A Revista Ambiente Condomínio começa a ser o seu canal constante de informação, trazendo todos os meses temas e assuntos diversos. Para este mês, vamos falar um pouco sobre o novembro Azul e a importância de se fazer o exame preventivo e evitar o câncer de Próstata, também vamos trazer mais um exemplo de mulheres guerreiras, no quadro Mulheres empreendedoras.
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1. Edição Nº5 • Novembo / 2021
Mulheres
#RevistaAmbienteCondominio
O objetivo alertar a importância da prevenção e
realização do diagnóstico do câncer de próstata.
EMPREENDEDORAS
ACOMPANHE
2. EDITORIAL
Editor Chefe
Fabio Ahmed Salomão –
Analista de Comunicação
Colaboradores
Paulo Costa
Kelen Lazarin
Fabio Salomão
Diagramação
FASWeb
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A Revista Ambiente Condomínio começa a ser o seu canal constante de infor-
mação, trazendo todos os meses temas e assuntos diversos. Paraeste mês,
vamos falar um pouco sobre o Novembro Azul e a importância de se fazer o
exame preventivo e evitar o câncer de Próstata, também vamos trazer mais
um exemplo de mulheres guerreiras, no quadro Mulheres empreendedoras.
Vamos também dar várias dicas de música e cinema, e de quebra: Que tal uma
boa dica de viagem?
Tudo para facilitar a sua vida e te encher de informações interessantes e não
deixando de lado o entretenimento.
Então aproveite e divirta-se com a leitura e não esqueça, passe adiante.
Desejamos-lhes boa leitura!
Equipe Revista Ambiente Condomínio
3.
4. NOTÍCIAS
Novembro Azul
Objetivo e prevenção e realização do diagnóstico do câncer de próstata.
Por Helivania Sardinha dos Santos
Novembro Azul é uma campanha que busca conscientizar a respeito da necessidade da prevenção e diagnóstico
do câncer de próstata, além da importância de cuidados integrais com a saúde do homem. O câncer de próstata
é um dos cânceres mais comuns no mundo e tem prevalência em homens com
idade acima de 65 anos.
A seguir, falaremos mais sobre como ocorre essa campanha, seus objetivos,
o que é o câncer de próstata. Explicaremos também o que é a próstata, ou
glândula prostática, bem como daremos dicas de saúde e bem-estar.
OBJETIVOS DO NOVEMBRO AZUL
Novembro Azul é uma campanha que ocorre em 21 países todos os
anos e tem como principal objetivo alertar a respeito da necessidade de
prevenção e realização do diagnóstico do câncer de próstata. Entretanto, a
campanha vai além, buscando conscientizar a respeito da necessidade de
cuidados especiais com a saúde integral do homem, abrangen-
do temas como doenças crônicas (por exemplo, a
hipertensão), infecções sexualmente transmissíveis,
bem como a saúde mental.
A campanha é realizada por meio de ações que
objetivam promover uma mudança nos hábitos
masculinos, mostrando a importância da reali-
zação de consultas e de exames de rotina,
quebrando alguns preconceitos a respeito
da realização de determinados exames e
estimulando os homens a manterem uma
rotina que promova a saúde e bem-estar.
No Brasil, durante o mês de novembro,
diversos prédios iluminam-se de azul
em menção à campanha.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Um dos principais objetivos da campanha Novembro
Azul é conscientizar a respeito do câncer de prótata,
5. que geralmente apresenta um desenvolvimento lento e assintomático. Essa doença afeta a próstata, uma glân-
dula presente em indivíduos do sexo masculino, é um dos cânceres de maior prevalência no mundo (cerca de
15% dos homens apresentarão esse tipo de câncer) e acomete, principalmente, homens acima dos 65 anos de
idade.
• Fatores de risco: O câncer de próstata apresenta alguns fatores de risco, como idade elevada (acima dos
50 anos); casos de câncer de próstata na família (pai, irmão); ser negro; apresentar sobrepeso ou obesidade.
• Sintomas: Em muitos casos, o câncer de próstata é assintomático. Quando há sintomas, podem surgir
dificuldade de urinar, aumento na frequência da urina, diminuição do jato de urina e presença de sangue no xixi.
É importante destacar que esses sintomas também estão relacionados a doenças benignas da próstata.
• Diagnóstico: A análise histopatológica de tecido da próstata permite o diagnóstico da doença. Esse exame
é realizado após a detecção de alguma anormalidade por meio do exame de toque retal ou do exame de au-
mento do PSA. O exame de toque retal é realizado para avaliar se há alterações na glândula, como o tamanho,
se ela se apresenta mole ou granulosa e se causa dor. O PSA é um exame de sangue que mede os níveis do an-
tígeno prostático específico, que é produzido pela próstata. Uma concentração elevada dessa proteína pode ser
indicativo da doença.
• Tratamento: Cirurgia, radioterapia e tratamento hormonal podem ser indicados. O médico determinará a
melhor forma de tratamento de acordo com cada caso.
Próstata
A próstata, ou glândula prostática, é uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada em frente ao reto
e abaixo da bexiga. Ela é responsável pela produção de parte do líquido seminal, o qual protege e nutre os es-
permatozoides. Essa glândula pesa cerca de 20 g, no entanto, com o avançar da idade, a partir dos 40 anos, ela
apresenta um aumento normal (benigno) de tamanho.
SAÚDE E BEM-ESTAR DO HOMEM
Algumas atitudes são essenciais para garantir saú-
de e bem-estar, como as citadas a seguir:
• Manter uma alimentação saudável;
• Praticar atividades físicas;
• Evitar o consumo de tabaco e bebidas
alcoólicas;
• Evitar o sobrepeso e a obesidade;
• Manter em dia os exames de rotina
(a frequência e o tipo de exame a ser rea-
lizado variam conforme a idade);
• Manter um comportamento sexual seguro;
• Participar de atividade culturais e esportivas;
• Realizar atividades ao ar livre, como caminhadas;
• Relacionar-se com pessoas agradáveis, como amigos e familiares.
6.
7. Ter um advogado atuante na esfera judicial é o que o senso comum tem como expectativa e é o que se espera
de um trabalho exercido por um bacharel formado nessa área. Devido essa tradicional atuação, apenas com o
foco em atuações deduzidas em juízo, o que se via era o Judiciário cada vez mais abarrotado de processos e,
como consequência, a lentidão para a resolução deles. Após mudanças no ordenamento jurídico, com ênfase na
redução da judicialização de conflitos, o papel do advogado atualizado, hoje em dia, deve ter ênfase na busca da
conciliação, através da resolução de conflitos pela via extrajudicial, ou ainda, através das conciliações e media-
ções previstas no âmbito jurídico, o que traz mais agilidade na solução das variadas situações adversas dentro
de um condomínio.
De acordo com a última Pesquisa do Mercado Imobiliário (PMI), divulgada pelo departamento de Economia e
Estatística do Secovi-SP, no acumulado de 12 meses (setembro de 2020 a agosto de 2021) foram comercializadas
65.748 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. Número que representou um aumento de 34,5% em
relação ao período anterior (setembro de 2019 a agosto 2020), quando foram negociadas novas 48.885 unida-
des condominiais.
Apesar das incertezas políticas e econômicas, no âmbito condominial essa é uma animadora exceção - os nú-
meros representam um significativo aumento e otimismo na economia nacional. Sendo assim, a atuação do
advogado especialista em Direito Condominial tem se tornado indispensável para a gestão segura e eficiente de
um condomínio, tendo em vista as variadas missões desse profissional, atuando juntamente com síndicos e/ou
administradoras, e contribuindo na confiabilidade das informações prestadas aos moradores/condôminos.
Ricardo Tardem, tem 45 anos, possui uma Administradora de condomínios que atende atualmente 45 condomí-
DICAS
Como solucionar problemas e conflitos
dentro de um condomínio
Casos contados por moradores, síndicos e prestadores de serviços e entenda qual o
papel do advogado especialista em Direito Condominial na resolução ágil de conflitos
Drª Alessandra Bravo Advogada - ABRAVO (Advocacia e Assessoria Especializada)
8. nios, com aproximadamente 40 mil pessoas. Ele comenta que a atuação de um advogado condominial é funda-
mental na gestão de uma administradora, e estar assistido por um profissional preparado e conhecedor desses
assuntos faz toda a diferença:
“As rotinas existentes em um condomínio e suas obrigações legais exigem expertise jurídica. Dúvidas envol-
vendo convivência, crimes contra a honra, estudo da convenção, regras contidas no regulamento interno,
análises de documentos, contratos, assembleias são alguns pontos que destaco e justifico a importância da
atuação de um advogado na gestão juntamente com uma administradora.”
Amanda Accioli tem 47 anos, é síndica profissional e atua há 19 anos na área condominial. Ela conta que hoje
existem condomínios que são verdadeiras cidades, com regulamentação interna própria e tão complexa que a
Assessoria profissionalizada do departamento jurídico é extremamente necessária:
“Eu sempre acreditei que gerir profissionalmente um condomínio não significa que o síndico deva, necessa-
riamente, ter como profissão a sindicatura. Mas sim, deve possuir profissionais competentes ao seu lado para
a melhor tomada de decisão, amparado legal e costumeiramente, com orientações embasadas e dentro dos
princípios da harmonização social e razoabilidade, tão presentes no exercício da profissão. Cada dia mais,
síndicos e administradores estão despertando para a necessidade de um corpo jurídico acompanhando as
rotinas condominiais, e isso é muito importante. Aos meus olhos, um condomínio, seja ele pequeno ou gran-
9.
10. de, comercial ou residencial, de casas ou apartamentos, nada mais é do que uma empresa, e deve ser gerido
como tal: precisa de gestão profissional para que seja saudável e esteja em conformidade com a lei.”
Para otimizar os recursos, como o tempo e os custos de um processo judicial, uma das missões do advogado
condominialista é ter uma atuação extremamente proativa e conciliatória. Dra. Alessandra Bravo, advogada es-
pecialista em Gestão e Direito Condominial, comenta que a atuação do advogado especialista é bastante ampla
e necessária:
“A Assessoria Jurídica Condominial tem o objetivo de auxiliar na gestão do condomínio, mitigando e auxi-
liando, tanto com ações preventivas (antes da ocorrência de algum dano), bem como para ações que existem
conflitos de interesse, ou ainda defendendo o condomínio em ações em geral. É importante considerar que as
ações extrajudiciais devem trazer mais praticidade para os problemas do dia a dia, desde o início da implan-
tação do Condomínio: Consultoria e acompanhamento da obra e pré-vistoria da unidade, Consultoria de pro-
blemas no imóvel, Assessoria para compra de imóvel, dentre outros. Até as práticas diárias de administração
interna do condomínio, como: Elaboração de Comunicados, Notificações, Participação em Assembleias Gerais,
Elaboração de contratos em geral, Mediação de conflitos, Cobranças em geral, Adequação da LGPD (Lei Geral
de Proteção de Dados), Reuniões com a Administração, Previsão Orçamentária Estratégica, Normas e Procedi-
mentos, Regularização de Condomínios, Implantação do Compliance Condominial, Funcionários e Prestadores
de serviço, dentre outros.”
O risco do condomínio não possuir as orientações técnicas de um advogado atuante na Assessoria especializada
Condominial é a possibilidade de ocasionar aumento dos problemas cotidianos ou administrativos, que pode-
riam ser evitados com a orientação e acompanhamento jurídico especializados, além de garantir uma gestão
tranquila e eficiente.
Dra. Alessandra Bravo - advogada especialista em Gestão e Direito Condominial
Leonardo Manfrinatti da Silva é consultor de seguros condominial e atende cerca de 60 condo
mínios. Dentro das diretrizes, leis e responsabilidades da sua área de atuação, Leonardo acre
dita que é de grande importância o trabalho de um advogado especialista em Direito Condo
minial, atuando em conjunto, não apenas com ações judiciais após a ocorrência de algum
sinistro, mas sim, de maneira preventiva para evitar problemas futuros aos condomínios:
“A atuação de um advogado especialista em Direito Condominial é fundamental
para se manter o bom funcionamento de todas as partes de um condomínio, seja
ela de cobrança, relações entre moradores e, principalmente, no suporte ao
síndico em contratos de serviços – o que exige conhecimento técnico necessário
e respaldo de todas as leis e regras. Nesses anos, tenho vivenciado o trabalho
diário em condomínios e percebo que um advogado atuante, desenvolvendo
ações de prevenção e orientação junto aos síndicos, administradoras e
moradores, a fim de evitar que qualquer problema, por mais simples que
seja aconteça, os índices de sinistros praticamente não existem, fruto
desse trabalho desenvolvido por um profissional especialista nessa
área do Direito.”
11. Se filosofarmos um pouco sobre a importância da arte na vida, a música pode ser considerada uma trilha sonora
que marca momentos, carrega lembranças e atravessa gerações. Seja um ritmo calmo, para relaxar e ajudar a
refletir, ou mais agitado, para dançar e cantar em voz alta, a música tem o poder de aflorar os nossos sentimen-
tos. Por isso, o gosto musical pode apontar grandes traços daquilo que somos e das nossas personalidades.
Seja pop, rock, reggae, clássica ou a nossa MPB, a música é uma arte atemporal e que conecta gostos e estilos.
Afinal, quem não tem aquela canção que lembra um amor, uma pessoa especial ou um momento marcante da
vida? Por isso, além de uma expressão artística, ela também é tratada como medicinal, tanto que existe um mé-
todo terapêutico específico, a musicoterapia, que, através das melodias, ajuda a afastar os sintomas do estresse
e da depressão. A psicóloga Gabriela Bandeira explica como o gosto musical está associado ao nosso estilo de
vida: “Nossos gostos musicais falam sobre nossa personalidade e como queremos que o mundo nos veja. Por
exemplo, pesquisadores observaram que pessoas intuitivas tendem a gostar de uma variedade maior de gêne-
ros musicais, quando comparadas às pessoas que preferem a busca por sensações”, explica a profissional.
Entenda a personalidade de cada pessoa a partir do seu estilo musical
Reggae: Embora não seja o gênero mais popular, é um tipo de música agregador. Acalma, relaxa, faz refletir,
ideal para quem gosta de segurar um pouco o ritmo da rotina puxada do dia a dia. Os “regueiros” são caracteri-
zados como pessoas despojadas, desapegadas, otimistas e bastante criativas.
ENTRETENI
MENTO
Qual é a sua música preferida? Saiba o
que seu gosto musical diz sobre você!
*Gabriela Bandeira (05/48994) é psicóloga formada pela UFRRJ em terapia cognitiva comportamental.
12. Música clássica: Bem como o gênero, as pessoas desse grupo são mais sofisticadas e mais voltadas para a cultu-
ra, como a literatura e arquitetura, por exemplo. Um bom entendedor da música clássica se destaca pela ele-
gância e autoestima um tanto elevada.
Rock: O amor por esse gênero, geralmente, é passado de pai para filho, de geração para geração. E, embora a
característica dessas pessoas é serem um pouco introvertidas no dia a dia, elas também podem ser bem efusi-
vas e performáticas, principalmente quando se soltam aos primeiros acordes de guitarra.
Jazz: Assim como o blues, o jazz é considerado um tipo de música alternativa, perfeita para as pessoas que
gostam de um fundo musical harmonioso para pensar. O gênero é caracterizado por pessoas tranquilas, que são
seguras e estão sempre abertas às novas opiniões, além de serem sociáveis e agregadoras.
Eletrônica: Para pessoas muito animadas e que gostam de agitar a rotina, as batidas eletrônicas são perfeitas,
tanto para dançar quanto para estimular práticas do dia a dia, como fazer esportes, por exemplo. Embora a mú-
sica eletrônica agregue todos os tipos de personalidades, os apaixonados são caracterizados por serem criativos
e bem humorados.
Pop: Esse gênero carrega a abreviatura de popular, e não é para menos. É o tipo musical mais “acessível”, já que
os hits se encaixam em suas melodias. Os apaixonados por essa música podem ser pessoas extrovertidas, com a
autoestima garantida e a disposição lá no alto.
Samba: “Quem não gosta de samba... Bom sujeito não é!”. Os apreciadores desse estilo, tão enraizado na cultu-
ra brasileira são, geralmente, pessoas que gostam de reunir amigos e amigas para cantar, batucar e dançar sem
compromissos. Os sambistas são extrovertidos e respeitam bastante a rica história do gênero.
Os benefícios da música para o desenvolvimento de crianças e adolescentes
A Dra. Gabriela Bandeira destaca que além da música ajudar a escolher o seu
estilo e desenvolver a personalidade, qualquer gênero musical pode
ajudar no crescimento de crianças e adolescentes:
“A música é um elemento facilitador para a compreensão e aprendizagem do ser
humano, contribuindo para melhor concentração e rendimento escolar. Especial
mente na infância, estímulos musicais proporcionam desenvolvimento
relaciona do à capacidade de ativar o cérebro dotando-o de habilida
des. A música também age sobre o corpo e mente atuando nos níveis
biopsicossociais, e é capaz de influenciar no modo como o indivíduo
percebe e interage com o mundo que o cerca”, finaliza a psicóloga.
13.
14. EMPREENDEDORAS
Este espaço é destinado a aquelas mulheres, que de al-
guma forma carregam em sua história de vida com muita
superação e exemplo de que nada está perdido. Na edição
deste mês, trazemos um pouco da história da Karla, en-
frentou vários obstáculos e mesmo quando tudo parecia
impossível, ela foi a luta e conseguiu.
Mulheres
Mulheres
15. Mulheres Empreendedoras
Conta a História da Lucimar Lopes
Sou Lucimar Lopes, filha de um pai suicida e abandonada pela mãe.
Cresci sendo chamada de filha de ninguém, aos 19 anos conheci aquele que seria o pai dos
meus filhos. Por ele fui espancada e traída por diversas vezes e tive as meus filhos Ander-
son e Thauane, através deles é que encontrei a razão e o sentido da minha vida. Com muito
esforço, montei um buffet infantil e também, vendia decoração de Natal. Mas me cansei das
agressões que não tinham fim, e tive que fugir com meus filhos de São Paulo pra Campinas,
onde morei de favor na casa de uma prima por um tempo até conseguir reconstruir minha
casa, perdi meu buffet e recomecei do zero. Com dois filhos pequenos, trabalhei muito, ven-
di muitos produtos, também virei muitas noites fazendo comida pra vender, fiz faxina,
enfim, foram tempos bem difíceis. Infelizmente, tive que deixa meu filho voltar
a mora com o pai, pois, não se adaptou aqui. Mais como sempre: “eu enver
go, mais não quebro.
Trabalhei registrado por um tempo, mas não era o suficiente para
pagar as contas e o empreendedorismo sempre esteve nas mi
nhas veias. Como eu nunca desisto, montei uma loja online de
sex shop, depois entrei numa sociedade em um bar mais não
deu muito certo Até que em 2015, finalmente consegui comprar
meu apartamento em Sumaré, uma grande conquista, conti
nuei empreendendo comprando e vendendo produtos, fazen
do caldos, panquecas, temperos para vender e assim segue
minha vida.
Hoje a filha de ninguém tem dois filhos adultos que já seguiram
seus caminhos e são meu maior orgulho, tenho uma neta linda, te-
nho meu apartamento e um carro que me leva pra onde eu quero ir.
Hoje eu posso dizer que me sinto realizada!
instagram.com/_lucimarlopes
MULHERES
EMPREENDEDORAS
16.
17.
18. ENTRETENI
MENTO
A IMPORTÂNCIA DE TER UM PET
EM CASA
Ambiente mais alegre, aumento da prática de ativida-
des físicas, alívio de estresse... Quem tem um pet em
casa já deve ter identificado pelo menos um desses
benefícios. Por isso, muitas pessoas já estão perce-
bendo os prazeres de ter um bichinho.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 132 milhões de
animais de estimação, sendo o 4º lugar no mundo em
quantidade de pets. Essa conta inclui cães, gatos, aves,
peixes e outros, como répteis e pequenos mamíferos.
Ainda conforme o Instituto, 44,3% dos lares têm pelo
menos um cão, e 17,7% têm ao menos um gato.
A convivência com animais tem várias vantagens, co-
mo o auxílio no desenvolvimento e na socialização de
crianças e a companhia durante a terceira idade.
Socialização
Além de os animais de estimação serem um “tema”
sobre o qual as pessoas adoram conversar, os bichi-
nhos precisam sair de casa e fazer passeios para ter melhor qualidade de vida. Logo, eles estimulam seus donos
a frequentarem parques e outros ambientes que favorecem a interação social. Se você é dono de pet, confesse:
durante um passeio com o seu amigo de quatro patas, você já parou para conversar com outra pessoa que tam-
bém caminhava com o seu bichinho, não é mesmo?
Diminuição da solidão
Se você não quer ficar sozinho, um cãozinho ou um gatinho é a companhia ideal. Eles são parceiros para todas
as horas e estão sempre de prontidão para dar e receber carinho.
Combate à depressão
As trocas de carinho, compreensão, apoio e segurança entre você e seu bichinho favorecem o aumento da au-
toestima e do senso de valor próprio, o estabelecimento de hábitos positivos e o interesse pelo outro. Ou seja,
essa relação é um recurso excelente para afastar a depressão!
“Produtores” de felicidade
Estudos indicaram que a troca de afetividade entre humanos e animais aumenta a produção de serotonina e
dopamina nas pessoas, substâncias do corpo responsáveis pela sensação de prazer e alegria.
19. Alívio do estresse
Teve um dia estressante? Vá brincar com o seu bichinho. Diversos estudos indicam que a interação entre ho-
mem e animal traz uma sensação de bem-estar e conforto. Com isso, no corpo humano, há a diminuição dos
níveis de cortisol, um hormônio relacionado ao estado de alerta e que também é conhecido como o “hormônio
do estresse”. Em níveis elevados na corrente sanguínea, ele causa diversos problemas à saúde.
Redução da pressão arterial
Não é só remédio que abaixa a pressão alta. A interação com o pet também reduz os níveis de adrenalina – re-
lacionados ao aumento da pressão arterial – e libera a produção de acetilcolina. Esse neurotransmissor está
envolvido no estado de tranquilidade, na diminuição de pressão arterial, frequência cardíaca e frequência respi-
ratória, além de desempenhar um importante papel nas funções cognitivas, como a aprendizagem.
Proteção contra alergias
Um estudo publicado na revista americana Pediatrics sugere que o relaxamento obtido com o contato com os
animais de estimação pode elevar os níveis de imunoglobulina A, um anticorpo presente nas mucosas que evita
a proliferação de vírus ou bactérias. Ele é de grande importância na prevenção de várias doenças, principalmen-
te as alergias.
Incentivo à prática de atividades físicas
Diga tchau para o sedentarismo: ter um animal de estimação, especialmente um cão-
zinho, obriga até o mais ferrenho sedentário a sair de casa para um passeio. Tal
“exercício” pode ser o primeiro passo em direção a uma rotina de atividades físicas
regulares.
Senso de responsabilidade
Ter um animal envolve uma série de cuidados, como alimentação, manutenção da
higiene, banho e passeios. Assumir tais compromissos envolve responsabilidade da
parte do dono. Assim, ter um pet pode ser uma ótima lição de compromisso para as
crianças, por exemplo.
União familiar
Se você é aquela pessoa que fica esperando alguém chegar em casa para contar
uma façanha do pet, saiba que você não está sozinho. Uma pesquisa realizada
na França aponta que ter animais de estimação facilita a comunicação entre os
membros da família. O levantamento revelou que 76% dos entrevistados admiti-
ram bater mais papo entre eles depois que o animal de estimação chegou ao lar.
Além disso, quando o animal é parte de uma família, é comum que aconteça uma
divisão de tarefas entre as pessoas da casa. Realizar algumas obrigações em con-
junto pode ser uma boa oportunidade para fortalecer as relações familiares.
20.
21. Canal do Síndico, é justamente um espaço reservado
aqui na Revista Ambiente Condomínio, a este profissio-
nal que se doa tanto para o dia a dia de todas as pessoas
envolvidas nesta grande comunidade chamada Condo-
mínio.
Querido amigo Síndico, desfrute desse espaço, fique a
vontade para fazer seus relatos, ou simplesmente dizer
algo interessante que queira dividir com os leitores.
@canal_do_sindico
/Canal-do-Sindico
22.
23. Como a tecnologia pode mudar a gestão
do seu condomínio
CONDO
MÍNIO
É impossível ser indiferente às soluções tecnológicas contemporâneas. Abaixo, destacamos algumas vantagens
para os que ainda hesitam se devem mesmo implementá-las.
Não há dúvidas que a presença de dispositivos tecnológicos em nosso cotidiano alterou radicalmente a maneira
como nos comunicamos, nos organizamos e, principalmente, como trabalhamos. Aliado a essas mudanças, po-
demos acompanhar a otimização e o aperfeiçoamento de funções que, antes, exigiam de seus executores gran-
des esforços para serem realizadas. Dentre essas funções, destacamos o trabalho do síndico que via em suas
mãos muita responsabilidade e poucas linhas de fuga para sua atribulada vida de en
carregado pelas funções condominiais.
Agora, tendo em suas mãos as mesmas responsabilidades, porém melhor
distribuídas com a ajuda de smartphones, notebooks e tablets, a figura do sín
dico passa a assumir um outro papel ao lado de sistemas e softwares ofertados
pelas administradoras de condomínio e aplicativos disponíveis a qualquer profis
sional interessado. Nesse sentido, as próximas linhas tratam de algumas opções
propiciadas pela implementação da tecnologia na gestão de seu condomínio a fim de
melhorá-la e torná-la mais eficaz.
PROCESSAMENTO DE BOLETOS COM INTERMEDIAÇÃO
DE PAGAMENTO
O serviço de intermediação de pagamento para processamento de
boletos otimiza a gestão financeira de seu condomínio à medida
que traz mais agilidade e economia no processo. Não havendo
a necessidade, por parte dos bancos, de receber e enviar infor
mações para as empresas, aquelas que prestam o serviço de in
termediação cobram apenas taxas fixas por boleto na
liquidação, independente da quantidade de boletos emiti
dos. Além disso, as cobranças são feitas a partir do sof
tware da empresa sem envolver tarifas bancárias de emis
são e liquidação de boletos ou taxas de manutenção por
títulos vencidos, o que já se mostra bastante vantajoso.
USO DE APLICATIVOS
Se você é síndico e está precisando poupar tempo entre uma função e
24. outra, o uso de aplicativos para condomínio torna-se um grande aliado. Muitos sistemas de gestão condominial,
comumente utilizados por administradoras, oferecem acesso a documentos (atas, convenção, estatuto do con-
domínio), boletos, bem como facilitam a transmissão de comunicados e a atualização cadastral dos condôminos,
para além de outras vantagens, tudo por meio de aplicativos fáceis de serem utilizados e de grande ajuda na
hora de mediar a comunicação dentro do condomínio.
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO COM PORTARIA
O mesmo sistema citado no item anterior pode também ter um módulo que integre a portaria. Assim, o porteiro
possui rápido acesso ao cadastro dos condôminos, de modo a facilitar o controle de pessoas que têm permissão
para circular naquele espaço.
É claro que as vantagens da tecnologia na hora de gerenciar um condomínio não param por aqui. O conforto da
mobilidade que as soluções tecnológicas oferecem em conjunto com a transparência de uma boa gestão faz da
tecnologia uma conveniência impossível de ser ignorada. Uma administradora preocupada em facilitar o dia-a-
dia dos atarefados síndicos certamente saberá uni-la ao zelo que seu condomínio merece.
25.
26. São ações que podem transformar o dia-dia dos
moradores e demais públicos.
Há tempos o papel do síndico vai além de gerir problemas e fazer manutenções, dentre os grandes desafios,
talvez o maior deles seja manter o bom relacionamento e convivência entre os moradores.
Em uma era com redes sociais e grupos de interação o contato entre as pessoas se torna mais rápido, porém
esse dinamismo merece atenção do síndico para saber mediar.
Confira algumas estratégias para unir os condôminos e transformar o dia a dia dos moradores.
CONDO
MÍNIO
ESTRATÉGIAS PARA UNIR
OS CONDÔMNOS
William Santos - Síndico Profissional
27. 1 – Regras de convivência bem estabelecidas REGULAMENTO X CONVENÇÃO
Regras bem divulgadas é primordial para manter a informação alinhada entre os moradores isso faz com que
condôminos sigam a boa convivência de maneira natural.
Mas não deixe de aplicar as penalidades previstas se necessário, pois na maioria dos casos os condôminos cau-
sadores de problemas são a menor parte e precisam seguir os termos pré estabelecidos no condomínio para um
dia-dia harmonioso.
2 – Promover o diálogo entre condôminos
Reclamações entre moradores são comuns e se não forem contidas podem tomar um caminho em que não seja
possível ajudar.
É importante saber ouvir e promover o diálogo entre os moradores, muitas vezes o vizinho nem sabe
que está atrapalhando e pode estar disposto a flexibilizar melhorando o relacionamento.
Uma agenda de eventos simples, “Festa Junina, Halloween e Natal por exemplo”, também podem ser úteis para
que os vizinhos se conheçam naturalmente cultivando o carinho e respeito entre as famílias. Aulas de dança e
exercícios ao ar livre também contagiam e envolvem a comunidade.
3 – Prezar pela resolução de problemas sem grandes discussões
Evite discussões desnecessárias e procure estar sempre aberto as críticas e opiniões,
muitas vezes as grandes ideias nascem do condômino participativo que mesmo não
sendo Subsíndico ou faça parte do Conselho colabora com grandes ideias e soluções.
As reunião restritas e fechadas estão perdendo cada vez mais espaço e não são vistas
com bons olhos, pois a participação de todos faz diferença em tempo de
empatia em que todos merecem voz.
Espero que gostem e aproveitem esse conteúdo, que também pode ser
em meu site: williamsindico.com.br
contato@williamsindico.com.br | Whatsapp 19 9 9336-8433
“A boa administração condominial se faz com
Entender para Atender.”
William Santos - Síndico Profissional
28.
29. Uma história sobre Comunicação Não Violenta para moradores de condomínio.
1) O DIA DO TOC-TOC-TOC
Aquele toc-toc-toc acima de nossas cabeças estava estremecendo todo meu
apartamento.
Um detalhe importante: era sábado. Em nosso condomínio não são permitidas refor
mas aos sábados. Aquela quebradeira nos tirou da cama muito mais cedo do que
pretendíamos.
A reforma/manutenção do vizinho de cima estava realmente incomodan
do e era, aparentemente, irregular, devido ao horário e dia em que esta
va acontecendo. Moro no quinto andar. Ele tinha começado o barulho
fazia uma hora, mais ou menos, e o martelo parecia estar derrubando
uma parede. Ou duas paredes, não saberia dizer ao certo. O som era
ensurdecedor.
Tentei avisar o síndico, mas sem sucesso. Caixa postal quando eu ligava
e no whatsApp aparecia apenas um risquinho, indicando que ele não
tinha visto a mensagem.
Minha esposa estava indignada.
- Isso é uma afronta! É um desrespeito! Justamente no único dia da semana
que consigo dormir até um pouco mais tarde, esse infeliz do sexto andar fica
com essa batedeira? Eu vou lá! Vou falar com ele!
Eu, vendo que a situação a incomodava ainda mais do que a mim,
me antecipei:
- Calma. Não vá. Vocês vão arrumar briga. Ele é um senhor, mora no condo
mínio há quase trinta anos e desde quando moramos aqui ele nunca agiu
dessa forma. Alguma coisa está errada. O que acha de mandar alguma
coisa no grupo pra saber o que está acontecendo?
CONDO
MÍNIO
O dia em que minha esposa brigou
com o vizinho de cima
Cauê Barbosa | Advogado Condominial
30. Ela digitou alguma coisa, mandou no grupo e mostrou o celular em seguida.
“Gostaria de pedir para que o querido morador do sexto andar parasse de martelar acima da minha cabeça.
Primeiro que hoje não pode, está no regimento interno. E segundo, que se eu fosse martelar na sua porta você
não ia gostar. É muito desrespeito. Agradeço a compreensão e pare com o barulho, imediatamente.”
“Hunnn... não vai dar certo isso” – lembro de ter pensado assim que li a mensagem dela.
Alguns minutos depois veio a resposta do vizinho de cima:
“Acredito que educação seja fundamental nos dias de hoje. Infelizmente, querida vizinha do quinto andar, isso
lhe falta. Se quer bater na porta do sexto andar, fique à vontade, não ligo e não vou nem ouvir. Porém, não acre-
dito que tenha coragem para tanto.”
Minha esposa estava com uma expressão de poucos amigos.
O toc-toc-toc acima de nossas cabeças continuava, sem previsão de parar. Pensei comigo:
“Vou ter que ir lá no sexto andar. Aí já é demais.”
Calcei o chinelo e subi de elevador ao sexto andar. Confesso que estava tenso. Queria muito mais resolver a situ-
ação do que piorar o conflito. Mas sabia que em situações como essas não sabemos o que vamos encontrar. Eu
estava disposto a intermediar o conflito e resolver a situação sem precisarmos esticar aquela discussão, se assim
fosse possível. Mas e se ele responder que nem fez no grupo? “Tomara que ele colabore”, pensei comigo.
Cheguei ao sexto andar.
Para minha surpresa, embora o barulho estivesse pior ainda no sexto andar, parecia que o barulho continuava
vindo de cima e não de dentro do apartamento do vizinho. Percebi também que havia muitas correspondências
acumuladas embaixo da porta. Parecia que não tinha ninguém no apartamento e já fazia um tempo. Mais tarde
descobri que ele não morava mais lá já fazia meses.
Foi quando entendi: o barulho não vinha do sexto, vinha do sétimo andar.
Subi ao sétimo andar e encontrei a porta do apartamento
72 aberta. Me deparei com o dono do apartamento
do sétimo andar, que estava fazendo alguma obra
emergencial junto com dois pedreiros. Escorria água
por uma das paredes do apartamento. Duas pare
des já tinham sido quebradas, aparentemente em
busca da origem do vazamento.
Esse vizinho tinha se mudado para lá fazia pouco
31. tempo. Diante da emergência ele tinha conseguido uma autorização do síndico naquela manhã para encontrar
o vazamento e resolver a situação, quebrando as paredes. O síndico, por sua vez, teve que viajar às pressas logo
de manhã, devido a uma emergência familiar e não avisou ninguém, sequer no grupo de whatsApp.
Esse vizinho do sétimo andar estava fora do grupo do whatsApp, e por isso não avisou ninguém e também não
viu a discussão que estava acontecendo dentro do grupo. Me disse que o síndico ficou de adicioná-lo no grupo
mas, como saiu correndo para atender uma emergência familiar, devia ter esquecido.
Saí de lá desejando que ele conseguisse encontrar o problema e disse que avisaríamos no grupo o que estava
acontecendo para que ninguém mais fosse lá tomar satisfações.
E o vizinho do sexto andar? Que conversa/resposta era aquela no grupo? Por que ele não disse que o barulho
vinha do sétimo andar e não do apartamento dele?
Era óbvio: quando ele viu a mensagem da minha esposa no grupo o acusando de estar fazendo obras em dias
proibidos, ele ficou extremamente magoado pela acusação injusta e por isso
respondeu daquela forma: foi irônico e desafiou minha esposa a ir bater
na porta dele, pois tinha certeza que ela descobriria, lá chegando, que o
barulho não vinha de lá.
É assim que grandes discussões começam.
Longe de mim ser o cara mais controlado do mundo. Se isso tudo aconteces-
se há alguns anos atrás, confesso, talvez minha reação seria tão instintiva e
violenta quanto foi o da minha esposa e a do vizinho do sexto andar. Eu teria
entrado na conversa do grupo e teria falado “umas verdades” ao vizinho ou mes-
mo teria ido direto tirar satisfação com ele na porta do apartamento dele.
Mas faz algum tempo que passei a estudar sobre como funcionam os
conflitos e sobre ferramentas de comunicação não violenta e venho
focando minhas energias mais em resolver as situações do que em
gastar energia brigando e me estressando.
E é por isso que escolhi essa história para compartilhar com você
hoje: acredito que ela sirva de base para pontuar algumas coisas so-
bre conflitos que vão te ajudar em seu dia a dia no condomínio, seja
como morador ou como síndico.
Sobre a comunicação não violenta nesse caso
2) TUDO COMEÇA COM O RUÍDO NA COMUNICAÇÃO
No caso da história acima vimos que tivemos muito ruído na comu-
32. nicação. Neste caso o ruído foi uma mistura de desinformação, presunções erradas, acusações, ironia, desafio,
revide, etc.
Não sei se isso já aconteceu com você: ser acordado com barulho, ser fechado no trânsito, quando alguém vem
atravessar minha frente na fila do supermercado... a minha primeira presunção é de que possivelmente aquela
pessoa está me desrespeitando. Na situação da história eu imaginei que o vizinho estivesse fazendo uma obra
desrespeitando as regras. Não imaginei que estivesse fazendo uma obra emergencial e irremediável.
E pior, minhas primeiras reações foram tomadas com base nessa minha presunção errada: cobrei satisfação do
síndico, minha esposa acusou o vizinho no grupo e eu subi para bater na porta dele... tudo isso sem saber exata-
mente o que estava acontecendo mas presumindo que era uma situação de desrespeito.
E como reagimos a essa sensação de desrespeito né?
O vizinho poderia ter esclarecido os fatos e exigido um pedido de desculpas. Poderia até mesmo nos chamar
de mau-educados pela injusta acusação. Mas ele preferiu plantar a discórdia e piorar a situação. Afinal, ele se
sentiu desrespeitado e resolveu ferir também, para dar o troco.
O novo morador não entrou para o grupo de whatsApp, e por isso só ele sabia o que realmente estava aconte-
cendo em seu apartamento. Não foi culpa dele. Ele precisava resolver sua questão e fez
o mínimo que precisava, que foi avisar o síndico.
O síndico, em sua emergência, não deixou ninguém avisado da situação, não adi-
cionou o novo morador no grupo, não atendeu as ligações.
Ou seja, os envolvidos na discussão (minha esposa e o vizinho) não estavam
à par do que realmente estava acontecendo e reagiram de forma agressiva à
situação.
O morador do sétimo andar e o síndico também não puderam esclarecer
os fatos e evitar toda a confusão.
Geralmente os piores conflitos partem desses tipos de mal entendidos na
comunicação.
3) O que podemos aprender nesse caso?
a) Não dê vazão à sua primeira reação: pode ser que esteja inter-
pretando de forma errada o que está acontecendo. Por mais que
sua reação natural de defesa te faça presumir que alguém está
te ofendendo, te incomodando, te desrespeitando, procure ter
33. certeza que não há qualquer situação maior acontecendo. Só de pensar nessa possibilidade a adrenalina e o
estresse vão ficar mais controláveis.
b) Às vezes o outro não sabe que está incomodando: tem vizinhos que acreditam que a música alta em seu ba-
nheiro não vaza para a sala do vizinho do lado, embora vaze. Outros não têm consciência de que a correria com
os pet’s ou com as crianças representam marteladas ao vizinho de baixo. Outros não têm consciência que está
dando pra ouvir sua chamada de vídeo à meia noite ou mesmo o barulho da televisão. Procure levar consciên-
cia para esse vizinho e seja educado ao fazê-lo. Em casos de reincidência tome as medidas necessárias, mas dê
alguns votos de confiança antes disso. Muitas vezes isso já resolve, pois algumas pessoas sequer imaginam que
estão incomodando tanto.
c) Às vezes você não sabe que está incomodando o outro também: vamos inverter a situação. Se você foi inter-
pelado por um vizinho pode ser que seu instinto seja negar que você fez o que ele está dizendo ou pode ser que
você pense: “ahhh, mas isso não é pra incomodar tanto!”. Essa é a resposta de seu instinto defensivo. Respire
fundo e se lembre que o outro está buscando resolver o incômodo dele. Isso vai te ajudar a analisar se realmen-
te fez ou não fez aquilo. Se fez, admita seu erro e melhore. Afinal, é o que você espera que o outro faça quando
se sente incomodado, não é?
d) Se tiver um grupo no seu prédio, participe dele, por mais que você não goste de grupos de whatsApp: se há
muitas mensagens chegando você pode silenciar o grupo. O quanto vai participar ou não é você quem vai de-
finir. Mas, esteja dentro desse grupo para saber o que está acontecendo. Quando cheguei em casa naquele dia
avisei a todos dentro do grupo o que estava acontecendo. E isso, com o tempo, se tornou hábito. Quando todos
passaram a avisar o que precisavam fazer as pessoas se tornaram mais compreen-
sivas. A comunidade, com o tempo, se fortaleceu.
e) Seja tolerante: o outro vai errar. Emergências vão acontecer. Pessoas terão
momentos “sem noção” em que vão extrapolar e precisarão ser abordadas.
Por que fazer isso com força máxima se é possível conseguir o mesmo re-
sultado com um pouco mais de tolerância? Quanto mais compreensão você
tiver, maior as chances de as pessoas melhorarem. Uma coisa é reagir
quando é acusado injustamente. Outra coisa diferente é reagir quando
alguém pergunta se por um acaso o barulho está vindo de seu apartamen-
to. Respire fundo e procure ser mais tolerante.
Talvez você saiba, talvez não, mas sou mediador de conflitos. Além da
advocacia tenho mais um trabalho direcionado para empresas e para sín-
dicos onde ensino técnicas de resolução de conflitos através do que cha-
mamos de técnicas de comunicação não violenta. Essas técnicas eu
aprendi em cursos de conciliação e mediação voltadas para
processos judiciais. São técnicas usadas para acabar com
o conflito entre as partes envolvidas num processo de
forma que esses processos não perdurem por anos a fio.
34. Em algum momento adaptei essas técnicas para líderes aplicarem em suas
equipes e, como trabalho junto com síndicos no setor jurídico de condomínios,
trouxe a adaptação dessas ferramentas também para os síndicos aplicarem nos
conflitos entre moradores dentro dos condomínios. Mas isso não cabe apenas
ao síndico. Moradores também podem aplicar as técnicas diretamente.
Conclusão
Conversei com minha esposa, conversei com o vizinho e os dois trocaram mensa-
gens, dentro do grupo. Ela se desculpou pela conclusão errada. O vizinho se descul-
pou pela resposta.
Uma semana depois o cano do chuveiro de nosso apartamento quebrou dentro da parede.
Eu precisei dar umas marteladas firmes dentro do cano da parede para ir soltando o velho cano, para
depois poder encaixar o outro. E isso era sábado às 20:00.
Antes de fazer isso, avisamos no grupo e pedimos desculpas de antemão pelo baru
lho que faríamos.
Sabe o que aconteceu?
Todos acolheram nosso pedido e deram apoio para que consertássemos
o encanamento pelo tempo que fosse necessário. Ofereceram até seus
banheiros para tomarmos banho caso não conseguíssemos consertar.
Não foi necessário.
O único que ficou bravo e interfonou em casa foi o vizinho do
sétimo.
Compreensível. O síndico tinha esquecido de colocá-lo no
grupo, de novo.
Mas quando explicamos, ficou tudo bem.
Cauê Barbosa | Advogado Condominial
Master Coach dos Síndicos
Fundador da “IMERSÃO: Inteligência Emocional e Comuni
cação Não Violenta para Síndicos”
Cauê Barbosa