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Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 11 - nº 107 - Setembro/2010
                                      Distribuição Gratuita




Madre Teresa de Calcutá
                                                              Segunda Parte
Nesta Edição:
Faça o Melhor            O Mal que Ainda Há em Nós...
Lamentemos Menos           Os que dizem: Senhor! Senhor!
Livros: Monte Acima; Chico Xavier em Pedro Leopoldo
                                                                                PROIBIDA A VENDA
Editorial
                        editorial
                                                                                                   Publicação Mensal
    Na “atmosfera” do Brasil, notamos hoje a grande maioria das pessoas permane-
                                                                                                   Doutrinária-espírita
cendo nas faixas mais baixas dos ideais morais e cristãos.
                                                                                           Ano 11 - nº 107 - Setembro/2010
    Na época que antecedeu a Jesus, a humanidade estava dividida entre o governo,           Órgão divulgador do Núcleo de
clero e plebe, onde os mais fortes exerciam poder sobre os mais fracos que eram           Estudos Espíritas Amor e Esperança
escravizados e subjugados pelo império e sacerdotes do templo.                                CNPJ: 03.880.975/0001-40
    Infelizmente, as regiões que receberam o Salvador (denominação comum na                          CCM: 39.737
época, quando esperavam alguém que os salvasse, permanecendo numa condição               Seareiro é uma publicação mensal,
passiva), desviaram os ensinamentos para o fanatismo e poder decadentes. Mesmo           destinada a expandir a divulgação
a Europa, berço do saber e da intelectualidade, resvalou para caminhos obscuros da       da Doutrina Espírita e a manter o
fenomenologia, diversão, relegando vasto material recebido por Allan Kardec.             intercâmbio entre os interessados
    Lembremos que para o território brasileiro foi concedida a oportunidade de rece-     em âmbito mundial. Ninguém está
ber pessoas dos diversos continentes, fraternalmente, tal qual Jesus pontuou como        autorizado a arrecadar materiais em
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, renovando a esperança com mudanças na             nosso nome, a qualquer título. Conceitos
humanidade, dependendo do esforço de cada um.                                            emitidos nos artigos assinados refletem
                                                                                         a opinião de seu respectivo autor. Todas
    Novas oportunidades a promover aquisição de valores morais e cristãos. Quantos       as matérias podem ser reproduzidas,
pioneiros contribuíram para o engrandecimento desta Terra e valorização do povo!         desde que citada a fonte.
    E agora? Impera a viciação no comodismo, conduzindo o povo para total ignorân-               Direção e Redação
cia, relegando a integridade, a dignidade e a honra.                                          Rua das Turmalinas, 56 / 58
    Porém, hoje não são mais impostos esses desatinos ao povo, pois este tem a                      Jardim Donini
chance de escolher seu ideal, mas não o faz de forma digna, escravizando-se à es-               Diadema - SP - Brasil
colaridade funesta, mantendo-se na ociosidade conveniente, através de benefícios                   CEP: 09920-500
dosados de forma oculta, como veneno fatal, agindo paulatinamente, a denegrir as                 Tel: (11) 2758-6345
possibilidades de cada um. A comodidade, o instinto do privilégio, das vantagens           Endereço para correspondência
imediatas, leva nosso povo a mergulhar nos charcos da ignorância, incapacidade e                     Caixa Postal 42
submissão.                                                                                            Diadema - SP
    É preciso disciplina e dignidade para que seja conquistado o respeito ao povo,                  CEP: 09910-970
contudo, esse mesmo povo tem que iniciar, dentro do seu íntimo, a sementeira dos            Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa
                                                                                         E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br
princípios verdadeiros que Jesus nos trouxe pessoalmente e através de vários emis-
sários.                                                                                           Conselho Editorial
                                                                                                 Antonio Ceglia Ribeiro
    Jesus, muito além de Salvador, vem como Mestre, Educador, ensinando e exem-
                                                                                                 Cladi de Oliveira Silva
plificando as máximas rumo à evolução a caminho do Pai.                                        Fátima Maria Gambaroni
    Já dizia Mahatma Gandhi “A dignidade pessoal e a honra, não podem ser protegi-                Geni Maria da Silva
das por outros; devem ser zeladas pelo indivíduo em particular”.                                    Indaiá Christiano
    O momento reclama reunir forças morais, intelectuais e espirituais, individualmen-     Nereide Conceição Grecco Ribeiro
te, modificando nossas tendências inferiores, e executar da melhor forma possível                  Reinaldo Gimenez
nossas possibilidades nesta experiência.                                                     Roberto de Menezes Patrício
                                                                                               Rosangela Araújo Neves
                                                                      Equipe Seareiro           Silvana S.F.X. Gimenez
                                                                                                     Vanda Novickas
Índice




         Grandes Pioneiros: Madre Teresa de Calcutá - Segunda Parte - Pág. 3                         Wilson Adolpho
         Clube do Livro: Chico Xavier em Pedro Leopoldo - Pág. 9                                Jornalista Responsável
         Tema Livre: Amai-Vos e Instruí-Vos - Pág. 9                                            Eliana Baptista do Norte
                     Moral e Ética - Pág. 10                                                          Mtb 27.433
                     Lamentemos Menos - Pág. 11                                                   Diagramação e Arte
         Aconteceu: Chá Beneficente - Pág. 11                                                       Reinaldo Gimenez
         Canal Aberto: O Mal que Ainda Há em Nós... - Pág. 12                                    Silvana S.F.X. Gimenez
                        Aos Olhos de Deus - Pág. 12                                                  Imagem da Capa
                        Medos - Pág. 12                                                      http://margaridasempapel.files.wordpress.
                                                                                            com/2010/11/madre-teresa-1-784x1024.jpg
         Família: Aborto - Pág. 13
         Kardec em Estudo: Os que dizem: Senhor! Senhor! - Pág. 14                                   Impressão
                                                                                            Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda
         Cantinho do Verso em Prosa: Essa Velhinha - Pág. 16
                                                                                             Rua Souza Caldas, 343 - Brás
         Livro em Foco: Monte Acima - Pág. 16                                               São Paulo - SP - (11) 2764-5700
         Pegadas de Chico Xavier: Os “Privilégios” de Chico Xavier - Pág. 17                  CNPJ: 61.089.868/0001-02
         Mensagem: Faça o Melhor - Pág. 17                                                                 Tiragem
         Contos: Um Grito de Cólera - Pág. 18                                                       12.000 exemplares
         Calendário: Setembro - Pág. 19                                                             Distribuição Gratuita


   2
Grandes Pioneiros
                        grandes                               pioneiros

                      Madre Teresa de Calcutá
                                                                                                          Segunda parte
    Junto ao arcebispo, Monsenhor Ferdinand Périer, final-      encontrara. Porém, tomando as últimas que estavam nos
mente Irmã Teresa redigiu a carta endereçada a Roma e           bolsos, entregou-as ao sacerdote. Ao entardecer, após ter
alguns meses depois ela recebeu a autorização do Vaticano       amparado alguns doentes da rua, abrigando-os nos cantos
pelo Papa Pio XII, para deixar a Congregação das Irmãs de       da calçada, refletia que estariam mais protegidos do caos
Loreto. Assim mesmo, Irmã Teresa permaneceu na Congre-          das ruas, cujo trânsito era muito complicado. Depois de um
gação até o final do ano letivo. Foram difíceis as despedi-     dia de muito trabalho, quando pensava encontrar um lugar
das das alunas que a queriam muito bem, pelo fato de sua        para descansar, defronta-se com o mesmo sacerdote a
dedicação não ser apenas como professora e orientadora,         quem entregara as últimas rúpias. Este, ainda ofegante para
mas pelo seu carisma, sua bondade e compreensão. Sua            alcançá-la, tendo nas mãos um envelope, entrega-o à Irmã
ausência seria muito triste para as alunas e as Irmãs da        Teresa, dizendo: “Senhora, um homem desconhecido pro-
Congregação.                                                    curou-me e pediu para que eu passasse às suas mãos este
    Deixando Loreto, Irmã Teresa foi para Patna. Inscreveu-     envelope. Dissera-me que sabia de seus projetos para com
-se em um curso básico de enfermagem. Esse curso era            os pobres de Calcutá e ele gostaria muito de poder ajudá-
ministrado pelo famoso hospital “American Medical Sisters”      -la”. Irmã Teresa, abrindo o envelope, encontra um donativo
ou “Medical Missionary Sisters” (Irmãs Médicas Missioná-        de cinquenta rúpias. Com lágrimas nos olhos, ela pede ao
rias). Dessa forma, ela saberia como lidar com os doentes e     sacerdote que agradeça ao homem desconhecido. Para ela,
os desvalidos pela fome, jogados ao relento. Pensava Irmã       Deus havia mandado o recado, seguir em frente, ajudando
Teresa: “Para entrar nos barracos pobres não preciso de         aos desvalidos, pois com a firmeza da fé, a Providência de
titulo acadêmico”. Completando o curso de enfermagem no         Deus não lhe faltaria.
ano seguinte, no mês de dezembro, ela retorna a Calcutá.           Seus projetos para com a futura Congregação tomavam
Andando pelas ruas, Irmã Teresa pensava: “É a primeira vez      conta de sua mente, e seria denominada “As Missionárias
que me vejo sem abrigo. Não estou mais em Loreto e nem          da Caridade”. Tinha certeza que encontraria mais almas
tenho um teto onde ficar”.                                      boas para ajudá-la. Não sabendo onde poderia passar a
    De imediato, Teresa se recompõe e fala consigo mesma:       noite, lembrou-se de seu confessor, o padre Jesuíta Celes-
“Não estou só, confio em Deus e na sua Providência Divina.      te Van Exem. Ele fora o primeiro a dar-lhe as boas vindas
Ele me abrigará e a seus filhos abandonados, pela falta de      em Loreto. Agora, padre Exem também fora enviado a Cal-
humanidade e amor”.                                             cutá, para ajudar os missionários a educar os meninos no
    Nesse instante, um sacerdote para em sua frente e pede-     “Xavier’s College”. Ouvindo-a, o padre Exem lembrou-se do
-lhe um donativo para uma boa causa. Ela estava com pou-        “Asilo São José”, das Irmãzinhas dos Pobres. Disse-lhe que
cas rúpias, pois já havia dado algumas para os pobres que       tinha certeza de que as irmãs que administravam o Asilo
                                                                                       não se oporiam a alojá-la, até que Ma-
                                                                                       dre Teresa pudesse alugar uma casa.
                                                                                       Agradecida pela ajuda, ambos dirigi-
                                                                                       ram-se ao Asilo São José. As irmãs
                                                                                       acolheram-na com carinho.




 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos           A principal avenida de Calcutá, Chowringhee Avenue, em 1945, Índia
      Espíritas Amor e Esperança                                                                                      3
No dia seguinte, resolvido o seu problema, ela saiu pe-     principal item, a “Caridade”.
los arredores com alguma comida e remédios que as irmãs            Madre Teresa ensinava suas ajudantes logo após as ora-
do Asilo São José lhe deram, assim como alguns curativos        ções matinais: “Não pedimos a ninguém que nos faça a ca-
para as feridas dos moribundos. Após servir aqueles que         ridade. Deveremos ir até os necessitados. Não importa que
estavam cobertos de mosquitos e chagas abertas, e que           sejam hindus, muçulmanos ou cristãos. Todos somos filhos
estavam jogados nos chamados locais de “lixo”, onde nin-        de Deus e algo bom e digno deveremos fazer por ‘Ele’”. E
guém passava com medo do contágio de doenças infec-             completava com essas palavras: “Ofertem até que lhes fira,
tas, Irmã Teresa orou por eles, pedindo o amparo de Deus.       pois o amor verdadeiro fere. A cruz feriu Jesus”.
Depois seguiu para o parque “Motijhil”, onde encontrou um          No final do ano de 1948 foi concedida a nacionalidade
grupo de meninos sujos, que brincavam num horário que           indiana à Madre Teresa de Calcutá.
deveriam estar na escola. Aproximou-se e perguntando o
porquê não estavam nas salas de aulas, ouviu a resposta            A luta desse espírito empreendedor continuava junto às
de um deles: “Nós não podemos frequentar a escola. Nós          ex-alunas que procuravam seguir aqueles passos firmes,
vivemos nas ruas. Dormimos aqui nos bancos do parque”.          levando um pouco de consolo ao grande número dos rejei-
                                                                tados pela sociedade e pela indiferença dos bem conceitu-
    Irmã Teresa pergunta-lhes então: “E a comida? Como          ados na vida.
vocês se alimentam?” Respondeu-lhe outro: “Se ninguém
nos dá um pedaço de pão, nós roubamos nos mercados                 Teresa, a querida irmã entre todas as missionárias, prin-
livres e bebemos a água dos cavalos, que os donos deixam        cipalmente aquelas ex-alunas que se agregaram a ela no
embaixo das árvores”. Irmã Teresa sentiu que o trabalho se-     ardoroso trabalho assistencial, aderiu ao traje comum entre
ria bem maior do que esperava contar. E conversando com         as mulheres indianas.
os meninos, conquistando a confiança deles, Irmã Teresa            A Irmã Teresa passou a vestir-se do sári usual na Índia,
reuniu-os à sombra de uma árvore, contando, em forma de         abandonando o hábito da Congregação de Loreto. Adotou
história, a vinda de Jesus à Terra. Viu que estes se empol-     um sári branco com faixas azuis, simbolizando a paz e ho-
gavam. Porém, vendo-os tão sujos, ela num certo momento,        menageando a Virgem Maria e o seu manto divino. Em seu
falou:                                                          ombro, uma pequena cruz. Dizia às suas auxiliares que
    — Sei que vocês estão com fome, mas antes de comer          dessa forma não estariam humilhando aos carentes, mas
alguns biscoitos que estão nesta sacola, eu proponho que        sim levando respeito e carinho em nome do Senhor Jesus.
todos lavem as mãos e o rosto, querem?                          Completamente desprendida dos bens terrenos, ensinava
                                                                às jovens missionárias que deveriam ter apenas o neces-
    As crianças aceitaram de imediato, mas, como lavar-se,      sário, tais como: um prato com uma tampa, uma troca de
perguntou um deles. Irmã Teresa respondeu: “Vamos procu-        roupas, uma troca de roupas íntimas, um par de sandálias,
rar o vigilante do parque e pediremos a ele o favor de abrir    um pedaço de sabão, um travesseiro e um colchonete, dois
o registro de água. Com isso, as torneiras do parque nos        lençóis e um balde metálico. Dessa maneira, se precisas-
darão a água necessária e depois agradeceremos ao vigi-         sem atender algum caso grave a distância, a mudança seria
lante e voltaremos aqui para um belo piquenique”. E, com a      fácil e rápida, pois todos os pertences poderiam ser levados
alegria das crianças, assim foi feito. Irmã Teresa conseguira   nas mãos.
dar a eles a primeira noção de higiene.
                                                                       Irmã Teresa, como fazia todas as manhãs, saía para
    Após despedir-se, com abraços das crianças, ela                    prestar socorro aos desvalidos e, com a ajuda das ir-
prometeu que voltaria no dia seguinte. Foram mui-                        mãs missionárias, os trazia para o abrigo. Porém,
tos dias que se sucederam ao primeiro e, nas                               ao chegar ao portão ouviu o seguinte: “Querida
vésperas desse Natal, Irmã Teresa já alfa-                                   irmã perdoe-me, mas creio que não temos como
betizara mais de quarenta crianças, sob as                                      abrigar mais ninguém aqui. O nosso cômodo
sombras das árvores. Antes de terminar o                                         está lotado, não temos onde dormir e nem
ano de 1948, uma pessoa que havia conhe-                                               como cuidar dos doentes”. Irmã Tere-
cido Teresa de Calcutá, quando morava em                                               sa ouvia apreensiva o que lhe comu-
Loreto, alugou uma casa nas proximidades                                                 nicava uma de suas ajudantes. Ela
do parque, para que ela pudesse abrigar seus                                                 já sabia do fato, por isso respon-
alunos. Esse aluguel fora permutado por aulas                                                 deu: “Vamos ter fé, minha filha.
para as crianças das redes públicas.                                                          Jesus nos auxiliará”. E seguiu
    Aos poucos, o movimento que Irmã Teresa                                                   seu caminho para cuidar dos
realizava foi crescendo. As ex-alunas, quando                                                 doentes que encontrava pelas
souberam que a querida professora estava de                                                   ruas. Após ter atendido a várias
volta e cuidando de uma comunidade prati-                                                     pessoas, ela deparou-se com
camente ao ar livre, juntaram-se a ela. Irmã                                                  uma mulher jogada na sarjeta. O
Teresa agradecia a Deus por essa ajuda                                                        quadro era terrível. O corpo da
espontânea das meninas. E uma a uma,                                                          pobre anciã mostrava mordidas
formaram a futura Congregação da Irmã                                                         de ratos e estava cheio de formi-
Teresa, que ainda não tinha sido reconhe-                                                     gas e mosquitos. A pobre gemia,
cida pela Santa Sé. Mas, a dedicada dis-                                                      sem poder movimentar-se. Irmã
cípula do Cristo já começara a elaborar                                                       Teresa, vendo o triste estado
os estatutos das futuras “Missionárias                                                        daquele ser, não teve dúvidas;
da Caridade”. E nesses estatutos,                                                             conseguiu um carrinho de mão,
além do que era obrigatório pela lei                                                          cedido por alguns homens que
eclesiástica, ela acrescentara: 1º                                                            transportavam pequenas cargas
obediência, 2º pobreza, 3º castida-                                                           para os comerciantes locais, e,
de; e mais um, que para ela era o                                                             com a ajuda deles, ergueu o po-


   4
bre corpo inanimado e conduziu-a ao hospital mais próximo.       diu perdão ao Senhor, pela sua atitude de minutos atrás.
De forma alguma queriam prestar socorro. Irmã Teresa pôs-        Irmã Teresa, renovada e esperançada, adentrou à sala de
-se a falar alto e gesticular exageradamente para chamar         atendimento ao povo. Após algumas horas, expôs o assun-
atenção. Com isso, ela conseguiu que a mulher fosse enca-        to sobre a falta de moradia aos abandonados. Tanta foi a
minhada ao ambulatório para receber os curativos precisos.       ênfase colocada em suas palavras, que lhe foram ofertados
Porém, ali não poderia ficar e Irmã Teresa teve que recorrer     dois imóveis, dos quais escolheria um, que seria a casa que
ao padre Exem, seu confessor, para abrigar a mulher.             procurava para os seus propósitos. Um deles, mais adequa-
   O padre Exem, ao ver a Irmã chegar, acompanhada pela          do, limpo, pronto para ser ocupado, ficava nos subúrbios
doente toda enfaixada, pôs a mão na cabeça e falou:              de Calcutá. O outro, mal conservado, sujo, ficava no centro
   — Meu Deus! Irmã Teresa, conheço seu trabalho e seu           da cidade e ao lado do templo da deusa Kali, considerada
senso de caridade, mas por favor seja mais comedida!             a protetora de Calcutá. Após visitá-los, Irmã Teresa, prefe-
                                                                 riu o imóvel próximo ao templo, isto porquê, conhecendo os
   Teresa nada pronunciou, apenas colocou a mulher no ca-        indianos e sua crença, eles, por certo, sentindo a aproxima-
tre, que algumas vezes fora seu leito, e agradecendo ao          ção da morte, iriam preferir morrer sob olhares da deusa
padre, despediu-se prometendo voltar no dia seguinte.            Kali.
   Voltando às ruas, entre as demolições de várias casas,           O local estava em péssimo estado. Mas, juntas, as irmã-
ouviu alguém pedindo socorro. Teresa, de imediato, come-         zinhas missionárias começaram de imediato o trabalho de
çou a procurar e, atraída pela voz, encontrou outra mulher       restauração. Em pouco tempo estava tudo em ordem. To-
em terrível estado terminal. Abaixando-se para ouvir o que       madas as providências em busca de catres, colchões, rou-
ela dizia em sussurros: “Foi... foi meu filho... que me jogou    pas etc., de que precisariam, Irmã Teresa estava feliz. Junto
nestes escombros... eu me tornei... um peso... para ele”.        de seu confessor, o padre Exem e do padre Julien Henry,
Irmã Teresa só pôde fechar os olhos desse coração mater-         que também simpatizou com a dedicação de Irmã Teresa,
no. Orou a Jesus para que, no futuro, o filho não tivesse o      conseguiu o necessário para acolher os “pobres de Calcu-
mesmo fim.                                                       tá”, como denominava Irmã Teresa.
   Saindo do local onde outros buscavam sua ajuda, mos-             Essa casa, em tempos passados, servia de dormitório
trando corpos cadavéricos, Irmã Teresa parou ali mesmo,          aos peregrinos que chegavam a Calcutá. Irmã Teresa deu-
em frente a tanto desprezo dos que por ali passavam, sem         -lhe o nome de “Casa do Moribundo”, que seria então o lar
demonstrar qualquer compaixão. Olhando para o céu falou:         dos desvalidos. Nessa nova propriedade pôde Irmã Teresa
“Senhor por piedade, como atender e abrigar este grande          desdobrar o atendimento aos doentes. Começou a recolher
número de moribundos?” E continuou o seu desabafo a Je-          e medicar os que apresentavam o vírus H.I.V., a Aids, e tam-
sus: “Por vezes, creio que o Senhor nos abandonou. Esta-         bém os leprosos. Teresa de Calcutá dava continuidade à
mos praticamente sem abrigo. Não temos rúpias para alu-          sua obra iniciada após ter conhecido o Mestre Jesus, como
garmos um depósito qualquer. Senhor, não sei como voltar         Maria Madalena, reunindo os leprosos que eram jogados no
e falar às missionárias que a nossa instituição está falida,     vale dos “imundos”.
sem mesmo ter começado, pelas bênçãos do Vaticano”.
                                                                    Tudo parecia transcorrer com mais tranquilidade para
   Irmã Teresa não havia reparado que enquanto se dirigia a      Teresa e as missionárias, no grandioso trabalho que de-
Jesus, andava. E qual não foi sua surpresa, quando obser-        senvolviam. Mas, muitos habitantes dessa região que eram
vou que estava em frente à secção de higiene da Câmara           chamados de “bonzos”, isto é, os encarregados do culto à
Municipal de Calcutá. Num impulso, pensou: “É aqui... aqui       deusa Kali, achavam que a Irmã Teresa estava profanando
pedirei uma solução para o problema. Foi Jesus... foi o Se-      aquele lugar sagrado. Começaram a perseguir todos os pas-
nhor que me encaminhou para buscar ajuda na prefeitura           sos e atitudes tomadas pelas missionárias, tendo como alvo
local”.                                                          principal a Irmã Teresa. As crianças e os adultos, ali acon-
   E, num ato de arrependimento por sua falta de fé, pe-         chegados sob seu teto, sofriam, sem saber, forte esquema


  Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
     DIA    LIVROS ESTUDADOS                                       Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas
      2ª  O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec;                      3ª e 6ª, às 15 horas
          Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan                    Domingo, às 10 horas
          Kardec; Missionários da Luz – André Luiz*
                                                                   Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas
    3ª    O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
          Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador –           Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas na nova
          Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec          sede (Rua dos Marimbás, 220, Jd. Guacuri, São Paulo)
    4ª    O problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis;
                                                                   Evangelização Infantil: ocorre em conjunto com as
          Viagem Espírita em 1862 – Allan Kardec; Das Leis
          Morais – Roque Jacintho                                  reuniões
    5ª    O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec;        Terapia de apoio espiritual aos dependentes
          Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns –                químicos e doentes em geral: 6ª, às 19h30
          Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
    6ª    O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec;        Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45
          Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros –                                3ª e 6ª, às 14h45
          André Luiz*; Vida Futura – Roque Jacintho
                                                                   Treino Mediúnico: 5ª, às 20 horas
  Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
          Livro de mensagens de Emmanuel*                                   Rua das Turmalinas, 56 / 58
   *Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier                Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345

 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
      Espíritas Amor e Esperança                                                                                       5
de espionagem. Por várias                                                                           -lo, balbuciar: “Perdoe-me
vezes o local foi apedrejado                                                                        Irmã Teresa. Reze a Deus
com tentativas de invasão                                                                           por mim”. Os companhei-
pelo bonzos mais fanáticos.                                                                         ros estavam emocionados
Porém, o coração de Irmã                                                                            por terem acompanhado a
Teresa, sempre voltado                                                                              transformação que se dera
para Deus, mantinha a cal-                                                                          com ele, que no princípio
ma. Transmitia aos doentes                                                                          foi o mais ferrenho perse-
e às missionárias a confian-                                                                        guidor de Irmã Teresa.
ça de que, através da prece                                                                            Com este acontecimen-
e da fé, nada lhes aconte-                                                                          to, que chegara aos ou-
ceria. Porém, por ordem do                                                                          vidos dos sacerdotes do
líder dos bonzos, foi desig-                                                                        Templo Kali, estes juraram
nado um espião para matar                                                                           à deusa que nunca mais
Irmã Teresa, na primeira                                                                            a perseguiriam, pois que,
ocasião em que ela esti-                                                                            para os bonzos, tornou-se
vesse sozinha. Quando ela                                                                           uma santa. E os sacerdotes
teve a certeza do fato, que sabia poder acontecer, procurou      prometeram ajudar Irmã Teresa a recolher os enfermos da
o chefe dos bonzos, para lhe dizer: “Se quiser, pode me          rua e tratá-los com mais respeito.
matar agora mesmo, não precisa esperar dia propício para            Todos esses fatos eram anotados pelos padres, Ce-
isso. Apenas peço-lhe que não cause mal aos moribundos,          leste Van Exem, o confessor de Irmã Teresa e por Julien
que já sofrem tantas amarguras. Muitos estão apenas espe-        Henry, que embora não tolerasse essa tarefa, terrível aos
rando o chamado de Deus para partirem”.                          seus olhos, praticada por Teresa de Calcutá, passou a ser
   O líder dos bonzos não precisou responder porque, nes-        simpatizante da causa e ajudava o padre Exem nas anota-
se exato momento, o espião encarregado de matar Irmã             ções. Essas anotações foram transformadas em relatórios,
Teresa adentrou o local e falou com emoção: “Senhor, Dei-        a pedido do Arcebispo D. Fernando Périer, que os enviaria
xemos essa mulher em paz. Tenho vigiado seus passos e            à Roma.
confesso que o trabalho que desenvolve me dá a impressão            Irmã Teresa e as missionárias trabalhavam arduamente
de ver a própria deusa Kali em ação. Todas as mulheres do        pela congregação, mas esta ainda não existiria juridicamen-
Templo de Kali deveriam aprender a servir à deusa, como          te, enquanto não chegasse o decreto de Roma, que autori-
faz esta santa mulher”. A partir desse dia, o líder dos bonzos   zasse o funcionamento legal da instituição. E graças a es-
e outros encarregados do templo, tornaram-se amigos de           ses relatórios, foi promulgado, no dia 7 de outubro de 1950,
Irmã Teresa.                                                     o surgimento dessa instituição. Nesse dia, homenageia-se
   E essa amizade firmou-se ainda mais, quando um deles          a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Considerou-se em
contraiu tuberculose. Irmã Teresa deu-lhe abrigo e cuidados      Roma que a instituição, fundada por uma religiosa eslavo-
com o tratamento para reprimir um pouco a doença que, por        -albanesa, prescrevia todas as garantias de fé, baseada
essa época, era certo, o levaria ao óbito. Irmã Teresa tudo      “nos princípios de felicidade cristã, por amor a Deus”. A no-
fez para curá-lo, envolvendo-o em suas orações. A reação         tícia trouxe alegria para os corações das Missionárias da
do enfermo era de revolta. Quando os companheiros vinham         Caridade e para a fundadora, que passou a ser chamada
visitá-lo, ele blasfemava contra Deus, dizendo ser condena-      Madre Teresa de Calcutá, denominação essa do Arcebispo
do por Ele, por acompanhar os sacerdotes do Templo Kali,         Périer.
e por querer expulsar a Irmã Teresa e os doentes desse              Os ataques à Madre Teresa continuavam. Os mais abas-
local. Mas, Irmã Teresa estava sempre por perto, procuran-       tados não se compraziam com o trato aos moribundos. Para
do acalmá-lo e pedindo que rezasse com ela. E sua atitude        eles os pobres deveriam morrer a míngua, já que nada pos-
era de colocar suas mãos na cabeça confusa do enfermo,           suíam, e assim a prole iria diminuindo. Arquitetaram, então,
que aos poucos se acalmava. Com o progresso da recupe-           um plano que, de imediato, puseram em ação. Começaram
ração, o moribundo, já pedia as bênçãos de Irmã Teresa. E,       a instigar as prostitutas a entrarem na instituição, para dar
em seus últimos dias de vida terrena junto de Irmã Teresa,       a impressão ao povo que Madre Teresa estava a camuflar
orava com ela o Pai Nosso. Assim, o desencarne o alcança         o local, para que entrasse mais dinheiro através do sexo
numa manhã, onde vários bonzos ali se encontravam ao             e, também, que ela obrigava os moribundos a serem con-
redor do catre e, ante o último suspiro, todos puderam ouvi-     vertidos ao catolicismo, revoltando os sacerdotes budistas.
                                                                                    Para tanto, os manifestantes, sob esses
                                                                                    pretextos, foram à polícia exigir que a ex-
                                                                                    pulsassem do imóvel junto com as missio-
                                                                                    nárias e os doentes. A polícia, registrando
                                                                                    as denúncias, foi ao local para averiguar a
                                                                                    verdade do que ali ocorria. A investigação
                                                                                    não apresentou censura alguma que apon-
                                                                                    tasse danos morais a ninguém; ao contrá-
                                                                                    rio, o que ali se passava, eram exemplos
                                                                                    de amor ao próximo.
                                                                                       Os denunciantes foram chamados para
                                                                                    ouvir o resultado das investigações poli-
                                                                                    ciais. A condição proposta pela polícia fora
                                                                                    de que, cada um que se sentisse incomo-


   6
dado, procurasse praticar os mesmos atos caridosos de           padre Julien, e diz-lhe que a proposta estava aceita. Finda
Madre Teresa de Calcutá. Naturalmente que os denuncian-         as negociações, ao se despedir, o juiz declarou ao padre
tes não aceitaram essa proposta policial, e recolheram-se       Julien que estava feliz por saber que o imóvel seria bem
contrariados.                                                   aproveitado, pois era do agrado de Alá.
   A maioria do povo hindu consagrava à Madre Teresa o              Madre Teresa recebeu a boa noticia da aquisição de outro
carinho dispensado à uma mãe. Saindo às ruas, as crianças       imóvel onde poderia abrigar mais doentes. A esse local ela
corriam para serem abraçadas e beijadas por essa “santa         deu o nome de Nirmal Hriday, que em bengalês significa
mulher”, como a chamavam. Mas, com sua humildade, Ma-           “Coração Puro”. Essa denominação agradou aos hindus,
dre Teresa pedia a todos que orassem a Jesus, porque Ele        em sua maioria, hansenianos.
é que merecia ser glorificado, por ser pregado na cruz para         Os doentes foram encaminhados para esse abrigo, que,
nos ensinar a amar.                                             com o tempo, foi destinado apenas aos adultos. Madre
   A “Casa dos Moribundos” estava demonstrando que o            Teresa viu que o número de crianças que ficavam órfãs pela
espaço físico se tornara pequeno diante da procura dos do-      morte dos pais era grande. Ela não poderia abrigá-las ali
entes abandonados, principalmente os leprosos, que conti-       naquele alojamento, onde os pequenos poderiam contami-
nuavam a agonizar pelas ruas. Madre Teresa pediu ajuda ao       nar-se pelos vários tipos de vírus que os doentes apresen-
seu confessor, o padre Exem. Este se uniu ao padre Julien       tavam. Para tanto, seria necessário encontrar outro imóvel,
Henry e, conhecendo ambos a personalidade forte de Ma-          a fim de que essas crianças tivessem um lar decente e uma
dre Teresa, passaram de imediato a buscar um imóvel para        orientação segura.
que abrigasse mais carentes, adultos e crianças.                    Iniciou-se uma nova procura de imóvel, o qual Madre
   O padre Julien tomou conhecimento que estava à venda         Teresa dizia ser um lar-matriz, isto é, lar “materno”, pois
a casa de um juiz mulçumano, mas que, tendo se apo-             todas as missionárias seriam mães das crianças que ali
sentado, resolveu vendê-la, para ir morar no Paquistão. O       fossem abrigadas. A preocupação do padre Exem e padre
encarregado da venda do imóvel era irmão do juiz, e foi a       Julien era enorme. “Como faremos?” Essa pergunta lhes
ele que o padre Julien recorreu. Após várias negociações,       tirava o sono. Sabiam que quando Madre Teresa colocava
padre Julien acompanhado pelo irmão do juiz, apresentou         algo para ser realizado, ela não descansava enquanto não
a proposta referente ao preço do imóvel, e explicou qual        se cumprisse seu desejo. E todos se puseram a procurar o
seria a destinação da casa, onde estaria à frente da ha-        novo lar para as crianças. Conversando com Madre Teresa,
bitação Madre Teresa. O juiz ficou um tanto constrangido        os padres Exem e Julien comentavam que não sabiam
por saber tornar-se seu antigo lar numa instituição católica.   como realizar outro negócio na compra de mais um imóvel,
Pediu ao padre Julien um tempo, que lhe foi concedido. O        pois ainda não haviam quitado a compra anterior. Madre
juiz muçulmano dirigiu-se à mesquita mais próxima, para         Teresa, como sempre, firme em sua fé, dizia-lhes: “Vocês se
poder consultar Alá (nome dado a Deus pelos muçulmanos).        lembram da oração ‘Lembrai-vos’?” Essa oração aprende-
Padre Julien fez o mesmo, pedindo a Deus que os dese-           mos desde criança, quando sentíamos dificuldades; nossa
jos de Madre Teresa pudessem ser atendidos em defesa de         mãezinha junto a imagem de Nossa Senhora, orava assim:
uma causa nobre, pensava ele, em favor dos desabrigados.            “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se
Logo o juiz muçulmano retorna com um sorriso que agradou        ouviu dizer que daqueles que recorreram à vossa proteção,




 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos                                   Nirmal Hriday
      Espíritas Amor e Esperança                                                                                      7
que imploravam vossa assistência, que reclamaram por vosso so-
                                                                          corro, algum fosse por vós desamparado. Animada, pois, com igual
                                                                          confiança, a vós, Virgem entre todas singular, como Mãe eu recorro,
                                                                          de vós me valho e, gemendo sob o peso de meus pecados, me
                                                                          prostro aos vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe
                                                                          do Filho de Deus humano, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de
                                                                          me alcançar o que vos rogo. Amém”1.
                                                                             Os dois padres ouviram em silêncio a oração que Madre Teresa
                                                                          fizera com emoção. Após, tanto padre Exem como padre Julien, dis-
                                                                          seram achar peculiar a oração, principalmente por ser dirigida dire-
                                                                          tamente à Virgem Santíssima, que, por certo, nunca deixara de ouvir
                                                                          um coração materno, numa prece dita com tanta convicção. As mis-
                                                                          sionárias também aderiram à oração do “Lembrai-vos”, seguindo,
                                                                          como acreditava Madre Teresa, a sagração da Providência Divina. E
                                                                          essa providência teve seu êxito, pois o imóvel apareceu praticamen-
                                                                          te de graça. Padre Exem louvou a oração “Lembrai-vos”. Esse lar
                                                                          abrigaria as crianças órfãs. Madre Teresa denominou essa casa de:
                                                                          “Nirmala Shishu Bhavan”, cujo significado seria quase o mesmo do
                                                                          “Lar do Moribundo Abandonado”. Essa denominação favorecia aos
                                                                          povos budistas como aos católicos.
                                                                             O grandioso trabalho das Missionárias da Caridade prosseguia
                                                                          em ritmo acelerado. Madre Teresa, vendo aumentar o número de
                                                                          hansenianos pelas ruas, criou um atendimento móvel, para minorar
                                                                          os sofrimentos dos doentes chagados. Ela e as missionárias saiam
                                                                          divididas em pequenos grupos e faziam a higiene necessária para
                                                                          cuidar dos curativos e dos remédios, que, com muita dificuldade,
                                                                          Madre Teresa conseguia dos médicos e hospitais que simpatizavam
                                                                          com o seu trabalho caritativo. E quando elas sabiam que doentes
                                                                          eram confinados em barracos ou casebres em ruínas, de imediato
                                                                          Madre Teresa estava a disciplinar a tarefa, para que todos fossem
                                                                          atendidos, já que não havia mais locais para abrigá-los com humani-
                                                                          dade. Isso deixava Madre Teresa preocupada. Agora ela procurava
                                                                          fazer a oração do “Lembrai-vos”, com visão mais ampla. Ela, men-
                                                                          talmente, dizia à Virgem Santíssima que era preciso encontrar um
                                                                          local onde fosse erguida uma cidade, que ela já deslumbrara como
                                                                          a “Cidade da Paz”.
                                                                             Padre Julien, ao saber dessa tão ousada pretensão de Madre
                                                                          Teresa, assustadíssimo, procurou padre Exem que, como seu con-
                                                                          fessor, poderia demovê-la desse empreendimento. Padre Exem, rin-
                                                                          do, contrapõe: “E quem irá fazê-la retroceder de mais esse ideal?”
                                                                          E continuou: “Vamos ajudá-la a buscar recursos necessários, sem
                                                                          discutirmos o assunto. Você sabe tão bem quanto eu, que Madre
                                                                          Teresa apenas nos informa do que ela tem em mente, apenas isso.
                                                                          Portanto, meu amigo, pensemos desde já como angariaríamos re-
                                                                          cursos para o novo empreendimento de Madre Teresa”.
                                                                                                Final da segunda parte.
                                                                                                                                        Eloísa
                                                                          1.	 A oração “Lembrai-vos”, consta do livro: Teresa de Calcutá, Uma Vida de Amor a
                                                                              Jesus nos Pobres – Jose Luis Gonzáles-Balado.


               •	 Grandes Espíritas do Brasil – Zeus Wantuil, Editora FEB, 1ª ed.,     •	 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/59/
Bibliografia




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               •	 Madre Teresa de Calcutá – José Luis Gonzáles-Balado, Editora         •	 http://www.asianews.it/files/img/madre_teresa_ABBRACCIO.jpg
                  Paulinas, 3ª ed., 1976.                                              •	 http://lh5.ggpht.com/_JPReeI0N5wU/S3D0IynR0aI/AAAAAAAADDw/
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               •	 Maria de Magdala – Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed.,       •	 http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSQAM90InjqjhDeC4TvOEpsZ
                  1992.                                                                   l8LCdITFIKDxtfvaoCRgqbFL-Ld4w
               •	 Teresa de Calcutá – A Mulher do Século – M. Rouxinol, Editora Lis.   •	 http://snpcultura.org/fotografias/Madre%20Teresa%20de%20
               •	 Teresa de Calcutá – Uma Vida de Amor a Jesus nos Pobres – José          Calcut%C3%A1%202/1.jpg
                  Luis Gonzáles-Balado, Editora Paulinas, 1ª ed., 2003.                •	 http://www.exileimages.co.uk/masanorik/MotherTeresa/MK.ASI.006.jpg
                                                                                       •	 http://1.bp.blogspot.com/_NZrQ-Je690k/THoWGuYmPpI/AAAAAAAAB-A/
               •	 Imagens:                                                                UK6nhldO-DM/s1600/mother%2Bteresa%2Bhelping%2Bsick.jpg



    Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”
         Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419                  Praça Presidente Castelo Branco
         livros psicografados por Chico Xavier, romances de                 Centro - Diadema - SP - Telefone (11) 4055-2955
         diversos autores, revistas, jornais e DVDs espíritas.              Horário de funcionamento: 8 às 19 horas
         Distribuição permanente de edificantes mensagens.                  Segunda-feira a Sábado


        8
Clube do Livro
                               clube                     do          livro

    Chico Xavier em Pedro Leopoldo
   Escolhida pelo Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves    Natanael respondeu a Filipe, ao saber que Jesus era ori-
(Jô)”, no mês de junho/2010, “Chico Xavier em Pedro         ginário de Nazaré: “Ora, de Nazaré pode sair alguma coisa
Leopoldo” é a 1ª edição da obra, em homenagem prestada      boa?”, alguém, fazendo a mesma indagação sobre quem se-
pela editora DIDIER, através de Divaldinho                                 ria o famoso Chico, retrucou: “Ora, de Pedro
Matos.                                                                     Leopoldo pode sair alguma coisa boa?”
   Como sugere o título, pretende mostrar ao                                  Na cidade onde tudo começou, tanto a
público leitor a vida de Chico na cidade de                                vida do homem, como a do médium Chico,
Pedro Leopoldo, Minas Gerais, no período                                   foram psicografados 59 livros, os quais são
de 1927 a 1958. São relatados e abordados                                  enumerados cronologicamente.
fatos, passagens, “causos”, entrevistas, re-                                  O autor esclarece que a obra não preten-
gistrando sua vida durante sua permanência                                 de ser biográfica, mas, “resgatar a saga do
em Pedro Leopoldo, com fotos da época, até                                 Espiritismo na mediterrânica Minas Gerais,
de alguns documentos, como por exemplo, o                                  dando ênfase a Pedro Leopoldo, berço do
primeiro emprego.                                                          instrumento de precisão absoluta”.
   Logo no início na frase “Pedro Leopoldo                                    É uma forma de conhecer e aprender um
está para Chico Xavier, assim como Nazaré                                  pouco mais sobre quem foi esse homem hu-
está para Jesus.” é feito um paralelo entre                                milde e valoroso, conhecido como o médium
o início da vida pública de Chico, em Pedro                                Chico Xavier, em sua terra natal.
Leopoldo e da vida pública de Jesus, em                                       Vamos conferir?
Nazaré.                                                                       Que Deus nos abençoe.
   Conta-se que da mesma forma que                Divaldinho Matos
                                                                                                             Rosangela
                                                   Editora DIDIER

Tema Livre
                                        tema                   livre

                 Amai-Vos e Instruí-Vos
   “Espíritas! Amem-se, eis o primeiro ensinamento; instru-        Mas... e o segundo? Instruí-vos, eis o segundo.
am-se, eis o segundo”. – O Evangelho Segundo o Espiritis-          Parece que este anda um pouco esquecido, um pouco
mo – capítulo VI, item 5.                                      negligenciado por nós espíritas. Infelizmente, é comum en-
   Esta é a palavra do Espírito de Verdade.                    contrarmos núcleos, para onde se dirigem almas necessita-
   Amar...                                                     das e inadvertidas, à espera de soluções miraculosas, preo-
   Sabemos nós, que longe estamos de compreender – e           cupados tão somente com o fenômeno, o personalismo e a
mesmo de saber – o que é o amor, no sentido exato que o        vaidade de um nome conhecido.
Mestre Jesus nos ensina.                                           Para tanto, entendem que bastam “bons guias”. Os espí-
   Embora já distantes do primitivismo dos tempos, esse        ritos são a solução e desnecessário o estudo, que passa a
doce sentimento ainda não tocou o nosso coração em sua         segundo plano, que se reduz à “perfumaria”.
plenitude. Tão pouco conhecemos a nossa infinita capaci-           E, a partir dessa teoria, encontramos inúmeros confrades
dade de amar. Infinita, sim, já que fomos criados à imagem e   que se dedicam a servir à casa, e não à causa.
semelhança do Criador. Assim, teoricamente sabemos, mas            Mas, a casa espírita, a par de ser um pronto socorro espi-
ainda não experimentamos a grande e verdadeira ventura         ritual, é, primordialmente, um educandário. Há de ser sem-
do amor.                                                       pre um núcleo educativo, guardando rigorosa fidelidade aos
   Ouvimos em todo o meio espírita, repetidas vezes, que é     princípios espíritas contidos na codificação kardequiana.
preciso aprendermos e por em prática esse primeiro man-            E onde buscar estes princípios? Resposta simples:
damento.                                                       ESTUDAR. Estudar as obras básicas da Doutrina Espírita,


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 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
      Espíritas Amor e Esperança                                                                                      9
em primeiro lugar: O Livro dos Espíritos, O Livro dos             outros modernismos e terapêuticas alternativas, muitas des-
Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o             tas respeitáveis, mas que não são Espiritismo, mas frutos
Inferno, A Gênese, Obras Póstumas. Aí estão contidos os           da criação dos homens, que, desavisados, imaginam estar
princípios fundamentais da doutrina dos Espíritos.                prestando grande concurso para a evolução da humanida-
   A casa espírita tem o dever do estudo, a obrigação do          de e que, muito pelo contrário, são perfeitos medianeiros
ensinamento, se pretende atender e servir fielmente à             daqueles que almejam retardá-la cada vez mais. É o desvir-
Doutrina Espírita.                                                tuamento da doutrina.
   “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.                Tenhamos sempre presente que a Doutrina dos Espíritos
   Vemos assim, que só através do conhecimento da ver-            foi ditada pelos espíritos e que a casa espírita é organização
dade é que nos libertaremos. Mas, que verdade é esta, que         dos homens. Portanto, como tal, da casa espírita não espe-
liberdade é esta? Como conhecer a verdade sem o estudo?           remos perfeição.
Como conhecer a libertação, se nem mesmo sabemos o                   Os centros espíritas não são propriedade de quem quer
que seja a tão cantada e decantada liberdade?                     que seja, mas há de ser sempre escola de almas, destina-
   É muito acanhado ainda o nosso conceito de liberdade.          dos sim, ao atendimento fraterno, mas também, ao atendi-
Queremos ser livres. Mas, livres do quê? Livres dos pais,         mento elucidativo.
dos preconceitos, das convenções sociais etc. etc.                   Ensinar, educar, para libertar. Eis um dos princípios que
   E quando nos encontramos livres de tudo o que parecia          deve nortear o centro espírita. Estudar, aprender, educar-se,
nos limitar, quedamo-nos frustrados, amargurados, sentindo        para libertar-se. Eis o dever de todo espírita.
que não nos libertamos de nossas amarras.                            Só assim vamos entender porquê tantos, libertos de to-
   Do que então precisamos nos libertar? E aí entra o papel       das as convenções humanas, sentem-se eternamente apri-
do centro espírita: orientar, estudar, ensinar... libertar.       sionados; e outros tantos, ainda que algemados a estas
   É comum ouvirmos: “não estou legal; preciso ir ao centro       mesmas convenções, sentem-se absolutamente libertos.
tomar um passe”. E pronto; está resolvido. Tudo está bem.            Eis a liberdade a que se refere o Evangelho: a liberdade
“Nossa, foi bom ir lá, eu estava carregado, mas o passe me        da alma, que é eterna. E não a liberdade do corpo, que é
libertou”.                                                        efêmera.
   Libertou? Como? Se no momento em que se sentir, de                Busquemos com maior empenho o conhecimento da ver-
novo, “carregado”, vai precisar “ir lá novamente?” Será difícil   dade que nos oferece a doutrina, e que as casas espíritas,
entendermos que a casa espírita que não esclarece, ao con-        longe de competições, assumam, em definitivo, a respon-
trário de libertar, escraviza? Que mantém cativo aquele que       sabilidade que a elas cabe: estruturar-se para o estudo e o
necessita, que virá sempre pela dor e jamais pelo amor?           ensino da doutrina.
   Por que não indagarmos: por que o passe me é benéfi-              Afinal, se o nosso norte é traçado pelo “O Evangelho
co, traz alento, alívio para as minhas dores? Afinal: o que       Segundo o Espiritismo”, lembremo-nos: “Não pôr a luz
é o passe? O que está “oculto” sob a imposição de mãos?           debaixo do velador” (capítulo XXIV).
Como se processa esse mecanismo magnético?                           “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alquei-
   Se estudarmos, encontraremos respostas para todas as           re, mas no velador, e dá luz a todos os que estão em casa”
nossas indagações. Veremos que nada está oculto e nada            (Mateus, capítulo V, versículo 15).
é milagre.                                                           Voltemos ao início: Amai-vos e instruí-vos
   Esta é a verdade que necessitamos e que nos libertará.            A partir da instrução vamos começar a entender o que é
   Vamos buscar o estudo; estudo sério e contínuo, sem nos        o amor.
confundirmos. As orientações de Allan Kardec são a essên-                                                                  Indaiá
cia da doutrina e não se confundem com tantos e tantos              Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec,
                                                                    tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 8ª ed., 2010




Moral e Ética
                                                                            Felizmente, os estudiosos da área educacional já
                                                                         defendem a ideia de que é necessário também tra-
                                                                         balhar as virtudes em sala de aula, por terem relação
                                                                         com os sentimentos e que estes participam da cons-
                                                                         trução da “personalidade moral”.
   Atualmente fala-se muito em “ética”. Segundo os estu-
diosos em educação, a palavra “moral” foi considerada de            Por exemplo, a generosidade não se enquadra dentro da
caráter autoritário. A própria disciplina “Educação, Moral e      definição de dever ético, pois ocorre justamente quando se
Cívica” banida do currículo, foi objeto de crítica, em            dá ao outro, sem qualquer obrigação.
face da associação com o regime político ditatorial                 Emmanuel, no item 28 do “Livro da Esperança”, denomi-
da época.                                                              na a passagem do Bom Samaritano como a psicologia
   Discute-se, no âmbito pedagógico, qual a                                da caridade. O samaritano, que não era religioso,
forma correta de introduzir a ética (ou mo-                                                foi o único que parou na estrada e
ral) aos alunos na atualidade.                                                                ajudou, sem limites, obrigação,
                                                                                               tampouco interesse pessoal,
   Fala-se em sistema de deveres e di-
                                                                                               uma criatura, pelo simples fato
reitos éticos.
                                                                                               de que ela carecia de auxílio na-
   Em filosofia o estudo da ética                                                             quele momento.
contribui para estabelecer a na-
                                                                                             O dever moral, acima das obriga-
tureza de deveres no relaciona-
                                                                                          ções éticas, é advertido pela nossa
mento indivíduo-sociedade. A jus-
                                                                                          consciência. Ninguém o vê ou acusa
tiça corresponde a uma exigibilidade
                                                                                          na sociedade, pois as regras foram
de conduta, o que implica no respeito ao
                                                                                         seguidas, mas, se fielmente observa-
direito alheio.
                                                                                         do eleva-nos espiritualmente.

  10
Dessa forma, só poderemos crescer como seres melho-         depositarmos no espírito da criança ser-nos-ão devolvidos.”
res, mais íntegros, não nos mascarando por trás de regras,    Emmanuel, obra citada.
mas agindo com o coração, praticando as virtudes que o Pai                                                    Rosangela
nos ensinou, através de Seu filho Jesus.                         Bibliografia: Pátio-Revista Pedagógica – Yves de La Taille, Editora
                                                                 Artmed, ano 4, nº 13, mai/jul 2000.
  Esta é a moral que devemos aprender, para ensinar aos          O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Tradução de
nossos pequenos a verdadeira humildade e caridade.               Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 2004.
  Queremos um futuro melhor? “Não nos cansemos,                  Imagem: http://centralrocknet.com.br/thumbnail.
                                                                 php?file=Crianca_1_671857479.jpg&size=article_medium
pois, de repetir que todos os bens e todos os males que



Lamentemos Menos
                                                                     de alento: por mais difíceis sejam as situações, por
                                                                     mais doloridas sejam as provas, nunca nos esqueça-
                                                                     mos que Deus nos reserva o melhor!
                                                                       Kardec ainda nos assegura com vigor que Deus
   Mas por que só eu? Por que tudo acontece comigo? Será             está sempre presente em nossa vida diária. Se por
que não mereço a atenção de Deus? Será que fui designa-       acaso nos desencantamos com a vida, com as maldades
do a sempre sofrer e carregar as dores dessa reencarnação     existentes no mundo, pois, atualmente somos informados
para sempre?                                                  em mínimos detalhes sobre tudo que de ruim acontece (e
   Quantas vezes não nos pegamos com esses pensamen-          muito pouco de bom) no mundo, jamais percamos de vista
tos negativos em nossa cabeça? É só acontecer algo que        esta mensagem excelente que o Mestre Lionês nos deixou
nos desagrade que eles logo aparecem.                         em “A Gênese”, no capítulo XVIII, item 3, esclarecendo que
   Aqui temos uma conta impagável. Será que não mereço        o movimento progressivo da humanidade é inevitável, por-
um descanso?                                                  que faz parte da natureza e não se pode dizer que Deus seja
   Se bem analisarmos a situação, talvez não deveríamos       indiferente e, que após estabelecer Suas Leis, Ele tenha se
ter assumido uma dívida tão pesada, mesmo considerando        mantido na inatividade, deixando as coisas à sua própria
nossa invejável situação financeira e saúde física excelen-   sorte. Suas Leis são eternas e imutáveis sem dúvida, mas,
tes. Os dias passam rápido e as coisas mudam de lugar.        devido Sua Vontade ser eterna e constante e Seu Pensa-
Nosso “eu” se modifica, pode melhorar-se ou piorar. Um        mento animar as coisas sem interrupção; Seu Pensamento
passo em falso e podemos colocar muita coisa a perder, se-    que tudo penetra, é a força inteligente e permanente que
não tudo. Era mesmo necessário investir tão forte naquele     mantém tudo em harmonia; se esse Pensamento parasse
projeto? Poderia eu ter aguardado um pouco mais? E ago-       um instante de agir, teríamos então um Universo semelhan-
ra, se meu coração não aguentar mais, e se meus órgãos        te a um relógio sem o balanço regulador das horas. Deus
continuarem a se deteriorar cada vez que entro em pânico?     portanto, vela incessantemente pela execução de suas Leis
O que fazer?                                                  e os Espíritos que povoam o espaço são seus ministros en-
   Do erro muitas vezes aprendemos o acerto. Quando dá        carregados dos detalhes, de acordo com suas atribuições e
tempo!                                                        conforme sua escala de evolução.
   Lendo outro dia uma mensagem de Emmanuel sobre os             Que assim seja!
padecimentos a que estamos submetidos, sempre, em nos-                                                            Antoine
                                                                 Bibliografia: A Gênese – Allan Kardec, Capítulo XVIII, item 3, Sinal
sa romagem reencarnatória, lembro-me de suas palavras            dos tempos, Editora FEB, 42ª ed., 2002.

Aconteceu
                                       aconteceu

Chá Beneficente
   Num clima de muita alegria realizou-se no dia 14/08/2010, o
Chá Beneficente no nosso Núcleo de Estudos Espíritas Amor
e Esperança, com toda a renda revertida para a construção de
nossa nova sede na Rua dos Marimbás, 220 Jardim Guacuri, São
Paulo, SP.
   Tivemos a oportunidade de nos confraternizar com muitos
amigos numa tarde agradável e agradecemos a presença de
todos que compartilharam conosco destes momentos.
                                               Equipe Seareiro




                                                                    ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃO
                                                                      Sua doação é importante para o custeio da postagem
                                                                            do Seareiro e pode ser feita em nome do
                                                                               Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança
                                                                                          CNPJ: 03.880.975/0001-40
                                                                                Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0


 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
      Espíritas Amor e Esperança                                                                                                11
Canal Aberto
                                        canal                         aberto
              Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.
Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.




   O Mal que Ainda Há em Nós...
   O Espiritismo nos ensina que a raiz de todos os males               sobre o abuso da mesma... Mostra-nos que é preferível vi-
provém do egoísmo e que para promovermos a nossa refor-                ver uma vida humilde, na simplicidade, tendo a consciência
ma moral, necessitamos extirpá-lo.                                     tranquila, do que viver banhado em ouro, mas com a mente
   Analisando a fundo todas as guerras, todos os conflitos             e o coração em trevas.
internos e externos, notamos sinais dessa chaga social, vis-              Devemos combater o mal que ainda há em nós, come-
to que os homens estão mergulhados no imediatismo; no                  çando por nos desapegarmos dos bens transitórios, dos
materialismo; no aqui e agora; com os olhos voltados para o            quais somos apenas usufrutuários e não donos. Enxergar o
seu próprio umbigo.
                                                                       nosso próximo como a um irmão, filho do mesmo Pai, e fa-
   O homem perdeu a consciência de si mesmo, esqueceu                  zermos a ele o que gostaríamos que nos fizesse. Dividir os
de onde veio e não sabe para onde vai. Procura incessan-
                                                                       nossos tesouros, seguindo os conselhos do Mestre Jesus...
temente pela felicidade e para tal, é capaz de esmagar seu
próprio irmão para satisfazer o seu desejo.                               Quando estivermos imunizados e regenerados, fortaleci-
   A Doutrina Espírita não proíbe que o homem busque o                 dos com o tônico do Cristo, o mundo será um lugar melhor.
melhor, pelo contrário, dá subsídios para que ele se melhore              Paz e bem!
cada vez mais... Não condena a riqueza, mas nos adverte                               Carlo Augusto Sobrinho - Rio de Janeiro - RJ



                             Aos Olhos de Deus
  De nada vale a moeda adquirida de maneira ilícita.                      Para Ele, a justiça divina é pródiga em amor e bondade,
  Assim, todas as nossas conquistas materiais devem ser                mas, é igualmente firme na disciplina ante aos que erraram
produto de trabalho honesto.                                           para angariar vantagens em detrimento de outros.
  Aquele que usa de meios escusos para angariar riquezas                  Se quiseres conquistar tesouros, conquiste os do céu.
materiais, erra duplamente.                                               Eles são adquiridos somente pelo cumprimento do dever
  Um dia, o Pai lhe pedirá em conta o mau uso de tudo o                e pela consciência limpa.
que adquiriu.                                                                                      Ricardo Santos - São Paulo - SP



                    Medos
                                                                        para poder enfrentar a questão. O grande problema do
                                                                        medo está na expectativa que criamos sobre determinados
                                                                        acontecimentos que talvez nunca venham a ocorrer e
   Temos encontrado considerável número de pessoas que                  também, na maioria dos casos, na preocupação exagerada
alegam medos diversos. Medos que variam de preocupações                 sobre o que os outros vão dizer ou vão pensar. Quer dizer:
                                                                        no fundo, tememos julgamentos; o que é uma bobagem,
naturais ou exageradas até aqueles provenientes de
                                                                        diga-se de passagem. Não somos obrigados a dar
traumas causados também por diferentes origens.
                                                                        explicações a ninguém, senão por força da lei. Por outro
   Sentir medo é humano, normal, natural. O problema                    lado, se estivermos em paz com a consciência, não há o
está quando o medo extrapola os limites do bom senso.                   que temer.
Ele, o medo, é muitas vezes necessário, pois nos preserva                  Percebe o leitor o alcance da questão? Agindo em
de perigos e constitui um mecanismo sábio do instinto de                conformidade com o bem, estando em paz com a
conservação. Mas quando ultrapassa os níveis estabelecidos              consciência, não há o que temer.
pela natureza, torna-se perigoso inimigo. Sim, pois nos                    Mas, e os perigos próprios da vida humana? Bom, eles
trava a potencialidade, paralisa as forças, gera doenças e              existem, é verdade. Viver é sempre um risco, em vários
provoca estragos consideráveis, especialmente na mente.                 sentidos. Mas, é esse risco de viver que nos amadurece. O
   O segredo está em entender os próprios medos. Para                   importante é confiar em Deus e seguir adiante.
isso, é preciso inteirar-se sobre a temática que nos assusta                                         Medo do quê? Da morte, de
                                                                                                  perdas financeiras, de altura,
  Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” de chuva, de bala perdida, de
                                                                                                  assalto, de avião, de espíritos, da
   Receba mensalmente obras               Informe-se através:
                                            E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br
                                                                                       CHICO      perda de entes queridos? Qual ou
  selecionadas de conformidade              www.espiritismoeluz.org.br
                                                                                                  quais são os nossos medos?
                                                                                                     Vivamos com naturalidade,
 com os ensinamentos espíritas.
                                            (11) 2758-6345
                                            Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP        com mais alegria, confiando, e
                                                                                                  tudo melhora.

  12
Valorizamos muito as expectativas sombrias, esquecendo-      atitude saudável que faz bem à alma.
nos de que a sintonia com a alegria de viver, adotada por         Claro que nunca devemos esquecer a prudência nos
comportamento, altera os rumos dos acontecimentos,             gestos, decisões, comportamentos e atitudes. Mas viver
modifica o ambiente, os panoramas, influencia pessoas e é      sem medo, claro! Viver para aprender continuamente.
                                                                                         Orson Peter Carrara - Matão - SP

Família
                                              familia

                  Aborto
                                                                  Realmente, José e Maria não eram ricos, passaram por
                                                               “pressões sociais” imensas e não fraquejaram diante do
                                                               compromisso que assumiram perante Deus, de acolher o
                                                               Seu filho Jesus.
   De tempos em tempos, o aborto e sua legalização vêm à
                                                                  Fiquemos atentos. Analisemos e lembremos da doce e
tona, sendo discutido os seus aspectos de saúde, sociais,
                                                               firme figura de Maria de Nazaré. Ela estará amparando to-
direito à liberdade etc.
                                                               das as mães que quiserem enfrentar as dificuldades para
   Cada vez que tentam colocar a legalização do aborto na      terem em seus braços um filho de Deus para reeducá-lo
pauta de assuntos que devem ser discutidos pelos políticos,    moralmente.
várias organizações (principalmente as religiosas) alertam
                                                                  Deus estará a proteger a estes pais.
que precisamos observar o aborto pela ótica da ética cristã.                                                     Wilson
   Mas fica sempre uma pergunta:                                 Imagem: http://sites.google.com/site/ldsmeetinghouselibrarypicsot/_/rsrc/1237
                                                                 682823094/Home/New-Testament-Pics/Nativity.62495%2C201%2C1-
   — Por que será que, mesmo sendo rejeitada várias ve-          -16%2C2-6.jpg
zes, insistem em querer discutir a legalização do aborto?
   A resposta está na importância
que existe na oportunidade da re-
encarnação.
   Devido aos muitos débitos de
amor não vivido, que contraímos
em vidas passadas, Deus, por mi-
sericórdia, nos dá novas oportuni-
dades, através da reencarnação,
para podermos viver na Terra algo
de bom, cumprindo assim a má-
xima “o amor cobre a multidão de
pecados”.
   Ou seja, pela reencarnação po-
deremos praticar o bem, o respeito
ao próximo e, com isso, irmos mo-
dificando e melhorando os nossos
sentimentos.
   Acontece que, por outro lado,
os espíritos infelizes, que querem
manter as pessoas do jeito que elas
estão, sem se melhorarem, e ser-
vindo de “pasto” para os seus ins-
tintos, estes espíritos infelizes, que
nós, espíritas, comumente chama-
mos de “as sombras”, não querem
que as reencarnações aconteçam,
sendo abortados aqueles que rece-
beriam mais uma chance de evo-
luírem.
   Não nos deixemos levar pela
história de que socialmente é me-
lhor a legalização do aborto.
   Lembremos o que André Luiz
nos relata no livro “Missionários da
Luz”:
   “Fala-se em resolver os proble-
mas sociais, mas ninguém pensa
em resolver os problemas espiri-
tuais. Na discussão deste assunto
ninguém fala em Jesus, Maria e
José.”
 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
      Espíritas Amor e Esperança                                                                                                     13
Kardec em Estudo
                          kardec                          em            estudo

                Os que dizem: Senhor! Senhor!
                             O Evangelho Segundo o Espiritismo
      Capítulo XVIII “Muitos os chamados, poucos os escolhidos” – itens 6 a 9
          “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu
                              Pai, que está nos céus.” (Mateus, capítulo VII, versículos 21 a 23).
   Não basta conhecer a Lei de Deus, reverenciá-Lo apenas           Já sabemos que não fazer nada representa deixar de fa-
por palavras, dirigir-Lhe preces e não agir de acordo com        zer o bem e quem não faz o bem está fazendo o mal, isto é,
esta Lei.                                                        violando Seus mandamentos, dando mau exemplo.
   Nosso amado Mestre Jesus expressou e exemplificou a              Falar sobre brandura, humildade, caridade, paciência,
Lei de Deus, com Suas palavras e, principalmente, atitudes.      boa-vontade é fácil! O difícil é exemplificar através de nossa
   Sabemos que Jesus é o caminho, a verdade e a vida,            postura no dia a dia diante de alguma situação, principal-
contudo não adianta somente reconhecer Sua missão, cha-          mente aquela que nos contraria.
má-Lo de Irmão, Mestre, Senhor e não seguir o Seu roteiro           Precisamos nos tornar melhores, mais indulgentes, cari-
de Luz, isto é, Seus ensinamentos e exemplos.                    dosos, agradecidos e benevolentes para com todos, e em
   Nossos atos e pensamentos representam o que existe            qualquer situação que nos encontremos.
em nosso íntimo.                                                    Geralmente, diante da doença, ou qualquer outra dificul-
   Profetizar em nome de Deus, em nome de Jesus, e ficar         dade, pedimos ajuda a Deus ou a Jesus, mas muito nos
apenas em belas palavras, fará com que sejamos excelen-          esquecemos Deles, nos momentos de “alegria”. Como pedir
tes tribunos. Mas não é a quantidade de palavras ou a qua-       ajuda e não ajudar ao próximo? Por que lembrar Deles so-
lidade das palavras ou a quantidade de preces que nos fará       mente na tristeza, no desespero e não na alegria? Por que
melhor diante de Deus e sim nossas atitudes para com o           só pedir e não agradecer?
próximo, pois é através das obras no campo do bem, que              Nossa vida futura depende do cumprimento de nossas
se reconhece o verdadeiro cristão.                               tarefas, sobretudo as que nos comprometemos ou foram
   O que adianta honrá-Lo com palavras ditas da boca para        pré-estabelecidas na Espiritualidade. Para tanto, devemos
fora, ou com atos exteriores de devoção, e ao mesmo tempo        utilizar todas as nossas capacidades intelectuais, materiais
honrar a Mamom e aos “deuses” dos instintos?                     e morais. Lembrando que tudo aquilo que é feito seguindo
   No momento que não fazemos aquilo que falamos ou pro-         os mandamentos de Deus, mais os preceitos de Jesus, terá
metemos estamos sendo falsos profetas, mentirosos, des-          seus alicerces permanentes, como a casa construída sobre
te modo dando maus exemplos, comprometendo-nos, e, o             a rocha e, deste modo, encontraremos a felicidade perene,
pior de tudo, indo contra a lei do amor e da caridade.           além de nos prepararmos para a vida futura. Contudo, aqui-
   Agindo apenas exteriormente, conseguimos enganar aos          lo que violar Seus princípios será como a casa construída
homens, mas não a Deus.                                          sobre a areia, que cede com o tempo.
                                                                                    Portanto, ser cristão é seguir os preceitos
                                                                                 de nosso Irmão Jesus Cristo, reverenciando
                                                                                 a Deus, o nosso Pai, através de palavras, de
                                                                                 atitudes fraternas, contribuindo assim para
                                                                                 um mundo melhor, com o sacrifício do nosso
                                                                                 orgulho, egoísmo, vaidade, inveja e dos ou-
                                                                                 tros instintos. Sabemos que não somos per-
                                                                                 feitos, que nem todos estão na mesma faixa
                                                                                 de entendimento ou compartilham de nossas
                                                                                 opiniões, contudo somos todos irmãos e, aju-
                                                                                 dando uns aos outros, tornaremos a nossa
                                                                                 caminhada mais harmoniosa e menos dolo-
                                                                                 rosa.
                                                                                    Senhor! Que saibamos agradecer a bên-
                                                                                 ção da “vida”, a alegria de fazermos parte
                                                                                 desta família universal e as oportunidades da
                                                                                 instrução e do trabalho! Que sejamos úteis
                                                                                 no campo do bem e façamos por merecer to-
                                                                                 das estas bênçãos!
                                                                                                                        Silvana
                                                                                Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo –
                                                                                Allan Kardec, tradução de Roque Jacintho, Editora Luz
                                                                                no Lar, 8ª ed., 2010.
                                                                                Imagem: http://i.olhares.com/data/big/11/110976.jpgtp://www.
                                                                                sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=804322


  14
Está difícil encontrar um bom livro?
                                            iais
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 Que tal estes!                                                                       pa ra distribuido
                                                                                                        ras e livrarias.
                                                                                               Consulte-nos!

                                     Série Evangelho e Juventude

    Livros espíritas para jovens
                                                              O Gastão e o Egoísta
                    JASÃO, O CEGO                             Este livro conta a história de Silas,
                                                              filho de Lino e irmão de Timóteo,
                    Conta a história de Jasão, que saía       quando ele pede para seu pai di-
                    todos os dias para pedir esmolas.         vidir a herança, a fim de que ele
                    Num dia ele se depara com o               possa sair em busca dos prazeres
                    Mestre Jesus e, este explica aos          da vida.
                    apóstolos, o porquê do mesmo ter
                    nascido cego.                             Preço: R$ 9,00
                    Preço: R$ 9,00

                                  Grandes Vultos do Espiritismo
                    JESUS E KARDEC                            ANÁLIA FRANCO, O ANJO
                    Este livro nos traz temas do O            DA CARIDADE
                    Evangelho Segundo o Espiritismo,
                    tais como: muitas moradas, nascer         Este livro nos apresenta a história
                    de novo, nas aflições, o consolador,      de Anália Franco, grande educa-
                    humildes de espírito, pureza do           dora e também jornalista, roman-
                    coração, os pacificadores, salvar-se      cista, teatróloga, contista e confe-
                    a si mesmo, amar os inimigos, a           rencista. Lutou, destemidamente,
                    perfeição, os chamados, a fé, a           para livrar a mulher do império do
                    prece, entre outros.                      jugo masculino, colocando-a não
                                                              apenas como esposa e mãe, mas
                    Preço: R$ 17,00                           acima de tudo, elevando a mulher
                                                              a ser uma educadora dentro do
                                                              Lar.
               Doutrinário                                    Preço: R$ 17,00
O Evangelho Segundo o Espiritismo
                                                                                Livros Infantis
                        Traduzido    do     original
                        francês por Roque Jacintho.                                                        Histórias cristãs
                                                                                                           que irão encantar
                        Nova edição revisada, em                                                           os pequeninos!
                        versão de fácil leitura e
                                                                                                           Preço: R$ 9,00
                        entendimento.
                                                                                                                com
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Cantinho do Verso em Prosa
     cantinho                                  do             verso                          em             prosa

 Essa Velhinha
    Essa velhinha que vês,
    Passando sempre ao sol-posto,
    Todo dia, todo mês,
    Penosamente a esmolar,
    Também foi criança, um dia,
    Não conhecia o desgosto,
    Brincava, jogava e ria,
    Era o anjo de seu lar!
    Depois vieram mudanças,
    Trabalhou, sofreu na vida,
    Morreram-lhe as esperanças,
    Cansou-se-lhe o coração.
    Hoje, triste, quase morta,
    Sozinha, desiludida,
    Esmola, de porta em porta,                  A lição ensina-nos que todo ser já foi uma criança, um lindo bebê que, como
    A fim de ganhar o pão.                   todos os outros foi inocente, teve candura, beleza, e distribuiu alegria e felicida-
                                             de por onde habitou.
    Não te esqueças, meu filhinho,              Devemos ensinar às crianças que os idosos seremos nós amanhã e aqueles
    Que um velhinho abandonado               que perambulam pelas ruas já tiveram um passado, uma juventude, uma infân-
    Tem sede de teu carinho,                 cia.
    De tua doce afeição...                      Ensinar o respeito e a não julgar quem quer que seja.
    Aprende a viver mais cedo,                  Devemos sim, ofertar o melhor de nós para amenizar a dor, as necessidades
    Não fujas amedrontado,                   físicas e morais e, principalmente, lembrar de fazer a todos esses velhinhos o
    Aproxima-te, sem medo,                   que pretendemos que seja feito por nós: respeito e amor.
    Anda cá! Beija-lhe a mão!                                                                                             Araújo
                                                Bibliografia: Antologia da Criança – Francisco Cândido Xavier / Autores diversos, Editora
                                                IDEAL, 3ª ed., 1992.
                        João de Deus            Imagem: http://4.bp.blogspot.com/_-TtBzdiCfiY/TCksMz81JAI/AAAAAAAAABw/4O0HYVD9oD4/s1600/
                                                mulher_idosa.jpg

Livro em Foco
                                    livro                        em             foco

 Monte Acima
                                                                             Francisco Cândido Xavier
                                                                                    Espíritos Diversos
                                                                      Editora GEEM - 2ª edição - 1989
   Questão de Consciência                                                Se nos sentirmos tal qual na
      Guardemos a consciência tranquila.                              situação citada em questões
      A prática do bem ser-nos-á garantia da paz e a paz em           de consciência, saibamos
   nós se nos fará fonte de permanente alegria.                       todos que Emmanuel e Chico,
      A criatura de consciência culpada é semelhante à                Chico e Emmanuel, ambos
   pessoa que carrega uma carga superior às próprias forças,          em nome de Jesus, e todos
   parecendo arrastar-se entre o cansaço e a irritação.               juntos, velam por nós.
                                                 Emmanuel                Tenhamos essa certeza,
                              ***                                     confiança e fé nas suas
   Esta, acima, é uma das mensagens que constam do livro              palavras e procuremos seguir
“Monte Acima”, com escrita característica de Emmanuel, o              as suas recomendações. Que
companheiro constante de Chico Xavier, em sua peregrinagem            vamos cair, eles já sabem;
pela Terra. Chico foi tão bom que se sacrificou bastante, física      mas eles sabem também que,
e espiritualmente, para conosco repartir essas pérolas vindas         em caindo, vamos nos levantar novamente e levantando,
de Emmanuel, que, por sua vez, incansável companheiro,                precisaremos de apoios: palavras de coragem, ânimo e
respeitável admirador e fiel seguidor do Cristo, não via              determinação.
entraves para nos trazer informações e modos de bem agir                 Jamais coloquemos em dúvida a nossa segurança aqui
nesta nossa romagem terrena, tão cheia de armadilhas e                na Terra, pois somos possuidores dos melhores amigos que
desvios que nossas fraquezas teimam em não reconhecer.

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  • 1. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 11 - nº 107 - Setembro/2010 Distribuição Gratuita Madre Teresa de Calcutá Segunda Parte Nesta Edição: Faça o Melhor O Mal que Ainda Há em Nós... Lamentemos Menos Os que dizem: Senhor! Senhor! Livros: Monte Acima; Chico Xavier em Pedro Leopoldo PROIBIDA A VENDA
  • 2. Editorial editorial Publicação Mensal Na “atmosfera” do Brasil, notamos hoje a grande maioria das pessoas permane- Doutrinária-espírita cendo nas faixas mais baixas dos ideais morais e cristãos. Ano 11 - nº 107 - Setembro/2010 Na época que antecedeu a Jesus, a humanidade estava dividida entre o governo, Órgão divulgador do Núcleo de clero e plebe, onde os mais fortes exerciam poder sobre os mais fracos que eram Estudos Espíritas Amor e Esperança escravizados e subjugados pelo império e sacerdotes do templo. CNPJ: 03.880.975/0001-40 Infelizmente, as regiões que receberam o Salvador (denominação comum na CCM: 39.737 época, quando esperavam alguém que os salvasse, permanecendo numa condição Seareiro é uma publicação mensal, passiva), desviaram os ensinamentos para o fanatismo e poder decadentes. Mesmo destinada a expandir a divulgação a Europa, berço do saber e da intelectualidade, resvalou para caminhos obscuros da da Doutrina Espírita e a manter o fenomenologia, diversão, relegando vasto material recebido por Allan Kardec. intercâmbio entre os interessados Lembremos que para o território brasileiro foi concedida a oportunidade de rece- em âmbito mundial. Ninguém está ber pessoas dos diversos continentes, fraternalmente, tal qual Jesus pontuou como autorizado a arrecadar materiais em Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, renovando a esperança com mudanças na nosso nome, a qualquer título. Conceitos humanidade, dependendo do esforço de cada um. emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas Novas oportunidades a promover aquisição de valores morais e cristãos. Quantos as matérias podem ser reproduzidas, pioneiros contribuíram para o engrandecimento desta Terra e valorização do povo! desde que citada a fonte. E agora? Impera a viciação no comodismo, conduzindo o povo para total ignorân- Direção e Redação cia, relegando a integridade, a dignidade e a honra. Rua das Turmalinas, 56 / 58 Porém, hoje não são mais impostos esses desatinos ao povo, pois este tem a Jardim Donini chance de escolher seu ideal, mas não o faz de forma digna, escravizando-se à es- Diadema - SP - Brasil colaridade funesta, mantendo-se na ociosidade conveniente, através de benefícios CEP: 09920-500 dosados de forma oculta, como veneno fatal, agindo paulatinamente, a denegrir as Tel: (11) 2758-6345 possibilidades de cada um. A comodidade, o instinto do privilégio, das vantagens Endereço para correspondência imediatas, leva nosso povo a mergulhar nos charcos da ignorância, incapacidade e Caixa Postal 42 submissão. Diadema - SP É preciso disciplina e dignidade para que seja conquistado o respeito ao povo, CEP: 09910-970 contudo, esse mesmo povo tem que iniciar, dentro do seu íntimo, a sementeira dos Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br princípios verdadeiros que Jesus nos trouxe pessoalmente e através de vários emis- sários. Conselho Editorial Antonio Ceglia Ribeiro Jesus, muito além de Salvador, vem como Mestre, Educador, ensinando e exem- Cladi de Oliveira Silva plificando as máximas rumo à evolução a caminho do Pai. Fátima Maria Gambaroni Já dizia Mahatma Gandhi “A dignidade pessoal e a honra, não podem ser protegi- Geni Maria da Silva das por outros; devem ser zeladas pelo indivíduo em particular”. Indaiá Christiano O momento reclama reunir forças morais, intelectuais e espirituais, individualmen- Nereide Conceição Grecco Ribeiro te, modificando nossas tendências inferiores, e executar da melhor forma possível Reinaldo Gimenez nossas possibilidades nesta experiência. Roberto de Menezes Patrício Rosangela Araújo Neves Equipe Seareiro Silvana S.F.X. Gimenez Vanda Novickas Índice Grandes Pioneiros: Madre Teresa de Calcutá - Segunda Parte - Pág. 3 Wilson Adolpho Clube do Livro: Chico Xavier em Pedro Leopoldo - Pág. 9 Jornalista Responsável Tema Livre: Amai-Vos e Instruí-Vos - Pág. 9 Eliana Baptista do Norte Moral e Ética - Pág. 10 Mtb 27.433 Lamentemos Menos - Pág. 11 Diagramação e Arte Aconteceu: Chá Beneficente - Pág. 11 Reinaldo Gimenez Canal Aberto: O Mal que Ainda Há em Nós... - Pág. 12 Silvana S.F.X. Gimenez Aos Olhos de Deus - Pág. 12 Imagem da Capa Medos - Pág. 12 http://margaridasempapel.files.wordpress. com/2010/11/madre-teresa-1-784x1024.jpg Família: Aborto - Pág. 13 Kardec em Estudo: Os que dizem: Senhor! Senhor! - Pág. 14 Impressão Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda Cantinho do Verso em Prosa: Essa Velhinha - Pág. 16 Rua Souza Caldas, 343 - Brás Livro em Foco: Monte Acima - Pág. 16 São Paulo - SP - (11) 2764-5700 Pegadas de Chico Xavier: Os “Privilégios” de Chico Xavier - Pág. 17 CNPJ: 61.089.868/0001-02 Mensagem: Faça o Melhor - Pág. 17 Tiragem Contos: Um Grito de Cólera - Pág. 18 12.000 exemplares Calendário: Setembro - Pág. 19 Distribuição Gratuita 2
  • 3. Grandes Pioneiros grandes pioneiros Madre Teresa de Calcutá Segunda parte Junto ao arcebispo, Monsenhor Ferdinand Périer, final- encontrara. Porém, tomando as últimas que estavam nos mente Irmã Teresa redigiu a carta endereçada a Roma e bolsos, entregou-as ao sacerdote. Ao entardecer, após ter alguns meses depois ela recebeu a autorização do Vaticano amparado alguns doentes da rua, abrigando-os nos cantos pelo Papa Pio XII, para deixar a Congregação das Irmãs de da calçada, refletia que estariam mais protegidos do caos Loreto. Assim mesmo, Irmã Teresa permaneceu na Congre- das ruas, cujo trânsito era muito complicado. Depois de um gação até o final do ano letivo. Foram difíceis as despedi- dia de muito trabalho, quando pensava encontrar um lugar das das alunas que a queriam muito bem, pelo fato de sua para descansar, defronta-se com o mesmo sacerdote a dedicação não ser apenas como professora e orientadora, quem entregara as últimas rúpias. Este, ainda ofegante para mas pelo seu carisma, sua bondade e compreensão. Sua alcançá-la, tendo nas mãos um envelope, entrega-o à Irmã ausência seria muito triste para as alunas e as Irmãs da Teresa, dizendo: “Senhora, um homem desconhecido pro- Congregação. curou-me e pediu para que eu passasse às suas mãos este Deixando Loreto, Irmã Teresa foi para Patna. Inscreveu- envelope. Dissera-me que sabia de seus projetos para com -se em um curso básico de enfermagem. Esse curso era os pobres de Calcutá e ele gostaria muito de poder ajudá- ministrado pelo famoso hospital “American Medical Sisters” -la”. Irmã Teresa, abrindo o envelope, encontra um donativo ou “Medical Missionary Sisters” (Irmãs Médicas Missioná- de cinquenta rúpias. Com lágrimas nos olhos, ela pede ao rias). Dessa forma, ela saberia como lidar com os doentes e sacerdote que agradeça ao homem desconhecido. Para ela, os desvalidos pela fome, jogados ao relento. Pensava Irmã Deus havia mandado o recado, seguir em frente, ajudando Teresa: “Para entrar nos barracos pobres não preciso de aos desvalidos, pois com a firmeza da fé, a Providência de titulo acadêmico”. Completando o curso de enfermagem no Deus não lhe faltaria. ano seguinte, no mês de dezembro, ela retorna a Calcutá. Seus projetos para com a futura Congregação tomavam Andando pelas ruas, Irmã Teresa pensava: “É a primeira vez conta de sua mente, e seria denominada “As Missionárias que me vejo sem abrigo. Não estou mais em Loreto e nem da Caridade”. Tinha certeza que encontraria mais almas tenho um teto onde ficar”. boas para ajudá-la. Não sabendo onde poderia passar a De imediato, Teresa se recompõe e fala consigo mesma: noite, lembrou-se de seu confessor, o padre Jesuíta Celes- “Não estou só, confio em Deus e na sua Providência Divina. te Van Exem. Ele fora o primeiro a dar-lhe as boas vindas Ele me abrigará e a seus filhos abandonados, pela falta de em Loreto. Agora, padre Exem também fora enviado a Cal- humanidade e amor”. cutá, para ajudar os missionários a educar os meninos no Nesse instante, um sacerdote para em sua frente e pede- “Xavier’s College”. Ouvindo-a, o padre Exem lembrou-se do -lhe um donativo para uma boa causa. Ela estava com pou- “Asilo São José”, das Irmãzinhas dos Pobres. Disse-lhe que cas rúpias, pois já havia dado algumas para os pobres que tinha certeza de que as irmãs que administravam o Asilo não se oporiam a alojá-la, até que Ma- dre Teresa pudesse alugar uma casa. Agradecida pela ajuda, ambos dirigi- ram-se ao Asilo São José. As irmãs acolheram-na com carinho. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos A principal avenida de Calcutá, Chowringhee Avenue, em 1945, Índia Espíritas Amor e Esperança 3
  • 4. No dia seguinte, resolvido o seu problema, ela saiu pe- principal item, a “Caridade”. los arredores com alguma comida e remédios que as irmãs Madre Teresa ensinava suas ajudantes logo após as ora- do Asilo São José lhe deram, assim como alguns curativos ções matinais: “Não pedimos a ninguém que nos faça a ca- para as feridas dos moribundos. Após servir aqueles que ridade. Deveremos ir até os necessitados. Não importa que estavam cobertos de mosquitos e chagas abertas, e que sejam hindus, muçulmanos ou cristãos. Todos somos filhos estavam jogados nos chamados locais de “lixo”, onde nin- de Deus e algo bom e digno deveremos fazer por ‘Ele’”. E guém passava com medo do contágio de doenças infec- completava com essas palavras: “Ofertem até que lhes fira, tas, Irmã Teresa orou por eles, pedindo o amparo de Deus. pois o amor verdadeiro fere. A cruz feriu Jesus”. Depois seguiu para o parque “Motijhil”, onde encontrou um No final do ano de 1948 foi concedida a nacionalidade grupo de meninos sujos, que brincavam num horário que indiana à Madre Teresa de Calcutá. deveriam estar na escola. Aproximou-se e perguntando o porquê não estavam nas salas de aulas, ouviu a resposta A luta desse espírito empreendedor continuava junto às de um deles: “Nós não podemos frequentar a escola. Nós ex-alunas que procuravam seguir aqueles passos firmes, vivemos nas ruas. Dormimos aqui nos bancos do parque”. levando um pouco de consolo ao grande número dos rejei- tados pela sociedade e pela indiferença dos bem conceitu- Irmã Teresa pergunta-lhes então: “E a comida? Como ados na vida. vocês se alimentam?” Respondeu-lhe outro: “Se ninguém nos dá um pedaço de pão, nós roubamos nos mercados Teresa, a querida irmã entre todas as missionárias, prin- livres e bebemos a água dos cavalos, que os donos deixam cipalmente aquelas ex-alunas que se agregaram a ela no embaixo das árvores”. Irmã Teresa sentiu que o trabalho se- ardoroso trabalho assistencial, aderiu ao traje comum entre ria bem maior do que esperava contar. E conversando com as mulheres indianas. os meninos, conquistando a confiança deles, Irmã Teresa A Irmã Teresa passou a vestir-se do sári usual na Índia, reuniu-os à sombra de uma árvore, contando, em forma de abandonando o hábito da Congregação de Loreto. Adotou história, a vinda de Jesus à Terra. Viu que estes se empol- um sári branco com faixas azuis, simbolizando a paz e ho- gavam. Porém, vendo-os tão sujos, ela num certo momento, menageando a Virgem Maria e o seu manto divino. Em seu falou: ombro, uma pequena cruz. Dizia às suas auxiliares que — Sei que vocês estão com fome, mas antes de comer dessa forma não estariam humilhando aos carentes, mas alguns biscoitos que estão nesta sacola, eu proponho que sim levando respeito e carinho em nome do Senhor Jesus. todos lavem as mãos e o rosto, querem? Completamente desprendida dos bens terrenos, ensinava às jovens missionárias que deveriam ter apenas o neces- As crianças aceitaram de imediato, mas, como lavar-se, sário, tais como: um prato com uma tampa, uma troca de perguntou um deles. Irmã Teresa respondeu: “Vamos procu- roupas, uma troca de roupas íntimas, um par de sandálias, rar o vigilante do parque e pediremos a ele o favor de abrir um pedaço de sabão, um travesseiro e um colchonete, dois o registro de água. Com isso, as torneiras do parque nos lençóis e um balde metálico. Dessa maneira, se precisas- darão a água necessária e depois agradeceremos ao vigi- sem atender algum caso grave a distância, a mudança seria lante e voltaremos aqui para um belo piquenique”. E, com a fácil e rápida, pois todos os pertences poderiam ser levados alegria das crianças, assim foi feito. Irmã Teresa conseguira nas mãos. dar a eles a primeira noção de higiene. Irmã Teresa, como fazia todas as manhãs, saía para Após despedir-se, com abraços das crianças, ela prestar socorro aos desvalidos e, com a ajuda das ir- prometeu que voltaria no dia seguinte. Foram mui- mãs missionárias, os trazia para o abrigo. Porém, tos dias que se sucederam ao primeiro e, nas ao chegar ao portão ouviu o seguinte: “Querida vésperas desse Natal, Irmã Teresa já alfa- irmã perdoe-me, mas creio que não temos como betizara mais de quarenta crianças, sob as abrigar mais ninguém aqui. O nosso cômodo sombras das árvores. Antes de terminar o está lotado, não temos onde dormir e nem ano de 1948, uma pessoa que havia conhe- como cuidar dos doentes”. Irmã Tere- cido Teresa de Calcutá, quando morava em sa ouvia apreensiva o que lhe comu- Loreto, alugou uma casa nas proximidades nicava uma de suas ajudantes. Ela do parque, para que ela pudesse abrigar seus já sabia do fato, por isso respon- alunos. Esse aluguel fora permutado por aulas deu: “Vamos ter fé, minha filha. para as crianças das redes públicas. Jesus nos auxiliará”. E seguiu Aos poucos, o movimento que Irmã Teresa seu caminho para cuidar dos realizava foi crescendo. As ex-alunas, quando doentes que encontrava pelas souberam que a querida professora estava de ruas. Após ter atendido a várias volta e cuidando de uma comunidade prati- pessoas, ela deparou-se com camente ao ar livre, juntaram-se a ela. Irmã uma mulher jogada na sarjeta. O Teresa agradecia a Deus por essa ajuda quadro era terrível. O corpo da espontânea das meninas. E uma a uma, pobre anciã mostrava mordidas formaram a futura Congregação da Irmã de ratos e estava cheio de formi- Teresa, que ainda não tinha sido reconhe- gas e mosquitos. A pobre gemia, cida pela Santa Sé. Mas, a dedicada dis- sem poder movimentar-se. Irmã cípula do Cristo já começara a elaborar Teresa, vendo o triste estado os estatutos das futuras “Missionárias daquele ser, não teve dúvidas; da Caridade”. E nesses estatutos, conseguiu um carrinho de mão, além do que era obrigatório pela lei cedido por alguns homens que eclesiástica, ela acrescentara: 1º transportavam pequenas cargas obediência, 2º pobreza, 3º castida- para os comerciantes locais, e, de; e mais um, que para ela era o com a ajuda deles, ergueu o po- 4
  • 5. bre corpo inanimado e conduziu-a ao hospital mais próximo. diu perdão ao Senhor, pela sua atitude de minutos atrás. De forma alguma queriam prestar socorro. Irmã Teresa pôs- Irmã Teresa, renovada e esperançada, adentrou à sala de -se a falar alto e gesticular exageradamente para chamar atendimento ao povo. Após algumas horas, expôs o assun- atenção. Com isso, ela conseguiu que a mulher fosse enca- to sobre a falta de moradia aos abandonados. Tanta foi a minhada ao ambulatório para receber os curativos precisos. ênfase colocada em suas palavras, que lhe foram ofertados Porém, ali não poderia ficar e Irmã Teresa teve que recorrer dois imóveis, dos quais escolheria um, que seria a casa que ao padre Exem, seu confessor, para abrigar a mulher. procurava para os seus propósitos. Um deles, mais adequa- O padre Exem, ao ver a Irmã chegar, acompanhada pela do, limpo, pronto para ser ocupado, ficava nos subúrbios doente toda enfaixada, pôs a mão na cabeça e falou: de Calcutá. O outro, mal conservado, sujo, ficava no centro — Meu Deus! Irmã Teresa, conheço seu trabalho e seu da cidade e ao lado do templo da deusa Kali, considerada senso de caridade, mas por favor seja mais comedida! a protetora de Calcutá. Após visitá-los, Irmã Teresa, prefe- riu o imóvel próximo ao templo, isto porquê, conhecendo os Teresa nada pronunciou, apenas colocou a mulher no ca- indianos e sua crença, eles, por certo, sentindo a aproxima- tre, que algumas vezes fora seu leito, e agradecendo ao ção da morte, iriam preferir morrer sob olhares da deusa padre, despediu-se prometendo voltar no dia seguinte. Kali. Voltando às ruas, entre as demolições de várias casas, O local estava em péssimo estado. Mas, juntas, as irmã- ouviu alguém pedindo socorro. Teresa, de imediato, come- zinhas missionárias começaram de imediato o trabalho de çou a procurar e, atraída pela voz, encontrou outra mulher restauração. Em pouco tempo estava tudo em ordem. To- em terrível estado terminal. Abaixando-se para ouvir o que madas as providências em busca de catres, colchões, rou- ela dizia em sussurros: “Foi... foi meu filho... que me jogou pas etc., de que precisariam, Irmã Teresa estava feliz. Junto nestes escombros... eu me tornei... um peso... para ele”. de seu confessor, o padre Exem e do padre Julien Henry, Irmã Teresa só pôde fechar os olhos desse coração mater- que também simpatizou com a dedicação de Irmã Teresa, no. Orou a Jesus para que, no futuro, o filho não tivesse o conseguiu o necessário para acolher os “pobres de Calcu- mesmo fim. tá”, como denominava Irmã Teresa. Saindo do local onde outros buscavam sua ajuda, mos- Essa casa, em tempos passados, servia de dormitório trando corpos cadavéricos, Irmã Teresa parou ali mesmo, aos peregrinos que chegavam a Calcutá. Irmã Teresa deu- em frente a tanto desprezo dos que por ali passavam, sem -lhe o nome de “Casa do Moribundo”, que seria então o lar demonstrar qualquer compaixão. Olhando para o céu falou: dos desvalidos. Nessa nova propriedade pôde Irmã Teresa “Senhor por piedade, como atender e abrigar este grande desdobrar o atendimento aos doentes. Começou a recolher número de moribundos?” E continuou o seu desabafo a Je- e medicar os que apresentavam o vírus H.I.V., a Aids, e tam- sus: “Por vezes, creio que o Senhor nos abandonou. Esta- bém os leprosos. Teresa de Calcutá dava continuidade à mos praticamente sem abrigo. Não temos rúpias para alu- sua obra iniciada após ter conhecido o Mestre Jesus, como garmos um depósito qualquer. Senhor, não sei como voltar Maria Madalena, reunindo os leprosos que eram jogados no e falar às missionárias que a nossa instituição está falida, vale dos “imundos”. sem mesmo ter começado, pelas bênçãos do Vaticano”. Tudo parecia transcorrer com mais tranquilidade para Irmã Teresa não havia reparado que enquanto se dirigia a Teresa e as missionárias, no grandioso trabalho que de- Jesus, andava. E qual não foi sua surpresa, quando obser- senvolviam. Mas, muitos habitantes dessa região que eram vou que estava em frente à secção de higiene da Câmara chamados de “bonzos”, isto é, os encarregados do culto à Municipal de Calcutá. Num impulso, pensou: “É aqui... aqui deusa Kali, achavam que a Irmã Teresa estava profanando pedirei uma solução para o problema. Foi Jesus... foi o Se- aquele lugar sagrado. Começaram a perseguir todos os pas- nhor que me encaminhou para buscar ajuda na prefeitura sos e atitudes tomadas pelas missionárias, tendo como alvo local”. principal a Irmã Teresa. As crianças e os adultos, ali acon- E, num ato de arrependimento por sua falta de fé, pe- chegados sob seu teto, sofriam, sem saber, forte esquema Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” DIA LIVROS ESTUDADOS Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas 2ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; 3ª e 6ª, às 15 horas Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan Domingo, às 10 horas Kardec; Missionários da Luz – André Luiz* Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas 3ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador – Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas na nova Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec sede (Rua dos Marimbás, 220, Jd. Guacuri, São Paulo) 4ª O problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis; Evangelização Infantil: ocorre em conjunto com as Viagem Espírita em 1862 – Allan Kardec; Das Leis Morais – Roque Jacintho reuniões 5ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Terapia de apoio espiritual aos dependentes Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns – químicos e doentes em geral: 6ª, às 19h30 Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan Kardec 6ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45 Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros – 3ª e 6ª, às 14h45 André Luiz*; Vida Futura – Roque Jacintho Treino Mediúnico: 5ª, às 20 horas Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel* Rua das Turmalinas, 56 / 58 *Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 5
  • 6. de espionagem. Por várias -lo, balbuciar: “Perdoe-me vezes o local foi apedrejado Irmã Teresa. Reze a Deus com tentativas de invasão por mim”. Os companhei- pelo bonzos mais fanáticos. ros estavam emocionados Porém, o coração de Irmã por terem acompanhado a Teresa, sempre voltado transformação que se dera para Deus, mantinha a cal- com ele, que no princípio ma. Transmitia aos doentes foi o mais ferrenho perse- e às missionárias a confian- guidor de Irmã Teresa. ça de que, através da prece Com este acontecimen- e da fé, nada lhes aconte- to, que chegara aos ou- ceria. Porém, por ordem do vidos dos sacerdotes do líder dos bonzos, foi desig- Templo Kali, estes juraram nado um espião para matar à deusa que nunca mais Irmã Teresa, na primeira a perseguiriam, pois que, ocasião em que ela esti- para os bonzos, tornou-se vesse sozinha. Quando ela uma santa. E os sacerdotes teve a certeza do fato, que sabia poder acontecer, procurou prometeram ajudar Irmã Teresa a recolher os enfermos da o chefe dos bonzos, para lhe dizer: “Se quiser, pode me rua e tratá-los com mais respeito. matar agora mesmo, não precisa esperar dia propício para Todos esses fatos eram anotados pelos padres, Ce- isso. Apenas peço-lhe que não cause mal aos moribundos, leste Van Exem, o confessor de Irmã Teresa e por Julien que já sofrem tantas amarguras. Muitos estão apenas espe- Henry, que embora não tolerasse essa tarefa, terrível aos rando o chamado de Deus para partirem”. seus olhos, praticada por Teresa de Calcutá, passou a ser O líder dos bonzos não precisou responder porque, nes- simpatizante da causa e ajudava o padre Exem nas anota- se exato momento, o espião encarregado de matar Irmã ções. Essas anotações foram transformadas em relatórios, Teresa adentrou o local e falou com emoção: “Senhor, Dei- a pedido do Arcebispo D. Fernando Périer, que os enviaria xemos essa mulher em paz. Tenho vigiado seus passos e à Roma. confesso que o trabalho que desenvolve me dá a impressão Irmã Teresa e as missionárias trabalhavam arduamente de ver a própria deusa Kali em ação. Todas as mulheres do pela congregação, mas esta ainda não existiria juridicamen- Templo de Kali deveriam aprender a servir à deusa, como te, enquanto não chegasse o decreto de Roma, que autori- faz esta santa mulher”. A partir desse dia, o líder dos bonzos zasse o funcionamento legal da instituição. E graças a es- e outros encarregados do templo, tornaram-se amigos de ses relatórios, foi promulgado, no dia 7 de outubro de 1950, Irmã Teresa. o surgimento dessa instituição. Nesse dia, homenageia-se E essa amizade firmou-se ainda mais, quando um deles a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Considerou-se em contraiu tuberculose. Irmã Teresa deu-lhe abrigo e cuidados Roma que a instituição, fundada por uma religiosa eslavo- com o tratamento para reprimir um pouco a doença que, por -albanesa, prescrevia todas as garantias de fé, baseada essa época, era certo, o levaria ao óbito. Irmã Teresa tudo “nos princípios de felicidade cristã, por amor a Deus”. A no- fez para curá-lo, envolvendo-o em suas orações. A reação tícia trouxe alegria para os corações das Missionárias da do enfermo era de revolta. Quando os companheiros vinham Caridade e para a fundadora, que passou a ser chamada visitá-lo, ele blasfemava contra Deus, dizendo ser condena- Madre Teresa de Calcutá, denominação essa do Arcebispo do por Ele, por acompanhar os sacerdotes do Templo Kali, Périer. e por querer expulsar a Irmã Teresa e os doentes desse Os ataques à Madre Teresa continuavam. Os mais abas- local. Mas, Irmã Teresa estava sempre por perto, procuran- tados não se compraziam com o trato aos moribundos. Para do acalmá-lo e pedindo que rezasse com ela. E sua atitude eles os pobres deveriam morrer a míngua, já que nada pos- era de colocar suas mãos na cabeça confusa do enfermo, suíam, e assim a prole iria diminuindo. Arquitetaram, então, que aos poucos se acalmava. Com o progresso da recupe- um plano que, de imediato, puseram em ação. Começaram ração, o moribundo, já pedia as bênçãos de Irmã Teresa. E, a instigar as prostitutas a entrarem na instituição, para dar em seus últimos dias de vida terrena junto de Irmã Teresa, a impressão ao povo que Madre Teresa estava a camuflar orava com ela o Pai Nosso. Assim, o desencarne o alcança o local, para que entrasse mais dinheiro através do sexo numa manhã, onde vários bonzos ali se encontravam ao e, também, que ela obrigava os moribundos a serem con- redor do catre e, ante o último suspiro, todos puderam ouvi- vertidos ao catolicismo, revoltando os sacerdotes budistas. Para tanto, os manifestantes, sob esses pretextos, foram à polícia exigir que a ex- pulsassem do imóvel junto com as missio- nárias e os doentes. A polícia, registrando as denúncias, foi ao local para averiguar a verdade do que ali ocorria. A investigação não apresentou censura alguma que apon- tasse danos morais a ninguém; ao contrá- rio, o que ali se passava, eram exemplos de amor ao próximo. Os denunciantes foram chamados para ouvir o resultado das investigações poli- ciais. A condição proposta pela polícia fora de que, cada um que se sentisse incomo- 6
  • 7. dado, procurasse praticar os mesmos atos caridosos de padre Julien, e diz-lhe que a proposta estava aceita. Finda Madre Teresa de Calcutá. Naturalmente que os denuncian- as negociações, ao se despedir, o juiz declarou ao padre tes não aceitaram essa proposta policial, e recolheram-se Julien que estava feliz por saber que o imóvel seria bem contrariados. aproveitado, pois era do agrado de Alá. A maioria do povo hindu consagrava à Madre Teresa o Madre Teresa recebeu a boa noticia da aquisição de outro carinho dispensado à uma mãe. Saindo às ruas, as crianças imóvel onde poderia abrigar mais doentes. A esse local ela corriam para serem abraçadas e beijadas por essa “santa deu o nome de Nirmal Hriday, que em bengalês significa mulher”, como a chamavam. Mas, com sua humildade, Ma- “Coração Puro”. Essa denominação agradou aos hindus, dre Teresa pedia a todos que orassem a Jesus, porque Ele em sua maioria, hansenianos. é que merecia ser glorificado, por ser pregado na cruz para Os doentes foram encaminhados para esse abrigo, que, nos ensinar a amar. com o tempo, foi destinado apenas aos adultos. Madre A “Casa dos Moribundos” estava demonstrando que o Teresa viu que o número de crianças que ficavam órfãs pela espaço físico se tornara pequeno diante da procura dos do- morte dos pais era grande. Ela não poderia abrigá-las ali entes abandonados, principalmente os leprosos, que conti- naquele alojamento, onde os pequenos poderiam contami- nuavam a agonizar pelas ruas. Madre Teresa pediu ajuda ao nar-se pelos vários tipos de vírus que os doentes apresen- seu confessor, o padre Exem. Este se uniu ao padre Julien tavam. Para tanto, seria necessário encontrar outro imóvel, Henry e, conhecendo ambos a personalidade forte de Ma- a fim de que essas crianças tivessem um lar decente e uma dre Teresa, passaram de imediato a buscar um imóvel para orientação segura. que abrigasse mais carentes, adultos e crianças. Iniciou-se uma nova procura de imóvel, o qual Madre O padre Julien tomou conhecimento que estava à venda Teresa dizia ser um lar-matriz, isto é, lar “materno”, pois a casa de um juiz mulçumano, mas que, tendo se apo- todas as missionárias seriam mães das crianças que ali sentado, resolveu vendê-la, para ir morar no Paquistão. O fossem abrigadas. A preocupação do padre Exem e padre encarregado da venda do imóvel era irmão do juiz, e foi a Julien era enorme. “Como faremos?” Essa pergunta lhes ele que o padre Julien recorreu. Após várias negociações, tirava o sono. Sabiam que quando Madre Teresa colocava padre Julien acompanhado pelo irmão do juiz, apresentou algo para ser realizado, ela não descansava enquanto não a proposta referente ao preço do imóvel, e explicou qual se cumprisse seu desejo. E todos se puseram a procurar o seria a destinação da casa, onde estaria à frente da ha- novo lar para as crianças. Conversando com Madre Teresa, bitação Madre Teresa. O juiz ficou um tanto constrangido os padres Exem e Julien comentavam que não sabiam por saber tornar-se seu antigo lar numa instituição católica. como realizar outro negócio na compra de mais um imóvel, Pediu ao padre Julien um tempo, que lhe foi concedido. O pois ainda não haviam quitado a compra anterior. Madre juiz muçulmano dirigiu-se à mesquita mais próxima, para Teresa, como sempre, firme em sua fé, dizia-lhes: “Vocês se poder consultar Alá (nome dado a Deus pelos muçulmanos). lembram da oração ‘Lembrai-vos’?” Essa oração aprende- Padre Julien fez o mesmo, pedindo a Deus que os dese- mos desde criança, quando sentíamos dificuldades; nossa jos de Madre Teresa pudessem ser atendidos em defesa de mãezinha junto a imagem de Nossa Senhora, orava assim: uma causa nobre, pensava ele, em favor dos desabrigados. “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se Logo o juiz muçulmano retorna com um sorriso que agradou ouviu dizer que daqueles que recorreram à vossa proteção, Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Nirmal Hriday Espíritas Amor e Esperança 7
  • 8. que imploravam vossa assistência, que reclamaram por vosso so- corro, algum fosse por vós desamparado. Animada, pois, com igual confiança, a vós, Virgem entre todas singular, como Mãe eu recorro, de vós me valho e, gemendo sob o peso de meus pecados, me prostro aos vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humano, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de me alcançar o que vos rogo. Amém”1. Os dois padres ouviram em silêncio a oração que Madre Teresa fizera com emoção. Após, tanto padre Exem como padre Julien, dis- seram achar peculiar a oração, principalmente por ser dirigida dire- tamente à Virgem Santíssima, que, por certo, nunca deixara de ouvir um coração materno, numa prece dita com tanta convicção. As mis- sionárias também aderiram à oração do “Lembrai-vos”, seguindo, como acreditava Madre Teresa, a sagração da Providência Divina. E essa providência teve seu êxito, pois o imóvel apareceu praticamen- te de graça. Padre Exem louvou a oração “Lembrai-vos”. Esse lar abrigaria as crianças órfãs. Madre Teresa denominou essa casa de: “Nirmala Shishu Bhavan”, cujo significado seria quase o mesmo do “Lar do Moribundo Abandonado”. Essa denominação favorecia aos povos budistas como aos católicos. O grandioso trabalho das Missionárias da Caridade prosseguia em ritmo acelerado. Madre Teresa, vendo aumentar o número de hansenianos pelas ruas, criou um atendimento móvel, para minorar os sofrimentos dos doentes chagados. Ela e as missionárias saiam divididas em pequenos grupos e faziam a higiene necessária para cuidar dos curativos e dos remédios, que, com muita dificuldade, Madre Teresa conseguia dos médicos e hospitais que simpatizavam com o seu trabalho caritativo. E quando elas sabiam que doentes eram confinados em barracos ou casebres em ruínas, de imediato Madre Teresa estava a disciplinar a tarefa, para que todos fossem atendidos, já que não havia mais locais para abrigá-los com humani- dade. Isso deixava Madre Teresa preocupada. Agora ela procurava fazer a oração do “Lembrai-vos”, com visão mais ampla. Ela, men- talmente, dizia à Virgem Santíssima que era preciso encontrar um local onde fosse erguida uma cidade, que ela já deslumbrara como a “Cidade da Paz”. Padre Julien, ao saber dessa tão ousada pretensão de Madre Teresa, assustadíssimo, procurou padre Exem que, como seu con- fessor, poderia demovê-la desse empreendimento. Padre Exem, rin- do, contrapõe: “E quem irá fazê-la retroceder de mais esse ideal?” E continuou: “Vamos ajudá-la a buscar recursos necessários, sem discutirmos o assunto. Você sabe tão bem quanto eu, que Madre Teresa apenas nos informa do que ela tem em mente, apenas isso. Portanto, meu amigo, pensemos desde já como angariaríamos re- cursos para o novo empreendimento de Madre Teresa”. Final da segunda parte. Eloísa 1. A oração “Lembrai-vos”, consta do livro: Teresa de Calcutá, Uma Vida de Amor a Jesus nos Pobres – Jose Luis Gonzáles-Balado. • Grandes Espíritas do Brasil – Zeus Wantuil, Editora FEB, 1ª ed., • http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/59/ Bibliografia 1969. ChowringhrrKolkata1945.jpg • Madre Teresa de Calcutá – José Luis Gonzáles-Balado, Editora • http://www.asianews.it/files/img/madre_teresa_ABBRACCIO.jpg Paulinas, 3ª ed., 1976. • http://lh5.ggpht.com/_JPReeI0N5wU/S3D0IynR0aI/AAAAAAAADDw/ NwP-bLpk7Ss/IMG_2940.JPG • Maria de Magdala – Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed., • http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSQAM90InjqjhDeC4TvOEpsZ 1992. l8LCdITFIKDxtfvaoCRgqbFL-Ld4w • Teresa de Calcutá – A Mulher do Século – M. Rouxinol, Editora Lis. • http://snpcultura.org/fotografias/Madre%20Teresa%20de%20 • Teresa de Calcutá – Uma Vida de Amor a Jesus nos Pobres – José Calcut%C3%A1%202/1.jpg Luis Gonzáles-Balado, Editora Paulinas, 1ª ed., 2003. • http://www.exileimages.co.uk/masanorik/MotherTeresa/MK.ASI.006.jpg • http://1.bp.blogspot.com/_NZrQ-Je690k/THoWGuYmPpI/AAAAAAAAB-A/ • Imagens: UK6nhldO-DM/s1600/mother%2Bteresa%2Bhelping%2Bsick.jpg Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)” Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419 Praça Presidente Castelo Branco livros psicografados por Chico Xavier, romances de Centro - Diadema - SP - Telefone (11) 4055-2955 diversos autores, revistas, jornais e DVDs espíritas. Horário de funcionamento: 8 às 19 horas Distribuição permanente de edificantes mensagens. Segunda-feira a Sábado 8
  • 9. Clube do Livro clube do livro Chico Xavier em Pedro Leopoldo Escolhida pelo Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves Natanael respondeu a Filipe, ao saber que Jesus era ori- (Jô)”, no mês de junho/2010, “Chico Xavier em Pedro ginário de Nazaré: “Ora, de Nazaré pode sair alguma coisa Leopoldo” é a 1ª edição da obra, em homenagem prestada boa?”, alguém, fazendo a mesma indagação sobre quem se- pela editora DIDIER, através de Divaldinho ria o famoso Chico, retrucou: “Ora, de Pedro Matos. Leopoldo pode sair alguma coisa boa?” Como sugere o título, pretende mostrar ao Na cidade onde tudo começou, tanto a público leitor a vida de Chico na cidade de vida do homem, como a do médium Chico, Pedro Leopoldo, Minas Gerais, no período foram psicografados 59 livros, os quais são de 1927 a 1958. São relatados e abordados enumerados cronologicamente. fatos, passagens, “causos”, entrevistas, re- O autor esclarece que a obra não preten- gistrando sua vida durante sua permanência de ser biográfica, mas, “resgatar a saga do em Pedro Leopoldo, com fotos da época, até Espiritismo na mediterrânica Minas Gerais, de alguns documentos, como por exemplo, o dando ênfase a Pedro Leopoldo, berço do primeiro emprego. instrumento de precisão absoluta”. Logo no início na frase “Pedro Leopoldo É uma forma de conhecer e aprender um está para Chico Xavier, assim como Nazaré pouco mais sobre quem foi esse homem hu- está para Jesus.” é feito um paralelo entre milde e valoroso, conhecido como o médium o início da vida pública de Chico, em Pedro Chico Xavier, em sua terra natal. Leopoldo e da vida pública de Jesus, em Vamos conferir? Nazaré. Que Deus nos abençoe. Conta-se que da mesma forma que Divaldinho Matos Rosangela Editora DIDIER Tema Livre tema livre Amai-Vos e Instruí-Vos “Espíritas! Amem-se, eis o primeiro ensinamento; instru- Mas... e o segundo? Instruí-vos, eis o segundo. am-se, eis o segundo”. – O Evangelho Segundo o Espiritis- Parece que este anda um pouco esquecido, um pouco mo – capítulo VI, item 5. negligenciado por nós espíritas. Infelizmente, é comum en- Esta é a palavra do Espírito de Verdade. contrarmos núcleos, para onde se dirigem almas necessita- Amar... das e inadvertidas, à espera de soluções miraculosas, preo- Sabemos nós, que longe estamos de compreender – e cupados tão somente com o fenômeno, o personalismo e a mesmo de saber – o que é o amor, no sentido exato que o vaidade de um nome conhecido. Mestre Jesus nos ensina. Para tanto, entendem que bastam “bons guias”. Os espí- Embora já distantes do primitivismo dos tempos, esse ritos são a solução e desnecessário o estudo, que passa a doce sentimento ainda não tocou o nosso coração em sua segundo plano, que se reduz à “perfumaria”. plenitude. Tão pouco conhecemos a nossa infinita capaci- E, a partir dessa teoria, encontramos inúmeros confrades dade de amar. Infinita, sim, já que fomos criados à imagem e que se dedicam a servir à casa, e não à causa. semelhança do Criador. Assim, teoricamente sabemos, mas Mas, a casa espírita, a par de ser um pronto socorro espi- ainda não experimentamos a grande e verdadeira ventura ritual, é, primordialmente, um educandário. Há de ser sem- do amor. pre um núcleo educativo, guardando rigorosa fidelidade aos Ouvimos em todo o meio espírita, repetidas vezes, que é princípios espíritas contidos na codificação kardequiana. preciso aprendermos e por em prática esse primeiro man- E onde buscar estes princípios? Resposta simples: damento. ESTUDAR. Estudar as obras básicas da Doutrina Espírita, VISITE NOSSO SITE www.espiritismoeluz.org.br Você poderá obter informações sobre o Espiritismo, encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre o Espiritismo por e-mail. Poderá também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 9
  • 10. em primeiro lugar: O Livro dos Espíritos, O Livro dos outros modernismos e terapêuticas alternativas, muitas des- Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o tas respeitáveis, mas que não são Espiritismo, mas frutos Inferno, A Gênese, Obras Póstumas. Aí estão contidos os da criação dos homens, que, desavisados, imaginam estar princípios fundamentais da doutrina dos Espíritos. prestando grande concurso para a evolução da humanida- A casa espírita tem o dever do estudo, a obrigação do de e que, muito pelo contrário, são perfeitos medianeiros ensinamento, se pretende atender e servir fielmente à daqueles que almejam retardá-la cada vez mais. É o desvir- Doutrina Espírita. tuamento da doutrina. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Tenhamos sempre presente que a Doutrina dos Espíritos Vemos assim, que só através do conhecimento da ver- foi ditada pelos espíritos e que a casa espírita é organização dade é que nos libertaremos. Mas, que verdade é esta, que dos homens. Portanto, como tal, da casa espírita não espe- liberdade é esta? Como conhecer a verdade sem o estudo? remos perfeição. Como conhecer a libertação, se nem mesmo sabemos o Os centros espíritas não são propriedade de quem quer que seja a tão cantada e decantada liberdade? que seja, mas há de ser sempre escola de almas, destina- É muito acanhado ainda o nosso conceito de liberdade. dos sim, ao atendimento fraterno, mas também, ao atendi- Queremos ser livres. Mas, livres do quê? Livres dos pais, mento elucidativo. dos preconceitos, das convenções sociais etc. etc. Ensinar, educar, para libertar. Eis um dos princípios que E quando nos encontramos livres de tudo o que parecia deve nortear o centro espírita. Estudar, aprender, educar-se, nos limitar, quedamo-nos frustrados, amargurados, sentindo para libertar-se. Eis o dever de todo espírita. que não nos libertamos de nossas amarras. Só assim vamos entender porquê tantos, libertos de to- Do que então precisamos nos libertar? E aí entra o papel das as convenções humanas, sentem-se eternamente apri- do centro espírita: orientar, estudar, ensinar... libertar. sionados; e outros tantos, ainda que algemados a estas É comum ouvirmos: “não estou legal; preciso ir ao centro mesmas convenções, sentem-se absolutamente libertos. tomar um passe”. E pronto; está resolvido. Tudo está bem. Eis a liberdade a que se refere o Evangelho: a liberdade “Nossa, foi bom ir lá, eu estava carregado, mas o passe me da alma, que é eterna. E não a liberdade do corpo, que é libertou”. efêmera. Libertou? Como? Se no momento em que se sentir, de Busquemos com maior empenho o conhecimento da ver- novo, “carregado”, vai precisar “ir lá novamente?” Será difícil dade que nos oferece a doutrina, e que as casas espíritas, entendermos que a casa espírita que não esclarece, ao con- longe de competições, assumam, em definitivo, a respon- trário de libertar, escraviza? Que mantém cativo aquele que sabilidade que a elas cabe: estruturar-se para o estudo e o necessita, que virá sempre pela dor e jamais pelo amor? ensino da doutrina. Por que não indagarmos: por que o passe me é benéfi- Afinal, se o nosso norte é traçado pelo “O Evangelho co, traz alento, alívio para as minhas dores? Afinal: o que Segundo o Espiritismo”, lembremo-nos: “Não pôr a luz é o passe? O que está “oculto” sob a imposição de mãos? debaixo do velador” (capítulo XXIV). Como se processa esse mecanismo magnético? “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alquei- Se estudarmos, encontraremos respostas para todas as re, mas no velador, e dá luz a todos os que estão em casa” nossas indagações. Veremos que nada está oculto e nada (Mateus, capítulo V, versículo 15). é milagre. Voltemos ao início: Amai-vos e instruí-vos Esta é a verdade que necessitamos e que nos libertará. A partir da instrução vamos começar a entender o que é Vamos buscar o estudo; estudo sério e contínuo, sem nos o amor. confundirmos. As orientações de Allan Kardec são a essên- Indaiá cia da doutrina e não se confundem com tantos e tantos Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 8ª ed., 2010 Moral e Ética Felizmente, os estudiosos da área educacional já defendem a ideia de que é necessário também tra- balhar as virtudes em sala de aula, por terem relação com os sentimentos e que estes participam da cons- trução da “personalidade moral”. Atualmente fala-se muito em “ética”. Segundo os estu- diosos em educação, a palavra “moral” foi considerada de Por exemplo, a generosidade não se enquadra dentro da caráter autoritário. A própria disciplina “Educação, Moral e definição de dever ético, pois ocorre justamente quando se Cívica” banida do currículo, foi objeto de crítica, em dá ao outro, sem qualquer obrigação. face da associação com o regime político ditatorial Emmanuel, no item 28 do “Livro da Esperança”, denomi- da época. na a passagem do Bom Samaritano como a psicologia Discute-se, no âmbito pedagógico, qual a da caridade. O samaritano, que não era religioso, forma correta de introduzir a ética (ou mo- foi o único que parou na estrada e ral) aos alunos na atualidade. ajudou, sem limites, obrigação, tampouco interesse pessoal, Fala-se em sistema de deveres e di- uma criatura, pelo simples fato reitos éticos. de que ela carecia de auxílio na- Em filosofia o estudo da ética quele momento. contribui para estabelecer a na- O dever moral, acima das obriga- tureza de deveres no relaciona- ções éticas, é advertido pela nossa mento indivíduo-sociedade. A jus- consciência. Ninguém o vê ou acusa tiça corresponde a uma exigibilidade na sociedade, pois as regras foram de conduta, o que implica no respeito ao seguidas, mas, se fielmente observa- direito alheio. do eleva-nos espiritualmente. 10
  • 11. Dessa forma, só poderemos crescer como seres melho- depositarmos no espírito da criança ser-nos-ão devolvidos.” res, mais íntegros, não nos mascarando por trás de regras, Emmanuel, obra citada. mas agindo com o coração, praticando as virtudes que o Pai Rosangela nos ensinou, através de Seu filho Jesus. Bibliografia: Pátio-Revista Pedagógica – Yves de La Taille, Editora Artmed, ano 4, nº 13, mai/jul 2000. Esta é a moral que devemos aprender, para ensinar aos O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Tradução de nossos pequenos a verdadeira humildade e caridade. Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 2004. Queremos um futuro melhor? “Não nos cansemos, Imagem: http://centralrocknet.com.br/thumbnail. php?file=Crianca_1_671857479.jpg&size=article_medium pois, de repetir que todos os bens e todos os males que Lamentemos Menos de alento: por mais difíceis sejam as situações, por mais doloridas sejam as provas, nunca nos esqueça- mos que Deus nos reserva o melhor! Kardec ainda nos assegura com vigor que Deus Mas por que só eu? Por que tudo acontece comigo? Será está sempre presente em nossa vida diária. Se por que não mereço a atenção de Deus? Será que fui designa- acaso nos desencantamos com a vida, com as maldades do a sempre sofrer e carregar as dores dessa reencarnação existentes no mundo, pois, atualmente somos informados para sempre? em mínimos detalhes sobre tudo que de ruim acontece (e Quantas vezes não nos pegamos com esses pensamen- muito pouco de bom) no mundo, jamais percamos de vista tos negativos em nossa cabeça? É só acontecer algo que esta mensagem excelente que o Mestre Lionês nos deixou nos desagrade que eles logo aparecem. em “A Gênese”, no capítulo XVIII, item 3, esclarecendo que Aqui temos uma conta impagável. Será que não mereço o movimento progressivo da humanidade é inevitável, por- um descanso? que faz parte da natureza e não se pode dizer que Deus seja Se bem analisarmos a situação, talvez não deveríamos indiferente e, que após estabelecer Suas Leis, Ele tenha se ter assumido uma dívida tão pesada, mesmo considerando mantido na inatividade, deixando as coisas à sua própria nossa invejável situação financeira e saúde física excelen- sorte. Suas Leis são eternas e imutáveis sem dúvida, mas, tes. Os dias passam rápido e as coisas mudam de lugar. devido Sua Vontade ser eterna e constante e Seu Pensa- Nosso “eu” se modifica, pode melhorar-se ou piorar. Um mento animar as coisas sem interrupção; Seu Pensamento passo em falso e podemos colocar muita coisa a perder, se- que tudo penetra, é a força inteligente e permanente que não tudo. Era mesmo necessário investir tão forte naquele mantém tudo em harmonia; se esse Pensamento parasse projeto? Poderia eu ter aguardado um pouco mais? E ago- um instante de agir, teríamos então um Universo semelhan- ra, se meu coração não aguentar mais, e se meus órgãos te a um relógio sem o balanço regulador das horas. Deus continuarem a se deteriorar cada vez que entro em pânico? portanto, vela incessantemente pela execução de suas Leis O que fazer? e os Espíritos que povoam o espaço são seus ministros en- Do erro muitas vezes aprendemos o acerto. Quando dá carregados dos detalhes, de acordo com suas atribuições e tempo! conforme sua escala de evolução. Lendo outro dia uma mensagem de Emmanuel sobre os Que assim seja! padecimentos a que estamos submetidos, sempre, em nos- Antoine Bibliografia: A Gênese – Allan Kardec, Capítulo XVIII, item 3, Sinal sa romagem reencarnatória, lembro-me de suas palavras dos tempos, Editora FEB, 42ª ed., 2002. Aconteceu aconteceu Chá Beneficente Num clima de muita alegria realizou-se no dia 14/08/2010, o Chá Beneficente no nosso Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança, com toda a renda revertida para a construção de nossa nova sede na Rua dos Marimbás, 220 Jardim Guacuri, São Paulo, SP. Tivemos a oportunidade de nos confraternizar com muitos amigos numa tarde agradável e agradecemos a presença de todos que compartilharam conosco destes momentos. Equipe Seareiro ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃO Sua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e pode ser feita em nome do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança CNPJ: 03.880.975/0001-40 Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 11
  • 12. Canal Aberto canal aberto Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores. Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados. O Mal que Ainda Há em Nós... O Espiritismo nos ensina que a raiz de todos os males sobre o abuso da mesma... Mostra-nos que é preferível vi- provém do egoísmo e que para promovermos a nossa refor- ver uma vida humilde, na simplicidade, tendo a consciência ma moral, necessitamos extirpá-lo. tranquila, do que viver banhado em ouro, mas com a mente Analisando a fundo todas as guerras, todos os conflitos e o coração em trevas. internos e externos, notamos sinais dessa chaga social, vis- Devemos combater o mal que ainda há em nós, come- to que os homens estão mergulhados no imediatismo; no çando por nos desapegarmos dos bens transitórios, dos materialismo; no aqui e agora; com os olhos voltados para o quais somos apenas usufrutuários e não donos. Enxergar o seu próprio umbigo. nosso próximo como a um irmão, filho do mesmo Pai, e fa- O homem perdeu a consciência de si mesmo, esqueceu zermos a ele o que gostaríamos que nos fizesse. Dividir os de onde veio e não sabe para onde vai. Procura incessan- nossos tesouros, seguindo os conselhos do Mestre Jesus... temente pela felicidade e para tal, é capaz de esmagar seu próprio irmão para satisfazer o seu desejo. Quando estivermos imunizados e regenerados, fortaleci- A Doutrina Espírita não proíbe que o homem busque o dos com o tônico do Cristo, o mundo será um lugar melhor. melhor, pelo contrário, dá subsídios para que ele se melhore Paz e bem! cada vez mais... Não condena a riqueza, mas nos adverte Carlo Augusto Sobrinho - Rio de Janeiro - RJ Aos Olhos de Deus De nada vale a moeda adquirida de maneira ilícita. Para Ele, a justiça divina é pródiga em amor e bondade, Assim, todas as nossas conquistas materiais devem ser mas, é igualmente firme na disciplina ante aos que erraram produto de trabalho honesto. para angariar vantagens em detrimento de outros. Aquele que usa de meios escusos para angariar riquezas Se quiseres conquistar tesouros, conquiste os do céu. materiais, erra duplamente. Eles são adquiridos somente pelo cumprimento do dever Um dia, o Pai lhe pedirá em conta o mau uso de tudo o e pela consciência limpa. que adquiriu. Ricardo Santos - São Paulo - SP Medos para poder enfrentar a questão. O grande problema do medo está na expectativa que criamos sobre determinados acontecimentos que talvez nunca venham a ocorrer e Temos encontrado considerável número de pessoas que também, na maioria dos casos, na preocupação exagerada alegam medos diversos. Medos que variam de preocupações sobre o que os outros vão dizer ou vão pensar. Quer dizer: no fundo, tememos julgamentos; o que é uma bobagem, naturais ou exageradas até aqueles provenientes de diga-se de passagem. Não somos obrigados a dar traumas causados também por diferentes origens. explicações a ninguém, senão por força da lei. Por outro Sentir medo é humano, normal, natural. O problema lado, se estivermos em paz com a consciência, não há o está quando o medo extrapola os limites do bom senso. que temer. Ele, o medo, é muitas vezes necessário, pois nos preserva Percebe o leitor o alcance da questão? Agindo em de perigos e constitui um mecanismo sábio do instinto de conformidade com o bem, estando em paz com a conservação. Mas quando ultrapassa os níveis estabelecidos consciência, não há o que temer. pela natureza, torna-se perigoso inimigo. Sim, pois nos Mas, e os perigos próprios da vida humana? Bom, eles trava a potencialidade, paralisa as forças, gera doenças e existem, é verdade. Viver é sempre um risco, em vários provoca estragos consideráveis, especialmente na mente. sentidos. Mas, é esse risco de viver que nos amadurece. O O segredo está em entender os próprios medos. Para importante é confiar em Deus e seguir adiante. isso, é preciso inteirar-se sobre a temática que nos assusta Medo do quê? Da morte, de perdas financeiras, de altura, Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” de chuva, de bala perdida, de assalto, de avião, de espíritos, da Receba mensalmente obras Informe-se através: E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br CHICO perda de entes queridos? Qual ou selecionadas de conformidade www.espiritismoeluz.org.br quais são os nossos medos? Vivamos com naturalidade, com os ensinamentos espíritas. (11) 2758-6345 Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP com mais alegria, confiando, e tudo melhora. 12
  • 13. Valorizamos muito as expectativas sombrias, esquecendo- atitude saudável que faz bem à alma. nos de que a sintonia com a alegria de viver, adotada por Claro que nunca devemos esquecer a prudência nos comportamento, altera os rumos dos acontecimentos, gestos, decisões, comportamentos e atitudes. Mas viver modifica o ambiente, os panoramas, influencia pessoas e é sem medo, claro! Viver para aprender continuamente. Orson Peter Carrara - Matão - SP Família familia Aborto Realmente, José e Maria não eram ricos, passaram por “pressões sociais” imensas e não fraquejaram diante do compromisso que assumiram perante Deus, de acolher o Seu filho Jesus. De tempos em tempos, o aborto e sua legalização vêm à Fiquemos atentos. Analisemos e lembremos da doce e tona, sendo discutido os seus aspectos de saúde, sociais, firme figura de Maria de Nazaré. Ela estará amparando to- direito à liberdade etc. das as mães que quiserem enfrentar as dificuldades para Cada vez que tentam colocar a legalização do aborto na terem em seus braços um filho de Deus para reeducá-lo pauta de assuntos que devem ser discutidos pelos políticos, moralmente. várias organizações (principalmente as religiosas) alertam Deus estará a proteger a estes pais. que precisamos observar o aborto pela ótica da ética cristã. Wilson Mas fica sempre uma pergunta: Imagem: http://sites.google.com/site/ldsmeetinghouselibrarypicsot/_/rsrc/1237 682823094/Home/New-Testament-Pics/Nativity.62495%2C201%2C1- — Por que será que, mesmo sendo rejeitada várias ve- -16%2C2-6.jpg zes, insistem em querer discutir a legalização do aborto? A resposta está na importância que existe na oportunidade da re- encarnação. Devido aos muitos débitos de amor não vivido, que contraímos em vidas passadas, Deus, por mi- sericórdia, nos dá novas oportuni- dades, através da reencarnação, para podermos viver na Terra algo de bom, cumprindo assim a má- xima “o amor cobre a multidão de pecados”. Ou seja, pela reencarnação po- deremos praticar o bem, o respeito ao próximo e, com isso, irmos mo- dificando e melhorando os nossos sentimentos. Acontece que, por outro lado, os espíritos infelizes, que querem manter as pessoas do jeito que elas estão, sem se melhorarem, e ser- vindo de “pasto” para os seus ins- tintos, estes espíritos infelizes, que nós, espíritas, comumente chama- mos de “as sombras”, não querem que as reencarnações aconteçam, sendo abortados aqueles que rece- beriam mais uma chance de evo- luírem. Não nos deixemos levar pela história de que socialmente é me- lhor a legalização do aborto. Lembremos o que André Luiz nos relata no livro “Missionários da Luz”: “Fala-se em resolver os proble- mas sociais, mas ninguém pensa em resolver os problemas espiri- tuais. Na discussão deste assunto ninguém fala em Jesus, Maria e José.” Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 13
  • 14. Kardec em Estudo kardec em estudo Os que dizem: Senhor! Senhor! O Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XVIII “Muitos os chamados, poucos os escolhidos” – itens 6 a 9 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus, capítulo VII, versículos 21 a 23). Não basta conhecer a Lei de Deus, reverenciá-Lo apenas Já sabemos que não fazer nada representa deixar de fa- por palavras, dirigir-Lhe preces e não agir de acordo com zer o bem e quem não faz o bem está fazendo o mal, isto é, esta Lei. violando Seus mandamentos, dando mau exemplo. Nosso amado Mestre Jesus expressou e exemplificou a Falar sobre brandura, humildade, caridade, paciência, Lei de Deus, com Suas palavras e, principalmente, atitudes. boa-vontade é fácil! O difícil é exemplificar através de nossa Sabemos que Jesus é o caminho, a verdade e a vida, postura no dia a dia diante de alguma situação, principal- contudo não adianta somente reconhecer Sua missão, cha- mente aquela que nos contraria. má-Lo de Irmão, Mestre, Senhor e não seguir o Seu roteiro Precisamos nos tornar melhores, mais indulgentes, cari- de Luz, isto é, Seus ensinamentos e exemplos. dosos, agradecidos e benevolentes para com todos, e em Nossos atos e pensamentos representam o que existe qualquer situação que nos encontremos. em nosso íntimo. Geralmente, diante da doença, ou qualquer outra dificul- Profetizar em nome de Deus, em nome de Jesus, e ficar dade, pedimos ajuda a Deus ou a Jesus, mas muito nos apenas em belas palavras, fará com que sejamos excelen- esquecemos Deles, nos momentos de “alegria”. Como pedir tes tribunos. Mas não é a quantidade de palavras ou a qua- ajuda e não ajudar ao próximo? Por que lembrar Deles so- lidade das palavras ou a quantidade de preces que nos fará mente na tristeza, no desespero e não na alegria? Por que melhor diante de Deus e sim nossas atitudes para com o só pedir e não agradecer? próximo, pois é através das obras no campo do bem, que Nossa vida futura depende do cumprimento de nossas se reconhece o verdadeiro cristão. tarefas, sobretudo as que nos comprometemos ou foram O que adianta honrá-Lo com palavras ditas da boca para pré-estabelecidas na Espiritualidade. Para tanto, devemos fora, ou com atos exteriores de devoção, e ao mesmo tempo utilizar todas as nossas capacidades intelectuais, materiais honrar a Mamom e aos “deuses” dos instintos? e morais. Lembrando que tudo aquilo que é feito seguindo No momento que não fazemos aquilo que falamos ou pro- os mandamentos de Deus, mais os preceitos de Jesus, terá metemos estamos sendo falsos profetas, mentirosos, des- seus alicerces permanentes, como a casa construída sobre te modo dando maus exemplos, comprometendo-nos, e, o a rocha e, deste modo, encontraremos a felicidade perene, pior de tudo, indo contra a lei do amor e da caridade. além de nos prepararmos para a vida futura. Contudo, aqui- Agindo apenas exteriormente, conseguimos enganar aos lo que violar Seus princípios será como a casa construída homens, mas não a Deus. sobre a areia, que cede com o tempo. Portanto, ser cristão é seguir os preceitos de nosso Irmão Jesus Cristo, reverenciando a Deus, o nosso Pai, através de palavras, de atitudes fraternas, contribuindo assim para um mundo melhor, com o sacrifício do nosso orgulho, egoísmo, vaidade, inveja e dos ou- tros instintos. Sabemos que não somos per- feitos, que nem todos estão na mesma faixa de entendimento ou compartilham de nossas opiniões, contudo somos todos irmãos e, aju- dando uns aos outros, tornaremos a nossa caminhada mais harmoniosa e menos dolo- rosa. Senhor! Que saibamos agradecer a bên- ção da “vida”, a alegria de fazermos parte desta família universal e as oportunidades da instrução e do trabalho! Que sejamos úteis no campo do bem e façamos por merecer to- das estas bênçãos! Silvana Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, tradução de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 8ª ed., 2010. Imagem: http://i.olhares.com/data/big/11/110976.jpgtp://www. sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=804322 14
  • 15. Está difícil encontrar um bom livro? iais Preços Espec Que tal estes! pa ra distribuido ras e livrarias. Consulte-nos! Série Evangelho e Juventude Livros espíritas para jovens O Gastão e o Egoísta JASÃO, O CEGO Este livro conta a história de Silas, filho de Lino e irmão de Timóteo, Conta a história de Jasão, que saía quando ele pede para seu pai di- todos os dias para pedir esmolas. vidir a herança, a fim de que ele Num dia ele se depara com o possa sair em busca dos prazeres Mestre Jesus e, este explica aos da vida. apóstolos, o porquê do mesmo ter nascido cego. Preço: R$ 9,00 Preço: R$ 9,00 Grandes Vultos do Espiritismo JESUS E KARDEC ANÁLIA FRANCO, O ANJO Este livro nos traz temas do O DA CARIDADE Evangelho Segundo o Espiritismo, tais como: muitas moradas, nascer Este livro nos apresenta a história de novo, nas aflições, o consolador, de Anália Franco, grande educa- humildes de espírito, pureza do dora e também jornalista, roman- coração, os pacificadores, salvar-se cista, teatróloga, contista e confe- a si mesmo, amar os inimigos, a rencista. Lutou, destemidamente, perfeição, os chamados, a fé, a para livrar a mulher do império do prece, entre outros. jugo masculino, colocando-a não apenas como esposa e mãe, mas Preço: R$ 17,00 acima de tudo, elevando a mulher a ser uma educadora dentro do Lar. Doutrinário Preço: R$ 17,00 O Evangelho Segundo o Espiritismo Livros Infantis Traduzido do original francês por Roque Jacintho. Histórias cristãs que irão encantar Nova edição revisada, em os pequeninos! versão de fácil leitura e Preço: R$ 9,00 entendimento. com Compre já o seu! d esenhos pa ra Por apenas R$ 12,00 colorir! Para comprar o seu livro, entre em contato! Caixa Postal, 42 - Diadema - SP - CEP 09910-970 EDITORA LUZ NO LAR (11) 2758-6345 vendas@luznolar.com.br www.luznolar.com.br
  • 16. Cantinho do Verso em Prosa cantinho do verso em prosa Essa Velhinha Essa velhinha que vês, Passando sempre ao sol-posto, Todo dia, todo mês, Penosamente a esmolar, Também foi criança, um dia, Não conhecia o desgosto, Brincava, jogava e ria, Era o anjo de seu lar! Depois vieram mudanças, Trabalhou, sofreu na vida, Morreram-lhe as esperanças, Cansou-se-lhe o coração. Hoje, triste, quase morta, Sozinha, desiludida, Esmola, de porta em porta, A lição ensina-nos que todo ser já foi uma criança, um lindo bebê que, como A fim de ganhar o pão. todos os outros foi inocente, teve candura, beleza, e distribuiu alegria e felicida- de por onde habitou. Não te esqueças, meu filhinho, Devemos ensinar às crianças que os idosos seremos nós amanhã e aqueles Que um velhinho abandonado que perambulam pelas ruas já tiveram um passado, uma juventude, uma infân- Tem sede de teu carinho, cia. De tua doce afeição... Ensinar o respeito e a não julgar quem quer que seja. Aprende a viver mais cedo, Devemos sim, ofertar o melhor de nós para amenizar a dor, as necessidades Não fujas amedrontado, físicas e morais e, principalmente, lembrar de fazer a todos esses velhinhos o Aproxima-te, sem medo, que pretendemos que seja feito por nós: respeito e amor. Anda cá! Beija-lhe a mão! Araújo Bibliografia: Antologia da Criança – Francisco Cândido Xavier / Autores diversos, Editora IDEAL, 3ª ed., 1992. João de Deus Imagem: http://4.bp.blogspot.com/_-TtBzdiCfiY/TCksMz81JAI/AAAAAAAAABw/4O0HYVD9oD4/s1600/ mulher_idosa.jpg Livro em Foco livro em foco Monte Acima Francisco Cândido Xavier Espíritos Diversos Editora GEEM - 2ª edição - 1989 Questão de Consciência Se nos sentirmos tal qual na Guardemos a consciência tranquila. situação citada em questões A prática do bem ser-nos-á garantia da paz e a paz em de consciência, saibamos nós se nos fará fonte de permanente alegria. todos que Emmanuel e Chico, A criatura de consciência culpada é semelhante à Chico e Emmanuel, ambos pessoa que carrega uma carga superior às próprias forças, em nome de Jesus, e todos parecendo arrastar-se entre o cansaço e a irritação. juntos, velam por nós. Emmanuel Tenhamos essa certeza, *** confiança e fé nas suas Esta, acima, é uma das mensagens que constam do livro palavras e procuremos seguir “Monte Acima”, com escrita característica de Emmanuel, o as suas recomendações. Que companheiro constante de Chico Xavier, em sua peregrinagem vamos cair, eles já sabem; pela Terra. Chico foi tão bom que se sacrificou bastante, física mas eles sabem também que, e espiritualmente, para conosco repartir essas pérolas vindas em caindo, vamos nos levantar novamente e levantando, de Emmanuel, que, por sua vez, incansável companheiro, precisaremos de apoios: palavras de coragem, ânimo e respeitável admirador e fiel seguidor do Cristo, não via determinação. entraves para nos trazer informações e modos de bem agir Jamais coloquemos em dúvida a nossa segurança aqui nesta nossa romagem terrena, tão cheia de armadilhas e na Terra, pois somos possuidores dos melhores amigos que desvios que nossas fraquezas teimam em não reconhecer. 16