O documento apresenta um resumo introdutório sobre o método austríaco de economia. Discute como o positivismo influenciou a teoria econômica convencional através do uso extensivo de matemática e modelos de equilíbrio. Apresenta a crítica austríaca de que tais modelos idealizados não representam adequadamente a realidade dinâmica da ação humana.
1. INTRODUÇÃOAO MÉTODOAUSTRÍACO
• Instituição: Universidade Libertária
• Professor (a): Marcel Pereira Bernardo
• Disciplina: Metodologia nasCiências Sociais
Conteúdo do Curso:
• Aula 1 – Apresentação Geral do Método Austríaco
• Aula 2 – O Homo Economicus vs Homo Agens
• Aula 3 – OTempo Dinâmico, Incerteza e Expectativas
• Aula 4 – A Limitação do Conhecimento e o Abuso da Razão
3. HISTÓRIA
Exemplos de como o Positivismo se popularizou na teoria econômica e na sociedade
[1798-1857]
August Comte,
filósofo francês
que criou a
abordagem
positivista.
[1874]
Publicação da obra Elements
of Pure Economics, de Leon
Walras. O Modelo de
Equilíbrio Geral entra em
cena naTeoria Econômica.
[1889]
Proclamação da República
Brasileira e bandeira com os
dizeres Ordem e Progresso. O
Golpe Militar e a visão tecnocrata
na sociedade.
4. POSITIVISMO E
ECONOMIA
O Positivismo conseguiu adentrar
mais facilmente aTeoria Econômica
pois a Economia lida, dentre outros
aspectos, com questões quantitativas
(nível de produção, nível de consumo,
cálculo de preços etc). Desse modo, a
utilização da matemática passou a se
tornar mais constante, sendo a base
para construção de modelos
econômicos convencionalmente
estudados na academia.
5. O MODELO DE EQUILÍBRIO
A linha da oferta é positivamente
inclinada pois existe uma relação direta
entre Preço e Oferta, isto é, quando o
preço sobre, a tendência é a oferta
também subir; quando o preço cai, a
oferta tende a cair.
P + e O + = +
P - e O - = +
6. O MODELO DE EQUILÍBRIO
A linha da demanda é negativamente
inclinada pois existe uma relação
inversa entre Preço e Demanda, isto é,
quando o preço sobre, a tendência é a
demanda cair; quando o preço cai, a
demanda tende a subir.
P + e D - = -
P - e O + = -
7. O MODELO DE EQUILÍBRIO
Portanto, existe, conforme o Modelo,
um ponto onde Oferta e Demanda se
equilibram. Para realizar o cálculo, é
preciso ter informações pré-
concebidas, são elas: número de
consumidores, número de firmas,
quantidade de recursos, quais as
técnicas produtivas utilizadas e quais
são as preferências dos
consumidores.
8. INFORMAÇÕES DADAS?
Os Modelos de Equilíbrio dependem de
informações dadas de antemão, ou seja, parte-se
do ponto que o economista possui acesso às
informações mais relevantes para resolução do
problema.
Além disso, o modelo também pressupõe agente
maximizador que possui conhecimento pleno das
condições em que ele se insere.
O terceiro ponto é que tais modelos de equilíbrio
trabalham com cenários idealizados, no qual
oferta e demanda se harmonizam.
9. FICÇÃOVERSUS REALIDADE
“A predileção dos economistas matemáticos por lidar quase que
exclusivamente com essas construções imaginárias e com o estado
de “equilíbrio” nelas implícito fez com que as pessoas esquecessem
o fato de que tais construções são nada mais do que expedientes do
pensamento, imaginando situações irreais e autocontraditórias.
Certamente não são modelos adequados à construção de uma
sociedade viva, formada por homens que agem.“
Ludwig von Mises na obra Ação Humana (pág. 313)
10. CONCLUSÃO
Nessa primeira etapa vimos como o pensamento positivista surgiu, assim como alguns exemplos da
sua influência na sociedade e na teoria econômica. A partir disso, tornou-se perceptível o abuso da
matemática na construção de modelos idealizados comumente utilizados por economistas
convencionais.A última parte foi dedicada a apresentar introdutoriamente a crítica da Escola Austríaca
de Economia, que será revisitada com maior profundidade nas próximas aulas.
A conclusão é que não há nenhum problema em utilizar a matemática na ciência econômica; pelo
contrário, a matemática pode ser instrumento muito útil em determinados casos. No entanto, é
preciso que o estudioso da economia tenha plena noção de que modelos matemáticos são apenas um
esboço da realidade criado através de um exercício mental, não sendo esses modelos a realidade em si
mesma. Alguns economistas, quando constroem modelos de equilíbrio e afins, caem no erro de supor
que se um modelo responde adequadamente ao crivo matemático, ele está economicamente correto –
mesmo quando esse mesmo modelo abstrai profundamente condições inerentes à interação humana.