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Teorias do
desenvolvimento
econômico
Ademir Cavalheiro Leite
Teorias do
desenvolvimento
econômico
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Leite, Ademir Cavalheiro
	 ISBN 978-85-8482-918-7
	 1. Desenvolvimento econômico. I. II. Título.
	 CDD 338.9
Cavalheiro Leite. – Londrina : Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2017.
168 p.
L533t Teorias do desenvolvimento econômico / Ademir
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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Revisão Técnica
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Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
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Emanuel Santana
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Lidiane Cristina Vivaldini Olo
2017
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CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 1 | Concepções teóricas e históricas do desenvolvimento
Seção 1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do
pensamento econômico
1.1 | Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensa-
mento econômico
1.2 | Civilização grega
1.3 | Contribuição romana
1.4 | Economia medieval
1.5 | Características do feudalismo
1.6 | Importância social e econômica das Cruzadas
1.7 | Algumas considerações
1.8 | Corporações de artes e ofícios
1.9 | A doutrina canônica
Seção 2 - O mercantilismo
2.1 | A criação das nações modernas e das monarquias absolutas
2.2 | A concepção do mercantilismo
2.3 | Os fisiocratas
Seção 3 - A escola liberal
3.1 | A Revolução Industrial
3.2 | Invenções que revolucionaram o desenvolvimento econômico
de uma época
3.3 | Êxodo rural
3.4 | Adam Smith (1723 - 1790)
Seção 3 - Consolidação do liberalismo econômico
4.1 | Precursores do pensamento liberal
4.2 | Migração europeia para os Estados Unidos
4.3 | Fatos de maior relevância do liberalismo econômico
Sumário
9
12
12
14
16
16
18
18
19
20
21
23
24
26
28
30
31
32
33
34
39
40
44
45
Unidade 2 | Desenvolvimento na concepção marxista
Seção 1 - Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx
1.1 | Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx
1.2 | As condições de trabalho na Revolução Industrial
1.3 | A maneira como Marx observou a Revolução Industrial
Seção 2 - Abordagem marxista com relação ao capitalismo
2.1 | Marx e o capitalismo
2.2 | A fase do supercapitalismo
2.3 | O racionalismo econômico
51
54
55
57
58
63
63
64
62
2.4 | Fatores determinantes da obra O capital
2.5 | A concentração da renda
2.6 | Autodestruição do capitalismo
Seção 3 - O socialismo e o comunismo
3.1 | O conceito de ditadura do proletariado
3.2 | Economia de mercado e economia planificada
3.3 | Características da economia de mercado
3.4 | Características da economia planificada
Seção 4 - O marxismo depois de Marx
4.1 | A Revolução Bolchevique e a queda do czar na Rússia
4.2 | Nascimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
4.3 | Leon Trotsky
4.4 | Josef Vissariónovitch Stalin
4.5 | Rosa Luxemburgo
4.6 | O futuro do pensamento marxista
65
66
68
71
72
73
73
70
76
77
78
78
79
80
76
Unidade 3 | Malthus, Keynes e Kalecki
Seção 1 - Teoria do desenvolvimento econômico no final do século XIX e
início do século XX
1.1 | Teoria do desenvolvimento econômico no final do século XIX e
início do século XX
1.2 | Consolidação da Revolução Industrial nos Estados Unidos
1.3 | Proclamação da República no Brasil
1.4 | Primeira Guerra Mundial
Seção 2 - Princípios fundamentais da economia keynesiana
2.1 | A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque
2.2 | O New Deal
2.3 | Contribuições de Alfred Marshall para a Teoria do
desenvolvimento econômico
2.4 | A Teoria geral do emprego dos juros e da moeda
2.5 | Macroeconomia na visão de Kalecki
Seção 3 - Trabalho realizado por Keynes, após a Segunda Guerra Mundial
3.1 | A criação do Fundo Monetário Internacional
3.2 | Principais metas da política macroeconômica
3.3 | Teoria do crescimento e do desenvolvimento econômico
3.4 | Estrutura de análise macroeconômica
Seção 4 - Teoria keynesiana depois de Keynes
4.1 | O surgimento do FMI e a relação com seus filiados
4.2 | A importância da Escola keynesiana para a economia brasileira
4.3 | Personagens da escola keynesiana e suas contribuições
88
89
90
93
85
88
98
99
100
102
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97
107
108
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112
113
116
116
118
118
Unidade 4 | Desenvolvimento na visão schumpeteriana
Seção 1 - Desenvolvimento na visão de Schumpeter
1.1 | Schumpeter
1.2 | Conceito de desenvolvimento
1.3 | Desenvolvimento na visão de Schumpeter
1.4 | Ciclos econômicos
129
132
132
133
134
135
1.5 | León Walras
1.6 | Alfred Marshall
Seção 2 - Capitalismo sob o ponto de vista de Schumpeter
2.1 | O conceito de capitalismo
2.2 | O capitalismo financeiro
2.3 | O capitalismo na visão de Schumpeter
2.4 | O fim do capitalismo
Seção 3 - A inovação e o empreendedorismo
3.1 | A visão da escola austríaca sobre empreendedorismo
3.2 | O espírito empreendedor
3.3 | A concorrência perfeita
3.4 | Expoentes da Escola Austríaca no século XX
Seção 4 - Ideais schumpeterianos depois de Schumpeter
4.1 | Escola schumpeteriana após Schumpeter
139
135
136
139
140
140
142
146
147
148
149
150
154
154
Apresentação
Caro leitor, nesta obra você terá a oportunidade de conhecer a
Teoria do desenvolvimento econômico e ao estudá-la entenderá a
diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico.
Uma das grandes capacidades do economista é conseguir
relacionar o passado com o presente e projetar o futuro. O
conhecimento do passado recente é fundamental para que
você consiga realizar análises e desenvolver competências para
compreender os cenários microeconômicos e macroeconômicos.
Dessa forma, o objetivo geral deste livro é oferecer aos leitores
os subsídios necessários para elaboração de um referencial teórico
sobre a Teoria do desenvolvimento econômico.
Para cumprir este objetivo, será necessário entender a evolução
do pensamento econômico na visão de Adam Smith, a relação
entre capital X trabalho no ponto de vista de Karl Marx, a intervenção
de Estado na economia, na ótica de John Maynard Keynes, e a
contribuição de Joseph Schumpeter.
Neste contexto, o conteúdo desta obra será composto de
quatro unidades:
Unidade1-Concepçõesteóricasehistóricasdodesenvolvimento.
Nela abordaremos as Contribuições da civilização Greco-romana
para a Teoria do pensamento econômico, o mercantilismo, a
Escola liberal e a consolidação do liberalismo econômico.
Unidade 2 - Desenvolvimento na concepção marxista. Nela
trataremos sobre a abordagem da Revolução Industrial na visão
de Marx, a abordagem marxista com relação ao capitalismo, o
socialismo e o comunismo, e o marxismo depois de Marx.
Unidade 3 - Malthus, Keynes e Kalecki. Nesta seção abordaremos
a Teoria do desenvolvimento econômico no final do século XIX
e início do século XX, os princípios fundamentais da economia
keynesiana, o trabalho realizado por Keynes após a Segunda
Guerra Mundial, e a Teoria keynesiana depois de Keynes.
Unidade 4 - Desenvolvimento na visão schumpeteriana.
Neste momento abordaremos o desenvolvimento na visão de
Schumpeter, o capitalismo sob o ponto de vista de Schumpeter,
a inovação e o empreendedorismo, e os ideais schumpeterianos
depois de Schumpeter.
Desejo a você uma boa leitura e muito sucesso!
Unidade 1
Concepções teóricas
e históricas do
desenvolvimento
Nestaunidadeabordaremosasconcepçõesteóricasehistóricas
do desenvolvimento, desde o ano 4.000 a.C. até o surgimento do
liberalismo econômico.
Objetivos de aprendizagem
Nessa seção serão abordados o segundo ciclo da história da humanidade
(ano 1.000 a. C. até o ano de 476 da era cristã), a expansão colonial grega, A
expansão comercial de Roma e a economia medieval.
Seção 1 | Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do
pensamento econômico
Nessa seção serão abordados o mercantilismo espanhol, o mercantilismo
inglês, o mercantilismo francês e a Escola fisiocrata.
Seção 2 | O mercantilismo
Nessa seção serão abordados os princípios básicos da Revolução Industrial e
o nascimento da Escola Liberal de Adam Smith.
Seção 3 | A Escola Liberal
Nessa seção serão abordadas as contribuições de David Ricardo, Jean
Baptiste Say, John Stuart Mill e a implantação da Revolução Industrial nos
Estados Unidos.
Seção 4 | Consolidação do liberalismo econômico
Ademir Cavalheiro Leite
Introdução à unidade
Os fatores de maior relevância que nortearam a evolução da Teoria
do desenvolvimento econômico serão observados nessa unidade
de estudo. Nossa abordagem obedecerá à ordem cronológica do
tempo, dentro de uma sequência em que os fatos históricos do
período aconteceram e está dividida em quatro seções.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
12
Seção 1
Contribuições da civilização greco-romana para a
Teoria do pensamento econômico
Introdução à seção
Nesta seção veremos que a palavra economia foi utilizada pela
primeira vez na história pelo filósofo grego Xenofonte, saberemos que,
na Antiguidade, a economia era objeto de estudo da Filosofia e da ética
e que que a cunhagem do dinheiro foi adotada no século VII a.C.
Além disso, observaremos que na história da civilização de
Roma existem elementos que caracterizam vestígios do moderno
capitalismo, destacaremos que a contribuição romana para a Teoria
do desenvolvimento econômico não foi tão relevante quanto a
história da Grécia, que a expansão agrícola foi determinante para
alavancar o poderio do Império Romano e que o declínio da
prática da agricultura determinou a decadência de Roma e, por
fim, teremos a oportunidade de observar que a partir do século VIII
nasce o regime feudal.
Questão para reflexão
•	 Aristóteles estava correto quando criticou a escravidão e o
monopólio do Estado proposto por Platão?
•	 Existem semelhanças sociais do Império Romano com as
economias capitalistas do século XXI?
1.1 Contribuições da civilização greco-romana
para a Teoria do pensamento econômico
Desde o ano 4000 até o ano 1000 a.C., as civilizações mais antigas,
como Babilônia, China, Assíria, Mesopotâmia, Egito e outras, e os fatos
e os fenômenos econômicos não mereceram atenção especial por
serem considerados primitivos para a época.
A partir da civilização greco-romana, no ano 1000 a. C., de forma
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 13
embrionária, foram surgindo estudos sobre riqueza, valor econômico
e moeda.
Fonte: <https://sites.google.com/site/teociencia/_/rsrc/1468759098769/web-desig/alma/socrateseplatao/plato1a.
jpg?height=200&width=150>. Acesso em: 21 fev. 2017.
Figura 1.1 | Platão
Xenofonte, pensador grego (440-355 a. C.), foi o primeiro
a utilizar a expressão economia e econômico em sua
obra Os econômicos, que abordava a utilidade e as
riquezas econômicas da agricultura. Afirmava também
que a riqueza estava intimamente relacionada com as
necessidades humanas.
Ainda na Grécia, Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-
322 a.C.) deram suas contribuições. Platão defendia
uma ideia de Estado governado por filósofos, aprovava
a escravidão, propunha a diminuição das populações,
restringia o casamento entre os menos dotados de bens
ou fortunas e acreditava que velhos e crianças deficientes
eram considerados economicamente inúteis. (GASTALDI,
2005, p. 38)
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
14
Aristóteles, em suas análises sobre a sociedade privada,
criticava a escravidão e o monopólio do Estado proposto
por Platão. Estudou as funções da moeda, como
intermediária de trocas em seu estudo sobre a teoria do
dinheiro. (GASTALDI, 2005, p. 39)
Fonte: <http://ano-zero.com/wp-content/uploads/sites/4/2015/02/Aristotle-6-1160x1195.jpg>. Acesso em:
21 fev. 2017.
Figura 1.2 | Aristóteles
É importante destacar que o uso da moeda foi inventado no
século VII a.C. no Reino da Lídia, localizada na Ásia menor. Na Grécia,
as moedas eram cunhadas com imagens de animais e plantas que
representavam a Ilha de Egina.
Fonte: <https://numismaticabentes.files.wordpress.com/2010/02/6.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017.
Figura 1.3 | Moedas da Grécia na Antiguidade
1.2 Civilização grega
A civilização grega surgiu aproximadamente por volta no ano
1000 a.C. com elevado conceito de unidade política concebida por
seus filósofos. Atenas e Esparta eram as principais cidades.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 15
O declínio da civilização grega começou com os conflitos
entre suas cidades-estados. Atenas sucumbiu no ano 404
a. C., Esparta em 371 a. C. e Tebas em 362 a. C. A guerra
entre Esparta e Coríntio foi uma luta sangrenta entre a
democracia e a oligarquia. (GASTALDI, 2005, p. 39)
Restam desta civilização muitos ensinamentos oriundos de
seus filósofos:
a) O comunismo utópico de Platão.
b) A análise sobre a sociedade privada de Aristóteles, contrária à
propriedade comunal preconizada por Platão.
c) Obras que retratam o apogeu de uma época, caso do
Parternon em Atenas.
Com a expansão territorial grega, para o leste e o oeste da
área mediterrânea, o comércio foi intensificado com as ilhas
vizinhas, mas também com a África, Ásia Menor e Itália Ocidental.
O Mediterrâneo foi transformado em um mundo grego com a
presença de colônias instaladas na região.
Aexpansãocolonialdeterminouelevadograudedesenvolvimento,
mas também aumentou os custos do governo que foi obrigado
a desencadear a criação de impostos e taxas alfandegárias. É
importante destacar que neste período, em termos de mão de obra,
predominava a escravatura.
Fonte: <http://www.historialivre.com/imagens/300_partenon.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017.
Figura 1.4 | Partenon em Atenas
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
16
1.3 Contribuição romana
AcontribuiçãodeRomaparaopensamentoeconômicoocidental
não pode ser comparada com a da Grécia, que é considerada
até hoje o berço da diversidade cultural (literatura, filosofia, artes,
política, entre outros).
Os romanos foram grandes estadistas, juristas e construtores
de impérios. Durante a Pax Romana, 31 a.C. a 180 de nossa era,
Roma teve a expansão do poderio político do Império com base nas
atividades agrícolas, porém foi o declínio da agricultura a principal
causa da queda do Império Romano.
É importante observar que existem grandes semelhanças sociais
do Império Romano com as economias do século XXI:
a) Grande acumulação de riquezas pessoais com desigualdades
sociais.
b) Magníficos templos e adornos, que podem ser observados na
Figura 1.5, construídos para exaltar o poder e a riqueza que existia
na época.
c) Utilização da arquitetura para exibir a grandiosidade do Estado.
Fonte: <http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2012/11/historia-da-roma-antiga.jpg>. Acesso em: 21
fev. 2017.
Figura 1.5 | Coliseu de Roma
1.4 Economia medieval
Com a queda do Império Romano, em 476 a.C., teve início um
período que se estendeu por mil anos e ficou conhecido na história
da humanidade pelo nome de Idade Média.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 17
Foi durante a Idade Média que os povos bárbaros, considerados
não civilizados, passaram a ocupar parte do decadente território
governado por Roma.
Nesse contexto, povos de etnias diferentes (germanos, visigodos
e francos) se posicionaram na parte ocidental da Europa, enquanto
na parte sul do continente, os povos muçulmanos praticamente
fecharam a região do Mediterrâneo.
O novo cenário aumentou as necessidades políticas e
econômicas e foi decisivo para o nascimento dos futuros Estados
da Europa Ocidental.
O cristianismo nasceu com a queda de Roma e foi legalizado por
um decreto no ano 311. A legalização do decreto deu origem à era
cristã e fortaleceu as atividades da Igreja Católica.
O cristianismo trouxe um novo conceito de dignidade humana
pelo fato de condenar a escravatura e defender a fraternidade entre
os homens.
A nova realidade desaprovava a acumulação de riquezas e a
exploração dos menos afortunados. Tais ensinamentos, na época,
foram considerados revolucionários, pois eram totalmente diferentes
da doutrina greco-romana que era favorável à escravidão e contrária
aos princípios da dignidade do trabalho.
Nesse período, a Igreja passou a exercer grande influência
civilizadora, disseminando as artes e exaltando as virtudes do saber,
tornou-se proprietária de grandes áreas, criou mosteiros que eram
utilizados como centros de estudos e provocou o retorno da
população para o campo e para a área rural e, consequentemente,
o retorno ao trabalho no campo.
Muitos entendem que os dez séculos de Idade Média
caracterizaram uma fase obscura na história da humanidade.
O retorno da economia agrária a partir do século VIII valorizou a
posse da terra e deu origem ao regime feudal.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
18
1.5 Características do feudalismo
O feudalismo era caracterizado por propriedades, onde
os senhores feudais e os trabalhadores viviam diretamente da
produção do solo e da terra. Os feudos eram propriedades rurais
autossuficientes, porém econômica e politicamente subordinados à
autoridade do senhor feudal.
É importante destacar que o imperador, embora tivesse a missão
de dirigir o Estado, não tinha autonomia para intervir na autoridade
dos senhores feudais, considerados, na época, como legítimos
donos da terra que possuíam.
Fonte: <https://www.resumoescolar.com.br/wp-content/imagens/feudo.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2017.
Figura 1.6 | Propriedade feudal
Conforme pode ser observado na Figura 1.6, os senhores
feudais obtinham as terras, através da concessão do rei, e nelas
os camponeses cuidavam da agropecuária. Em troca, recebiam o
direito de propriedade de uma gleba de terra para morar e proteção
contra ataques de povos considerados bárbaros. As glebas de terra
ficavam do lado de fora das muralhas do feudo e o acesso era
realizado com a utilização de pontes móveis que eram recolhidas
em caso de ataques.
1.6 Importância social e econômica das Cruzadas
A história registra que as Cruzadas surgiram no ano de 1096, com
o objetivo de romper o domínio islamita na região do Mediterrâneo
e provocar a implantação do cristianismo na Palestina e Jerusalém.
Não cabe a nós discutir os motivos religiosos que desencadearam o
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 19
conflito e sim pontuar as mudanças que ocorreram, 4), a partir dele:
a) Ressurgiram as cidades e o modelo agrário da economia
feudal que predominou do ano 500 até o ano 1.000 cedeu lugar
para a economia urbana.
b) As populações que viviam isoladas nos feudos passaram a ter
intercâmbio com outros povos da região.
c) Surgiram as grandes feiras medievais ao lado dos mosteiros e
para a época eram considerados verdadeiros centros comerciais.
d) Nasceram regras e leis reguladoras das trocas voltadas
para crédito, empréstimos e câmbio.
e) Nessa fase, passaram a emergir características do Estado
moderno, consideradas pelos historiadores como a gênese do
capitalismo, pelo fato da economia de escambo ter sido substituída
pela economia monetária.
f)AIgrejasefazpresentecomseusprincípiosdejustiçacomutativa,
prescrevendo regras para os compradores e vendedores.
g) No contexto de justiça comutativa, as mercadorias deveriam
ser comercializadas com preços próximos aos custos de produção.
h) Os salários de quem contribuía com o setor produtivo deveriam
garantir a sobrevivência do trabalhador.
i) Os lucros deveriam ser justos, reprimindo excessos.
j)Comodesenvolvimentodocomércio,nasceuoincentivopara
atividades manufatureiras.
Para saber mais
Você observou que desde os primórdios da humanidade até o
período medieval existiram apenas regimes políticos absolutistas?
1.7 Algumas considerações
a)NaIdadeMédia,conhecidacomoperíodomedieval,comaqueda
do feudalismo surge um esboço do que seria a economia capitalista.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
20
b) As Cruzadas, conforme pode ser observado na Figura 1.7,
romperam o domínio muçulmano no Mediterrâneo e ampliaram
as possibilidades dos feudos de comercializarem seu excedente de
produção.
c) O intercâmbio comercial entre os feudos criou condições para
o surgimento de novas cidades e ao mesmo tempo o renascimento
da economia urbana.
d) A economia monetária substituiu a economia natural do
escambo.
Fonte: <http://cleofas.com.br/wp-content/uploads/2011/02/cruzadas01.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2017.
Figura 1.7 | Cruzadas medievais
1.8 Corporações de artes e ofícios
As Cruzadas criaram condições para a existência de um
intercâmbio comercial mais intenso com a Ásia menor e norte da
África. Apesar da expansão comercial, a relação capital x trabalho
ainda era confusa, pois o relacionamento entre patrões, mestres e
trabalhadores era de extrema fraternidade. Era comum o trabalhador
morar na casa do mestre, posteriormente, com um possível
casamento se tornar parte da família.
Nessecenário,ascorporaçõesdearteseofícioseramsemelhantes
às empresas familiares existentes nos dias de hoje. O comércio já
era realizado por meio do dinheiro, os empréstimos faziam parte do
cotidiano e um sistema rudimentar de contabilização do patrimônio
já existia.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 21
1.9 A doutrina canônica
A partir dos séculos XI e XII, as atividades econômicas foram
significativamente afetadas pela doutrina canônica da Igreja, fruto
do escolasticismo (foi o método de pensamento crítico dominante
no ensino nas universidades medievais europeias).
O pensamento escolástico teve como expoentes maiores
as figuras do Santo Tomás de Aquino (1225 - 1274) e
Nicolau Oresmo (1320 - 1382). Ambos defenderam a
aceitação da filosofia e das ciências gregas e muçulmanas,
especialmente a de Aristóteles. Adotaram um método
dialético e um raciocínio silogístico (conexão de ideias
que desencadeia o raciocínio) para apresentar suas
doutrinas, reconciliando a fé com a razão e organizando
todos os conhecimentos dentro da Teologia que era a
autoridade suprema. (GASTALDI, 2005, p. 46)
Na doutrina e filosofia dos escolásticos, é possível identificar a
codificação de leis e regras que iriam balizar por muitos séculos
as transações comerciais e a atividade econômica dos homens
independentemente de religião. São Tomás de Aquino primou por
reconciliar o dogma teológico com a condição da vida econômica.
A partir da obra dos escolásticos e consequente aplicação
na Idade Média, a doutrina econômica, após o século
XII, passou a estratificar os princípios que nortearam o
moderno capitalismo.
Figura 1.8 | São Tomás de Aquino
Fonte: <https://goo.gl/jsK6a1>. Acesso em: 23 fev. 2017.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
22
Atividades de aprendizagem
1. Observe as afirmativas a seguir:
I- A partir da civilização greco-romana no ano 1000 a.C., de forma
embrionária, foram surgindo estudos sobre riqueza, valor econômico e
moeda.
II- O cristianismo nasceu com a queda de Roma e foi legalizado por um
decreto no ano 341.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
2. Em suas análises sobre a sociedade privada, criticou a escravidão e o
monopólio do Estado. A afirmativa da questão retrata o pensamento de:
a) Xenofonte.
b) Platão.
c) Aristóteles.
d) Pitágoras.
e) São Tomás de Aquino.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 23
Seção 2
O mercantilismo
Introdução à seção
Nesta seção, veremos que o enfraquecimento do sentimento
religioso criou condições para o nascimento das nações modernas
e monarquias absolutas.
Constataremos que a fase do mercantilismo ocorreu em
decorrência do crescimento do capitalismo comercial.
Além disso, estudaremos os grandes descobrimentos,
observaremos que o mercantilismo predominou até o início
do século XVII, bem como teremos a oportunidade de saber
que existiu, concomitantemente, o mercantilismo espanhol, o
mercantilismo inglês e o mercantilismo francês e observaremos
que o mercantilismo francês, que era industrialista, foi diferente do
mercantilismo inglês, predominantemente comercialista.
Ainda nessa seção, veremos que, para os fisiocratas, somente a
terra ou a natureza representavam um fator econômico produtivo,
teremos a oportunidade de observar que François Quesnay foi o
fundador da fisiocracia e por muitos é considerado o precursor da
economia científica, entenderemos que ele foi o primeiro expoente
da escola fisiocrata a considerar os fatos e fenômenos econômicos
de modo unitário e que foi médico de profissão, um dos primeiros
precursores da economia a se preocupar com a circulação das
riquezas. Por fim, entenderemos que fisiocratas viam grandes
possibilidades de desenvolvimento econômico se os investimentos
fossem realizados nos bens oriundos da natureza.
Questão para reflexão
• Qual é a relação existente no período do nascimento do
capitalismo, entre a acumulação do capital e o surgimento
da figura do empresário?
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
24
Questão para reflexão
• Asmonarquiasconsideradasabsolutastiveramparticipação
direta com financiamentos aos grandes descobrimentos?
2.1 A criação das nações modernas e das
monarquias absolutas
Com a descoberta das terras da América, a estrutura social,
econômicaepolíticadoséculoXVIpassouporprofundatransformação.
Nesse contexto surgiram novos conceitos comerciais e industriais.
O enfraquecimento do sistema religioso abriu espaço para a criação
das nações modernas, das monarquias absolutas e proporcionou o
início do capitalismo contemporâneo. Foi nesse período que ocorreu
a intensificação do crescimento do capitalismo comercial e do
capitalismo industrial.
Os novos métodos de acumulação do capital desencadeados pelo
crescimento do comércio internacional deram origem ao surgimento
da figura do empresário, responsável pela criação de novos processos
de produção que colocaram as organizações comerciais e industriais
como base da atividade econômica.
O novo contexto desencadeou a necessidade de dezenas de
regulamentos,comoobjetivodedisciplinarasatividadesdaindústriaedo
comércio. A doutrina mercantilista que tinha como base o superávit na
balança comercial exigia dos países um volume de exportações superior
ao volume de importações, tanto no aspecto físico como no monetário.
Fonte: <http://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2014/12/Expansao-Maritima.png>. Acesso em: 24 fev. 2017.
Figura 1.9 | Embarcação do período mercantilista
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 25
Foram as embarcações do período mercantilista e os
investimentos das monarquias absolutas os principais responsáveis
pelos grandes descobrimentos. O primeiro grande passo para a
expansão comercial do período mercantilista foi dado por Cristóvão
Colombo que, em 12 de outubro de 1942, descobriu a América.
Fonte: <https://historiabatecabeca.files.wordpress.com/2012/10/columbus.jpg?w=300&h=225>. Acesso em:
22 fev. 2017.
Figura 1.10 | Embarcação do período mercantilista
Colombo acreditava que navegando da Europa sempre
para o oeste chegaria ao Oriente. Jamais imaginou
que entre os dois extremos encontraria o continente
americano. (MOCELLIN, 1987, p. 33)
A descoberta da América mudaria o rumo da história dos séculos
que estavam por vir e promoveu o desenvolvimento econômico,
além do imaginado pelo pessoal da época.
O segundo grande passo para a expansão e o desenvolvimento
mercantilista, foi dado por Vasco da Gama, que após navegar por
toda costa do Atlântica da África, chegou, em 20 de maio de 1498, na
cidade de Calicute, nas Índias.
Figura 1.11 | Vasco da Gama
Fonte: <https://goo.gl/COHFhM>. Acesso em: 22 fev. 2017.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
26
Para saber mais
Você sabia que o projeto da viagem consolidado por D. Manuel
I, que via no monopólio das rotas marítimas para as Índias a
possibilidade de dominar o comércio com o Oriente, foi
idealizado pelo seu antecessor D. João II?
O terceiro grande passo para a expansão do desenvolvimento
mercantilista foi dado em 22 de abril de 1500 com a chegada de
Pedro Álvares Cabral no Brasil.
Fonte: <http://www.achetudoeregiao.com.br/atr/gifs/cabral_foto.gif>. Acesso em: 22 fev. 2017.
Figura 1.12 | Pedro Álvares Cabral
2.2 A concepção do mercantilismo
O mercantilismo tem seu nome oriundo da palavra latina mercator
(mercador), uma vez que utilizava o superávit comercial como base
para os aumentos das riquezas.
Na concepção mercantilista, os metais preciosos eram de
fundamental importância para a riqueza nacional e os países que
possuíam reserva de metais (ouro e prata) eram considerados ricos, e
os que não possuíam eram considerados pobres.
Nesse contexto, cada país trabalhava o mercantilismo de forma
diferente:
a) Mercantilismo espanhol via na acumulação de metais a base
da sua riqueza e preocupado com evasão de divisas, proibia a
exportação de lingotes de ouro.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 27
b) Mercantilismo inglês procurava obter o balanço mercantil
favorável com o incentivo das exportações por meio de contratos de
importações, com cláusulas obrigando o país vendedor a adquirir algum
tipo de produto inglês para equilibrar o sistema. Dessa forma, com as
importações, os ingleses seriam obrigados a efetuar o pagamento em
ouro e em contrapartida, pela existência das cláusulas nos contratos,
com as exportações receberiam a mesma quantia de volta. Em suma, os
contratos de importação e exportação caracterizavam o que podemos
chamar de operação casada.
c) Mercantilismo francês é considerado industrialista pelo fato
de estimular a indústria interna por meio de monopólios estatais.
Com essa estratégia, a França pretendia, com a venda de produtos
industrializados, obter moeda metálica sem necessariamente se
desfazer de suas reservas de ouro.
Fonte: <https://goo.gl/OSsX0K>. Acesso em: 22 fev. 2017.
Figura 1.13 | Lingotes de ouro
É importante destacar que a busca desenfreada por metais preciosos
no período mercantilista, levou as principais potências europeias a
desencadearem um processo de exploração de metais preciosos nas
colônias da América do Sul, acima do nível que poderiam suportar.
Podemos dizer que o objetivo direto da política
econômica mercantilista, no século XVII, era consolidar
o Estado nacional, mas, na realidade, conforme podemos
observar na Figura 1.14, quem acabou acumulando
riquezas foi a burguesia representada pelos comerciantes,
que mais tarde seriam os responsáveis pelo nascimento
das indústrias e consequentemente do capitalismo.
(CÁCERES, 1980, p. 24)
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
28
Fonte: <https://image.slidesharecdn.com/burguesiaeproletariado-120517122853-phpapp02/95/
burguesia-e-proletariado-3-728.jpg?cb=1337257883>. Acesso em: 24 fev. 2017.
Figura 1.14 | Burguesia mercantilista
Fisiocraciasignificagovernodanatureza.Paraosfisiocratas,apenas
a terra ou a natureza representavam um fator econômico produtivo.
Foi o primeiro sistema científico em economia que substituiu
o empirismo dos mercantilistas e representou o individualismo
econômico, gerador do liberalismo capitalista.
A Escola fisiocrata teve como principal expoente François Quesnay
(1694 - 1774), que foi um dos primeiros precursores da economia a se
preocupar com a circulação das riquezas.
2.3 Os fisiocratas
Fonte: <https://goo.gl/msbVjH>. Acesso em: 18 abr. 2017.
Figura 1.15 | François Quesnay
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 29
Atividades de aprendizagem
1 Observe as afirmativas a seguir:
I- A doutrina mercantilista, que tinha como base o superávit na balança
comercial, exigia dos países um volume de exportações superior ao volume
de importações, tanto no aspecto físico como no monetário.
II- Foram as embarcações do período mercantilista e os investimentos
das monarquias absolutas os principais responsáveis pelos grandes
descobrimentos.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
2 Observe as afirmativas a seguir:
I- Na concepção mercantilista, os metais preciosos eram de fundamental
importância para a riqueza nacional e os países que possuíam reserva de
metais (ouro e prata) eram considerados ricos, e os que não possuíam
eram considerados pobres.
II- A escola fisiocrata teve como principal expoente Vasco da Gama (1694-
1774), que foi um dos primeiros precursores da economia a se preocupar
com a circulação das riquezas.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
30
Seção 3
A escola liberal
Introdução à seção
Nesta seção, veremos que a Revolução Industrial é considerada, na
história, como o período revolucionário dos processos de produção,
saberemos que a base dela foi a transição de métodos de produção
artesanal para a produção com a utilização de máquinas e que
modificou a relação capital x trabalho e observaremos que o avanço da
revolução provocou o êxodo rural e deslocou de forma desordenada
os camponeses da zona rural para os grandes centros urbanos.
Além disso, teremos a oportunidade de saber que com a Revolução
Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo,
uma vez que passaram a trabalhar para empresas maiores que as
de manufatura e corporações de ofícios existentes na época, que a
produçãodeprodutosmanufaturadosaumentoudeformaexponencial
e entenderemos que o fato da revolução ter existido desencadeou o
início da Teoria do pensamento econômico liberal.
Ainda nessa seção, veremos que o pensamento liberal tem
Adam Smith como grande precursor, teremos a oportunidade de
observar que a Teoria clássica liberal não aceitava a intervenção do
governo nos assuntos econômicos, que a base do pensamento de
liberal de Adam Smith se tornou popularmente conhecida com a
publicação da obra A riqueza das nações e teremos a oportunidade
de constatar que, após a divulgação dessa obra, a economia passou
a ser estudada de forma individual, deixando de ser objeto de estudo
da Filosofia e da ética.
Para finalizarmos, constataremos que a visão de Adam Smith era
totalmente voltada para a livre iniciativa, bem como abordaremos a
importância das leis de mercado (oferta e procura) e narraremos os
fatos de maior relevância do liberalismo econômico.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 31
Para saber mais
•	 É correto afirmar que a Revolução Industrial alterou o
curso mundial dos transportes, comunicação, produção
e agricultura?
•	 Podemos afirmar que o livro A Riqueza das Nações escrito
por Adam Smith é um tratado abrangente sobre as questões
econômicas que vão desde as leis de mercado, aspectos
monetários, até a distribuição do rendimento da terra?
No período entre 1760 e 1840, novos métodos de produção
foram inseridos no contexto produtivo, a ponto de alavancar a
produção de um nível considerado mediano para um patamar
considerado revolucionário. Nesse contexto, surgiram máquinas que
iriam modificar o cotidiano dos habitantes do campo e da população
dos grandes centros urbanos.
A energia a vapor que era utilizada no período mercantilista nas
locomotivas e nas embarcações fluviais migrou para as máquinas,
elevando de maneira significativa a produção no campo, com o
descaroçador de algodão, e nas cidades, com as linhas de montagem.
3.1 A Revolução Industrial
Fonte: <http://img.aws.ehowcdn.com/intl-620/ds-photo/getty/article/110/36/92844181.jpg>. Acesso
em: 24 fev. 2017.
Figura 1.16 | Descaroçador de algodão
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
32
A presença do maquinário no campo foi aos poucos provocando
desemprego na área rural, em contrapartida, o surgimento de novas
fábricas no perímetro urbano abriu espaço para que a mão de obra
descartada em um setor pudesse migrar para outro.
Fonte: <http://img.aws.ehowcdn.com/intl-620/ds-photo/getty/article/81/231/92846092.jpg>. Acesso
em: 24 fev. 2017.
Figura 1.17 | Linha de montagem
A Revolução Industrial alterou o curso mundial dos transportes,
comunicação, produção e agricultura. Podemos afirmar que o
crescimento rápido e as mudanças que ocorreram na época foram
impulsionados por incontáveis invenções.
3.2 Invenções que revolucionaram o desenvolvimento
econômico de uma época
Fonte: <https://museudecacule.files.wordpress.com/2016/05/telegrafo.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017.
Figura 1.18 | Telégrafo
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 33
O telégrafo para a época foi de fundamental importância para a
realização da comunicação de longa distância. Seria nos dias de hoje,
algo parecido com o e-mail ou até mesmo a internet. Foi espetacular
no processo de alavancagem do desenvolvimento socioeconômico.
Fonte: <http://img.aws.ehowcdn.com/intl-620/ds-photo/getty/article/3/42/AA009677.jpg>. Acesso em: 24
fev. 2017.
Figura 1.19 | Telégrafo
"Sr. Watson, venha aqui, eu quero vê-lo" é uma das mais
famosas frases da Revolução Industrial e assinalou uma nova era nas
comunicações. Alexander Graham Bell é creditado por ter inventando
o telefone, em 1876.
O desemprego provocado pela automação no campo deslocou
parte da população rural de muitos países da Europa para a região
considerada urbana, que não estava preparada para receber tamanho
contingente populacional. O que no início foi um grande problema,
transformou-se no grande desafio para o desenvolvimento da
administração pública. Conceitos de infraestrutura em geral tiveram
que ser revistos.
3.3 Êxodo rural
Fonte: <http://kids.pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2016/11/pplware_motor_combustao.jpg>.
Acesso em: 24 fev. 2017.
Figura 1.20 | Motor de combustão interna
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
34
O motor de combustão interna, que pode ser visto na Figura 1.20,
revolucionou o sistema de transportes e também o setor industrial,
pois foi utilizado com sucesso nos veículos automotores e também
para impulsionar máquinas que antes de seu aparecimento eram
movidas a vapor.
O termo revolução não surgiu por acaso. As invenções do período
da Revolução Industrial modificaram totalmente a visão de mundo. A
invenção do processo de transformar ferro em aço e, principalmente,
o descobrimento da energia elétrica deram uma nova roupagem
ao mundo que ficou bem diferente em um espaço de tempo de
aproximadamente um século (1776 a 1876).
Fonte: <https://historiandonanet07.files.wordpress.com/2015/09/revolucao-industrial-20040711a.jpg>.
Acesso em: 24 fev. 2017.
Figura 1.21 | Cidade industrial com suas chaminés
3.4 Adam Smith (1723 - 1790)
É considerado o pai do liberalismo econômico e
autor da obra A riqueza das nações, na qual procurou
demonstrar que a riqueza dos países tinha relação
direta com os indivíduos, que movidos exclusivamente
pelos seus próprios interesses poderiam promover o
desenvolvimento econômico e a inovação tecnológica.
O livro é um tratado abrangente sobre as questões
econômicas que vão desde as leis de mercado (oferta
e procura), aspectos monetários, até a distribuição do
rendimento da terra. (LEITE, 2007, p. 3)
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 35
Fonte: <http://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2015/01/adam-smith.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017.
Figura 1.22 | Adam Smith
Adam Smith era contra a intervenção do Estado na economia, pois
acreditava que os governos outorgavam privilégios a uma minoria
em detrimento dos interesses da maioria. Em seu livro A riqueza das
nações, destacou que, durante a Revolução Industrial, os países que se
industrializaram de forma mais rápida obtiveram resultados comerciais
superiores aos países que trabalharem com processo produtivo de
maneira mais lenta.
Com essa observação, acreditava que a base das riquezas das
nações estava diretamente relacionada com o processo industrial
e, nesse contexto, afirmava que um país apenas seria rico se
fosse industrializado. 4), Smith se fundamentou em algumas
compreensões para criar os conceitos da Teoria liberal:
a) Acreditava que apenas as leis de mercado, consideradas
por ele como mão invisível, seriam capazes de orientar todos os
agentes econômicos sem a necessidade da atuação do Estado.
b) Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa (Laissez-
faire), e considerava que a causa da riqueza das nações, além da
criação de indústrias, tinha como base o valor do trabalho humano.
c) Aceitava naturalmente a ampliação dos mercados e a via
como fator determinante para o desenvolvimento econômico.
d) Tinha convicção de que o papel do Estado na economia,
deveria se restringir apenas às necessidades do bem social (saúde,
segurança e educação).
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
36
e) Acreditava que a defesa do mercado, como regulador das
decisões econômicas de uma nação, traria muitos benefícios para
a coletividade independentemente da ação do Estado.
f) Os fatores decisivos para o aumento da produção estavam
na divisão do trabalho e para que isso pudesse ocorrer com
eficiência, os trabalhadores deveriam ser especializados em
algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um
aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições
favoráveis para o aperfeiçoamento e invenção de novas máquinas
e processos de produção.
g) Com essa nova concepção, acreditava que o desenvolvimento
econômicoapenaspoderiaocorrercomadivisãodotrabalhoestimulada
pela troca em um contexto de ampliação de mercados. Dessa forma,
para que a riqueza pudesse ser incrementada, seria necessário ampliar os
mercados com a atuação única e exclusiva da iniciativa privada.
h) A ideia central do autor relatada no livro A riqueza das
nações é de que os mercados considerados caóticos, na
realidade, eram possíveis de serem organizados e para isso
ocorrer com perfeição bastaria apenas a não intervenção do
governo nos assuntos econômicos.
Fonte:<https://sebodomessias.com.br/imagens/
produtos/1/18502_377.jpg>.Acessoem:25fev.2017.
Figura 1.23 | Livro A riqueza das
nações, publicado no Brasil
Existe consenso de que a
Teoria econômica, de forma
sistematizada, teve seu início
com a publicação da obra de
Adam Smith, em 1776.
Antesdoautor,aatividade
econômica era estudada
e tratada como parte
integrante da Filosofia
social, da moral e da ética.
Somente após a sua obra,
teve início um estudo
sistemático de tudo o que
existe em quantidades
limitadas na face da terra.
(LEITE, 2007 p. 3)
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 37
Você sabia que Adam Smith era escocês e trabalhou na
alfândega da Escócia?
Para saber mais
A partir do momento que a economia passou a ser estudada de
formaindividualetratadacomociência,pelaexistênciademetodologia,
o arcabouço teórico precisou do suporte de vários personagens que
estudaram o trabalho de Adam Smith.
O somatório das obras de vários autores que escreveram após o
falecimento de Adam Smith deu origem ao que é conhecido até os
dias de hoje como a Escola do pensamento liberal.
Atividades de aprendizagem
1 Observe as afirmativas a seguir:
I- O desemprego provocado pela automação no campo deslocou parte da
população rural de muitos países da Europa para a região considerada urbana,
que não estava preparada para receber tamanho contingente populacional.
II- O motor de combustão interna revolucionou o sistema de transportes
e também o setor industrial, pois foi utilizado com sucesso nos veículos
automotores e também para impulsionar máquinas que antes de seu
aparecimento eram movidas a vapor.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
2 Observe as afirmativas a seguir:
I- Para Smith, os fatores decisivos para o aumento da produção estavam
na divisão do trabalho e, para que isso pudesse ocorrer com eficiência, os
trabalhadores deveriam ser especializados em algumas tarefas. A aplicação
desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia
de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invenção de
novas máquinas e processos de produção.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
38
II- A ideia central de Smith relatada no livro A riqueza das nações é de
que os mercados considerados caóticos, na realidade, eram impossíveis
de serem organizados.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 39
Seção 4
Consolidação do liberalismo econômico
Introdução à seção
Nesta seção, veremos que o arcabouço teórico da Escola liberal
foi complementado pelos sucessores de Adam Smith, que a base do
pensamentoliberalcontoucomacolaboraçãodeDavidRicardo,veremos
que o dogma “a oferta é responsável pela criação da demanda”, criado por
Jean Baptiste Say, foi a base do pensamento liberal por quase meio século
e observaremos a importância do trabalho de John Stuart Mill.
Além disso, teremos a oportunidade de saber qual era a grande
preocupação de Thomas Malthus com o destino da humanidade,
observaremosacontribuiçãodeJohannHeinrichvonThüneneotrabalho
de Anne Robert Jacques Turgot e teremos a oportunidade de observar
que a perseguição dos protestantes pela Igreja católica no século XVIII,
deslocou parte da população da Europa, detentora do conhecimento da
Revolução Industrial para os Estados Unidos.
Ainda nessa seção, observaremos a coincidência da Independência
dos Estados Unidos ter ocorrido no mesmo ano em que foi lançado
o livro A riqueza das nações, de Adam Smith, teremos a oportunidade
de observar a maneira como a Revolução Industrial foi introduzida na
América do Norte.
Constataremos que sem a ocorrência da Inquisição a Revolução
Industrial não teria chegado tão depressa aos Estados Unidos, bem
como abordaremos a introdução da Revolução Industrial no norte dos
Estados Unidos e finalizaremos narrando os fatos de maior relevância da
consolidação do liberalismo econômico.
Para saber mais
• Thomas Malthus estava correto ao afirmar que um dos
males da sociedade esta no excesso populacional?
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
40
Questão para reflexão
•	 John Stuat Mill foi na realidade o personagem que
consolidou o pensamento econômico liberal de Smith?
A partir do momento em que a economia passou a ser estudada
de forma individual, em razão do valioso trabalho de Adam Smith, o
arcabouço teórico da Teoria do liberalismo econômico precisava
ser complementado e alguns expoentes da Escola liberal deram
suas contribuições.
4.1 Precursores do pensamento liberal
Fonte: <https://goo.gl/j29BdG>. Acesso em: 18 abr. 2017.
Figura 1.24 | Jean Baptiste Say (1768 - 1873)
Jean Baptiste Say, economista francês, ampliou a obra de
Smith, observando que os novos mercados precisavam de muitos
produtos que as manufaturas e corporações de ofício da época não
conseguiam ofertar.
A Revolução Industrial estava em seu período inicial, em virtude
da não existência da energia elétrica e a matriz energética da
época estava apoiada na presença do carvão mineral e maquinário
movido a vapor.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 41
Fonte: <http://www.harnish.org.uk/david_ricardo.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 1.25 | David Ricardo (1772 - 1823)
David Ricardo é outro expoente do período clássico da
economia. Partindo das ideias de Smith, desenvolveu alguns modelos
econômicos com grande potencial analítico e analisou, entre outras
coisas, o comércio entre as nações e quais deveriam ser os produtos
comercializados por elas.
Observando essa realidade, Jean Baptiste Say fez uma afirmação
que norteou os estudos econômicos por quase meio século, “A oferta
é a grande responsável pela criação da procura” (VASCONCELLOS,
2013, p. 17).
Esse estudo ficou conhecido pelo termo vantagens
comparativas. Segundo Ricardo essa teoria demonstrava que
duas nações poderiam se beneficiar mutuamente do livre
comércio produzindo e ofertando produtos que exigissem
menor esforço produtivo de cada uma. (LEITE, 2007, p. 4)
Como exemplo podemos afirmar que o Brasil tem vantagem
comparativa em relação ao Iraque no agronegócio e o Iraque tem
vantagem comparativa em relação ao Brasil em se tratando de
extração do petróleo.
O grande problema do beneficiamento mútuo está relacionado
comopreçodosprodutosqueirãofazerpartedapautadeimportação.
Atualmente, a relação comercial entre Brasil e Argentina obedece aos
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
42
princípios propostos por David Ricardo. O Brasil exporta automóveis e
eletrodomésticos pelo fato de possuir um parque industrial específico
para a fabricação desses produtos e importa trigo, pelo fato da
Argentina possuir clima adequado para esse tipo de cultura.
Fonte: <https://phantichkinhte123.files.wordpress.com/2015/04/turgot.jpg >. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 1.26 | Anne Robert Jacques Turgot (1727 - 1781)
Defendeu o livre comércio e interdependência entre
diferentes classes socioeconômicas e foi ministro
geral das finanças do rei Luiz XVI na França em 1774.
(VASCONCELLOS, 2013, p. 18)
Fonte: <https://goo.gl/C0rKiQ>. Acesso em: 18 abr. 2017.
Figura 1.27 | Thomas Malthus (1766 - 1834)
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 43
Para Malthus a causa de todos os males da sociedade
residia no excesso populacional, ele observou que a
população crescia em progressão geométrica e os
alimentos em progressão aritmética. Seguindo a lógica,
a produção de alimentos seria inferior ao número de
habitantes. (VASCONCELLOS, 2013, p. 18)
Fonte: <https://goo.gl/eA0U6c>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 1.28 | Johann Heinrich von Thunen (1783 - 1850)
Foi autor da Teoria da localização. Thunen defendia a tese
de que os produtos considerados perecíveis deveriam ficar
o mais próximo possível dos centros de consumo. Dessa
maneira, poderiam chegar aos grandes centros urbanos
com menor custo de transporte e com boa qualidade,
eliminando a possibilidade de desperdício. Essa abordagem
inspirou vários gestores do planejamento logístico de
transportes e produtores de produtos perecíveis em geral.
(LEITE, 2007, p. 4)
Fonte: <https://goo.gl/s86WRf>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 1.29 | John Stuart Mill (1806 - 1873)
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
44
John Stuart Mill foi o sintetizador do pensamento clássico
e solidificou o trabalho exposto por seus antecessores.
Ele praticamente foi o consolidador do pensamento
econômico liberal. (VASCONCELLOS, 2013, p. 18)
No século XVII ocorreram perseguições da Igreja Anglicana (religião
cristã da Inglaterra) contra os protestantes. Para fugir dos conflitos,
grande parte da população optou por deixar o continente europeu em
busca de oportunidades nos Estados Unidos.
O processo de migração e consequente chegada dos protestantes
no novo continente deslocou parte da tecnologia da Revolução
Industrial europeia para a América do Norte. A chegada dos imigrantes
europeus modificou a estrutura socioeconômica dos Estados Unidos
com a implantação de indústrias no norte do país.
Nesse contexto, a Revolução Industrial deixou de ser um fato
exclusivo dos países europeus e alavancou o desenvolvimento da
economia norte-americana.
4.2 Migração europeia para os Estados Unidos
Fonte: <https://geografiam.files.wordpress.com/2015/01/011-lincoln_gettysburgaddress.jpg>. Acesso em:
25 fev. 2017.
Figura 1.30 | Abraham Lincoln
Durante o governo do presidente Abraham Lincoln, o desequilíbrio
econômico dos estados do norte (industrializados) com os estados do
sul (essencialmente agrícolas), desencadearam um conflito armado
conhecido como Guerra da Secessão (1861 -1865).
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 45
A guerra unificou o país, deslocou a tecnologia da Revolução
Industrial para o sul e transformou os Estados Unidos em uma grande
potência capitalista.
Para saber mais
Você sabia que um dos argumentos de Lincoln, para
desencadear a Guerra da Secessão foi a libertação dos escravos
nos estados do sul do país?
a) Fim da intervenção do Estado nos assuntos econômicos.
b) A defesa da livre iniciativa.
c) Defesa da livre concorrência.
d) Surgimento da divisão do trabalho.
e) O nascimento do capitalismo.
4.3 Fatos de maior relevância do liberalismo
econômico
Atividades de aprendizagem
1 Observe as afirmativas a seguir:
I- Jean Baptiste Say fez uma afirmação que norteou os estudos econômicos
por quase meio século, “A oferta é a grande responsável pela criação da
procura”. Essa afirmação ficou conhecida pelo termo “A Lei de Say”.
II- Para Malthus, a causa de todos os males da sociedade residia no
excesso populacional. Observou que a população crescia em progressão
geométrica e os alimentos em progressão aritmética. Seguindo lógica, a
produção de alimentos seria inferior ao número de habitantes.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
46
2 Observe as afirmativas a seguir:
I- Johann Heinrich von Thunen defendia a tese de que os produtos
considerados perecíveis deveriam ficar o mais próximo possível dos
centros de consumo. Dessa maneira, poderiam chegar aos grandes centros
urbanos com menor custo de transporte e com boa qualidade, eliminando
a possibilidade de desperdício. Essa abordagem inspirou vários gestores do
planejamento logístico de transportes e produtores de produtos perecíveis
em geral.
II- John Stuart Mill defendeu o livre comércio e a interdependência entre
diferentes classes socioeconômicas e foi ministro geral das finanças do rei
Luiz XVI na França em 1774.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico.
Fique ligado
Durante todo período medieval os governos eram autocráticos e
as atividades econômicas se comparadas com os dias de hoje, eram
desenvolvidas de forma rudimentar. Com base nessa afirmação, faça
uma reflexão sobre a importância do surgimento do Mercantilismo
e da Revolução Industrial com relação à importância que esses dois
períodos tiveram para a teoria do desenvolvimento econômico.
Para concluir o estudo da unidade
Espero que você tenha observado nessa unidade, a extensão
do período em que os seres humanos, viveram distantes do que
podemos chamar de mundo civilizado. A estrutura socioeconômica
que conhecemos nos dias de hoje, apesar da existência das
desigualdades sociais, começou a tomar forma com a introdução do
capitalismo que surgiu em decorrência do nascimento da Revolução
Industrial e ao mesmo tempo com a contribuição de expoentes da
economia, como Adam Smith, David Ricardo e outros. Posso afirmar
que o século XVIII, foi o período das grandes mudanças e que sem as
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 47
mesmas, a economia do século XXI, não estaria no estágio em que
se encontra.
Atividades de aprendizagem da unidade
1- Observe as afirmativas da questão:
I - Platão defendia uma ideia de Estado governado por filósofos, aprovava a
escravidão, propunha a diminuição das populações, restringia o casamento
entre os menos dotados de bens ou fortunas e acreditava que velhos e
crianças deficientes eram considerados economicamente inúteis.
II - Aristóteles em suas análises sobre a sociedade privada criticava a
escravidão e o monopólio do Estado, proposto por Platão. Estudou as
funções da moeda, como intermediária de trocas em seu estudo sobre a
teoria do dinheiro.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta.
d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta.
e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico.
2- Observe as afirmativas da questão:
I - O feudalismo era caracterizado por propriedades, onde os senhores
feudais e os trabalhadores viviam diretamente da produção do solo e da
terra.
II - Os feudos eram propriedades rurais autossuficientes, porém econômica
e politicamente, subordinados a autoridade do senhor feudal.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta.
d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
48
3- Observe as afirmativas da questão:
I - O Cristianismo nasceu com a queda de Roma e foi legalizado por um
decreto no ano 811.
II - A legalização do decreto do ano 811 deu origem à era Cristã e fortaleceu
as atividades da Igreja Católica.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta.
d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
4- Observe as afirmativas da questão:
I - Colombo acreditava que navegando da Europa sempre para o Oeste
chegaria ao Oriente. Jamais imaginou que entre os dois extremos
encontraria o continente americano.
II - O segundo grande passo para a expansão e desenvolvimento
mercantilista, foi dado por Pedro Álvares Cabral, que após navegar por
toda costa do Atlântica da África, chegou em 20 de maio de 1948, na
cidade de Calecute, nas Índias.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta.
d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 49
5- Observe as afirmativas da questão:
I - Para os fisiocratas apenas a terra ou a natureza, representavam um fator
econômico produtivo.
II - A escola fisiocrata teve como principal expoente Adam Smith, que
foi um dos primeiros precursores da economia a se preocupar com a
circulação das riquezas.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta.
d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico
50
Referências
CÁCERES, F. História da América. São Paulo: Moderna, 1980.
LEITE, A. C. Educaçãosemfronteiras. Campo Grande: UNIDERP, 2007.
MOCELLIN,R.Históriacríticadanaçãobrasileira.SãoPaulo:DoBrasil,1987.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia.
São Paulo: Saraiva, 2003.
Unidade 2
Desenvolvimento na
concepção marxista
Nesta unidade abordaremos o desenvolvimento econômico na
concepção marxista.
Objetivos de aprendizagem
Nessa seção serão abordados o materialismo dialético marxista, a maneira
como Marx definiu a Revolução Industrial, a interpretação dele sobre a
relação capital x trabalho, o significado do termo “mais valia”, críticas ao
Laissez-Faire de Adam Smith e O Manifesto Comunista.
Seção 1 | Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx
Nessa seção será abordada a maneira como Marx definia o capitalismo, a forma
como os socialistas e capitalistas definiam a distribuição da renda e a obra O
capital, escrita em 1867.
Seção 2 | Abordagem marxista com relação ao capitalismo
Nessa seção será abordada a diferença entre os conceitos de socialismo e de
comunismo, conceitos básicos de desenvolvimento apoiados no modelo de
economia planificada.
Seção 3 | O socialismo e o comunismo
Nessa seção será abordada a maneira como os teóricos interpretaram os
trabalhos de Engels e Marx, a partir da Revolução Russa de 1917, a base da
ideologia de Lênin e a base do governo de Stalin.
Seção 4 | O marxismo depois de Marx
Ademir Cavalheiro Leite
Introdução à unidade
Nesta unidade de ensino será observada a maneira como o
desenvolvimento econômico era visto na visão de Karl Marx e seus
seguidores. Nossa abordagem obedecerá à ordem cronológica do
tempo, dentro da sequência em que os fatos históricos do período
aconteceram e está dividida em quatro seções.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
54
Seção 1
Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx
Introdução à seção
Nesta seção estudaremos a diferença que existe entre
materialismo dialético e o materialismo histórico.
Observaremos as características do materialismo marxista.
Faremos uma análise sobre a abordagem de Marx com relação à
infraestrutura e superestrutura e abordaremos também o conceito
de fetichismo.
Destacaremos a maneira como Marx definiu a Revolução Industrial.
ObservaremosainterpretaçãodeMarxsobrearelaçãocapitalxtrabalho.
Abordaremos as diferenças que existem entre os conceitos de
mais-valia e mais- valia absoluta.
Faremos uma análise sobre as críticas de Marx ao Laissez-Faire
de Adam Smith.
Analisaremos o desemprego e a ideologia de lutas de classe na
visão marxista.
Finalizaremos a seção, observando a maneira como Marx via o
liberalismo econômico.
Questão para reflexão
•	 O que Marx pretendia dizer, quando afirmou que a divisão do
trabalho limitou a capacidade criativa do homem?
•	 Marx estava correto ao afirmar que a propriedade privada dos
meios de produção enriquecia os detentores do capital?
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 55
Karl Marx nasceu no ano de 1818, quando a Revolução
Industrial estava em andamento e o pensamento econômico
liberal praticamente consolidado. Nesse contexto, observou a
realidade socioeconômica do século XIX, as imperfeições que o
moderno modelo de produção apresentava e diagnosticou que
a tecnologia utilizada não estava trazendo aos trabalhadores os
benefícios que Adam Smith preconizava.
Marx observou que a divisão do trabalho limitou a capacidade
produtiva do homem. O artesão que tinha perfeita noção do início,
meio e fim do produto que iria produzir, foi substituído por operários
condicionados a trabalhar em um sistema de produção em que tudo
era dividido em partes, e nesse cenário perdeu a visão do todo.
1.1 Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx
Não podemos esquecer que Marx era filósofo e, para ele,
era o homem que deveria ser senhor soberano de tudo
que produzia, porém de forma dicotômica, a partir da
Revolução Industrial, passou a ser refém das máquinas.
Marx via nesse processo o que em Filosofia é conhecido
pelo termo fetiche, ou feitiço. (ARANHA, 1986, p. 277)
A beleza que Smith via no processo produtivo estava limitando
a criatividade do homem, a ponto de reduzir sua capacidade de
raciocínio, transformando-o em algo parecido com a extensão da
máquina.
Foi observado também, que a tecnologia inserida no contexto
produtivo aumentou a capacidade de produção das fábricas, mas
não elevou, na mesma proporção, o valor da remuneração dos
empregados. Com base nessa realidade, Marx criou dois conceitos que
aparecem no primeiro livro da obra “O capital” escrito por ele em 1867:
a) Mais-valia relativa: a maior parte do lucro do que é produzido
fica para o patrão.
b)Mais-valiaabsoluta:partedovalordaforçadetrabalhoexcedente
que gera receita, porém, da mesma forma que no mais valia relativa, o
excedente não é remunerado pelo patrão.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
56
Para Marx, em sua obra escrita no ano de 1867, o operário das
fábricas se distingue dos escravos e dos servos do período medieval,
apenas pelo fato de receber um salário, oriundo de um contrato de
trabalho, aceito livremente entre as partes.
No mesmo livro, afirmou que o Laissez-Faire de Adam Smith estava
ultrapassado, pois o equilíbrio proposto na lei da oferta e da procura estava
sendo substituído pela postura autocrática dos detentores do capital.
O materialismo marxista, que é dialético (pelo fato de pregar o
raciocínio), está fundamentado em uma causalidade linear que
simplifica a ação da matéria sobre o espírito, não permitindo ao
homem nenhuma possibilidade de liberdade. Marx acreditava que o
modo de produção capitalista cerceava a liberdade humana.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/87/Karl_Marx.png/220px-Karl_
Marx.png>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.1 | Karl Heinrich Marx (1818 - 1883)
Na visão de Marx, a infraestrutura é a estrutura material da
sociedade, ou seja, sua base econômica, que consiste nas formas
pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida. Por
outro lado, considerava a estrutura política, a religião e o Estado de
direito, como superestrutura.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 57
Na visão marxista, é a infraestrutura que determina a
superestrutura. Com base nesse conceito, afirmou que
com a estagnação da infraestrutura, que gera riquezas,
a superestrutura não teria como se sustentar, pois
a superestrutura não produz nada, apenas arrecada
tributos. (ARANHA, 1986, p. 273)
1.2 As condições de trabalho na Revolução Industrial
Apesar da presença das máquinas na estrutura produtiva,
Marx relatou em sua obra O capital, escrita no século XIX, que as
fábricas eram precárias pelo fato da maioria delas apresentarem:
a) Sistema de iluminação e ventilação deficientes.
b) Não possuía equipamentos de segurança.
c) Muitos operários se acidentavam e contraíam doenças graves.
d) Pouco espaço para a movimentação de pessoas e materiais.
e) Jornadas ininterruptas e longas (16 horas diárias), que
levavam o trabalhador a ser operacional até o limite das forças.
f) Preferência de mão de obra mais barata, como as mulheres,
crianças e rapazes abaixo dos 18 anos de idade, o que levava ao
desemprego dos homens adultos.
Fonte:<https://assets.papodehomem.com.br/2016/01/08/17/25/45/3f8da683-6a26-4efd-8716-8257d428212a/lewis-
hine-child-labor-a-heavy-load-1909.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.2 | O trabalho nas fábricas
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
58
A população que migrou do campo para as cidades aumentou
a quantidade de mão de obra ociosa nos grandes centros urbanos,
fato este que desencadeou queda nos salários. Ao mesmo tempo, as
indústrias que estavam em crescente expansão, passaram a priorizar
a contratação de mulheres e crianças, objetivando o pagamento de
mão de obra mais barata. Nesse contexto, um grande contingente de
homens, considerado mão de obra mais cara, ficou sem emprego.
O excedente da força de trabalho provocou desemprego
em massa da população masculina e desencadeou
o surgimento de um sentimento de ódio contra o
capitalismo. Nesse contexto, surge uma corrente de ideias
voltadas para o surgimento de ideais revolucionários
como pode ser observado na Figura 2.3 com o objetivo
de beneficiar o proletariado. (GASTALDI, 2005, p. 54)
Fonte: <https://goo.gl/uyK6YG>. Acesso em: 18 abr. 2017.
Figura 2.3 | Uso da força contra população masculina de desempregados
Para saber mais
Você sabia que proletário significa pessoas que não têm nada,
além da força de trabalho que vendem para sobreviver?
1.3 A maneira como Marx observou a Revolução
Industrial
Observando a evolução do liberalismo econômico, Marx
começou a se incomodar com a propriedade privada dos meios
de produção que, segundo ele, enriquecia os detentores do
capital, em detrimento da classe trabalhadora.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 59
Marx imaginava que o surgimento da ideologia revolucionária
poderia desencadear destruição da infraestrutura e, nesse
contexto, a superestrutura que, para ele, era o Estado, poderia
não se sustentar. Analisava o contexto da liberdade de
trocas e não acreditava na igualdade, pelo fato de não existir
homogeneidade de classes sociais.
Ele via no diálogo existente entre pessoas com ideologias
diferentes, a possibilidade do surgimento do pensamento
dialético. Por esse motivo, Marx sempre procurou elaborar seus
principais trabalhos em parceria com outros filósofos, com
destaque para o inseparável amigo Frederick Engels.
Fonte: <http://trisagionseraph.tripod.com/JPGs/engels.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.4 | Friedrich Engels (1820 -1895)
Karl Marx não aprovava a postura da maioria dos filósofos,
pois achava que eles perdiam tempo com a preocupação de
interpretar o mundo. Acreditava que além da preocupação com
a interpretação, o mais importante era tentar modificar o mundo.
Em 1948, após observar o comportamento de um
proletariado que ele considerava explorado pelo surgimento do
capitalismo, escreveu, junto com Frederick Engels, um pequeno
tabloide, com linguagem de fácil entendimento, voltado para
o proletariado que, segundo ele, era vítima do sistema. Esse
pequeno jornal recebeu o nome de O Manifesto Comunista.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
60
Fonte: <http://68.media.tumblr.com/5f5fc95eed3fe4b6ce3179a3f7009bc8/tumblr_inline_njhklz6UZu1sqdy9g.jpg>.
Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.5 | O Manifesto Comunista
O primeiro capítulo de O Manifesto Comunista começa com
a seguinte frase: “A história de todas as sociedades que existiram
até nossos dias tem sido a história da luta de classes”.
Atividades de aprendizagem
1 Observe as afirmativas a seguir:
I- Karl Marx nasceu no ano de 1818, quando a Revolução Industrial
estava em andamento e o pensamento econômico liberal praticamente
consolidado.
II- Na visão de Marx, a infraestrutura é a estrutura material da sociedade, ou
seja, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens
produzem os bens necessários à sua vida.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 61
2 Observe as afirmativas a seguir:
I- A população excedente do campo aumentou o contingente do
proletariado nos grandes centros urbanos, fato que diminuiu a quantidade
da força de trabalho.
II- O excedente da força de trabalho provocou desemprego em massa da
população feminina e desencadeou o surgimento de um sentimento de
ódio contra o capitalismo.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
62
Seção 2
Abordagem marxista com relação ao capitalismo
Introdução à seção
Questão para reflexão
•	 Com base na afirmação de Marx de que o capitalismo estava
estruturado na dominação econômica do homem pelo próprio
homem, podemos imaginar que um país poderia dominar o outro
através da força de sua economia?
•	 O que foi supercapitalismo na visão de Marx?
Nesta seção, veremos a maneira como Marx via o capitalismo,
saberemos que os adversários do liberalismo criticaram de forma
ferrenha o Laissez-Faire de Adam Smith e que os detentores do
capital objetivavam o desenvolvimento de práticas que visavam ao
aumento dos lucros e observaremos que a busca exagerada pelo
lucro ficou conhecida pelo termo de supercapitalismo.
Além disso, destacaremos que o supercapitalismo causou o
desespero na classe trabalhadora, discutiremos a maneira como o
liberalismo predominou sobre o racionalismo econômico, teremos a
oportunidade de observar que a ânsia pelo lucro dissociou o capital do
trabalho e destacaremos que a dissociação da relação capital x trabalho
colocou a maior parte do proletariado em situação de miséria.
Por fim, faremos uma análise apurada sobre as desigualdades entre
as categorias econômicas, abordaremos a solicitação dos socialistas
por uma nova ordem social mais justa, estudaremos os motivos que
levaram Marx e Engels a escreverem a obra O capital, bem como
analisaremos a forma como os socialistas e capitalistas definiriam a
concentração da renda e finalizaremos a seção com a frase de Marx,
dizendo que o capitalismo tem potencial para autodestruição.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 63
2.1 Marx e o capitalismo
Karl Marx, além de ser filósofo, era economista e quando
observou a sociedade capitalista direcionou sua atenção para os
meios de produção e a maneira como era realizada a divisão do
trabalho. Ele observou que a forma de remuneração foi ficando
cada vez mais desigual e ousou afirmar que o capitalismo nada mais
era que a dominação econômica do homem pelo próprio homem.
Fonte: <https://goo.gl/QldZ3y>. Acesso em: 18 abr. 2017.
Figura 2.6 | Remuneração do sistema capitalista do século XIX
Podemos afirmar que a dominação econômica do homem
pelo próprio homem poderia ocorrer dentro do país,
da mesma forma que também poderia ocorrer entre as
nações. Neste contexto, os países ricos dominariam, através
da economia, os países mais pobres. (LEITE, 2007, p. 4)
As desigualdades na distribuição da renda e a presença cada vez
mais acentuada da mais valia, aumentaram de forma significativa
o número de adversários do liberalismo que passaram a criticar de
maneira ferrenha o Laissez-Faire de Adam Smith.
2.2 A fase do supercapitalismo
Durante o período em que predominou o liberalismo
econômico, o capital passou a buscar o lucro de forma cada vez
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
64
mais intensa, a ponto dos historiadores classificarem esse período
de supercapitalismo. A Figura 2.7 mostra de forma clara o clima
tenso que o supercapitalismo provocou na classe trabalhadora.
Fonte: <https://goo.gl/wf9iVg>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.7 | Supercapitalismo
A busca desenfreada pelo lucro causou na sociedade
um sentimento de ódio contra o capitalismo da época,
considerado absorvente e escravizador. Esse sentimento
desencadeou uma corrente de ideias com o objetivo de
colocar um ponto final na doutrina capitalista. (GASTALDI,
2005, p. 55)
2.3 O racionalismo econômico
Com o passar do tempo, o sistema produtivo moderno passou a ser
orientado por planos preestabelecidos, fundamentados em cálculos e
escriturações, além de portentosa soma de dinheiro. Esse modelo de
gestão ficou conhecido pelo termo racionalismo econômico.
O racionalismo econômico do século XIX, junto com o
egoísmo capitalista e a ânsia incontida de lucros, conforme
podemos observar na Figura 2.3, desassociou o capital
do trabalho, colocando as classes trabalhadoras em uma
situação de miséria. Nesse contexto ocorreu o aumento
das desigualdades sociais. (GASTALDI, 2005 p. 59)
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 65
Fonte: <http://www.sindimarmore.com.br/wp-content/uploads/2014/08/2-Capital-versus-Trabalho-560x270.jpg>.
Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.8 | A ruptura da relação capital x trabalho
Esse cenário, considerado desolador, provocou no proletariado um
sentimento voltado para a criação de uma ordem social mais justa.
2.4 Fatores determinantes da obra O capital
O cenário desconfortável para o capitalismo levou
Marx, na condição de filósofo, a imaginar a ditadura do
proletariado. O termo ditadura dá margem para que
venhamos a pensar em algum tipo de líder comunista, no
comando da nação, mas o que ele chamava de ditadura
era a colocação de todo contingente de proletariados no
poder. (ARANHA, 1986, p. 274)
O tema é complexo e faz parte dos cinco volumes da obra O
Capital que Marx escreveu em parceria com Frederick Engels. A
Figura 2.9 mostra a versão do livro no Brasil.
Fonte: <https://goo.gl/UMEv2x>, Acesso: 25 fev. 2017.
Figura 2.9 | O capital - volume 1
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
66
O Capital é um conjunto de livros (primeiro foi lançado
no ano de 1867). Nessa obra, Marx e Engels fazem uma
análise crítica da economia política. Nela são abordados os
conceitos de mais valia, capital constante e capital variável,
além de uma análise sobre os salários. (LEITE, 2007, p. 4)
Para saber mais
Você sabia que Marx apenas escreveu o primeiro livro e a metade
do segundo da obra O capital? Após a morte de Marx, em 1883, foi
Frederick Engels que completou o trabalho, com base em manuscritos
que Marx deixou.
2.5 A concentração da renda
Existem pontos de vista diferentes com relação à distribuição
da renda:
a) Os liberais, discípulos de Adam Smith, enxergavam a
distribuição da renda como um fato positivo, pois acreditavam
que a mola mestra do crescimento, desenvolvimento e expansão
do capitalismo estava nela.
Segundo os admiradores da linha de pensamento liberal,
seria impossível para um assalariado se transformar em
empresário, pois com o salário de subsistência que recebia
por seu trabalho, jamais poderia fazer algo além do simples
fato de sobreviver. (LEITE, 2007, p. 5)
Os liberais acreditavam que somente com grande parcela de
renda nas mãos, dos grandes empresários, conforme pode ser
observado na Figura 2.10, seria possível a construção de novas
fábricas, que iriam gerar mais produtos, mais lucros e mais
empregos. Pela lógica da escola liberal, através desse circulo
virtuoso a hegemonia do sistema capitalista estaria segura.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 67
Fonte; <https://goo.gl/nFVOZ7>. Acesso em: 18 abr, 2017.
Figura 2.10 | O capitalista
b) Os simpatizantes da linha de pensamento marxista,
fundamentados pelo conceito de mais valia relativa e mais valia
absoluta, acreditavam que a concentração de renda nas mãos dos
grandes detentores do capital não seria benéfica para o capitalismo.
Segundo os admiradores do pensamento de Marx, a
população dos grandes centros urbanos e camponeses
que faziam parte do proletariado continuariam com suas
vidas miseráveis, conforme podemos observar na Figura
2.10, fornecendo mão de obra em troca de remuneração
considerada pífia. (LEITE, 2007, p. 5)
A corrente marxista defendia a implantação de uma nova
ordem que no futuro viria a ser o socialismo.
Figura 2.11 | Concentração de renda na visão marxista
Fonte: <http://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2015/01/xdistribuicao-de-renda-
concentracao-riqueza-brasil.jpg.pagespeed.ic.omOEiWlfEr.webp>. Acesso em: 25 fev. 2017.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
68
2.6 Autodestruição do capitalismo
Segundo Karl Marx, capitalismo poderia se autodestruir e a lógica
utilizada por ele em sua obra O capital cujo ano de publicação já foi
mencionado nos parágrafos anteriores, era simples:
a) Apenas com salários de subsistência obtidos através do trabalho
nas fábricas, o proletariado urbano não teria poder de consumo.
b) O crescimento populacional iria aumentar a quantidade de
mão de obra ociosa, considerada por Marx como a reserva de
mão de obra do capitalismo, e os salários jamais iriam subir.
c) As fábricas não teriam para quem vender e iriam fechar as portas.
d) Essa realidade iria se espalhar para outros países do mundo
e a possibilidade do capitalismo entrar em colapso poderia existir.
Fonte: <https://i1.wp.com/www.dialogosdosul.org.br/wp-content/uploads/ecoc%C3%ADdio2.jpg>. Acesso
em: 25 fev. 2017.
Figura 2.12 | Autodestruição do capitalismo
Atividades de aprendizagem
1 Observe as afirmativas a seguir:
I- Karl Marx, além de ser filósofo, era economista e, quando observou a
sociedade capitalista, direcionou sua atenção para os meios de produção
e a maneira como era realizada a divisão do trabalho.
II-Observouqueaformaderemuneraçãofoificandocadavezmaisdesigual
e ousou afirmar que o capitalismo nada mais era que a denominação
econômica do homem pelo próprio homem.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 69
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
2 Observe as afirmativas a seguir:
I-Podemosafirmarqueadenominaçãoeconômicadohomempelopróprio
homem só poderia ocorrer dentro do país. Fora dele seria impossível.
II- Durante o período em que predominou o liberalismo econômico, o
capital passou a abandonar o lucro.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
70
Seção 3
O socialismo e o comunismo
Introdução à seção
Questão para reflexão
•	 É correto afirmar que na segunda metade do século XX, 65%
dos países do mundo, tinham economia de mercado e 35%
economia planificada?
•	 A principal característica da economia de mercado é estar
apoiada na lei da oferta e da procura?
Nesta seção, observaremos a diferença entre o socialismo
e o comunismo.
Observaremos que a classe operária poderia destruir o Estado
burguês e organizar uma ditadura do proletariado.
Destacaremos que o comunismo pode ser desencadeado pela
existência das lutas de classe.
Poderemos constatar que a economia de mercado é totalmente
diferente da economia planificada.
Discutiremos as características de uma economia apoiada em
planejamentos quinquenais.
Teremosaoportunidadedeobservarqueaeconomiademercado
é utilizada em todos os países do ocidente e destacaremos que a
economia planificada foi introduzida na extinta União Soviética.
Abordaremos o modelo político aplicado da coréia do Norte
com o objetivo de saber se ela utiliza o modelo de economia de
mercado ou o modelo de economia planificada.
Estudaremos as vantagens da livre iniciativa e da propriedade
privada dos meios de produção.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 71
Analisaremos as características das propriedades estatais
e coletivas.
Finalizaremos a seção, abordando a possibilidade da junção
do modelo planificado com o de economia de mercado, com o
objetivo de criação de uma terceira opção.
3.1 O conceito de ditadura do proletariado
Em O Manifesto Comunista de 1948 que aparece na
Figura 2.13, Marx afirmou que a burguesia produz seus
próprios coveiros, lembrando que, pela Lei da Dialética,
a contradição burguesia-proletariado será superada pelo
socialismo e o comunismo. (ARANHA, 1986, p. 278)
Fonte: <http://img.travessa.com.br/eBook/BA/a6/
a6f8206a-14b7-4f20-9782-e5cf6d9c4d88.jpg>.
Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.13 | Obra de Marx e Engels
Marx afirmava que para destruir
o Estado burguês, a classe operária
deveria se organizar em um partido
revolucionário capaz de suprimir a
propriedade privada e os meios de
produção. Com essa afirmação, que
consta em O Manifesto Comunista,
esse novo Estado receberia o nome
de ditadura do proletariado.
Para criação do novo Estado
seria indispensável o contínuo
fortalecimento da classe operária
e este esforço só poderia terminar
quando a burguesia do mundo
inteiro fosse liquidada.
Nessa primeira fase, chamada de socialismo, seria necessário a
existênciadeumaparelhoestatal,umaparelhorepressivo,umaburocracia
e um aparelho jurídico, com o objetivo de evitar a contrarrevolução. Nesse
contexto, o socialismo pode ser definido como “De cada um, segundo
suacapacidade,acadaum,segundoseutrabalho”(ARANHA,1986,p.277).
A segunda fase, denominada comunismo, terá como princípio:
“De cada um, segundo sua capacidade, a cada um, segundo as suas
necessidades” (ARANHA, 1986, p. 278).
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
72
Com esse conceito, o comunismo poderá ser definido pela
eliminação da luta de classe e, consequentemente, pelo
desaparecimento do Estado. (ARANHA, 1986, p. 278)
Segundo O Manifesto Comunista, nessa “anarquia feliz”
haveria um desenvolvimento prodigioso das forças
produtivas o que levaria a uma “era de abundância”, e à
extinção da divisão de trabalho. (ARANHA, 1986, p. 278)
Então, fica uma indagação: se a passagem para o comunismo
significa o desaparecimento das classes, como ficaria a afirmação
de Marx que dizia que o motor da história estava nas lutas de classes?
A resposta é simples, pois a luta não mais seria entre a classe
dominante e a classe dominada e sim entre a vanguarda e os
elementos que impediam as mudanças por comodismo ou
incompreensão. Nesse caso, a luta seria entre o progresso e as
forças conservadoras e também entre o novo e o velho.
Fonte: <https://goo.gl/YMlX6G>. Acesso em: 19 abr. 2017.
2.15 | A ditadura do proletariado
3.2 Economia de mercado e economia planificada
Se observarmos o passado, encontraremos, na metade do século
XX, 65% dos países no mundo com economia de mercado e 35%
com economia planificada.
A economia de mercado é um modelo totalmente apoiado nas
leis de mercado (oferta e procura) e passou a ser estudada com
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 73
maior intensidade a partir da obra de Adam Smith, A riqueza das
nações, publicada em 1776.
Fonte: <https://goo.gl/HOQRoQ>. Acesso em: 19 abr. 2017.
2.16 | Adam Smith precursor da economia de mercado
3.3 Características da economia de mercado
a) Livre iniciativa.
b) Propriedade pública e privada dos meios de produção.
c) Livre concorrência.
d) Existência de uma burguesia detentora dos meios de produção.
e) Existência de um proletariado detentor da força de trabalho.
3.4 Características da economia planificada
A economia planificada, conforme Figura 2.16, foi idealizada por
Karl Marx e Frederick Engels e aplicada na extinta União Soviética,
parte da Ásia e todo leste europeu.
Fonte: <http://www.operamundi.com.br/media/images/Marx_and_Engels.jpg>. Acesso em 25 fev. 2017.
Figura 2.16 | Precursores da economia planificada
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
74
Características da economia planificada:
a) Propriedade estatal ou coletiva.
b) Economia planejada com planos quinquenais.
c) Ausência de classes sociais.
d) Distribuição homogênea da renda.
e) Presença de avanços sociais.
Para saber mais
Existe uma corrente de economistas que defende a utilização de um
modelo da economia de mercado com planos quinquenais e presença
de avanços sociais, ou seja, o modelo econômico utilizado no Brasil.
Atividades de aprendizagem
1 Observe as afirmativas a seguir:
I- Marx afirmava que para destruir o Estado burguês, a classe operária
deveria se organizar em um partido revolucionário capaz de suprimir a
propriedade privada e os meios de produção. Com essa afirmação, que
consta em O Manifesto Comunista, esse novo Estado receberia o nome de
ditadura do proletariado.
II- Para criação do novo Estado seria indispensável o contínuo fortalecimento
da classe operária e este esforço só poderia terminar quando a burguesia do
mundo inteiro fosse liquidada.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 75
2 Observe as afirmativas a seguir:
I- A economia de mercado é um modelo totalmente apoiado nas leis de
mercado (oferta e procura) e passou a ser estudada com maior intensidade
a partir da obra de Frederick Engels, A riqueza das nações, publicada em
1776.
II- A economia planificada foi idealizada por Karl Marx e Frederick Engels
e aplicada na extinta União Soviética, parte da Ásia e todo leste europeu.
Assinale a alternativa correta:
a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta.
b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e II estão incorretas.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento
econômico.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
76
Seção 4
O marxismo depois de Marx
Introdução à seção
Questão para reflexão
•	 Qual é a relação da Revolução Bolchevique com Karl Marx?
•	 Na Revolução Bolchevique Lênin agiu com idealismo
próprio ou com ideais marxistas?
Nesta seção abordaremos a queda do regime imperial
dos czares:
Saberemos que após a Primeira Guerra Mundial ocorreu a
Revolução Bolchevique;
Veremos como foi implantado o stalinismo na extinta
União Soviética;
Observaremos a contribuição de Rosa Luxemburgo para o
pensamento marxista;
Finalizaremos a seção observando o futuro do pensamento
marxista que faleceu no ano 1883.
4.1 A Revolução Bolchevique e a queda do czar na Rússia
A Revolução Bolchevique nasceu com a ascensão das lutas
operárias e camponesas na chamada Revolução de Fevereiro de
1917, após os conflitos armados, o país ficou dividido:
a) De um lado as forças do Estado czarista de Nicolau Romanov
(Nicolau II).
b) Do outro lado, uma chamada classe dominante, formada por
operários e soldados, representando a população trabalhadora.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 77
c) Os combates se estenderam até outubro do mesmo ano,
apresentando como vencedor as forças contrárias ao Czar.
d) Com a vitória do Partido Bolchevique, Lênin assume o poder
do Estado russo.
e) Nicolau II é preso e permanece na prisão até julho de 1918, dia
em que foi executado junto com toda sua família.
Fonte: <http://www.osul.com.br/wp-content/uploads/2015/11/nicolau-ii.jpg>. Acesso em: 19 abr. 2017.
Figura 2.17 | Nicolau II (1868 - 1918)
4.2 Nascimento da União das Repúblicas Socialistas
soviéticas
Vladimir Ilyich Ulyanov, conhecido como Lênin, foi um
revolucionário comunista, seguidor da doutrina marxista.
Ele assumiu o comando da República Soviética da Rússia e
liderou o país de 1918 a 1924, ano em que veio a falecer. Antes
de seu falecimento, Lênin emancipou o país à condição de
União Soviética.
É importante destacar que Lênin, desde que assumiu o poder
como chefe de Estado, adotou uma política com ideologia própria
que, apesar de conter alguns princípios de Karl Marx, ficou conhecida
pelo termo leninismo.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista
78
Fonte: <http://flatrock.org.nz/static/frontpage/assets/history/lenin.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.18 | Vladimir Ilyich Ulyanov (1870 - 1924)
4.3 Leon Trotsky
Foi um intelectual marxista e teve a responsabilidade de organizar
o exército vermelho durante a revolução. Desempenhou importante
papel na política nos primeiros anos da União Soviética, mas por
ser inimigo político de Stalin foi expulso do país e se refugiou no
México, onde foi assassinado, por Ramon Mercader, agente da
polícia de Stalin. Seus ideais políticos foram colocados em uma
obra de grande extensão e deram origem ao trotskismo, corrente
importante do pensamento econômico marxista.
Fonte: <https://goo.gl/BjRS2z>. Acesso em: 19 abr. 2017.
Figura 2.19 | Leon Trotsky (1879 - 1940)
4.4 Josef Vissariónovitch Stalin
Foi secretário geral do Partido Comunista Soviético e do Comitê
Central de 1922 a 1953, ano de sua morte. É considerado, até hoje,
um dos maiores líderes da extinta União Soviética.
U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 79
Fonte: <http://kdfrases.com/imagens/joseph-stalin.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.20 | Josef Vissariónovitch Stalin (1878 - 1953)
4.5 Rosa Luxemburgo
É considerada, até os dias atuais, a melhor teórica e quem melhor
divulgou a obra de Karl Marx, que foi por demais deturpada, após
sua morte em 1883.
Rosa Luxemburgo fundou no ano de 1894 o partido Social
DemocratadaPolôniae,atravésdocasamento,obtevenacionalidade
alemã e se instalou em Berlim até seus últimos dias.
Fonte: <http://atossecretos.tumblr.com/post/40639608928/rosa-luxemburgo-um-comunismo-para-o-
s%C3%A9culo-xxi>. Acesso em: 25 fev. 2017.
Figura 2.21 | Rosa Luxemburgo (1871 - 1919)
Para saber mais
Você sabia que Nicolau II, sua mulher, seu filho, suas quatro filhas, o médico
dafamíliaimperial,umservopessoal,acamareiradaimperatrizeocozinheiro
da família foram executados no porão da casa pelos bolcheviques na
madrugadade16para17dejulhode1918,porordemdeLênnin?
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  • 4. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Leite, Ademir Cavalheiro ISBN 978-85-8482-918-7 1. Desenvolvimento econômico. I. II. Título. CDD 338.9 Cavalheiro Leite. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 168 p. L533t Teorias do desenvolvimento econômico / Ademir © 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente Acadêmico de Graduação Mário Ghio Júnior Conselho Acadêmico Alberto S. Santana Ana Lucia Jankovic Barduchi Camila Cardoso Rotella Cristiane Lisandra Danna Danielly Nunes Andrade Noé Emanuel Santana Grasiele Aparecida Lourenço Lidiane Cristina Vivaldini Olo Paulo Heraldo Costa do Valle Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro Revisão Técnica Milton Rodrigues Gonçalves Editorial Adilson Braga Fontes André Augusto de Andrade Ramos Cristiane Lisandra Danna Diogo Ribeiro Garcia Emanuel Santana Erick Silva Griep Lidiane Cristina Vivaldini Olo 2017 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/
  • 5. Unidade 1 | Concepções teóricas e históricas do desenvolvimento Seção 1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 1.1 | Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensa- mento econômico 1.2 | Civilização grega 1.3 | Contribuição romana 1.4 | Economia medieval 1.5 | Características do feudalismo 1.6 | Importância social e econômica das Cruzadas 1.7 | Algumas considerações 1.8 | Corporações de artes e ofícios 1.9 | A doutrina canônica Seção 2 - O mercantilismo 2.1 | A criação das nações modernas e das monarquias absolutas 2.2 | A concepção do mercantilismo 2.3 | Os fisiocratas Seção 3 - A escola liberal 3.1 | A Revolução Industrial 3.2 | Invenções que revolucionaram o desenvolvimento econômico de uma época 3.3 | Êxodo rural 3.4 | Adam Smith (1723 - 1790) Seção 3 - Consolidação do liberalismo econômico 4.1 | Precursores do pensamento liberal 4.2 | Migração europeia para os Estados Unidos 4.3 | Fatos de maior relevância do liberalismo econômico Sumário 9 12 12 14 16 16 18 18 19 20 21 23 24 26 28 30 31 32 33 34 39 40 44 45 Unidade 2 | Desenvolvimento na concepção marxista Seção 1 - Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx 1.1 | Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx 1.2 | As condições de trabalho na Revolução Industrial 1.3 | A maneira como Marx observou a Revolução Industrial Seção 2 - Abordagem marxista com relação ao capitalismo 2.1 | Marx e o capitalismo 2.2 | A fase do supercapitalismo 2.3 | O racionalismo econômico 51 54 55 57 58 63 63 64 62
  • 6. 2.4 | Fatores determinantes da obra O capital 2.5 | A concentração da renda 2.6 | Autodestruição do capitalismo Seção 3 - O socialismo e o comunismo 3.1 | O conceito de ditadura do proletariado 3.2 | Economia de mercado e economia planificada 3.3 | Características da economia de mercado 3.4 | Características da economia planificada Seção 4 - O marxismo depois de Marx 4.1 | A Revolução Bolchevique e a queda do czar na Rússia 4.2 | Nascimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 4.3 | Leon Trotsky 4.4 | Josef Vissariónovitch Stalin 4.5 | Rosa Luxemburgo 4.6 | O futuro do pensamento marxista 65 66 68 71 72 73 73 70 76 77 78 78 79 80 76 Unidade 3 | Malthus, Keynes e Kalecki Seção 1 - Teoria do desenvolvimento econômico no final do século XIX e início do século XX 1.1 | Teoria do desenvolvimento econômico no final do século XIX e início do século XX 1.2 | Consolidação da Revolução Industrial nos Estados Unidos 1.3 | Proclamação da República no Brasil 1.4 | Primeira Guerra Mundial Seção 2 - Princípios fundamentais da economia keynesiana 2.1 | A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque 2.2 | O New Deal 2.3 | Contribuições de Alfred Marshall para a Teoria do desenvolvimento econômico 2.4 | A Teoria geral do emprego dos juros e da moeda 2.5 | Macroeconomia na visão de Kalecki Seção 3 - Trabalho realizado por Keynes, após a Segunda Guerra Mundial 3.1 | A criação do Fundo Monetário Internacional 3.2 | Principais metas da política macroeconômica 3.3 | Teoria do crescimento e do desenvolvimento econômico 3.4 | Estrutura de análise macroeconômica Seção 4 - Teoria keynesiana depois de Keynes 4.1 | O surgimento do FMI e a relação com seus filiados 4.2 | A importância da Escola keynesiana para a economia brasileira 4.3 | Personagens da escola keynesiana e suas contribuições 88 89 90 93 85 88 98 99 100 102 104 97 107 108 109 112 113 116 116 118 118 Unidade 4 | Desenvolvimento na visão schumpeteriana Seção 1 - Desenvolvimento na visão de Schumpeter 1.1 | Schumpeter 1.2 | Conceito de desenvolvimento 1.3 | Desenvolvimento na visão de Schumpeter 1.4 | Ciclos econômicos 129 132 132 133 134 135
  • 7. 1.5 | León Walras 1.6 | Alfred Marshall Seção 2 - Capitalismo sob o ponto de vista de Schumpeter 2.1 | O conceito de capitalismo 2.2 | O capitalismo financeiro 2.3 | O capitalismo na visão de Schumpeter 2.4 | O fim do capitalismo Seção 3 - A inovação e o empreendedorismo 3.1 | A visão da escola austríaca sobre empreendedorismo 3.2 | O espírito empreendedor 3.3 | A concorrência perfeita 3.4 | Expoentes da Escola Austríaca no século XX Seção 4 - Ideais schumpeterianos depois de Schumpeter 4.1 | Escola schumpeteriana após Schumpeter 139 135 136 139 140 140 142 146 147 148 149 150 154 154
  • 8.
  • 9. Apresentação Caro leitor, nesta obra você terá a oportunidade de conhecer a Teoria do desenvolvimento econômico e ao estudá-la entenderá a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico. Uma das grandes capacidades do economista é conseguir relacionar o passado com o presente e projetar o futuro. O conhecimento do passado recente é fundamental para que você consiga realizar análises e desenvolver competências para compreender os cenários microeconômicos e macroeconômicos. Dessa forma, o objetivo geral deste livro é oferecer aos leitores os subsídios necessários para elaboração de um referencial teórico sobre a Teoria do desenvolvimento econômico. Para cumprir este objetivo, será necessário entender a evolução do pensamento econômico na visão de Adam Smith, a relação entre capital X trabalho no ponto de vista de Karl Marx, a intervenção de Estado na economia, na ótica de John Maynard Keynes, e a contribuição de Joseph Schumpeter. Neste contexto, o conteúdo desta obra será composto de quatro unidades: Unidade1-Concepçõesteóricasehistóricasdodesenvolvimento. Nela abordaremos as Contribuições da civilização Greco-romana para a Teoria do pensamento econômico, o mercantilismo, a Escola liberal e a consolidação do liberalismo econômico. Unidade 2 - Desenvolvimento na concepção marxista. Nela trataremos sobre a abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx, a abordagem marxista com relação ao capitalismo, o socialismo e o comunismo, e o marxismo depois de Marx. Unidade 3 - Malthus, Keynes e Kalecki. Nesta seção abordaremos a Teoria do desenvolvimento econômico no final do século XIX e início do século XX, os princípios fundamentais da economia keynesiana, o trabalho realizado por Keynes após a Segunda Guerra Mundial, e a Teoria keynesiana depois de Keynes.
  • 10. Unidade 4 - Desenvolvimento na visão schumpeteriana. Neste momento abordaremos o desenvolvimento na visão de Schumpeter, o capitalismo sob o ponto de vista de Schumpeter, a inovação e o empreendedorismo, e os ideais schumpeterianos depois de Schumpeter. Desejo a você uma boa leitura e muito sucesso!
  • 11. Unidade 1 Concepções teóricas e históricas do desenvolvimento Nestaunidadeabordaremosasconcepçõesteóricasehistóricas do desenvolvimento, desde o ano 4.000 a.C. até o surgimento do liberalismo econômico. Objetivos de aprendizagem Nessa seção serão abordados o segundo ciclo da história da humanidade (ano 1.000 a. C. até o ano de 476 da era cristã), a expansão colonial grega, A expansão comercial de Roma e a economia medieval. Seção 1 | Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico Nessa seção serão abordados o mercantilismo espanhol, o mercantilismo inglês, o mercantilismo francês e a Escola fisiocrata. Seção 2 | O mercantilismo Nessa seção serão abordados os princípios básicos da Revolução Industrial e o nascimento da Escola Liberal de Adam Smith. Seção 3 | A Escola Liberal Nessa seção serão abordadas as contribuições de David Ricardo, Jean Baptiste Say, John Stuart Mill e a implantação da Revolução Industrial nos Estados Unidos. Seção 4 | Consolidação do liberalismo econômico Ademir Cavalheiro Leite
  • 12.
  • 13. Introdução à unidade Os fatores de maior relevância que nortearam a evolução da Teoria do desenvolvimento econômico serão observados nessa unidade de estudo. Nossa abordagem obedecerá à ordem cronológica do tempo, dentro de uma sequência em que os fatos históricos do período aconteceram e está dividida em quatro seções.
  • 14. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 12 Seção 1 Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico Introdução à seção Nesta seção veremos que a palavra economia foi utilizada pela primeira vez na história pelo filósofo grego Xenofonte, saberemos que, na Antiguidade, a economia era objeto de estudo da Filosofia e da ética e que que a cunhagem do dinheiro foi adotada no século VII a.C. Além disso, observaremos que na história da civilização de Roma existem elementos que caracterizam vestígios do moderno capitalismo, destacaremos que a contribuição romana para a Teoria do desenvolvimento econômico não foi tão relevante quanto a história da Grécia, que a expansão agrícola foi determinante para alavancar o poderio do Império Romano e que o declínio da prática da agricultura determinou a decadência de Roma e, por fim, teremos a oportunidade de observar que a partir do século VIII nasce o regime feudal. Questão para reflexão • Aristóteles estava correto quando criticou a escravidão e o monopólio do Estado proposto por Platão? • Existem semelhanças sociais do Império Romano com as economias capitalistas do século XXI? 1.1 Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico Desde o ano 4000 até o ano 1000 a.C., as civilizações mais antigas, como Babilônia, China, Assíria, Mesopotâmia, Egito e outras, e os fatos e os fenômenos econômicos não mereceram atenção especial por serem considerados primitivos para a época. A partir da civilização greco-romana, no ano 1000 a. C., de forma
  • 15. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 13 embrionária, foram surgindo estudos sobre riqueza, valor econômico e moeda. Fonte: <https://sites.google.com/site/teociencia/_/rsrc/1468759098769/web-desig/alma/socrateseplatao/plato1a. jpg?height=200&width=150>. Acesso em: 21 fev. 2017. Figura 1.1 | Platão Xenofonte, pensador grego (440-355 a. C.), foi o primeiro a utilizar a expressão economia e econômico em sua obra Os econômicos, que abordava a utilidade e as riquezas econômicas da agricultura. Afirmava também que a riqueza estava intimamente relacionada com as necessidades humanas. Ainda na Grécia, Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384- 322 a.C.) deram suas contribuições. Platão defendia uma ideia de Estado governado por filósofos, aprovava a escravidão, propunha a diminuição das populações, restringia o casamento entre os menos dotados de bens ou fortunas e acreditava que velhos e crianças deficientes eram considerados economicamente inúteis. (GASTALDI, 2005, p. 38)
  • 16. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 14 Aristóteles, em suas análises sobre a sociedade privada, criticava a escravidão e o monopólio do Estado proposto por Platão. Estudou as funções da moeda, como intermediária de trocas em seu estudo sobre a teoria do dinheiro. (GASTALDI, 2005, p. 39) Fonte: <http://ano-zero.com/wp-content/uploads/sites/4/2015/02/Aristotle-6-1160x1195.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017. Figura 1.2 | Aristóteles É importante destacar que o uso da moeda foi inventado no século VII a.C. no Reino da Lídia, localizada na Ásia menor. Na Grécia, as moedas eram cunhadas com imagens de animais e plantas que representavam a Ilha de Egina. Fonte: <https://numismaticabentes.files.wordpress.com/2010/02/6.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017. Figura 1.3 | Moedas da Grécia na Antiguidade 1.2 Civilização grega A civilização grega surgiu aproximadamente por volta no ano 1000 a.C. com elevado conceito de unidade política concebida por seus filósofos. Atenas e Esparta eram as principais cidades.
  • 17. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 15 O declínio da civilização grega começou com os conflitos entre suas cidades-estados. Atenas sucumbiu no ano 404 a. C., Esparta em 371 a. C. e Tebas em 362 a. C. A guerra entre Esparta e Coríntio foi uma luta sangrenta entre a democracia e a oligarquia. (GASTALDI, 2005, p. 39) Restam desta civilização muitos ensinamentos oriundos de seus filósofos: a) O comunismo utópico de Platão. b) A análise sobre a sociedade privada de Aristóteles, contrária à propriedade comunal preconizada por Platão. c) Obras que retratam o apogeu de uma época, caso do Parternon em Atenas. Com a expansão territorial grega, para o leste e o oeste da área mediterrânea, o comércio foi intensificado com as ilhas vizinhas, mas também com a África, Ásia Menor e Itália Ocidental. O Mediterrâneo foi transformado em um mundo grego com a presença de colônias instaladas na região. Aexpansãocolonialdeterminouelevadograudedesenvolvimento, mas também aumentou os custos do governo que foi obrigado a desencadear a criação de impostos e taxas alfandegárias. É importante destacar que neste período, em termos de mão de obra, predominava a escravatura. Fonte: <http://www.historialivre.com/imagens/300_partenon.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017. Figura 1.4 | Partenon em Atenas
  • 18. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 16 1.3 Contribuição romana AcontribuiçãodeRomaparaopensamentoeconômicoocidental não pode ser comparada com a da Grécia, que é considerada até hoje o berço da diversidade cultural (literatura, filosofia, artes, política, entre outros). Os romanos foram grandes estadistas, juristas e construtores de impérios. Durante a Pax Romana, 31 a.C. a 180 de nossa era, Roma teve a expansão do poderio político do Império com base nas atividades agrícolas, porém foi o declínio da agricultura a principal causa da queda do Império Romano. É importante observar que existem grandes semelhanças sociais do Império Romano com as economias do século XXI: a) Grande acumulação de riquezas pessoais com desigualdades sociais. b) Magníficos templos e adornos, que podem ser observados na Figura 1.5, construídos para exaltar o poder e a riqueza que existia na época. c) Utilização da arquitetura para exibir a grandiosidade do Estado. Fonte: <http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2012/11/historia-da-roma-antiga.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017. Figura 1.5 | Coliseu de Roma 1.4 Economia medieval Com a queda do Império Romano, em 476 a.C., teve início um período que se estendeu por mil anos e ficou conhecido na história da humanidade pelo nome de Idade Média.
  • 19. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 17 Foi durante a Idade Média que os povos bárbaros, considerados não civilizados, passaram a ocupar parte do decadente território governado por Roma. Nesse contexto, povos de etnias diferentes (germanos, visigodos e francos) se posicionaram na parte ocidental da Europa, enquanto na parte sul do continente, os povos muçulmanos praticamente fecharam a região do Mediterrâneo. O novo cenário aumentou as necessidades políticas e econômicas e foi decisivo para o nascimento dos futuros Estados da Europa Ocidental. O cristianismo nasceu com a queda de Roma e foi legalizado por um decreto no ano 311. A legalização do decreto deu origem à era cristã e fortaleceu as atividades da Igreja Católica. O cristianismo trouxe um novo conceito de dignidade humana pelo fato de condenar a escravatura e defender a fraternidade entre os homens. A nova realidade desaprovava a acumulação de riquezas e a exploração dos menos afortunados. Tais ensinamentos, na época, foram considerados revolucionários, pois eram totalmente diferentes da doutrina greco-romana que era favorável à escravidão e contrária aos princípios da dignidade do trabalho. Nesse período, a Igreja passou a exercer grande influência civilizadora, disseminando as artes e exaltando as virtudes do saber, tornou-se proprietária de grandes áreas, criou mosteiros que eram utilizados como centros de estudos e provocou o retorno da população para o campo e para a área rural e, consequentemente, o retorno ao trabalho no campo. Muitos entendem que os dez séculos de Idade Média caracterizaram uma fase obscura na história da humanidade. O retorno da economia agrária a partir do século VIII valorizou a posse da terra e deu origem ao regime feudal.
  • 20. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 18 1.5 Características do feudalismo O feudalismo era caracterizado por propriedades, onde os senhores feudais e os trabalhadores viviam diretamente da produção do solo e da terra. Os feudos eram propriedades rurais autossuficientes, porém econômica e politicamente subordinados à autoridade do senhor feudal. É importante destacar que o imperador, embora tivesse a missão de dirigir o Estado, não tinha autonomia para intervir na autoridade dos senhores feudais, considerados, na época, como legítimos donos da terra que possuíam. Fonte: <https://www.resumoescolar.com.br/wp-content/imagens/feudo.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2017. Figura 1.6 | Propriedade feudal Conforme pode ser observado na Figura 1.6, os senhores feudais obtinham as terras, através da concessão do rei, e nelas os camponeses cuidavam da agropecuária. Em troca, recebiam o direito de propriedade de uma gleba de terra para morar e proteção contra ataques de povos considerados bárbaros. As glebas de terra ficavam do lado de fora das muralhas do feudo e o acesso era realizado com a utilização de pontes móveis que eram recolhidas em caso de ataques. 1.6 Importância social e econômica das Cruzadas A história registra que as Cruzadas surgiram no ano de 1096, com o objetivo de romper o domínio islamita na região do Mediterrâneo e provocar a implantação do cristianismo na Palestina e Jerusalém. Não cabe a nós discutir os motivos religiosos que desencadearam o
  • 21. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 19 conflito e sim pontuar as mudanças que ocorreram, 4), a partir dele: a) Ressurgiram as cidades e o modelo agrário da economia feudal que predominou do ano 500 até o ano 1.000 cedeu lugar para a economia urbana. b) As populações que viviam isoladas nos feudos passaram a ter intercâmbio com outros povos da região. c) Surgiram as grandes feiras medievais ao lado dos mosteiros e para a época eram considerados verdadeiros centros comerciais. d) Nasceram regras e leis reguladoras das trocas voltadas para crédito, empréstimos e câmbio. e) Nessa fase, passaram a emergir características do Estado moderno, consideradas pelos historiadores como a gênese do capitalismo, pelo fato da economia de escambo ter sido substituída pela economia monetária. f)AIgrejasefazpresentecomseusprincípiosdejustiçacomutativa, prescrevendo regras para os compradores e vendedores. g) No contexto de justiça comutativa, as mercadorias deveriam ser comercializadas com preços próximos aos custos de produção. h) Os salários de quem contribuía com o setor produtivo deveriam garantir a sobrevivência do trabalhador. i) Os lucros deveriam ser justos, reprimindo excessos. j)Comodesenvolvimentodocomércio,nasceuoincentivopara atividades manufatureiras. Para saber mais Você observou que desde os primórdios da humanidade até o período medieval existiram apenas regimes políticos absolutistas? 1.7 Algumas considerações a)NaIdadeMédia,conhecidacomoperíodomedieval,comaqueda do feudalismo surge um esboço do que seria a economia capitalista.
  • 22. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 20 b) As Cruzadas, conforme pode ser observado na Figura 1.7, romperam o domínio muçulmano no Mediterrâneo e ampliaram as possibilidades dos feudos de comercializarem seu excedente de produção. c) O intercâmbio comercial entre os feudos criou condições para o surgimento de novas cidades e ao mesmo tempo o renascimento da economia urbana. d) A economia monetária substituiu a economia natural do escambo. Fonte: <http://cleofas.com.br/wp-content/uploads/2011/02/cruzadas01.jpg>. Acesso em: 22 fev. 2017. Figura 1.7 | Cruzadas medievais 1.8 Corporações de artes e ofícios As Cruzadas criaram condições para a existência de um intercâmbio comercial mais intenso com a Ásia menor e norte da África. Apesar da expansão comercial, a relação capital x trabalho ainda era confusa, pois o relacionamento entre patrões, mestres e trabalhadores era de extrema fraternidade. Era comum o trabalhador morar na casa do mestre, posteriormente, com um possível casamento se tornar parte da família. Nessecenário,ascorporaçõesdearteseofícioseramsemelhantes às empresas familiares existentes nos dias de hoje. O comércio já era realizado por meio do dinheiro, os empréstimos faziam parte do cotidiano e um sistema rudimentar de contabilização do patrimônio já existia.
  • 23. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 21 1.9 A doutrina canônica A partir dos séculos XI e XII, as atividades econômicas foram significativamente afetadas pela doutrina canônica da Igreja, fruto do escolasticismo (foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades medievais europeias). O pensamento escolástico teve como expoentes maiores as figuras do Santo Tomás de Aquino (1225 - 1274) e Nicolau Oresmo (1320 - 1382). Ambos defenderam a aceitação da filosofia e das ciências gregas e muçulmanas, especialmente a de Aristóteles. Adotaram um método dialético e um raciocínio silogístico (conexão de ideias que desencadeia o raciocínio) para apresentar suas doutrinas, reconciliando a fé com a razão e organizando todos os conhecimentos dentro da Teologia que era a autoridade suprema. (GASTALDI, 2005, p. 46) Na doutrina e filosofia dos escolásticos, é possível identificar a codificação de leis e regras que iriam balizar por muitos séculos as transações comerciais e a atividade econômica dos homens independentemente de religião. São Tomás de Aquino primou por reconciliar o dogma teológico com a condição da vida econômica. A partir da obra dos escolásticos e consequente aplicação na Idade Média, a doutrina econômica, após o século XII, passou a estratificar os princípios que nortearam o moderno capitalismo. Figura 1.8 | São Tomás de Aquino Fonte: <https://goo.gl/jsK6a1>. Acesso em: 23 fev. 2017.
  • 24. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 22 Atividades de aprendizagem 1. Observe as afirmativas a seguir: I- A partir da civilização greco-romana no ano 1000 a.C., de forma embrionária, foram surgindo estudos sobre riqueza, valor econômico e moeda. II- O cristianismo nasceu com a queda de Roma e foi legalizado por um decreto no ano 341. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico. 2. Em suas análises sobre a sociedade privada, criticou a escravidão e o monopólio do Estado. A afirmativa da questão retrata o pensamento de: a) Xenofonte. b) Platão. c) Aristóteles. d) Pitágoras. e) São Tomás de Aquino.
  • 25. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 23 Seção 2 O mercantilismo Introdução à seção Nesta seção, veremos que o enfraquecimento do sentimento religioso criou condições para o nascimento das nações modernas e monarquias absolutas. Constataremos que a fase do mercantilismo ocorreu em decorrência do crescimento do capitalismo comercial. Além disso, estudaremos os grandes descobrimentos, observaremos que o mercantilismo predominou até o início do século XVII, bem como teremos a oportunidade de saber que existiu, concomitantemente, o mercantilismo espanhol, o mercantilismo inglês e o mercantilismo francês e observaremos que o mercantilismo francês, que era industrialista, foi diferente do mercantilismo inglês, predominantemente comercialista. Ainda nessa seção, veremos que, para os fisiocratas, somente a terra ou a natureza representavam um fator econômico produtivo, teremos a oportunidade de observar que François Quesnay foi o fundador da fisiocracia e por muitos é considerado o precursor da economia científica, entenderemos que ele foi o primeiro expoente da escola fisiocrata a considerar os fatos e fenômenos econômicos de modo unitário e que foi médico de profissão, um dos primeiros precursores da economia a se preocupar com a circulação das riquezas. Por fim, entenderemos que fisiocratas viam grandes possibilidades de desenvolvimento econômico se os investimentos fossem realizados nos bens oriundos da natureza. Questão para reflexão • Qual é a relação existente no período do nascimento do capitalismo, entre a acumulação do capital e o surgimento da figura do empresário?
  • 26. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 24 Questão para reflexão • Asmonarquiasconsideradasabsolutastiveramparticipação direta com financiamentos aos grandes descobrimentos? 2.1 A criação das nações modernas e das monarquias absolutas Com a descoberta das terras da América, a estrutura social, econômicaepolíticadoséculoXVIpassouporprofundatransformação. Nesse contexto surgiram novos conceitos comerciais e industriais. O enfraquecimento do sistema religioso abriu espaço para a criação das nações modernas, das monarquias absolutas e proporcionou o início do capitalismo contemporâneo. Foi nesse período que ocorreu a intensificação do crescimento do capitalismo comercial e do capitalismo industrial. Os novos métodos de acumulação do capital desencadeados pelo crescimento do comércio internacional deram origem ao surgimento da figura do empresário, responsável pela criação de novos processos de produção que colocaram as organizações comerciais e industriais como base da atividade econômica. O novo contexto desencadeou a necessidade de dezenas de regulamentos,comoobjetivodedisciplinarasatividadesdaindústriaedo comércio. A doutrina mercantilista que tinha como base o superávit na balança comercial exigia dos países um volume de exportações superior ao volume de importações, tanto no aspecto físico como no monetário. Fonte: <http://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2014/12/Expansao-Maritima.png>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.9 | Embarcação do período mercantilista
  • 27. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 25 Foram as embarcações do período mercantilista e os investimentos das monarquias absolutas os principais responsáveis pelos grandes descobrimentos. O primeiro grande passo para a expansão comercial do período mercantilista foi dado por Cristóvão Colombo que, em 12 de outubro de 1942, descobriu a América. Fonte: <https://historiabatecabeca.files.wordpress.com/2012/10/columbus.jpg?w=300&h=225>. Acesso em: 22 fev. 2017. Figura 1.10 | Embarcação do período mercantilista Colombo acreditava que navegando da Europa sempre para o oeste chegaria ao Oriente. Jamais imaginou que entre os dois extremos encontraria o continente americano. (MOCELLIN, 1987, p. 33) A descoberta da América mudaria o rumo da história dos séculos que estavam por vir e promoveu o desenvolvimento econômico, além do imaginado pelo pessoal da época. O segundo grande passo para a expansão e o desenvolvimento mercantilista, foi dado por Vasco da Gama, que após navegar por toda costa do Atlântica da África, chegou, em 20 de maio de 1498, na cidade de Calicute, nas Índias. Figura 1.11 | Vasco da Gama Fonte: <https://goo.gl/COHFhM>. Acesso em: 22 fev. 2017.
  • 28. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 26 Para saber mais Você sabia que o projeto da viagem consolidado por D. Manuel I, que via no monopólio das rotas marítimas para as Índias a possibilidade de dominar o comércio com o Oriente, foi idealizado pelo seu antecessor D. João II? O terceiro grande passo para a expansão do desenvolvimento mercantilista foi dado em 22 de abril de 1500 com a chegada de Pedro Álvares Cabral no Brasil. Fonte: <http://www.achetudoeregiao.com.br/atr/gifs/cabral_foto.gif>. Acesso em: 22 fev. 2017. Figura 1.12 | Pedro Álvares Cabral 2.2 A concepção do mercantilismo O mercantilismo tem seu nome oriundo da palavra latina mercator (mercador), uma vez que utilizava o superávit comercial como base para os aumentos das riquezas. Na concepção mercantilista, os metais preciosos eram de fundamental importância para a riqueza nacional e os países que possuíam reserva de metais (ouro e prata) eram considerados ricos, e os que não possuíam eram considerados pobres. Nesse contexto, cada país trabalhava o mercantilismo de forma diferente: a) Mercantilismo espanhol via na acumulação de metais a base da sua riqueza e preocupado com evasão de divisas, proibia a exportação de lingotes de ouro.
  • 29. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 27 b) Mercantilismo inglês procurava obter o balanço mercantil favorável com o incentivo das exportações por meio de contratos de importações, com cláusulas obrigando o país vendedor a adquirir algum tipo de produto inglês para equilibrar o sistema. Dessa forma, com as importações, os ingleses seriam obrigados a efetuar o pagamento em ouro e em contrapartida, pela existência das cláusulas nos contratos, com as exportações receberiam a mesma quantia de volta. Em suma, os contratos de importação e exportação caracterizavam o que podemos chamar de operação casada. c) Mercantilismo francês é considerado industrialista pelo fato de estimular a indústria interna por meio de monopólios estatais. Com essa estratégia, a França pretendia, com a venda de produtos industrializados, obter moeda metálica sem necessariamente se desfazer de suas reservas de ouro. Fonte: <https://goo.gl/OSsX0K>. Acesso em: 22 fev. 2017. Figura 1.13 | Lingotes de ouro É importante destacar que a busca desenfreada por metais preciosos no período mercantilista, levou as principais potências europeias a desencadearem um processo de exploração de metais preciosos nas colônias da América do Sul, acima do nível que poderiam suportar. Podemos dizer que o objetivo direto da política econômica mercantilista, no século XVII, era consolidar o Estado nacional, mas, na realidade, conforme podemos observar na Figura 1.14, quem acabou acumulando riquezas foi a burguesia representada pelos comerciantes, que mais tarde seriam os responsáveis pelo nascimento das indústrias e consequentemente do capitalismo. (CÁCERES, 1980, p. 24)
  • 30. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 28 Fonte: <https://image.slidesharecdn.com/burguesiaeproletariado-120517122853-phpapp02/95/ burguesia-e-proletariado-3-728.jpg?cb=1337257883>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.14 | Burguesia mercantilista Fisiocraciasignificagovernodanatureza.Paraosfisiocratas,apenas a terra ou a natureza representavam um fator econômico produtivo. Foi o primeiro sistema científico em economia que substituiu o empirismo dos mercantilistas e representou o individualismo econômico, gerador do liberalismo capitalista. A Escola fisiocrata teve como principal expoente François Quesnay (1694 - 1774), que foi um dos primeiros precursores da economia a se preocupar com a circulação das riquezas. 2.3 Os fisiocratas Fonte: <https://goo.gl/msbVjH>. Acesso em: 18 abr. 2017. Figura 1.15 | François Quesnay
  • 31. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 29 Atividades de aprendizagem 1 Observe as afirmativas a seguir: I- A doutrina mercantilista, que tinha como base o superávit na balança comercial, exigia dos países um volume de exportações superior ao volume de importações, tanto no aspecto físico como no monetário. II- Foram as embarcações do período mercantilista e os investimentos das monarquias absolutas os principais responsáveis pelos grandes descobrimentos. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico. 2 Observe as afirmativas a seguir: I- Na concepção mercantilista, os metais preciosos eram de fundamental importância para a riqueza nacional e os países que possuíam reserva de metais (ouro e prata) eram considerados ricos, e os que não possuíam eram considerados pobres. II- A escola fisiocrata teve como principal expoente Vasco da Gama (1694- 1774), que foi um dos primeiros precursores da economia a se preocupar com a circulação das riquezas. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 32. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 30 Seção 3 A escola liberal Introdução à seção Nesta seção, veremos que a Revolução Industrial é considerada, na história, como o período revolucionário dos processos de produção, saberemos que a base dela foi a transição de métodos de produção artesanal para a produção com a utilização de máquinas e que modificou a relação capital x trabalho e observaremos que o avanço da revolução provocou o êxodo rural e deslocou de forma desordenada os camponeses da zona rural para os grandes centros urbanos. Além disso, teremos a oportunidade de saber que com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para empresas maiores que as de manufatura e corporações de ofícios existentes na época, que a produçãodeprodutosmanufaturadosaumentoudeformaexponencial e entenderemos que o fato da revolução ter existido desencadeou o início da Teoria do pensamento econômico liberal. Ainda nessa seção, veremos que o pensamento liberal tem Adam Smith como grande precursor, teremos a oportunidade de observar que a Teoria clássica liberal não aceitava a intervenção do governo nos assuntos econômicos, que a base do pensamento de liberal de Adam Smith se tornou popularmente conhecida com a publicação da obra A riqueza das nações e teremos a oportunidade de constatar que, após a divulgação dessa obra, a economia passou a ser estudada de forma individual, deixando de ser objeto de estudo da Filosofia e da ética. Para finalizarmos, constataremos que a visão de Adam Smith era totalmente voltada para a livre iniciativa, bem como abordaremos a importância das leis de mercado (oferta e procura) e narraremos os fatos de maior relevância do liberalismo econômico.
  • 33. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 31 Para saber mais • É correto afirmar que a Revolução Industrial alterou o curso mundial dos transportes, comunicação, produção e agricultura? • Podemos afirmar que o livro A Riqueza das Nações escrito por Adam Smith é um tratado abrangente sobre as questões econômicas que vão desde as leis de mercado, aspectos monetários, até a distribuição do rendimento da terra? No período entre 1760 e 1840, novos métodos de produção foram inseridos no contexto produtivo, a ponto de alavancar a produção de um nível considerado mediano para um patamar considerado revolucionário. Nesse contexto, surgiram máquinas que iriam modificar o cotidiano dos habitantes do campo e da população dos grandes centros urbanos. A energia a vapor que era utilizada no período mercantilista nas locomotivas e nas embarcações fluviais migrou para as máquinas, elevando de maneira significativa a produção no campo, com o descaroçador de algodão, e nas cidades, com as linhas de montagem. 3.1 A Revolução Industrial Fonte: <http://img.aws.ehowcdn.com/intl-620/ds-photo/getty/article/110/36/92844181.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.16 | Descaroçador de algodão
  • 34. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 32 A presença do maquinário no campo foi aos poucos provocando desemprego na área rural, em contrapartida, o surgimento de novas fábricas no perímetro urbano abriu espaço para que a mão de obra descartada em um setor pudesse migrar para outro. Fonte: <http://img.aws.ehowcdn.com/intl-620/ds-photo/getty/article/81/231/92846092.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.17 | Linha de montagem A Revolução Industrial alterou o curso mundial dos transportes, comunicação, produção e agricultura. Podemos afirmar que o crescimento rápido e as mudanças que ocorreram na época foram impulsionados por incontáveis invenções. 3.2 Invenções que revolucionaram o desenvolvimento econômico de uma época Fonte: <https://museudecacule.files.wordpress.com/2016/05/telegrafo.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.18 | Telégrafo
  • 35. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 33 O telégrafo para a época foi de fundamental importância para a realização da comunicação de longa distância. Seria nos dias de hoje, algo parecido com o e-mail ou até mesmo a internet. Foi espetacular no processo de alavancagem do desenvolvimento socioeconômico. Fonte: <http://img.aws.ehowcdn.com/intl-620/ds-photo/getty/article/3/42/AA009677.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.19 | Telégrafo "Sr. Watson, venha aqui, eu quero vê-lo" é uma das mais famosas frases da Revolução Industrial e assinalou uma nova era nas comunicações. Alexander Graham Bell é creditado por ter inventando o telefone, em 1876. O desemprego provocado pela automação no campo deslocou parte da população rural de muitos países da Europa para a região considerada urbana, que não estava preparada para receber tamanho contingente populacional. O que no início foi um grande problema, transformou-se no grande desafio para o desenvolvimento da administração pública. Conceitos de infraestrutura em geral tiveram que ser revistos. 3.3 Êxodo rural Fonte: <http://kids.pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2016/11/pplware_motor_combustao.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.20 | Motor de combustão interna
  • 36. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 34 O motor de combustão interna, que pode ser visto na Figura 1.20, revolucionou o sistema de transportes e também o setor industrial, pois foi utilizado com sucesso nos veículos automotores e também para impulsionar máquinas que antes de seu aparecimento eram movidas a vapor. O termo revolução não surgiu por acaso. As invenções do período da Revolução Industrial modificaram totalmente a visão de mundo. A invenção do processo de transformar ferro em aço e, principalmente, o descobrimento da energia elétrica deram uma nova roupagem ao mundo que ficou bem diferente em um espaço de tempo de aproximadamente um século (1776 a 1876). Fonte: <https://historiandonanet07.files.wordpress.com/2015/09/revolucao-industrial-20040711a.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.21 | Cidade industrial com suas chaminés 3.4 Adam Smith (1723 - 1790) É considerado o pai do liberalismo econômico e autor da obra A riqueza das nações, na qual procurou demonstrar que a riqueza dos países tinha relação direta com os indivíduos, que movidos exclusivamente pelos seus próprios interesses poderiam promover o desenvolvimento econômico e a inovação tecnológica. O livro é um tratado abrangente sobre as questões econômicas que vão desde as leis de mercado (oferta e procura), aspectos monetários, até a distribuição do rendimento da terra. (LEITE, 2007, p. 3)
  • 37. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 35 Fonte: <http://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2015/01/adam-smith.jpg>. Acesso em: 24 fev. 2017. Figura 1.22 | Adam Smith Adam Smith era contra a intervenção do Estado na economia, pois acreditava que os governos outorgavam privilégios a uma minoria em detrimento dos interesses da maioria. Em seu livro A riqueza das nações, destacou que, durante a Revolução Industrial, os países que se industrializaram de forma mais rápida obtiveram resultados comerciais superiores aos países que trabalharem com processo produtivo de maneira mais lenta. Com essa observação, acreditava que a base das riquezas das nações estava diretamente relacionada com o processo industrial e, nesse contexto, afirmava que um país apenas seria rico se fosse industrializado. 4), Smith se fundamentou em algumas compreensões para criar os conceitos da Teoria liberal: a) Acreditava que apenas as leis de mercado, consideradas por ele como mão invisível, seriam capazes de orientar todos os agentes econômicos sem a necessidade da atuação do Estado. b) Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa (Laissez- faire), e considerava que a causa da riqueza das nações, além da criação de indústrias, tinha como base o valor do trabalho humano. c) Aceitava naturalmente a ampliação dos mercados e a via como fator determinante para o desenvolvimento econômico. d) Tinha convicção de que o papel do Estado na economia, deveria se restringir apenas às necessidades do bem social (saúde, segurança e educação).
  • 38. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 36 e) Acreditava que a defesa do mercado, como regulador das decisões econômicas de uma nação, traria muitos benefícios para a coletividade independentemente da ação do Estado. f) Os fatores decisivos para o aumento da produção estavam na divisão do trabalho e para que isso pudesse ocorrer com eficiência, os trabalhadores deveriam ser especializados em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invenção de novas máquinas e processos de produção. g) Com essa nova concepção, acreditava que o desenvolvimento econômicoapenaspoderiaocorrercomadivisãodotrabalhoestimulada pela troca em um contexto de ampliação de mercados. Dessa forma, para que a riqueza pudesse ser incrementada, seria necessário ampliar os mercados com a atuação única e exclusiva da iniciativa privada. h) A ideia central do autor relatada no livro A riqueza das nações é de que os mercados considerados caóticos, na realidade, eram possíveis de serem organizados e para isso ocorrer com perfeição bastaria apenas a não intervenção do governo nos assuntos econômicos. Fonte:<https://sebodomessias.com.br/imagens/ produtos/1/18502_377.jpg>.Acessoem:25fev.2017. Figura 1.23 | Livro A riqueza das nações, publicado no Brasil Existe consenso de que a Teoria econômica, de forma sistematizada, teve seu início com a publicação da obra de Adam Smith, em 1776. Antesdoautor,aatividade econômica era estudada e tratada como parte integrante da Filosofia social, da moral e da ética. Somente após a sua obra, teve início um estudo sistemático de tudo o que existe em quantidades limitadas na face da terra. (LEITE, 2007 p. 3)
  • 39. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 37 Você sabia que Adam Smith era escocês e trabalhou na alfândega da Escócia? Para saber mais A partir do momento que a economia passou a ser estudada de formaindividualetratadacomociência,pelaexistênciademetodologia, o arcabouço teórico precisou do suporte de vários personagens que estudaram o trabalho de Adam Smith. O somatório das obras de vários autores que escreveram após o falecimento de Adam Smith deu origem ao que é conhecido até os dias de hoje como a Escola do pensamento liberal. Atividades de aprendizagem 1 Observe as afirmativas a seguir: I- O desemprego provocado pela automação no campo deslocou parte da população rural de muitos países da Europa para a região considerada urbana, que não estava preparada para receber tamanho contingente populacional. II- O motor de combustão interna revolucionou o sistema de transportes e também o setor industrial, pois foi utilizado com sucesso nos veículos automotores e também para impulsionar máquinas que antes de seu aparecimento eram movidas a vapor. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico. 2 Observe as afirmativas a seguir: I- Para Smith, os fatores decisivos para o aumento da produção estavam na divisão do trabalho e, para que isso pudesse ocorrer com eficiência, os trabalhadores deveriam ser especializados em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invenção de novas máquinas e processos de produção.
  • 40. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 38 II- A ideia central de Smith relatada no livro A riqueza das nações é de que os mercados considerados caóticos, na realidade, eram impossíveis de serem organizados. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico.
  • 41. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 39 Seção 4 Consolidação do liberalismo econômico Introdução à seção Nesta seção, veremos que o arcabouço teórico da Escola liberal foi complementado pelos sucessores de Adam Smith, que a base do pensamentoliberalcontoucomacolaboraçãodeDavidRicardo,veremos que o dogma “a oferta é responsável pela criação da demanda”, criado por Jean Baptiste Say, foi a base do pensamento liberal por quase meio século e observaremos a importância do trabalho de John Stuart Mill. Além disso, teremos a oportunidade de saber qual era a grande preocupação de Thomas Malthus com o destino da humanidade, observaremosacontribuiçãodeJohannHeinrichvonThüneneotrabalho de Anne Robert Jacques Turgot e teremos a oportunidade de observar que a perseguição dos protestantes pela Igreja católica no século XVIII, deslocou parte da população da Europa, detentora do conhecimento da Revolução Industrial para os Estados Unidos. Ainda nessa seção, observaremos a coincidência da Independência dos Estados Unidos ter ocorrido no mesmo ano em que foi lançado o livro A riqueza das nações, de Adam Smith, teremos a oportunidade de observar a maneira como a Revolução Industrial foi introduzida na América do Norte. Constataremos que sem a ocorrência da Inquisição a Revolução Industrial não teria chegado tão depressa aos Estados Unidos, bem como abordaremos a introdução da Revolução Industrial no norte dos Estados Unidos e finalizaremos narrando os fatos de maior relevância da consolidação do liberalismo econômico. Para saber mais • Thomas Malthus estava correto ao afirmar que um dos males da sociedade esta no excesso populacional?
  • 42. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 40 Questão para reflexão • John Stuat Mill foi na realidade o personagem que consolidou o pensamento econômico liberal de Smith? A partir do momento em que a economia passou a ser estudada de forma individual, em razão do valioso trabalho de Adam Smith, o arcabouço teórico da Teoria do liberalismo econômico precisava ser complementado e alguns expoentes da Escola liberal deram suas contribuições. 4.1 Precursores do pensamento liberal Fonte: <https://goo.gl/j29BdG>. Acesso em: 18 abr. 2017. Figura 1.24 | Jean Baptiste Say (1768 - 1873) Jean Baptiste Say, economista francês, ampliou a obra de Smith, observando que os novos mercados precisavam de muitos produtos que as manufaturas e corporações de ofício da época não conseguiam ofertar. A Revolução Industrial estava em seu período inicial, em virtude da não existência da energia elétrica e a matriz energética da época estava apoiada na presença do carvão mineral e maquinário movido a vapor.
  • 43. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 41 Fonte: <http://www.harnish.org.uk/david_ricardo.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 1.25 | David Ricardo (1772 - 1823) David Ricardo é outro expoente do período clássico da economia. Partindo das ideias de Smith, desenvolveu alguns modelos econômicos com grande potencial analítico e analisou, entre outras coisas, o comércio entre as nações e quais deveriam ser os produtos comercializados por elas. Observando essa realidade, Jean Baptiste Say fez uma afirmação que norteou os estudos econômicos por quase meio século, “A oferta é a grande responsável pela criação da procura” (VASCONCELLOS, 2013, p. 17). Esse estudo ficou conhecido pelo termo vantagens comparativas. Segundo Ricardo essa teoria demonstrava que duas nações poderiam se beneficiar mutuamente do livre comércio produzindo e ofertando produtos que exigissem menor esforço produtivo de cada uma. (LEITE, 2007, p. 4) Como exemplo podemos afirmar que o Brasil tem vantagem comparativa em relação ao Iraque no agronegócio e o Iraque tem vantagem comparativa em relação ao Brasil em se tratando de extração do petróleo. O grande problema do beneficiamento mútuo está relacionado comopreçodosprodutosqueirãofazerpartedapautadeimportação. Atualmente, a relação comercial entre Brasil e Argentina obedece aos
  • 44. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 42 princípios propostos por David Ricardo. O Brasil exporta automóveis e eletrodomésticos pelo fato de possuir um parque industrial específico para a fabricação desses produtos e importa trigo, pelo fato da Argentina possuir clima adequado para esse tipo de cultura. Fonte: <https://phantichkinhte123.files.wordpress.com/2015/04/turgot.jpg >. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 1.26 | Anne Robert Jacques Turgot (1727 - 1781) Defendeu o livre comércio e interdependência entre diferentes classes socioeconômicas e foi ministro geral das finanças do rei Luiz XVI na França em 1774. (VASCONCELLOS, 2013, p. 18) Fonte: <https://goo.gl/C0rKiQ>. Acesso em: 18 abr. 2017. Figura 1.27 | Thomas Malthus (1766 - 1834)
  • 45. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 43 Para Malthus a causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional, ele observou que a população crescia em progressão geométrica e os alimentos em progressão aritmética. Seguindo a lógica, a produção de alimentos seria inferior ao número de habitantes. (VASCONCELLOS, 2013, p. 18) Fonte: <https://goo.gl/eA0U6c>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 1.28 | Johann Heinrich von Thunen (1783 - 1850) Foi autor da Teoria da localização. Thunen defendia a tese de que os produtos considerados perecíveis deveriam ficar o mais próximo possível dos centros de consumo. Dessa maneira, poderiam chegar aos grandes centros urbanos com menor custo de transporte e com boa qualidade, eliminando a possibilidade de desperdício. Essa abordagem inspirou vários gestores do planejamento logístico de transportes e produtores de produtos perecíveis em geral. (LEITE, 2007, p. 4) Fonte: <https://goo.gl/s86WRf>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 1.29 | John Stuart Mill (1806 - 1873)
  • 46. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 44 John Stuart Mill foi o sintetizador do pensamento clássico e solidificou o trabalho exposto por seus antecessores. Ele praticamente foi o consolidador do pensamento econômico liberal. (VASCONCELLOS, 2013, p. 18) No século XVII ocorreram perseguições da Igreja Anglicana (religião cristã da Inglaterra) contra os protestantes. Para fugir dos conflitos, grande parte da população optou por deixar o continente europeu em busca de oportunidades nos Estados Unidos. O processo de migração e consequente chegada dos protestantes no novo continente deslocou parte da tecnologia da Revolução Industrial europeia para a América do Norte. A chegada dos imigrantes europeus modificou a estrutura socioeconômica dos Estados Unidos com a implantação de indústrias no norte do país. Nesse contexto, a Revolução Industrial deixou de ser um fato exclusivo dos países europeus e alavancou o desenvolvimento da economia norte-americana. 4.2 Migração europeia para os Estados Unidos Fonte: <https://geografiam.files.wordpress.com/2015/01/011-lincoln_gettysburgaddress.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 1.30 | Abraham Lincoln Durante o governo do presidente Abraham Lincoln, o desequilíbrio econômico dos estados do norte (industrializados) com os estados do sul (essencialmente agrícolas), desencadearam um conflito armado conhecido como Guerra da Secessão (1861 -1865).
  • 47. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 45 A guerra unificou o país, deslocou a tecnologia da Revolução Industrial para o sul e transformou os Estados Unidos em uma grande potência capitalista. Para saber mais Você sabia que um dos argumentos de Lincoln, para desencadear a Guerra da Secessão foi a libertação dos escravos nos estados do sul do país? a) Fim da intervenção do Estado nos assuntos econômicos. b) A defesa da livre iniciativa. c) Defesa da livre concorrência. d) Surgimento da divisão do trabalho. e) O nascimento do capitalismo. 4.3 Fatos de maior relevância do liberalismo econômico Atividades de aprendizagem 1 Observe as afirmativas a seguir: I- Jean Baptiste Say fez uma afirmação que norteou os estudos econômicos por quase meio século, “A oferta é a grande responsável pela criação da procura”. Essa afirmação ficou conhecida pelo termo “A Lei de Say”. II- Para Malthus, a causa de todos os males da sociedade residia no excesso populacional. Observou que a população crescia em progressão geométrica e os alimentos em progressão aritmética. Seguindo lógica, a produção de alimentos seria inferior ao número de habitantes. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico.
  • 48. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 46 2 Observe as afirmativas a seguir: I- Johann Heinrich von Thunen defendia a tese de que os produtos considerados perecíveis deveriam ficar o mais próximo possível dos centros de consumo. Dessa maneira, poderiam chegar aos grandes centros urbanos com menor custo de transporte e com boa qualidade, eliminando a possibilidade de desperdício. Essa abordagem inspirou vários gestores do planejamento logístico de transportes e produtores de produtos perecíveis em geral. II- John Stuart Mill defendeu o livre comércio e a interdependência entre diferentes classes socioeconômicas e foi ministro geral das finanças do rei Luiz XVI na França em 1774. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico. Fique ligado Durante todo período medieval os governos eram autocráticos e as atividades econômicas se comparadas com os dias de hoje, eram desenvolvidas de forma rudimentar. Com base nessa afirmação, faça uma reflexão sobre a importância do surgimento do Mercantilismo e da Revolução Industrial com relação à importância que esses dois períodos tiveram para a teoria do desenvolvimento econômico. Para concluir o estudo da unidade Espero que você tenha observado nessa unidade, a extensão do período em que os seres humanos, viveram distantes do que podemos chamar de mundo civilizado. A estrutura socioeconômica que conhecemos nos dias de hoje, apesar da existência das desigualdades sociais, começou a tomar forma com a introdução do capitalismo que surgiu em decorrência do nascimento da Revolução Industrial e ao mesmo tempo com a contribuição de expoentes da economia, como Adam Smith, David Ricardo e outros. Posso afirmar que o século XVIII, foi o período das grandes mudanças e que sem as
  • 49. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 47 mesmas, a economia do século XXI, não estaria no estágio em que se encontra. Atividades de aprendizagem da unidade 1- Observe as afirmativas da questão: I - Platão defendia uma ideia de Estado governado por filósofos, aprovava a escravidão, propunha a diminuição das populações, restringia o casamento entre os menos dotados de bens ou fortunas e acreditava que velhos e crianças deficientes eram considerados economicamente inúteis. II - Aristóteles em suas análises sobre a sociedade privada criticava a escravidão e o monopólio do Estado, proposto por Platão. Estudou as funções da moeda, como intermediária de trocas em seu estudo sobre a teoria do dinheiro. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta. d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta. e)AsalternativasnãotêmrelaçãocomaTeoriadodesenvolvimentoeconômico. 2- Observe as afirmativas da questão: I - O feudalismo era caracterizado por propriedades, onde os senhores feudais e os trabalhadores viviam diretamente da produção do solo e da terra. II - Os feudos eram propriedades rurais autossuficientes, porém econômica e politicamente, subordinados a autoridade do senhor feudal. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta. d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 50. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 48 3- Observe as afirmativas da questão: I - O Cristianismo nasceu com a queda de Roma e foi legalizado por um decreto no ano 811. II - A legalização do decreto do ano 811 deu origem à era Cristã e fortaleceu as atividades da Igreja Católica. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta. d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico. 4- Observe as afirmativas da questão: I - Colombo acreditava que navegando da Europa sempre para o Oeste chegaria ao Oriente. Jamais imaginou que entre os dois extremos encontraria o continente americano. II - O segundo grande passo para a expansão e desenvolvimento mercantilista, foi dado por Pedro Álvares Cabral, que após navegar por toda costa do Atlântica da África, chegou em 20 de maio de 1948, na cidade de Calecute, nas Índias. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta. d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 51. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 49 5- Observe as afirmativas da questão: I - Para os fisiocratas apenas a terra ou a natureza, representavam um fator econômico produtivo. II - A escola fisiocrata teve como principal expoente Adam Smith, que foi um dos primeiros precursores da economia a se preocupar com a circulação das riquezas. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está incorreta. d) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está correta. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 52. U1 - Contribuições da civilização greco-romana para a Teoria do pensamento econômico 50 Referências CÁCERES, F. História da América. São Paulo: Moderna, 1980. LEITE, A. C. Educaçãosemfronteiras. Campo Grande: UNIDERP, 2007. MOCELLIN,R.Históriacríticadanaçãobrasileira.SãoPaulo:DoBrasil,1987. VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2003.
  • 53. Unidade 2 Desenvolvimento na concepção marxista Nesta unidade abordaremos o desenvolvimento econômico na concepção marxista. Objetivos de aprendizagem Nessa seção serão abordados o materialismo dialético marxista, a maneira como Marx definiu a Revolução Industrial, a interpretação dele sobre a relação capital x trabalho, o significado do termo “mais valia”, críticas ao Laissez-Faire de Adam Smith e O Manifesto Comunista. Seção 1 | Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx Nessa seção será abordada a maneira como Marx definia o capitalismo, a forma como os socialistas e capitalistas definiam a distribuição da renda e a obra O capital, escrita em 1867. Seção 2 | Abordagem marxista com relação ao capitalismo Nessa seção será abordada a diferença entre os conceitos de socialismo e de comunismo, conceitos básicos de desenvolvimento apoiados no modelo de economia planificada. Seção 3 | O socialismo e o comunismo Nessa seção será abordada a maneira como os teóricos interpretaram os trabalhos de Engels e Marx, a partir da Revolução Russa de 1917, a base da ideologia de Lênin e a base do governo de Stalin. Seção 4 | O marxismo depois de Marx Ademir Cavalheiro Leite
  • 54.
  • 55. Introdução à unidade Nesta unidade de ensino será observada a maneira como o desenvolvimento econômico era visto na visão de Karl Marx e seus seguidores. Nossa abordagem obedecerá à ordem cronológica do tempo, dentro da sequência em que os fatos históricos do período aconteceram e está dividida em quatro seções.
  • 56. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 54 Seção 1 Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx Introdução à seção Nesta seção estudaremos a diferença que existe entre materialismo dialético e o materialismo histórico. Observaremos as características do materialismo marxista. Faremos uma análise sobre a abordagem de Marx com relação à infraestrutura e superestrutura e abordaremos também o conceito de fetichismo. Destacaremos a maneira como Marx definiu a Revolução Industrial. ObservaremosainterpretaçãodeMarxsobrearelaçãocapitalxtrabalho. Abordaremos as diferenças que existem entre os conceitos de mais-valia e mais- valia absoluta. Faremos uma análise sobre as críticas de Marx ao Laissez-Faire de Adam Smith. Analisaremos o desemprego e a ideologia de lutas de classe na visão marxista. Finalizaremos a seção, observando a maneira como Marx via o liberalismo econômico. Questão para reflexão • O que Marx pretendia dizer, quando afirmou que a divisão do trabalho limitou a capacidade criativa do homem? • Marx estava correto ao afirmar que a propriedade privada dos meios de produção enriquecia os detentores do capital?
  • 57. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 55 Karl Marx nasceu no ano de 1818, quando a Revolução Industrial estava em andamento e o pensamento econômico liberal praticamente consolidado. Nesse contexto, observou a realidade socioeconômica do século XIX, as imperfeições que o moderno modelo de produção apresentava e diagnosticou que a tecnologia utilizada não estava trazendo aos trabalhadores os benefícios que Adam Smith preconizava. Marx observou que a divisão do trabalho limitou a capacidade produtiva do homem. O artesão que tinha perfeita noção do início, meio e fim do produto que iria produzir, foi substituído por operários condicionados a trabalhar em um sistema de produção em que tudo era dividido em partes, e nesse cenário perdeu a visão do todo. 1.1 Abordagem da Revolução Industrial na visão de Marx Não podemos esquecer que Marx era filósofo e, para ele, era o homem que deveria ser senhor soberano de tudo que produzia, porém de forma dicotômica, a partir da Revolução Industrial, passou a ser refém das máquinas. Marx via nesse processo o que em Filosofia é conhecido pelo termo fetiche, ou feitiço. (ARANHA, 1986, p. 277) A beleza que Smith via no processo produtivo estava limitando a criatividade do homem, a ponto de reduzir sua capacidade de raciocínio, transformando-o em algo parecido com a extensão da máquina. Foi observado também, que a tecnologia inserida no contexto produtivo aumentou a capacidade de produção das fábricas, mas não elevou, na mesma proporção, o valor da remuneração dos empregados. Com base nessa realidade, Marx criou dois conceitos que aparecem no primeiro livro da obra “O capital” escrito por ele em 1867: a) Mais-valia relativa: a maior parte do lucro do que é produzido fica para o patrão. b)Mais-valiaabsoluta:partedovalordaforçadetrabalhoexcedente que gera receita, porém, da mesma forma que no mais valia relativa, o excedente não é remunerado pelo patrão.
  • 58. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 56 Para Marx, em sua obra escrita no ano de 1867, o operário das fábricas se distingue dos escravos e dos servos do período medieval, apenas pelo fato de receber um salário, oriundo de um contrato de trabalho, aceito livremente entre as partes. No mesmo livro, afirmou que o Laissez-Faire de Adam Smith estava ultrapassado, pois o equilíbrio proposto na lei da oferta e da procura estava sendo substituído pela postura autocrática dos detentores do capital. O materialismo marxista, que é dialético (pelo fato de pregar o raciocínio), está fundamentado em uma causalidade linear que simplifica a ação da matéria sobre o espírito, não permitindo ao homem nenhuma possibilidade de liberdade. Marx acreditava que o modo de produção capitalista cerceava a liberdade humana. Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/87/Karl_Marx.png/220px-Karl_ Marx.png>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.1 | Karl Heinrich Marx (1818 - 1883) Na visão de Marx, a infraestrutura é a estrutura material da sociedade, ou seja, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida. Por outro lado, considerava a estrutura política, a religião e o Estado de direito, como superestrutura.
  • 59. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 57 Na visão marxista, é a infraestrutura que determina a superestrutura. Com base nesse conceito, afirmou que com a estagnação da infraestrutura, que gera riquezas, a superestrutura não teria como se sustentar, pois a superestrutura não produz nada, apenas arrecada tributos. (ARANHA, 1986, p. 273) 1.2 As condições de trabalho na Revolução Industrial Apesar da presença das máquinas na estrutura produtiva, Marx relatou em sua obra O capital, escrita no século XIX, que as fábricas eram precárias pelo fato da maioria delas apresentarem: a) Sistema de iluminação e ventilação deficientes. b) Não possuía equipamentos de segurança. c) Muitos operários se acidentavam e contraíam doenças graves. d) Pouco espaço para a movimentação de pessoas e materiais. e) Jornadas ininterruptas e longas (16 horas diárias), que levavam o trabalhador a ser operacional até o limite das forças. f) Preferência de mão de obra mais barata, como as mulheres, crianças e rapazes abaixo dos 18 anos de idade, o que levava ao desemprego dos homens adultos. Fonte:<https://assets.papodehomem.com.br/2016/01/08/17/25/45/3f8da683-6a26-4efd-8716-8257d428212a/lewis- hine-child-labor-a-heavy-load-1909.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.2 | O trabalho nas fábricas
  • 60. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 58 A população que migrou do campo para as cidades aumentou a quantidade de mão de obra ociosa nos grandes centros urbanos, fato este que desencadeou queda nos salários. Ao mesmo tempo, as indústrias que estavam em crescente expansão, passaram a priorizar a contratação de mulheres e crianças, objetivando o pagamento de mão de obra mais barata. Nesse contexto, um grande contingente de homens, considerado mão de obra mais cara, ficou sem emprego. O excedente da força de trabalho provocou desemprego em massa da população masculina e desencadeou o surgimento de um sentimento de ódio contra o capitalismo. Nesse contexto, surge uma corrente de ideias voltadas para o surgimento de ideais revolucionários como pode ser observado na Figura 2.3 com o objetivo de beneficiar o proletariado. (GASTALDI, 2005, p. 54) Fonte: <https://goo.gl/uyK6YG>. Acesso em: 18 abr. 2017. Figura 2.3 | Uso da força contra população masculina de desempregados Para saber mais Você sabia que proletário significa pessoas que não têm nada, além da força de trabalho que vendem para sobreviver? 1.3 A maneira como Marx observou a Revolução Industrial Observando a evolução do liberalismo econômico, Marx começou a se incomodar com a propriedade privada dos meios de produção que, segundo ele, enriquecia os detentores do capital, em detrimento da classe trabalhadora.
  • 61. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 59 Marx imaginava que o surgimento da ideologia revolucionária poderia desencadear destruição da infraestrutura e, nesse contexto, a superestrutura que, para ele, era o Estado, poderia não se sustentar. Analisava o contexto da liberdade de trocas e não acreditava na igualdade, pelo fato de não existir homogeneidade de classes sociais. Ele via no diálogo existente entre pessoas com ideologias diferentes, a possibilidade do surgimento do pensamento dialético. Por esse motivo, Marx sempre procurou elaborar seus principais trabalhos em parceria com outros filósofos, com destaque para o inseparável amigo Frederick Engels. Fonte: <http://trisagionseraph.tripod.com/JPGs/engels.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.4 | Friedrich Engels (1820 -1895) Karl Marx não aprovava a postura da maioria dos filósofos, pois achava que eles perdiam tempo com a preocupação de interpretar o mundo. Acreditava que além da preocupação com a interpretação, o mais importante era tentar modificar o mundo. Em 1948, após observar o comportamento de um proletariado que ele considerava explorado pelo surgimento do capitalismo, escreveu, junto com Frederick Engels, um pequeno tabloide, com linguagem de fácil entendimento, voltado para o proletariado que, segundo ele, era vítima do sistema. Esse pequeno jornal recebeu o nome de O Manifesto Comunista.
  • 62. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 60 Fonte: <http://68.media.tumblr.com/5f5fc95eed3fe4b6ce3179a3f7009bc8/tumblr_inline_njhklz6UZu1sqdy9g.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.5 | O Manifesto Comunista O primeiro capítulo de O Manifesto Comunista começa com a seguinte frase: “A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história da luta de classes”. Atividades de aprendizagem 1 Observe as afirmativas a seguir: I- Karl Marx nasceu no ano de 1818, quando a Revolução Industrial estava em andamento e o pensamento econômico liberal praticamente consolidado. II- Na visão de Marx, a infraestrutura é a estrutura material da sociedade, ou seja, sua base econômica, que consiste nas formas pelas quais os homens produzem os bens necessários à sua vida. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 63. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 61 2 Observe as afirmativas a seguir: I- A população excedente do campo aumentou o contingente do proletariado nos grandes centros urbanos, fato que diminuiu a quantidade da força de trabalho. II- O excedente da força de trabalho provocou desemprego em massa da população feminina e desencadeou o surgimento de um sentimento de ódio contra o capitalismo. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 64. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 62 Seção 2 Abordagem marxista com relação ao capitalismo Introdução à seção Questão para reflexão • Com base na afirmação de Marx de que o capitalismo estava estruturado na dominação econômica do homem pelo próprio homem, podemos imaginar que um país poderia dominar o outro através da força de sua economia? • O que foi supercapitalismo na visão de Marx? Nesta seção, veremos a maneira como Marx via o capitalismo, saberemos que os adversários do liberalismo criticaram de forma ferrenha o Laissez-Faire de Adam Smith e que os detentores do capital objetivavam o desenvolvimento de práticas que visavam ao aumento dos lucros e observaremos que a busca exagerada pelo lucro ficou conhecida pelo termo de supercapitalismo. Além disso, destacaremos que o supercapitalismo causou o desespero na classe trabalhadora, discutiremos a maneira como o liberalismo predominou sobre o racionalismo econômico, teremos a oportunidade de observar que a ânsia pelo lucro dissociou o capital do trabalho e destacaremos que a dissociação da relação capital x trabalho colocou a maior parte do proletariado em situação de miséria. Por fim, faremos uma análise apurada sobre as desigualdades entre as categorias econômicas, abordaremos a solicitação dos socialistas por uma nova ordem social mais justa, estudaremos os motivos que levaram Marx e Engels a escreverem a obra O capital, bem como analisaremos a forma como os socialistas e capitalistas definiriam a concentração da renda e finalizaremos a seção com a frase de Marx, dizendo que o capitalismo tem potencial para autodestruição.
  • 65. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 63 2.1 Marx e o capitalismo Karl Marx, além de ser filósofo, era economista e quando observou a sociedade capitalista direcionou sua atenção para os meios de produção e a maneira como era realizada a divisão do trabalho. Ele observou que a forma de remuneração foi ficando cada vez mais desigual e ousou afirmar que o capitalismo nada mais era que a dominação econômica do homem pelo próprio homem. Fonte: <https://goo.gl/QldZ3y>. Acesso em: 18 abr. 2017. Figura 2.6 | Remuneração do sistema capitalista do século XIX Podemos afirmar que a dominação econômica do homem pelo próprio homem poderia ocorrer dentro do país, da mesma forma que também poderia ocorrer entre as nações. Neste contexto, os países ricos dominariam, através da economia, os países mais pobres. (LEITE, 2007, p. 4) As desigualdades na distribuição da renda e a presença cada vez mais acentuada da mais valia, aumentaram de forma significativa o número de adversários do liberalismo que passaram a criticar de maneira ferrenha o Laissez-Faire de Adam Smith. 2.2 A fase do supercapitalismo Durante o período em que predominou o liberalismo econômico, o capital passou a buscar o lucro de forma cada vez
  • 66. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 64 mais intensa, a ponto dos historiadores classificarem esse período de supercapitalismo. A Figura 2.7 mostra de forma clara o clima tenso que o supercapitalismo provocou na classe trabalhadora. Fonte: <https://goo.gl/wf9iVg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.7 | Supercapitalismo A busca desenfreada pelo lucro causou na sociedade um sentimento de ódio contra o capitalismo da época, considerado absorvente e escravizador. Esse sentimento desencadeou uma corrente de ideias com o objetivo de colocar um ponto final na doutrina capitalista. (GASTALDI, 2005, p. 55) 2.3 O racionalismo econômico Com o passar do tempo, o sistema produtivo moderno passou a ser orientado por planos preestabelecidos, fundamentados em cálculos e escriturações, além de portentosa soma de dinheiro. Esse modelo de gestão ficou conhecido pelo termo racionalismo econômico. O racionalismo econômico do século XIX, junto com o egoísmo capitalista e a ânsia incontida de lucros, conforme podemos observar na Figura 2.3, desassociou o capital do trabalho, colocando as classes trabalhadoras em uma situação de miséria. Nesse contexto ocorreu o aumento das desigualdades sociais. (GASTALDI, 2005 p. 59)
  • 67. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 65 Fonte: <http://www.sindimarmore.com.br/wp-content/uploads/2014/08/2-Capital-versus-Trabalho-560x270.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.8 | A ruptura da relação capital x trabalho Esse cenário, considerado desolador, provocou no proletariado um sentimento voltado para a criação de uma ordem social mais justa. 2.4 Fatores determinantes da obra O capital O cenário desconfortável para o capitalismo levou Marx, na condição de filósofo, a imaginar a ditadura do proletariado. O termo ditadura dá margem para que venhamos a pensar em algum tipo de líder comunista, no comando da nação, mas o que ele chamava de ditadura era a colocação de todo contingente de proletariados no poder. (ARANHA, 1986, p. 274) O tema é complexo e faz parte dos cinco volumes da obra O Capital que Marx escreveu em parceria com Frederick Engels. A Figura 2.9 mostra a versão do livro no Brasil. Fonte: <https://goo.gl/UMEv2x>, Acesso: 25 fev. 2017. Figura 2.9 | O capital - volume 1
  • 68. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 66 O Capital é um conjunto de livros (primeiro foi lançado no ano de 1867). Nessa obra, Marx e Engels fazem uma análise crítica da economia política. Nela são abordados os conceitos de mais valia, capital constante e capital variável, além de uma análise sobre os salários. (LEITE, 2007, p. 4) Para saber mais Você sabia que Marx apenas escreveu o primeiro livro e a metade do segundo da obra O capital? Após a morte de Marx, em 1883, foi Frederick Engels que completou o trabalho, com base em manuscritos que Marx deixou. 2.5 A concentração da renda Existem pontos de vista diferentes com relação à distribuição da renda: a) Os liberais, discípulos de Adam Smith, enxergavam a distribuição da renda como um fato positivo, pois acreditavam que a mola mestra do crescimento, desenvolvimento e expansão do capitalismo estava nela. Segundo os admiradores da linha de pensamento liberal, seria impossível para um assalariado se transformar em empresário, pois com o salário de subsistência que recebia por seu trabalho, jamais poderia fazer algo além do simples fato de sobreviver. (LEITE, 2007, p. 5) Os liberais acreditavam que somente com grande parcela de renda nas mãos, dos grandes empresários, conforme pode ser observado na Figura 2.10, seria possível a construção de novas fábricas, que iriam gerar mais produtos, mais lucros e mais empregos. Pela lógica da escola liberal, através desse circulo virtuoso a hegemonia do sistema capitalista estaria segura.
  • 69. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 67 Fonte; <https://goo.gl/nFVOZ7>. Acesso em: 18 abr, 2017. Figura 2.10 | O capitalista b) Os simpatizantes da linha de pensamento marxista, fundamentados pelo conceito de mais valia relativa e mais valia absoluta, acreditavam que a concentração de renda nas mãos dos grandes detentores do capital não seria benéfica para o capitalismo. Segundo os admiradores do pensamento de Marx, a população dos grandes centros urbanos e camponeses que faziam parte do proletariado continuariam com suas vidas miseráveis, conforme podemos observar na Figura 2.10, fornecendo mão de obra em troca de remuneração considerada pífia. (LEITE, 2007, p. 5) A corrente marxista defendia a implantação de uma nova ordem que no futuro viria a ser o socialismo. Figura 2.11 | Concentração de renda na visão marxista Fonte: <http://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2015/01/xdistribuicao-de-renda- concentracao-riqueza-brasil.jpg.pagespeed.ic.omOEiWlfEr.webp>. Acesso em: 25 fev. 2017.
  • 70. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 68 2.6 Autodestruição do capitalismo Segundo Karl Marx, capitalismo poderia se autodestruir e a lógica utilizada por ele em sua obra O capital cujo ano de publicação já foi mencionado nos parágrafos anteriores, era simples: a) Apenas com salários de subsistência obtidos através do trabalho nas fábricas, o proletariado urbano não teria poder de consumo. b) O crescimento populacional iria aumentar a quantidade de mão de obra ociosa, considerada por Marx como a reserva de mão de obra do capitalismo, e os salários jamais iriam subir. c) As fábricas não teriam para quem vender e iriam fechar as portas. d) Essa realidade iria se espalhar para outros países do mundo e a possibilidade do capitalismo entrar em colapso poderia existir. Fonte: <https://i1.wp.com/www.dialogosdosul.org.br/wp-content/uploads/ecoc%C3%ADdio2.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.12 | Autodestruição do capitalismo Atividades de aprendizagem 1 Observe as afirmativas a seguir: I- Karl Marx, além de ser filósofo, era economista e, quando observou a sociedade capitalista, direcionou sua atenção para os meios de produção e a maneira como era realizada a divisão do trabalho. II-Observouqueaformaderemuneraçãofoificandocadavezmaisdesigual e ousou afirmar que o capitalismo nada mais era que a denominação econômica do homem pelo próprio homem.
  • 71. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 69 Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico. 2 Observe as afirmativas a seguir: I-Podemosafirmarqueadenominaçãoeconômicadohomempelopróprio homem só poderia ocorrer dentro do país. Fora dele seria impossível. II- Durante o período em que predominou o liberalismo econômico, o capital passou a abandonar o lucro. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 72. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 70 Seção 3 O socialismo e o comunismo Introdução à seção Questão para reflexão • É correto afirmar que na segunda metade do século XX, 65% dos países do mundo, tinham economia de mercado e 35% economia planificada? • A principal característica da economia de mercado é estar apoiada na lei da oferta e da procura? Nesta seção, observaremos a diferença entre o socialismo e o comunismo. Observaremos que a classe operária poderia destruir o Estado burguês e organizar uma ditadura do proletariado. Destacaremos que o comunismo pode ser desencadeado pela existência das lutas de classe. Poderemos constatar que a economia de mercado é totalmente diferente da economia planificada. Discutiremos as características de uma economia apoiada em planejamentos quinquenais. Teremosaoportunidadedeobservarqueaeconomiademercado é utilizada em todos os países do ocidente e destacaremos que a economia planificada foi introduzida na extinta União Soviética. Abordaremos o modelo político aplicado da coréia do Norte com o objetivo de saber se ela utiliza o modelo de economia de mercado ou o modelo de economia planificada. Estudaremos as vantagens da livre iniciativa e da propriedade privada dos meios de produção.
  • 73. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 71 Analisaremos as características das propriedades estatais e coletivas. Finalizaremos a seção, abordando a possibilidade da junção do modelo planificado com o de economia de mercado, com o objetivo de criação de uma terceira opção. 3.1 O conceito de ditadura do proletariado Em O Manifesto Comunista de 1948 que aparece na Figura 2.13, Marx afirmou que a burguesia produz seus próprios coveiros, lembrando que, pela Lei da Dialética, a contradição burguesia-proletariado será superada pelo socialismo e o comunismo. (ARANHA, 1986, p. 278) Fonte: <http://img.travessa.com.br/eBook/BA/a6/ a6f8206a-14b7-4f20-9782-e5cf6d9c4d88.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.13 | Obra de Marx e Engels Marx afirmava que para destruir o Estado burguês, a classe operária deveria se organizar em um partido revolucionário capaz de suprimir a propriedade privada e os meios de produção. Com essa afirmação, que consta em O Manifesto Comunista, esse novo Estado receberia o nome de ditadura do proletariado. Para criação do novo Estado seria indispensável o contínuo fortalecimento da classe operária e este esforço só poderia terminar quando a burguesia do mundo inteiro fosse liquidada. Nessa primeira fase, chamada de socialismo, seria necessário a existênciadeumaparelhoestatal,umaparelhorepressivo,umaburocracia e um aparelho jurídico, com o objetivo de evitar a contrarrevolução. Nesse contexto, o socialismo pode ser definido como “De cada um, segundo suacapacidade,acadaum,segundoseutrabalho”(ARANHA,1986,p.277). A segunda fase, denominada comunismo, terá como princípio: “De cada um, segundo sua capacidade, a cada um, segundo as suas necessidades” (ARANHA, 1986, p. 278).
  • 74. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 72 Com esse conceito, o comunismo poderá ser definido pela eliminação da luta de classe e, consequentemente, pelo desaparecimento do Estado. (ARANHA, 1986, p. 278) Segundo O Manifesto Comunista, nessa “anarquia feliz” haveria um desenvolvimento prodigioso das forças produtivas o que levaria a uma “era de abundância”, e à extinção da divisão de trabalho. (ARANHA, 1986, p. 278) Então, fica uma indagação: se a passagem para o comunismo significa o desaparecimento das classes, como ficaria a afirmação de Marx que dizia que o motor da história estava nas lutas de classes? A resposta é simples, pois a luta não mais seria entre a classe dominante e a classe dominada e sim entre a vanguarda e os elementos que impediam as mudanças por comodismo ou incompreensão. Nesse caso, a luta seria entre o progresso e as forças conservadoras e também entre o novo e o velho. Fonte: <https://goo.gl/YMlX6G>. Acesso em: 19 abr. 2017. 2.15 | A ditadura do proletariado 3.2 Economia de mercado e economia planificada Se observarmos o passado, encontraremos, na metade do século XX, 65% dos países no mundo com economia de mercado e 35% com economia planificada. A economia de mercado é um modelo totalmente apoiado nas leis de mercado (oferta e procura) e passou a ser estudada com
  • 75. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 73 maior intensidade a partir da obra de Adam Smith, A riqueza das nações, publicada em 1776. Fonte: <https://goo.gl/HOQRoQ>. Acesso em: 19 abr. 2017. 2.16 | Adam Smith precursor da economia de mercado 3.3 Características da economia de mercado a) Livre iniciativa. b) Propriedade pública e privada dos meios de produção. c) Livre concorrência. d) Existência de uma burguesia detentora dos meios de produção. e) Existência de um proletariado detentor da força de trabalho. 3.4 Características da economia planificada A economia planificada, conforme Figura 2.16, foi idealizada por Karl Marx e Frederick Engels e aplicada na extinta União Soviética, parte da Ásia e todo leste europeu. Fonte: <http://www.operamundi.com.br/media/images/Marx_and_Engels.jpg>. Acesso em 25 fev. 2017. Figura 2.16 | Precursores da economia planificada
  • 76. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 74 Características da economia planificada: a) Propriedade estatal ou coletiva. b) Economia planejada com planos quinquenais. c) Ausência de classes sociais. d) Distribuição homogênea da renda. e) Presença de avanços sociais. Para saber mais Existe uma corrente de economistas que defende a utilização de um modelo da economia de mercado com planos quinquenais e presença de avanços sociais, ou seja, o modelo econômico utilizado no Brasil. Atividades de aprendizagem 1 Observe as afirmativas a seguir: I- Marx afirmava que para destruir o Estado burguês, a classe operária deveria se organizar em um partido revolucionário capaz de suprimir a propriedade privada e os meios de produção. Com essa afirmação, que consta em O Manifesto Comunista, esse novo Estado receberia o nome de ditadura do proletariado. II- Para criação do novo Estado seria indispensável o contínuo fortalecimento da classe operária e este esforço só poderia terminar quando a burguesia do mundo inteiro fosse liquidada. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 77. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 75 2 Observe as afirmativas a seguir: I- A economia de mercado é um modelo totalmente apoiado nas leis de mercado (oferta e procura) e passou a ser estudada com maior intensidade a partir da obra de Frederick Engels, A riqueza das nações, publicada em 1776. II- A economia planificada foi idealizada por Karl Marx e Frederick Engels e aplicada na extinta União Soviética, parte da Ásia e todo leste europeu. Assinale a alternativa correta: a) A afirmativa I está correta e a afirmativa II está incorreta. b) A afirmativa I está incorreta e a afirmativa II está correta. c) As afirmativas I e II estão incorretas. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As alternativas não têm relação com a Teoria do desenvolvimento econômico.
  • 78. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 76 Seção 4 O marxismo depois de Marx Introdução à seção Questão para reflexão • Qual é a relação da Revolução Bolchevique com Karl Marx? • Na Revolução Bolchevique Lênin agiu com idealismo próprio ou com ideais marxistas? Nesta seção abordaremos a queda do regime imperial dos czares: Saberemos que após a Primeira Guerra Mundial ocorreu a Revolução Bolchevique; Veremos como foi implantado o stalinismo na extinta União Soviética; Observaremos a contribuição de Rosa Luxemburgo para o pensamento marxista; Finalizaremos a seção observando o futuro do pensamento marxista que faleceu no ano 1883. 4.1 A Revolução Bolchevique e a queda do czar na Rússia A Revolução Bolchevique nasceu com a ascensão das lutas operárias e camponesas na chamada Revolução de Fevereiro de 1917, após os conflitos armados, o país ficou dividido: a) De um lado as forças do Estado czarista de Nicolau Romanov (Nicolau II). b) Do outro lado, uma chamada classe dominante, formada por operários e soldados, representando a população trabalhadora.
  • 79. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 77 c) Os combates se estenderam até outubro do mesmo ano, apresentando como vencedor as forças contrárias ao Czar. d) Com a vitória do Partido Bolchevique, Lênin assume o poder do Estado russo. e) Nicolau II é preso e permanece na prisão até julho de 1918, dia em que foi executado junto com toda sua família. Fonte: <http://www.osul.com.br/wp-content/uploads/2015/11/nicolau-ii.jpg>. Acesso em: 19 abr. 2017. Figura 2.17 | Nicolau II (1868 - 1918) 4.2 Nascimento da União das Repúblicas Socialistas soviéticas Vladimir Ilyich Ulyanov, conhecido como Lênin, foi um revolucionário comunista, seguidor da doutrina marxista. Ele assumiu o comando da República Soviética da Rússia e liderou o país de 1918 a 1924, ano em que veio a falecer. Antes de seu falecimento, Lênin emancipou o país à condição de União Soviética. É importante destacar que Lênin, desde que assumiu o poder como chefe de Estado, adotou uma política com ideologia própria que, apesar de conter alguns princípios de Karl Marx, ficou conhecida pelo termo leninismo.
  • 80. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 78 Fonte: <http://flatrock.org.nz/static/frontpage/assets/history/lenin.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.18 | Vladimir Ilyich Ulyanov (1870 - 1924) 4.3 Leon Trotsky Foi um intelectual marxista e teve a responsabilidade de organizar o exército vermelho durante a revolução. Desempenhou importante papel na política nos primeiros anos da União Soviética, mas por ser inimigo político de Stalin foi expulso do país e se refugiou no México, onde foi assassinado, por Ramon Mercader, agente da polícia de Stalin. Seus ideais políticos foram colocados em uma obra de grande extensão e deram origem ao trotskismo, corrente importante do pensamento econômico marxista. Fonte: <https://goo.gl/BjRS2z>. Acesso em: 19 abr. 2017. Figura 2.19 | Leon Trotsky (1879 - 1940) 4.4 Josef Vissariónovitch Stalin Foi secretário geral do Partido Comunista Soviético e do Comitê Central de 1922 a 1953, ano de sua morte. É considerado, até hoje, um dos maiores líderes da extinta União Soviética.
  • 81. U2 - Desenvolvimento na concepção marxista 79 Fonte: <http://kdfrases.com/imagens/joseph-stalin.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.20 | Josef Vissariónovitch Stalin (1878 - 1953) 4.5 Rosa Luxemburgo É considerada, até os dias atuais, a melhor teórica e quem melhor divulgou a obra de Karl Marx, que foi por demais deturpada, após sua morte em 1883. Rosa Luxemburgo fundou no ano de 1894 o partido Social DemocratadaPolôniae,atravésdocasamento,obtevenacionalidade alemã e se instalou em Berlim até seus últimos dias. Fonte: <http://atossecretos.tumblr.com/post/40639608928/rosa-luxemburgo-um-comunismo-para-o- s%C3%A9culo-xxi>. Acesso em: 25 fev. 2017. Figura 2.21 | Rosa Luxemburgo (1871 - 1919) Para saber mais Você sabia que Nicolau II, sua mulher, seu filho, suas quatro filhas, o médico dafamíliaimperial,umservopessoal,acamareiradaimperatrizeocozinheiro da família foram executados no porão da casa pelos bolcheviques na madrugadade16para17dejulhode1918,porordemdeLênnin?