Estratigrafia sequências - Unidades estratigráficas de sequências
1. Unidades Estratigráficas de
Sequência
Ítalo Dantas
Natal – RN – 2019.1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET
Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica - PPGG
Disciplina: Estratigrafia de Sequências
Docente: Prof. Valéria Córdoba
3. Unidades Estratigráficas de Sequência
• Estratos geneticamente relacionados, no sentido
de que pertencem ao mesmo ciclo de
acomodação ou de fornecimento de sedimentos;
• Definidas por:
padrões de empilhamento estratigráfico;
superfícies delimitadoras específicas;
4. Unidades Estratigráficas de Sequência
• Em qualquer escala de observação, uma estrutura
da estratigrafia de sequência inclui:
sistemas deposicionais;
tratos de sistemas;
sequências;
• Parassequências.
Redundantes com o advento da estratigrafia de sequência de
alta resolução, já que as sequências de alta frequência
fornecem uma alternativa melhor para a correlação
estratigráfica.
6. Sistemas Deposicionais (Definição)
• Unidade estratigráfica que preserva o registro de
sedimentação de um ambiente deposicional;
• “Uma reunião tridimensional de litofácies
geneticamente relacionadas por processos e
ambientes (Galloway, 1989);
7. Sistemas Deposicionais
Fig. 61. Sistema progradante em um cenário controlado a jusante. O 'delta' de 3ª ordem inclui vários
sistemas deposicionais diferentes que podem ser definidos nas escalas de 4ª e 5ª ordem.
• Delta de 3ª ordem ~ 10^6 anos em duração;
• Sequências internas de 4ª e 5ª ordem: escalas de tempo de 10^5 anos e 10^4 anos.
8. Sistemas Deposicionais (Escala)
• A estratigrafia sísmica de 1970 impôs uma escala
mínima aos conceitos de sequência, tratos de
sistemas e sistema deposicional (h > λ/4);
• Hoje, sistemas deposicionais podem ser observados
em várias escalas, tanto acima quanto abaixo da
resolução de dados sísmicos, de 100 m de
afloramentos a 1000 m de escalas de bacia;
9. Sistemas Deposicionais (Escala)
Fig. 63. Arquitetura estratigráfica da sucessão do Holoceno ao longo da planície costeira do Pó, na Itália.
Os tratos de sistemas de 4ª ordem registram a ciclicidade interna na escala de 5ª ordem.
Sistemas deposicionais e suas mudanças são observados em ambas as escalas.
Sistemas deposicionais de 4ª ordem (A - estuário; B - delta) são estabelecidos em 10^3 anos em tempo de
escala;
10. Sistemas Deposicionais
Fig. 64. Submersão recente ao longo de um litoral moderno, marcando uma mudança de progradação para
retrogradação e a formação de uma superfície regressiva máxima (Eglinton Island, Canadian Archipelago).
11. Tratos de Sistemas
• É uma ligação de sistemas deposicionais
contemporâneos, formando a subdivisão de uma
sequência;
• Podem ser observados em diferentes escalas.
12. Tratos de Sistemas
• São interpretados com base em:
Padrões de empilhamento;
Relações estratigráficas;
Tipos de superfícies estratigráficas delimitadoras.
• Divididos em dois grandes grupos:
Cenários controlados a jusante: respondem a mudanças na
trajetória da linha de costa;
Controlados a montante, onde “tratos de sistemas” podem se
formar dentro de um sistema deposicional (ambientes
continentais). Ex: tratos de sistemas formados no sistema fluvial.
13. Sistemas Deposicionais e Tratos de
sistemas (Escala de bacia)
Fig. 66. Sistemas deposicionais de primeira ordem e tratos de sistemas na bacia do backarc dos Andes, Colômbia. A
espessura máxima da sequência backarc de primeira ordem está em um intervalo de 10^3 m. As discordâncias internas da
sequência backarc (não mostradas) são desprezíveis na escala de primeira ordem, pois não quebram a continuidade na
evolução paleogeográfica observada nesta escala.
14. Tratos de Sistemas
• Os tratos de sistemas de todas as escalas podem incluir
superfícies hiatais de hierarquias iguais e / ou inferiores;
Ex.: um trato de sistema transgressivo pode incluir uma superfície de ravinamento
de igual hierarquia, bem como outros tipos de discordância de níveis hierárquicos
inferiores.
• Nas escalas (geralmente sub-sísmicas) dos tratos de
sistemas de classificação mais baixa, as superfícies hiatais
são representadas por planos de acamamento e limites de
conjuntos de camadas.
15. Tratos de Sistemas
Fig. 65. Estrutura estratigráfica de sequência de quarta ordem da Formação Tombador inferior (Mesoproterozóico, Brasil;
Magalhães et al., 2015).
• Neste exemplo, ambas as
superfícies estratigráficas de
sequência marcam mudanças
no sistema deposicional.
• Sequência de 4ª ordem.
Discordância subaérea
Superfície de ravinamento
transgressiva
A
B
Canais e barras fluviais
e/ou estuarinas.
Depósitos marinhos rasos
16. Tratos de Sistemas
(cenário controlado a jusante)
Tratos de sistemas pertencem ao
posto hierárquico mais baixo da
estrutura estratigráfica naquela bacia
específica;
FSST consiste de evaporitos;
Figura 67 Tratos de sistemas em escala sub-sísmica em cenário lacustrino de águas
rasas (Cretáceo Inferior, Bacia do Araripe, Brasil).
• Engrossamento para o topo
• progradação
• Afinamento para o topo
• retrogradação
17. Tratos de Sistemas
Classificação do padrão de empilhamento
NR – Regressão Normal
FR – Regressão Forçada
T – Transgressão
FSST – Trato de sistema em
estágio de queda
LST – Trato de sistema de mar
baixo
TST – Trato de sistema
transgressivo
HST – Trato de sistema de mar
alto
CH – Canais
FF – Planície de inundação
HAST – Trato de sistema de alto
amalgamamento
LAST – Trato de sistema de baixo
amalgamamento
Figura 68
18. Tratos de Sistemas
(cenário controlado a jusante)
Figura 69. Definição dos tratos de sistemas em cenários controlados a jusante.
19. Tratos de Sistemas controlados a jusante
1. Trato de sistema em estágio de queda (FSST)
Discordância subaérea é formada durante a regressão forçada
Superfície basal de regressão forçada
Discordância subaérea
Conformidade Correlativa
20. Tratos de Sistemas controlados a jusante
Regressão forçada é acompanhada por agradação fluvial
1. Trato de sistema em estágio de queda (FSST)
Neste caso, são preservados depósitos de planície de inundação e
macroformas de acreção lateral.
Conformidade Correlativa
Superfície basal de regressão forçada
21. Tratos de Sistemas controlados a jusante
2. Trato de sistema de mar baixo (LST)
Discordância subaérea
Conformidade Correlativa
Quando o LST é seguido por uma transgressão:
Superfície de regressão máxima
22. Tratos de Sistemas controlados a jusante
2. Trato de sistema de mar baixo (LST)
ou uma superfície composta (MRS+TSE+SU) quando a transgressão é acompanhada de
erosão fluvial.
Conformidade Correlativa
Discordância subaérea
Superfície transgressiva de erosão
Superfície de regressão
máxima (porção marinha)
23. Tratos de Sistemas controlados a jusante
3. Trato de sistema Transgressivo (TST)
Superfície de inundação máxima
Superfície transgressiva de erosão
Superfície de regressão
máxima (porção marinha)
24. Tratos de Sistemas controlados a jusante
4. Trato de sistema mar alto (HST)
Superfície de inundação máxima
Superfície de regressão máxima
Superfície de inundação máxima
Superfície basal de regressão forçada
Discordância subaérea
1. Seguido por transgressão
2. Seguido por regressão forçada
25. Tratos de Sistemas controlados a jusante
Figura 70
Padrão de empilhamento em um cenário a
jusante.
26. Tratos de Sistemas controlados a montante
A formação do trato de sistema de alto amalgamamento é
promovida por:
I. baixas taxas de agradação da planície de inundação;
II. canais fluviais não confinados e amalgamados; e
III. uma alta frequência de avulsão.
1. Trato de sistema de alto amalgamamento
27. Tratos de Sistemas controlados a montante
A formação do trato de sistema de baixa amalgamação é
promovida por:
I. altas taxas de agradação da planície de inundação;
II. canais fluviais confinados; e
III. uma baixa frequência de avulsão.
2. Trato de sistema de baixo amalgamamento
29. Sequências
• Definição (independente do modelo):
– Limitada na base e no topo pelo mesmo tipo de superfície
estratigráfica:
Ex.: de uma discordância subaérea até à próxima discordância subaérea
na sucessão sedimentar, desde que os estratos entre os limites da
sequência pertençam ao mesmo ciclo estratigráfico.
30. Sequências
a. Conceito:
I. É uma sequência estratigráfica limitada por discordâncias
subaéreas ou suas conformidades correlativas (Mitchum Jr.,
1977);
b. Classificação em dois grupos:
I. Grupo I: conformidade correlativa é a superfície de fundo
oceânico no início da regressão forçada(Posamentier et al,
1988);
II. Grupo II: conformidade correlativa é a superfície do fundo
oceânico no fim da regressão forçada (Van Wagoner et al.,
1988).
1. Sequência deposicional
31. Sequências
a. Conceito:
I. É uma sequência estratigráfica limitada por superfícies de
inundação máxima – SIM (Galloway, 1989);
II. Esse conceito se aplica a ambientes controlados à jusante, onde
as SIMs são formadas;
III. Sequência estratigráfica genética corresponde a um ciclo
regressivo-transgressivo;
IV. Não está inclusa no contexto do FFST e LST
2. Sequência estratigráfica genética
32. Sequências
a. Conceito:
I. É uma sequência estratigráfica limitada por superfícies de
regressão máxima (SRM);
II. As sequências T-R consistem apenas dos tratos de sistemas
transgressivo e de mar alto;
III. O limite das sequências T-R também é conhecido como
“superfície transgressiva” onde a ênfase é colocada no início da
transgressão e não no fim da regressão;
3. Sequência transgressiva-regressiva (T-R)
33. Parassequências
I. É uma sucessão de fácies de raseamento para o topo
limitada por superfícies de inundação marinha (Van
Wagoner et al., 1988, 1990);
II. uma sucessão de camadas e conjunto de camadas
limitados por superfícies de inundação (SI);
1. Definição
34. Parassequências
I. A restrita aplicabilidade a ambientes costeiros e
marinhos rasos;
II. O principal ponto de confusão está no limite da
parassequência: a superfície de inundação;
III. A SI se forma dentro dos tratos (ex. sistema
transgressivo), o que a impede de ser um limite
de trato. Portanto, não pode ser uma superfície
estratigráfica de sequência;
Confusão e controvérsia
35. Parassequências
• A distinção é baseada na natureza de suas superfícies
delimitadoras (estratigráfica de sequência ou
*aloestratigráfica);
• Uma diferença significativa entre ambas:
– Um limite de sequência sempre separa diferentes tipos de
padrão de empilhamento;
– Uma superfície de inundação não marca uma mudança no
padrão de empilhamento dos estratos.
* Estudo de unidades estratigráficas limitadas por superfícies de descontinuidades que as envolvem, permitindo o seu
mapeamento geológico.
2. Sequência x parassequência
36. Parassequências
2. Sequência x parassequência
Figura 71. Ciclos estratigráficos em
ambiente de água rasa.
Superfícies de inundação podem ou
não coincidir com limites de tratos de
sistemas. Em outros casos, superfícies
de inundação são contatos
aloestratigráficos litológicos.
parassequência
Sequência estratigráfica
genética
Sequência
transgressiva- regressiva