O documento descreve vários conflitos e tensões em diferentes regiões do mundo, incluindo a guerra civil na Etiópia, a guerra no Iêmen, tensões políticas em Mianmar, instabilidade no Haiti, a longa guerra civil na Síria, a presença de militantes islâmicos na África, a situação no Afeganistão após a retirada dos EUA e a invasão russa na Ucrânia em 2022. Milhões de pessoas nessas regiões sofrem com fome, deslocamento e violência.
4. ETIÓPIA
Uma guerra que já dura 16 meses na Etiópia deixou 900 mil
pessoas em situação de fome, segundo estimativa do governo
americano. Rebeldes que lutam no país dizem que mais de 9
milhões de etíopes necessitam de algum tipo de ajuda alimentar.
O conflito desencadeado em novembro de 2020 é um dos mais
brutais no mundo atualmente, com relatos de assassinato de civis
e estupros em massa, segundo a Anistia Internacional.
5. ETIÓPIA
A base é uma disputa entre diferentes grupos étnicos que tentam conviver
há quase 30 anos. Desde 1994, a Etiópia tem um sistema de governo
federativo às vezes chamado de federalismo étnico, em que cada uma das
dez regiões do país é controlada por diferentes grupos étnicos.
Uma delas é a região do Tigré, controlada por um partido político chamado
de Frente de Libertação do Povo de Tigré - que é formado por pessoas
desse grupo étnico. A Frente liderava uma coalizão de quatro partidos que
governava a Etiópia desde 1991.
10. IÊMEN
A ONU diz que a guerra no Iêmen resultou em níveis chocantes de
sofrimento e causou o pior desastre humanitário do mundo.
O conflito já produziu 233 mil mortes, incluindo 131 mil por causas
indiretas, como falta de alimentos, serviços de saúde e infraestrutura.
Mais de 10 mil crianças morreram como consequência direta dos
combates.
Quatro milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas e mais de
20,7 milhões (71% da população do país) precisam de alguma forma de
assistência humanitária ou proteção para sua sobrevivência.
11. IÊMEN
Segundo a ONU, 5 milhões de iemenitas estão à beira da fome e quase 50
mil já estão passando por condições semelhantes à fome. Estima-se que
2,3 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição
aguda, incluindo 400 mil que correm o risco de morrer sem tratamento,
segundo a ONU.
Com apenas metade das 3,5 mil instalações médicas do país em pleno
funcionamento e 20% dos distritos sem médicos, quase 20 milhões de
pessoas não têm acesso a cuidados de saúde adequados. Uma em cada
duas pessoas também não tem acesso a água potável.
12. IÊMEN
O conflito tem suas raízes no fracasso de um processo político que deveria trazer
estabilidadeao Iêmen após a Revolução Iemenita de 2011 - que foi parte da Primavera
Árabe - que forçou o presidenteautoritáriode longa data, AliAbdullahSaleh, a entregar
o podera seu vice, AbdrabbuhMansourHadi.
Como presidente, Hadi lutou contra diversos problemas, incluindo ataquesde jihadistas, um
movimento separatista no sul, a lealdadecontínuado pessoal de segurança a Saleh, além
de corrupção, desemprego e insegurança alimentar.
O movimento Houthi- conhecidoformalmente como Ansar Allah (Partidáriosde Deus) -
aproveitou-seda fraqueza do novo presidente.
17. MIANMAR
Mianmar é outraregião que enfrenta tensões políticas e étnicas há anos - e muitos analistas
dizem que o país vive uma guerra civil. A violência lá aumentou nos últimos meses.
Os militares do Tatmadaw (Exército)deram um golpe em Mianmar e assumiram o controle
do país em 1º de fevereiro de 2021, após uma eleição geral vencida por ampla margem
pelo partido da líderAung San Suu Kyi (NLD).
Ativistas da oposição formaram uma campanha incitando a desobediênciacivil, com
greves e protestosem massa contrao golpe. Os militares usaram violência para dispersar
os movimentos. E a desobediênciacivil aumentou, atingindo o ponto de uma guerra civil
de verdade.
18. MIANMAR
A ONG humanitária International Rescue Committee estima que os
conflitos que se espalharam por todo o país desde que os militares
tomaram o poder já deslocaram 220 mil pessoas em 2021.
Segundo a entidade, mais de 14 milhões de pessoas (mais de 25% da
população do país) precisam de algum tipo de ajuda humanitária.
Acredita-se que mais de 10 mil pessoas morreram desde fevereiro do ano
passado.
23. HAITI
O Haiti vive uma nova espiral de violência desde julho de 2021, quandoo então presidente
do país Jovenel Moïse foi brutalmenteassassinado.
Moïse, de 53 anos, foi baleado 12 vezes na testa e no torso. Seu olho esquerdo foi
arrancado e os ossos do braço e do tornozeloforam quebrados. Aprimeira-dama,
Martine Moïse, também foi baleada, mas sobreviveu.
A polícia haitianaalega que um grupo de mercenários principalmenteestrangeiros - 26
colombianose dois haitianos americanos - compôs o grupo que executou o assassinato.
Enquantoas investigações prosseguem, o país mergulhou em nova ondade violência.
24. HAITI
Para piorar a situação, o Haiti sofreu um terremoto em agosto, um mês após
o assassinato de Moïse, matando mais de 2 mil pessoas, agravando ainda
mais a situação humanitária da população.
O Haiti também virou manchete internacional por conta do grande fluxo de
imigrantes ilegais que tentaram cruzar para os EUA em outubro do ano
passado.
Grupos internacionais alertam que a instabilidade do governo e a escalada
de violência - somados a problemas econômicos e desastres naturais -
podem fazer com que a disputa entre gangues no Haiti se transforme em
um conflito armado
29. SÍRIA
Protestos inicialmente pacíficos contra o presidente Bashar al-Assad da
Síria em 2011 se transformaram em uma guerra civil de grande escala,
que já dura mais de uma década.
O conflito deixou mais de 380 mil mortos, arrasou cidades e envolveu
outros países estrangeiros. Mais de 200 mil pessoas estão desaparecidas -
presume-se que morreram.
Em março de 2011, manifestações pró-democracia eclodiram na cidade de
Deraa, no sul, inspiradas pela Primavera Árabe. Quando o governo sírio
usou força letal para esmagar a dissidência, protestos exigindo a renúncia
do presidente eclodiram em todo o país.
30. SÍRIA
O conflito é um dos mais sangrentos do planeta dos últimos
anos. Mais de 2 milhões de pessoas sofreram algum tipo de
ferimento. Mais da metade da população do país antes da guerra
(que era de 22 milhões) tiveram de deixar suas casas. Muitos
estão dentro do país ainda, mas Líbano, Jordânia e Turquia
receberam grande parte dos refugiados.
31. SÍRIA
A guerra diminuiu em intensidade, já que Assad
conseguiu dominar boa parte do país. Mas ainda há
resistência em diversas partes da Síria, e observadores
internacionais acreditam que o conflito não está perto do
fim - o que deve provocar ainda mais mortes e
problemas humanitários nos próximos anos.
37. MILITANTES
ISLÂMICOS NA ÁFRICA
Após a derrocada do EI em 2017 no Oriente Médio, grupos
de militantes islâmicos se voltaram cada vez mais para a
África, onde governos fragilizados nem sempre
conseguem combater a sua influência.
Grupos jihajistas tentam dominar diversas regiões de
diferentes países — como Mali, Niger, Burkina Faso,
Somália, Congo e Moçambique.
39. AFEGANISTÃO
O Afeganistão já foi um dos conflitos mais noticiadosdo mundo, após os ataques de 11 de
setembro de 2001 nos EUA.
O governo americano invadiu o país alegando que o Talebã esteve por trás dos atentados.
Após duas décadas de intensos combates e milhares de mortes, o Talebã voltou ao poder
em agosto de 2021.
O nível de violência caiu bastanteno país, mas ONGs alertamagora que o país enfrentará
possivelmente uma das mais graves crises humanitárias que já se viu por causa das
sanções e isolamento impostos por grande parte do mundo.
44. RÚSSIA X UCRÂNIA
No dia 23 de fevereiro de 2022, o presidente russo
iniciou a invasão da Ucrânia sob o pretexto de
“desnazificar” e “desmilitarizar” o país. Além disso,
afirmou que haverá consequências nunca antes
vistas caso haja interferência externa. Sendo a
segunda potência militar do mundo contra um país
muito menor, a Rússia está massacrando qualquer
capacidade defensiva da Ucrânia. Até agora, a
comunidade internacional anunciou sanções.