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Trabalho de Semântica do Português   Ana Rachel Leão Caterina Blacher Picorelli Fernanda Afonso Andrade Zacarias Silva
Catavento e girassol     (Guinga – Aldir Blanc) Meu catavento tem dentro o que há do lado de fora do teu girassol Entre o escancaro e o contido, eu te pedi sustenido e você riu bemol  Você só pensa no espaço, eu exigi duração Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea  Quando eu respeito os sinais vejo você de patins vindo na contramão  Mas quando ataco de macho, você se faz de capacho e não quer confusão Nenhum dos dois se entrega, nós não ouvimos conselho Eu sou você que se vai no sumidouro do espelho Eu sou do Engenho de Dentro e você vive no vento do Arpoador  Eu tenho um jeito arredio e você é expansiva, o inseto e a flor Um torce pra Mia Farrow, o outro é Woody Allen  Quando assovio uma seresta você dança havaiana
Eu vou de tênis e jeans, encontro você demais, scarpin, soiré  Quando o pau quebra na esquina, cê ataca de fina e me ofende em inglês É fuck you, bate bronha e ninguém mete o bedelho  Você sou eu que me vou no sumidouro do espelho A paz é feita num motel de alma lavada e passada  Pra descobrir logo depois que não serviu pra nada Nos dias de carnaval aumentam os desenganos Você vai pra Parati e eu pro Cacique de Ramos  Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador  Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor  Eu sinto muita saudade, você é contemporânea Eu penso em tudo quanto faço, você é tão espontânea Sei que um depende do outro só pra ser diferente, pra se completar Sei que um se afasta do outro, no sufoco, somente pra se aproximar Cê tem um jeito verde de ser e eu sou meio vermelho  Mas os dois juntos se vão no sumidouro do espelho
Percursos figurativos escolhidos: “ Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea.”  Este percurso dá claramente a idéia da diferença entre homem e mulher  utilizando-se de uma metáfora que remete ao espaço geográfico, a diferença  entre o subúrbio e o litoral se dão também na diferenciação das culturas referentes a cada um desses locais. “   Eu vou de tênis e jeans, encontro você demais, scarpin, soiré. Quando o pau quebra na esquina, cê ataca de fina e  [me ofende em inglês.  ”   Este percurso transmite a idéia de diferente tipo de formação e educação recebida  pelos dois protagonistas.
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Isotopias Meu   catavento   tem dentro o que há do lado de fora do teu   girassol Entre o escancaro e o contido ,  eu te pedi sustenido   e você riu bemol   isotopia musical Você só pensa no espaço,   eu exigi duração Eu sou um gato de subúrbio,   você é litorânea   isotopia geográfica Quando eu respeito os sinais   vejo você de patins vindo na contramão   isotopia ‘leis de trânsito’ Mas quando ataco de macho,   você se faz de capacho e não quer confusão Nenhum dos dois se entrega, nós não ouvimos conselho Eu sou você que se vai no sumidouro do espelho Eu sou do Engenho de Dentro  e  você vive no vento do Arpoador   isotopia geográfica Eu tenho um jeito arredio  e  você é expansiva, o inseto e a flor Um torce pra Mia Farrow, o outro é Woody Allen   isotopia cinematografica Quando assovio uma seresta   você dança havaiana   isotopia musical Legenda: Vermelho – Narratário personagem feminino Azul – Narrador, personagem masculino Verde – Comum a ambos os personagens
Eu vou de tênis e jeans, encontro   você demais, scarpin, soiré   isotopia “moda” Quando o pau quebra na esquina,  cê ataca de fina e me ofende em inglês   isotopia linguistica É fuck you, bate bronha e ninguém mete o bedelho  isotopia linguistica Você sou eu que me vou no sumidouro do espelho A paz é feita num motel de alma lavada e passada  isotopia sexual Pra descobrir logo depois que não serviu pra nada Nos dias de carnaval aumentam os desenganos Você vai pra Parati  e  eu pro Cacique de Ramos   isotopia geográfica Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador   isotopia geográfica Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor   isotopia geográfica Eu sinto muita saudade,   você é contemporânea Eu penso em tudo quanto faço,   você é tão espontânea Sei que um depende do outro só pra ser diferente, pra se completar Sei que um se afasta do outro, no sufoco, somente pra se aproximar Cê tem um jeito verde de ser   e eu sou meio vermelho   isotopia teoria da cor Mas os dois juntos se vão no sumidouro do espelho   Legenda: Vermelho – Narratário personagem feminino Azul – Narrador, personagem masculino Verde – Comum a ambos os personagens
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  • 1. Trabalho de Semântica do Português Ana Rachel Leão Caterina Blacher Picorelli Fernanda Afonso Andrade Zacarias Silva
  • 2. Catavento e girassol (Guinga – Aldir Blanc) Meu catavento tem dentro o que há do lado de fora do teu girassol Entre o escancaro e o contido, eu te pedi sustenido e você riu bemol Você só pensa no espaço, eu exigi duração Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea Quando eu respeito os sinais vejo você de patins vindo na contramão Mas quando ataco de macho, você se faz de capacho e não quer confusão Nenhum dos dois se entrega, nós não ouvimos conselho Eu sou você que se vai no sumidouro do espelho Eu sou do Engenho de Dentro e você vive no vento do Arpoador Eu tenho um jeito arredio e você é expansiva, o inseto e a flor Um torce pra Mia Farrow, o outro é Woody Allen Quando assovio uma seresta você dança havaiana
  • 3. Eu vou de tênis e jeans, encontro você demais, scarpin, soiré Quando o pau quebra na esquina, cê ataca de fina e me ofende em inglês É fuck you, bate bronha e ninguém mete o bedelho Você sou eu que me vou no sumidouro do espelho A paz é feita num motel de alma lavada e passada Pra descobrir logo depois que não serviu pra nada Nos dias de carnaval aumentam os desenganos Você vai pra Parati e eu pro Cacique de Ramos Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor Eu sinto muita saudade, você é contemporânea Eu penso em tudo quanto faço, você é tão espontânea Sei que um depende do outro só pra ser diferente, pra se completar Sei que um se afasta do outro, no sufoco, somente pra se aproximar Cê tem um jeito verde de ser e eu sou meio vermelho Mas os dois juntos se vão no sumidouro do espelho
  • 4. Percursos figurativos escolhidos: “ Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea.” Este percurso dá claramente a idéia da diferença entre homem e mulher utilizando-se de uma metáfora que remete ao espaço geográfico, a diferença entre o subúrbio e o litoral se dão também na diferenciação das culturas referentes a cada um desses locais. “ Eu vou de tênis e jeans, encontro você demais, scarpin, soiré. Quando o pau quebra na esquina, cê ataca de fina e [me ofende em inglês. ” Este percurso transmite a idéia de diferente tipo de formação e educação recebida pelos dois protagonistas.
  • 5.
  • 6. Isotopias Meu catavento tem dentro o que há do lado de fora do teu girassol Entre o escancaro e o contido , eu te pedi sustenido e você riu bemol isotopia musical Você só pensa no espaço, eu exigi duração Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea isotopia geográfica Quando eu respeito os sinais vejo você de patins vindo na contramão isotopia ‘leis de trânsito’ Mas quando ataco de macho, você se faz de capacho e não quer confusão Nenhum dos dois se entrega, nós não ouvimos conselho Eu sou você que se vai no sumidouro do espelho Eu sou do Engenho de Dentro e você vive no vento do Arpoador isotopia geográfica Eu tenho um jeito arredio e você é expansiva, o inseto e a flor Um torce pra Mia Farrow, o outro é Woody Allen isotopia cinematografica Quando assovio uma seresta você dança havaiana isotopia musical Legenda: Vermelho – Narratário personagem feminino Azul – Narrador, personagem masculino Verde – Comum a ambos os personagens
  • 7. Eu vou de tênis e jeans, encontro você demais, scarpin, soiré isotopia “moda” Quando o pau quebra na esquina, cê ataca de fina e me ofende em inglês isotopia linguistica É fuck you, bate bronha e ninguém mete o bedelho isotopia linguistica Você sou eu que me vou no sumidouro do espelho A paz é feita num motel de alma lavada e passada isotopia sexual Pra descobrir logo depois que não serviu pra nada Nos dias de carnaval aumentam os desenganos Você vai pra Parati e eu pro Cacique de Ramos isotopia geográfica Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador isotopia geográfica Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor isotopia geográfica Eu sinto muita saudade, você é contemporânea Eu penso em tudo quanto faço, você é tão espontânea Sei que um depende do outro só pra ser diferente, pra se completar Sei que um se afasta do outro, no sufoco, somente pra se aproximar Cê tem um jeito verde de ser e eu sou meio vermelho isotopia teoria da cor Mas os dois juntos se vão no sumidouro do espelho Legenda: Vermelho – Narratário personagem feminino Azul – Narrador, personagem masculino Verde – Comum a ambos os personagens
  • 8. Magritte – Os amantes
  • 9. Magritte - Espelhos