SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 34
Baixar para ler offline
A integração da Vila Autódromo ao tecido urbano
José Paulo Folly Leticia de Lima Viana
orientadora
orientando
José Paulo Folly Santos
(Aluno)
Leticia de Lima Viana
(Orientadora)
Alder Catunda Timbó Muniz
(Coordenador)
Trabalho Final de Graduação - TFG II
Universidade Veiga de Almeida
A integração da Vila Autódromo ao tecido urbano
RIO DE JANEIRO | 2019
Meus sinceros agradecimentos ao Rodrigo, apoiadores, amigos e amores.
.........................................................................Introdução
......................................................Referências projetuais
................................................Referências bibliográficas
........................................Análise do local de intervenção
.......................................................Agenda para o espaço
Local de intervenção
Tema
Legislação
Justificativa
Cheios e vazios
Relação com entorno
Situação atual
Breve histórico da comunidade
Objetivos
Partido Adotado
Masterplan
Setorização de vias
Setorização de usos
Circuitos
Pavimentação
Etapas do projeto
Habitação térrea
Edifício misto
Edifício misto - Residencial
Horta comunitária
Creche
Associação de moradores
Macro escala
Média escala
Micro escala
5
6
9
14
15
22
6
9
17
18
24
7
9
19
25
27
7
10
11
20
21
26
28
30
30
31
29
32
8
13
Sumário
Introdução
Tema
Justificativa
Este projeto visa a realização de uma intervenção de requalifica-
ção direcionada ao projeto já existente de urbanização da Vila Au-
tódromo, planejado pela Prefeitura, em parte ainda não executado,
tendo como proposta a integração ao bairro e a reconstituição do
tecido urbano da comunidade, bem como o melhor atendimento
das demandas dos moradores, além da viabilização do desenvol-
vimento sociocultural e econômico numa área estéril, o que, em
regra, asseguraria o resgate do repertório cultural da comunidade.
• Resgatar o sentido atribuído ao espaço desde sua consolidação;
• Reabitar;
• Diálogo dos interesses dos residentes com os do poder público;
• Reconstituir um tecido, integrando-o ao bairro;
• Criar Espaços de Sinergia, tendo em vista que sua ausência é
carência do bairro;
• Revitalizar uma área estéril e “marginalizada”;
• A atual urbanização não expressa princípios dos moradores;
6
Breve histórico da comunidade
Propostas
de
urbanização
Elaborado juntos aos mora-
dores através de um método
participativo (democracia)
Resgate dos interesses
dos moradores
Formação da comunidade a par-
tir de uma vila de pescadores
Expansão imobiliária na Barra
da Tijuca (Gentrificação)
Tentativas de remoção
+ Tentativas
de remoção
Tentativas violentas
de remoção
Termo Administrativo de
Concessão de Uso (SEHAF)
Chegada de Megaeventos
Elaborado sem mesmo apre-
sentação aos moradores
(imposição)
Projeto “executado”
Reforçar a identidade
cultural dos moradores
da Vila Autódromo
Resgatar a relação
de comunidade
Promover a caminha-
bilidade no bairro
Propagar espaços de socia-
bilidade estimulados pelo
urbanismo democrático
Permitir que moradores
realocados/removidos
da Vila Autódromo te-
nham a opção de voltar
a morar na comunidade
Instigar o desenvolvi-
mento econômico local.
Objetivos
Fig. 8
7
Análise do local de
intervenção
Cheios e Vazios
Software: QGIS 3.1
Dados: IBGE 2018
Realizado: 11/11/2019
Legenda
Área construída;
Corpo Hídrico;
Vias;
Área de Intervenção.
Devido ao seu processo de urbanização, a Barra da Tijuca possui ocupações espaçadas visando seu potencial
de valorização. Isto também ocorre quanto a sua morfologia, em razão das grandes quadras e seu consequente
loteamento. Uma das características mais marcantes do bairro é a existência de centros comerciais pontuais e
condomínios fechados os quais forçam o uso do carro como meio de transporte viável já que longas distâncias são
percorridas ao longo de sua extensão. A maior parte do território livre pertence à área de valorização ambiental e
à área de lazer de espaços privados.
Local de intervenção
•	 Cidade: Rio de Janeiro;
•	 Bairro: Barra da Tijuca;
•	 Número: N/A
•	 Endereço: Avenida Embaixador Abelardo Bueno;
•	 Área: 70.300m²
AVENIDA
AVENIDA
EMBAIXADOR
ABELARDO
ABELARDO
BUENO
BUENO
A
L
L
E
N
D
E
A
V
E
N
ID
A
S
A
L
V
A
D
O
R
S
A
L
V
A
D
O
R
A
L
L
E
N
D
E
EMBAIXADOR
Legislação
•	 Zona de Especial Interesse Social (ZEIS);
•	 Gabarito: Até 4 pavimentos;
•	 IAT: 1,00
•	 Número máximo de unidades: Até 200 unidades;
•	 Vias de Acesso: Largura mínima igual a 5,0 m e passeio com largura mínima igual a 1,5 m; Quando a via for
exclusiva para acesso de pedestres deverá ter largura igual a 3,00 m.
1,50m
Passeio
Edificação
Pavimento
Térreo
2º Pavimento
3º Pavimento
4º Pavimento
Edificação
Passeio
Via de acesso
1,50m
5,00m
9
O bairro possui o uso rendencial como o mais frequente
e, em seguida, o comercial. Porém, no entorno do local de
intervenção há forte presença do lazer, por conta de equi-
pamentos como o Parque dos Atletas, Parque Olímpico e
Riocentro. A área se torna acessível devido a existência do
Terminal Olímpico do BRT e das estações distribuídas ao
longo da avenida de acesso.
Software: QGIS 3.1
Dados: IBGE 2018
Realizado: 11/11/2019
Relação com o entorno
Legenda
Lazer;
Hotelaria;
Empresarial;
Comércial/Serviço;
Residencial;
Educacional;
Saúde;
Transporte (BRT);
Área de Intervenção.
Há equipamentos dentro de um raio de 2km que aten-
dem a comunidade por conta da distância não ser tão
longa, como, por exemplo, comercial e lazer. A presen-
ça do BRT facilita o acesso à equipamentos educacio-
nais, tanto públicos quanto privados, já que a maioria
deles está localizado perto deste meio de transporte.
Ainda, há também pontos de ônibus comuns.
0,5
km
1
km
1,5
km
2
km
- Escola;
- Creche.
- Equipamentos
de Lazer.
- Shopping;
- Centro comercial;
- Supermercado.
- Parque
Carioca.
- Estação
de BRT.
Software: QGIS 3.1
Dados: IBGE 2018
Realizado: 11/11/2019
Legenda
- Área de Intervenção. 10
Situação Atual
- Ciclocia inter-
rompida na VA.
- Falta de integração
com Lagoa;
- Falta de cuidado
com a mata ciliar.
- Estacionamento
privado.
- Existência de
grades;
- Não há conti-
nuação da ciclo-
via;
- Desfavorável ao
pedestre.
- Falta de integração
com o canal;
- Desnível da Ave-
nida desfavorece a
comunidae.
Antes da Urbanização Após a Urbanização
• Comunidade
•Associação de moradores
• Parque infantil
• Comércio
• Eventos
A maior parte das famílias foram removidas, restan-
do somente o núcleo da comunidade, a este foi atribuí-
do o valor de Área de Especial Interesse Social (AEIS).
Famílias antes = 400
Famílias hoje = 20.
Este equipamento era um marco de representativi-
dade da comunidade no que diz respeito às questões
políticas e comunitárias. Pela ausência desse espaço,
a igreja e as casas de alguns moradores, que as cedem,
se tornaram as sedes responsáveis por tais assuntos.
Uma área de ponto de encontro de moradores, prin-
cipalmente crianças. Durante a remoção, houve a re-
forma deste por parte dos moradores após o poder pú-
blico destruí-lo. Atualmente, alguns dos brinquedos
infantis que foram salvos estão posicionados numa
área sem manutenção e contexto.
Havia lotes comercias na comunidade que eram co-
mandados pelos próprios moradores, como padaria,
bares e mercados. Hoje, pela limitação da urbanização
feita pelo poder público, alguns moradores levaram
os negócios para dentro de suas próprias casas, como
barbearia e oficina.
Muitos eventos de comemoração e resistência acon-
teciam principalmente na quadra poliesportiva da
comunidade, assim como na rua. Atualmente, estes
acontecimentos são feitos nos quintais de alguns mo-
radores.
11
X
12
Agenda para o espaço
Partido adotado
O projeto tem como objeto reconstituir a Vila
Autódromo por meio do resgate da morfologia
do tecido original da comunidade como em rela-
ção às ruas e em relação à tipologia de lotes que
desenvolva uma maior organicidade ao mesmo
tempo que é incorporada ao bairro mediante o
desenvolvimento de um espaço de sinergia. E,
principalmente, promover a sociabilidade e soli-
dariedade entre os moradores enquanto comuni-
dade e ocupar o espaço para evitar que este fique
ocioso e estéril.
A proposta de manter o que foi que executado
pela Prefeitura (loteamento residencial e arrua-
mento) não se dá somente pela redução de custo
e por conta do aproveitamento do que já está es-
tabelecido, mas também deve-se levar em conta
que, mesmo que apenas 5% da comunidade te-
nha permanecido, esse resultado só foi possível
por causa dass muitas lutas e resistência por parte
dos moradores. Outra questão também relevante
é evitar a violência simbólica de submeter os mo-
radores à remoção mais uma vez. Na perspectiva
ambiental, a não interferência de forma radical
no ecossistema o qual está se reestabelecendo
novamente, o que ocorrera anteriormente.
Segundo a conceituação de Jan Gehl, em “Cida-
de para Pessoas”, retomar interações ao nível da
rua se torna necessário, tendo em vista o costu me
dos moradores, podendo os lotes residenciais se
estenderem para além. Dessa forma, valorizaria
o pedestre ao invés do automóvel, como é feito
no bairro em que está inserido, adotando medi-
das como “Traffic Calming”, entre outras. Op-
tou-se pelo modelo de residência, em sua maioria
constituídas pela arquitetura incremental que permite
a expansão das residências atribuindo autonomia aos
moradores. Desta forma, desvirtuar a ideia de densifi-
cação por verticalização, já que um lote comporta não
só a expansão, mas também a criação de um novo nú-
cleo. Evitou-se repetir o modelo de padrão existente
como o Parque Carioca. Estabeleceu-se a criação de
eixos em forma de circuitos para promover um vetor de
potencialidade em direção ao Parque dos Atletas, a fim
de permitir outro tipo de ocupação a partir de sua revi-
talização, por meio da Acupuntura Urbana (Jaime Ler-
ner). Este equipamento em questão, atualmente, atua
de forma ociosa o que causa uma sensação de insegu-
rança no seu entorno e carece de manutenção. A revita-
lização criaria uma dinâmica de uso, de forma atrativa,
em sinergia com a Vila Autódromo, pois estabeleceria
emprego, consumo e permanência de pessoas no espa-
ço o que favoreceria ambos. A criação de um deck para
a Lagoa Jacarepaguá resgataria a formação da comuni-
dade na década de 60, por meio da promoção da poten-
cialidade da pesca a qual foi a função primordial que
gerou o desenvolvimento da Vila autódromo. A exis-
tência de comunidades pesqueiras localizadas não mui-
to longe da área de intervenção, como o Arroio Pavuna,
mostra a existência de um nicho nessa vertente. O uso
comercial na comunidade tem por interesse expandir o
comércio existente que se dá nas respectivas proprieda-
des, atribuindo maior visibilidade aos negócios locais
e criando um atrativo para o entorno. O edifício misto
que possui o pavimento térreo flexível para comércio
permite articulação de módulos pequenos e acessíveis
aos MEI (Microempreendedores Individuais). Dentro
desta perspectiva, o projeto se torna contra-hegemôni-
co no sentido de que, mesmo apropriando-se de uma
ideologia, se propôs a desenvolvê-la de forma a torná-
-la mais adequada à proposta da intervenção, apesar de
até contradizê-la em certos aspectos.
14
OOMPO
STOR
- 435L
Masterplan
1
1
1
1
8
8
9
9
11
11
12
12
12
12
13
13
2
2
2
2
2
2
3
3
4
4
5
5
6
6
7
7
Residências - Existentes - 20
Horta Comunitária
Igreja - Existente
Creche
Comercial
Deck
Residências - 29
Lote Misto - 30 habitações
Associação de Moradores
Quadra Poliesportiva
Parque Infantil
ATI
Legenda
• Maquete volumétrica
15
Setorização de vias
Legenda
Fluxo intenso
Fluxo intermediário Piso
intertravado
Tachão
bidirecional
Platô
Faixa
de trânsito
Fluxo leve (pedestrial > automóvel)
Platô
• Fluxo intenso
• Fluxo intermediário
• Fluxo leve (pedestre > automóvel)
• Traffic Calming
As avenidas Embaixador Abelardo Bueno e Salvador Allende são vias de trânsito rápido (velocidade
máxima: 80km/h) responsáveis pelo acesso principal às vias arteriais e locais. Nestas vias também que
estão localizados os pontos de ônibus e as estações de BRT que difundem o acesso da comunidade à
cidade, e vice-versa.
As vias arteriais possuem um fluxo menos frequente se comparadas à categoria anterior, estas, por sua
vez, possuem o limite de velocidade de 60km/h. Elas permitem o acesso às vias de fluxo leve (residen-
ciais), ao estacionamento, ao hotel, ao centro empresarial e ao Parque Olímpico. Por ser uma velocidade
alta em relação a escala humana, alguns conceitos de Traffic Calming foram implantados.
O fluxo leve foi desenvolvido para ser atribuído às ruas exclusivamente residenciais projetadas de
forma a priorizar o pedestre. Por meio de medidas tomadas a partir do conceito de “Traffic Calming”,
a rua se torna acessível à carros para moradores que os possuem. Por intermédio do urbanismo tático
pensou-se em: revestimento que pudesse ser o quanto menos associado ao automóvel; elevação do nível
em relação a via arterial; implantação de redutores de velocidade do automóvel para 5km/h e a largura
da via atendendo ao mínimo da legislação. Este partido tem como intento permitir o pedestre caminhar
pelas ruas garantindo-o autonomia, além de resgatar uma característica de bairro de subúrbio.
Tendo sido iniciado no Reino Unido, na década de 30, é um conjunto de estratégias de design de estrada
destinadas a incentivar os motoristas a reduzirem a velocidade e para desencorajar os elevados volumes
de tráfego nos bairros para melhor proteger os pedestres, ciclistas e moradores. Este conceito resgata a
vitalidade das ruas e estimula a convivência e as interações entre as pessoas. A baixa velocidade amplia
o campo visual do motorista e diminui a probabilidade de um acidente fatal em até 75%.
Medidas utilizadas:
17
Setorização de usos • Residencial
• Comercial
• Misto
• Lazer
• Equipamento público
Além das residências existentes (20), foram implantados 27
lotes residenciais passíveis de expansão, podendo contemplar
até 2 unidades por lote, totalizando o máximo de 54 habita-
ções térreas.
Contempla no nível térreo uma flexibilidade para que o seja
atribuído o uso comercial. Já o segundo pavimento tem como
foco o uso residencial contemplando 30 apartamentos de dois
pavimentos que também são passíveis de expansão. O edifício
está voltado tanto para o circuito urbano quanto para a área
residencial por conta da sua permeabilidade.
A Igreja é um equipamento existente na comunidade. A as-
sociação de moradores, a creche e a horta comunitária foram
implantadas a fim de suprir a demanda dos moradores e con-
templar projetos que se encontram em desenvolvimento.
Os lotes comerciais foram locados de forma a atender o cir-
cuito cultural e, voltados para as vias de fluxo intermediário
para que interviessem nas ruas residenciais, evitando o tráfe-
go frequente de automóveis nestas
Os espaços criados para lazer contemplam as demandas dos
moradores ao mesmo tempo que reconstituem outros espa-
ços que foram eliminados da urbanização executada pelo Po-
der Público, como a Academia da Terceira Idade, o Parque
infantil e a Quadra Poliesportiva. O deck tem como objetivo
resgatar uma comunidade pesqueira enquanto cria um espa-
ço flexível.
Legenda
Residencial
Comercial
Misto
Lazer
Equipamento públicos
18
Circuitos
Legenda
Circuito cultural
Equipamentos CC
Circuito urbano
Equipamentos CU
Ciclovia
1 2
3
5
4
6
7
8
7
7
7
9
10
11
12
13
10 - BRT
1 - Parque infantil
6 - Creche
2 - Igreja
7 - Comércio
3 - ATI
8 - Casa existente
4 - Quadra Poliesportiva
9 - Deck
5 - Horta comunitária
11 - Associação de moradores 13 - Parque dos Atletas
12 - Edifício misto
• Circuito urbano
• Circuito cultural
Este circuito parte do circuito urbano criando um eixo que passa pelos equipamentos existentes na comunidade,
áreas de lazer e lotes comerciais, permitindo a conexão entre eles e, ainda assim, sendo um fluxo mais acessível às
residências. O fim dele se encontra na área do deck o qual contempla um espaço flexível entre lazer e comércios
provisórios, e se conecta novamente ao circuito de origem, seguindo para o Parque dos Atletas. A ideia de unir
estes usos no circuito é desenvolver o Método Montessori que implica em promover a autonomia articulada com
a educação por via da interrelação entre os equipamentos.
Este, por usa vez, cria um eixo de conexão entre a estação de BRT e o Parque dos Atletas (PA), onde, ao longo
de sua extensão, permite comércios de instalações provisórias como feiras e, nos canteiros, espaços de perma-
nência que possibilitam piquiniques, etc. A Associação de Moradores se localiza no início do circuito marcando
a identidade da comunidade, seguindo pelas áreas de lazer e o desdobramento do circuito (circuito cultural). O
edifício misto, além de dar visibilidade às residências e permitir a intereção com a vida na comunidade, possui no
pavimento térreo o uso comercial. Dando continuidade, o fluxo da sequência tanto para o PA quanto para o deck.
19
Pavimentação • Legenda
Legenda
Corpo hídrico
Vegetação
Asfalto convencional
Passeio em cimento
Intertravado
Modelo: Quadrado
(40x40x3 e 20x20x3cm)
Intertravado
Modelo: Retangular
Cor: Terracota
Intertravado
Modelo: Raquete
(14x23x6cm)
Aglomerado de borracha
Cor: Vermelho
Deck de madeira plástica
Intertravado
Modelo: Sextravado
(30x30x10cm)
Aglomerado de borracha
Cor: Beige
Ecopavimento com brita
permeável drenante
20
Etapas do projeto
1ª Etapa
Arruamento e loteamento. Para esta etapa seria desti-
nada a verba prevista pela Prefeitura para a segunda
etapa de urbanização (arruamento e loteamento).
Situação atual
Arruamento e loteamento executados pela Prefeitura
seguindo o projeto de urbanização proposto pela pró-
pria. Serão aproveitados de forma a diminuir o custo e
evitar mais uma remoção.
4ª Etapa
Contrução dos equipamentos: creche, associação de
moradores e horta comunitária. Para esta etapa seria
destinada a verba prevista pela Prefeitura para a segun-
ta etapa (equipamentos).
5ª Etapa
Construção do deck. Para esta etapa foi pensada a cria-
ção de editais de fomentos, a partir da parcerias públi-
co-privadas (rentabilidade - comércio).
Previsão
Comunidade consolidada com habi-
tações residências expandidas. Foram
pensadas outras formas de viabilizar
o projeto a partir de:
- Redução de custos;
- Entidade - Minha Casa Minha Vida;
- Co-responsabilidade (moradores,
multirões, convites, etc);
- Auxílio de universidades - conheci-
mento técnico;
- Financiamento;
2ª Etapa
Construção das habitações térreas e do edifício misto.
Para esta etapa seria destinada a verba do prêmio “Urban
Age Award” ($80.000 doláres) ganho pela comunidade.
3ª Etapa
Construção da quadra poliesportiva e execução da área
de lazer. Para esta etapa seria destinada a verba prevista
pela Prefeitura para a segunda etapa de urbanização.
21
Habitação térrea
Dormitórios
- Quarto 1 = 12,50m²
- Quarto 2 = 9,70m²
• Diagrama de usos
Sanitário
- Área = 4,45m²
*Acessível a cadeirante
Cozinha + Área de Serviço
- Cozinha = 4,40m²
- Área de Serviço = 2,60m²
Para definir o tamanho do lote, le-
vou-se em consideração a discussão
em torno do que fora abordado pelo
“Plano Popular’’. Com base em uma
pesquisa mais afundo - realizada com
uma parcela maior dos primeiros mo-
radores da comunidade -, verificou-se
as melhores alternativas de reconstru-
ção da comunidade a partir dos lotes
originais da Vila Autódromo, tendo
em vista as expansões anteriores e
as modificações atuais realizadas nas
habitações entregues pela Prefeitura.
De acordo com a pesquisa qualitativa
realizada, ficou evidente que duas das
maiores insatisfações com o tamanho
do lote existente seria a ausência de
espaço que propiciasse um quintal
arborizado e a impossobilidade de
ampliar a residência.
O pé direito de 3m proporciona
um melhor conforto no ambiente
e ainda assim se fez uso de bás-
culas superiores para garantir um
ambiente mais fresco. Portanto,
mesmo que a expansão a ser feita
posteriormente elimine as janelas,
haverá resfriemanto do cômodo. O
cobogó segue a mesma proposta. A
escolha para o telhado convencio-
nal com telha de cerâmica objetiva
resgatar as características de bairro
de subúrbio e sua inclinação per-
mite a instalação de placas fotovol-
taicas a partir do melhor aproveita-
mento da incidência solar.
• Arquitetura Incremental
Núcleo principal
Expansão do
Núcleo
Novo núcleo
Estar + Jantar
- Área = 21,15m²
Acabamentos +Identidade
- Área Total = 54,80m²
*Vaga de automóvel - 1
- Altura total = 4,05m
Aberturas + Caixas D’água
- Caixas D’água = 2 de 500 L
Total = 1000 L
A habitação em um terreno de
280m² (20x14m) segue o mesmo
conceito de arquitetura incre-
mental em que é construído um
núcleo na edificação, o que seria
mais caro para o morador arcar,
ou seja, as áreas melhoradas por
conta das instalações hidráulicas
e o básico das instalações elétri-
cas.
Serão entregues construções
padrões de 54,8m² e a expansão
fica por conta do morador, de
acordo com suas necessidades,
dentro dos limites de afastamen-
to (1,5m) e gabarito (4 pavimen-
tos - legislação).
Adotou-se o bloco de concre-
to para estruturar a habitação, não
só a fim de barateá-la, mas tam-
bém possibilitar que a expansão se
dê com o uso do mesmo material
acessível e de fácil manuseio o que
permite a total autonomia dos mo-
radores (bricolagem).
Na formação original da comuni-
dade, existam lotes que possuíam
mais de uma edificação e expan-
sões baseadas particularidades de
cada morador. A proposta de ofe-
recer um núcleo com espaço que
possa ser usado para ampliação ou
criação de um novo núcleo objeti-
va a reconstituição morfológica da
comunidade.
22
Paleta de cores
Casas da formação original da comunidade:
Bloco de concreto
15x20x40
Pintura branca
Telha Tetra Pak
Cor: Prata
Pintura
Cor: Mesma do cobogó
• Materialidade
O cobogó adotado vem do mesmo bloco de concreto
utilizado como estrutura da casa, porém deitado. Assim,
permite que a área vazada da peça cumpra sua função,
consequentemente contribuíndo para melhor ventila-
ção da área em questão (cozinha e área de serviço).
As cores escolhidas foram baseadas nas cores utiliza-
das nas casas da formação original, enquanto que a área
técnica (caixa d’água) segue a mesma cor. A utilização
da telha Tetra Pak resgata visualmente o cárater de bair-
ro de subúrbio, enquanto que a cor prata expressa uma
neutralidade junto com a cor branca da casa, restando
o destaque para as cores de identidade no cobogó e na
área técnica. O material diminui a temperatura ambien-
te em até 90%.
A estrutura utilizada na parte inferior possui finalidade de
suportar a laje com blocos estruturais (estrutura mista) e criar
uma planta livre com módulos, a qual será destinada para uso
comercial. O uso desta área tem o propósito de ampliar os
negócios dos moradores locais que utilizam da sua residência
para o trabalho. Além disso, deve instigar o desenvolvimento
econômico na comunidade por meio de ofertas de serviços os
quais, consequentemente, atraem pessoas do entorno, vindas
de condomínios residênciais, escritórios comerciais e hotéis.
Com o sentido de “Rua 24h”, de Jaime Lerner, que consiste
num espaço aberto, que garante através de atividades não só
a circulação de pedestres mas tambem diminui a sensação de
insegurança. Nessa mesma perspectiva surge “acupuntura ur-
bana”, do mesmo autor, com o sentido de revitalizar um pon-
to doente, desencadeando uma série de desenvolvimentos.
A escolha da criação de um edifício misto, de frente para a
Avenida Aberlado Bueno, não seria tão somente para chamar
atenção para a comunidade como um ponto focal transmi-
tindo a identidade dos moradores, mas também para atender
o fluxo criado pelo corredor que conecta o Parque Olímpico
ao Parque dos Atletas e os integra à Vila Autódromo. O pé
direito da parte inferior mede 5 metros, viabilizando a cons-
trução de até 4m, restando 1m para ventilação por cima da
área construída. Isto permitiria que o edifício se mantivesse
permeável por suas disposições e limites numa escala que va-
lorize o pedestre e o conforto no ambiente.
A circulação externa no pavimento superior permitiria a co-
nexão dos que circulam em cima com os do circuito urbano
por meio da convivência, percepção, visibilidade, entre ou-
tros sentidos sensoriais humanos que estão relacionados com
estes. Tal conceito se relaciona com a valorização da escala
pedestrial de Jan Gehl, de possibilitar melhores relações da
vida humana na cidade e com a cidade, assim como a pro-
posta de um assentamento atraente que articularia a fachada.
Proximidade e nível reforçam o conceito.
Edifício misto • Diagrama de usos
Pav.térreo + estrutura
- Pilares em vãos de 3,20 x 3,20m
- Estrutura convencional
Comércio
- Flexibilidade por conta dos módulos
- Módulos de 3,20 x 3,20m
Pav. superior + circ. vertical
- Rampas acessíveis nas extremidades
-Escadas distribuídas de forma a aten-
der moradores (dist. máx. 10m)
- Laje convencional
Residencial
- Lotes = 30
- Dimensão dos lotes = 8,75 x 7m
- Área (lote) = 55,5m²
- Alvenaria autoportante (bloco de
concreto)
Residencial
(abertura p/ expansão)
- Área de expansão = 18,45m² (lote)
- Área total para expansão = 553,5m³
Aberturas
+ Acabamento + Identidade
- Área total 1º pav. = 1.415m² (máx.)
- Altura 1º pav. = 5m
- Área total 2º pav. = 1.665m²
- Altura 2º pav. = 7,2m
- Altura total = 12,2m (edifício)
24
• Diagrama de usos
Cozinha + Área de Serviço
- Área cozinha = 4,80m²
- Área A.S. = 4,65m²
Dormitórios (2º Pavimento)
- Área dormitório 1 = 12m²
- Área dormitório 2 = 8,85m²
Sanitário
- Área sanitário = 4,10m²
- Acessível à cadeirante
Área técnica + Aberturas
- Caixas D’água - 2 de 500 L
Total - 1000 L
- Cobogó pela extensão da circulação
vertical
Estar + Jantar + Expansão
- Área estar + Jantar = 16,70m²
- Área de expansão = 18,45m²
Acabamento + Identidade
- Área total = 71,2m²
• Materialidade
Paleta de cores
Bloco de concreto
15x20x40
Pintura branca
Telha Tetra Pak
Cor: Prata
Guarda-corpo
metálico
Edifício misto - Residencial
O lote possui 50m², sendo que destes
a parte construída seria de apenas 30m²,
seguindo o conceito de arquitetura incre-
mental, disponibilizando, então, aproxi-
madamente 20m² para expansão, confor-
me a necessidade do morador. O layout
surgiu a partir da malha de 90x90, a fim
de garantir acessibilidade e estruturar
blocos estruturais, inclusive no cobogó
na área de circulação vertical.
A escolha do bloco estrutural garante
facilidade e acessibilidade ao morador
para expandir sua residência. A expansão,
por sua vez, se limita a dois pavimentos e
possibilita aberturas para ventilação tan-
Núcleo
principal
Expansão
do Núcleo
(2º pav.)
Expansão
do Núcleo
(1º pav.)
Expansão
do Núcleo
(total)
to para a fachada frontal quanto para
a posterior. A construção parte do con-
ceito de Bricolagem, o uso de materiais
de fácil acesso e manuseio e ciscuns-
tâncias que propiciam a autoconstru-
ção consciente.
A proposta de ter duas tipologias de
habitação permite que moradores do
Parque Carioca possam voltar a mo-
rar na Vila Autódromo sem sofrer ou-
tra mudança drástica, como a ocorrida
anteriormente, tendo em vista que no
condomínio popular existem morado-
res de comunidades diferentes e a pre-
sença de mílicia.
25
Horta comunitária
• Diagrama de usos
O projeto da horta foi criado por
iniciativa dos próprios morado-
res. Atualmente, reservou-se um
espaço atrás da igreja com planos
para sua ampliação, para a área
atrás das residências com fachada
posterior para a Lagoa de Jacare-
paguá.
O equipamento permanece na
área onde se iniciou, próximo à
igreja, com canteiros para plan-
tio, área para armazenamento de
materiais e compostor para pro-
dução de adubo. A proposta é de
que será gerida pela associação
de moradores e poderá ser usu-
fruída pelos moradores da comu-
nidade, inclusive pela creche.
A horta tem como objeto res-
gatar e instigar a relação comu-
nitária na comunidade por meio
de projetos desenvolvidos pelos
próprios moradores. E, ainda, po-
derá ser utilizada para produção
de alimentos a fim de que estes
sejam comercializados em locais
que possibilitem a realização de
feiras, como o Corredor Cultural
e a área de comércio coberta.
Tendo como conceito de “Com-
monings” do arquiteto e urbanista
Stavros Stavrides o fundamento
de espaços de compartilhamen-
to e soliedariedade, praticando a
manutenção da comunidade atra-
vés da vitalidade da mesma.
Canteiro
- Quantidade = 21
- Dimensão = 4 x 4,5m
Arrumo
- Quantidade = 2
- Área = 4,60m²
Compostor
- Quantidade = 2
- Capacidade = 400 L (cada)
• Materialidade
Área de estadia
- Mesas e bancos
Muro + porta
- Delimitando área da horta
Aberturas + Acabamento
+ Identidade
- Área total = 572m²
Pintura Branca
Porta de aço com
veneziana
Porta de aço
Mesa piquinique
em madeira
Tijolo
Ecopavimento
com brita
26
Creche
A segunda etapa do projeto ela-
borado pela Prefeitura contempla
uma escola cuja ausência é um
questionamento frequente feito
pelos atuais moradores da comu-
nidade. Apesar de não ser uma
demanda, já que faixa etária do-
minante na Vila Autódromo é de
adulto a idoso, no entorno existe
um forte potencial educacional
pela existência de escolas públi-
cas, privadas e cursos, que não
estão localizados em pontos isola-
dos. Embora tenha sido imaginada
anteriormente, quando havia uma
parcela maior de moradores origi-
nais da comunidade, hoje já não se
justifica.
A existência do Terminal Olím-
pico de BRT facilita os acessos da
comunidade à equipamentos mais
afastados.
A creche surge a fim de suprir
futuras necessidades dos possíveis
novos e antigos moradores da co-
munidade. Sua capacidade permi-
tiria que fosse atendida também a
demanda do bairro, tanto de mo-
radores quanto funcionários que
trabalham por período na região.
Foi posicionada de forma a aces-
sar o circuito cultural que permite
que se faça uso das áreas livres
da comunidade, e seus equipa-
mentos, como o parque infantil
externo, quadra poliesportiva e
horta comunitária, desenvolven-
do autnomia (Método Montesso-
ri). Além disso, a creche se torna
acessível ao pedestre pelas vias de
traffic calming e por automóveis
na via projetada existente de fluxo
intermediário.
• Diagrama de usos
Salas de aula
- Área = 50m²
*4 salas | 40 alunos/sala (Máx.)
Sanitários
- Área = 30,30m²
*2 banheiros (feminino e masculino)
Cozinha
- Área = 10,50m²
*Anexada ao refeitório aberto
Pintura na platibanda
Clarabóia
Cores: Mesmas da plantibanda
Paleta de cores
Bambu
Piso intertravado
Cor: Terracota
• Materialidade
Despensa + Almoxarifado
- Despensa = 5,15m² (atende a cozinha)
- Almoxarifado = 20m²
Administração
+ Funcionários
- Área total = 50m²
Aberturas + Acabamento
+ Identidade
- Área = 380m²
*3 vagas disponíveis (c/ carga e descarga)
27
Associação de moradores
• Diagrama de usos
Possui como principal função ser o órgão primordial
no que diz respeito à organização dos eventos, logísticas
e diálogos relacionados à Vila Autódromo, bem como
gerir alguns equipamentos e regras para funcionamento
da comunidade. Como uma espécie de Subprefeitura no
bairro, o espaço tem como proposta abolir barreiras fí-
sicas, fazendo com que o equipamento seja transparente
quantos aos assuntos tratados no ambiente. Está locali-
zado de frente para a Avenida Abelardo Bueno, a fim de
marcar a entrada da comunidade e permitir que esta es-
teja visível a todos, como um ponto focal.
O letreiro com o nome da comunidade foi pensando de
forma a tornar-se o acesso principal e dar visibilidade à
Vila Autódromo, tendo em conta que hoje não há placas
que sinalizem a sua existência. A sua dimensão permite
que seja observada e reconhecida de longe, inclusive por
automóveis que passam pela Avenida Embaixador Aber-
lardo Bueno em alta velocidade (dimensão x velocidade
- Gehl).
Estrutura
- Equipamento elevado a 1m do nível
do mar (bambu)
- Circulação vertical (escada e rampa)
Escritório + Circulação
- Área escritório = 9,75m²
- Área circulação = 9,30m²
Cozinha + Sanitários
- Área cozinha = 7m²
- Área sanitários = 5,48m²
*3 banheiros (Masc., Fem. e acessível)
• Materialidade
Depósito + Guarda-corpo
- Área = 6,20m²
*Acesso a partir do escritório
Cobertura + letreiro
- Área = 144m²
Aberturas + Acabamento
+ Identidade
- Área = 210m²
ACM – Aluminium
Composite Material
Bambu
Piso Cerâmico
Papel de Parede
Pintura Branca
Guarda-corpo Metálico
28
Referências Projetuais
Macro Escala
O Programa Guarapiranga, uma parceria entre o Go-
verno do Estado de São Paulo e a Prefeitura do Mu-
nicípio de São Paulo, objetivava resgatar a qualidade
da água da Bacia do Guarapiranga, que detém parte
ocupada por favelas e loteamentos irregulares, além de
melhorar qualidade de vida dos moradores desta área.
De 186 favelas, apenas 14 tiveram a execução do seu
projeto de urbanização concluído, restando 129 em an-
damento. Destas favelas, Jardim Floresta e Imbuias I
são duas das comunidades que possuem suas obras fi-
nalizadas, ou pelo menos mais da metade.
No Jardim Floresta (São Paulo – SP), o planejamen-
to surgiu do trabalho do arquiteto Paulo Bastos com
os moradores da comunidade, idem ao idealizado no
PPVA. Assentamentos nas áreas de riscos foram trans-
feridos para outros locais na própria favela, foram
construídas vias que garantissem acesso a maior parte
possível da população, houve criação de espaços cole-
tivos e o resgate do repertório cultural de cada grupo
como parte importante no reconhecimento de sua iden-
tidade.
Já no Imbuias I (Jardim das Imbuias, São Paulo – SP),
com a canalização do córrego São José, o qual ao longo
de sua área se consolidou a favela, foi desenvolvido um
eixo central de acessibilidade com espaços púbicos de
convivência e uso de pedestres previstos. O corte das
verbas, prognosticado, necessárias à condução desse
processo interrompeu sua continuidade.
“Assim, mais do que em um projeto de saneamento, traba-
lhou-se em um projeto de identificação da comunidade or-
ganizada com seu próprio espaço, abrindo a possibilidade
de que ela também assumisse, em sua inserção urbana,
uma identidade cultural específica”. (BASTOS, Paulo. Ur-
banização de favelas. Estud. av. São Paulo, v. 17, n.
47, p. 212-221, Apr.  2003)
Média Escala
Grotinho (Paraisópolis – São Paulo – SP)
O projeto tem como objetivo motriz os es-
paços de coletividade de caráter público. A
implantação numa área de cota inferior tem o
intuito de propor a ligação direta com espaços
livres, viabilizando a relação entre o novo e o
existente. Permite diferentes formas de apro-
priação do espaço por meio das relações da-
das entre âmbitos públicos e privados, onde
as áreas livres ficam responsáveis por fazer a
transição deles.
O pavimento térreo abriga os usos comerciais e de interesse coletivo, dialogando com as áreas de lazer, enquanto
o segundo pavimento firma o uso residencial, tendo a transição progressiva vertical entre o público e o privado.
As habitações estariam dispostas aos moradores da comunidade e o comércio destinado aos que detinham ativi-
dade comercial no bairro como fonte de geração de renda. O princípio visto para o projeto é de que a manutenção
ficaria por conta dos próprios moradores.
30
Micro Escala
Habitação Monterrey – Monterrey, México
A proposta para a habitação social seria desenvolver
duas tipologias de unidades habitacionais com o prin-
cípio de arquitetura incremental. Por sua vez esta tem
como finalidade a construção de estrutura, instalações,
oferecer o básico de uma casa, incluindo o que seria
mais caro para o morador arcar, como banheiro e co-
zinha.
A ideia de circundar a área de lazer surge com o prin-
cípio de garantir o acesso de todos e, ao mesmo tempo
diminuir o espaço entre as residências e o espaço de co-
letividade, fomentando a sociabilidade na comunidade.
A construção possui uma unidade habitacional no pa-
vimento térreo ocupado de 58m² e o duplex no pavi-
mento superior com aproximadamente 76m², ambos
passíveis de ampliação. O edifício é permeável, a fim
de manter as expansões limitadas a sua estrutura, evi-
tando a construção espontânea que acaba gerando a de-
terioração do entorno urbano, e, para facilitar as expan-
sões. A laje determina o perfil definitivo da habitação,
evitando que ela cresça verticalmente.
Habitação Villa Verde – Constitución, Região do
Maule, Chile
Além de ter sido desenvolvida pelo mesmo escritório
de arquitetos que a Habitação Monterrey, ELEMEN-
TAL, ela possui o mesmo princípio de arquitetura in-
cremental.
A residência é entregue com 57m² construídos, consti-
tuída por dois pavimentos divididos com um banheiro,
cozinha, um quarto e uma sala de estar. A área reserva-
da para ampliação possui 28m², de forma a evita-la de
forma desenfreada, tanto no plano vertical quanto no
horizontal. Pensou-se em um telhado e em uma estrutu-
ra que imponha esse limite para ambos, respectivamen-
te. A ideia da arquitetura incremental é que se permita
a ampliação de acordo com a demanda do morador,
além de baratear o custo na obra e propor um padrão
de qualidade elevada de habitação, diferente do que se
costuma a oferecer.
31
Bibliografia
Livros
•	 Bauman, Z. (2003). Comunidade: a busca por se-
gurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar.
•	 Castro, J., Lacerda, L., & Penna, A. C. (2004). Ava-
liação pós-ocupação - APO: Saúde nas edificações
da FIOCRUZ. Rio de Janeiro: FIOCRUZ.
•	 Lerner, J. (2003). Acupuntura Urbana. Rio de
Janeiro: Record.
•	 Mazzoti, A. J., & Gewandsznajder, F. (1999). Cap.
7 - O planejamento de pesquisas qualitativas. Em
A. J. Mazzoti, & F. Gewandsznajder, O Método Nas
Ciências Naturais E Sociais (2ª ed.). Cengage.
•	 Tanaka, G., Oliveira, F. L., Sánchez, F., Bienens-
tein, R., Vainer, C., Cosentino, R., . . . Monteiro, P.
(2018). Viva a Vila Autódromo: o plano popular
e a luta contra a remoção (1ª ed.). Rio de Janeiro:
Letra Capital.
•	 Tardin, R. (2016). Espaços livres: sistema e projeto
territorial (2ª ed.). Rio de Janeiro: Rio Book’s.
•	 Vargas, H. C., & Castilho, A. L. (2006). Interven-
ções em Centros Urbanos: objetivos, estratégias e
resultados. Barueri, SP: Manole.
Sites
•	 Beraba, M., & etc. (s.d.). Rio 2016: O Legado
Olímpico. Fonte: Estadão: http://infograficos.esta-
dao.com.br/esportes/rio-2016-legado-olimpico/
•	 Correia, B.-H., & Conde, P. R. (06 de Agosto de
2018). Dois anos após os Jogos, Parque Olímpico
do Rio paga só 2% do custo de manutenção. Fonte:
Globo - Globo Esporte: https://globoesporte.globo.
com/olimpiadas/noticia/dois-anos-apos-os-jogos-
-parqueolimpico-do-rio-paga-so-2-do-custo-de-
-manutencao.ghtml
•	 NEPHU. (2018). Vila Autódromo. Fonte: Vila
Autódromo: http://nephu.sites.uff.br/programa/
mapeando-conflitos/comunidades-do-rio-dejanei-
ro/vila-autodromo/
•	 SMU. (s.d.). SECRETARIA MUNICIPAL DE
URBANISMO - SMU. Fonte: Rio Prefeitura: http://
www.rio.rj.gov.br/web/smu?fbclid=IwAR0dBu04J-
QjzLQ74l6faQVR8RdgGrTuvu7 9iO3KO7Gbgs-
gRiBQV1aOuIE5c
•	 VIAGEM, C. I. (12 de Agosto de 2016). O le-
gado olímpico de grandes cidades. Fonte:
Caia no Mundo: https://caianomundo.ci.com.
br/o-legado-olimpico-de-grandescidades/?fbclid=-
IwAR3-rwDRf2CWXoBGZliBhbiWjZZ7v1JEmkS-
bAX6pVmFunSWd7L5CPloZkA
•	 Watch, R. O. (08 de 06 de 2016). A Realidade dos
Moradores do Parque Carioca Após Reassenta-
mento da Vila Autódromo. Fonte: Rio On Watch
- Relato das favelas cariocas: http://rioonwatch.org.
br/?p=20108
Publicações
•	 Janeiro, P. d. (2009). Plano estratégico da Prefei-
tura do Rio de Janeiro 2009 - 2012. Pós 2016: O
Rio mais integrado e competitivo. Rio de Janeiro.
Acesso em 27 de 04 de 2019
•	 Janeiro, C. P. (Novembro de 2015). Megaeventos e
Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janei-
ro. Olimpíada Rio 2016, os jogos da exclusão. Rio
de Janeiro.
•	 Rio, P. d. (24 de Julho de 2015). Explicando a
Política de Habitação da Prefeitura do Rio: Políti-
ca Habitacional do Rio, suas diretrizes e números
macros. Fonte: Medium: https://link.medium.com/
V2uyUkSePW
Artigos
•	 Abascal, E. H. (Novembro de 2005). Cidade e
arquitetura contemporânea: uma relação neces-
sária. Arquitextos(066.06 ano 06). Fonte: http://
www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitex-
tos/06.066/410
•	 Abbot, T., & Kowalski, I. (22 de Agosto de 2016).
Reconhecendo a abordagem incremental como
parte de uma maior política de habitação. Fon-
te: The City Fix Brasil: http://thecityfixbrasil.
com/2016/08/22/reconhecendo-a-abordagem-in-
crementalcomo-parte-de-uma-maior-politica-de-
-habitacao/
•	 Baratto, R. (21 de Janeiro de 2015). Grotinho de
Paraisópolis . Construindo espaços de convívio /
Boldarini Arquitetos Associados. Fonte: Archdaily:
https://www.archdaily.com.br/br/760744/groti-
nho-de-paraisopolis-construindoespacos-de-con-
vivio-boldarini-arquitetos-associados
•	 Lucchese, C. (13 de Março de 2008). Favela/Slum
– Programa Guarapiranga – São Paulo. Fonte: The
Urban Earth: https://theurbanearth.wordpress.
com/2008/03/13/favelaslum-programaguarapiran-
ga-sao-paulo/
•	 Pappon, T. (30 de Novembro de 2011). Olimpíada
foi prenúncio de crise grega, dizem analistas. Fon-
te: BBC Brasil: https://www.bbc.com/portuguese/
noticias/2011/11/111117_atenas_2004_crise_greg
a_tp?fbclid=IwAR0BkKIAYfvjPteI6fBqeEIMBu-
q5z_vDK14gDdridbDPQvBFRbE0uVsZjFE
•	 Pequeno, R. (26 - 30 de Maio de 2008). Políticas
habitacionais, favelização e desigualdades sócio-
-espaciais nas cidades brasileiras: transformações e
tendências. X Coloquio Internacional de Geocríti-
ca . Acesso em 15 de 05 de 2019
•	 Pita, M. (Setembro de 2014). Urbanização do
Jardim Colombo, em São Paulo, abre espaço para
parque linear em área adensada e sujeita a cheias.
Fonte: Infraestrutura Urbana: http://infraestru-
turaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/42/
urbanizacao-dojardim-colombo-em-sao-paulo-
-abre-espaco-para-326335-1.aspx
•	 Bastos, P. (Abril de 2003). Urbanização de fa-
velas. Estudos Avançados, 17(47), pp. 212
- 221. Fonte: https://dx.doi.org/10.1590/S0103-
40142003000100013
33
A reintegração da Vila Autódromo no tecido urbano da Barra da Tijuca

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a A reintegração da Vila Autódromo no tecido urbano da Barra da Tijuca

Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020
Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020
Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020AveiroEuropa2020
 
LAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório final
LAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório finalLAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório final
LAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório finalColaborativismo
 
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores CríticosCidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores CríticosFundação Dom Cabral - FDC
 
CMJ- Conselho Municipal de Juventude de Tomar
CMJ- Conselho Municipal de Juventude de TomarCMJ- Conselho Municipal de Juventude de Tomar
CMJ- Conselho Municipal de Juventude de TomarNuno Ferreira
 
Petição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissima
Petição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissimaPetição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissima
Petição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissimaAmigos d'Avenida
 
Cidade Jardim
Cidade JardimCidade Jardim
Cidade JardimRJZCyrela
 
TFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca Matos
TFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca MatosTFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca Matos
TFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca MatosUNICAMP
 
Desenvolvimento sustentavel do turismo
Desenvolvimento sustentavel do turismoDesenvolvimento sustentavel do turismo
Desenvolvimento sustentavel do turismoFábia Tarraf Macarron
 
Goiania cidade planejada que deve ser repensada
Goiania cidade planejada que deve ser repensadaGoiania cidade planejada que deve ser repensada
Goiania cidade planejada que deve ser repensadaRodrigo Cuetiki Ribeiro
 
Organização interna das cidades
Organização interna das cidadesOrganização interna das cidades
Organização interna das cidadesIdalina Leite
 
Arquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz Sarmento
Arquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz SarmentoArquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz Sarmento
Arquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz SarmentoInstituto COURB
 
Architecture and Social work - Brasilia, Brazil
Architecture and Social work - Brasilia,  BrazilArchitecture and Social work - Brasilia,  Brazil
Architecture and Social work - Brasilia, BrazilLucelia Duda
 
Desenvolvimento turístico do patrimônio urbano
Desenvolvimento turístico do patrimônio urbanoDesenvolvimento turístico do patrimônio urbano
Desenvolvimento turístico do patrimônio urbanoFábia Tarraf Macarron
 
Parques Verticais
Parques VerticaisParques Verticais
Parques Verticaistana bassi
 

Semelhante a A reintegração da Vila Autódromo no tecido urbano da Barra da Tijuca (20)

Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020
Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020
Os desafios crescimento inclusivo - Aveiro 2020
 
LAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório final
LAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório finalLAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório final
LAB.RIO - Desafio Ágora Rio - Relatório final
 
Cidades
CidadesCidades
Cidades
 
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores CríticosCidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
Cidades Sustentáveis: Alguns Enfoques e Fatores Críticos
 
CMJ- Conselho Municipal de Juventude de Tomar
CMJ- Conselho Municipal de Juventude de TomarCMJ- Conselho Municipal de Juventude de Tomar
CMJ- Conselho Municipal de Juventude de Tomar
 
Mobilidade: uma visão metropolitana
Mobilidade: uma visão metropolitanaMobilidade: uma visão metropolitana
Mobilidade: uma visão metropolitana
 
Petição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissima
Petição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissimaPetição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissima
Petição à assembleia municipal pela discussão do parque vfinalissima
 
Cidade Jardim
Cidade JardimCidade Jardim
Cidade Jardim
 
Aula 03.pptx
Aula 03.pptxAula 03.pptx
Aula 03.pptx
 
TFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca Matos
TFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca MatosTFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca Matos
TFG - SESC Sumaré 2010 - Jéssica Fonseca Matos
 
Reunião 10-10-13
Reunião 10-10-13 Reunião 10-10-13
Reunião 10-10-13
 
Desenvolvimento sustentavel do turismo
Desenvolvimento sustentavel do turismoDesenvolvimento sustentavel do turismo
Desenvolvimento sustentavel do turismo
 
Goiania cidade planejada que deve ser repensada
Goiania cidade planejada que deve ser repensadaGoiania cidade planejada que deve ser repensada
Goiania cidade planejada que deve ser repensada
 
Organização interna das cidades
Organização interna das cidadesOrganização interna das cidades
Organização interna das cidades
 
9º ano_Aula nº3
9º ano_Aula nº39º ano_Aula nº3
9º ano_Aula nº3
 
Arquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz Sarmento
Arquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz SarmentoArquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz Sarmento
Arquitetos sociais, por Lucélia Duda e Luiz Sarmento
 
Architecture and Social work - Brasilia, Brazil
Architecture and Social work - Brasilia,  BrazilArchitecture and Social work - Brasilia,  Brazil
Architecture and Social work - Brasilia, Brazil
 
Desenvolvimento turístico do patrimônio urbano
Desenvolvimento turístico do patrimônio urbanoDesenvolvimento turístico do patrimônio urbano
Desenvolvimento turístico do patrimônio urbano
 
Parques Verticais
Parques VerticaisParques Verticais
Parques Verticais
 
8° B - A sustentabilidade na rua
8° B -  A sustentabilidade na rua8° B -  A sustentabilidade na rua
8° B - A sustentabilidade na rua
 

A reintegração da Vila Autódromo no tecido urbano da Barra da Tijuca

  • 1. A integração da Vila Autódromo ao tecido urbano José Paulo Folly Leticia de Lima Viana orientadora orientando
  • 2. José Paulo Folly Santos (Aluno) Leticia de Lima Viana (Orientadora) Alder Catunda Timbó Muniz (Coordenador) Trabalho Final de Graduação - TFG II Universidade Veiga de Almeida A integração da Vila Autódromo ao tecido urbano RIO DE JANEIRO | 2019
  • 3. Meus sinceros agradecimentos ao Rodrigo, apoiadores, amigos e amores.
  • 4. .........................................................................Introdução ......................................................Referências projetuais ................................................Referências bibliográficas ........................................Análise do local de intervenção .......................................................Agenda para o espaço Local de intervenção Tema Legislação Justificativa Cheios e vazios Relação com entorno Situação atual Breve histórico da comunidade Objetivos Partido Adotado Masterplan Setorização de vias Setorização de usos Circuitos Pavimentação Etapas do projeto Habitação térrea Edifício misto Edifício misto - Residencial Horta comunitária Creche Associação de moradores Macro escala Média escala Micro escala 5 6 9 14 15 22 6 9 17 18 24 7 9 19 25 27 7 10 11 20 21 26 28 30 30 31 29 32 8 13 Sumário
  • 6. Tema Justificativa Este projeto visa a realização de uma intervenção de requalifica- ção direcionada ao projeto já existente de urbanização da Vila Au- tódromo, planejado pela Prefeitura, em parte ainda não executado, tendo como proposta a integração ao bairro e a reconstituição do tecido urbano da comunidade, bem como o melhor atendimento das demandas dos moradores, além da viabilização do desenvol- vimento sociocultural e econômico numa área estéril, o que, em regra, asseguraria o resgate do repertório cultural da comunidade. • Resgatar o sentido atribuído ao espaço desde sua consolidação; • Reabitar; • Diálogo dos interesses dos residentes com os do poder público; • Reconstituir um tecido, integrando-o ao bairro; • Criar Espaços de Sinergia, tendo em vista que sua ausência é carência do bairro; • Revitalizar uma área estéril e “marginalizada”; • A atual urbanização não expressa princípios dos moradores; 6
  • 7. Breve histórico da comunidade Propostas de urbanização Elaborado juntos aos mora- dores através de um método participativo (democracia) Resgate dos interesses dos moradores Formação da comunidade a par- tir de uma vila de pescadores Expansão imobiliária na Barra da Tijuca (Gentrificação) Tentativas de remoção + Tentativas de remoção Tentativas violentas de remoção Termo Administrativo de Concessão de Uso (SEHAF) Chegada de Megaeventos Elaborado sem mesmo apre- sentação aos moradores (imposição) Projeto “executado” Reforçar a identidade cultural dos moradores da Vila Autódromo Resgatar a relação de comunidade Promover a caminha- bilidade no bairro Propagar espaços de socia- bilidade estimulados pelo urbanismo democrático Permitir que moradores realocados/removidos da Vila Autódromo te- nham a opção de voltar a morar na comunidade Instigar o desenvolvi- mento econômico local. Objetivos Fig. 8 7
  • 8. Análise do local de intervenção
  • 9. Cheios e Vazios Software: QGIS 3.1 Dados: IBGE 2018 Realizado: 11/11/2019 Legenda Área construída; Corpo Hídrico; Vias; Área de Intervenção. Devido ao seu processo de urbanização, a Barra da Tijuca possui ocupações espaçadas visando seu potencial de valorização. Isto também ocorre quanto a sua morfologia, em razão das grandes quadras e seu consequente loteamento. Uma das características mais marcantes do bairro é a existência de centros comerciais pontuais e condomínios fechados os quais forçam o uso do carro como meio de transporte viável já que longas distâncias são percorridas ao longo de sua extensão. A maior parte do território livre pertence à área de valorização ambiental e à área de lazer de espaços privados. Local de intervenção • Cidade: Rio de Janeiro; • Bairro: Barra da Tijuca; • Número: N/A • Endereço: Avenida Embaixador Abelardo Bueno; • Área: 70.300m² AVENIDA AVENIDA EMBAIXADOR ABELARDO ABELARDO BUENO BUENO A L L E N D E A V E N ID A S A L V A D O R S A L V A D O R A L L E N D E EMBAIXADOR Legislação • Zona de Especial Interesse Social (ZEIS); • Gabarito: Até 4 pavimentos; • IAT: 1,00 • Número máximo de unidades: Até 200 unidades; • Vias de Acesso: Largura mínima igual a 5,0 m e passeio com largura mínima igual a 1,5 m; Quando a via for exclusiva para acesso de pedestres deverá ter largura igual a 3,00 m. 1,50m Passeio Edificação Pavimento Térreo 2º Pavimento 3º Pavimento 4º Pavimento Edificação Passeio Via de acesso 1,50m 5,00m 9
  • 10. O bairro possui o uso rendencial como o mais frequente e, em seguida, o comercial. Porém, no entorno do local de intervenção há forte presença do lazer, por conta de equi- pamentos como o Parque dos Atletas, Parque Olímpico e Riocentro. A área se torna acessível devido a existência do Terminal Olímpico do BRT e das estações distribuídas ao longo da avenida de acesso. Software: QGIS 3.1 Dados: IBGE 2018 Realizado: 11/11/2019 Relação com o entorno Legenda Lazer; Hotelaria; Empresarial; Comércial/Serviço; Residencial; Educacional; Saúde; Transporte (BRT); Área de Intervenção. Há equipamentos dentro de um raio de 2km que aten- dem a comunidade por conta da distância não ser tão longa, como, por exemplo, comercial e lazer. A presen- ça do BRT facilita o acesso à equipamentos educacio- nais, tanto públicos quanto privados, já que a maioria deles está localizado perto deste meio de transporte. Ainda, há também pontos de ônibus comuns. 0,5 km 1 km 1,5 km 2 km - Escola; - Creche. - Equipamentos de Lazer. - Shopping; - Centro comercial; - Supermercado. - Parque Carioca. - Estação de BRT. Software: QGIS 3.1 Dados: IBGE 2018 Realizado: 11/11/2019 Legenda - Área de Intervenção. 10
  • 11. Situação Atual - Ciclocia inter- rompida na VA. - Falta de integração com Lagoa; - Falta de cuidado com a mata ciliar. - Estacionamento privado. - Existência de grades; - Não há conti- nuação da ciclo- via; - Desfavorável ao pedestre. - Falta de integração com o canal; - Desnível da Ave- nida desfavorece a comunidae. Antes da Urbanização Após a Urbanização • Comunidade •Associação de moradores • Parque infantil • Comércio • Eventos A maior parte das famílias foram removidas, restan- do somente o núcleo da comunidade, a este foi atribuí- do o valor de Área de Especial Interesse Social (AEIS). Famílias antes = 400 Famílias hoje = 20. Este equipamento era um marco de representativi- dade da comunidade no que diz respeito às questões políticas e comunitárias. Pela ausência desse espaço, a igreja e as casas de alguns moradores, que as cedem, se tornaram as sedes responsáveis por tais assuntos. Uma área de ponto de encontro de moradores, prin- cipalmente crianças. Durante a remoção, houve a re- forma deste por parte dos moradores após o poder pú- blico destruí-lo. Atualmente, alguns dos brinquedos infantis que foram salvos estão posicionados numa área sem manutenção e contexto. Havia lotes comercias na comunidade que eram co- mandados pelos próprios moradores, como padaria, bares e mercados. Hoje, pela limitação da urbanização feita pelo poder público, alguns moradores levaram os negócios para dentro de suas próprias casas, como barbearia e oficina. Muitos eventos de comemoração e resistência acon- teciam principalmente na quadra poliesportiva da comunidade, assim como na rua. Atualmente, estes acontecimentos são feitos nos quintais de alguns mo- radores. 11
  • 12. X 12
  • 13. Agenda para o espaço
  • 14. Partido adotado O projeto tem como objeto reconstituir a Vila Autódromo por meio do resgate da morfologia do tecido original da comunidade como em rela- ção às ruas e em relação à tipologia de lotes que desenvolva uma maior organicidade ao mesmo tempo que é incorporada ao bairro mediante o desenvolvimento de um espaço de sinergia. E, principalmente, promover a sociabilidade e soli- dariedade entre os moradores enquanto comuni- dade e ocupar o espaço para evitar que este fique ocioso e estéril. A proposta de manter o que foi que executado pela Prefeitura (loteamento residencial e arrua- mento) não se dá somente pela redução de custo e por conta do aproveitamento do que já está es- tabelecido, mas também deve-se levar em conta que, mesmo que apenas 5% da comunidade te- nha permanecido, esse resultado só foi possível por causa dass muitas lutas e resistência por parte dos moradores. Outra questão também relevante é evitar a violência simbólica de submeter os mo- radores à remoção mais uma vez. Na perspectiva ambiental, a não interferência de forma radical no ecossistema o qual está se reestabelecendo novamente, o que ocorrera anteriormente. Segundo a conceituação de Jan Gehl, em “Cida- de para Pessoas”, retomar interações ao nível da rua se torna necessário, tendo em vista o costu me dos moradores, podendo os lotes residenciais se estenderem para além. Dessa forma, valorizaria o pedestre ao invés do automóvel, como é feito no bairro em que está inserido, adotando medi- das como “Traffic Calming”, entre outras. Op- tou-se pelo modelo de residência, em sua maioria constituídas pela arquitetura incremental que permite a expansão das residências atribuindo autonomia aos moradores. Desta forma, desvirtuar a ideia de densifi- cação por verticalização, já que um lote comporta não só a expansão, mas também a criação de um novo nú- cleo. Evitou-se repetir o modelo de padrão existente como o Parque Carioca. Estabeleceu-se a criação de eixos em forma de circuitos para promover um vetor de potencialidade em direção ao Parque dos Atletas, a fim de permitir outro tipo de ocupação a partir de sua revi- talização, por meio da Acupuntura Urbana (Jaime Ler- ner). Este equipamento em questão, atualmente, atua de forma ociosa o que causa uma sensação de insegu- rança no seu entorno e carece de manutenção. A revita- lização criaria uma dinâmica de uso, de forma atrativa, em sinergia com a Vila Autódromo, pois estabeleceria emprego, consumo e permanência de pessoas no espa- ço o que favoreceria ambos. A criação de um deck para a Lagoa Jacarepaguá resgataria a formação da comuni- dade na década de 60, por meio da promoção da poten- cialidade da pesca a qual foi a função primordial que gerou o desenvolvimento da Vila autódromo. A exis- tência de comunidades pesqueiras localizadas não mui- to longe da área de intervenção, como o Arroio Pavuna, mostra a existência de um nicho nessa vertente. O uso comercial na comunidade tem por interesse expandir o comércio existente que se dá nas respectivas proprieda- des, atribuindo maior visibilidade aos negócios locais e criando um atrativo para o entorno. O edifício misto que possui o pavimento térreo flexível para comércio permite articulação de módulos pequenos e acessíveis aos MEI (Microempreendedores Individuais). Dentro desta perspectiva, o projeto se torna contra-hegemôni- co no sentido de que, mesmo apropriando-se de uma ideologia, se propôs a desenvolvê-la de forma a torná- -la mais adequada à proposta da intervenção, apesar de até contradizê-la em certos aspectos. 14
  • 15. OOMPO STOR - 435L Masterplan 1 1 1 1 8 8 9 9 11 11 12 12 12 12 13 13 2 2 2 2 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 Residências - Existentes - 20 Horta Comunitária Igreja - Existente Creche Comercial Deck Residências - 29 Lote Misto - 30 habitações Associação de Moradores Quadra Poliesportiva Parque Infantil ATI Legenda • Maquete volumétrica 15
  • 16.
  • 17. Setorização de vias Legenda Fluxo intenso Fluxo intermediário Piso intertravado Tachão bidirecional Platô Faixa de trânsito Fluxo leve (pedestrial > automóvel) Platô • Fluxo intenso • Fluxo intermediário • Fluxo leve (pedestre > automóvel) • Traffic Calming As avenidas Embaixador Abelardo Bueno e Salvador Allende são vias de trânsito rápido (velocidade máxima: 80km/h) responsáveis pelo acesso principal às vias arteriais e locais. Nestas vias também que estão localizados os pontos de ônibus e as estações de BRT que difundem o acesso da comunidade à cidade, e vice-versa. As vias arteriais possuem um fluxo menos frequente se comparadas à categoria anterior, estas, por sua vez, possuem o limite de velocidade de 60km/h. Elas permitem o acesso às vias de fluxo leve (residen- ciais), ao estacionamento, ao hotel, ao centro empresarial e ao Parque Olímpico. Por ser uma velocidade alta em relação a escala humana, alguns conceitos de Traffic Calming foram implantados. O fluxo leve foi desenvolvido para ser atribuído às ruas exclusivamente residenciais projetadas de forma a priorizar o pedestre. Por meio de medidas tomadas a partir do conceito de “Traffic Calming”, a rua se torna acessível à carros para moradores que os possuem. Por intermédio do urbanismo tático pensou-se em: revestimento que pudesse ser o quanto menos associado ao automóvel; elevação do nível em relação a via arterial; implantação de redutores de velocidade do automóvel para 5km/h e a largura da via atendendo ao mínimo da legislação. Este partido tem como intento permitir o pedestre caminhar pelas ruas garantindo-o autonomia, além de resgatar uma característica de bairro de subúrbio. Tendo sido iniciado no Reino Unido, na década de 30, é um conjunto de estratégias de design de estrada destinadas a incentivar os motoristas a reduzirem a velocidade e para desencorajar os elevados volumes de tráfego nos bairros para melhor proteger os pedestres, ciclistas e moradores. Este conceito resgata a vitalidade das ruas e estimula a convivência e as interações entre as pessoas. A baixa velocidade amplia o campo visual do motorista e diminui a probabilidade de um acidente fatal em até 75%. Medidas utilizadas: 17
  • 18. Setorização de usos • Residencial • Comercial • Misto • Lazer • Equipamento público Além das residências existentes (20), foram implantados 27 lotes residenciais passíveis de expansão, podendo contemplar até 2 unidades por lote, totalizando o máximo de 54 habita- ções térreas. Contempla no nível térreo uma flexibilidade para que o seja atribuído o uso comercial. Já o segundo pavimento tem como foco o uso residencial contemplando 30 apartamentos de dois pavimentos que também são passíveis de expansão. O edifício está voltado tanto para o circuito urbano quanto para a área residencial por conta da sua permeabilidade. A Igreja é um equipamento existente na comunidade. A as- sociação de moradores, a creche e a horta comunitária foram implantadas a fim de suprir a demanda dos moradores e con- templar projetos que se encontram em desenvolvimento. Os lotes comerciais foram locados de forma a atender o cir- cuito cultural e, voltados para as vias de fluxo intermediário para que interviessem nas ruas residenciais, evitando o tráfe- go frequente de automóveis nestas Os espaços criados para lazer contemplam as demandas dos moradores ao mesmo tempo que reconstituem outros espa- ços que foram eliminados da urbanização executada pelo Po- der Público, como a Academia da Terceira Idade, o Parque infantil e a Quadra Poliesportiva. O deck tem como objetivo resgatar uma comunidade pesqueira enquanto cria um espa- ço flexível. Legenda Residencial Comercial Misto Lazer Equipamento públicos 18
  • 19. Circuitos Legenda Circuito cultural Equipamentos CC Circuito urbano Equipamentos CU Ciclovia 1 2 3 5 4 6 7 8 7 7 7 9 10 11 12 13 10 - BRT 1 - Parque infantil 6 - Creche 2 - Igreja 7 - Comércio 3 - ATI 8 - Casa existente 4 - Quadra Poliesportiva 9 - Deck 5 - Horta comunitária 11 - Associação de moradores 13 - Parque dos Atletas 12 - Edifício misto • Circuito urbano • Circuito cultural Este circuito parte do circuito urbano criando um eixo que passa pelos equipamentos existentes na comunidade, áreas de lazer e lotes comerciais, permitindo a conexão entre eles e, ainda assim, sendo um fluxo mais acessível às residências. O fim dele se encontra na área do deck o qual contempla um espaço flexível entre lazer e comércios provisórios, e se conecta novamente ao circuito de origem, seguindo para o Parque dos Atletas. A ideia de unir estes usos no circuito é desenvolver o Método Montessori que implica em promover a autonomia articulada com a educação por via da interrelação entre os equipamentos. Este, por usa vez, cria um eixo de conexão entre a estação de BRT e o Parque dos Atletas (PA), onde, ao longo de sua extensão, permite comércios de instalações provisórias como feiras e, nos canteiros, espaços de perma- nência que possibilitam piquiniques, etc. A Associação de Moradores se localiza no início do circuito marcando a identidade da comunidade, seguindo pelas áreas de lazer e o desdobramento do circuito (circuito cultural). O edifício misto, além de dar visibilidade às residências e permitir a intereção com a vida na comunidade, possui no pavimento térreo o uso comercial. Dando continuidade, o fluxo da sequência tanto para o PA quanto para o deck. 19
  • 20. Pavimentação • Legenda Legenda Corpo hídrico Vegetação Asfalto convencional Passeio em cimento Intertravado Modelo: Quadrado (40x40x3 e 20x20x3cm) Intertravado Modelo: Retangular Cor: Terracota Intertravado Modelo: Raquete (14x23x6cm) Aglomerado de borracha Cor: Vermelho Deck de madeira plástica Intertravado Modelo: Sextravado (30x30x10cm) Aglomerado de borracha Cor: Beige Ecopavimento com brita permeável drenante 20
  • 21. Etapas do projeto 1ª Etapa Arruamento e loteamento. Para esta etapa seria desti- nada a verba prevista pela Prefeitura para a segunda etapa de urbanização (arruamento e loteamento). Situação atual Arruamento e loteamento executados pela Prefeitura seguindo o projeto de urbanização proposto pela pró- pria. Serão aproveitados de forma a diminuir o custo e evitar mais uma remoção. 4ª Etapa Contrução dos equipamentos: creche, associação de moradores e horta comunitária. Para esta etapa seria destinada a verba prevista pela Prefeitura para a segun- ta etapa (equipamentos). 5ª Etapa Construção do deck. Para esta etapa foi pensada a cria- ção de editais de fomentos, a partir da parcerias públi- co-privadas (rentabilidade - comércio). Previsão Comunidade consolidada com habi- tações residências expandidas. Foram pensadas outras formas de viabilizar o projeto a partir de: - Redução de custos; - Entidade - Minha Casa Minha Vida; - Co-responsabilidade (moradores, multirões, convites, etc); - Auxílio de universidades - conheci- mento técnico; - Financiamento; 2ª Etapa Construção das habitações térreas e do edifício misto. Para esta etapa seria destinada a verba do prêmio “Urban Age Award” ($80.000 doláres) ganho pela comunidade. 3ª Etapa Construção da quadra poliesportiva e execução da área de lazer. Para esta etapa seria destinada a verba prevista pela Prefeitura para a segunda etapa de urbanização. 21
  • 22. Habitação térrea Dormitórios - Quarto 1 = 12,50m² - Quarto 2 = 9,70m² • Diagrama de usos Sanitário - Área = 4,45m² *Acessível a cadeirante Cozinha + Área de Serviço - Cozinha = 4,40m² - Área de Serviço = 2,60m² Para definir o tamanho do lote, le- vou-se em consideração a discussão em torno do que fora abordado pelo “Plano Popular’’. Com base em uma pesquisa mais afundo - realizada com uma parcela maior dos primeiros mo- radores da comunidade -, verificou-se as melhores alternativas de reconstru- ção da comunidade a partir dos lotes originais da Vila Autódromo, tendo em vista as expansões anteriores e as modificações atuais realizadas nas habitações entregues pela Prefeitura. De acordo com a pesquisa qualitativa realizada, ficou evidente que duas das maiores insatisfações com o tamanho do lote existente seria a ausência de espaço que propiciasse um quintal arborizado e a impossobilidade de ampliar a residência. O pé direito de 3m proporciona um melhor conforto no ambiente e ainda assim se fez uso de bás- culas superiores para garantir um ambiente mais fresco. Portanto, mesmo que a expansão a ser feita posteriormente elimine as janelas, haverá resfriemanto do cômodo. O cobogó segue a mesma proposta. A escolha para o telhado convencio- nal com telha de cerâmica objetiva resgatar as características de bairro de subúrbio e sua inclinação per- mite a instalação de placas fotovol- taicas a partir do melhor aproveita- mento da incidência solar. • Arquitetura Incremental Núcleo principal Expansão do Núcleo Novo núcleo Estar + Jantar - Área = 21,15m² Acabamentos +Identidade - Área Total = 54,80m² *Vaga de automóvel - 1 - Altura total = 4,05m Aberturas + Caixas D’água - Caixas D’água = 2 de 500 L Total = 1000 L A habitação em um terreno de 280m² (20x14m) segue o mesmo conceito de arquitetura incre- mental em que é construído um núcleo na edificação, o que seria mais caro para o morador arcar, ou seja, as áreas melhoradas por conta das instalações hidráulicas e o básico das instalações elétri- cas. Serão entregues construções padrões de 54,8m² e a expansão fica por conta do morador, de acordo com suas necessidades, dentro dos limites de afastamen- to (1,5m) e gabarito (4 pavimen- tos - legislação). Adotou-se o bloco de concre- to para estruturar a habitação, não só a fim de barateá-la, mas tam- bém possibilitar que a expansão se dê com o uso do mesmo material acessível e de fácil manuseio o que permite a total autonomia dos mo- radores (bricolagem). Na formação original da comuni- dade, existam lotes que possuíam mais de uma edificação e expan- sões baseadas particularidades de cada morador. A proposta de ofe- recer um núcleo com espaço que possa ser usado para ampliação ou criação de um novo núcleo objeti- va a reconstituição morfológica da comunidade. 22
  • 23. Paleta de cores Casas da formação original da comunidade: Bloco de concreto 15x20x40 Pintura branca Telha Tetra Pak Cor: Prata Pintura Cor: Mesma do cobogó • Materialidade O cobogó adotado vem do mesmo bloco de concreto utilizado como estrutura da casa, porém deitado. Assim, permite que a área vazada da peça cumpra sua função, consequentemente contribuíndo para melhor ventila- ção da área em questão (cozinha e área de serviço). As cores escolhidas foram baseadas nas cores utiliza- das nas casas da formação original, enquanto que a área técnica (caixa d’água) segue a mesma cor. A utilização da telha Tetra Pak resgata visualmente o cárater de bair- ro de subúrbio, enquanto que a cor prata expressa uma neutralidade junto com a cor branca da casa, restando o destaque para as cores de identidade no cobogó e na área técnica. O material diminui a temperatura ambien- te em até 90%.
  • 24. A estrutura utilizada na parte inferior possui finalidade de suportar a laje com blocos estruturais (estrutura mista) e criar uma planta livre com módulos, a qual será destinada para uso comercial. O uso desta área tem o propósito de ampliar os negócios dos moradores locais que utilizam da sua residência para o trabalho. Além disso, deve instigar o desenvolvimento econômico na comunidade por meio de ofertas de serviços os quais, consequentemente, atraem pessoas do entorno, vindas de condomínios residênciais, escritórios comerciais e hotéis. Com o sentido de “Rua 24h”, de Jaime Lerner, que consiste num espaço aberto, que garante através de atividades não só a circulação de pedestres mas tambem diminui a sensação de insegurança. Nessa mesma perspectiva surge “acupuntura ur- bana”, do mesmo autor, com o sentido de revitalizar um pon- to doente, desencadeando uma série de desenvolvimentos. A escolha da criação de um edifício misto, de frente para a Avenida Aberlado Bueno, não seria tão somente para chamar atenção para a comunidade como um ponto focal transmi- tindo a identidade dos moradores, mas também para atender o fluxo criado pelo corredor que conecta o Parque Olímpico ao Parque dos Atletas e os integra à Vila Autódromo. O pé direito da parte inferior mede 5 metros, viabilizando a cons- trução de até 4m, restando 1m para ventilação por cima da área construída. Isto permitiria que o edifício se mantivesse permeável por suas disposições e limites numa escala que va- lorize o pedestre e o conforto no ambiente. A circulação externa no pavimento superior permitiria a co- nexão dos que circulam em cima com os do circuito urbano por meio da convivência, percepção, visibilidade, entre ou- tros sentidos sensoriais humanos que estão relacionados com estes. Tal conceito se relaciona com a valorização da escala pedestrial de Jan Gehl, de possibilitar melhores relações da vida humana na cidade e com a cidade, assim como a pro- posta de um assentamento atraente que articularia a fachada. Proximidade e nível reforçam o conceito. Edifício misto • Diagrama de usos Pav.térreo + estrutura - Pilares em vãos de 3,20 x 3,20m - Estrutura convencional Comércio - Flexibilidade por conta dos módulos - Módulos de 3,20 x 3,20m Pav. superior + circ. vertical - Rampas acessíveis nas extremidades -Escadas distribuídas de forma a aten- der moradores (dist. máx. 10m) - Laje convencional Residencial - Lotes = 30 - Dimensão dos lotes = 8,75 x 7m - Área (lote) = 55,5m² - Alvenaria autoportante (bloco de concreto) Residencial (abertura p/ expansão) - Área de expansão = 18,45m² (lote) - Área total para expansão = 553,5m³ Aberturas + Acabamento + Identidade - Área total 1º pav. = 1.415m² (máx.) - Altura 1º pav. = 5m - Área total 2º pav. = 1.665m² - Altura 2º pav. = 7,2m - Altura total = 12,2m (edifício) 24
  • 25. • Diagrama de usos Cozinha + Área de Serviço - Área cozinha = 4,80m² - Área A.S. = 4,65m² Dormitórios (2º Pavimento) - Área dormitório 1 = 12m² - Área dormitório 2 = 8,85m² Sanitário - Área sanitário = 4,10m² - Acessível à cadeirante Área técnica + Aberturas - Caixas D’água - 2 de 500 L Total - 1000 L - Cobogó pela extensão da circulação vertical Estar + Jantar + Expansão - Área estar + Jantar = 16,70m² - Área de expansão = 18,45m² Acabamento + Identidade - Área total = 71,2m² • Materialidade Paleta de cores Bloco de concreto 15x20x40 Pintura branca Telha Tetra Pak Cor: Prata Guarda-corpo metálico Edifício misto - Residencial O lote possui 50m², sendo que destes a parte construída seria de apenas 30m², seguindo o conceito de arquitetura incre- mental, disponibilizando, então, aproxi- madamente 20m² para expansão, confor- me a necessidade do morador. O layout surgiu a partir da malha de 90x90, a fim de garantir acessibilidade e estruturar blocos estruturais, inclusive no cobogó na área de circulação vertical. A escolha do bloco estrutural garante facilidade e acessibilidade ao morador para expandir sua residência. A expansão, por sua vez, se limita a dois pavimentos e possibilita aberturas para ventilação tan- Núcleo principal Expansão do Núcleo (2º pav.) Expansão do Núcleo (1º pav.) Expansão do Núcleo (total) to para a fachada frontal quanto para a posterior. A construção parte do con- ceito de Bricolagem, o uso de materiais de fácil acesso e manuseio e ciscuns- tâncias que propiciam a autoconstru- ção consciente. A proposta de ter duas tipologias de habitação permite que moradores do Parque Carioca possam voltar a mo- rar na Vila Autódromo sem sofrer ou- tra mudança drástica, como a ocorrida anteriormente, tendo em vista que no condomínio popular existem morado- res de comunidades diferentes e a pre- sença de mílicia. 25
  • 26. Horta comunitária • Diagrama de usos O projeto da horta foi criado por iniciativa dos próprios morado- res. Atualmente, reservou-se um espaço atrás da igreja com planos para sua ampliação, para a área atrás das residências com fachada posterior para a Lagoa de Jacare- paguá. O equipamento permanece na área onde se iniciou, próximo à igreja, com canteiros para plan- tio, área para armazenamento de materiais e compostor para pro- dução de adubo. A proposta é de que será gerida pela associação de moradores e poderá ser usu- fruída pelos moradores da comu- nidade, inclusive pela creche. A horta tem como objeto res- gatar e instigar a relação comu- nitária na comunidade por meio de projetos desenvolvidos pelos próprios moradores. E, ainda, po- derá ser utilizada para produção de alimentos a fim de que estes sejam comercializados em locais que possibilitem a realização de feiras, como o Corredor Cultural e a área de comércio coberta. Tendo como conceito de “Com- monings” do arquiteto e urbanista Stavros Stavrides o fundamento de espaços de compartilhamen- to e soliedariedade, praticando a manutenção da comunidade atra- vés da vitalidade da mesma. Canteiro - Quantidade = 21 - Dimensão = 4 x 4,5m Arrumo - Quantidade = 2 - Área = 4,60m² Compostor - Quantidade = 2 - Capacidade = 400 L (cada) • Materialidade Área de estadia - Mesas e bancos Muro + porta - Delimitando área da horta Aberturas + Acabamento + Identidade - Área total = 572m² Pintura Branca Porta de aço com veneziana Porta de aço Mesa piquinique em madeira Tijolo Ecopavimento com brita 26
  • 27. Creche A segunda etapa do projeto ela- borado pela Prefeitura contempla uma escola cuja ausência é um questionamento frequente feito pelos atuais moradores da comu- nidade. Apesar de não ser uma demanda, já que faixa etária do- minante na Vila Autódromo é de adulto a idoso, no entorno existe um forte potencial educacional pela existência de escolas públi- cas, privadas e cursos, que não estão localizados em pontos isola- dos. Embora tenha sido imaginada anteriormente, quando havia uma parcela maior de moradores origi- nais da comunidade, hoje já não se justifica. A existência do Terminal Olím- pico de BRT facilita os acessos da comunidade à equipamentos mais afastados. A creche surge a fim de suprir futuras necessidades dos possíveis novos e antigos moradores da co- munidade. Sua capacidade permi- tiria que fosse atendida também a demanda do bairro, tanto de mo- radores quanto funcionários que trabalham por período na região. Foi posicionada de forma a aces- sar o circuito cultural que permite que se faça uso das áreas livres da comunidade, e seus equipa- mentos, como o parque infantil externo, quadra poliesportiva e horta comunitária, desenvolven- do autnomia (Método Montesso- ri). Além disso, a creche se torna acessível ao pedestre pelas vias de traffic calming e por automóveis na via projetada existente de fluxo intermediário. • Diagrama de usos Salas de aula - Área = 50m² *4 salas | 40 alunos/sala (Máx.) Sanitários - Área = 30,30m² *2 banheiros (feminino e masculino) Cozinha - Área = 10,50m² *Anexada ao refeitório aberto Pintura na platibanda Clarabóia Cores: Mesmas da plantibanda Paleta de cores Bambu Piso intertravado Cor: Terracota • Materialidade Despensa + Almoxarifado - Despensa = 5,15m² (atende a cozinha) - Almoxarifado = 20m² Administração + Funcionários - Área total = 50m² Aberturas + Acabamento + Identidade - Área = 380m² *3 vagas disponíveis (c/ carga e descarga) 27
  • 28. Associação de moradores • Diagrama de usos Possui como principal função ser o órgão primordial no que diz respeito à organização dos eventos, logísticas e diálogos relacionados à Vila Autódromo, bem como gerir alguns equipamentos e regras para funcionamento da comunidade. Como uma espécie de Subprefeitura no bairro, o espaço tem como proposta abolir barreiras fí- sicas, fazendo com que o equipamento seja transparente quantos aos assuntos tratados no ambiente. Está locali- zado de frente para a Avenida Abelardo Bueno, a fim de marcar a entrada da comunidade e permitir que esta es- teja visível a todos, como um ponto focal. O letreiro com o nome da comunidade foi pensando de forma a tornar-se o acesso principal e dar visibilidade à Vila Autódromo, tendo em conta que hoje não há placas que sinalizem a sua existência. A sua dimensão permite que seja observada e reconhecida de longe, inclusive por automóveis que passam pela Avenida Embaixador Aber- lardo Bueno em alta velocidade (dimensão x velocidade - Gehl). Estrutura - Equipamento elevado a 1m do nível do mar (bambu) - Circulação vertical (escada e rampa) Escritório + Circulação - Área escritório = 9,75m² - Área circulação = 9,30m² Cozinha + Sanitários - Área cozinha = 7m² - Área sanitários = 5,48m² *3 banheiros (Masc., Fem. e acessível) • Materialidade Depósito + Guarda-corpo - Área = 6,20m² *Acesso a partir do escritório Cobertura + letreiro - Área = 144m² Aberturas + Acabamento + Identidade - Área = 210m² ACM – Aluminium Composite Material Bambu Piso Cerâmico Papel de Parede Pintura Branca Guarda-corpo Metálico 28
  • 30. Macro Escala O Programa Guarapiranga, uma parceria entre o Go- verno do Estado de São Paulo e a Prefeitura do Mu- nicípio de São Paulo, objetivava resgatar a qualidade da água da Bacia do Guarapiranga, que detém parte ocupada por favelas e loteamentos irregulares, além de melhorar qualidade de vida dos moradores desta área. De 186 favelas, apenas 14 tiveram a execução do seu projeto de urbanização concluído, restando 129 em an- damento. Destas favelas, Jardim Floresta e Imbuias I são duas das comunidades que possuem suas obras fi- nalizadas, ou pelo menos mais da metade. No Jardim Floresta (São Paulo – SP), o planejamen- to surgiu do trabalho do arquiteto Paulo Bastos com os moradores da comunidade, idem ao idealizado no PPVA. Assentamentos nas áreas de riscos foram trans- feridos para outros locais na própria favela, foram construídas vias que garantissem acesso a maior parte possível da população, houve criação de espaços cole- tivos e o resgate do repertório cultural de cada grupo como parte importante no reconhecimento de sua iden- tidade. Já no Imbuias I (Jardim das Imbuias, São Paulo – SP), com a canalização do córrego São José, o qual ao longo de sua área se consolidou a favela, foi desenvolvido um eixo central de acessibilidade com espaços púbicos de convivência e uso de pedestres previstos. O corte das verbas, prognosticado, necessárias à condução desse processo interrompeu sua continuidade. “Assim, mais do que em um projeto de saneamento, traba- lhou-se em um projeto de identificação da comunidade or- ganizada com seu próprio espaço, abrindo a possibilidade de que ela também assumisse, em sua inserção urbana, uma identidade cultural específica”. (BASTOS, Paulo. Ur- banização de favelas. Estud. av. São Paulo, v. 17, n. 47, p. 212-221, Apr.  2003) Média Escala Grotinho (Paraisópolis – São Paulo – SP) O projeto tem como objetivo motriz os es- paços de coletividade de caráter público. A implantação numa área de cota inferior tem o intuito de propor a ligação direta com espaços livres, viabilizando a relação entre o novo e o existente. Permite diferentes formas de apro- priação do espaço por meio das relações da- das entre âmbitos públicos e privados, onde as áreas livres ficam responsáveis por fazer a transição deles. O pavimento térreo abriga os usos comerciais e de interesse coletivo, dialogando com as áreas de lazer, enquanto o segundo pavimento firma o uso residencial, tendo a transição progressiva vertical entre o público e o privado. As habitações estariam dispostas aos moradores da comunidade e o comércio destinado aos que detinham ativi- dade comercial no bairro como fonte de geração de renda. O princípio visto para o projeto é de que a manutenção ficaria por conta dos próprios moradores. 30
  • 31. Micro Escala Habitação Monterrey – Monterrey, México A proposta para a habitação social seria desenvolver duas tipologias de unidades habitacionais com o prin- cípio de arquitetura incremental. Por sua vez esta tem como finalidade a construção de estrutura, instalações, oferecer o básico de uma casa, incluindo o que seria mais caro para o morador arcar, como banheiro e co- zinha. A ideia de circundar a área de lazer surge com o prin- cípio de garantir o acesso de todos e, ao mesmo tempo diminuir o espaço entre as residências e o espaço de co- letividade, fomentando a sociabilidade na comunidade. A construção possui uma unidade habitacional no pa- vimento térreo ocupado de 58m² e o duplex no pavi- mento superior com aproximadamente 76m², ambos passíveis de ampliação. O edifício é permeável, a fim de manter as expansões limitadas a sua estrutura, evi- tando a construção espontânea que acaba gerando a de- terioração do entorno urbano, e, para facilitar as expan- sões. A laje determina o perfil definitivo da habitação, evitando que ela cresça verticalmente. Habitação Villa Verde – Constitución, Região do Maule, Chile Além de ter sido desenvolvida pelo mesmo escritório de arquitetos que a Habitação Monterrey, ELEMEN- TAL, ela possui o mesmo princípio de arquitetura in- cremental. A residência é entregue com 57m² construídos, consti- tuída por dois pavimentos divididos com um banheiro, cozinha, um quarto e uma sala de estar. A área reserva- da para ampliação possui 28m², de forma a evita-la de forma desenfreada, tanto no plano vertical quanto no horizontal. Pensou-se em um telhado e em uma estrutu- ra que imponha esse limite para ambos, respectivamen- te. A ideia da arquitetura incremental é que se permita a ampliação de acordo com a demanda do morador, além de baratear o custo na obra e propor um padrão de qualidade elevada de habitação, diferente do que se costuma a oferecer. 31
  • 33. Livros • Bauman, Z. (2003). Comunidade: a busca por se- gurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar. • Castro, J., Lacerda, L., & Penna, A. C. (2004). Ava- liação pós-ocupação - APO: Saúde nas edificações da FIOCRUZ. Rio de Janeiro: FIOCRUZ. • Lerner, J. (2003). Acupuntura Urbana. Rio de Janeiro: Record. • Mazzoti, A. J., & Gewandsznajder, F. (1999). Cap. 7 - O planejamento de pesquisas qualitativas. Em A. J. Mazzoti, & F. Gewandsznajder, O Método Nas Ciências Naturais E Sociais (2ª ed.). Cengage. • Tanaka, G., Oliveira, F. L., Sánchez, F., Bienens- tein, R., Vainer, C., Cosentino, R., . . . Monteiro, P. (2018). Viva a Vila Autódromo: o plano popular e a luta contra a remoção (1ª ed.). Rio de Janeiro: Letra Capital. • Tardin, R. (2016). Espaços livres: sistema e projeto territorial (2ª ed.). Rio de Janeiro: Rio Book’s. • Vargas, H. C., & Castilho, A. L. (2006). Interven- ções em Centros Urbanos: objetivos, estratégias e resultados. Barueri, SP: Manole. Sites • Beraba, M., & etc. (s.d.). Rio 2016: O Legado Olímpico. Fonte: Estadão: http://infograficos.esta- dao.com.br/esportes/rio-2016-legado-olimpico/ • Correia, B.-H., & Conde, P. R. (06 de Agosto de 2018). Dois anos após os Jogos, Parque Olímpico do Rio paga só 2% do custo de manutenção. Fonte: Globo - Globo Esporte: https://globoesporte.globo. com/olimpiadas/noticia/dois-anos-apos-os-jogos- -parqueolimpico-do-rio-paga-so-2-do-custo-de- -manutencao.ghtml • NEPHU. (2018). Vila Autódromo. Fonte: Vila Autódromo: http://nephu.sites.uff.br/programa/ mapeando-conflitos/comunidades-do-rio-dejanei- ro/vila-autodromo/ • SMU. (s.d.). SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO - SMU. Fonte: Rio Prefeitura: http:// www.rio.rj.gov.br/web/smu?fbclid=IwAR0dBu04J- QjzLQ74l6faQVR8RdgGrTuvu7 9iO3KO7Gbgs- gRiBQV1aOuIE5c • VIAGEM, C. I. (12 de Agosto de 2016). O le- gado olímpico de grandes cidades. Fonte: Caia no Mundo: https://caianomundo.ci.com. br/o-legado-olimpico-de-grandescidades/?fbclid=- IwAR3-rwDRf2CWXoBGZliBhbiWjZZ7v1JEmkS- bAX6pVmFunSWd7L5CPloZkA • Watch, R. O. (08 de 06 de 2016). A Realidade dos Moradores do Parque Carioca Após Reassenta- mento da Vila Autódromo. Fonte: Rio On Watch - Relato das favelas cariocas: http://rioonwatch.org. br/?p=20108 Publicações • Janeiro, P. d. (2009). Plano estratégico da Prefei- tura do Rio de Janeiro 2009 - 2012. Pós 2016: O Rio mais integrado e competitivo. Rio de Janeiro. Acesso em 27 de 04 de 2019 • Janeiro, C. P. (Novembro de 2015). Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janei- ro. Olimpíada Rio 2016, os jogos da exclusão. Rio de Janeiro. • Rio, P. d. (24 de Julho de 2015). Explicando a Política de Habitação da Prefeitura do Rio: Políti- ca Habitacional do Rio, suas diretrizes e números macros. Fonte: Medium: https://link.medium.com/ V2uyUkSePW Artigos • Abascal, E. H. (Novembro de 2005). Cidade e arquitetura contemporânea: uma relação neces- sária. Arquitextos(066.06 ano 06). Fonte: http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitex- tos/06.066/410 • Abbot, T., & Kowalski, I. (22 de Agosto de 2016). Reconhecendo a abordagem incremental como parte de uma maior política de habitação. Fon- te: The City Fix Brasil: http://thecityfixbrasil. com/2016/08/22/reconhecendo-a-abordagem-in- crementalcomo-parte-de-uma-maior-politica-de- -habitacao/ • Baratto, R. (21 de Janeiro de 2015). Grotinho de Paraisópolis . Construindo espaços de convívio / Boldarini Arquitetos Associados. Fonte: Archdaily: https://www.archdaily.com.br/br/760744/groti- nho-de-paraisopolis-construindoespacos-de-con- vivio-boldarini-arquitetos-associados • Lucchese, C. (13 de Março de 2008). Favela/Slum – Programa Guarapiranga – São Paulo. Fonte: The Urban Earth: https://theurbanearth.wordpress. com/2008/03/13/favelaslum-programaguarapiran- ga-sao-paulo/ • Pappon, T. (30 de Novembro de 2011). Olimpíada foi prenúncio de crise grega, dizem analistas. Fon- te: BBC Brasil: https://www.bbc.com/portuguese/ noticias/2011/11/111117_atenas_2004_crise_greg a_tp?fbclid=IwAR0BkKIAYfvjPteI6fBqeEIMBu- q5z_vDK14gDdridbDPQvBFRbE0uVsZjFE • Pequeno, R. (26 - 30 de Maio de 2008). Políticas habitacionais, favelização e desigualdades sócio- -espaciais nas cidades brasileiras: transformações e tendências. X Coloquio Internacional de Geocríti- ca . Acesso em 15 de 05 de 2019 • Pita, M. (Setembro de 2014). Urbanização do Jardim Colombo, em São Paulo, abre espaço para parque linear em área adensada e sujeita a cheias. Fonte: Infraestrutura Urbana: http://infraestru- turaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/42/ urbanizacao-dojardim-colombo-em-sao-paulo- -abre-espaco-para-326335-1.aspx • Bastos, P. (Abril de 2003). Urbanização de fa- velas. Estudos Avançados, 17(47), pp. 212 - 221. Fonte: https://dx.doi.org/10.1590/S0103- 40142003000100013 33