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Uma Aventura no
Velho Oeste
Por Paulo Guedes
As Nuvens
Cap. 1
Você consegue ver figuras que se formam nas nuvens?
Se respondeu sim, você é um cara do bem, porém
existem pessoas que não conseguem enxergar as mais
simples figuras que se formam nas nuvens, serão eles
pessoas de coração duro?
Bem, já era de tarde e estava eu deitado em minha
cama e com a janela do quarto estando aberta, eu
podia ver no céu figuras que se formavam nas
nuvens, estava agora se formando um coelho.
Depois se formou um cavalo, depois se formou um
rosto qualquer...
De repente lá estava eu montando num cavalo e
depois fui lentamente cavalgando por uma rua de um
vilarejo que parece que seria do Velho Oeste.
E nessa rua que em que eu cavalgava agora, era ela
toda empoeirada, e conforme eu avançava podia se
ver nessa rua, pessoas construindo umas casas de
madeira e outras pessoas trabalhando em alguma
coisa que faria parte dessas casas.
E pelo que se via em todo ao redor, eu estava entrando
sem dúvida em alguma cidade do Velho Oeste.
Continuei, cavalgando e á medida que passava pelas
pessoas, elas me cumprimentavam naturalmente,
como se eu fosse um velho conhecido.
Dobrei uma esquina e vi um Saloon, e como em toda a
vida tive curiosidade de conhecer um Saloon por dentro,
pensei então, vou entrar lá.
Puxa iria fazer aquela clássico ato de entrar num
Saloon do Velho Oeste, empurrando as duas portas
do vai e vem com as mãos.
Apeei do cavalo e fui para a famosa porta, empurrei-
as com as duas mãos e entrei, e... Caramba, lá
dentro era igualzinho ao que aparecia nos filmes de
bang-bang que eu assistia.
Tinha um balcão comprido, tinha as mesas, tinha um
daqueles pianos antigos, enfim tinha tudo o que tinha
num Saloon do velho oeste.
Nem sei que horas seria aquela, mas o Saloon não
estava cheio, tinha dois caras no balcão tomando
whisky e mais alguns caras sentados nas cadeiras das
mesas, tinha um que ficava colocando cartas de
baralho em certa ordem e depois ele as recolhia para
depois coloca-las de novo em cima da mesa.
Um dos caras que estava no balcão me encarou de
cima embaixo, mas eu disfarcei e fingi que não
percebi, fui até aonde estava o piano e toquei alguma
nota, depois circulei pelas mesas, passei perto do
cara que colocava cartas em cima da mesa, sem
chamar a sua atenção, pois não sabia como estava o
seu humor.
Mas assim que passei por ele e fiquei de costas, ele
me chamou dizendo:
Ei estranho não quer jogar uma partida comigo?
Fiquei meio tenso e disse: Desculpe, mas eu só sei
jogar 21.
E ele retrucou: Não tem problema eu também sei
jogar 21, sente-se aí e vamos jogar.
Mais tenso ainda eu pensei, puxa esse é o tipo de
cara que só joga valendo, e eu será que tenho
dinheiro? Meti as mãos no bolso e não sei como,
senti que tinha algumas notas, e andando para a
mesa eu pude ver que as minhas notas de dinheiro
eram dólares.
E disse para o cara: Tudo bem vamos jogar só 3
partidas ok?
O cara disse: Temos que combinar que serão só 3
partidas amigo, porque se tiveres ganhando, o que
vai ser difícil, você vai querer jogar mais.
Sem problemas, só 3 partidas mesmo porque eu
tenho que conhecer a cidade ainda.
Ok, vamos lá.
De quanto vai ser a partida?
O cara manuseava as cartas enquanto falava, como eu
nunca vi alguém fazer, e eu disse 1 dólar por partida.
E o jogo começou.
A primeira eu ganhei, fiz 18 pontos e ele ‘estourou’ (pura
sorte de principiante), mas a segunda e a terceira partida
o cara ganhou.
Daí ele disse, muito bem você ganhou uma e eu ganhei
2duas, quer continuar pra ver se você ganha mais uma?
Desculpe amigo, mas vou ter que parar mesmo.
Sem problemas, foi bom jogar com você, porque por aqui
é difícil aparecer alguém á essa hora que queira jogar.
E por falar nisso eu nunca te vi por aqui, está de
passagem?
Sim, estou de passagem e queria conhecer a cidade.
Caramba conhecer a cidade? Olha sem ser esse Saloon, o
Hotel e a casa ‘vermelha’ cuja dona é a Margaret, não
tem mais nada de interessante para se conhecer por
aqui.
È que eu nunca estive por aqui, por isso que gostaria de
conhecer todos os lugares.
Fique a vontade, alias meu nome é Piter e o seu?
O meu é Paulo, prazer em conhecê-lo e falando isso nos
demos as mãos.
Você já tem aonde dormir? Se não tiver vá ao Hotel do
Lucas, é um bom lugar pra dormir, tirando algumas
pulgas.
Já estava me preparando para sair do Saloon, quando
olhei para a porta e levei um susto, pois estava entrando
lá o meu amigo ‘pé com pano’.
Depois de entrar e assim que ele me viu, com aquele seu
jeito de ‘gozador’ ele veio até a mesa, me abraçou e
disse: E aí paulada (esse é o meu apelido) tudo bem por
aqui?
E para não deixar a mania de gozador de lado, ele olhou
para o Piter e disse: Quem é esse boióla?
O Piter imediatamente sacou o seu revolver e encostou
no rosto do pé com pano, dizendo; O que você falou?
Mais do que depressa eu entrei no meio dos dois e falei
para o Piter; Calma, calma é apenas uma brincadeira, não
leve a sério o que ele disse.
Demorou alguns segundos e o Piter então encarando o
pé com pano, recolheu o seu revolver.
E o pé com pano então disse: Pô esse cara não sabe
brincar, Desculpa aí meu, eu só estava brincando.
O Piter disse, vê lá com quem você brinca.
Eu falei então, tudo bem Piter, não liga não, o pé com
pano é muito brincalhão.
Se o Piter já conhecesse o pé com pano, saberia que ele
tinha esse tipo de brincadeira, mas ele nunca quis
ofender ninguém.
Depois eu perguntei para o pé com pano, E aí o que você
veio fazer aqui?
Eu só estou de passagem para rever os amigos.
Tudo bem, por falar em amigos eu conheci o Piter agora
pouco e nos tornamos amigos.
Falou Piter, desculpa, foi mal a brincadeira, pensei que
você já era conhecido do paulada.
Tudo bem, só não me chame daquele nome novamente,
senão a bala vai comer.
Ei vamos nos sentar para continuar o papo, nisso um
cara estranho apareceu (devia ser o dono do Saloon) e
perguntou: Vocês vão beber alguma coisa?
Me vê um whisky e pra você Piter e pé com pano?
O Piter disse, também quero um, e o pé com pano disse
que aquela hora não queria tomar nada.
E continuamos ali na mesa com o bate-papo e nos
tornamos mais amigo do Piter.
As horas se passaram, já estava escurecendo o dono do
Saloon foi acendendo as lamparinas, e estávamos quase
sem assunto, quando apareceu na porta do Saloon, não
sei de onde, o nosso amigo Alberto.
Mais um amigo que chegou.
Cap. 2
O pé com pano assim que o viu, foi logo dizendo;
Pronto, o saloon vai virar sala de reunião dos caras
que moram na Vila Ema.
O Alberto foi entrando e logo veio ao nosso encontro,
assim que chegou a mesa nos cumprimentou e nós o
apresentamos ao Piter.
Ele pediu uma cerveja (que era quente) ao dono do
Saloon e disse para nós; E aí rapaziada, estão de
passagem por aqui?
O PIter disse, O Paulo e o Pé com pano parecem que
estão querendo conhecer a cidade, mas eu já conheço e
te digo que quase nada de interessante acontece por
aqui.
O pé com pano então disse, precisamos conhecer as
minas (garotas) que moram por aqui, e perguntou, E
aí Piter costuma ter bailes por aqui?
Olha cara, só tem bailes por aqui quando é o aniversário
de alguém ou quando alguém se casa, no resto do
tempo é esse tédio que estão vendo.
Casamento eu só gosto de ver, casar nem pensar eu
disse, eu também, disse o pé com pano, o Alberto
nada falou.
O Piter para não perder o costume disse para o
Alberto, E aí vamos jogar uma partida de cartas?
Não obrigado, eu não sei jogar cartas.
Aí eu falei, bem rapaziada está ficando tarde, vocês já
tem um lugar para dormir?
O Alberto e o pé com pano disse que sim, eu iria
‘dormir’ no hotel e o Piter tinha a sua casa.
Já que por agora não se tem mais nada para fazer
vamos todos dormir então, e amanha a gente se
encontra aqui no Saloon, tudo bem?
È isso aí paulada, amanha a gente se encontra aqui
no Saloon, nos despedimos e cada um foi para um
certo lugar.
Na manha do dia seguinte eu me encaminhei para o
Saloon, devia ser mais ou menos umas 10 horas e
assim que cheguei pude ver o Piter, ele já em uma
mesa ‘brincando’ com as suas cartas de baralho.
O cumprimentei e disse, tudo bem, será que tem café
com leite por aqui?
Café com leite? Está brincando né?
Se você encontrar café fresco será um milagre, agora
encontrar leite, sem chance.
Tudo bem, pedi então um café ao dono do Saloon e
ele disse; Se você esperar vou pedir para a minha
mulher fazer um café.
Eu espero.
E fiquei ali conversando com o Piter e perguntei para
ele: Então sem ser o Saloon o Hotel e a casa da luz
vermelha, não tem nada de interessante para se
conhecer nessa cidade?
O Piter respondeu, olha cara de vez em quando
aparecem uns caras de outra cidade aqui no Saloon e
isso da um pouco de movimento na nossa cidade,
fora isso de vez em quando o xerife nos ‘convida’
para fazer uma patrulha para irmos atrás de algum
ladrão de gado, e vamos tocando a vida assim, eu
quase não saio desse Saloon e estou sempre
esperando gente estranha aparecer por aqui para
jogarmos algumas partidas.
É parece ser um pouco monótona a vida por aqui.
Continuamos com o papo e aí apareceu o Alberto e
logo em seguida apareceu o pé com pano e eu disse
vamos nos sentar nas cadeiras da mesa para esperar
o café que a mulher do dono do Saloon está fazendo.
O Alberto então disse, e aí quando nós vamos
conhecer a cidade?
Espere só a gente tomar um café e podemos sair em
seguida, o Piter vai com a gente?
Ele falou, não obrigado prefiro ficar aqui no Saloon
esperando alguém para jogar.
O cara do balcão então disse, E aí quantos querem café?
Pode ser 4, isso se o Piter tomar café não é?
Dessa vez eu vou acompanhar vocês e vou tomar um
café, e então todos tomaram um café de gosto
duvidoso.
Depois eu disse, então rapaziada vamos sair para
conhecer a cidade, o Piter disse, não se preocupem
em se perderem porque a cidade é pequena, se
precisarem de mim, estou aqui.
E saímos em seguida para a rua.
E a rua aquela hora estava deserta, não se via
ninguém e mesmo assim fomos caminhando sem
saber aonde de fato nós iríamos.
Tínhamos caminhado mais ou menos uma quadra,
quando nos encontramos com o xerife da cidade, ele
vinha a cavalo ao nosso encontro, assim que chegou
perto de nós, ele desceu do cavalo, pôs a mão no
coldre e perguntou;
Vocês são novos por aqui?
O que estão fazendo na cidade?
O Alberto então falou, Não se preocupe xerife, nós
somos gente do bem, só estamos aqui para conhecer a
cidade.
O xerife respondeu, Tudo bem, estou vendo que
vocês parecem ser do bem e não estão armados, só
espero que não se metam em confusão por aí ok?
Tudo bem xerife, até mais.
Até mais.
E continuamos com o nosso ‘passeio’ e nessa hora
algumas pessoas já estavam caminhando pela cidade,
algumas nos olhavam com curiosidade, outras nem
sequer nos olhavam.
Até que paramos em uma porteira de uma fazenda,
com uma curiosidade normal, para olharmos uma
boiada com os seus bezerrinhos.
Não deu cinco minutos e logo apareceram uns três
cowboys armados que nos cercaram e foram
perguntando, O que vocês querem aqui?
Isso é propriedade particular se vocês invadirem, nós
temos o direito de atirar.
Tudo bem amigo, nós só estamos conhecendo a cidade e
paramos para ver a boiada.
Eles disseram, Se cuidem então e não invadam
propriedades.
Caramba, disse um de nós, a cidade parece não
querer amigos não é?
Deixa pra lá disse o Alberto, vamos seguir o passeio,
nisso os três cowboys já tinham se afastado e nós fomos
caminhando...
E podemos ver logo depois num monte logo adiante, uns
seis homens a cavalo, todo eles mal encaradas e parece
que estavam combinando alguma coisa entre eles, pois
eles estavam numa espécie de roda.
E no nosso caminho nós tínhamos que passar a pé pelos
seis caras, mal encarados, mas pra nossa sorte parece
que eles viram que nós não representávamos nenhum
perigo para eles, eles então nos deixaram passar sem
fazer perguntas.
E nós continuamos a caminhar pela cidade, que não
tinha realmente muitas coisas para se conhecer, mas
para nós tudo era novidade.
Andamos até que chegamos a ‘avenida’ principal aonde
se podia ver o movimento, que era pouco comparando a
grandes cidades.
Vimos um tipo de armazém aonde se vendia de ‘tudo’
desde feijão até a arame farpado e decidimos entrar
lá para conhecer.
O dono logo veio nos receber, nos cumprimentou e
foi logo perguntando;
Então do que vocês precisam?
O Alberto respondeu; Não se preocupe nós estamos
apenas dando uma olhada por aqui, o dono da loja
então com a cara meio fechada disse, Tudo bem
fiquem a vontade.
E ficamos então olhando as várias mercadorias que o
armazém vendia, o pé com pano viu um par de botas
de cor meio alaranjada que estava também para
vender, e foi logo dizendo, e aí paulada, você vai ficar
bem com essas botas, e eu respondi também num
tom de brincadeira, Sai fora, eu sou homem meu
chapa, e continuamos vendo as mercadorias, até que
o Alberto falou, Vamos continuar andando rapaziada.
O Roubo
Cap. 3
Saímos então daquele armazém e entramos em outro
estabelecimento e já tínhamos feito ‘amizades’ com
algumas pessoas que vivam naquela cidade, e vimos
eram pessoas hospitaleiras, porém elas eram meio
desconfiadas.
Um dos rapazes que conhecemos pela andança que
estávamos fazendo, nos perguntou;
Vocês pretendem morar por aqui?
O Alberto é quem respondeu, Não, nós estamos aqui
só de passagem, a gente nem conhece ainda a cidade
toda.
A cidade é bem tranquila para se viver, eu não
deixaria esse para viver em outro local, falou o rapaz,
logo a estação de trem vai ser inaugurada, os trilhos
do trem já passam pela cidade e de vez em quando
vem um trem de carga para recolher a boiada da
fazenda do mister John.
O ruim é ter conviver com ladrões de gado que de vez
em quando aparecem por aqui, nisso o pé com pano
falou, Não é por nada não, mas vocês viram aqueles
seis caras mal encarados no meio da estrada? Pra
mim eles são ladrões de gado.
Qual é meu chapa, você vê uns caras mal encarados e
vai logo dizendo que eles são ladrões?
Não posso jurar, mas aqueles caras tem toda a pinta
de serem ladrões, rebateu o pé com pano.
Deixa pra lá, o importante é não cruzarmos mais com
eles, se são ladrões ou não eu não sei, só sei que eles
não têm a cara de serem honestos.
Bem, vamos voltar para o Saloon, para ver se lá se
vende algum tipo de suco, porque está fazendo calor,
E isso aí, vamos lá, e você rapaz vai conosco?
Não eu tenho que trabalhar no rancho, mas tudo
bem outra hora a gente se encontra novamente e ai
vamos tomar um suco no Saloon.
Eu o pé com pano e o Alberto seguimos então para
lá, tinha se passado um tempo e nós não tínhamos
chegado ao Saloon ainda quando ouvimos umas
pessoas correndo e gritando, e logo veio também uns
cavaleiros a galope, e todos procuravam pelo xerife,
pois acabaram de ficar sabendo que roubaram uma
boiada da fazenda do mister John.
Os cavaleiros apearam em frente á delegacia e um
deles foi dizendo ao xerife, eu estava de guarda na
fazenda quando apareceram seis caras a galope, eles
me cercaram e fui golpeado na nuca, desmaiei e
quando acordei vi que parte da boiada tinha
desparecido.
Então avisei o patrão e viemos em busca do xerife, eu
nem sei se o patrão foi ao alcance dos ladrões, o
xerife então perguntou; Faz tempo que aconteceu
isso? Mas não esperou a resposta e disse; Muito
bem, fiquem todos aqui me esperando, que eu vou
até a fazenda ver se o John está por lá.
A notícia logo se espalhou e a cidade ficou então em
polvorosa, todos falavam quase ao mesmo tempo,
todos queriam saber mais detalhes do ocorrido.
Nós três eu, o pé com pano e o Alberto ficamos meio
atônitos e o pé falou, Caramba, estávamos agora á
pouco falando dos caras mal encarados que pareciam
ser ladrões, e vai ver que foram eles mesmo que
roubaram a boiada da fazenda, é tudo faz crer que
foram eles mesmo porque quando nos encontramos
com eles, eles estavam em atitude suspeita e parece
que combinavam alguma coisa.
Pois é, mas por hora não podemos fazer nada, vamos
aguardar a volta do xerife pra ver o que ele fala a
respeito do John, enquanto isso vamos até o Saloon.
Chegando lá o Piter continuava sentado mexendo
com as cartas de baralho, e assim que nos viu ele
disse, Já souberam também do roubo da boiada?
Você já soube? Perguntei, É claro que sim ele disse eu
fico sempre nessas mesas jogando cartas, mas
quando é preciso eu sou ligeiro para agir em qualquer
circunstâncias.
Sentamos com ele, estávamos admirados pela
‘ligeireza’ do Piter, vamos tomar aquele suco então,
enquanto esperamos pelo retorno do xerife, e o Piter
disse, pelo que eu conheço o John ele vai tentar ir
atrás dos ladrões, mas pelo que eu conheço o xerife,
ele vai convencer o John a fazerem uma patrulha
antes de ir atrás dos ladrões, sozinho ninguém pode
com seis homens.
Eu também acho, ninguém consegue nada contra seis
ladrões, o mais certo é fazerem uma patrulha.
E vocês perguntou o Piter, por acaso já estiveram á
caça de ladrões de gado?
Não, nós nunca fomos á caça de ladrões de gados ou
de outro ladrão qualquer.
Pois é, para ir junto a uma patrulha é preciso mais do
que coragem, tem que se saber rastrear os rastros de
quem estão perseguindo e tem que ter sabedoria
para saber agir na hora certa.
Infelizmente ou felizmente, nós nunca saímos em
busca de ladrões.
Não se esqueçam que sempre tem uma primeira vez
em quase tudo.
Tomamos o nosso suco e resolvemos ir até a
delegacia, e perguntamos para o Piter, você não vem
com a gente?
Não meus amigos, eu prefiro ficar aqui com as
minhas cartas, mas se precisarem de mim, sabem
aonde me encontrar.
Ok. E lá fomos nós ficar no meio das pessoas que se
aglomeravam em frente á delegacia a espera de
noticias, demorou um pouco e depois apareceu o
xerife e o John, eles vinham a cavalo e assim que
apearam, foram rodeados pelas pessoas que lhe
faziam mil perguntas.
Calma, calma disse o xerife, os ladrões estão a mais
ou menos meio dia na nossa frente, mas mesmo
assim vamos fazer uma patrulha para ir atrás deles, o
xerife que já tinha uma certa idade, entrou na
delegacia se sentou, guardou o revolver e disse
precisamos discutir sobre a patrulha.
Precisamos de mais de mais homens para ir ao
alcance desses ladrões, quem quiser ser voluntario e
me seguir, sejam bem vindos e o resto dos homens
fiquem tomando conta da cidade, dou meia hora
para se prepararem e depois venham até a delegacia
para darmos inicio a caçada.
Caramba estávamos vendo uma caçada de ladrões de
gado no Velho Oeste, era muito emocionante estar
presente naquela reunião que daria inicio a uma
patrulha que iria atrás de ladrões de gado.
Olhei para o pé com pano e ele olhou para o Alberto,
como se perguntássemos, Isso é real?
E perguntei então aos meus amigos, Caramba seria o
máximo se nós pudéssemos ir também nessa
patrulha, não acham?
Os dois responderam, Puxa seria mesmo, nós fazendo
parte de uma patrulha do Velho Oeste.
Mas como parecia que não poderíamos ir, nós
voltamos ao Saloon, entramos e sentamos onde
estava o Piter, e ele perguntou pra nós;
Ei rapazes vocês parecem estar meio tristes,o que
aconteceu?
Nada não Piter, é que nós sentimos uma vontade de
participar da patrulha que será feita para ir atrás dos
ladrões.
Vocês irem atrás dos ladrões? Vocês que não tem
nem um cavalo, não tem nem uma arma, como
pretendem ir? A pé e sem armas?
Pois é Piter, não temos chance mesmo não é?
Se vocês querem mesmo ire com a patrulha, não se
preocupem, eu já não disse que sempre tem um
primeira vez para quase tudo? Eu posso arrumar uns
cavalos e umas armas para vocês, se assim quiserem.
Mas como Piter? O xerife deu meia hora para os
rapazes que irão se reunirem em frente á delegacia.
Não se preocupem fiquem aqui que eu vou sair e já
volto com novidades ok? Ele se levantou e saiu.
Não sei se passou pelo menos uns 10 minutos e lá
estava o Piter em frente ao Saloon, com mais três
cavalos e três cinturões com armas, ele entrou no
Saloon e disse, vamos logo rapaziada, se armem e
vamos atrás desses ladrões.
Nós não entendemos como pode o Piter ser tão
rápido, mas com a vontade que estávamos, dissemos
ok vamos lá.
Saímos do Saloon e fomos para a delegacia se juntar
aos outros que iriam participar da patrulha e logo
estávamos nas campinas atrás dos ladrões,
estávamos até com roupas para o frio, não me
perguntem como.
Ficamos um pouco separados dos outros rapazes,
mas sempre atentos a qualquer movimentação de
alguma boiada.
Cavalgamos muito e nem sinal de alguma boiada,
afinal eles estavam bem mais a nossa frente e nós
não sabíamos se os ladrões tinham seguido em frente
ou se estavam escondidos em alguma outra fazenda.
Mas continuamos a cavalgar, as horas se passaram e
começou a escurecer, então nos reunimos aos outros
rapazes para combinar para fazermos um
acampamento para passarmos a noite.
Ainda bem que alguém trouxe os apetrechos
necessários para se acampar, porque na manha
seguinte nós iríamos continuar com a caçada.
Fizemos uma fogueira junto ao acampamento e todos
se reuniram em volta e começou um longo bate papo
entre nós, uns comentavam sobre como prosseguir
na caçada, outros comentavam sobre outras coisas, e
nós por força da ocasião tínhamos nos tornado
amigos uns dos outros, eu o pé com pano e o Alberto,
ficamos comentando de como estava sendo
emocionante aquela aventura no Velho oeste, por
fim ficou tarde e todos foram dormir.
Na manha seguinte, ao acordarem cada um tinha a
cara mais amassada do que a do outro e todos foram
então lavar o rosto num riacho que passava lá perto,
comemos um pedaço de carne seca, que não sei
quem trouxe e depois nos reunimos para combinar
como seria a continuação da caçada.
O xerife era o que sempre dava as coordenadas de
como devíamos seguir, cada um então arrumou as
suas coisa e lá fomos nós continuar com a caçada,
cavalgamos mais meio dia e nada dos ladrões e nem
da boiada.
Alguns já estavam falando para pararmos com aquela
patrulha, porque não estávamos tendo sucesso, era
para pelo menos termos encontrado alguma pista, ou
algum rastro de boiada, mas nada tínhamos
encontrado, então o melhor era desistirmos da
caçada, pelo menos por enquanto, o xerife que já
tinha uma certa idade, estava cansado e concordou
em abortar a patrulha, decidimos então voltarmos a
cidade, quem sabe lá não encontraríamos alguma
pista dos ladrões.
O fazendeiro John tinha ficado na cidade, pois ele
tinha que cuidar da fazenda e não via a hora de ter
noticias da nossa patrulha.
Assim que chegamos á cidade, todos vieram ao nosso
encontro pra saber das novidades, mas nós não
tínhamos muito o que falar, e ficaram todos meio
decepcionados.
Nós quatro, eu, o pé, o Alberto e o Piter nos olhamos
e alguém falou, é por enquanto vamos até ao Saloon
para ver se temos alguma ideia de pegarmos esses
ladrões, mas antes precisamos comer alguma coisa.
Depois de comermos numa espelunca que tinha por
la, nós íamos caminhando até o Saloon, e nisso um
menino veio até nós e disse baixinho; Moço eu vi
uma boiada que parece que estava escondida, no pé
da montanha do Urso.
Como é que é menino?
È isso mesmo eu vi uma boiada no pé da montanha
do Urso.
O Piter então perguntou para ele, Você disse para
mais alguém essa história?
Não, vocês são os primeiros que eu conto, inclusive a
boiada tinha só um boiadeiro tomando conta e como
eu nunca vi nenhuma boiada naquelas bandas, eu
resolvi vir contar para alguém.
Fez bem menino, tome uma moeda e pode ir
embora, mas não conte para mais ninguém essa
história ok?
Ok, sem problemas.
E lá fomos nós confirmar essa história de perto,
porque não era tão longe a tal montanha do Urso,
cavalgamos um pouco e logo chegamos e finalmente
vimos meio escondida no pé da montanha a boiada
que foi roubada da fazenda do John, com um só
boiadeiro tomando conta.
O Piter disse, Há então é esse o segredo dos ladrões
não é, enquanto as patrulhas vão atrás deles por
caminhos que eles nunca passaram, eles deixam
escondida a boiada aqui no pé da montanha que é
um lugar ermo, depois evidentemente quando
desistem de ir a suas procura, eles movimentam a
boiada para algum lugar, quem sabe não as
embarcam no trem, pois eu já vi muitos trens
cargueiros pararem na cidade.
Caramba, concordamos com você Piter, dissemos
quase ao mesmo tempo.
Muito bem rapazes por enquanto não comentem
nada para ninguém, vamos fazer que não sabemos de
nada, até conseguirmos por as mãos nesses ladrões.
Combinado Piter, e voltamos para a cidade.
No caminho de volta o Piter disse;
Hoje é sábado, porque vocês não vão ao Saloon mais
tarde para ver como é o movimento lá á noite?
Podes crer, iremos sim não é pé e Alberto?
Sim, responderam eles, mas antes eu vou até o hotel
para me arrumar, tirar o cinturão, descansar um
pouco e depois nos encontraremos lá, mais ou menos
ás 7 horas ok?
Mas antes Piter o que fazemos com os cinturões e as
armas?
Fiquem com elas por enquanto.
Combinado, até lá então.
E foram cada um pro seu lugar.
Chegando mais ou menos as 7 horas e uns 10
minutos, me encaminhei para o Saloon, chegando já
estava lá o Piter o Alberto e mais um punhado de
gente, o pé com pano chegou logo em seguida.
Ele nem conhecia a maioria das pessoas que estavam
lá, mas para não perder a fama de gozador, assim
que ele entrou no Saloon foi dizendo; Se eu sentir
vontade eu pago a bebida de todos, e em seguida
disse, pena que eu não estou sentindo essa vontade,
a turma não gostou muito da brincadeira, mas logo
esqueceram e nem ligaram para o pé com pano, nós
então nos juntamos a uma mesa e começamos a
bater papo.
Nessa hora não estava tão cheio ainda o Saloon, mas
já tinham um bocado de caras bebendo no balcão.
O Piter disse, o Saloon fica mais cheio nos dias de
sábado, por enquanto ainda não lotou, mas se vocês
me derem licença pra eu ficar sozinho na mesa para o
caso de aparecer alguém que queira jogar, eu
agradeço.
Sem problemas Piter, e fomos para uma outra mesa.
Passou-se alguns minutos e apareceu um cara vestido
com roupas finas e perguntou para o Piter; E aí está a
fim de jogar?
È o que sempre faço ‘amigo’.
Ele então se sentou a mesa com o Piter e logo
começaram a jogar, mas antes o cara pediu um
baralho novo.
E ficaram ali jogando,
Enquanto eu, o pé e o Alberto ficamos observando o
que acontecia naquele Saloon a noite, podemos ver
que aparecerem umas mulheres ‘alegres’ e logo
apareceu um cara que foi tocar o piano, pelo menos
o ambiente ficou mais alegre com as musicas que ele
tocava.
E reparamos que o cara que jogava com o Piter pedia
um whisky atrás do outro, nisso apareceu um outro
cara que queria jogar também na mesa em que
estava o Piter, e foi dizendo; posso me sentar a mesa
com vocês?
Sem problemas pra mim, e pra você, perguntou ao
seu companheiro de jogo, sem problemas respondeu
ele também.
E o jogo continuou, o cara do whisky não parava de
beber, jogava e também bebia e as horas foram se
passando.
E nós sem ter muito o que fazer, uma hora íamos
olhar o jogo do Piter, outra hora íamos perto do
piano tentando acompanhar alguma musica, teve
alguma mulher que veio se oferecer pra nós, mas
estávamos por assim dizer de ‘quarentena’ e ficamos
apenas na conversa.
Em certa hora um dos que jogavam na mesa do Piter
disse; Rapazes para mim chega, com licença que eu
vou me retirar, se levantou e foi embora, ele não
ganhou e nem perdeu, mas o cara do whisky
continuava com o jogo, estava perdendo e não
parava de beber
E o Piter com a sua experiência de jogador não se
deixava abalar, por certas crises de nervos que o cara
que bebia whisky mostrava a cada partida que
perdia.
Até que o cara disse, chega de jogo, já perdi muito,
não estou mais a fim de jogar.
O problema é seu ‘amigo’ pra mim tudo bem, e se
podia perceber que o cara já estava bêbado,
recolheram as cartas e o cara começou a falar;
Sabe de uma coisa eu não te conheço, mas vou falar
mesmo assim, Por acaso você não conhece alguém
que queira negociar bois?
O Piter deu uma de desentendido, e perguntou pra
ele, bois como assim bois?
O cara disse, Bois meu caro, uma boiada, vários bois.
Há entendi, mas o que você quer dizer com negociar?
Negociar eu quero dizer, alguém que compre bois,
uma boiada completa para ser exato.
Ele pediu mais um whisky para o garçom que naquela
noite estava presente, e continuou a falar, eu tenho
uma boiada e quero vende-la.
O Piter para se informar mais, disse para ele, Olha eu
conheço alguém que negocia bois, no momento ele
não está aqui, mas se for preciso eu me comunico
com ele.
O cara disse, tem que ser rápido, tem que ser um
negocio muito rápido, tipo me dá o dinheiro e leva os
bois.
Nisso entrou no Sallon um cara que não era
conhecido por aquelas bandas, e o cara que bebia
muito whisky assim que o viu, mudou de assunto
imediatamente, e disse para o Piter, pois é meu
amigo para mim chega de jogo por hoje, se levantou
e foi de encontro ao cara que acabara de entrar.
E os dois logo estavam conversando baixinho entre
eles, e o Piter ficou matutando, Quem será esse cara?
Será um dos ladrões, mas ele disse em negociar bois,
mas pode ser apenas um blefe esse papo de ser um
negociante, esperemos para ver.
Nisso, nós vendo que o Piter ficou sozinho nos
aproximamos dele e perguntamos, E aí Piter tudo
bem?
Tudo bem rapazes, me apareceu uma pista sobre
bois, mas por enquanto eu não posso dizer nada
sobre ela, vamos aguardar mais algum
acontecimento.
Ok, se por enquanto você não pode falar, nós
aguardamos também alguma novidade.
Nisso entrou mais quatro indivíduos no Saloon, que
ninguém conhecia e foram direto se juntar aos dois
amigos, que eram o cara do whisky e o seu
companheiro.
O Piter não deixou passar desapercebido aquela
entrada dos indivíduos que foram se juntar aos
outros dois, e pensou, aí tem coisa.
E eu disse para o pé e o Alberto, vocês marcaram o
rosto daqueles seis caras que encontramos no meio
da estrada? Algum se parece com esses caras que
acabaram de entrar?
O Alberto falou, esses caras até podem ser os
mesmos que encontramos na estrada, mas agora eles
estão com roupas diferentes, E o pé com pano disse,
não sei não, parece que pelo menos um deles é o
mesmo que estava junto com os outros cinco.
Nós estávamos na mesa junto com o Piter e ele disse
assim, Se esses caras são os ladrões, eu vou
descobrir, me esperem aqui, se levantou e foi até o
balcão onde os caras estavam, para poder puxar
assunto com o cara que estava jogando com ele.
Assim que encostou perto do cara, perguntou para
ele; E aí posso lhe pagar um drink?
O cara ficou meio desconcertado e disse, eu agora
não posso ficar com conversas com estranhos, e o
Piter retrucou relaxe ‘amigo’ eu só estou querendo
fazer amizade, garçom vê um whisky para nós, e logo
em seguida perguntou pro cara;
E então você não pode dar mais detalhes sobre os
negócios de bois?
O cara ficou mais desconcertado ainda, verificou que
os seus companheiros não tinham ouvido aquela
pergunta e disse para o Piter;
Olhe amigo outra hora a gente fala sobre isso ok,
agora eu não tenho condição de falar nada, e ele foi
se juntar aos seus companheiros.
O Piter então girou o corpo e voltou para a mesa
onde nós estávamos.
Assim que chegou, foi dizendo, é meus amigos, podes
crê que ai tem coisa, o Leonel (descobri o seu nome
porque ouvi os seus companheiros o chamarem
assim) me ofereceu uma boiada para comprar, e
agora não quer nem ouvir falar sobre isso, é estranho
não acham?
Olhe Piter nós também temos razões para desconfiar
desses caras, só não podemos afirmar 100% que eles
de fato são os ladrões de gado.
Por enquanto vamos aguardar mais alguns
acontecimentos, para ver no que vai dar essa história,
as horas estavam se passando e o Saloon estava se
esvaziando a cada hora que se passava.
O Piter estava armado, nós não, e os seis caras
também estavam armados, então ficamos pensado;
Puxa se sair um tiroteio aqui é melhor sair fora,
porque não estamos armados.
E ficamos ali sentados vendo o movimento, os seis
caras conversavam alegremente e bebiam alguns
tragos, mas parecia que eles estavam meio tensos.
O Piter tirou um maço de baralho do bolso do seu
paletó e ficou ali jogando paciência, enquanto nós
conversávamos, Na mesa ao lado ainda tinha uns
caras jogando junto com o xerife.
E as horas se passavam, e parece que o xerife não
tinha prestado atenção naqueles caras.
No fundo do Saloon tinha uma espécie de quarto que
servia até para encontros ‘íntimos’, mas nessa hora
ele estava vazio, porque agora quase todo mundo já
tinha ido embora do Saloon, só restavam nós, a
rapaziada que jogava na mesa ao lado e os seis
suspeitos.
E o Piter falou pra nós, Olhem aqui, eu já estou sem
paciência, eu vou agora tirar essa história a limpo.
E dizendo isso ele se levantou e foi de novo até o
balcão onde estavam os seis caras e disse assim para
um deles:
Ei Leonel você poderia me mostrar amanha a sua
boiada? Eu estou interessado em comprar algumas
cabeças de gado.
Os outros logo o cercaram e um deles disse; Que
conversa é essa de comprar do Leonel algumas
cabeças de gado?
O Leonel por sua vez disse. Eu não sei do que esse
cara esta falando.
O Piter então retrucou, Qual é a sua? Você me
oferece para saber se tenho algum comprador para
um a boiada e agora diz que não sabe de nada.
Os ânimos se exaltaram e o Leonel falou para os seus
companheiros, Esse cara está a fim de arrumar
encrenca, vamos dar uma lição nele, e vieram pra
cima do Piter.
Mas o Piter era muito ágil, ele se esquivou dos
primeiros socos e o tempo fechou, logo os rapazes
que estavam na mesa jogando baralho com o xerife
vieram também participar do quebra-quebra, pois
eles viram que era uma briga de seis contra um.
Foi soco pra todos os lados, e eu o pé e o Alberto só
ficamos ‘assistindo’, até que o Leonel puxou o
revolver e deu um tiro, mas não acertou ninguém
porque ele estava bêbado, mas depois desse tiro,
todos se recuaram, tanto os seis suspeitos quanto a
rapaziada que estava com o xerife.
Os seis caras correram para os fundos do Saloon,
enquanto o Piter e a rapaziada mais o xerife vieram
para a porta, e aproveitando uma brecha o Piter disse
para nós, Vocês saiam daqui, nem armados vocês
estão, não precisou ele falar duas vezes, porque
saímos para fora do Saloon no mesmo instante.
E agora a briga já tinha virado um tiroteio, escutava-
se os tiros da rapaziada que estava na porta do
Saloon, contra os seis suspeitos que revidavam os
tiros.
Os tiros foram ficando esporádicos até que parou, e
com isso os suspeitos aproveitaram aquela ‘trégua’
para fazerem uma barricada com as mesas no fundo
do Saloon e ficou difícil de acertar um deles.
O xerife então deu uma ordem. Rapazes foi bom
parem o tiroteio por enquanto, com isso vamos
economizar balas, mas esses ratos não tem pra onde
escapar, vamos ficar na espera.
Fez se então um silencio, mas ficaram todos de
prontidão e o Piter então se aproximou do xerife e
lhe contou o que sabia sobre os seis camaradas, o
xerife ficou pensativo e por fim disse, Com esses
detalhes e pela reação deles, tudo leva a crer que
eles são mesmo os ladrões de gado.
Não podemos deixa-los fugirem, temos que coloca-
los na cadeia, vamos depois avisar o John que
pegamos os ladrões do seu gado.
Pois é xerife, nós ainda não o pegamos, eles estão lá
nos fundos e estão todos armados, precisamos ter
cautela.
È isso mesmo rapaz, precisamos achar um jeito de
pegá-los sem que eles firam alguém.
Por enquanto vamos aguardar pra ver se eles falam
alguma coisa.
‘Um detalhe que passou despercebido é que um
deles ao entrar no Saloon, carregava uma espécie de
sacola e essa sacola continha muita munição’.
As horas continuam se passando, o Piter então olhou
para o seu relógio de bolso e viu que já eram 4,30 da
manha.
E então começou de novo os tiros, mas eram tiros
sem endereço, porque todos estavam mais ou menos
protegidos.
Os rapazes do xerife também deram mais alguns
tiros, mas logo pararam, e se perguntaram, Caramba
as balas desses caras nunca termina? E ficamos todos
novamente á espera do próximo passo de ambos os
lados.
O Piter então disse para mim o pé e o Alberto,
rapazes eu acho que nós podemos dar um jeito na
situação.
Como assim, nós, perguntamos pra ele.
Primeiro nós vamos até o hotel enquanto o xerife e
os rapazes tomam conta para que os ladrões não
fujam, tudo bem xerife?
Que raios vocês vão fazer no hotel numa hora dessa?
Deixa comigo xerife a gente volta logo para resolver
essa situação.
Ei Paulo, pé com pano e Alberto venham comigo, e lá
fomos nós até o hotel e no caminho o Piter explicou o
que tínhamos que fazer.
Vocês vão colocar os coldres novamente e nós vamos
pegar esses ladrões,
Caramba aquilo seria o máximo para nós, participar
de um tiroteio para pegar ladrões de gado no Velho
Oeste.
Chegamos ao hotel, fazia frio e já estava
amanhecendo, as horas se passaram depressa,
entramos e o Piter nos levou a um quarto que não
era o meu, e lá ele mostrou os coldres que nós
iríamos usar, inclusive tinha também alguns capotes
e roupas de frio que também nos foi oferecido,
colocamos então aquela roupas, ajeitamos os coldres
na cintura, checamos as armas, parecia até que nós
éramos velhos personagens de história de bang-bang.
E então Piter, ficamos bem?
O importante é vocês prestarem atenção no que vão
fazer, nós vamos enfrentar seis ladrões de gado e não
quero que ninguém saia ferido.
O Piter também tinha se vestido igual a nós, e lá
fomos então de volta para o Saloon.
Como já tinha amanhecido, muitos curiosos estava na
rua a procura de novas noticias e nós passamos por
eles sem dar atenção, nosso foco agora era os seis
ladrões, o Piter carregava também uma espécie de
bengala.
Assim que o xerife nos viu, ele perguntou:
Quem são esses? E ao chegarmos mais perto ele
disse, Há é o Piter e aqueles novatos na cidade.
E ao chegarmos no Saloon, o Piter disse;
Xerife deixe que nós tomamos conta da situação, o
xerife meio preocupado falou, muito bem, mas
tomem cuidado hein rapazes.
Ok xerife.
O Piter então foi devagar até a porta do vai e vem, se
agachou e disse em vós alta;
Ei vocês, vão se entregar ou querem que nós te
peguemos?
Sem chance, nós nunca nos entregaremos.
Vocês realmente são os caras que roubaram o gado
da fazenda do John não é?
Espertinho, hein como você adivinhou?
È isso que eu precisava ter certeza, vocês são os
ladrões, mas agora deixa eu te dizer outra coisa, È
melhor se entregarem antes que morra alguém.
Nós nos entregarmos? Nunca, Nós temos muita
munição aqui conosco e vamos matar muita gente
antes de nos entregarmos.
Vocês é que estão escolhendo.
E dizendo isso o Piter deu um sinal para mim me
aproximar dele, e me disse o seguinte; Paulo está
vendo aquela janelinha ali do lado, vá até lá e fique
de prontidão até começar a ‘festa’, depois manda
bala nos caras.
Ok Piter.
Deu um outro sinal para o Pé com pano e lhe disse:
Assim que o tiroteio começar quero que você com
cuidado entre no Saloon e se esconda atrás daquele
canto do balcão, porque no inicio do tiroteio ninguém
esta mirando em ninguém.
Ok Piter
Com um outro sinal chamou o Alberto e lhe disse,
fique aqui do meu lado, tenha cuidado, não se deixe
ferir, e assim que o tiroteio começar procure acertar
qualquer um dos seis que ficar na mira.
Ok Piter.
E então o Piter deu o primeiro tiro onde estavam os
caras, e logo eles responderam e com isso o pé com
pano rapidamente entrou e se escondeu no canto do
balcão.
Era bala pra todo lado, o tiroteios ficou intenso, mas
ninguém tinha acertado ninguém... ainda, o xerife
disse eu vou pegar pelo menos um desses caras e
continuou atirando.
Num dado momento, ficou na minha mira um deles,
rapidamente eu mirei mais ainda e o acertei no
ombro do braço que ele atirava, o cara deu um urro,
soltou um palavrão, e eu pensei, um a menos.
Os tiros continuavam e o xerife gritou, Cuidado
rapazes economizem balas para não ficarem sem
munição, e nesse instante o pé com pano ficou
também com um cara na mira.
Ele então bem devagar mirou e acertou o cara, o
‘engraçado’ é que também ele acertou o cara no
ombro do braço que ele atirava.
Menos dois, mas o tiroteio continuava,o xerife e os
rapazes estavam meio escondidos perto da porta do
vai e vem e mal dava para eles mirarem em alguém,
mas eles estavam atirando em cima dos caras, e
então não dava também a chance dos bandidos
fazerem mira pra cima de nós,
Os tiros não paravam, passou-se um tempo e desta
vez foi á vez do Piter acertar um deles, e mais uma
vez foi acertado o ombro do braço que ele atirava, e
quase em seguida foi á vez do Alberto acertar mais
um cara, e também no ombro.
Restavam dois caras que ainda podiam atirar contra
nós, os que foram baleados estavam encolhidos,
sentindo muita dor e não ofereciam mais perigo.
O tiroteio continuou mais um pouco até que pararam
de atirar, e nós também, fez se de novo um silêncio,
talvez eles estivessem conferindo a baixa que tinha
havido entre eles, e todos nós percebemos que os
tiros que agora só dois caras estavam dando, não
ofereciam tanto perigo, mas de repente continuou os
tiros deles acompanhado de xingamentos.
O Piter então gritou para eles; è melhor vocês se
renderem, antes que mais alguém se machuque,
ninguém respondeu, mas tinham parado de atirar,
depois de algum instante, o tal de Leonel gritou; Esta
bem, esta bem, chega de tiroteio, nós nos rendemos.
O Piter então disse, Muito bem levantem as mãos e
se encaminhem para á porta com as mãos
levantadas, depois chamou o xerife e disse, São todos
seus, tome conta deles.
O xerife entrou no Saloon também com a arma
engatilhada e disse, muito bem caminhem até mim e
continuem com as mãos levantadas.
Os dois vieram então até a porta e o xerife os pegou
e os desarmou, e disse para alguém, Me traga uma
corda para amarrar as mãos deles, imediatamente
apareceu um cara com uma corda.
O xerife os amarrou enquanto falava, Vocês vão
passar um bom tempo na cadeia seus ratos, Ei
alguém vá até onde estão os feridos e os desarmem.
Eu e o Piter fomos até lá e os desarmamos e o Piter
falou, Alguém chame o médico para cuidar desses
vermes.
Nessa altura o Saloon tinha sido invadido pelos
curiosos, e o xerife falou me ajudem a levar esses
dois para a delegacia e o resto de vocês levem os
feridos para a casa do médico, depois os levem
também para a delegacia.
Acataram a sua ordem e o xerife então foi com os
dois presos para a delegacia.
Caramba, tínhamos conseguido pegar os ladrões, o
Piter então falou para nós;
Ei rapaziada vamos de novo ao hotel para nos
desfazer dessas roupas e das armas, depois nós
voltaremos para o Saloon.
Ok Piter, vamos lá.
Chegamos, e entramos no hotel fomos para o quarto
e nos desfizemos daquelas roupas e armas, e
enquanto as guardávamos aproveitamos para falar
um com o outro;
Caramba meus amigos essa Aventura foi demais, e
pensando bem vocês repararam que nem usar armas
nós sabemos e no entanto nós as usamos como se já
a usássemos a muito tempo?
Daí o Piter disse, fiquem tranquilos amigos, sempre
há uma primeira vez para quase tudo, por enquanto
vamos voltar ao Saloon.
E voltamos então para o Salloon, e no caminho
encontramos o John e ele mais do que depressa
perguntou: E então pegaram os ladrões?
Sim John conseguimos pega-los e deixe eu te dizer
uma boa, a sua boiada que foi roubada está
escondida no pé da Montanha do Urso.
Como assim Piter escondida no pé da montanha do
Urso?
Exatamente John, os ladrões escondiam as boiadas
que roubavam lá, até as coisas esfriarem e depois
talvez as mandassem para o trem para seguir um
caminho no qual quem as comprava mandava.
Puxa vida, Piter, obrigado por recuperar o meu gado.
Sem problemas, mas esses aqui me ajudaram na
tarefa, o John olhou para nós e disse; Obrigado
também rapazes, passem qualquer dia na fazenda
para almoçarem comigo ok,
Ok John, até qualquer dia.
Nos despedimos e seguimos o caminho, antes de
chegar ao Saloon passamos na delegacia e vimos os
dois ladrões presos numa cela e os outros quatro em
outra cela, e perguntamos ao xerife: Tudo bem? Já
está com os passarinhos presos na gaiola?
È isso aí Piter, depois eu passo no Saloon para
‘comemorarmos’.
Ok xerife, até mais.
Depois chegamos ao Saloon, nos sentamos nas
cadeiras de uma mesa e o Piter disse; Pronto, fizemos
a nossa missão.
Daí eu disse, Gozado, de repente senti uma vontade
de ir em uma igreja, Ei Piter existe alguma igreja por
aqui?
È claro que existe Paulo, é logo ali do outro lado da
rua do hotel.
Pois bem, eu vou até La, alguém me acompanha?
Claro, que nós vamos, também sentimos uma
vontade de ir a alguma igreja.
Então La fomos nós
Era uma igreja simples, parecia até que ninguém ia
até lá, mas nós entramos e com todo o respeito cada
um de nós e também o Piter, escolheu um lugar e
ficamos ali rezando, cada um a sua maneira, cada um
com a sua religião.
Até que decidimos ir embora de lá e voltar para o
Saloon, no caminho o Piter perguntou para nós;
Vocês pretendem ficar muito tempo na cidade?
Eu disse; O interessante é que eu não consigo pensar
de como eu vim parar aqui e nem como irei embora,
e vocês pé e Alberto?
Pra nós também é a mesma coisa, nós ficamos
participando dos acontecimentos, mas não sabemos
quando chegamos e nem quando iremos embora.
E o Piter disse; Pois é meus amigos, sempre tem uma
primeira vez para quase tudo nesse mundo.
Espero encontrar vocês de novo, vocês são pessoas
do Bem.
O mesmo dissemos de você Piter, você é um cara
legal, sem magoas com o pé com pano?
Nenhuma, eu compreendi que ele estava só
brincando quando disse aquilo, mas preste atenção
pé, não são todos que aceitam essas brincadeiras.
È isso mesmo Piter, vou me controlar da próxima vez.
Nos demos as mãos e nos tornamos mais amigos
ainda.
Estavam todos felizes, e eu disse, vou até ali,
esperem um pouco rapazes e fui caminhando
devagar, e não sei como escorreguei numa poça de
barro, o pior é que bati a cabeça.
Me senti desfalecer e as imagens daquele lugar foram
sumindo...
Depois de algum tempo, abri os olhos devagar e
comecei a ver figuras que estavam se formando nas
nuvens do céu, mas agora estava ventando muito e o
vento estava desfazendo as imagens que eu estava
vendo, então olhei de lado e estava eu em minha
casa, deitado na minha cama.
Uma aventura no Velho Oeste

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  • 3. Continuei, cavalgando e á medida que passava pelas pessoas, elas me cumprimentavam naturalmente, como se eu fosse um velho conhecido. Dobrei uma esquina e vi um Saloon, e como em toda a vida tive curiosidade de conhecer um Saloon por dentro, pensei então, vou entrar lá. Puxa iria fazer aquela clássico ato de entrar num Saloon do Velho Oeste, empurrando as duas portas do vai e vem com as mãos. Apeei do cavalo e fui para a famosa porta, empurrei- as com as duas mãos e entrei, e... Caramba, lá dentro era igualzinho ao que aparecia nos filmes de bang-bang que eu assistia. Tinha um balcão comprido, tinha as mesas, tinha um daqueles pianos antigos, enfim tinha tudo o que tinha num Saloon do velho oeste.
  • 4. Nem sei que horas seria aquela, mas o Saloon não estava cheio, tinha dois caras no balcão tomando whisky e mais alguns caras sentados nas cadeiras das mesas, tinha um que ficava colocando cartas de baralho em certa ordem e depois ele as recolhia para depois coloca-las de novo em cima da mesa. Um dos caras que estava no balcão me encarou de cima embaixo, mas eu disfarcei e fingi que não percebi, fui até aonde estava o piano e toquei alguma nota, depois circulei pelas mesas, passei perto do cara que colocava cartas em cima da mesa, sem chamar a sua atenção, pois não sabia como estava o seu humor. Mas assim que passei por ele e fiquei de costas, ele me chamou dizendo: Ei estranho não quer jogar uma partida comigo? Fiquei meio tenso e disse: Desculpe, mas eu só sei jogar 21. E ele retrucou: Não tem problema eu também sei jogar 21, sente-se aí e vamos jogar. Mais tenso ainda eu pensei, puxa esse é o tipo de cara que só joga valendo, e eu será que tenho dinheiro? Meti as mãos no bolso e não sei como, senti que tinha algumas notas, e andando para a
  • 5. mesa eu pude ver que as minhas notas de dinheiro eram dólares. E disse para o cara: Tudo bem vamos jogar só 3 partidas ok? O cara disse: Temos que combinar que serão só 3 partidas amigo, porque se tiveres ganhando, o que vai ser difícil, você vai querer jogar mais. Sem problemas, só 3 partidas mesmo porque eu tenho que conhecer a cidade ainda. Ok, vamos lá. De quanto vai ser a partida? O cara manuseava as cartas enquanto falava, como eu nunca vi alguém fazer, e eu disse 1 dólar por partida. E o jogo começou. A primeira eu ganhei, fiz 18 pontos e ele ‘estourou’ (pura sorte de principiante), mas a segunda e a terceira partida o cara ganhou.
  • 6. Daí ele disse, muito bem você ganhou uma e eu ganhei 2duas, quer continuar pra ver se você ganha mais uma? Desculpe amigo, mas vou ter que parar mesmo. Sem problemas, foi bom jogar com você, porque por aqui é difícil aparecer alguém á essa hora que queira jogar. E por falar nisso eu nunca te vi por aqui, está de passagem? Sim, estou de passagem e queria conhecer a cidade. Caramba conhecer a cidade? Olha sem ser esse Saloon, o Hotel e a casa ‘vermelha’ cuja dona é a Margaret, não tem mais nada de interessante para se conhecer por aqui. È que eu nunca estive por aqui, por isso que gostaria de conhecer todos os lugares. Fique a vontade, alias meu nome é Piter e o seu? O meu é Paulo, prazer em conhecê-lo e falando isso nos demos as mãos. Você já tem aonde dormir? Se não tiver vá ao Hotel do Lucas, é um bom lugar pra dormir, tirando algumas pulgas. Já estava me preparando para sair do Saloon, quando olhei para a porta e levei um susto, pois estava entrando lá o meu amigo ‘pé com pano’.
  • 7. Depois de entrar e assim que ele me viu, com aquele seu jeito de ‘gozador’ ele veio até a mesa, me abraçou e disse: E aí paulada (esse é o meu apelido) tudo bem por aqui? E para não deixar a mania de gozador de lado, ele olhou para o Piter e disse: Quem é esse boióla? O Piter imediatamente sacou o seu revolver e encostou no rosto do pé com pano, dizendo; O que você falou? Mais do que depressa eu entrei no meio dos dois e falei para o Piter; Calma, calma é apenas uma brincadeira, não leve a sério o que ele disse. Demorou alguns segundos e o Piter então encarando o pé com pano, recolheu o seu revolver. E o pé com pano então disse: Pô esse cara não sabe brincar, Desculpa aí meu, eu só estava brincando. O Piter disse, vê lá com quem você brinca. Eu falei então, tudo bem Piter, não liga não, o pé com pano é muito brincalhão. Se o Piter já conhecesse o pé com pano, saberia que ele tinha esse tipo de brincadeira, mas ele nunca quis ofender ninguém. Depois eu perguntei para o pé com pano, E aí o que você veio fazer aqui? Eu só estou de passagem para rever os amigos.
  • 8. Tudo bem, por falar em amigos eu conheci o Piter agora pouco e nos tornamos amigos. Falou Piter, desculpa, foi mal a brincadeira, pensei que você já era conhecido do paulada. Tudo bem, só não me chame daquele nome novamente, senão a bala vai comer. Ei vamos nos sentar para continuar o papo, nisso um cara estranho apareceu (devia ser o dono do Saloon) e perguntou: Vocês vão beber alguma coisa? Me vê um whisky e pra você Piter e pé com pano? O Piter disse, também quero um, e o pé com pano disse que aquela hora não queria tomar nada. E continuamos ali na mesa com o bate-papo e nos tornamos mais amigo do Piter. As horas se passaram, já estava escurecendo o dono do Saloon foi acendendo as lamparinas, e estávamos quase sem assunto, quando apareceu na porta do Saloon, não sei de onde, o nosso amigo Alberto.
  • 9. Mais um amigo que chegou. Cap. 2 O pé com pano assim que o viu, foi logo dizendo; Pronto, o saloon vai virar sala de reunião dos caras que moram na Vila Ema. O Alberto foi entrando e logo veio ao nosso encontro, assim que chegou a mesa nos cumprimentou e nós o apresentamos ao Piter. Ele pediu uma cerveja (que era quente) ao dono do Saloon e disse para nós; E aí rapaziada, estão de passagem por aqui? O PIter disse, O Paulo e o Pé com pano parecem que estão querendo conhecer a cidade, mas eu já conheço e te digo que quase nada de interessante acontece por aqui. O pé com pano então disse, precisamos conhecer as minas (garotas) que moram por aqui, e perguntou, E aí Piter costuma ter bailes por aqui? Olha cara, só tem bailes por aqui quando é o aniversário de alguém ou quando alguém se casa, no resto do tempo é esse tédio que estão vendo.
  • 10. Casamento eu só gosto de ver, casar nem pensar eu disse, eu também, disse o pé com pano, o Alberto nada falou. O Piter para não perder o costume disse para o Alberto, E aí vamos jogar uma partida de cartas? Não obrigado, eu não sei jogar cartas. Aí eu falei, bem rapaziada está ficando tarde, vocês já tem um lugar para dormir? O Alberto e o pé com pano disse que sim, eu iria ‘dormir’ no hotel e o Piter tinha a sua casa. Já que por agora não se tem mais nada para fazer vamos todos dormir então, e amanha a gente se encontra aqui no Saloon, tudo bem? È isso aí paulada, amanha a gente se encontra aqui no Saloon, nos despedimos e cada um foi para um certo lugar.
  • 11. Na manha do dia seguinte eu me encaminhei para o Saloon, devia ser mais ou menos umas 10 horas e assim que cheguei pude ver o Piter, ele já em uma mesa ‘brincando’ com as suas cartas de baralho. O cumprimentei e disse, tudo bem, será que tem café com leite por aqui? Café com leite? Está brincando né? Se você encontrar café fresco será um milagre, agora encontrar leite, sem chance. Tudo bem, pedi então um café ao dono do Saloon e ele disse; Se você esperar vou pedir para a minha mulher fazer um café. Eu espero. E fiquei ali conversando com o Piter e perguntei para ele: Então sem ser o Saloon o Hotel e a casa da luz vermelha, não tem nada de interessante para se conhecer nessa cidade? O Piter respondeu, olha cara de vez em quando aparecem uns caras de outra cidade aqui no Saloon e isso da um pouco de movimento na nossa cidade, fora isso de vez em quando o xerife nos ‘convida’ para fazer uma patrulha para irmos atrás de algum ladrão de gado, e vamos tocando a vida assim, eu
  • 12. quase não saio desse Saloon e estou sempre esperando gente estranha aparecer por aqui para jogarmos algumas partidas. É parece ser um pouco monótona a vida por aqui. Continuamos com o papo e aí apareceu o Alberto e logo em seguida apareceu o pé com pano e eu disse vamos nos sentar nas cadeiras da mesa para esperar o café que a mulher do dono do Saloon está fazendo. O Alberto então disse, e aí quando nós vamos conhecer a cidade? Espere só a gente tomar um café e podemos sair em seguida, o Piter vai com a gente? Ele falou, não obrigado prefiro ficar aqui no Saloon esperando alguém para jogar. O cara do balcão então disse, E aí quantos querem café? Pode ser 4, isso se o Piter tomar café não é? Dessa vez eu vou acompanhar vocês e vou tomar um café, e então todos tomaram um café de gosto duvidoso. Depois eu disse, então rapaziada vamos sair para conhecer a cidade, o Piter disse, não se preocupem
  • 13. em se perderem porque a cidade é pequena, se precisarem de mim, estou aqui. E saímos em seguida para a rua. E a rua aquela hora estava deserta, não se via ninguém e mesmo assim fomos caminhando sem saber aonde de fato nós iríamos. Tínhamos caminhado mais ou menos uma quadra, quando nos encontramos com o xerife da cidade, ele vinha a cavalo ao nosso encontro, assim que chegou perto de nós, ele desceu do cavalo, pôs a mão no coldre e perguntou; Vocês são novos por aqui? O que estão fazendo na cidade?
  • 14. O Alberto então falou, Não se preocupe xerife, nós somos gente do bem, só estamos aqui para conhecer a cidade. O xerife respondeu, Tudo bem, estou vendo que vocês parecem ser do bem e não estão armados, só espero que não se metam em confusão por aí ok? Tudo bem xerife, até mais. Até mais. E continuamos com o nosso ‘passeio’ e nessa hora algumas pessoas já estavam caminhando pela cidade, algumas nos olhavam com curiosidade, outras nem sequer nos olhavam. Até que paramos em uma porteira de uma fazenda, com uma curiosidade normal, para olharmos uma boiada com os seus bezerrinhos. Não deu cinco minutos e logo apareceram uns três cowboys armados que nos cercaram e foram perguntando, O que vocês querem aqui? Isso é propriedade particular se vocês invadirem, nós temos o direito de atirar. Tudo bem amigo, nós só estamos conhecendo a cidade e paramos para ver a boiada.
  • 15. Eles disseram, Se cuidem então e não invadam propriedades. Caramba, disse um de nós, a cidade parece não querer amigos não é? Deixa pra lá disse o Alberto, vamos seguir o passeio, nisso os três cowboys já tinham se afastado e nós fomos caminhando... E podemos ver logo depois num monte logo adiante, uns seis homens a cavalo, todo eles mal encaradas e parece que estavam combinando alguma coisa entre eles, pois eles estavam numa espécie de roda. E no nosso caminho nós tínhamos que passar a pé pelos seis caras, mal encarados, mas pra nossa sorte parece que eles viram que nós não representávamos nenhum perigo para eles, eles então nos deixaram passar sem fazer perguntas. E nós continuamos a caminhar pela cidade, que não tinha realmente muitas coisas para se conhecer, mas para nós tudo era novidade. Andamos até que chegamos a ‘avenida’ principal aonde se podia ver o movimento, que era pouco comparando a grandes cidades.
  • 16. Vimos um tipo de armazém aonde se vendia de ‘tudo’ desde feijão até a arame farpado e decidimos entrar lá para conhecer. O dono logo veio nos receber, nos cumprimentou e foi logo perguntando; Então do que vocês precisam? O Alberto respondeu; Não se preocupe nós estamos apenas dando uma olhada por aqui, o dono da loja então com a cara meio fechada disse, Tudo bem fiquem a vontade. E ficamos então olhando as várias mercadorias que o armazém vendia, o pé com pano viu um par de botas de cor meio alaranjada que estava também para vender, e foi logo dizendo, e aí paulada, você vai ficar bem com essas botas, e eu respondi também num
  • 17. tom de brincadeira, Sai fora, eu sou homem meu chapa, e continuamos vendo as mercadorias, até que o Alberto falou, Vamos continuar andando rapaziada. O Roubo Cap. 3 Saímos então daquele armazém e entramos em outro estabelecimento e já tínhamos feito ‘amizades’ com algumas pessoas que vivam naquela cidade, e vimos eram pessoas hospitaleiras, porém elas eram meio desconfiadas. Um dos rapazes que conhecemos pela andança que estávamos fazendo, nos perguntou; Vocês pretendem morar por aqui? O Alberto é quem respondeu, Não, nós estamos aqui só de passagem, a gente nem conhece ainda a cidade toda. A cidade é bem tranquila para se viver, eu não deixaria esse para viver em outro local, falou o rapaz, logo a estação de trem vai ser inaugurada, os trilhos do trem já passam pela cidade e de vez em quando vem um trem de carga para recolher a boiada da fazenda do mister John.
  • 18. O ruim é ter conviver com ladrões de gado que de vez em quando aparecem por aqui, nisso o pé com pano falou, Não é por nada não, mas vocês viram aqueles seis caras mal encarados no meio da estrada? Pra mim eles são ladrões de gado. Qual é meu chapa, você vê uns caras mal encarados e vai logo dizendo que eles são ladrões? Não posso jurar, mas aqueles caras tem toda a pinta de serem ladrões, rebateu o pé com pano. Deixa pra lá, o importante é não cruzarmos mais com eles, se são ladrões ou não eu não sei, só sei que eles não têm a cara de serem honestos. Bem, vamos voltar para o Saloon, para ver se lá se vende algum tipo de suco, porque está fazendo calor, E isso aí, vamos lá, e você rapaz vai conosco? Não eu tenho que trabalhar no rancho, mas tudo bem outra hora a gente se encontra novamente e ai vamos tomar um suco no Saloon. Eu o pé com pano e o Alberto seguimos então para lá, tinha se passado um tempo e nós não tínhamos chegado ao Saloon ainda quando ouvimos umas pessoas correndo e gritando, e logo veio também uns cavaleiros a galope, e todos procuravam pelo xerife,
  • 19. pois acabaram de ficar sabendo que roubaram uma boiada da fazenda do mister John. Os cavaleiros apearam em frente á delegacia e um deles foi dizendo ao xerife, eu estava de guarda na fazenda quando apareceram seis caras a galope, eles me cercaram e fui golpeado na nuca, desmaiei e quando acordei vi que parte da boiada tinha desparecido.
  • 20. Então avisei o patrão e viemos em busca do xerife, eu nem sei se o patrão foi ao alcance dos ladrões, o xerife então perguntou; Faz tempo que aconteceu isso? Mas não esperou a resposta e disse; Muito bem, fiquem todos aqui me esperando, que eu vou até a fazenda ver se o John está por lá. A notícia logo se espalhou e a cidade ficou então em polvorosa, todos falavam quase ao mesmo tempo, todos queriam saber mais detalhes do ocorrido. Nós três eu, o pé com pano e o Alberto ficamos meio atônitos e o pé falou, Caramba, estávamos agora á pouco falando dos caras mal encarados que pareciam ser ladrões, e vai ver que foram eles mesmo que roubaram a boiada da fazenda, é tudo faz crer que foram eles mesmo porque quando nos encontramos com eles, eles estavam em atitude suspeita e parece que combinavam alguma coisa. Pois é, mas por hora não podemos fazer nada, vamos aguardar a volta do xerife pra ver o que ele fala a respeito do John, enquanto isso vamos até o Saloon. Chegando lá o Piter continuava sentado mexendo com as cartas de baralho, e assim que nos viu ele disse, Já souberam também do roubo da boiada? Você já soube? Perguntei, É claro que sim ele disse eu
  • 21. fico sempre nessas mesas jogando cartas, mas quando é preciso eu sou ligeiro para agir em qualquer circunstâncias. Sentamos com ele, estávamos admirados pela ‘ligeireza’ do Piter, vamos tomar aquele suco então, enquanto esperamos pelo retorno do xerife, e o Piter disse, pelo que eu conheço o John ele vai tentar ir atrás dos ladrões, mas pelo que eu conheço o xerife, ele vai convencer o John a fazerem uma patrulha antes de ir atrás dos ladrões, sozinho ninguém pode com seis homens. Eu também acho, ninguém consegue nada contra seis ladrões, o mais certo é fazerem uma patrulha. E vocês perguntou o Piter, por acaso já estiveram á caça de ladrões de gado? Não, nós nunca fomos á caça de ladrões de gados ou de outro ladrão qualquer. Pois é, para ir junto a uma patrulha é preciso mais do que coragem, tem que se saber rastrear os rastros de quem estão perseguindo e tem que ter sabedoria para saber agir na hora certa. Infelizmente ou felizmente, nós nunca saímos em busca de ladrões.
  • 22. Não se esqueçam que sempre tem uma primeira vez em quase tudo. Tomamos o nosso suco e resolvemos ir até a delegacia, e perguntamos para o Piter, você não vem com a gente? Não meus amigos, eu prefiro ficar aqui com as minhas cartas, mas se precisarem de mim, sabem aonde me encontrar. Ok. E lá fomos nós ficar no meio das pessoas que se aglomeravam em frente á delegacia a espera de noticias, demorou um pouco e depois apareceu o xerife e o John, eles vinham a cavalo e assim que apearam, foram rodeados pelas pessoas que lhe faziam mil perguntas. Calma, calma disse o xerife, os ladrões estão a mais ou menos meio dia na nossa frente, mas mesmo assim vamos fazer uma patrulha para ir atrás deles, o xerife que já tinha uma certa idade, entrou na delegacia se sentou, guardou o revolver e disse precisamos discutir sobre a patrulha.
  • 23. Precisamos de mais de mais homens para ir ao alcance desses ladrões, quem quiser ser voluntario e me seguir, sejam bem vindos e o resto dos homens fiquem tomando conta da cidade, dou meia hora para se prepararem e depois venham até a delegacia para darmos inicio a caçada. Caramba estávamos vendo uma caçada de ladrões de gado no Velho Oeste, era muito emocionante estar presente naquela reunião que daria inicio a uma patrulha que iria atrás de ladrões de gado. Olhei para o pé com pano e ele olhou para o Alberto, como se perguntássemos, Isso é real? E perguntei então aos meus amigos, Caramba seria o máximo se nós pudéssemos ir também nessa patrulha, não acham?
  • 24. Os dois responderam, Puxa seria mesmo, nós fazendo parte de uma patrulha do Velho Oeste. Mas como parecia que não poderíamos ir, nós voltamos ao Saloon, entramos e sentamos onde estava o Piter, e ele perguntou pra nós; Ei rapazes vocês parecem estar meio tristes,o que aconteceu? Nada não Piter, é que nós sentimos uma vontade de participar da patrulha que será feita para ir atrás dos ladrões. Vocês irem atrás dos ladrões? Vocês que não tem nem um cavalo, não tem nem uma arma, como pretendem ir? A pé e sem armas? Pois é Piter, não temos chance mesmo não é? Se vocês querem mesmo ire com a patrulha, não se preocupem, eu já não disse que sempre tem um primeira vez para quase tudo? Eu posso arrumar uns cavalos e umas armas para vocês, se assim quiserem. Mas como Piter? O xerife deu meia hora para os rapazes que irão se reunirem em frente á delegacia. Não se preocupem fiquem aqui que eu vou sair e já volto com novidades ok? Ele se levantou e saiu.
  • 25. Não sei se passou pelo menos uns 10 minutos e lá estava o Piter em frente ao Saloon, com mais três cavalos e três cinturões com armas, ele entrou no Saloon e disse, vamos logo rapaziada, se armem e vamos atrás desses ladrões. Nós não entendemos como pode o Piter ser tão rápido, mas com a vontade que estávamos, dissemos ok vamos lá. Saímos do Saloon e fomos para a delegacia se juntar aos outros que iriam participar da patrulha e logo estávamos nas campinas atrás dos ladrões, estávamos até com roupas para o frio, não me perguntem como.
  • 26. Ficamos um pouco separados dos outros rapazes, mas sempre atentos a qualquer movimentação de alguma boiada. Cavalgamos muito e nem sinal de alguma boiada, afinal eles estavam bem mais a nossa frente e nós não sabíamos se os ladrões tinham seguido em frente ou se estavam escondidos em alguma outra fazenda. Mas continuamos a cavalgar, as horas se passaram e começou a escurecer, então nos reunimos aos outros rapazes para combinar para fazermos um acampamento para passarmos a noite. Ainda bem que alguém trouxe os apetrechos necessários para se acampar, porque na manha seguinte nós iríamos continuar com a caçada. Fizemos uma fogueira junto ao acampamento e todos se reuniram em volta e começou um longo bate papo entre nós, uns comentavam sobre como prosseguir na caçada, outros comentavam sobre outras coisas, e nós por força da ocasião tínhamos nos tornado amigos uns dos outros, eu o pé com pano e o Alberto, ficamos comentando de como estava sendo emocionante aquela aventura no Velho oeste, por fim ficou tarde e todos foram dormir.
  • 27. Na manha seguinte, ao acordarem cada um tinha a cara mais amassada do que a do outro e todos foram então lavar o rosto num riacho que passava lá perto, comemos um pedaço de carne seca, que não sei quem trouxe e depois nos reunimos para combinar como seria a continuação da caçada. O xerife era o que sempre dava as coordenadas de como devíamos seguir, cada um então arrumou as suas coisa e lá fomos nós continuar com a caçada, cavalgamos mais meio dia e nada dos ladrões e nem da boiada. Alguns já estavam falando para pararmos com aquela patrulha, porque não estávamos tendo sucesso, era para pelo menos termos encontrado alguma pista, ou algum rastro de boiada, mas nada tínhamos encontrado, então o melhor era desistirmos da
  • 28. caçada, pelo menos por enquanto, o xerife que já tinha uma certa idade, estava cansado e concordou em abortar a patrulha, decidimos então voltarmos a cidade, quem sabe lá não encontraríamos alguma pista dos ladrões. O fazendeiro John tinha ficado na cidade, pois ele tinha que cuidar da fazenda e não via a hora de ter noticias da nossa patrulha. Assim que chegamos á cidade, todos vieram ao nosso encontro pra saber das novidades, mas nós não tínhamos muito o que falar, e ficaram todos meio decepcionados. Nós quatro, eu, o pé, o Alberto e o Piter nos olhamos e alguém falou, é por enquanto vamos até ao Saloon para ver se temos alguma ideia de pegarmos esses ladrões, mas antes precisamos comer alguma coisa. Depois de comermos numa espelunca que tinha por la, nós íamos caminhando até o Saloon, e nisso um menino veio até nós e disse baixinho; Moço eu vi uma boiada que parece que estava escondida, no pé da montanha do Urso. Como é que é menino?
  • 29. È isso mesmo eu vi uma boiada no pé da montanha do Urso. O Piter então perguntou para ele, Você disse para mais alguém essa história? Não, vocês são os primeiros que eu conto, inclusive a boiada tinha só um boiadeiro tomando conta e como eu nunca vi nenhuma boiada naquelas bandas, eu resolvi vir contar para alguém. Fez bem menino, tome uma moeda e pode ir embora, mas não conte para mais ninguém essa história ok? Ok, sem problemas. E lá fomos nós confirmar essa história de perto, porque não era tão longe a tal montanha do Urso, cavalgamos um pouco e logo chegamos e finalmente vimos meio escondida no pé da montanha a boiada que foi roubada da fazenda do John, com um só boiadeiro tomando conta.
  • 30. O Piter disse, Há então é esse o segredo dos ladrões não é, enquanto as patrulhas vão atrás deles por caminhos que eles nunca passaram, eles deixam escondida a boiada aqui no pé da montanha que é um lugar ermo, depois evidentemente quando desistem de ir a suas procura, eles movimentam a boiada para algum lugar, quem sabe não as embarcam no trem, pois eu já vi muitos trens cargueiros pararem na cidade. Caramba, concordamos com você Piter, dissemos quase ao mesmo tempo. Muito bem rapazes por enquanto não comentem nada para ninguém, vamos fazer que não sabemos de nada, até conseguirmos por as mãos nesses ladrões. Combinado Piter, e voltamos para a cidade.
  • 31. No caminho de volta o Piter disse; Hoje é sábado, porque vocês não vão ao Saloon mais tarde para ver como é o movimento lá á noite? Podes crer, iremos sim não é pé e Alberto? Sim, responderam eles, mas antes eu vou até o hotel para me arrumar, tirar o cinturão, descansar um pouco e depois nos encontraremos lá, mais ou menos ás 7 horas ok? Mas antes Piter o que fazemos com os cinturões e as armas? Fiquem com elas por enquanto. Combinado, até lá então. E foram cada um pro seu lugar. Chegando mais ou menos as 7 horas e uns 10 minutos, me encaminhei para o Saloon, chegando já estava lá o Piter o Alberto e mais um punhado de gente, o pé com pano chegou logo em seguida. Ele nem conhecia a maioria das pessoas que estavam lá, mas para não perder a fama de gozador, assim que ele entrou no Saloon foi dizendo; Se eu sentir vontade eu pago a bebida de todos, e em seguida disse, pena que eu não estou sentindo essa vontade,
  • 32. a turma não gostou muito da brincadeira, mas logo esqueceram e nem ligaram para o pé com pano, nós então nos juntamos a uma mesa e começamos a bater papo. Nessa hora não estava tão cheio ainda o Saloon, mas já tinham um bocado de caras bebendo no balcão. O Piter disse, o Saloon fica mais cheio nos dias de sábado, por enquanto ainda não lotou, mas se vocês me derem licença pra eu ficar sozinho na mesa para o caso de aparecer alguém que queira jogar, eu agradeço. Sem problemas Piter, e fomos para uma outra mesa.
  • 33. Passou-se alguns minutos e apareceu um cara vestido com roupas finas e perguntou para o Piter; E aí está a fim de jogar? È o que sempre faço ‘amigo’. Ele então se sentou a mesa com o Piter e logo começaram a jogar, mas antes o cara pediu um baralho novo. E ficaram ali jogando, Enquanto eu, o pé e o Alberto ficamos observando o que acontecia naquele Saloon a noite, podemos ver que aparecerem umas mulheres ‘alegres’ e logo apareceu um cara que foi tocar o piano, pelo menos o ambiente ficou mais alegre com as musicas que ele tocava. E reparamos que o cara que jogava com o Piter pedia um whisky atrás do outro, nisso apareceu um outro cara que queria jogar também na mesa em que estava o Piter, e foi dizendo; posso me sentar a mesa com vocês? Sem problemas pra mim, e pra você, perguntou ao seu companheiro de jogo, sem problemas respondeu ele também.
  • 34. E o jogo continuou, o cara do whisky não parava de beber, jogava e também bebia e as horas foram se passando. E nós sem ter muito o que fazer, uma hora íamos olhar o jogo do Piter, outra hora íamos perto do piano tentando acompanhar alguma musica, teve alguma mulher que veio se oferecer pra nós, mas estávamos por assim dizer de ‘quarentena’ e ficamos apenas na conversa. Em certa hora um dos que jogavam na mesa do Piter disse; Rapazes para mim chega, com licença que eu vou me retirar, se levantou e foi embora, ele não ganhou e nem perdeu, mas o cara do whisky continuava com o jogo, estava perdendo e não parava de beber E o Piter com a sua experiência de jogador não se deixava abalar, por certas crises de nervos que o cara
  • 35. que bebia whisky mostrava a cada partida que perdia. Até que o cara disse, chega de jogo, já perdi muito, não estou mais a fim de jogar. O problema é seu ‘amigo’ pra mim tudo bem, e se podia perceber que o cara já estava bêbado, recolheram as cartas e o cara começou a falar; Sabe de uma coisa eu não te conheço, mas vou falar mesmo assim, Por acaso você não conhece alguém que queira negociar bois? O Piter deu uma de desentendido, e perguntou pra ele, bois como assim bois? O cara disse, Bois meu caro, uma boiada, vários bois. Há entendi, mas o que você quer dizer com negociar? Negociar eu quero dizer, alguém que compre bois, uma boiada completa para ser exato. Ele pediu mais um whisky para o garçom que naquela noite estava presente, e continuou a falar, eu tenho uma boiada e quero vende-la. O Piter para se informar mais, disse para ele, Olha eu conheço alguém que negocia bois, no momento ele
  • 36. não está aqui, mas se for preciso eu me comunico com ele. O cara disse, tem que ser rápido, tem que ser um negocio muito rápido, tipo me dá o dinheiro e leva os bois. Nisso entrou no Sallon um cara que não era conhecido por aquelas bandas, e o cara que bebia muito whisky assim que o viu, mudou de assunto imediatamente, e disse para o Piter, pois é meu amigo para mim chega de jogo por hoje, se levantou e foi de encontro ao cara que acabara de entrar. E os dois logo estavam conversando baixinho entre eles, e o Piter ficou matutando, Quem será esse cara? Será um dos ladrões, mas ele disse em negociar bois, mas pode ser apenas um blefe esse papo de ser um negociante, esperemos para ver. Nisso, nós vendo que o Piter ficou sozinho nos aproximamos dele e perguntamos, E aí Piter tudo bem? Tudo bem rapazes, me apareceu uma pista sobre bois, mas por enquanto eu não posso dizer nada sobre ela, vamos aguardar mais algum acontecimento.
  • 37. Ok, se por enquanto você não pode falar, nós aguardamos também alguma novidade. Nisso entrou mais quatro indivíduos no Saloon, que ninguém conhecia e foram direto se juntar aos dois amigos, que eram o cara do whisky e o seu companheiro. O Piter não deixou passar desapercebido aquela entrada dos indivíduos que foram se juntar aos outros dois, e pensou, aí tem coisa. E eu disse para o pé e o Alberto, vocês marcaram o rosto daqueles seis caras que encontramos no meio da estrada? Algum se parece com esses caras que acabaram de entrar? O Alberto falou, esses caras até podem ser os mesmos que encontramos na estrada, mas agora eles estão com roupas diferentes, E o pé com pano disse, não sei não, parece que pelo menos um deles é o mesmo que estava junto com os outros cinco. Nós estávamos na mesa junto com o Piter e ele disse assim, Se esses caras são os ladrões, eu vou descobrir, me esperem aqui, se levantou e foi até o balcão onde os caras estavam, para poder puxar assunto com o cara que estava jogando com ele.
  • 38. Assim que encostou perto do cara, perguntou para ele; E aí posso lhe pagar um drink? O cara ficou meio desconcertado e disse, eu agora não posso ficar com conversas com estranhos, e o Piter retrucou relaxe ‘amigo’ eu só estou querendo fazer amizade, garçom vê um whisky para nós, e logo em seguida perguntou pro cara; E então você não pode dar mais detalhes sobre os negócios de bois? O cara ficou mais desconcertado ainda, verificou que os seus companheiros não tinham ouvido aquela pergunta e disse para o Piter;
  • 39. Olhe amigo outra hora a gente fala sobre isso ok, agora eu não tenho condição de falar nada, e ele foi se juntar aos seus companheiros. O Piter então girou o corpo e voltou para a mesa onde nós estávamos. Assim que chegou, foi dizendo, é meus amigos, podes crê que ai tem coisa, o Leonel (descobri o seu nome porque ouvi os seus companheiros o chamarem assim) me ofereceu uma boiada para comprar, e agora não quer nem ouvir falar sobre isso, é estranho não acham? Olhe Piter nós também temos razões para desconfiar desses caras, só não podemos afirmar 100% que eles de fato são os ladrões de gado. Por enquanto vamos aguardar mais alguns acontecimentos, para ver no que vai dar essa história, as horas estavam se passando e o Saloon estava se esvaziando a cada hora que se passava. O Piter estava armado, nós não, e os seis caras também estavam armados, então ficamos pensado; Puxa se sair um tiroteio aqui é melhor sair fora, porque não estamos armados.
  • 40. E ficamos ali sentados vendo o movimento, os seis caras conversavam alegremente e bebiam alguns tragos, mas parecia que eles estavam meio tensos. O Piter tirou um maço de baralho do bolso do seu paletó e ficou ali jogando paciência, enquanto nós conversávamos, Na mesa ao lado ainda tinha uns caras jogando junto com o xerife. E as horas se passavam, e parece que o xerife não tinha prestado atenção naqueles caras. No fundo do Saloon tinha uma espécie de quarto que servia até para encontros ‘íntimos’, mas nessa hora ele estava vazio, porque agora quase todo mundo já tinha ido embora do Saloon, só restavam nós, a
  • 41. rapaziada que jogava na mesa ao lado e os seis suspeitos. E o Piter falou pra nós, Olhem aqui, eu já estou sem paciência, eu vou agora tirar essa história a limpo. E dizendo isso ele se levantou e foi de novo até o balcão onde estavam os seis caras e disse assim para um deles: Ei Leonel você poderia me mostrar amanha a sua boiada? Eu estou interessado em comprar algumas cabeças de gado. Os outros logo o cercaram e um deles disse; Que conversa é essa de comprar do Leonel algumas cabeças de gado? O Leonel por sua vez disse. Eu não sei do que esse cara esta falando. O Piter então retrucou, Qual é a sua? Você me oferece para saber se tenho algum comprador para um a boiada e agora diz que não sabe de nada. Os ânimos se exaltaram e o Leonel falou para os seus companheiros, Esse cara está a fim de arrumar encrenca, vamos dar uma lição nele, e vieram pra cima do Piter.
  • 42. Mas o Piter era muito ágil, ele se esquivou dos primeiros socos e o tempo fechou, logo os rapazes que estavam na mesa jogando baralho com o xerife vieram também participar do quebra-quebra, pois eles viram que era uma briga de seis contra um. Foi soco pra todos os lados, e eu o pé e o Alberto só ficamos ‘assistindo’, até que o Leonel puxou o revolver e deu um tiro, mas não acertou ninguém porque ele estava bêbado, mas depois desse tiro, todos se recuaram, tanto os seis suspeitos quanto a rapaziada que estava com o xerife. Os seis caras correram para os fundos do Saloon, enquanto o Piter e a rapaziada mais o xerife vieram para a porta, e aproveitando uma brecha o Piter disse para nós, Vocês saiam daqui, nem armados vocês
  • 43. estão, não precisou ele falar duas vezes, porque saímos para fora do Saloon no mesmo instante. E agora a briga já tinha virado um tiroteio, escutava- se os tiros da rapaziada que estava na porta do Saloon, contra os seis suspeitos que revidavam os tiros. Os tiros foram ficando esporádicos até que parou, e com isso os suspeitos aproveitaram aquela ‘trégua’ para fazerem uma barricada com as mesas no fundo do Saloon e ficou difícil de acertar um deles. O xerife então deu uma ordem. Rapazes foi bom parem o tiroteio por enquanto, com isso vamos economizar balas, mas esses ratos não tem pra onde escapar, vamos ficar na espera. Fez se então um silencio, mas ficaram todos de prontidão e o Piter então se aproximou do xerife e lhe contou o que sabia sobre os seis camaradas, o xerife ficou pensativo e por fim disse, Com esses detalhes e pela reação deles, tudo leva a crer que eles são mesmo os ladrões de gado. Não podemos deixa-los fugirem, temos que coloca- los na cadeia, vamos depois avisar o John que pegamos os ladrões do seu gado.
  • 44. Pois é xerife, nós ainda não o pegamos, eles estão lá nos fundos e estão todos armados, precisamos ter cautela. È isso mesmo rapaz, precisamos achar um jeito de pegá-los sem que eles firam alguém. Por enquanto vamos aguardar pra ver se eles falam alguma coisa. ‘Um detalhe que passou despercebido é que um deles ao entrar no Saloon, carregava uma espécie de sacola e essa sacola continha muita munição’. As horas continuam se passando, o Piter então olhou para o seu relógio de bolso e viu que já eram 4,30 da manha. E então começou de novo os tiros, mas eram tiros sem endereço, porque todos estavam mais ou menos protegidos. Os rapazes do xerife também deram mais alguns tiros, mas logo pararam, e se perguntaram, Caramba as balas desses caras nunca termina? E ficamos todos novamente á espera do próximo passo de ambos os lados.
  • 45. O Piter então disse para mim o pé e o Alberto, rapazes eu acho que nós podemos dar um jeito na situação. Como assim, nós, perguntamos pra ele. Primeiro nós vamos até o hotel enquanto o xerife e os rapazes tomam conta para que os ladrões não fujam, tudo bem xerife? Que raios vocês vão fazer no hotel numa hora dessa? Deixa comigo xerife a gente volta logo para resolver essa situação. Ei Paulo, pé com pano e Alberto venham comigo, e lá fomos nós até o hotel e no caminho o Piter explicou o que tínhamos que fazer. Vocês vão colocar os coldres novamente e nós vamos pegar esses ladrões, Caramba aquilo seria o máximo para nós, participar de um tiroteio para pegar ladrões de gado no Velho Oeste. Chegamos ao hotel, fazia frio e já estava amanhecendo, as horas se passaram depressa, entramos e o Piter nos levou a um quarto que não era o meu, e lá ele mostrou os coldres que nós iríamos usar, inclusive tinha também alguns capotes
  • 46. e roupas de frio que também nos foi oferecido, colocamos então aquela roupas, ajeitamos os coldres na cintura, checamos as armas, parecia até que nós éramos velhos personagens de história de bang-bang. E então Piter, ficamos bem? O importante é vocês prestarem atenção no que vão fazer, nós vamos enfrentar seis ladrões de gado e não quero que ninguém saia ferido. O Piter também tinha se vestido igual a nós, e lá fomos então de volta para o Saloon. Como já tinha amanhecido, muitos curiosos estava na rua a procura de novas noticias e nós passamos por eles sem dar atenção, nosso foco agora era os seis ladrões, o Piter carregava também uma espécie de bengala.
  • 47. Assim que o xerife nos viu, ele perguntou: Quem são esses? E ao chegarmos mais perto ele disse, Há é o Piter e aqueles novatos na cidade. E ao chegarmos no Saloon, o Piter disse; Xerife deixe que nós tomamos conta da situação, o xerife meio preocupado falou, muito bem, mas tomem cuidado hein rapazes. Ok xerife. O Piter então foi devagar até a porta do vai e vem, se agachou e disse em vós alta; Ei vocês, vão se entregar ou querem que nós te peguemos? Sem chance, nós nunca nos entregaremos.
  • 48. Vocês realmente são os caras que roubaram o gado da fazenda do John não é? Espertinho, hein como você adivinhou? È isso que eu precisava ter certeza, vocês são os ladrões, mas agora deixa eu te dizer outra coisa, È melhor se entregarem antes que morra alguém. Nós nos entregarmos? Nunca, Nós temos muita munição aqui conosco e vamos matar muita gente antes de nos entregarmos. Vocês é que estão escolhendo. E dizendo isso o Piter deu um sinal para mim me aproximar dele, e me disse o seguinte; Paulo está vendo aquela janelinha ali do lado, vá até lá e fique de prontidão até começar a ‘festa’, depois manda bala nos caras. Ok Piter. Deu um outro sinal para o Pé com pano e lhe disse: Assim que o tiroteio começar quero que você com cuidado entre no Saloon e se esconda atrás daquele canto do balcão, porque no inicio do tiroteio ninguém esta mirando em ninguém. Ok Piter
  • 49. Com um outro sinal chamou o Alberto e lhe disse, fique aqui do meu lado, tenha cuidado, não se deixe ferir, e assim que o tiroteio começar procure acertar qualquer um dos seis que ficar na mira. Ok Piter. E então o Piter deu o primeiro tiro onde estavam os caras, e logo eles responderam e com isso o pé com pano rapidamente entrou e se escondeu no canto do balcão. Era bala pra todo lado, o tiroteios ficou intenso, mas ninguém tinha acertado ninguém... ainda, o xerife disse eu vou pegar pelo menos um desses caras e continuou atirando. Num dado momento, ficou na minha mira um deles, rapidamente eu mirei mais ainda e o acertei no ombro do braço que ele atirava, o cara deu um urro, soltou um palavrão, e eu pensei, um a menos. Os tiros continuavam e o xerife gritou, Cuidado rapazes economizem balas para não ficarem sem munição, e nesse instante o pé com pano ficou também com um cara na mira.
  • 50. Ele então bem devagar mirou e acertou o cara, o ‘engraçado’ é que também ele acertou o cara no ombro do braço que ele atirava. Menos dois, mas o tiroteio continuava,o xerife e os rapazes estavam meio escondidos perto da porta do vai e vem e mal dava para eles mirarem em alguém, mas eles estavam atirando em cima dos caras, e então não dava também a chance dos bandidos fazerem mira pra cima de nós, Os tiros não paravam, passou-se um tempo e desta vez foi á vez do Piter acertar um deles, e mais uma vez foi acertado o ombro do braço que ele atirava, e quase em seguida foi á vez do Alberto acertar mais um cara, e também no ombro. Restavam dois caras que ainda podiam atirar contra nós, os que foram baleados estavam encolhidos, sentindo muita dor e não ofereciam mais perigo. O tiroteio continuou mais um pouco até que pararam de atirar, e nós também, fez se de novo um silêncio, talvez eles estivessem conferindo a baixa que tinha havido entre eles, e todos nós percebemos que os tiros que agora só dois caras estavam dando, não ofereciam tanto perigo, mas de repente continuou os tiros deles acompanhado de xingamentos.
  • 51. O Piter então gritou para eles; è melhor vocês se renderem, antes que mais alguém se machuque, ninguém respondeu, mas tinham parado de atirar, depois de algum instante, o tal de Leonel gritou; Esta bem, esta bem, chega de tiroteio, nós nos rendemos. O Piter então disse, Muito bem levantem as mãos e se encaminhem para á porta com as mãos levantadas, depois chamou o xerife e disse, São todos seus, tome conta deles. O xerife entrou no Saloon também com a arma engatilhada e disse, muito bem caminhem até mim e continuem com as mãos levantadas. Os dois vieram então até a porta e o xerife os pegou e os desarmou, e disse para alguém, Me traga uma corda para amarrar as mãos deles, imediatamente apareceu um cara com uma corda.
  • 52. O xerife os amarrou enquanto falava, Vocês vão passar um bom tempo na cadeia seus ratos, Ei alguém vá até onde estão os feridos e os desarmem. Eu e o Piter fomos até lá e os desarmamos e o Piter falou, Alguém chame o médico para cuidar desses vermes. Nessa altura o Saloon tinha sido invadido pelos curiosos, e o xerife falou me ajudem a levar esses dois para a delegacia e o resto de vocês levem os feridos para a casa do médico, depois os levem também para a delegacia. Acataram a sua ordem e o xerife então foi com os dois presos para a delegacia. Caramba, tínhamos conseguido pegar os ladrões, o Piter então falou para nós; Ei rapaziada vamos de novo ao hotel para nos desfazer dessas roupas e das armas, depois nós voltaremos para o Saloon. Ok Piter, vamos lá.
  • 53. Chegamos, e entramos no hotel fomos para o quarto e nos desfizemos daquelas roupas e armas, e enquanto as guardávamos aproveitamos para falar um com o outro; Caramba meus amigos essa Aventura foi demais, e pensando bem vocês repararam que nem usar armas nós sabemos e no entanto nós as usamos como se já a usássemos a muito tempo? Daí o Piter disse, fiquem tranquilos amigos, sempre há uma primeira vez para quase tudo, por enquanto vamos voltar ao Saloon. E voltamos então para o Salloon, e no caminho encontramos o John e ele mais do que depressa perguntou: E então pegaram os ladrões? Sim John conseguimos pega-los e deixe eu te dizer uma boa, a sua boiada que foi roubada está escondida no pé da Montanha do Urso.
  • 54. Como assim Piter escondida no pé da montanha do Urso? Exatamente John, os ladrões escondiam as boiadas que roubavam lá, até as coisas esfriarem e depois talvez as mandassem para o trem para seguir um caminho no qual quem as comprava mandava. Puxa vida, Piter, obrigado por recuperar o meu gado. Sem problemas, mas esses aqui me ajudaram na tarefa, o John olhou para nós e disse; Obrigado também rapazes, passem qualquer dia na fazenda para almoçarem comigo ok, Ok John, até qualquer dia. Nos despedimos e seguimos o caminho, antes de chegar ao Saloon passamos na delegacia e vimos os dois ladrões presos numa cela e os outros quatro em outra cela, e perguntamos ao xerife: Tudo bem? Já está com os passarinhos presos na gaiola? È isso aí Piter, depois eu passo no Saloon para ‘comemorarmos’. Ok xerife, até mais. Depois chegamos ao Saloon, nos sentamos nas cadeiras de uma mesa e o Piter disse; Pronto, fizemos a nossa missão.
  • 55. Daí eu disse, Gozado, de repente senti uma vontade de ir em uma igreja, Ei Piter existe alguma igreja por aqui? È claro que existe Paulo, é logo ali do outro lado da rua do hotel. Pois bem, eu vou até La, alguém me acompanha? Claro, que nós vamos, também sentimos uma vontade de ir a alguma igreja. Então La fomos nós Era uma igreja simples, parecia até que ninguém ia até lá, mas nós entramos e com todo o respeito cada um de nós e também o Piter, escolheu um lugar e
  • 56. ficamos ali rezando, cada um a sua maneira, cada um com a sua religião. Até que decidimos ir embora de lá e voltar para o Saloon, no caminho o Piter perguntou para nós; Vocês pretendem ficar muito tempo na cidade? Eu disse; O interessante é que eu não consigo pensar de como eu vim parar aqui e nem como irei embora, e vocês pé e Alberto? Pra nós também é a mesma coisa, nós ficamos participando dos acontecimentos, mas não sabemos quando chegamos e nem quando iremos embora. E o Piter disse; Pois é meus amigos, sempre tem uma primeira vez para quase tudo nesse mundo. Espero encontrar vocês de novo, vocês são pessoas do Bem. O mesmo dissemos de você Piter, você é um cara legal, sem magoas com o pé com pano? Nenhuma, eu compreendi que ele estava só brincando quando disse aquilo, mas preste atenção pé, não são todos que aceitam essas brincadeiras. È isso mesmo Piter, vou me controlar da próxima vez.
  • 57. Nos demos as mãos e nos tornamos mais amigos ainda. Estavam todos felizes, e eu disse, vou até ali, esperem um pouco rapazes e fui caminhando devagar, e não sei como escorreguei numa poça de barro, o pior é que bati a cabeça. Me senti desfalecer e as imagens daquele lugar foram sumindo... Depois de algum tempo, abri os olhos devagar e comecei a ver figuras que estavam se formando nas nuvens do céu, mas agora estava ventando muito e o vento estava desfazendo as imagens que eu estava vendo, então olhei de lado e estava eu em minha casa, deitado na minha cama.