 368 2121 0 0 200 34879 2.38% 14.77% 20.26% 20.02% 14.10% 8.32% 12.44% 1.06% 6.08% 0.00% 0.00% 0.57% 1990 537 5506 9062 9087 5663 3380 4536 400 2254 0 0 177 40602 1.32% 13.56% 22.32% 22.38% 13.95% 8.32% 11.17% 0.99% 5.55% 0.00% 0.00% 0.44% 1991 367 4449 6864 9682 5053 3020 4459 466 2241 0 0 244 36845 1.00% 12.07% 18.63% 26.28% 13.71% 8.20% 12.10% 1.26% 6.08% 0.00% 0.00% 0.66% 1992 617 3882 6678 8930 4982 3126 4550 450 2448 0 0 279 35942 1.72% 10.80% 18.58% 24.85% 13.86% 8.70% 12.66% 1.25% 6.81% 0.00% 0.00% 0.78% 1993 665 3656 7271 10110 5563 3393 5089 504 2686 0 0 292 39229 1.70% 9.32% 18.53% 25.77% 14.18% 8.65% 12.97% 1.28% 6.85% 0.00% 0.00% 0.74% 1994 672 4282 7305 9650 5472 3320 5348 519 2608 0 0 34 39210 1.71% 10.92% 18.63% 24.61% 13.96% 8.47% 13.64% 1.32% 6.65% 0.00% 0.00% 0.09% 1995 840 5411 6219 9807 5144 3734 5313 654 2779 0 6 110 40141 2.09% 13.48% 15.49% 24.43% 12.81% 9.30% 13.24% 1.63% 6.92% 0.31% 0.01% 0.27% 1996 707 3704 7377 8740 5730 3947 7065 619 2599 0 0 218 40706 1.74% 9.10% 18.12% 21.47% 14.08% 9.70% 17.36% 1.52% 6.38% 0.00% 0.00% 0.54% 1997 676 4185 6507 9656 6169 4283 7649 683 2892 0 0 21 42721 1.58% 9.80% 15.23% 22.60% 14.44% 10.03% 17.90% 1.60% 6.77% 0.00% 0.00% 0.05% 1998 627 3401 4907 10661 6866 5067 8678 729 2769 0 0 14 43719 1.43% 7.78% 11.22% 24.39% 15.70% 11.59% 19.85% 1.67% 6.33% 0.00% 0.00% 0.03% 1999 679 3869 5541 10286 8629 6325 11824 952 3515 0 0 0 51620
  • 29. 32 1.32% 7.50% 10.73% 19.93% 16.72% 12.25% 22.91% 1.84% 6.81% 0.00% 0.00% 0.00% 2000 596 3250 5010 8742 7748 5810 10916 798 2886 0 0 0 45756 1.30% 7.10% 10.95% 19.11% 16.93% 12.70% 23.86% 1.74% 6.31% 0.00% 0.00% 0.00% 2001 810 3080 5247 9063 7833 5982 12687 835 3036 0 0 0 48573 1.67% 6.34% 10.80% 18.66% 16.13% 12.32% 26.12% 1.72% 6.25% 0.00% 0.00% 0.00% 2002 533 2575 3750 8156 8124 6059 14126 814 3325 0 0 0 47462 1.12% 5.43% 7.90% 17.18% 17.12% 12.77% 29.76% 1.72% 7.01% 0.00% 0.00% 0.00% 2003 237 2173 4158 8154 8089 6140 15688 866 4095 0 0 0 49600 0.48% 4.38% 8.38% 16.44% 16.31% 12.38% 31.63% 1.75% 8.26% 0.00% 0.00% 0.00% 2004 229 2166 3886 8574 8742 6555 17958 1032 4355 0 0 0 53497 0.43% 4.05% 7.26% 16.03% 16.34% 12.25% 33.57% 1.93% 8.14% 0.00% 0.00% 0.00% 2005 265 1862 4578 8004 9977 6859 20550 1168 4855 0 0 0 58118 0.46% 3.20% 7.88% 13.77% 17.17% 11.80% 35.36% 2.01% 8.35% 0.00% 0.00% 0.00% 2006 228 1631 3192 8237 10083 7172 22735 1334 5220 85 3 0 59920 0.38% 2.72% 5.33% 13.75% 16.83% 11.97% 37.94% 2.23% 8.71% 0.14% 0.01% 0.00% 2007 206 1633 3203 8161 10440 7660 24917 1607 5693 120 11 0 63651 0.32% 2.57% 5.03% 12.82% 16.40% 12.03% 39.15% 2.52% 8.94% 0.19% 0.02% 0.00% 2008 232 1568 3259 8031 9778 8001 29318 1733 6115 147 10 0 68192 0.34% 2.30% 4.78% 11.78% 14.34% 11.73% 42.99% 2.54% 8.97% 0.22% 0.01% 0.00% 2009 257 1709 2862 6989 9112 8812 31699 1809 6765 154 26 0 70194 0.37% 2.43% 4.08% 9.96% 12.98% 12.55% 45.16% 2.58% 9.64% 0.22% 0.04% 0.00% 2010 220 2481 3493 7531 9726 9348 37297 2369 7599 234 50 0 80348 0.27% 3.09% 4.35% 9.37% 12.10% 11.63% 46.42% 2.95% 9.46% 0.29% 0.06% 0.00% FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da RAIS – Ministério do Trabalho (2011)
  • 30. 33 Já do ano de 1991 em diante, começa um aumento e preponderância do conjunto dos trabalhadores com Sexto ano do Ensino Fundamental ao Nono ano, além de um significativo aumento dos funcionários com Ensino Médio completo e com Ensino Superior completo e incompleto. O levantamento condiz com a teoria de que, com o processo de privatização ocorrido no mesmo ano, a empresa ao se modernizar buscaria funcionários com maior grau educacional e mais preparados para uma estrutura organizacional mais dinâmica e eficiente. Incluindo ainda ao conjunto de empresas do mercado buscar também uma maior eficiência, dada a nova economia aberta ao mercado externo. A partir de então, nota-se uma constante diminuição do número de indivíduos com os mais baixos graus de instrução, com os grupos de “até o quinto ano do Ensino Fundamental” e “com quinto ano completo do Ensino Fundamental” perdendo cada vez mais sua participação no total. Principalmente na entrada dos anos 2000 cedendo espaço, cada vez mais, aos grupos de “Ensino Fundamental Completo” e principalmente “Ensino Médio Completo”, além de aumentos consideráveis nos grupos de nível superior de ensino. Em 2010, o conjunto de “Ensino Médio Completo” abrangia praticamente metade de toda a população trabalhadora. E, notavelmente, significativa quantidade de indivíduos com títulos de Mestrado e Doutorado que em anos anteriores eram ínfimos. Os avanços na escolaridade e nos títulos podem ser explicados pelo avanço do processo educacional nas últimas décadas e pela demanda cada vez maior do mercado por trabalhadores com alto grau de especialização.
  • 31. 34 4.3 ANÁLISE DE SALÁRIO POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA Analisando a tabela 4 e o gráfico 5 dos salários médios per capita dos diferentes setores da cidade de Ipatinga, é possível ter uma noção global da evolução dos rendimentos ao longo do tempo em cada setor estudado e fazer uma comparação entre estes. O ponto mais aparente é o de que o salário do setor industrial foi sempre o maior entre os quatro grupos em qualquer ano observado, indicando sua importância como maior gerador de receita para o município. Ao contrário do que poderia sugerir a literatura sobre a desestatização acerca dos salários, não há um indício de diminuição dos salários globais no setor logo após a privatização. Desde 1986 até os anos seguintes à Privatização (em 1991) a média dos salários se mantém oscilando em torno dos R$ 3.000,00. À propósito, tal montante representa um valor bem alto ao se comparar com os outros setores da economia, significando quase o triplo do valor do segundo setor de maior salário, o de serviços. Nos anos de maior amplitude entre tais, é aproximadamente seis vezes o do setor de comércio, por exemplo. Assim, constata- se o poder de geração de renda da indústria para a economia local, como era de se esperar pela teoria pertinente ao tema. Porém, a partir de 1996 há um estável declínio no montante dos proveitos do grupo indústria, culminando em grande diferença entre os salários dos anos inicias e finais da amostra, gerando então uma razoável diminuição de sua importância, causada também pelo aumento dos rendimentos dos outros setores. O comércio, que nos anos iniciais remunerava muito aquém aos demais, passou a crescer sobretudo após 2005, diminuindo essa amplitude ante aos demais grupos. Adotando em conjunto o tema dos salários e o da evolução do número de trabalhadores, conclui-se que houve crescimento na quantidade de pessoas empregadas e que foram gerados aumentos reais nos valores recebidos pelos diversos setores de atividade econômica, excetuando-se o da indústria. Apesar disso, o resultado final é um tanto quanto dúbio. Já que por outro lado, observa-se que o salário industrial era bem maior que os demais e foi sofrendo aguda contração ao longo do tempo. Contrabalanceando de certa forma o efeito positivo do aumento do número de empregos percebido pelo estudo.
  • 32. 35 R$ 4,500.00 R$ 4,000.00 R$ 3,500.00 R$ 3,000.00 R$ 2,500.00 INDUSTRIA CONSTR CIVIL R$ 2,000.00 COMERCIO R$ 1,500.00 SERVICOS R$ 1,000.00 R$ 500.00 R$ - GRÁFICO 5 - Salários Médios FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011) Para completar, inicialmente a maior parte do número de empregos se dava no setor industrial. Todavia, foi ocorrendo de modo progressivo um deslocamento para os outros setores, decorrendo em uma configuração em que o setor de serviços abrange parcelas muito semelhantes de participação. E o comércio e a construção civil, parcelas muito mais relevantes do que outrora. O que resulta em uma menor renda se comparado à suposição de que o aumento absoluto nos números de empregos se desse na mesma estrutura anterior de participação prioritariamente industrial, já que superior quantia da população auferiria os maiores salários médios.
  • 33. 36 Tabela 4 - Salário Médio por Setor Ano INDÚSTRIA CONSTRUÇÃO COMÉRCIO SERVIÇOS CIVIL 1985 R$ 3,011.50 R$ 1,162.46 R$ 627.66 R$ 1,158.19 1986 R$ 2,964.95 R$ 887.46 R$ 549.81 R$ 986.59 1987 R$ 2,759.28 R$ 928.96 R$ 507.42 R$ 1,073.45 1988 R$ 4,068.03 R$ 918.99 R$ 573.31 R$ 1,259.10 1989 R$ 3,337.58 R$ 905.55 R$ 615.93 R$ 1,420.67 1990 R$ 2,489.82 R$ 694.32 R$ 450.09 R$ 1,101.51 1991 R$ 4,072.96 R$ 1, 387.13 R$ 608.76 R$ 1,392.46 1992 R$ 2,901.14 R$ 737.67 R$ 420.30 R$ 1,111.86 1993 R$ 2,893.00 R$ 794.28 R$ 453.23 R$ 720.13 1994 R$ 2,978.72 R$ 881.95 R$ 476.71 R$ 1,191.02 1995 R$ 3,153.62 R$ 964.98 R$ 578.72 R$ 1,494.11 1996 R$ 2,669.55 R$ 890.98 R$ 578.01 R$ 1,263.23 1997 R$ 2,433.34 R$ 951.39 R$ 596.49 R$ 1,290.61 1998 R$ 2,227.71 R$ 866.11 R$ 606.80 R$ 1,350.86 1999 R$ 2,349.54 R$ 779.34 R$ 600.03 R$ 1,187.76 2000 R$ 1,929.86 R$ 749.15 R$ 569.58 R$ 1,155.42 2001 R$ 1,857.48 R$ 839.05 R$ 627.98 R$ 1,140.63 2002 R$ 2,133.81 R$ 864.22 R$ 556.62 R$ 1,078.40 2003 R$ 2,135.82 R$ 874.37 R$ 562.84 R$ 1,063.90 2004 R$ 2,622.78 R$ 864.48 R$ 583.87 R$ 1,100.40 2005 R$ 2,129.63 R$ 926.09 R$ 619.47 R$ 1,101.91 2006 R$ 2,462.27 R$ 930.75 R$ 661.58 R$ 1,193.79 2007 R$ 2,362.88 R$ 952.07 R$ 733.14 R$ 1,232.53 2008 R$ 2,655.42 R$ 1,142.16 R$ 747.57 R$ 1,202.02 2009 R$ 2,165.04 R$ 1,148.42 R$ 812.69 R$ 1,307.39 2010 R$ 2,309.32 R$ 1,496.83 R$ 835.54 R$ 1,374.46 FONTE: Elaboração do autor a partir de dados da Rais (2011)
  • 34. 37 5 CONCLUSÃO O atual estudo teve o intuito de agregar conhecimento sobre o universo econômico da cidade de Ipatinga, em Minas Gerais. Sendo um caso específico, mas que pode servir para exemplificar parte de uma tese macroeconômica elabora envolvendo diferentes temas. A literatura econômica nos apresenta diversos modelos e abordagens sobre o tema de empresas estatais e sua antagonista privatização com toda a característica competitiva do setor privado. Se por um lado, há toda a discussão sobre a eficiência do Estado-empresário e do monopólio natural, por outro, os efeitos concretos e localizados serão os que realmente importarão para ratificar as suposições da teoria. Por tais razões e pelo interesse em se estudar os aspectos da economia regional. Além disso, o estudo teve a finalidade de entender melhor as conseqüências de tão intensa modificação que representa a desestatização de uma grande empresa de tanta importância para uma cidade de médio porte. Pelas anteriores análises ficou claro que com o plano de privatização da Usiminas, o emprego diminuiu no processo de enxugamento de postos precedente. E após isso, a criação de empregos em seu setor e subsetores ficou estagnada. No entanto, assim como indicava a literatura consultada, ocorreu um deslocamento do número de empregos para outros setores. Foram consideráveis os crescimentos nos setores da construção civil, comércio e serviços. Em especial nos anos seguintes ao de 1997, em que o ramo industrial apresentava baixas mudanças enquanto os referidos setores geraram novas vagas com intensidade. De 2003 em diante, a situação começou a se modificar. Os setores de atividades terciárias continuam a incrementar o número de empregos, porém é a indústria que passa a ter as maiores percentagens de ampliação no quadro de funcionários, apresentando um cenário ainda não exposto pela literatura sobre a cidade. E ainda, questionando as publicações que previam apenas contrações no que concerne ao número de trabalhadores da indústria. No que diz respeito ao nível educacional do conjunto de trabalhadores, houve um intenso aperfeiçoamento da força trabalhadora da cidade. Em grande parte pode ser explicado pela elevação do nível educacional no Brasil, e a cada vez
  • 35. 38 maior exigência do mercado por mão-de-obra qualificada. De qualquer forma, indica que a economia ipatinguense acompanhou essa evolução educacional. Sendo assim possivelmente, um indicador de que o supracitado crescimento do montante de postos de trabalho se deu em empregos de, ao menos, nível melhor que subemprego. Como foi examinado no quesito da remuneração média, ocorreram drásticas variações no padrão dos valores pecuniários recebidos por todos os setores estudados; Indústria, Construção Civil, Comércio e Serviços. Especificamente na atividade indústria incidiu uma retração no salário médio, explicado pelo fato de que era típico de uma estatal conceder maiores benefícios que o setor privado. Todavia, salvo este setor, todos os demais apresentaram uma evolução positiva em termos de ganhos monetários em média. Chegando assim a uma conjectura em que um setor, a propósito o de maior relevância econômica, aufere uma situação inferior no sentido de benefícios monetários para seus funcionários que, no entanto, é contrabalanceada por aumentos em sua extensão de efetivo de trabalhadores. Pesando ainda mais, tanto a ampliação no quesito quantidade de trabalhadores em todos os grandes setores verificados, como pelos incrementos nas remunerações monetárias desses setores. Agregando o total dos efeitos incididos em Ipatinga, decorrentes do processo de privatização e do desenvolvimento sócio-econômico do Brasil, conclui-se que os setores da cidade, excetuando-se o industrial, atingiram um melhor nível de bem- estar social, ao se levar em conta apenas os elementos examinados. Isso em função de a população prejudicada, que seria dos funcionários da Usiminas nos tempos anteriores a privatização que sofreram contração de seus salários médios, representaria uma menor parcela em relação à totalidade de trabalhadores. Já que um elevado plantel de funcionários foi acrescentado ao quadro da empresa e dos demais setores, e que nesses outros setores, além disso, os empregados tiveram ganhos na média salarial. Culminando assim, em uma superior situação econômica social do município comparada à fase estatal de sua principal empresa. Levando em conta que este estudo enfocou apenas as características do mercado de trabalho, seria interessante que futuros trabalhos buscassem mensurar o crescimento do PIB, as mudanças nas quantidades de estabelecimentos de
  • 36. 39 negócios dos vários segmentos e a evolução das arrecadações tributárias municipais. A fim de incluir outros fatores econômicos, aperfeiçoando assim, o entendimento da evolução da economia da cidade. E ainda, para se contextualizar a situação particular do mercado de trabalho ipatinguense, seria importante calcular os salários médios de cada setor em outras cidades ou regiões, tornando possível uma comparação mais abrangente.
  • 37. 40 6 REFERÊNCIAS ANDRADE, M. L. et al. Impactos da Privatização no setor siderúrgico. BNDES, Jan. 2001. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema de Gerenciamento de Séries Temporais Fonte: <http://www.bcb.gov.br/?SERIETEMP> BRENE, P. R. A. et al. Estimativa da matriz de insumo-produto do Município de São Bento do Sul no Estado de Santa Catarina. In: ANPEC SUL, 13, 2010, Porto Alegre. CAMARGOS, S. P., DE PAULA, G.M. Competitividade e privatização: o caso da siderurgia brasileira. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, v.2, n.5, p17-26, 1997. CHIARI, J. R. P., DUARTE FILHO, F.C. Características Estruturais da Economia Mineira. Cadernos BDMG, n.4. Belo Horizonte, BDMG, 2002. DOMINGUES, E. P., HADDAD, E. A. Matriz Inter-regional de Insumo-produto Minas Gerais/Resto do Brasil: Estimação e Extensão para Exportações. In: X Seminário sobre a Economia Mineira, 2002, Diamantina. Anais do X Seminário sobre a Economia Mineira, 2002. FIRME, V. A. C. VASCONCELOS, C.R. F. O setor siderúrgico nacional: uma análise inter-regional de insumo produto para período de 1999 a 2002. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS REGIONAIS E URBANOS (ABER), 38, 2009, São Paulo. GOMES, C; AIDAR. O; VIDEIRA, R. Fusões, aquisições e lucratividade: uma análise do setor siderúrgico brasileiro. Economia, v. 7, n. 4, p.143-163, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Índices de Preços ao Consumidor - IPCA e INPC. Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca- inpc_201109_1.shtm>
  • 38. 41 MOREIRA, M. NAJBERG, S. O Impacto da Abertura Comercial sobre o Emprego: 1990-1997. In: GIAMBIAGI, F., MESQUITA, M. A Economia Brasileira nos Anos 90. Rio de Janeiro. BNDES. 1999. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO ( MTE). Rais (Relação Anual de Informações Sociais). Fonte: Portal de Estatísticas - Sistema On-Line Rais/Caged: <http://sgt.caged.gov.br/XOLAPW.dll/pamLoginMTE?lang=0> Salário Mínimo: Fonte: <http://portal.mte.gov.br/sal_min/> MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). Emprego e Renda – Salário mínimo. Fonte: <http://portal.mte.gov.br/sal_min/> PAULA, G. M de. Avaliação do processo de privatização da siderurgia brasileira. Revista de Economia Política, v. 17, n. 2, p. 92-109, 1997. PINHEIRO, A.C. (1996). Impactos Microeconômicos da Privatização. Pesquisa e Planejamento Econômico, 26 (3): 357-398. SESSO FILHO, U. A. et al . Interações sinérgicas e transbordamento do efeito multiplicador de produção das grandes regiões do Brasil. Econ. Apl., Ribeirão Preto, v. 10, n. 2, Jun. 2006 . SETTO, G. C.; BRASIL, G. H.; VIEIRA, W. da C. A Inserção do Setor Siderúrgico na Economia Capixaba: Uma Análise de Insumo-Produto. Revista de Economia e Agronegócio, Viçosa, v. 3, n. 1, p.121-147, 2005. SOARES, D. M. et al. O Desemprego na Região Metropolitana vale do aço. Revista On-line Unileste, Coronel Fabriciano, v. 2, jul. 2004. SOUZA, S. de; CARVALHO NETO, A. Reestruturação produtiva, trabalho e estratégias de desenvolvimento local à luz da teoria do novo regionalismo. Cadernos Ebape, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p.271-293, jun. 2009. WIEBUSCH, F. C. Estrutura Produtiva e Multiplicadores de Insumo-Produto do COREDE Vale do Taquari. Porto Alegre, 2007. 88 f. Dissertação (Mestrado) - PUC- RS.