Este documento apresenta a segunda parte da biografia de Madre Teresa de Calcutá, destacando sua chegada a Calcutá após deixar a Congregação das Irmãs de Loreto e seu início de trabalhos assistenciais aos pobres e desvalidos da cidade, contando com a ajuda das ex-alunas e fundando a Congregação das Missionárias da Caridade.
1. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 11 - nº 107 - Setembro/2010
Distribuição Gratuita
Madre Teresa de Calcutá
Segunda Parte
Nesta Edição:
Faça o Melhor O Mal que Ainda Há em Nós...
Lamentemos Menos Os que dizem: Senhor! Senhor!
Livros: Monte Acima; Chico Xavier em Pedro Leopoldo
PROIBIDA A VENDA
2. Editorial
editorial
Publicação Mensal
Na “atmosfera” do Brasil, notamos hoje a grande maioria das pessoas permane-
Doutrinária-espírita
cendo nas faixas mais baixas dos ideais morais e cristãos.
Ano 11 - nº 107 - Setembro/2010
Na época que antecedeu a Jesus, a humanidade estava dividida entre o governo, Órgão divulgador do Núcleo de
clero e plebe, onde os mais fortes exerciam poder sobre os mais fracos que eram Estudos Espíritas Amor e Esperança
escravizados e subjugados pelo império e sacerdotes do templo. CNPJ: 03.880.975/0001-40
Infelizmente, as regiões que receberam o Salvador (denominação comum na CCM: 39.737
época, quando esperavam alguém que os salvasse, permanecendo numa condição Seareiro é uma publicação mensal,
passiva), desviaram os ensinamentos para o fanatismo e poder decadentes. Mesmo destinada a expandir a divulgação
a Europa, berço do saber e da intelectualidade, resvalou para caminhos obscuros da da Doutrina Espírita e a manter o
fenomenologia, diversão, relegando vasto material recebido por Allan Kardec. intercâmbio entre os interessados
Lembremos que para o território brasileiro foi concedida a oportunidade de rece- em âmbito mundial. Ninguém está
ber pessoas dos diversos continentes, fraternalmente, tal qual Jesus pontuou como autorizado a arrecadar materiais em
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, renovando a esperança com mudanças na nosso nome, a qualquer título. Conceitos
humanidade, dependendo do esforço de cada um. emitidos nos artigos assinados refletem
a opinião de seu respectivo autor. Todas
Novas oportunidades a promover aquisição de valores morais e cristãos. Quantos as matérias podem ser reproduzidas,
pioneiros contribuíram para o engrandecimento desta Terra e valorização do povo! desde que citada a fonte.
E agora? Impera a viciação no comodismo, conduzindo o povo para total ignorân- Direção e Redação
cia, relegando a integridade, a dignidade e a honra. Rua das Turmalinas, 56 / 58
Porém, hoje não são mais impostos esses desatinos ao povo, pois este tem a Jardim Donini
chance de escolher seu ideal, mas não o faz de forma digna, escravizando-se à es- Diadema - SP - Brasil
colaridade funesta, mantendo-se na ociosidade conveniente, através de benefícios CEP: 09920-500
dosados de forma oculta, como veneno fatal, agindo paulatinamente, a denegrir as Tel: (11) 2758-6345
possibilidades de cada um. A comodidade, o instinto do privilégio, das vantagens Endereço para correspondência
imediatas, leva nosso povo a mergulhar nos charcos da ignorância, incapacidade e Caixa Postal 42
submissão. Diadema - SP
É preciso disciplina e dignidade para que seja conquistado o respeito ao povo, CEP: 09910-970
contudo, esse mesmo povo tem que iniciar, dentro do seu íntimo, a sementeira dos Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa
E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br
princípios verdadeiros que Jesus nos trouxe pessoalmente e através de vários emis-
sários. Conselho Editorial
Antonio Ceglia Ribeiro
Jesus, muito além de Salvador, vem como Mestre, Educador, ensinando e exem-
Cladi de Oliveira Silva
plificando as máximas rumo à evolução a caminho do Pai. Fátima Maria Gambaroni
Já dizia Mahatma Gandhi “A dignidade pessoal e a honra, não podem ser protegi- Geni Maria da Silva
das por outros; devem ser zeladas pelo indivíduo em particular”. Indaiá Christiano
O momento reclama reunir forças morais, intelectuais e espirituais, individualmen- Nereide Conceição Grecco Ribeiro
te, modificando nossas tendências inferiores, e executar da melhor forma possível Reinaldo Gimenez
nossas possibilidades nesta experiência. Roberto de Menezes Patrício
Rosangela Araújo Neves
Equipe Seareiro Silvana S.F.X. Gimenez
Vanda Novickas
Índice
Grandes Pioneiros: Madre Teresa de Calcutá - Segunda Parte - Pág. 3 Wilson Adolpho
Clube do Livro: Chico Xavier em Pedro Leopoldo - Pág. 9 Jornalista Responsável
Tema Livre: Amai-Vos e Instruí-Vos - Pág. 9 Eliana Baptista do Norte
Moral e Ética - Pág. 10 Mtb 27.433
Lamentemos Menos - Pág. 11 Diagramação e Arte
Aconteceu: Chá Beneficente - Pág. 11 Reinaldo Gimenez
Canal Aberto: O Mal que Ainda Há em Nós... - Pág. 12 Silvana S.F.X. Gimenez
Aos Olhos de Deus - Pág. 12 Imagem da Capa
Medos - Pág. 12 http://margaridasempapel.files.wordpress.
com/2010/11/madre-teresa-1-784x1024.jpg
Família: Aborto - Pág. 13
Kardec em Estudo: Os que dizem: Senhor! Senhor! - Pág. 14 Impressão
Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda
Cantinho do Verso em Prosa: Essa Velhinha - Pág. 16
Rua Souza Caldas, 343 - Brás
Livro em Foco: Monte Acima - Pág. 16 São Paulo - SP - (11) 2764-5700
Pegadas de Chico Xavier: Os “Privilégios” de Chico Xavier - Pág. 17 CNPJ: 61.089.868/0001-02
Mensagem: Faça o Melhor - Pág. 17 Tiragem
Contos: Um Grito de Cólera - Pág. 18 12.000 exemplares
Calendário: Setembro - Pág. 19 Distribuição Gratuita
2
3. Grandes Pioneiros
grandes pioneiros
Madre Teresa de Calcutá
Segunda parte
Junto ao arcebispo, Monsenhor Ferdinand Périer, final- encontrara. Porém, tomando as últimas que estavam nos
mente Irmã Teresa redigiu a carta endereçada a Roma e bolsos, entregou-as ao sacerdote. Ao entardecer, após ter
alguns meses depois ela recebeu a autorização do Vaticano amparado alguns doentes da rua, abrigando-os nos cantos
pelo Papa Pio XII, para deixar a Congregação das Irmãs de da calçada, refletia que estariam mais protegidos do caos
Loreto. Assim mesmo, Irmã Teresa permaneceu na Congre- das ruas, cujo trânsito era muito complicado. Depois de um
gação até o final do ano letivo. Foram difíceis as despedi- dia de muito trabalho, quando pensava encontrar um lugar
das das alunas que a queriam muito bem, pelo fato de sua para descansar, defronta-se com o mesmo sacerdote a
dedicação não ser apenas como professora e orientadora, quem entregara as últimas rúpias. Este, ainda ofegante para
mas pelo seu carisma, sua bondade e compreensão. Sua alcançá-la, tendo nas mãos um envelope, entrega-o à Irmã
ausência seria muito triste para as alunas e as Irmãs da Teresa, dizendo: “Senhora, um homem desconhecido pro-
Congregação. curou-me e pediu para que eu passasse às suas mãos este
Deixando Loreto, Irmã Teresa foi para Patna. Inscreveu- envelope. Dissera-me que sabia de seus projetos para com
-se em um curso básico de enfermagem. Esse curso era os pobres de Calcutá e ele gostaria muito de poder ajudá-
ministrado pelo famoso hospital “American Medical Sisters” -la”. Irmã Teresa, abrindo o envelope, encontra um donativo
ou “Medical Missionary Sisters” (Irmãs Médicas Missioná- de cinquenta rúpias. Com lágrimas nos olhos, ela pede ao
rias). Dessa forma, ela saberia como lidar com os doentes e sacerdote que agradeça ao homem desconhecido. Para ela,
os desvalidos pela fome, jogados ao relento. Pensava Irmã Deus havia mandado o recado, seguir em frente, ajudando
Teresa: “Para entrar nos barracos pobres não preciso de aos desvalidos, pois com a firmeza da fé, a Providência de
titulo acadêmico”. Completando o curso de enfermagem no Deus não lhe faltaria.
ano seguinte, no mês de dezembro, ela retorna a Calcutá. Seus projetos para com a futura Congregação tomavam
Andando pelas ruas, Irmã Teresa pensava: “É a primeira vez conta de sua mente, e seria denominada “As Missionárias
que me vejo sem abrigo. Não estou mais em Loreto e nem da Caridade”. Tinha certeza que encontraria mais almas
tenho um teto onde ficar”. boas para ajudá-la. Não sabendo onde poderia passar a
De imediato, Teresa se recompõe e fala consigo mesma: noite, lembrou-se de seu confessor, o padre Jesuíta Celes-
“Não estou só, confio em Deus e na sua Providência Divina. te Van Exem. Ele fora o primeiro a dar-lhe as boas vindas
Ele me abrigará e a seus filhos abandonados, pela falta de em Loreto. Agora, padre Exem também fora enviado a Cal-
humanidade e amor”. cutá, para ajudar os missionários a educar os meninos no
Nesse instante, um sacerdote para em sua frente e pede- “Xavier’s College”. Ouvindo-a, o padre Exem lembrou-se do
-lhe um donativo para uma boa causa. Ela estava com pou- “Asilo São José”, das Irmãzinhas dos Pobres. Disse-lhe que
cas rúpias, pois já havia dado algumas para os pobres que tinha certeza de que as irmãs que administravam o Asilo
não se oporiam a alojá-la, até que Ma-
dre Teresa pudesse alugar uma casa.
Agradecida pela ajuda, ambos dirigi-
ram-se ao Asilo São José. As irmãs
acolheram-na com carinho.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos A principal avenida de Calcutá, Chowringhee Avenue, em 1945, Índia
Espíritas Amor e Esperança 3
4. No dia seguinte, resolvido o seu problema, ela saiu pe- principal item, a “Caridade”.
los arredores com alguma comida e remédios que as irmãs Madre Teresa ensinava suas ajudantes logo após as ora-
do Asilo São José lhe deram, assim como alguns curativos ções matinais: “Não pedimos a ninguém que nos faça a ca-
para as feridas dos moribundos. Após servir aqueles que ridade. Deveremos ir até os necessitados. Não importa que
estavam cobertos de mosquitos e chagas abertas, e que sejam hindus, muçulmanos ou cristãos. Todos somos filhos
estavam jogados nos chamados locais de “lixo”, onde nin- de Deus e algo bom e digno deveremos fazer por ‘Ele’”. E
guém passava com medo do contágio de doenças infec- completava com essas palavras: “Ofertem até que lhes fira,
tas, Irmã Teresa orou por eles, pedindo o amparo de Deus. pois o amor verdadeiro fere. A cruz feriu Jesus”.
Depois seguiu para o parque “Motijhil”, onde encontrou um No final do ano de 1948 foi concedida a nacionalidade
grupo de meninos sujos, que brincavam num horário que indiana à Madre Teresa de Calcutá.
deveriam estar na escola. Aproximou-se e perguntando o
porquê não estavam nas salas de aulas, ouviu a resposta A luta desse espírito empreendedor continuava junto às
de um deles: “Nós não podemos frequentar a escola. Nós ex-alunas que procuravam seguir aqueles passos firmes,
vivemos nas ruas. Dormimos aqui nos bancos do parque”. levando um pouco de consolo ao grande número dos rejei-
tados pela sociedade e pela indiferença dos bem conceitu-
Irmã Teresa pergunta-lhes então: “E a comida? Como ados na vida.
vocês se alimentam?” Respondeu-lhe outro: “Se ninguém
nos dá um pedaço de pão, nós roubamos nos mercados Teresa, a querida irmã entre todas as missionárias, prin-
livres e bebemos a água dos cavalos, que os donos deixam cipalmente aquelas ex-alunas que se agregaram a ela no
embaixo das árvores”. Irmã Teresa sentiu que o trabalho se- ardoroso trabalho assistencial, aderiu ao traje comum entre
ria bem maior do que esperava contar. E conversando com as mulheres indianas.
os meninos, conquistando a confiança deles, Irmã Teresa A Irmã Teresa passou a vestir-se do sári usual na Índia,
reuniu-os à sombra de uma árvore, contando, em forma de abandonando o hábito da Congregação de Loreto. Adotou
história, a vinda de Jesus à Terra. Viu que estes se empol- um sári branco com faixas azuis, simbolizando a paz e ho-
gavam. Porém, vendo-os tão sujos, ela num certo momento, menageando a Virgem Maria e o seu manto divino. Em seu
falou: ombro, uma pequena cruz. Dizia às suas auxiliares que
— Sei que vocês estão com fome, mas antes de comer dessa forma não estariam humilhando aos carentes, mas
alguns biscoitos que estão nesta sacola, eu proponho que sim levando respeito e carinho em nome do Senhor Jesus.
todos lavem as mãos e o rosto, querem? Completamente desprendida dos bens terrenos, ensinava
às jovens missionárias que deveriam ter apenas o neces-
As crianças aceitaram de imediato, mas, como lavar-se, sário, tais como: um prato com uma tampa, uma troca de
perguntou um deles. Irmã Teresa respondeu: “Vamos procu- roupas, uma troca de roupas íntimas, um par de sandálias,
rar o vigilante do parque e pediremos a ele o favor de abrir um pedaço de sabão, um travesseiro e um colchonete, dois
o registro de água. Com isso, as torneiras do parque nos lençóis e um balde metálico. Dessa maneira, se precisas-
darão a água necessária e depois agradeceremos ao vigi- sem atender algum caso grave a distância, a mudança seria
lante e voltaremos aqui para um belo piquenique”. E, com a fácil e rápida, pois todos os pertences poderiam ser levados
alegria das crianças, assim foi feito. Irmã Teresa conseguira nas mãos.
dar a eles a primeira noção de higiene.
Irmã Teresa, como fazia todas as manhãs, saía para
Após despedir-se, com abraços das crianças, ela prestar socorro aos desvalidos e, com a ajuda das ir-
prometeu que voltaria no dia seguinte. Foram mui- mãs missionárias, os trazia para o abrigo. Porém,
tos dias que se sucederam ao primeiro e, nas ao chegar ao portão ouviu o seguinte: “Querida
vésperas desse Natal, Irmã Teresa já alfa- irmã perdoe-me, mas creio que não temos como
betizara mais de quarenta crianças, sob as abrigar mais ninguém aqui. O nosso cômodo
sombras das árvores. Antes de terminar o está lotado, não temos onde dormir e nem
ano de 1948, uma pessoa que havia conhe- como cuidar dos doentes”. Irmã Tere-
cido Teresa de Calcutá, quando morava em sa ouvia apreensiva o que lhe comu-
Loreto, alugou uma casa nas proximidades nicava uma de suas ajudantes. Ela
do parque, para que ela pudesse abrigar seus já sabia do fato, por isso respon-
alunos. Esse aluguel fora permutado por aulas deu: “Vamos ter fé, minha filha.
para as crianças das redes públicas. Jesus nos auxiliará”. E seguiu
Aos poucos, o movimento que Irmã Teresa seu caminho para cuidar dos
realizava foi crescendo. As ex-alunas, quando doentes que encontrava pelas
souberam que a querida professora estava de ruas. Após ter atendido a várias
volta e cuidando de uma comunidade prati- pessoas, ela deparou-se com
camente ao ar livre, juntaram-se a ela. Irmã uma mulher jogada na sarjeta. O
Teresa agradecia a Deus por essa ajuda quadro era terrível. O corpo da
espontânea das meninas. E uma a uma, pobre anciã mostrava mordidas
formaram a futura Congregação da Irmã de ratos e estava cheio de formi-
Teresa, que ainda não tinha sido reconhe- gas e mosquitos. A pobre gemia,
cida pela Santa Sé. Mas, a dedicada dis- sem poder movimentar-se. Irmã
cípula do Cristo já começara a elaborar Teresa, vendo o triste estado
os estatutos das futuras “Missionárias daquele ser, não teve dúvidas;
da Caridade”. E nesses estatutos, conseguiu um carrinho de mão,
além do que era obrigatório pela lei cedido por alguns homens que
eclesiástica, ela acrescentara: 1º transportavam pequenas cargas
obediência, 2º pobreza, 3º castida- para os comerciantes locais, e,
de; e mais um, que para ela era o com a ajuda deles, ergueu o po-
4
5. bre corpo inanimado e conduziu-a ao hospital mais próximo. diu perdão ao Senhor, pela sua atitude de minutos atrás.
De forma alguma queriam prestar socorro. Irmã Teresa pôs- Irmã Teresa, renovada e esperançada, adentrou à sala de
-se a falar alto e gesticular exageradamente para chamar atendimento ao povo. Após algumas horas, expôs o assun-
atenção. Com isso, ela conseguiu que a mulher fosse enca- to sobre a falta de moradia aos abandonados. Tanta foi a
minhada ao ambulatório para receber os curativos precisos. ênfase colocada em suas palavras, que lhe foram ofertados
Porém, ali não poderia ficar e Irmã Teresa teve que recorrer dois imóveis, dos quais escolheria um, que seria a casa que
ao padre Exem, seu confessor, para abrigar a mulher. procurava para os seus propósitos. Um deles, mais adequa-
O padre Exem, ao ver a Irmã chegar, acompanhada pela do, limpo, pronto para ser ocupado, ficava nos subúrbios
doente toda enfaixada, pôs a mão na cabeça e falou: de Calcutá. O outro, mal conservado, sujo, ficava no centro
— Meu Deus! Irmã Teresa, conheço seu trabalho e seu da cidade e ao lado do templo da deusa Kali, considerada
senso de caridade, mas por favor seja mais comedida! a protetora de Calcutá. Após visitá-los, Irmã Teresa, prefe-
riu o imóvel próximo ao templo, isto porquê, conhecendo os
Teresa nada pronunciou, apenas colocou a mulher no ca- indianos e sua crença, eles, por certo, sentindo a aproxima-
tre, que algumas vezes fora seu leito, e agradecendo ao ção da morte, iriam preferir morrer sob olhares da deusa
padre, despediu-se prometendo voltar no dia seguinte. Kali.
Voltando às ruas, entre as demolições de várias casas, O local estava em péssimo estado. Mas, juntas, as irmã-
ouviu alguém pedindo socorro. Teresa, de imediato, come- zinhas missionárias começaram de imediato o trabalho de
çou a procurar e, atraída pela voz, encontrou outra mulher restauração. Em pouco tempo estava tudo em ordem. To-
em terrível estado terminal. Abaixando-se para ouvir o que madas as providências em busca de catres, colchões, rou-
ela dizia em sussurros: “Foi... foi meu filho... que me jogou pas etc., de que precisariam, Irmã Teresa estava feliz. Junto
nestes escombros... eu me tornei... um peso... para ele”. de seu confessor, o padre Exem e do padre Julien Henry,
Irmã Teresa só pôde fechar os olhos desse coração mater- que também simpatizou com a dedicação de Irmã Teresa,
no. Orou a Jesus para que, no futuro, o filho não tivesse o conseguiu o necessário para acolher os “pobres de Calcu-
mesmo fim. tá”, como denominava Irmã Teresa.
Saindo do local onde outros buscavam sua ajuda, mos- Essa casa, em tempos passados, servia de dormitório
trando corpos cadavéricos, Irmã Teresa parou ali mesmo, aos peregrinos que chegavam a Calcutá. Irmã Teresa deu-
em frente a tanto desprezo dos que por ali passavam, sem -lhe o nome de “Casa do Moribundo”, que seria então o lar
demonstrar qualquer compaixão. Olhando para o céu falou: dos desvalidos. Nessa nova propriedade pôde Irmã Teresa
“Senhor por piedade, como atender e abrigar este grande desdobrar o atendimento aos doentes. Começou a recolher
número de moribundos?” E continuou o seu desabafo a Je- e medicar os que apresentavam o vírus H.I.V., a Aids, e tam-
sus: “Por vezes, creio que o Senhor nos abandonou. Esta- bém os leprosos. Teresa de Calcutá dava continuidade à
mos praticamente sem abrigo. Não temos rúpias para alu- sua obra iniciada após ter conhecido o Mestre Jesus, como
garmos um depósito qualquer. Senhor, não sei como voltar Maria Madalena, reunindo os leprosos que eram jogados no
e falar às missionárias que a nossa instituição está falida, vale dos “imundos”.
sem mesmo ter começado, pelas bênçãos do Vaticano”.
Tudo parecia transcorrer com mais tranquilidade para
Irmã Teresa não havia reparado que enquanto se dirigia a Teresa e as missionárias, no grandioso trabalho que de-
Jesus, andava. E qual não foi sua surpresa, quando obser- senvolviam. Mas, muitos habitantes dessa região que eram
vou que estava em frente à secção de higiene da Câmara chamados de “bonzos”, isto é, os encarregados do culto à
Municipal de Calcutá. Num impulso, pensou: “É aqui... aqui deusa Kali, achavam que a Irmã Teresa estava profanando
pedirei uma solução para o problema. Foi Jesus... foi o Se- aquele lugar sagrado. Começaram a perseguir todos os pas-
nhor que me encaminhou para buscar ajuda na prefeitura sos e atitudes tomadas pelas missionárias, tendo como alvo
local”. principal a Irmã Teresa. As crianças e os adultos, ali acon-
E, num ato de arrependimento por sua falta de fé, pe- chegados sob seu teto, sofriam, sem saber, forte esquema
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
DIA LIVROS ESTUDADOS Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas
2ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; 3ª e 6ª, às 15 horas
Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan Domingo, às 10 horas
Kardec; Missionários da Luz – André Luiz*
Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas
3ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador – Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas na nova
Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec sede (Rua dos Marimbás, 220, Jd. Guacuri, São Paulo)
4ª O problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis;
Evangelização Infantil: ocorre em conjunto com as
Viagem Espírita em 1862 – Allan Kardec; Das Leis
Morais – Roque Jacintho reuniões
5ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Terapia de apoio espiritual aos dependentes
Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns – químicos e doentes em geral: 6ª, às 19h30
Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
6ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45
Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros – 3ª e 6ª, às 14h45
André Luiz*; Vida Futura – Roque Jacintho
Treino Mediúnico: 5ª, às 20 horas
Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
Livro de mensagens de Emmanuel* Rua das Turmalinas, 56 / 58
*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança 5
6. de espionagem. Por várias -lo, balbuciar: “Perdoe-me
vezes o local foi apedrejado Irmã Teresa. Reze a Deus
com tentativas de invasão por mim”. Os companhei-
pelo bonzos mais fanáticos. ros estavam emocionados
Porém, o coração de Irmã por terem acompanhado a
Teresa, sempre voltado transformação que se dera
para Deus, mantinha a cal- com ele, que no princípio
ma. Transmitia aos doentes foi o mais ferrenho perse-
e às missionárias a confian- guidor de Irmã Teresa.
ça de que, através da prece Com este acontecimen-
e da fé, nada lhes aconte- to, que chegara aos ou-
ceria. Porém, por ordem do vidos dos sacerdotes do
líder dos bonzos, foi desig- Templo Kali, estes juraram
nado um espião para matar à deusa que nunca mais
Irmã Teresa, na primeira a perseguiriam, pois que,
ocasião em que ela esti- para os bonzos, tornou-se
vesse sozinha. Quando ela uma santa. E os sacerdotes
teve a certeza do fato, que sabia poder acontecer, procurou prometeram ajudar Irmã Teresa a recolher os enfermos da
o chefe dos bonzos, para lhe dizer: “Se quiser, pode me rua e tratá-los com mais respeito.
matar agora mesmo, não precisa esperar dia propício para Todos esses fatos eram anotados pelos padres, Ce-
isso. Apenas peço-lhe que não cause mal aos moribundos, leste Van Exem, o confessor de Irmã Teresa e por Julien
que já sofrem tantas amarguras. Muitos estão apenas espe- Henry, que embora não tolerasse essa tarefa, terrível aos
rando o chamado de Deus para partirem”. seus olhos, praticada por Teresa de Calcutá, passou a ser
O líder dos bonzos não precisou responder porque, nes- simpatizante da causa e ajudava o padre Exem nas anota-
se exato momento, o espião encarregado de matar Irmã ções. Essas anotações foram transformadas em relatórios,
Teresa adentrou o local e falou com emoção: “Senhor, Dei- a pedido do Arcebispo D. Fernando Périer, que os enviaria
xemos essa mulher em paz. Tenho vigiado seus passos e à Roma.
confesso que o trabalho que desenvolve me dá a impressão Irmã Teresa e as missionárias trabalhavam arduamente
de ver a própria deusa Kali em ação. Todas as mulheres do pela congregação, mas esta ainda não existiria juridicamen-
Templo de Kali deveriam aprender a servir à deusa, como te, enquanto não chegasse o decreto de Roma, que autori-
faz esta santa mulher”. A partir desse dia, o líder dos bonzos zasse o funcionamento legal da instituição. E graças a es-
e outros encarregados do templo, tornaram-se amigos de ses relatórios, foi promulgado, no dia 7 de outubro de 1950,
Irmã Teresa. o surgimento dessa instituição. Nesse dia, homenageia-se
E essa amizade firmou-se ainda mais, quando um deles a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Considerou-se em
contraiu tuberculose. Irmã Teresa deu-lhe abrigo e cuidados Roma que a instituição, fundada por uma religiosa eslavo-
com o tratamento para reprimir um pouco a doença que, por -albanesa, prescrevia todas as garantias de fé, baseada
essa época, era certo, o levaria ao óbito. Irmã Teresa tudo “nos princípios de felicidade cristã, por amor a Deus”. A no-
fez para curá-lo, envolvendo-o em suas orações. A reação tícia trouxe alegria para os corações das Missionárias da
do enfermo era de revolta. Quando os companheiros vinham Caridade e para a fundadora, que passou a ser chamada
visitá-lo, ele blasfemava contra Deus, dizendo ser condena- Madre Teresa de Calcutá, denominação essa do Arcebispo
do por Ele, por acompanhar os sacerdotes do Templo Kali, Périer.
e por querer expulsar a Irmã Teresa e os doentes desse Os ataques à Madre Teresa continuavam. Os mais abas-
local. Mas, Irmã Teresa estava sempre por perto, procuran- tados não se compraziam com o trato aos moribundos. Para
do acalmá-lo e pedindo que rezasse com ela. E sua atitude eles os pobres deveriam morrer a míngua, já que nada pos-
era de colocar suas mãos na cabeça confusa do enfermo, suíam, e assim a prole iria diminuindo. Arquitetaram, então,
que aos poucos se acalmava. Com o progresso da recupe- um plano que, de imediato, puseram em ação. Começaram
ração, o moribundo, já pedia as bênçãos de Irmã Teresa. E, a instigar as prostitutas a entrarem na instituição, para dar
em seus últimos dias de vida terrena junto de Irmã Teresa, a impressão ao povo que Madre Teresa estava a camuflar
orava com ela o Pai Nosso. Assim, o desencarne o alcança o local, para que entrasse mais dinheiro através do sexo
numa manhã, onde vários bonzos ali se encontravam ao e, também, que ela obrigava os moribundos a serem con-
redor do catre e, ante o último suspiro, todos puderam ouvi- vertidos ao catolicismo, revoltando os sacerdotes budistas.
Para tanto, os manifestantes, sob esses
pretextos, foram à polícia exigir que a ex-
pulsassem do imóvel junto com as missio-
nárias e os doentes. A polícia, registrando
as denúncias, foi ao local para averiguar a
verdade do que ali ocorria. A investigação
não apresentou censura alguma que apon-
tasse danos morais a ninguém; ao contrá-
rio, o que ali se passava, eram exemplos
de amor ao próximo.
Os denunciantes foram chamados para
ouvir o resultado das investigações poli-
ciais. A condição proposta pela polícia fora
de que, cada um que se sentisse incomo-
6
7. dado, procurasse praticar os mesmos atos caridosos de padre Julien, e diz-lhe que a proposta estava aceita. Finda
Madre Teresa de Calcutá. Naturalmente que os denuncian- as negociações, ao se despedir, o juiz declarou ao padre
tes não aceitaram essa proposta policial, e recolheram-se Julien que estava feliz por saber que o imóvel seria bem
contrariados. aproveitado, pois era do agrado de Alá.
A maioria do povo hindu consagrava à Madre Teresa o Madre Teresa recebeu a boa noticia da aquisição de outro
carinho dispensado à uma mãe. Saindo às ruas, as crianças imóvel onde poderia abrigar mais doentes. A esse local ela
corriam para serem abraçadas e beijadas por essa “santa deu o nome de Nirmal Hriday, que em bengalês significa
mulher”, como a chamavam. Mas, com sua humildade, Ma- “Coração Puro”. Essa denominação agradou aos hindus,
dre Teresa pedia a todos que orassem a Jesus, porque Ele em sua maioria, hansenianos.
é que merecia ser glorificado, por ser pregado na cruz para Os doentes foram encaminhados para esse abrigo, que,
nos ensinar a amar. com o tempo, foi destinado apenas aos adultos. Madre
A “Casa dos Moribundos” estava demonstrando que o Teresa viu que o número de crianças que ficavam órfãs pela
espaço físico se tornara pequeno diante da procura dos do- morte dos pais era grande. Ela não poderia abrigá-las ali
entes abandonados, principalmente os leprosos, que conti- naquele alojamento, onde os pequenos poderiam contami-
nuavam a agonizar pelas ruas. Madre Teresa pediu ajuda ao nar-se pelos vários tipos de vírus que os doentes apresen-
seu confessor, o padre Exem. Este se uniu ao padre Julien tavam. Para tanto, seria necessário encontrar outro imóvel,
Henry e, conhecendo ambos a personalidade forte de Ma- a fim de que essas crianças tivessem um lar decente e uma
dre Teresa, passaram de imediato a buscar um imóvel para orientação segura.
que abrigasse mais carentes, adultos e crianças. Iniciou-se uma nova procura de imóvel, o qual Madre
O padre Julien tomou conhecimento que estava à venda Teresa dizia ser um lar-matriz, isto é, lar “materno”, pois
a casa de um juiz mulçumano, mas que, tendo se apo- todas as missionárias seriam mães das crianças que ali
sentado, resolveu vendê-la, para ir morar no Paquistão. O fossem abrigadas. A preocupação do padre Exem e padre
encarregado da venda do imóvel era irmão do juiz, e foi a Julien era enorme. “Como faremos?” Essa pergunta lhes
ele que o padre Julien recorreu. Após várias negociações, tirava o sono. Sabiam que quando Madre Teresa colocava
padre Julien acompanhado pelo irmão do juiz, apresentou algo para ser realizado, ela não descansava enquanto não
a proposta referente ao preço do imóvel, e explicou qual se cumprisse seu desejo. E todos se puseram a procurar o
seria a destinação da casa, onde estaria à frente da ha- novo lar para as crianças. Conversando com Madre Teresa,
bitação Madre Teresa. O juiz ficou um tanto constrangido os padres Exem e Julien comentavam que não sabiam
por saber tornar-se seu antigo lar numa instituição católica. como realizar outro negócio na compra de mais um imóvel,
Pediu ao padre Julien um tempo, que lhe foi concedido. O pois ainda não haviam quitado a compra anterior. Madre
juiz muçulmano dirigiu-se à mesquita mais próxima, para Teresa, como sempre, firme em sua fé, dizia-lhes: “Vocês se
poder consultar Alá (nome dado a Deus pelos muçulmanos). lembram da oração ‘Lembrai-vos’?” Essa oração aprende-
Padre Julien fez o mesmo, pedindo a Deus que os dese- mos desde criança, quando sentíamos dificuldades; nossa
jos de Madre Teresa pudessem ser atendidos em defesa de mãezinha junto a imagem de Nossa Senhora, orava assim:
uma causa nobre, pensava ele, em favor dos desabrigados. “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se
Logo o juiz muçulmano retorna com um sorriso que agradou ouviu dizer que daqueles que recorreram à vossa proteção,
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Nirmal Hriday
Espíritas Amor e Esperança 7
8. que imploravam vossa assistência, que reclamaram por vosso so-
corro, algum fosse por vós desamparado. Animada, pois, com igual
confiança, a vós, Virgem entre todas singular, como Mãe eu recorro,
de vós me valho e, gemendo sob o peso de meus pecados, me
prostro aos vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe
do Filho de Deus humano, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de
me alcançar o que vos rogo. Amém”1.
Os dois padres ouviram em silêncio a oração que Madre Teresa
fizera com emoção. Após, tanto padre Exem como padre Julien, dis-
seram achar peculiar a oração, principalmente por ser dirigida dire-
tamente à Virgem Santíssima, que, por certo, nunca deixara de ouvir
um coração materno, numa prece dita com tanta convicção. As mis-
sionárias também aderiram à oração do “Lembrai-vos”, seguindo,
como acreditava Madre Teresa, a sagração da Providência Divina. E
essa providência teve seu êxito, pois o imóvel apareceu praticamen-
te de graça. Padre Exem louvou a oração “Lembrai-vos”. Esse lar
abrigaria as crianças órfãs. Madre Teresa denominou essa casa de:
“Nirmala Shishu Bhavan”, cujo significado seria quase o mesmo do
“Lar do Moribundo Abandonado”. Essa denominação favorecia aos
povos budistas como aos católicos.
O grandioso trabalho das Missionárias da Caridade prosseguia
em ritmo acelerado. Madre Teresa, vendo aumentar o número de
hansenianos pelas ruas, criou um atendimento móvel, para minorar
os sofrimentos dos doentes chagados. Ela e as missionárias saiam
divididas em pequenos grupos e faziam a higiene necessária para
cuidar dos curativos e dos remédios, que, com muita dificuldade,
Madre Teresa conseguia dos médicos e hospitais que simpatizavam
com o seu trabalho caritativo. E quando elas sabiam que doentes
eram confinados em barracos ou casebres em ruínas, de imediato
Madre Teresa estava a disciplinar a tarefa, para que todos fossem
atendidos, já que não havia mais locais para abrigá-los com humani-
dade. Isso deixava Madre Teresa preocupada. Agora ela procurava
fazer a oração do “Lembrai-vos”, com visão mais ampla. Ela, men-
talmente, dizia à Virgem Santíssima que era preciso encontrar um
local onde fosse erguida uma cidade, que ela já deslumbrara como
a “Cidade da Paz”.
Padre Julien, ao saber dessa tão ousada pretensão de Madre
Teresa, assustadíssimo, procurou padre Exem que, como seu con-
fessor, poderia demovê-la desse empreendimento. Padre Exem, rin-
do, contrapõe: “E quem irá fazê-la retroceder de mais esse ideal?”
E continuou: “Vamos ajudá-la a buscar recursos necessários, sem
discutirmos o assunto. Você sabe tão bem quanto eu, que Madre
Teresa apenas nos informa do que ela tem em mente, apenas isso.
Portanto, meu amigo, pensemos desde já como angariaríamos re-
cursos para o novo empreendimento de Madre Teresa”.
Final da segunda parte.
Eloísa
1. A oração “Lembrai-vos”, consta do livro: Teresa de Calcutá, Uma Vida de Amor a
Jesus nos Pobres – Jose Luis Gonzáles-Balado.
• Grandes Espíritas do Brasil – Zeus Wantuil, Editora FEB, 1ª ed., • http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/59/
Bibliografia
1969. ChowringhrrKolkata1945.jpg
• Madre Teresa de Calcutá – José Luis Gonzáles-Balado, Editora • http://www.asianews.it/files/img/madre_teresa_ABBRACCIO.jpg
Paulinas, 3ª ed., 1976. • http://lh5.ggpht.com/_JPReeI0N5wU/S3D0IynR0aI/AAAAAAAADDw/
NwP-bLpk7Ss/IMG_2940.JPG
• Maria de Magdala – Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed., • http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSQAM90InjqjhDeC4TvOEpsZ
1992. l8LCdITFIKDxtfvaoCRgqbFL-Ld4w
• Teresa de Calcutá – A Mulher do Século – M. Rouxinol, Editora Lis. • http://snpcultura.org/fotografias/Madre%20Teresa%20de%20
• Teresa de Calcutá – Uma Vida de Amor a Jesus nos Pobres – José Calcut%C3%A1%202/1.jpg
Luis Gonzáles-Balado, Editora Paulinas, 1ª ed., 2003. • http://www.exileimages.co.uk/masanorik/MotherTeresa/MK.ASI.006.jpg
• http://1.bp.blogspot.com/_NZrQ-Je690k/THoWGuYmPpI/AAAAAAAAB-A/
• Imagens: UK6nhldO-DM/s1600/mother%2Bteresa%2Bhelping%2Bsick.jpg
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8
9. Clube do Livro
clube do livro
Chico Xavier em Pedro Leopoldo
Escolhida pelo Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves Natanael respondeu a Filipe, ao saber que Jesus era ori-
(Jô)”, no mês de junho/2010, “Chico Xavier em Pedro ginário de Nazaré: “Ora, de Nazaré pode sair alguma coisa
Leopoldo” é a 1ª edição da obra, em homenagem prestada boa?”, alguém, fazendo a mesma indagação sobre quem se-
pela editora DIDIER, através de Divaldinho ria o famoso Chico, retrucou: “Ora, de Pedro
Matos. Leopoldo pode sair alguma coisa boa?”
Como sugere o título, pretende mostrar ao Na cidade onde tudo começou, tanto a
público leitor a vida de Chico na cidade de vida do homem, como a do médium Chico,
Pedro Leopoldo, Minas Gerais, no período foram psicografados 59 livros, os quais são
de 1927 a 1958. São relatados e abordados enumerados cronologicamente.
fatos, passagens, “causos”, entrevistas, re- O autor esclarece que a obra não preten-
gistrando sua vida durante sua permanência de ser biográfica, mas, “resgatar a saga do
em Pedro Leopoldo, com fotos da época, até Espiritismo na mediterrânica Minas Gerais,
de alguns documentos, como por exemplo, o dando ênfase a Pedro Leopoldo, berço do
primeiro emprego. instrumento de precisão absoluta”.
Logo no início na frase “Pedro Leopoldo É uma forma de conhecer e aprender um
está para Chico Xavier, assim como Nazaré pouco mais sobre quem foi esse homem hu-
está para Jesus.” é feito um paralelo entre milde e valoroso, conhecido como o médium
o início da vida pública de Chico, em Pedro Chico Xavier, em sua terra natal.
Leopoldo e da vida pública de Jesus, em Vamos conferir?
Nazaré. Que Deus nos abençoe.
Conta-se que da mesma forma que Divaldinho Matos
Rosangela
Editora DIDIER
Tema Livre
tema livre
Amai-Vos e Instruí-Vos
“Espíritas! Amem-se, eis o primeiro ensinamento; instru- Mas... e o segundo? Instruí-vos, eis o segundo.
am-se, eis o segundo”. – O Evangelho Segundo o Espiritis- Parece que este anda um pouco esquecido, um pouco
mo – capítulo VI, item 5. negligenciado por nós espíritas. Infelizmente, é comum en-
Esta é a palavra do Espírito de Verdade. contrarmos núcleos, para onde se dirigem almas necessita-
Amar... das e inadvertidas, à espera de soluções miraculosas, preo-
Sabemos nós, que longe estamos de compreender – e cupados tão somente com o fenômeno, o personalismo e a
mesmo de saber – o que é o amor, no sentido exato que o vaidade de um nome conhecido.
Mestre Jesus nos ensina. Para tanto, entendem que bastam “bons guias”. Os espí-
Embora já distantes do primitivismo dos tempos, esse ritos são a solução e desnecessário o estudo, que passa a
doce sentimento ainda não tocou o nosso coração em sua segundo plano, que se reduz à “perfumaria”.
plenitude. Tão pouco conhecemos a nossa infinita capaci- E, a partir dessa teoria, encontramos inúmeros confrades
dade de amar. Infinita, sim, já que fomos criados à imagem e que se dedicam a servir à casa, e não à causa.
semelhança do Criador. Assim, teoricamente sabemos, mas Mas, a casa espírita, a par de ser um pronto socorro espi-
ainda não experimentamos a grande e verdadeira ventura ritual, é, primordialmente, um educandário. Há de ser sem-
do amor. pre um núcleo educativo, guardando rigorosa fidelidade aos
Ouvimos em todo o meio espírita, repetidas vezes, que é princípios espíritas contidos na codificação kardequiana.
preciso aprendermos e por em prática esse primeiro man- E onde buscar estes princípios? Resposta simples:
damento. ESTUDAR. Estudar as obras básicas da Doutrina Espírita,
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sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre o Espiritismo por e-mail. Poderá
também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança 9
10. em primeiro lugar: O Livro dos Espíritos, O Livro dos outros modernismos e terapêuticas alternativas, muitas des-
Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o tas respeitáveis, mas que não são Espiritismo, mas frutos
Inferno, A Gênese, Obras Póstumas. Aí estão contidos os da criação dos homens, que, desavisados, imaginam estar
princípios fundamentais da doutrina dos Espíritos. prestando grande concurso para a evolução da humanida-
A casa espírita tem o dever do estudo, a obrigação do de e que, muito pelo contrário, são perfeitos medianeiros
ensinamento, se pretende atender e servir fielmente à daqueles que almejam retardá-la cada vez mais. É o desvir-
Doutrina Espírita. tuamento da doutrina.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Tenhamos sempre presente que a Doutrina dos Espíritos
Vemos assim, que só através do conhecimento da ver- foi ditada pelos espíritos e que a casa espírita é organização
dade é que nos libertaremos. Mas, que verdade é esta, que dos homens. Portanto, como tal, da casa espírita não espe-
liberdade é esta? Como conhecer a verdade sem o estudo? remos perfeição.
Como conhecer a libertação, se nem mesmo sabemos o Os centros espíritas não são propriedade de quem quer
que seja a tão cantada e decantada liberdade? que seja, mas há de ser sempre escola de almas, destina-
É muito acanhado ainda o nosso conceito de liberdade. dos sim, ao atendimento fraterno, mas também, ao atendi-
Queremos ser livres. Mas, livres do quê? Livres dos pais, mento elucidativo.
dos preconceitos, das convenções sociais etc. etc. Ensinar, educar, para libertar. Eis um dos princípios que
E quando nos encontramos livres de tudo o que parecia deve nortear o centro espírita. Estudar, aprender, educar-se,
nos limitar, quedamo-nos frustrados, amargurados, sentindo para libertar-se. Eis o dever de todo espírita.
que não nos libertamos de nossas amarras. Só assim vamos entender porquê tantos, libertos de to-
Do que então precisamos nos libertar? E aí entra o papel das as convenções humanas, sentem-se eternamente apri-
do centro espírita: orientar, estudar, ensinar... libertar. sionados; e outros tantos, ainda que algemados a estas
É comum ouvirmos: “não estou legal; preciso ir ao centro mesmas convenções, sentem-se absolutamente libertos.
tomar um passe”. E pronto; está resolvido. Tudo está bem. Eis a liberdade a que se refere o Evangelho: a liberdade
“Nossa, foi bom ir lá, eu estava carregado, mas o passe me da alma, que é eterna. E não a liberdade do corpo, que é
libertou”. efêmera.
Libertou? Como? Se no momento em que se sentir, de Busquemos com maior empenho o conhecimento da ver-
novo, “carregado”, vai precisar “ir lá novamente?” Será difícil dade que nos oferece a doutrina, e que as casas espíritas,
entendermos que a casa espírita que não esclarece, ao con- longe de competições, assumam, em definitivo, a respon-
trário de libertar, escraviza? Que mantém cativo aquele que sabilidade que a elas cabe: estruturar-se para o estudo e o
necessita, que virá sempre pela dor e jamais pelo amor? ensino da doutrina.
Por que não indagarmos: por que o passe me é benéfi- Afinal, se o nosso norte é traçado pelo “O Evangelho
co, traz alento, alívio para as minhas dores? Afinal: o que Segundo o Espiritismo”, lembremo-nos: “Não pôr a luz
é o passe? O que está “oculto” sob a imposição de mãos? debaixo do velador” (capítulo XXIV).
Como se processa esse mecanismo magnético? “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alquei-
Se estudarmos, encontraremos respostas para todas as re, mas no velador, e dá luz a todos os que estão em casa”
nossas indagações. Veremos que nada está oculto e nada (Mateus, capítulo V, versículo 15).
é milagre. Voltemos ao início: Amai-vos e instruí-vos
Esta é a verdade que necessitamos e que nos libertará. A partir da instrução vamos começar a entender o que é
Vamos buscar o estudo; estudo sério e contínuo, sem nos o amor.
confundirmos. As orientações de Allan Kardec são a essên- Indaiá
cia da doutrina e não se confundem com tantos e tantos Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec,
tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 8ª ed., 2010
Moral e Ética
Felizmente, os estudiosos da área educacional já
defendem a ideia de que é necessário também tra-
balhar as virtudes em sala de aula, por terem relação
com os sentimentos e que estes participam da cons-
trução da “personalidade moral”.
Atualmente fala-se muito em “ética”. Segundo os estu-
diosos em educação, a palavra “moral” foi considerada de Por exemplo, a generosidade não se enquadra dentro da
caráter autoritário. A própria disciplina “Educação, Moral e definição de dever ético, pois ocorre justamente quando se
Cívica” banida do currículo, foi objeto de crítica, em dá ao outro, sem qualquer obrigação.
face da associação com o regime político ditatorial Emmanuel, no item 28 do “Livro da Esperança”, denomi-
da época. na a passagem do Bom Samaritano como a psicologia
Discute-se, no âmbito pedagógico, qual a da caridade. O samaritano, que não era religioso,
forma correta de introduzir a ética (ou mo- foi o único que parou na estrada e
ral) aos alunos na atualidade. ajudou, sem limites, obrigação,
tampouco interesse pessoal,
Fala-se em sistema de deveres e di-
uma criatura, pelo simples fato
reitos éticos.
de que ela carecia de auxílio na-
Em filosofia o estudo da ética quele momento.
contribui para estabelecer a na-
O dever moral, acima das obriga-
tureza de deveres no relaciona-
ções éticas, é advertido pela nossa
mento indivíduo-sociedade. A jus-
consciência. Ninguém o vê ou acusa
tiça corresponde a uma exigibilidade
na sociedade, pois as regras foram
de conduta, o que implica no respeito ao
seguidas, mas, se fielmente observa-
direito alheio.
do eleva-nos espiritualmente.
10
11. Dessa forma, só poderemos crescer como seres melho- depositarmos no espírito da criança ser-nos-ão devolvidos.”
res, mais íntegros, não nos mascarando por trás de regras, Emmanuel, obra citada.
mas agindo com o coração, praticando as virtudes que o Pai Rosangela
nos ensinou, através de Seu filho Jesus. Bibliografia: Pátio-Revista Pedagógica – Yves de La Taille, Editora
Artmed, ano 4, nº 13, mai/jul 2000.
Esta é a moral que devemos aprender, para ensinar aos O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Tradução de
nossos pequenos a verdadeira humildade e caridade. Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 2004.
Queremos um futuro melhor? “Não nos cansemos, Imagem: http://centralrocknet.com.br/thumbnail.
php?file=Crianca_1_671857479.jpg&size=article_medium
pois, de repetir que todos os bens e todos os males que
Lamentemos Menos
de alento: por mais difíceis sejam as situações, por
mais doloridas sejam as provas, nunca nos esqueça-
mos que Deus nos reserva o melhor!
Kardec ainda nos assegura com vigor que Deus
Mas por que só eu? Por que tudo acontece comigo? Será está sempre presente em nossa vida diária. Se por
que não mereço a atenção de Deus? Será que fui designa- acaso nos desencantamos com a vida, com as maldades
do a sempre sofrer e carregar as dores dessa reencarnação existentes no mundo, pois, atualmente somos informados
para sempre? em mínimos detalhes sobre tudo que de ruim acontece (e
Quantas vezes não nos pegamos com esses pensamen- muito pouco de bom) no mundo, jamais percamos de vista
tos negativos em nossa cabeça? É só acontecer algo que esta mensagem excelente que o Mestre Lionês nos deixou
nos desagrade que eles logo aparecem. em “A Gênese”, no capítulo XVIII, item 3, esclarecendo que
Aqui temos uma conta impagável. Será que não mereço o movimento progressivo da humanidade é inevitável, por-
um descanso? que faz parte da natureza e não se pode dizer que Deus seja
Se bem analisarmos a situação, talvez não deveríamos indiferente e, que após estabelecer Suas Leis, Ele tenha se
ter assumido uma dívida tão pesada, mesmo considerando mantido na inatividade, deixando as coisas à sua própria
nossa invejável situação financeira e saúde física excelen- sorte. Suas Leis são eternas e imutáveis sem dúvida, mas,
tes. Os dias passam rápido e as coisas mudam de lugar. devido Sua Vontade ser eterna e constante e Seu Pensa-
Nosso “eu” se modifica, pode melhorar-se ou piorar. Um mento animar as coisas sem interrupção; Seu Pensamento
passo em falso e podemos colocar muita coisa a perder, se- que tudo penetra, é a força inteligente e permanente que
não tudo. Era mesmo necessário investir tão forte naquele mantém tudo em harmonia; se esse Pensamento parasse
projeto? Poderia eu ter aguardado um pouco mais? E ago- um instante de agir, teríamos então um Universo semelhan-
ra, se meu coração não aguentar mais, e se meus órgãos te a um relógio sem o balanço regulador das horas. Deus
continuarem a se deteriorar cada vez que entro em pânico? portanto, vela incessantemente pela execução de suas Leis
O que fazer? e os Espíritos que povoam o espaço são seus ministros en-
Do erro muitas vezes aprendemos o acerto. Quando dá carregados dos detalhes, de acordo com suas atribuições e
tempo! conforme sua escala de evolução.
Lendo outro dia uma mensagem de Emmanuel sobre os Que assim seja!
padecimentos a que estamos submetidos, sempre, em nos- Antoine
Bibliografia: A Gênese – Allan Kardec, Capítulo XVIII, item 3, Sinal
sa romagem reencarnatória, lembro-me de suas palavras dos tempos, Editora FEB, 42ª ed., 2002.
Aconteceu
aconteceu
Chá Beneficente
Num clima de muita alegria realizou-se no dia 14/08/2010, o
Chá Beneficente no nosso Núcleo de Estudos Espíritas Amor
e Esperança, com toda a renda revertida para a construção de
nossa nova sede na Rua dos Marimbás, 220 Jardim Guacuri, São
Paulo, SP.
Tivemos a oportunidade de nos confraternizar com muitos
amigos numa tarde agradável e agradecemos a presença de
todos que compartilharam conosco destes momentos.
Equipe Seareiro
ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃO
Sua doação é importante para o custeio da postagem
do Seareiro e pode ser feita em nome do
Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança
CNPJ: 03.880.975/0001-40
Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança 11
12. Canal Aberto
canal aberto
Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.
Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.
O Mal que Ainda Há em Nós...
O Espiritismo nos ensina que a raiz de todos os males sobre o abuso da mesma... Mostra-nos que é preferível vi-
provém do egoísmo e que para promovermos a nossa refor- ver uma vida humilde, na simplicidade, tendo a consciência
ma moral, necessitamos extirpá-lo. tranquila, do que viver banhado em ouro, mas com a mente
Analisando a fundo todas as guerras, todos os conflitos e o coração em trevas.
internos e externos, notamos sinais dessa chaga social, vis- Devemos combater o mal que ainda há em nós, come-
to que os homens estão mergulhados no imediatismo; no çando por nos desapegarmos dos bens transitórios, dos
materialismo; no aqui e agora; com os olhos voltados para o quais somos apenas usufrutuários e não donos. Enxergar o
seu próprio umbigo.
nosso próximo como a um irmão, filho do mesmo Pai, e fa-
O homem perdeu a consciência de si mesmo, esqueceu zermos a ele o que gostaríamos que nos fizesse. Dividir os
de onde veio e não sabe para onde vai. Procura incessan-
nossos tesouros, seguindo os conselhos do Mestre Jesus...
temente pela felicidade e para tal, é capaz de esmagar seu
próprio irmão para satisfazer o seu desejo. Quando estivermos imunizados e regenerados, fortaleci-
A Doutrina Espírita não proíbe que o homem busque o dos com o tônico do Cristo, o mundo será um lugar melhor.
melhor, pelo contrário, dá subsídios para que ele se melhore Paz e bem!
cada vez mais... Não condena a riqueza, mas nos adverte Carlo Augusto Sobrinho - Rio de Janeiro - RJ
Aos Olhos de Deus
De nada vale a moeda adquirida de maneira ilícita. Para Ele, a justiça divina é pródiga em amor e bondade,
Assim, todas as nossas conquistas materiais devem ser mas, é igualmente firme na disciplina ante aos que erraram
produto de trabalho honesto. para angariar vantagens em detrimento de outros.
Aquele que usa de meios escusos para angariar riquezas Se quiseres conquistar tesouros, conquiste os do céu.
materiais, erra duplamente. Eles são adquiridos somente pelo cumprimento do dever
Um dia, o Pai lhe pedirá em conta o mau uso de tudo o e pela consciência limpa.
que adquiriu. Ricardo Santos - São Paulo - SP
Medos
para poder enfrentar a questão. O grande problema do
medo está na expectativa que criamos sobre determinados
acontecimentos que talvez nunca venham a ocorrer e
Temos encontrado considerável número de pessoas que também, na maioria dos casos, na preocupação exagerada
alegam medos diversos. Medos que variam de preocupações sobre o que os outros vão dizer ou vão pensar. Quer dizer:
no fundo, tememos julgamentos; o que é uma bobagem,
naturais ou exageradas até aqueles provenientes de
diga-se de passagem. Não somos obrigados a dar
traumas causados também por diferentes origens.
explicações a ninguém, senão por força da lei. Por outro
Sentir medo é humano, normal, natural. O problema lado, se estivermos em paz com a consciência, não há o
está quando o medo extrapola os limites do bom senso. que temer.
Ele, o medo, é muitas vezes necessário, pois nos preserva Percebe o leitor o alcance da questão? Agindo em
de perigos e constitui um mecanismo sábio do instinto de conformidade com o bem, estando em paz com a
conservação. Mas quando ultrapassa os níveis estabelecidos consciência, não há o que temer.
pela natureza, torna-se perigoso inimigo. Sim, pois nos Mas, e os perigos próprios da vida humana? Bom, eles
trava a potencialidade, paralisa as forças, gera doenças e existem, é verdade. Viver é sempre um risco, em vários
provoca estragos consideráveis, especialmente na mente. sentidos. Mas, é esse risco de viver que nos amadurece. O
O segredo está em entender os próprios medos. Para importante é confiar em Deus e seguir adiante.
isso, é preciso inteirar-se sobre a temática que nos assusta Medo do quê? Da morte, de
perdas financeiras, de altura,
Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” de chuva, de bala perdida, de
assalto, de avião, de espíritos, da
Receba mensalmente obras Informe-se através:
E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br
CHICO perda de entes queridos? Qual ou
selecionadas de conformidade www.espiritismoeluz.org.br
quais são os nossos medos?
Vivamos com naturalidade,
com os ensinamentos espíritas.
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Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP com mais alegria, confiando, e
tudo melhora.
12
13. Valorizamos muito as expectativas sombrias, esquecendo- atitude saudável que faz bem à alma.
nos de que a sintonia com a alegria de viver, adotada por Claro que nunca devemos esquecer a prudência nos
comportamento, altera os rumos dos acontecimentos, gestos, decisões, comportamentos e atitudes. Mas viver
modifica o ambiente, os panoramas, influencia pessoas e é sem medo, claro! Viver para aprender continuamente.
Orson Peter Carrara - Matão - SP
Família
familia
Aborto
Realmente, José e Maria não eram ricos, passaram por
“pressões sociais” imensas e não fraquejaram diante do
compromisso que assumiram perante Deus, de acolher o
Seu filho Jesus.
De tempos em tempos, o aborto e sua legalização vêm à
Fiquemos atentos. Analisemos e lembremos da doce e
tona, sendo discutido os seus aspectos de saúde, sociais,
firme figura de Maria de Nazaré. Ela estará amparando to-
direito à liberdade etc.
das as mães que quiserem enfrentar as dificuldades para
Cada vez que tentam colocar a legalização do aborto na terem em seus braços um filho de Deus para reeducá-lo
pauta de assuntos que devem ser discutidos pelos políticos, moralmente.
várias organizações (principalmente as religiosas) alertam
Deus estará a proteger a estes pais.
que precisamos observar o aborto pela ótica da ética cristã. Wilson
Mas fica sempre uma pergunta: Imagem: http://sites.google.com/site/ldsmeetinghouselibrarypicsot/_/rsrc/1237
682823094/Home/New-Testament-Pics/Nativity.62495%2C201%2C1-
— Por que será que, mesmo sendo rejeitada várias ve- -16%2C2-6.jpg
zes, insistem em querer discutir a legalização do aborto?
A resposta está na importância
que existe na oportunidade da re-
encarnação.
Devido aos muitos débitos de
amor não vivido, que contraímos
em vidas passadas, Deus, por mi-
sericórdia, nos dá novas oportuni-
dades, através da reencarnação,
para podermos viver na Terra algo
de bom, cumprindo assim a má-
xima “o amor cobre a multidão de
pecados”.
Ou seja, pela reencarnação po-
deremos praticar o bem, o respeito
ao próximo e, com isso, irmos mo-
dificando e melhorando os nossos
sentimentos.
Acontece que, por outro lado,
os espíritos infelizes, que querem
manter as pessoas do jeito que elas
estão, sem se melhorarem, e ser-
vindo de “pasto” para os seus ins-
tintos, estes espíritos infelizes, que
nós, espíritas, comumente chama-
mos de “as sombras”, não querem
que as reencarnações aconteçam,
sendo abortados aqueles que rece-
beriam mais uma chance de evo-
luírem.
Não nos deixemos levar pela
história de que socialmente é me-
lhor a legalização do aborto.
Lembremos o que André Luiz
nos relata no livro “Missionários da
Luz”:
“Fala-se em resolver os proble-
mas sociais, mas ninguém pensa
em resolver os problemas espiri-
tuais. Na discussão deste assunto
ninguém fala em Jesus, Maria e
José.”
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança 13
14. Kardec em Estudo
kardec em estudo
Os que dizem: Senhor! Senhor!
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo XVIII “Muitos os chamados, poucos os escolhidos” – itens 6 a 9
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu
Pai, que está nos céus.” (Mateus, capítulo VII, versículos 21 a 23).
Não basta conhecer a Lei de Deus, reverenciá-Lo apenas Já sabemos que não fazer nada representa deixar de fa-
por palavras, dirigir-Lhe preces e não agir de acordo com zer o bem e quem não faz o bem está fazendo o mal, isto é,
esta Lei. violando Seus mandamentos, dando mau exemplo.
Nosso amado Mestre Jesus expressou e exemplificou a Falar sobre brandura, humildade, caridade, paciência,
Lei de Deus, com Suas palavras e, principalmente, atitudes. boa-vontade é fácil! O difícil é exemplificar através de nossa
Sabemos que Jesus é o caminho, a verdade e a vida, postura no dia a dia diante de alguma situação, principal-
contudo não adianta somente reconhecer Sua missão, cha- mente aquela que nos contraria.
má-Lo de Irmão, Mestre, Senhor e não seguir o Seu roteiro Precisamos nos tornar melhores, mais indulgentes, cari-
de Luz, isto é, Seus ensinamentos e exemplos. dosos, agradecidos e benevolentes para com todos, e em
Nossos atos e pensamentos representam o que existe qualquer situação que nos encontremos.
em nosso íntimo. Geralmente, diante da doença, ou qualquer outra dificul-
Profetizar em nome de Deus, em nome de Jesus, e ficar dade, pedimos ajuda a Deus ou a Jesus, mas muito nos
apenas em belas palavras, fará com que sejamos excelen- esquecemos Deles, nos momentos de “alegria”. Como pedir
tes tribunos. Mas não é a quantidade de palavras ou a qua- ajuda e não ajudar ao próximo? Por que lembrar Deles so-
lidade das palavras ou a quantidade de preces que nos fará mente na tristeza, no desespero e não na alegria? Por que
melhor diante de Deus e sim nossas atitudes para com o só pedir e não agradecer?
próximo, pois é através das obras no campo do bem, que Nossa vida futura depende do cumprimento de nossas
se reconhece o verdadeiro cristão. tarefas, sobretudo as que nos comprometemos ou foram
O que adianta honrá-Lo com palavras ditas da boca para pré-estabelecidas na Espiritualidade. Para tanto, devemos
fora, ou com atos exteriores de devoção, e ao mesmo tempo utilizar todas as nossas capacidades intelectuais, materiais
honrar a Mamom e aos “deuses” dos instintos? e morais. Lembrando que tudo aquilo que é feito seguindo
No momento que não fazemos aquilo que falamos ou pro- os mandamentos de Deus, mais os preceitos de Jesus, terá
metemos estamos sendo falsos profetas, mentirosos, des- seus alicerces permanentes, como a casa construída sobre
te modo dando maus exemplos, comprometendo-nos, e, o a rocha e, deste modo, encontraremos a felicidade perene,
pior de tudo, indo contra a lei do amor e da caridade. além de nos prepararmos para a vida futura. Contudo, aqui-
Agindo apenas exteriormente, conseguimos enganar aos lo que violar Seus princípios será como a casa construída
homens, mas não a Deus. sobre a areia, que cede com o tempo.
Portanto, ser cristão é seguir os preceitos
de nosso Irmão Jesus Cristo, reverenciando
a Deus, o nosso Pai, através de palavras, de
atitudes fraternas, contribuindo assim para
um mundo melhor, com o sacrifício do nosso
orgulho, egoísmo, vaidade, inveja e dos ou-
tros instintos. Sabemos que não somos per-
feitos, que nem todos estão na mesma faixa
de entendimento ou compartilham de nossas
opiniões, contudo somos todos irmãos e, aju-
dando uns aos outros, tornaremos a nossa
caminhada mais harmoniosa e menos dolo-
rosa.
Senhor! Que saibamos agradecer a bên-
ção da “vida”, a alegria de fazermos parte
desta família universal e as oportunidades da
instrução e do trabalho! Que sejamos úteis
no campo do bem e façamos por merecer to-
das estas bênçãos!
Silvana
Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo –
Allan Kardec, tradução de Roque Jacintho, Editora Luz
no Lar, 8ª ed., 2010.
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16. Cantinho do Verso em Prosa
cantinho do verso em prosa
Essa Velhinha
Essa velhinha que vês,
Passando sempre ao sol-posto,
Todo dia, todo mês,
Penosamente a esmolar,
Também foi criança, um dia,
Não conhecia o desgosto,
Brincava, jogava e ria,
Era o anjo de seu lar!
Depois vieram mudanças,
Trabalhou, sofreu na vida,
Morreram-lhe as esperanças,
Cansou-se-lhe o coração.
Hoje, triste, quase morta,
Sozinha, desiludida,
Esmola, de porta em porta, A lição ensina-nos que todo ser já foi uma criança, um lindo bebê que, como
A fim de ganhar o pão. todos os outros foi inocente, teve candura, beleza, e distribuiu alegria e felicida-
de por onde habitou.
Não te esqueças, meu filhinho, Devemos ensinar às crianças que os idosos seremos nós amanhã e aqueles
Que um velhinho abandonado que perambulam pelas ruas já tiveram um passado, uma juventude, uma infân-
Tem sede de teu carinho, cia.
De tua doce afeição... Ensinar o respeito e a não julgar quem quer que seja.
Aprende a viver mais cedo, Devemos sim, ofertar o melhor de nós para amenizar a dor, as necessidades
Não fujas amedrontado, físicas e morais e, principalmente, lembrar de fazer a todos esses velhinhos o
Aproxima-te, sem medo, que pretendemos que seja feito por nós: respeito e amor.
Anda cá! Beija-lhe a mão! Araújo
Bibliografia: Antologia da Criança – Francisco Cândido Xavier / Autores diversos, Editora
IDEAL, 3ª ed., 1992.
João de Deus Imagem: http://4.bp.blogspot.com/_-TtBzdiCfiY/TCksMz81JAI/AAAAAAAAABw/4O0HYVD9oD4/s1600/
mulher_idosa.jpg
Livro em Foco
livro em foco
Monte Acima
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Editora GEEM - 2ª edição - 1989
Questão de Consciência Se nos sentirmos tal qual na
Guardemos a consciência tranquila. situação citada em questões
A prática do bem ser-nos-á garantia da paz e a paz em de consciência, saibamos
nós se nos fará fonte de permanente alegria. todos que Emmanuel e Chico,
A criatura de consciência culpada é semelhante à Chico e Emmanuel, ambos
pessoa que carrega uma carga superior às próprias forças, em nome de Jesus, e todos
parecendo arrastar-se entre o cansaço e a irritação. juntos, velam por nós.
Emmanuel Tenhamos essa certeza,
*** confiança e fé nas suas
Esta, acima, é uma das mensagens que constam do livro palavras e procuremos seguir
“Monte Acima”, com escrita característica de Emmanuel, o as suas recomendações. Que
companheiro constante de Chico Xavier, em sua peregrinagem vamos cair, eles já sabem;
pela Terra. Chico foi tão bom que se sacrificou bastante, física mas eles sabem também que,
e espiritualmente, para conosco repartir essas pérolas vindas em caindo, vamos nos levantar novamente e levantando,
de Emmanuel, que, por sua vez, incansável companheiro, precisaremos de apoios: palavras de coragem, ânimo e
respeitável admirador e fiel seguidor do Cristo, não via determinação.
entraves para nos trazer informações e modos de bem agir Jamais coloquemos em dúvida a nossa segurança aqui
nesta nossa romagem terrena, tão cheia de armadilhas e na Terra, pois somos possuidores dos melhores amigos que
desvios que nossas fraquezas teimam em não reconhecer.
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