SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 49
Baixar para ler offline
Vitamina D na Prevenção e no
Tratamento de Doenças Crônicas
Consequências de uma Pandemia Mundial
Cícero Galli Coimbra, MD, PHD
Professor Livre-Docente
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
Câmara dos Deputados – Distrito Federal
Comissão de Seguridade Social e Família
Pauta:
“Debater o Papel da vitamina D na saúde pública do Brasil”
20 de agosto de 2013
lupus eritematoso sistêmico – 1
(systemic lupus erythematosus)
lupus eritematoso sistêmico – 2
(systemic lupus erythematosus)
lupus eritematoso sistêmico – 3
(systemic lupus erythematosus)
psoríase – 1
(psoriasis)
psoríase – 2
(psoriasis)
vitiligo
efeitos na esclerose múltipla – 1
(effects on multiple sclerosis)
efeitos na esclerose múltipla – 2
(effects on multiple sclerosis)
efeitos na esclerose múltipla – 3
(effects on multiple sclerosis)
NRF, female, dob 03/21/1982
MRI (Flair Scan) March 14, 2011 MRI (Flair Scan) July 23, 2012
efeitos na esclerose múltipla – 4
(effects on multiple sclerosis)
NRF, female, dob 03/21/1982
MRI (T1, contrast) March 14, 2011 MRI (T1, contrast) July 23, 2012
efeitos na esclerose múltipla – 4
(effects on multiple sclerosis)
IMFF, female, dob 07/10/1952
MRI (flair) October, 2008 MRI (flair) January, 2013
efeitos na esclerose múltipla – 4
(effects on multiple sclerosis)
IMFF, female, dob 07/10/1952
MRI (flair) October, 2008 MRI (flair) January, 2013
Potencial terapêutico da vitamina D
para o controle das doenças
autoimunitárias
28 de maio de 2012
Potencial terapêutico da vitamina D
para a prevenção e o tratamento do
câncer
28 de maio de 2012
Potencial terapêutico da vitamina D
para a prevenção e o tratamento da
hipertensão
28 de maio de 2012
Potencial terapêutico da vitamina D
para a prevenção e o tratamento da
doença cardiovascular
28 de maio de 2012
Potencial terapêutico da vitamina D
para a prevenção e o tratamento do
diabetes
28 de maio de 2012
Potencial terapêutico da vitamina D
para a prevenção e o tratamento das
doenças infecciosas
28 de maio de 2012
A “vitamina” D é de fato uma substância
de potência hormonal que modula a
atividade de 10% do genoma humano
Genome Res. 2010 20: 1352-1360 doi:10.1101/gr.107920.110
Prevalência de doenças auto-imunitárias
aumenta com a distância da linha do equador
+
+
Níveis circulantes de calcidiol diminuem com a
distância da linha do equador
Vida urbana moderna & vitamina D
(200-600 UI versus 20.000 UI)
Efeito da migração do campo para a cidade
sobre a produção de vitamina D
A ativação da vitamina D3 não
ocorre apenas no rim, mas também
no sistema imunológico e no SNC
Colecalciferol (vitamina D3)
Calcidiol [25(OH)D3] (forma circulante)
Fígado 25-hidroxilase
Calcitriol [1,25(OH)2D3] (forma ativa)
Macrófago / Micróglia 1α-hidroxilase Secreção
autócrina e
parácrina
Além dos seus clássicos efeitos sobre o
metabolismo do cálcio, a vitamina D
possui efeitos sobre o sistema nervoso
Efeitos da vitamina D sobre o sistema nervoso
(neurotróficos, anti-inflamatórios e anti-oxidantes)
Deficiência de
Vitamina D
DepressãoConfinamento
Baixa
Exposição
Solar
William of Ockham – Princípio da Parcimônia
“Navalha de Occam”
O princípio da parcimônia estabelece que,
para encontrar-se a explicação mais
provável para o fenômeno que se
encontra em investigação, deve-se tomar
o menor número possível de hipóteses.
Qual a explicação mais provável para os
dados epidemiológicos geográficos e
temporais referentes às doenças auto-
imunitárias?
A bio-disponibilidade da vitamina D explica:
 a regra da linha do equador e a sua inversão ao comparar-
se Oslo com o norte da Noruega;
 as diferenças epidemiológicas entre as zonas montanhosas
e aquelas situadas próximas ao nível do mar;
 as diferenças epidemiológicas entre as zonas urbana e
rural;
 a redução da incidência das doenças auto-imunitárias
associada à dieta rica em peixes de águas frias;
 a relação inversa entre a severidade das doenças auto-
imunitárias e os níveis circulantes de vitamina D;
 a vulnerabilidade da população de raça negra às doenças
auto-imunitárias no hemisfério norte, contrastando com sua
resistência a essas doenças na África;
 a crescente incidência e prevalência das doenças auto-
imunitárias acompanhando a crescente urbanização da
civilização;
Equivalências
1 μg = 40 IU
8 ng/mL = 20 nmol/L  fator de conversão = 2,5
“Serum 25(OH)D can be expected to rise by about 1 ng/mL (2.5 nmol/L) for
every 100 IU (2,5 μg) of additional vitamin D each day.”
[Heaney, RP. Vitamin D in health and disease.
Clin J Am Soc Nephrol. 2008; 3(5):1535-41]
[Heaney RP, Davies KM, Chen TC, Holick MF, Barger-Lux MJ.
Am J Clin Nutr 2003; 77: 204–210.]
cholecalciferol 25(OH)D (nmol/L) 25(OH)D (ng/mL)
1,000 IU/day 12.0 ± 16.2 4.8 ± 6.8
5,000 IU/day 91.9 ± 37.6 36.76 ± 15.4
10,000 IU/day 159.4 ± 62.4 63.76 ± 24.96
Como ajustar a dose?
 Não é necessário o uso da forma ativa da vitamina D ou do
uso de seus análogos sintéticos: apenas o colecalciferol é
suficiente!
 A dose não é uniforme para todos os pacientes: varia de
20.000 UI por dia até 100.000 UI por dia e deve ser ajustada
de acordo com os resultados laboratoriais relativos ao
metabolismo do cálcio – resultados esses que refletem a
resistência à vitamina D secundária a polimorfismos
genéticos;
 São necessárias dosagens de cálcio sérico (total e
ionizado), paratormônio (PTH), uréia e creatinina e calciúria
de 24 horas a cada 2 meses;
 Dosagens adicionais de calciúria de 24 horas podem ser
solicitadas sempre que houver a queixa de sede (não “boca
seca”).
Portadores de doenças auto-imunitárias têm
polimorfismos da 1α-hidroxilase da vitamina D:
polimorfismos  resistência aos efeitos biológicos
Polimorfismos genéticos causam resistência
aos efeitos (imuno-moduladores) da vitamina D
Karolinska Institutet, Stockholm:
“…our results lend further support to the role of vitamin D in MS pathology.”
European Journal of Human Genetics (2010) 18, 1349–1352
A produção de calcitriol obedece à cinética da reação
enzimática (curva de saturação de Michaelis-Menten)
0.00
0.10
0.05
0.35
0.15
0.30
0.25
0.20
Velocidadedareação
Concentração do substrato
40003000200010000
Km
½ Vmax
Vmax
Como ajustar a dose?
PTH
Vit. D
Vit. D
PTH
Potencial terapêutico da vitamina D
para a esclerose múltipla
“A group of young patients having multiple sclerosis
was treated with dietary supplements containing
calcium, magnesium and vitamin D for a period of
one to two years. The experimental design
employed self-pairing: the response of each patient
was compared with his/her own case history as
control. The number of exacerbations observed
during the program was less than one half the
number expected from case histories.”
Vitamina D & atividade da doença:
esclerose múltipla
Vitamina D & atividade da doença:
esclerose múltipla
Runia, TF et al Neurology, 79, p.261-266, July 17, 2012
“With each doubling of the serum 25-OH-D
concentration the exacerbation rate
decreased by 27%”
Potencial terapêutico da vitamina D
para a esclerose múltipla
“Methods: 1 year, double blind, placebo controlled,
randomised study in 66 MS patients.”
“once weekly dose of 20,000 IU” “or 0.5 mg of vitamin D3”
“Patients in the vitamin D group showed fewer new T2 lesions
(p=0.286) and a significantly lower number of T1 enhancing
lesions (p=0.004), as well as a tendency to reduced disability
accumulation (p=0.071) and to improved timed tandem walk
(p=0.076).”
J Neurol Neurosurg Psychiatry, 83 (5), p.565-571, May 2012
Potencial terapêutico da vitamina D
para a esclerose múltipla
Methods: 1 year, double blind, placebo controlled, randomized study in 30
patients with optic neuritis.” “50,000 IU of vitamin D3 weekly”
Results: “Risk reduction was 68.4 % for the primary outcome in the
treatment group (relative risk = 0.316, p = 0.007). After 12 months, patients
in the treatment group had a significantly lower incidence rate of cortical,
juxtacortical, corpus callosal, new T2, new gadolinium enhancing lesions
and black holes.”
Conclusion: “The immunomodulatory effects of vitamin D3 can delay or
prevent future relapses in CIS (acute onset clinically isolated syndrome)
patients, even after the first demyelinative attack, thus reducing the risk of
MS development.”
Acta Neurol Belg, 2012 Dec 19. [Epub ahead of print]
Relatives and patients: do they belong to
different classes of human beings?
Multiple Sclerosis Journal 2013;19(2):143-144. DOI: 10.1177/1352458513475916
http://msj.sagepub.com/content/19/2/143
Simpósio /Jornada sobre o uso
preventivo e terapêutico da
Vitamina D
(participação do Prof. Michael Holick – Boston, EUA)
São Paulo – 24 de Agosto de 2013
Contato:
Rita (ritalab@gmail.com)
BMJ 2008;336:1402-3. http://www.bmj.com/content/336/7658/1402
Key opinion leaders
Key opinion leaders
“Promising young faculty are invited to one on one meetings by
pharmaceutical company executives, who interview them about
their work and opinions over an expensive meal with excellent
wine. Each potential recruit is flattered and well fed. However,
only those whose opinions align with marketing messages are
taken under a company’s wing, to be financially supported,
pampered, and admired while being flown around to speak at
academic medical centres and medical conferences.
BMJ 2008;337:128-30.
http://www.bmj.com/content/337/bmj.a789?ijkey=DFBfIoV5hld2bN5&keytype=ref
Who stands to gain from the epidemic
of vitamin D deficiency?
http://www.naturalnews.com/032202_vitamin_D_deficiency_disease.html
Divulgação
www.vitamindcouncil.orgwww.institutodeautoimunidade.org.b
r
Cicero Galli Coimbra -  Vitamina D no tratamento de Esclerose Múltipla

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Cicero Galli Coimbra - Vitamina D no tratamento de Esclerose Múltipla

Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...Van Der Häägen Brazil
 
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...Van Der Häägen Brazil
 
Vitamina d em doenças autoimunes
Vitamina d em doenças autoimunesVitamina d em doenças autoimunes
Vitamina d em doenças autoimunesElaine Silva
 
Câncer fatores de risco inca_ziraldo
Câncer fatores de risco inca_ziraldoCâncer fatores de risco inca_ziraldo
Câncer fatores de risco inca_ziraldoFernanda Luiza
 
NUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
NUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVASNUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
NUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVASDr. Rafael Higashi
 
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...Dalila677702
 
Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08gisa_legal
 
Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)William Castilho
 
Sebenta de epidemiologia
Sebenta de epidemiologiaSebenta de epidemiologia
Sebenta de epidemiologiaDalila_Marcao
 
Atenção integral ao portador de pé diabético
Atenção integral ao portador de pé diabéticoAtenção integral ao portador de pé diabético
Atenção integral ao portador de pé diabéticoadrianomedico
 
Criptococose e Histoplasmose
Criptococose e Histoplasmose Criptococose e Histoplasmose
Criptococose e Histoplasmose Euripedes Barbosa
 
Orientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose Múltipla
Orientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose MúltiplaOrientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose Múltipla
Orientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose MúltiplaMgfamiliar Net
 

Semelhante a Cicero Galli Coimbra - Vitamina D no tratamento de Esclerose Múltipla (20)

Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...
 
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...Deficiência de vitamina d pode causar sintomas  benefícios que a vitamina d f...
Deficiência de vitamina d pode causar sintomas benefícios que a vitamina d f...
 
Vitamina d em doenças autoimunes
Vitamina d em doenças autoimunesVitamina d em doenças autoimunes
Vitamina d em doenças autoimunes
 
Câncer fatores de risco inca_ziraldo
Câncer fatores de risco inca_ziraldoCâncer fatores de risco inca_ziraldo
Câncer fatores de risco inca_ziraldo
 
VITAMINA D
VITAMINA D VITAMINA D
VITAMINA D
 
Diaphragmatic function of sepsis
Diaphragmatic function of sepsisDiaphragmatic function of sepsis
Diaphragmatic function of sepsis
 
NUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
NUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVASNUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
NUTROLOGIA E DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
 
Adaptação: promoção e prevenção em saúde no cenário de mudanças climáticas
Adaptação: promoção e prevenção em saúde no cenário de mudanças climáticasAdaptação: promoção e prevenção em saúde no cenário de mudanças climáticas
Adaptação: promoção e prevenção em saúde no cenário de mudanças climáticas
 
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
 
Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08
 
Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08
 
Faculdade de medicina de petropólis
Faculdade de medicina de petropólisFaculdade de medicina de petropólis
Faculdade de medicina de petropólis
 
Aula4 etiopatogenia II
Aula4 etiopatogenia IIAula4 etiopatogenia II
Aula4 etiopatogenia II
 
Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)Úlcera diabética (thamires e stéfani)
Úlcera diabética (thamires e stéfani)
 
Sebenta de epidemiologia
Sebenta de epidemiologiaSebenta de epidemiologia
Sebenta de epidemiologia
 
Atenção integral ao portador de pé diabético
Atenção integral ao portador de pé diabéticoAtenção integral ao portador de pé diabético
Atenção integral ao portador de pé diabético
 
Criptococose e Histoplasmose
Criptococose e Histoplasmose Criptococose e Histoplasmose
Criptococose e Histoplasmose
 
Orientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose Múltipla
Orientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose MúltiplaOrientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose Múltipla
Orientação DGS - Organização de Cuidados na Esclerose Múltipla
 
Slide fisiologia
Slide fisiologiaSlide fisiologia
Slide fisiologia
 
Terapia ortomolecular
Terapia ortomolecularTerapia ortomolecular
Terapia ortomolecular
 

Último

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 

Último (6)

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 

Cicero Galli Coimbra - Vitamina D no tratamento de Esclerose Múltipla

  • 1. Vitamina D na Prevenção e no Tratamento de Doenças Crônicas Consequências de uma Pandemia Mundial Cícero Galli Coimbra, MD, PHD Professor Livre-Docente Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP Câmara dos Deputados – Distrito Federal Comissão de Seguridade Social e Família Pauta: “Debater o Papel da vitamina D na saúde pública do Brasil” 20 de agosto de 2013
  • 2. lupus eritematoso sistêmico – 1 (systemic lupus erythematosus)
  • 3. lupus eritematoso sistêmico – 2 (systemic lupus erythematosus)
  • 4. lupus eritematoso sistêmico – 3 (systemic lupus erythematosus)
  • 8. efeitos na esclerose múltipla – 1 (effects on multiple sclerosis)
  • 9. efeitos na esclerose múltipla – 2 (effects on multiple sclerosis)
  • 10. efeitos na esclerose múltipla – 3 (effects on multiple sclerosis) NRF, female, dob 03/21/1982 MRI (Flair Scan) March 14, 2011 MRI (Flair Scan) July 23, 2012
  • 11. efeitos na esclerose múltipla – 4 (effects on multiple sclerosis) NRF, female, dob 03/21/1982 MRI (T1, contrast) March 14, 2011 MRI (T1, contrast) July 23, 2012
  • 12. efeitos na esclerose múltipla – 4 (effects on multiple sclerosis) IMFF, female, dob 07/10/1952 MRI (flair) October, 2008 MRI (flair) January, 2013
  • 13. efeitos na esclerose múltipla – 4 (effects on multiple sclerosis) IMFF, female, dob 07/10/1952 MRI (flair) October, 2008 MRI (flair) January, 2013
  • 14. Potencial terapêutico da vitamina D para o controle das doenças autoimunitárias 28 de maio de 2012
  • 15. Potencial terapêutico da vitamina D para a prevenção e o tratamento do câncer 28 de maio de 2012
  • 16. Potencial terapêutico da vitamina D para a prevenção e o tratamento da hipertensão 28 de maio de 2012
  • 17. Potencial terapêutico da vitamina D para a prevenção e o tratamento da doença cardiovascular 28 de maio de 2012
  • 18. Potencial terapêutico da vitamina D para a prevenção e o tratamento do diabetes 28 de maio de 2012
  • 19. Potencial terapêutico da vitamina D para a prevenção e o tratamento das doenças infecciosas 28 de maio de 2012
  • 20. A “vitamina” D é de fato uma substância de potência hormonal que modula a atividade de 10% do genoma humano Genome Res. 2010 20: 1352-1360 doi:10.1101/gr.107920.110
  • 21. Prevalência de doenças auto-imunitárias aumenta com a distância da linha do equador + +
  • 22. Níveis circulantes de calcidiol diminuem com a distância da linha do equador
  • 23. Vida urbana moderna & vitamina D (200-600 UI versus 20.000 UI)
  • 24. Efeito da migração do campo para a cidade sobre a produção de vitamina D
  • 25.
  • 26. A ativação da vitamina D3 não ocorre apenas no rim, mas também no sistema imunológico e no SNC Colecalciferol (vitamina D3) Calcidiol [25(OH)D3] (forma circulante) Fígado 25-hidroxilase Calcitriol [1,25(OH)2D3] (forma ativa) Macrófago / Micróglia 1α-hidroxilase Secreção autócrina e parácrina
  • 27. Além dos seus clássicos efeitos sobre o metabolismo do cálcio, a vitamina D possui efeitos sobre o sistema nervoso
  • 28. Efeitos da vitamina D sobre o sistema nervoso (neurotróficos, anti-inflamatórios e anti-oxidantes)
  • 30. William of Ockham – Princípio da Parcimônia “Navalha de Occam” O princípio da parcimônia estabelece que, para encontrar-se a explicação mais provável para o fenômeno que se encontra em investigação, deve-se tomar o menor número possível de hipóteses. Qual a explicação mais provável para os dados epidemiológicos geográficos e temporais referentes às doenças auto- imunitárias?
  • 31. A bio-disponibilidade da vitamina D explica:  a regra da linha do equador e a sua inversão ao comparar- se Oslo com o norte da Noruega;  as diferenças epidemiológicas entre as zonas montanhosas e aquelas situadas próximas ao nível do mar;  as diferenças epidemiológicas entre as zonas urbana e rural;  a redução da incidência das doenças auto-imunitárias associada à dieta rica em peixes de águas frias;  a relação inversa entre a severidade das doenças auto- imunitárias e os níveis circulantes de vitamina D;  a vulnerabilidade da população de raça negra às doenças auto-imunitárias no hemisfério norte, contrastando com sua resistência a essas doenças na África;  a crescente incidência e prevalência das doenças auto- imunitárias acompanhando a crescente urbanização da civilização;
  • 32. Equivalências 1 μg = 40 IU 8 ng/mL = 20 nmol/L  fator de conversão = 2,5 “Serum 25(OH)D can be expected to rise by about 1 ng/mL (2.5 nmol/L) for every 100 IU (2,5 μg) of additional vitamin D each day.” [Heaney, RP. Vitamin D in health and disease. Clin J Am Soc Nephrol. 2008; 3(5):1535-41] [Heaney RP, Davies KM, Chen TC, Holick MF, Barger-Lux MJ. Am J Clin Nutr 2003; 77: 204–210.] cholecalciferol 25(OH)D (nmol/L) 25(OH)D (ng/mL) 1,000 IU/day 12.0 ± 16.2 4.8 ± 6.8 5,000 IU/day 91.9 ± 37.6 36.76 ± 15.4 10,000 IU/day 159.4 ± 62.4 63.76 ± 24.96
  • 33. Como ajustar a dose?  Não é necessário o uso da forma ativa da vitamina D ou do uso de seus análogos sintéticos: apenas o colecalciferol é suficiente!  A dose não é uniforme para todos os pacientes: varia de 20.000 UI por dia até 100.000 UI por dia e deve ser ajustada de acordo com os resultados laboratoriais relativos ao metabolismo do cálcio – resultados esses que refletem a resistência à vitamina D secundária a polimorfismos genéticos;  São necessárias dosagens de cálcio sérico (total e ionizado), paratormônio (PTH), uréia e creatinina e calciúria de 24 horas a cada 2 meses;  Dosagens adicionais de calciúria de 24 horas podem ser solicitadas sempre que houver a queixa de sede (não “boca seca”).
  • 34. Portadores de doenças auto-imunitárias têm polimorfismos da 1α-hidroxilase da vitamina D: polimorfismos  resistência aos efeitos biológicos
  • 35. Polimorfismos genéticos causam resistência aos efeitos (imuno-moduladores) da vitamina D Karolinska Institutet, Stockholm: “…our results lend further support to the role of vitamin D in MS pathology.” European Journal of Human Genetics (2010) 18, 1349–1352
  • 36. A produção de calcitriol obedece à cinética da reação enzimática (curva de saturação de Michaelis-Menten) 0.00 0.10 0.05 0.35 0.15 0.30 0.25 0.20 Velocidadedareação Concentração do substrato 40003000200010000 Km ½ Vmax Vmax
  • 37. Como ajustar a dose? PTH Vit. D Vit. D PTH
  • 38. Potencial terapêutico da vitamina D para a esclerose múltipla “A group of young patients having multiple sclerosis was treated with dietary supplements containing calcium, magnesium and vitamin D for a period of one to two years. The experimental design employed self-pairing: the response of each patient was compared with his/her own case history as control. The number of exacerbations observed during the program was less than one half the number expected from case histories.”
  • 39. Vitamina D & atividade da doença: esclerose múltipla
  • 40. Vitamina D & atividade da doença: esclerose múltipla Runia, TF et al Neurology, 79, p.261-266, July 17, 2012 “With each doubling of the serum 25-OH-D concentration the exacerbation rate decreased by 27%”
  • 41. Potencial terapêutico da vitamina D para a esclerose múltipla “Methods: 1 year, double blind, placebo controlled, randomised study in 66 MS patients.” “once weekly dose of 20,000 IU” “or 0.5 mg of vitamin D3” “Patients in the vitamin D group showed fewer new T2 lesions (p=0.286) and a significantly lower number of T1 enhancing lesions (p=0.004), as well as a tendency to reduced disability accumulation (p=0.071) and to improved timed tandem walk (p=0.076).” J Neurol Neurosurg Psychiatry, 83 (5), p.565-571, May 2012
  • 42. Potencial terapêutico da vitamina D para a esclerose múltipla Methods: 1 year, double blind, placebo controlled, randomized study in 30 patients with optic neuritis.” “50,000 IU of vitamin D3 weekly” Results: “Risk reduction was 68.4 % for the primary outcome in the treatment group (relative risk = 0.316, p = 0.007). After 12 months, patients in the treatment group had a significantly lower incidence rate of cortical, juxtacortical, corpus callosal, new T2, new gadolinium enhancing lesions and black holes.” Conclusion: “The immunomodulatory effects of vitamin D3 can delay or prevent future relapses in CIS (acute onset clinically isolated syndrome) patients, even after the first demyelinative attack, thus reducing the risk of MS development.” Acta Neurol Belg, 2012 Dec 19. [Epub ahead of print]
  • 43. Relatives and patients: do they belong to different classes of human beings? Multiple Sclerosis Journal 2013;19(2):143-144. DOI: 10.1177/1352458513475916 http://msj.sagepub.com/content/19/2/143
  • 44. Simpósio /Jornada sobre o uso preventivo e terapêutico da Vitamina D (participação do Prof. Michael Holick – Boston, EUA) São Paulo – 24 de Agosto de 2013 Contato: Rita (ritalab@gmail.com)
  • 46. Key opinion leaders “Promising young faculty are invited to one on one meetings by pharmaceutical company executives, who interview them about their work and opinions over an expensive meal with excellent wine. Each potential recruit is flattered and well fed. However, only those whose opinions align with marketing messages are taken under a company’s wing, to be financially supported, pampered, and admired while being flown around to speak at academic medical centres and medical conferences. BMJ 2008;337:128-30. http://www.bmj.com/content/337/bmj.a789?ijkey=DFBfIoV5hld2bN5&keytype=ref
  • 47. Who stands to gain from the epidemic of vitamin D deficiency? http://www.naturalnews.com/032202_vitamin_D_deficiency_disease.html