3. Piero Sraffa (1898 - 1983)
Nasceu em Turim, estudou na universidade local e em Cambridge,
onde conheceu Keynes;
Se mudou para a Inglaterra em 1927, lecionando em Cambridge;
Detido por britânicos devido a sua nacionalidade na segunda
guerra e confinando em campos de internação;
Contribuiu significativamente para a economia, editando a obra
de David Ricardo e deixando sua própria marca com "Produção de
Mercadorias por Meio de Mercadorias."
4. Nele, Sraffa argumenta que, na concorrência perfeita, o limite à expansão de produção
não é determinado pelos custos, mas sim pelas condições de demanda, já que qualquer
tentativa de expandir a produção exige uma redução no preço, tornando os custos
unitários em queda incompatíveis com a concorrência perfeita, podendo levar a um
monopólio natural devido à diminuição da competição com o aumento da eficiência da
firma.
A critica de Sraffa revela que não existe um mercado homogêneo com preço único, mas
sim que cada firma opera em seu próprio mercado, protegido por vantagens específicas
do segmento, o que implica que os compradores não são indiferentes em escolher entre
diferentes empresas devido a fatores como hábito, conhecimento pesosal, confiança na
qualidade do produto, proximidade, acesso ao crédito e prestígio da marca ou design,
que visam diferenciar o produto das ofertas concorrentes.
"As leis da produção em regime de concorrência" - "Economic Journal", dez/1926
5. Edward Hastings Chamberlin (1899 - 1967)
Nascido em La conner, Washington
Se graduou na Universidade de Iowa e fez phd em
Harvard, tornando-se, posteriormente, professor
da universidade.
Publica em 1933 "A Teoria da competição
monopolística", unindo as teorias do monopólio e
da concorrência perfeita.
Nele, preços são determinados tanto por
elementos monopolistas, como por elementos
competitivos.
8. Análise se desenvolve em duas fases, equilíbrio individual de
cada empresa e equilíbrio da indústria
Equilíbrio da firma Equilíbrio da indústria
Diminuição do preço
em função da
quantidade vendida
Se dá quando o preço
e o custo unitário
coincidem para cada
firma isolada
Firmas Produzem uma
quantidade inferior à
mencionada e o custo
médio não corresponde
ao valor mínimo
9. O lucro de cada empresa se
encontra no ponto de
intersecção das curvas de custo
e receita marginal
Como a adição à receita total
com a produção de uma unidade a
mais é maior que a adição ao
custo total, esse aumento da
produção adiciona lucro
10. Joan Robinson (1903 - 1983)
Britânica, nascida já no século 20, advinda de uma
família de elite britânica -> Pai foi Major-General
do Exército Britânico.
Aluna de Alfred Marshall em Cambridge, época que em
que mulheres estavam começando a ser aceitas na
universidade
Virou professora de economia de longa data na
universidade
Enfoque grande no mercado de trabalho
Possuiu contribuições para a economia keynesia e pós
keynesiana
11. An Essay on Marxian Economics (1942)
Accumulation of Capital (1956)
Economic Philosophy
Exercises in Economic Analysis (1960)
Essays in the Theory of Economic Growth (1962)
Contributions to Modern Economics, (1978
Introduction to the Theory of Employment (1937)
Algumas obras
12. The economics os imperfect competition - 1933
Compradores reagem
todos do mesmo modo
às diferenças de
preço praticadas
pelos vários
vendedores
Mercado perfeito Mercados reais
Compradores levam
outras variáveis além
do preço para decidir
13. Consideram também
Localização
Custos de transporte
Qualidade reconhecida da marca
Serviços de venda
"Todas estas razões, portanto, quebram a homogeneidade do
mercado perfeitamente concorrencial e introduzem uma
imperfeição de mercado que se manifesta na circunstância de
que cada firma está "ligada" a um certo grupo de compradores,
os quais não podem ser dissuadidos de comprar nessa firma por
simples razão do preço"
14. Monopsônio
"No monopólio há apenas um único vendedor de uma mercadoria.
Já no monopsônio, o comprador é que é um só".
Mercado de produtos
Comprador irá adiquirir
bens até que preço = UMG
Concorrência perfeita Monopsônio
Irá regular as
compras para que
CMG (do comprador) =
UMG
16. Monopsônio no mercado de recursos
Robinson analisa o monopsonio no mercado de recursos utilizando o
mercado de trabalho
O empregador monopsonista depara-se com uma
curva de custo de salário marginal MWC, que
fica acima da curva da oferta do mercado S.
Para maximizar seu lucro, ele restringe a
contratação (A em vez de B) para pagar um
salário inferior ao dos concorren-tes (R em
vez de S). De acordo com Robinson, a
exploração monopsonista é NR, a diferença
entre o produto da receita marginal MRP e o
salário de monopsônio. Quando existe
monopólio ou concorrência monopolista no
mercado de produtos, o valor do produto
marginal VMP excede MRP, e a exploração de
monopólio é TN.
17. Exploração do trabalho como um "fator de produção"
A exploração ocorre quando o salário do trabalhador
é menor que o valor do produto marginal do trabalho
Imposição de um salário mínimo para solução da
exploração do setor, pois a oferta de trabalho para
o setor se tornará perfeitamente elástica com o
salário imposto, e o custo de salário marginal do
trabalho será idêntico ao custo de salário médio
18. A teoria da concorrência imperfeita surgiu da escola neoclássica, no início dos anos de 1930. Adveio devido a
lacuna existente na teoria econômica entre os modelos de concorrência perfeita e monopólio; o primeiro já não era
mais o suficiente, quer dizer, não se aplicava mais à agricultura como em época anteriores.
Síntese
A teoria neoclássica de concorrência
perfeita surtia ainda menos efeito para
a produção industrial moderna e o
comércio do que para a agricultura.
Nos dias de hoje muitos economistas
concordam que o modelo de concorrência
perfeita serve mais para fornecer
insights relevantes à natureza e aos
resultados da concorrência,mas
dificilmente pode descrever a maioria
dos mercados nacionais e internacioais.
19. Tratando-se sobre concorrência imperfeita, iremos discutir as características da escola
neoclássica; sua metodologia lida com a abordagem do marginalismo e da microeconomia de
uma maneira subjetiva e dedutiva, sua economia supõe um mundo racional, estático e que
tende ao equilíbrio.
Destaca a influência do modelo de concorrência perfeita por fazer com que economistas
aceitassem a criação de políticas antitruste e de uma maior regulamentação governamental
dos lucros de monopólios.
Não se pode recuperar uma economia do tipo da concorrência perfeita em uma época de
concorrência internacional e, caso se pudesse, não haveria uma estabilidade, crescimento
e nem eficiência.
Essas novas teorias diminuiram a ideia de que um sistema de empresa privada
necessariamente resulta na melhor alocação de recursos produtivos, assim como recompensa
todos os fatores de produção adequadamente.
20. Sraffa
Uma das críticas essenciais de Piero Sraffa à teoria da concorrência perfeita reside
na importância que ele atribui à produção em longo prazo. Ele sustentava que a
suposição de concorrência perfeita, na qual as empresas têm total flexibilidade para
ajustar sua produção e os preços são determinados pelo equilíbrio entre oferta e
demanda, não reflete adequadamente a realidade em muitos contextos econômicos. Sraffa
ilustrou que, mesmo em uma economia considerada como de concorrência perfeita, as
taxas de lucro não são uniformes e podem ser moldadas por diversos fatores, como a
distribuição de renda, a estrutura de custos e a tecnologia.
Usando sua abordagem sobre custos unitários de produção, ele notou que haveria uma
imcompatibilidade com o modelo de concorrência perfeita pois estes custos podem cair
à medida que a empresa aumenta sua escala de produção, porque os custos gerais estão
distribuídos por um número maior de unidades produzidas. Se a empresa fica mais
eficiente à medida que seu tamanho aumenta, haverá menos empresas e menos
concorrência.
21. Sraffa
A teoria tradicional diz que a expansão de produção de uma empresa é limitada por custos
crescentes. Sraffa disse que essa expansão de produção é limitada por causa da determinação de
preços do monopólio.
Essa visão enfatiza a importância dos custos de produção e da distribuição de renda na
determinação dos preços, destacando que os preços não são simplesmente determinados pela interação
entre oferta e demanda, mas também são influenciados por fatores estruturais e distributivos na
economia.
Isso nos leva à taxa de juros, que podem ser influenciadas por diversos fatores, como a
distribuição de renda e a estrutura de custos, contrariamente à suposição do modelo de
concorrência perfeita de que as taxas de lucro são uniformes entre as empresas.
Comenta também sobre a questão da abstração em demasia no modelo de concorrência perfeita, onde o
modelo simplifica em excesso a realidade dos mercados, ignorando a complexidade das interações
entre empresas, consumidores e instituições, bem como a existência de assimetrias de informação e
poder de mercado.
Sraffa reconheceu em sua obra que os mercados frequentemente estão sujeitos a situações de
monopólio ou oligopólio, onde determinadas empresas dominam o mercado e têm poder significativo
para influenciar os preços. Ele destacou que, nessas circunstâncias, as firmas monopolistas ou
oligopolistas têm a capacidade de fixar os preços acima do nível que prevaleceria em um mercado
competitivo.
22. Chamberlin
Preços de mercado são, na realidade, determinados tanto por elementos monopolistas, como por
elementos competitivos.
No que tange ao poder de mercado das empresas, ao contrário do pressuposto de concorrência
perfeita, onde as empresas são tomadoras de preços, destacou que muitas empresas têm algum grau de
poder para influenciar os preços de seus produtos. Isso pode resultar em preços mais elevados do
que os que prevaleceriam em um mercado de concorrência perfeita.
Argumentou que os produtos muitas vezes são diferenciados uns dos outros. Essa diferenciação
implica que as empresas possuem algum grau de poder de mercado, pois podem estabelecer preços
diferentes para produtos similares. Lembrando que o conceito de diferenciação de produtos adveio
da teoria da concorrência monopolista, e que na concorrência perfeita cada empresa venderá sua
produção a preço corrente de mercado.
Introduziu o conceito de curvas de demanda descentralizadas,onde há mercados com produtos
diferenciados e as empresas enfrentam curvas de demanda com inclinações distintas. Isso significa
que as empresas têm a capacidade de alterar seus preços sem perder todos os seus clientes, o que
não é possível no modelo de concorrência perfeita onde todas as empresas enfrentam a mesma curva
de demanda horizontal.
23. Chamberlin
Chamberlin também abordou que, devido à diferenciação do produto e ao poder de mercado das empresas, o equilíbrio de longo prazo pode ser
caracterizado por uma situação em que as empresas operam em mercados com algum grau de monopolística e não em um estado de concorrência
perfeita.
E através de uma visão mais realista, o modelo de Chamberlin indica que as empresas na concorrência monopolista oferecem produtos
diferenciados, cobram preços que excedem seus custos marginais e operam em níveis de produção em que seus custos médios são mais altos do
que o mínimo. Logo, os recursos escassos da sociedade não são alocados para seus usos de mais alto valor, ou seja, há eficiência
alocativa.
Dada a curva da demanda D e a curva de receita marginal
MR, o concorrente monopolista produz quantidade B, em
que MR = MC e ele obtém um lucro econômico de LMNS.
Esse lucro econômico atrai novos participantes para o setor,
resultando em uma alteração para baixo das curvas da
demanda e de receita marginal da empresa D' e MR' . No
equilíbrio no longo prazo, a empresa maximiza o lucro
produzindo a quantidade A, obtém somente um lucro
normal (P = AC), produz menos do que o concorrente (A em
vez de C) e cobra um preço (R) que excede o custo marginal
e o custo médio inferior. O resultado é capacidade em
excesso e ineficiência alocativa
25. Referências
BRUE, Stanley L. Hist. do pensamento econômico. São Paulo: Pioneira-Thomson, 2005.
NAPOLEONI,Claudio. O pensamento econômico do século XX. São paulo, 1982
VARIAN, H. Microeconomia: Uma Abordagem Moderna, 8 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2006.