2. Introdução
O império do Mali foi um império na região de Manden, nos
atuais Mali, Serra Leoa, Senegal, Gâmbia, Guiné e sul do
Saara Ocidental. É considerado o maior de toda a história
africana e o mais poderoso do Saara Ocidental entre os
séculos XIII e XVII (1235-1670). Lá se produzia quase metade
do ouro do mundo no século 14
6. Primeiro, nasce o Império de Gana, que desaparece por volta
de 1076 quando é imposto um governo de berberes e de
muçulmanos, até que em 1240, ocorre o confronto com o rei
dos sossos, Sumaoro Kante, e o príncipe mandinga Sundiata
Keita (1230-1255), que sai vencedor da decisiva Batalha de
Kirina, em 1235, e cria o Império do Mali. Mas é Mansa Muça I
(1312-1337) quem leva o Império a atingir novos níveis de
grandiosidade em termos de territórios controlados,
efervescência cultural e riqueza.
Origem
7. Império de Mali controlava regiões ricas em ouro como Galam,
Bambuk e Bure. Ouro, aliás, demandado particularmente por
poderes europeus como Castela, na Espanha, e Veneza e
Gênova, na Itália, onde a cunhagem passava a ser feita com o
metal precioso.Cereais como o arroz vermelho africano e o
painco eram cultivados com sucesso, assim como vagens,
tubérculos e outras plantações de raízes, plantas oleaginosas e
fibrosas, e frutas.
Fontes de riqueza
8. O Império de Mali prosperou graças ao comércio e sua
localização privilegiada, situada entre as florestas tropicais do
sul da África Ocidental e os poderosos Califados Mulçumanos
da África do Norte. Muito da fartura vinha do controle sobre as
principais rotas comerciais. O Rio Níger cedia acesso fácil ao
interior do continente e à costa do Atlântico, enquanto as
caravanas de camelos berberes que cruzavam o Deserto do
Saara garantiam que mercadorias valiosas viessem do norte.
Localização estratégica
10. A religião só se tornou oficial no Império do Mali no reinado de
Mansa Muça. Antes dele, todos seguiam religiões tradicionais
africanas. A maior parte da população era animista –
acreditava que os elementos da natureza possuíam alma ou
uma espécie de poder espiritual – e era tolerante em relação às
crenças e religiões dos povos conquistados. Com Muça,
acontece a islamização da região. Na volta de sua
peregrinação a Meca, o imperador traz com ele profissionais
liberais e sábios para ajudar na divulgação da religião islâmica.
Islamização
11. O Império de Mali sucumbe nos anos 1460. Após guerras civis e
abertura de novas rotas de comércio em outras localidades.
Um outro Império, de Shongai, ascende em seu lugar e se
mantém até 1591, quando acontece outra invasão berbere. A
partir daí se estabelecem rotas marítimas pelas potências
europeias e as rotas comerciais transaarianas perdem sua
importância. O Mali fica sob o controle francês, fazendo parte
do Sudão até o fim do século XIX.
Colonização europeia
12. Em 1959, o Mali e o Senegal se unem e conquistam a independência em 20 de
agosto de 1960. A democracia, em construção, é golpeada de todas as formas, a
economia não resiste e, em 1968, se instala um regime militar para reformas
econômicas.Em 2012, outro golpe militar derruba o governo e vem seguido de
uma intervenção militar francesa contra os combatentes islâmicos. Não bastando
o permanente estado de conflitos e golpes de Estado, secas severas, nas últimas
décadas, têm fragilizado o Mali que, agora, está entre os 25 países mais pobres
do mundo, altamente dependente da mineração de ouro e da exportação de
artigos agrícolas como o algodão. Quase a metade da população vive abaixo da
linha de pobreza, com menos de 1 dólar por dia
Colonização europeia