SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Guia da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:
                 metodologias de operacionalização (Workshop)


A sessão pensada como workshop tem como objectivos centrais examinar a
operacionalização do modelo de auto-avaliação no que se refere à utilização da
linguagem em contexto de avaliação e de planificação de acções para a melhoria.
Estes aspectos concretizam-se, em particular, na elaboração do relatório final de auto-
avaliação. Esse relatório deve ser escrito de uma forma clara, e para isso considerou-
se importante ter em atenção alguns princípios orientadores para que essa tarefa seja
mais conseguida. Isto significa que o relatório de auto-avaliação deve ser:

   •   um documento que apresenta de forma perceptível e avaliativa os resultados
       da análise realizada.
   •   um documento que perspectiva de forma objectiva e específica as acções para
       a melhoria.


A reflexão aqui desenvolvida baseia-se numa análise dos relatórios finais de auto-
avaliação que foram realizados durante a fase de aplicação experimental do modelo.
Esses relatórios revelaram algumas fragilidades nas dimensões acima referidas, pelo
que se considerou que seria útil uma sessão dedicada em particular a aspectos de
linguagem. Neste sentido, as actividades aqui desenvolvidas são de carácter
eminentemente prático e procuram alertar para situações que deverão ser tidas em
linha de conta na realização dos relatórios finais de auto-avaliação da biblioteca
escolar.


   (1) Distinguir descrição de avaliação


Não nos podemos esquecer que estamos perante um processo de avaliação e, por
isso, espera-se que a análise realizada a partir das evidências recolhidas se projecte
em apreciações (avaliações) sobre a realidade analisada. Nas orientações para
aplicação do modelo de auto-avaliação referem-se alguns aspectos relativos à
necessária diferenciação que devemos efectuar entre um enunciado descritivo e um
enunciado avaliativo. A necessidade de distinguir estas duas situações revelou-se no
facto de muitos relatórios se cingirem à apresentação de dados e factos e não de uma
apreciação sobre esses elementos. Para se poder perspectivar com clareza quais são
os pontos fortes e os pontos fracos da realidade analisada é imprescindível lançar um



                                                                                     1
olhar avaliativo sobre os resultados que possuímos e resultantes da recolha de
evidências. Vejamos o que está mencionado no texto das orientações para a aplicação
do modelo.


“Os elementos recolhidos (evidências) são sujeitos a uma análise e apreciação, que terá
a ver com a própria natureza dos dados. Os dados estatísticos, por exemplo, serão
objecto de uma análise que vai permitir quantificar certos aspectos relativos quer ao
funcionamento da BE quer à forma como o trabalho é percepcionado e apreciado pelos
utilizadores da biblioteca.
A análise dos dados obtidos deve conduzir à elaboração de avaliações sobre a BE e os
seus serviços em termos de: eficácia, valor, utilidade, impacto, etc.
Neste aspecto, é importante distinguir entre elaborar uma descrição e uma avaliação. A
avaliação implica uma apreciação baseada na análise de informação relevante e
evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências ou implicações de
uma determinada acção ou processo.” (p. 68 do Modelo de auto-avaliação, disponível
em http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?newsId=31&fileName=mod_auto_avaliacao.pdf ).



O que é descrição? – Dizer o que acontece, sem apreciações sobre os resultados nem
referência ao valor da acção ou processo em causa.

O que é avaliação? – Fazer uma apreciação baseada na análise de informação
relevante e evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências de
uma determinada acção ou processo.

A um bom enunciado avaliativo podemos fazer a pergunta “e depois?” – um bom
enunciado avaliativo explica as consequências ou implicações (que podem ser
negativas ou positivas).


EXEMPLO:
Enunciado descritivo: “Existe protecção de dados e procedimentos de copyright nas
operações através da TIC.”

(Comentário: este enunciado não julga a utilização e a utilidade dos procedimentos,
apenas constata um facto.)


Enunciado avaliativo – “Existem processos claros e actualizados de protecção de
dados e os procedimentos de copyright asseguram que todos os utilizadores cumprem
os requisitos legais.”



                                                                                          2
(Comentário: este enunciado avalia os processos – são “claros e actuais” – e explica
as consequências dos procedimentos assumidos.)


  Fórum 1




ACTIVIDADE – distinguir descrição de avaliação (a desenvolver em fórum)



1- Dos seguintes enunciados, indicar os que são descritivos e os que são avaliativos.

2- Melhorar os enunciados mais descritivos, transformando-os claramente em
enunciados avaliativos (criação de hipóteses possíveis).



Enunciados:



1- Foi recolhida informação dos departamentos sobre a colecção da BE.

2- A BE promove sistematicamente mecanismos de avaliação cujos resultados são
utilizados na planificação do trabalho.


3- Iniciativa de um projecto (parceria com a Câmara Municipal) de âmbito nacional.


4- Aproximação estimulante às famílias e seu envolvimento no projecto da BE, com o
projecto “Leituras em família”.


5- Horário da BE cobre todo o tempo de abertura da escola.


6- A actualização do material informático não corresponde às necessidades dos
utilizadores (professores, alunos).


7- A BE disponibiliza guiões de pesquisa baseados no modelo Big6.


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------




                                                                                                                 3
(2) Distinguir enunciados gerais de específicos




Outro problema que emergiu da análise dos relatórios já referidos situa-se na forma
como são perspectivadas as acções para a melhoria. Vejamos o exemplo de
enunciados retirados dos relatórios referentes ao domínio B:



Domínio B      Acções para a melhoria



Leitura e        1.Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às
literacia        aprendizagens e à progressão nas aprendizagens.
                 2.Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça
                 objectivos e metas a atingir.
                 3.Reforçar o trabalho articulado.
                 4.Reforçar a produção de instrumentos de apoio a ser usados por
                 professores e alunos.


Uma leitura atenta dos enunciados que apontam as acções para a melhoria leva-nos a
concluir que estamos perante enunciados que remetem para objectivos ou propósitos
muito gerais. De facto, dificilmente a partir deste conjunto de intenções se
perspectivam quais são os aspectos concretos que se pretendem implementar
enquanto acções específicas para a melhoria. Os enunciados descritos situam-se
numa fase prévia ou num patamar anterior ao que se consideram verdadeiras
propostas de acções para a melhoria. Quase todos os verbos iniciais se situam no
plano mais geral das intenções, necessitando portanto de uma especificação que
revele claramente o quê se pretende fazer e, em alguns casos, o como se vai fazer.


Analisemos dois destes enunciados, questionando-os e apontando hipóteses de
melhoria:


        1. “Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às
            aprendizagens e à progressão nas aprendizagens.”

        - O termo “sensibilizar” é muito geral; uma acção para a melhoria deverá
        especificar, neste caso, o como, ou seja, que aspectos concretos de actuação
        se integram nesse termo: exemplos - “sensibilizar a escola para a importância
        da leitura …. através de acções de formação a organizar com o Centro local. “;



                                                                                         4
“sensibilizar a escola para a promoção da leitura… organizando um debate
       com um investigador na área”, etc.

       - Outra questão que seria importante ponderar perante um enunciado deste
       género, e face ao ponto de partida (em função dos resultados obtidos na
       avaliação), é se de facto nos devemos centrar na “escola” como um todo ou se
       não se deverá antes apontar interlocutores privilegiados e estabelecer
       prioridades – convém sublinhar que as acções para a melhoria devem ser
       realistas e perspectivar objectivos alcançáveis num prazo determinado, por
       isso de pouco serve apontar propósitos tão abrangentes que muito
       provavelmente estarão fora do nosso alcance a curto prazo.


       2. “Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça objectivos e
          metas a atingir.”

      - O enunciado revela que não se percebe o que são acções para a melhoria,
      pois quando apontamos essas acções elas pressupõem que já se identificaram
      prioridades e já se estabeleceram objectivos, resultando então daí as acções
      para a melhoria.


A ocorrência de enunciados do tipo apresentado é frequente, indiciando que de facto
não foi ainda efectuada uma análise ponderada dos dados e resultados obtidos no
processo de avaliação. Essa análise é essencial, pois dela deverá resultar não um
mero elencar de intenções de carácter geral, que dificilmente se concretizarão, mas
deverá perspectivar-se com cuidado aquilo que de facto é prioritário, estabelecer
metas credíveis, identificar etapas de intervenção exequíveis e seguras, para que os
sucessos obtidos se consolidem sem hipóteses de recuos ou inflexões indesejadas.




                                                                                   5
Fórum 2



ACTIVIDADE – distinguir enunciados gerais de específicos (a desenvolver em
fórum)

1- Analisar os enunciados 3 e 4, apontando as suas fragilidades e propondo eventuais
alterações que os transformem em enunciados específicos e que concretizem
hipóteses reais de acções para a melhoria.




                                                                                  6

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Fact Sheet 3T08
Fact Sheet 3T08Fact Sheet 3T08
Fact Sheet 3T08CPFL RI
 
Sebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista Caruaru
Sebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista CaruaruSebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista Caruaru
Sebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista CaruaruCompet
 
ÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVER
ÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVERÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVER
ÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVERjosequinonero
 
Trabalho Da 4ª SessãO 1ª Parte Nuno Tavares
Trabalho Da 4ª SessãO   1ª Parte   Nuno TavaresTrabalho Da 4ª SessãO   1ª Parte   Nuno Tavares
Trabalho Da 4ª SessãO 1ª Parte Nuno Tavaresgueste04715
 
Gestao%20de%20conflitos tixa
Gestao%20de%20conflitos tixaGestao%20de%20conflitos tixa
Gestao%20de%20conflitos tixaguest09b5d02
 
Cementerio Central De Bogotá
Cementerio Central De BogotáCementerio Central De Bogotá
Cementerio Central De Bogotáguest9997ec
 
EmentaES
EmentaESEmentaES
EmentaESKoomma
 
Internet
InternetInternet
Internetspotzio
 
Dany barrauil historia del curiculo
Dany barrauil historia del curiculoDany barrauil historia del curiculo
Dany barrauil historia del curiculoDany Barraquil
 
Mineração de padrões frequentes na base do Netflix
Mineração de padrões frequentes na base do NetflixMineração de padrões frequentes na base do Netflix
Mineração de padrões frequentes na base do Netflixguest0e3021
 
Eventos da Aldeia Cabana
Eventos  da Aldeia CabanaEventos  da Aldeia Cabana
Eventos da Aldeia Cabanalaurenosodre
 
As Sete Verdades Do Bambu W
As Sete Verdades Do Bambu WAs Sete Verdades Do Bambu W
As Sete Verdades Do Bambu Wguest53d1c35
 
42 Razones Blow
42 Razones Blow42 Razones Blow
42 Razones BlowWallyRojaz
 

Destaque (20)

Fact Sheet 3T08
Fact Sheet 3T08Fact Sheet 3T08
Fact Sheet 3T08
 
Analisi De Puestos De Trabajo
Analisi De Puestos De TrabajoAnalisi De Puestos De Trabajo
Analisi De Puestos De Trabajo
 
Sebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista Caruaru
Sebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista CaruaruSebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista Caruaru
Sebrae Pe Geor T1 2007 ComéRcio Varejista Caruaru
 
ÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVER
ÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVERÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVER
ÉCHANGE SCOLAIRE - SAINT-SEVER
 
Wcc2010 Brando
Wcc2010 BrandoWcc2010 Brando
Wcc2010 Brando
 
Tribuna 1536
Tribuna 1536Tribuna 1536
Tribuna 1536
 
Trabalho Da 4ª SessãO 1ª Parte Nuno Tavares
Trabalho Da 4ª SessãO   1ª Parte   Nuno TavaresTrabalho Da 4ª SessãO   1ª Parte   Nuno Tavares
Trabalho Da 4ª SessãO 1ª Parte Nuno Tavares
 
Gestao%20de%20conflitos tixa
Gestao%20de%20conflitos tixaGestao%20de%20conflitos tixa
Gestao%20de%20conflitos tixa
 
Cementerio Central De Bogotá
Cementerio Central De BogotáCementerio Central De Bogotá
Cementerio Central De Bogotá
 
EmentaES
EmentaESEmentaES
EmentaES
 
Recordaçõ
RecordaçõRecordaçõ
Recordaçõ
 
Frasesdecaminho
FrasesdecaminhoFrasesdecaminho
Frasesdecaminho
 
Internet
InternetInternet
Internet
 
SessãO 5 Tarefa 1
SessãO 5 Tarefa 1SessãO 5 Tarefa 1
SessãO 5 Tarefa 1
 
Dany barrauil historia del curiculo
Dany barrauil historia del curiculoDany barrauil historia del curiculo
Dany barrauil historia del curiculo
 
Reino de Deus
Reino de DeusReino de Deus
Reino de Deus
 
Mineração de padrões frequentes na base do Netflix
Mineração de padrões frequentes na base do NetflixMineração de padrões frequentes na base do Netflix
Mineração de padrões frequentes na base do Netflix
 
Eventos da Aldeia Cabana
Eventos  da Aldeia CabanaEventos  da Aldeia Cabana
Eventos da Aldeia Cabana
 
As Sete Verdades Do Bambu W
As Sete Verdades Do Bambu WAs Sete Verdades Do Bambu W
As Sete Verdades Do Bambu W
 
42 Razones Blow
42 Razones Blow42 Razones Blow
42 Razones Blow
 

Semelhante a Modelo de autoavaliação bibliotecas escolares

SessâO 8 Guia E Texto
SessâO 8 Guia E TextoSessâO 8 Guia E Texto
SessâO 8 Guia E TextoNoemiaMaria
 
Sintese Da Sessao 5 Drelvt 2
Sintese Da Sessao 5  Drelvt 2Sintese Da Sessao 5  Drelvt 2
Sintese Da Sessao 5 Drelvt 2FilipaNeves
 
Guia da unidade e tarefa da sessão
Guia da unidade e tarefa da sessãoGuia da unidade e tarefa da sessão
Guia da unidade e tarefa da sessãoanabelavalentim
 
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]ddfdelfim
 
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010Intro e-guia-aval-part ii-nov2010
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010ddfdelfim
 
Guia e texto da sessão
Guia e texto da sessãoGuia e texto da sessão
Guia e texto da sessãoBibliotecajac
 
Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2
Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2
Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2FilipaNeves
 
T3 Sintese Da Sessao5
T3 Sintese Da Sessao5T3 Sintese Da Sessao5
T3 Sintese Da Sessao5rbento
 
Prática supervisionada [modo de compatibilidade]
Prática supervisionada [modo de compatibilidade]Prática supervisionada [modo de compatibilidade]
Prática supervisionada [modo de compatibilidade]marcilene1311
 
Guia e texto_da_sessao_5
Guia e texto_da_sessao_5Guia e texto_da_sessao_5
Guia e texto_da_sessao_5Bibliotecajac
 

Semelhante a Modelo de autoavaliação bibliotecas escolares (20)

Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09
 
Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09
 
Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09
 
SessâO 8 Guia E Texto
SessâO 8 Guia E TextoSessâO 8 Guia E Texto
SessâO 8 Guia E Texto
 
Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09
 
Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09
 
Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09Sessao Workshop T2 Dez09
Sessao Workshop T2 Dez09
 
Sintese Da Sessao 5 Drelvt 2
Sintese Da Sessao 5  Drelvt 2Sintese Da Sessao 5  Drelvt 2
Sintese Da Sessao 5 Drelvt 2
 
Guia da unidade e tarefa da sessão
Guia da unidade e tarefa da sessãoGuia da unidade e tarefa da sessão
Guia da unidade e tarefa da sessão
 
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010[1]
 
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010Intro e-guia-aval-part ii-nov2010
Intro e-guia-aval-part ii-nov2010
 
Guia e texto da sessão
Guia e texto da sessãoGuia e texto da sessão
Guia e texto da sessão
 
Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2
Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2
Sintese Da Sessao 7 Drelvt 2
 
T3 Sintese Da Sessao5
T3 Sintese Da Sessao5T3 Sintese Da Sessao5
T3 Sintese Da Sessao5
 
Sessão 6
Sessão 6Sessão 6
Sessão 6
 
Sessão 6
Sessão 6Sessão 6
Sessão 6
 
Sessão 6
Sessão 6Sessão 6
Sessão 6
 
Prática supervisionada [modo de compatibilidade]
Prática supervisionada [modo de compatibilidade]Prática supervisionada [modo de compatibilidade]
Prática supervisionada [modo de compatibilidade]
 
Guia e texto_da_sessao_5
Guia e texto_da_sessao_5Guia e texto_da_sessao_5
Guia e texto_da_sessao_5
 
Guia
GuiaGuia
Guia
 

Mais de Antonio Tavares

Mais de Antonio Tavares (14)

Mabe Problematicas E Conceitos Implicados 1
Mabe   Problematicas E Conceitos Implicados 1Mabe   Problematicas E Conceitos Implicados 1
Mabe Problematicas E Conceitos Implicados 1
 
Enunciados Forum 2
Enunciados Forum 2Enunciados Forum 2
Enunciados Forum 2
 
Enunciados Forum1
Enunciados Forum1Enunciados Forum1
Enunciados Forum1
 
SessãO 6 2º Parte
SessãO 6 2º ParteSessãO 6 2º Parte
SessãO 6 2º Parte
 
SessãO 6 1º Parte
SessãO 6 1º ParteSessãO 6 1º Parte
SessãO 6 1º Parte
 
SessãO 5 Tarefa 2
SessãO 5 Tarefa 2SessãO 5 Tarefa 2
SessãO 5 Tarefa 2
 
Intro E Guia Out2009 Alt
Intro E Guia Out2009 AltIntro E Guia Out2009 Alt
Intro E Guia Out2009 Alt
 
Texto Metodologias Parte1
Texto Metodologias Parte1Texto Metodologias Parte1
Texto Metodologias Parte1
 
Tarefa SessãO 4 1ª Parte
Tarefa SessãO 4 1ª ParteTarefa SessãO 4 1ª Parte
Tarefa SessãO 4 1ª Parte
 
Ppt Mav SessãO3
Ppt Mav SessãO3Ppt Mav SessãO3
Ppt Mav SessãO3
 
Mabe Escola 1
Mabe   Escola 1Mabe   Escola 1
Mabe Escola 1
 
Analise Critica Mavbe
Analise Critica MavbeAnalise Critica Mavbe
Analise Critica Mavbe
 
Tabela Matriz At
Tabela Matriz AtTabela Matriz At
Tabela Matriz At
 
Texto Desafios Oportunidades Sessao 1
Texto Desafios Oportunidades Sessao 1Texto Desafios Oportunidades Sessao 1
Texto Desafios Oportunidades Sessao 1
 

Modelo de autoavaliação bibliotecas escolares

  • 1. Guia da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Workshop) A sessão pensada como workshop tem como objectivos centrais examinar a operacionalização do modelo de auto-avaliação no que se refere à utilização da linguagem em contexto de avaliação e de planificação de acções para a melhoria. Estes aspectos concretizam-se, em particular, na elaboração do relatório final de auto- avaliação. Esse relatório deve ser escrito de uma forma clara, e para isso considerou- se importante ter em atenção alguns princípios orientadores para que essa tarefa seja mais conseguida. Isto significa que o relatório de auto-avaliação deve ser: • um documento que apresenta de forma perceptível e avaliativa os resultados da análise realizada. • um documento que perspectiva de forma objectiva e específica as acções para a melhoria. A reflexão aqui desenvolvida baseia-se numa análise dos relatórios finais de auto- avaliação que foram realizados durante a fase de aplicação experimental do modelo. Esses relatórios revelaram algumas fragilidades nas dimensões acima referidas, pelo que se considerou que seria útil uma sessão dedicada em particular a aspectos de linguagem. Neste sentido, as actividades aqui desenvolvidas são de carácter eminentemente prático e procuram alertar para situações que deverão ser tidas em linha de conta na realização dos relatórios finais de auto-avaliação da biblioteca escolar. (1) Distinguir descrição de avaliação Não nos podemos esquecer que estamos perante um processo de avaliação e, por isso, espera-se que a análise realizada a partir das evidências recolhidas se projecte em apreciações (avaliações) sobre a realidade analisada. Nas orientações para aplicação do modelo de auto-avaliação referem-se alguns aspectos relativos à necessária diferenciação que devemos efectuar entre um enunciado descritivo e um enunciado avaliativo. A necessidade de distinguir estas duas situações revelou-se no facto de muitos relatórios se cingirem à apresentação de dados e factos e não de uma apreciação sobre esses elementos. Para se poder perspectivar com clareza quais são os pontos fortes e os pontos fracos da realidade analisada é imprescindível lançar um 1
  • 2. olhar avaliativo sobre os resultados que possuímos e resultantes da recolha de evidências. Vejamos o que está mencionado no texto das orientações para a aplicação do modelo. “Os elementos recolhidos (evidências) são sujeitos a uma análise e apreciação, que terá a ver com a própria natureza dos dados. Os dados estatísticos, por exemplo, serão objecto de uma análise que vai permitir quantificar certos aspectos relativos quer ao funcionamento da BE quer à forma como o trabalho é percepcionado e apreciado pelos utilizadores da biblioteca. A análise dos dados obtidos deve conduzir à elaboração de avaliações sobre a BE e os seus serviços em termos de: eficácia, valor, utilidade, impacto, etc. Neste aspecto, é importante distinguir entre elaborar uma descrição e uma avaliação. A avaliação implica uma apreciação baseada na análise de informação relevante e evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências ou implicações de uma determinada acção ou processo.” (p. 68 do Modelo de auto-avaliação, disponível em http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?newsId=31&fileName=mod_auto_avaliacao.pdf ). O que é descrição? – Dizer o que acontece, sem apreciações sobre os resultados nem referência ao valor da acção ou processo em causa. O que é avaliação? – Fazer uma apreciação baseada na análise de informação relevante e evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências de uma determinada acção ou processo. A um bom enunciado avaliativo podemos fazer a pergunta “e depois?” – um bom enunciado avaliativo explica as consequências ou implicações (que podem ser negativas ou positivas). EXEMPLO: Enunciado descritivo: “Existe protecção de dados e procedimentos de copyright nas operações através da TIC.” (Comentário: este enunciado não julga a utilização e a utilidade dos procedimentos, apenas constata um facto.) Enunciado avaliativo – “Existem processos claros e actualizados de protecção de dados e os procedimentos de copyright asseguram que todos os utilizadores cumprem os requisitos legais.” 2
  • 3. (Comentário: este enunciado avalia os processos – são “claros e actuais” – e explica as consequências dos procedimentos assumidos.) Fórum 1 ACTIVIDADE – distinguir descrição de avaliação (a desenvolver em fórum) 1- Dos seguintes enunciados, indicar os que são descritivos e os que são avaliativos. 2- Melhorar os enunciados mais descritivos, transformando-os claramente em enunciados avaliativos (criação de hipóteses possíveis). Enunciados: 1- Foi recolhida informação dos departamentos sobre a colecção da BE. 2- A BE promove sistematicamente mecanismos de avaliação cujos resultados são utilizados na planificação do trabalho. 3- Iniciativa de um projecto (parceria com a Câmara Municipal) de âmbito nacional. 4- Aproximação estimulante às famílias e seu envolvimento no projecto da BE, com o projecto “Leituras em família”. 5- Horário da BE cobre todo o tempo de abertura da escola. 6- A actualização do material informático não corresponde às necessidades dos utilizadores (professores, alunos). 7- A BE disponibiliza guiões de pesquisa baseados no modelo Big6. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
  • 4. (2) Distinguir enunciados gerais de específicos Outro problema que emergiu da análise dos relatórios já referidos situa-se na forma como são perspectivadas as acções para a melhoria. Vejamos o exemplo de enunciados retirados dos relatórios referentes ao domínio B: Domínio B Acções para a melhoria Leitura e 1.Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às literacia aprendizagens e à progressão nas aprendizagens. 2.Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça objectivos e metas a atingir. 3.Reforçar o trabalho articulado. 4.Reforçar a produção de instrumentos de apoio a ser usados por professores e alunos. Uma leitura atenta dos enunciados que apontam as acções para a melhoria leva-nos a concluir que estamos perante enunciados que remetem para objectivos ou propósitos muito gerais. De facto, dificilmente a partir deste conjunto de intenções se perspectivam quais são os aspectos concretos que se pretendem implementar enquanto acções específicas para a melhoria. Os enunciados descritos situam-se numa fase prévia ou num patamar anterior ao que se consideram verdadeiras propostas de acções para a melhoria. Quase todos os verbos iniciais se situam no plano mais geral das intenções, necessitando portanto de uma especificação que revele claramente o quê se pretende fazer e, em alguns casos, o como se vai fazer. Analisemos dois destes enunciados, questionando-os e apontando hipóteses de melhoria: 1. “Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às aprendizagens e à progressão nas aprendizagens.” - O termo “sensibilizar” é muito geral; uma acção para a melhoria deverá especificar, neste caso, o como, ou seja, que aspectos concretos de actuação se integram nesse termo: exemplos - “sensibilizar a escola para a importância da leitura …. através de acções de formação a organizar com o Centro local. “; 4
  • 5. “sensibilizar a escola para a promoção da leitura… organizando um debate com um investigador na área”, etc. - Outra questão que seria importante ponderar perante um enunciado deste género, e face ao ponto de partida (em função dos resultados obtidos na avaliação), é se de facto nos devemos centrar na “escola” como um todo ou se não se deverá antes apontar interlocutores privilegiados e estabelecer prioridades – convém sublinhar que as acções para a melhoria devem ser realistas e perspectivar objectivos alcançáveis num prazo determinado, por isso de pouco serve apontar propósitos tão abrangentes que muito provavelmente estarão fora do nosso alcance a curto prazo. 2. “Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça objectivos e metas a atingir.” - O enunciado revela que não se percebe o que são acções para a melhoria, pois quando apontamos essas acções elas pressupõem que já se identificaram prioridades e já se estabeleceram objectivos, resultando então daí as acções para a melhoria. A ocorrência de enunciados do tipo apresentado é frequente, indiciando que de facto não foi ainda efectuada uma análise ponderada dos dados e resultados obtidos no processo de avaliação. Essa análise é essencial, pois dela deverá resultar não um mero elencar de intenções de carácter geral, que dificilmente se concretizarão, mas deverá perspectivar-se com cuidado aquilo que de facto é prioritário, estabelecer metas credíveis, identificar etapas de intervenção exequíveis e seguras, para que os sucessos obtidos se consolidem sem hipóteses de recuos ou inflexões indesejadas. 5
  • 6. Fórum 2 ACTIVIDADE – distinguir enunciados gerais de específicos (a desenvolver em fórum) 1- Analisar os enunciados 3 e 4, apontando as suas fragilidades e propondo eventuais alterações que os transformem em enunciados específicos e que concretizem hipóteses reais de acções para a melhoria. 6