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especialmente ao principiante espírita 
Espíritas Resenha de Estudos 
Espiritismo estudado 
descortinando novos horizontes 
às criaturas humanas 
o celeste 
roteiro8 setembro de 2014 
semeando conhecimento iluminativo; estimulando 
a prática incondicional do bem; enaltecendo Jesus 
1 
SÉRIE
ELIVsRcoElha 
Dentre as dadivosas mercês de Deus, 
direcionadas ao Espírito em evolução, 
destaca-se o livre-arbítrio como sendo a 
faculdade de eleger o que melhor se lhe 
apresente durante o processo da reencarnação. 
Graças a essa concessão, passo a passo o 
ser delineia e executa a marcha ascensional, ora 
estacionando e vezes outras avançando, sem 
jamais retroceder. 
Árbitro especial, apóia-se na consciência, onde 
está escrita a Lei de Deus, elegendo o que lhe 
apraz e colhendo os frutos da ensementação 
realizada. 
À medida que se ergue, superando os patamares da 
cartografia íntima da consciência, mais lúcida e melhor se 
faz a seleção optativa, delineadora da sua libertação. 
Em razão disso, a reflexão madura, o cuidado bem 
pensado antes da decisão, estabelecem o programa a 
desenvolver no futuro. 
Essa atitude dignifica-o, facultando-lhe apressar ou 
retardar a marcha. 
Senhor da responsabilidade, escolhe a conduta e entrega-se 
à ação com a liberdade que a Vida lhe concede. 
Ante o fatalismo do progresso, que é irrefragável, o livre-arbítrio 
é uma bênção que deve ser aprofundada, de forma 
que a tranqüilidade após a decisão lhe constitua o fiel da 
balança dos comportamentos assumidos. 
Como ninguém está fadado ao sofrimento, a opção livre 
para a ação bem direcionada impulsiona o ser para a plena 
auto-realização. 
És o que eleges. Teus atos, tua vida. 
A personalidade transitória sempre cede lugar à 
individualidade do ser eterno, em marcha ininterrupta na 
direção de Deus. 
Ninguém, nada escapa a esse Deotropismo. 
Conforme pensares, estruturarás no mundo das formas, o 
que acalentas no campo das idéias. 
Mente e vida são termos da Realidade. 
Podes escolher vida ou morte. Isto é, ser livre e 
banhado de luz, ou escravo envolto em sombras. 
Tens o direito de viver em saúde ou com 
doença. A saúde é o estado interior e a doença 
um processo depurador. Se te manténs atuante 
e otimista, vives saudavelmente, mesmo quando 
portador de alguma limitação, deficiência ou 
patologia. Se, ao revés, te apresentas insatisfeito, 
ingrato em relação à vida, rebelde e depressivo, 
apesar da harmonia orgânica, encontras-te 
enfermo... 
Se sorris de júbilo, a existência se te apresenta 
amena. 
2 3
Caso sobrecarregues o cenho e 
anotes apenas dissabores e tristezas, a 
jornada se te transformará em pesado 
e insuportável fardo a conduzir. 
Quando preferes belezas, descobre-as 
em toda parte e embriagas-te de 
cor, de som, de luz. No entanto, 
ao te deixares conduzir pela óptica 
distorcida da amargura, o Sol para 
ti perde a claridade e a paisagem 
empalidece aos teus olhos... 
Depende de ti, agradecer ou 
imprecar, louvar ou reclamar, alcançar 
o topo da subida ou lamentar na 
baixada as dificuldades da ascensão, 
que afinal, todos sofrem e os 
corajosos superam. 
Sê tu, portanto, quem opta pelo 
bom, pelo belo, pelo nobre, pelo que 
felicita. 
Jesus sempre nos apresentou o 
mundo com tintas inapagáveis de 
incomum beleza: as aves dos céus 
e os lírios do campo com suas cores 
deslumbrantes; as redes ativas 
de pescar; as pérolas pálidas e 
refulgentes; os grãos de mostarda 
preciosa; a ceifa do trigo dourado 
em parábolas ricas de poesia e 
encantamento. 
Mesmo quando esteve na 
cruz optou pelo perdão aos Seus 
assassinos, a fim de logo retornar em 
ressurreição fulgurante, para alçar-nos 
aos píncaros da Sua Glória. 
Joanna de Ângelis 
Arbítrio LIVRE 
conceito 
No Dicionário de Filosofia encontramos o seguinte conceito de Livre-arbítrio: 
Faculdade que tem o indivíduo de determinar, com base em sua 
consciência apenas, a sua própria conduta; liberdade de escolha alternativa 
do indivíduo; liberdade de autodeterminação que consiste numa decisão 
independentemente de qualquer constrangimento externo mas de acordo 
com os motivos e intenções do próprio indivíduo. 
Diz Emmanuel, no livro “O Consolador”, q. 133: No íntimo, zona de pura 
influenciação espiritual, o homem é livre na escolha do seu futuro caminho. 
É o santuário da sua independência sagrada. 
A liberdade é a condição necessária da alma humana que, sem ela, não 
poderia construir seu destino, ensina-nos Léon Denis1 
A noção é simples e clara. 
É poder tomar decisões por conta própria, cuja livre escolha se dá 
segundo vontade pessoal. 
O Mestre de Nazaré nunca impôs seus ensinos. Expôs e lecionou a 
liberdade de escolha, dizendo: 
Em Mateus 16:24 - “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, 
tome a sua cruz e siga-me”. 
Quem quiser. Ninguém era e ninguém continua sendo obrigado a segui-Lo. 
Faz uso do seu livre-arbítrio. 
1 DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. Terceira Parte, cap. XXII 
E em Lucas 11: 9 e 10 - “Pedi e vos será dado; 
buscai e achareis; batei e vos será aberto. Pois 
todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e ao 
que bate, se abrirá”. 
O que pedir, o que buscar e em que porta bater, 
é de inteira liberdade de cada um. 
O que se pode pensar do livre-arbítrio? Até que 
ponto pode o homem dele usufruir? 
Entendemos que o livre arbítrio é o recurso com 
que o Criador dotou a criatura, a fim de que seja 
ela própria responsável por sua ascensão ou por 
sua queda. O indivíduo consciente e racional tem o 
pleno direito ao uso dolivre-arbítrio, enquanto não 
investe contra os planos da Divindade no mundo, 
de maneira grave, pois, assim agindo, o indivíduo 
chafurda-se no visco da fatalidade, do determinismo 
gerado pelo mau uso da sua liberdade. 
(Ante o vigor do Espiritismo. Raul Teixeira. Perg. 35) 
4 5
Arbítrio LIVRE 
O livre-arbítrio é atributo essencial do ser humano, como bem 
ensina o Espiritismo. 
Leiamos a respeito o que nos oferece “O Livro dos Espíritos”, de 
Allan Kardec: 
843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos? 
“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. 
Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.” 
844. Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento? 
“Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. 
Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que 
se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das 
faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o 
que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo 
que lhe é necessário.” 
845. Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as 
predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer? 
“As predisposições instintivas são as do Espírito antes de 
encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas 
podem arrastá-las à prática de atos repreensíveis, no que será 
fundamentação espírita 
secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas 
disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma 
vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que 
querer é poder.” 
849. Qual a faculdade predominante no homem em 
estado de selvageria: o instinto, ou o livre-arbítrio? 
“O instinto, o que não o impede de agir com inteira 
liberdade, no tocante a certas coisas. Mas, aplica, como 
a criança, essa liberdade às suas necessidades e ela se 
amplia com a inteligência. Conseguintemente, tu, que és 
mais esclarecido do que um selvagem, também és mais 
responsável pelo que fazes do que um selvagem o é pelos 
seus atos.” 
851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, 
conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: 
todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste 
caso, que vem a ser do livre-arbítrio? 
“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o 
Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. 
Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que 
é a consequência mesma da posição 
em que vem a achar-se colocado. Falo 
das provas físicas, pois, pelo que toca 
às provas morais e às tentações, o 
Espírito, conservando o livre-arbítrio 
quanto ao bem e ao mal, é sempre 
senhor de ceder ou de resistir. Ao 
vê-lo fraquejar, um bom Espírito pode 
vir-lhe em auxílio, mas não pode influir 
sobre ele de maneira a dominar-lhe 
a vontade. Um Espírito mau, isto é, 
inferior, mostrando-lhe, exagerando 
aos seus olhos um perigo físico, o 
poderá abalar e amedrontar. Nem por 
isso, entretanto, a vontade do Espírito 
encarnado deixa de se conservar livre 
de quaisquer peias.” 
866. Então, a faculdade que 
favorece presidir aos destinos 
materiais de nossa vida também é 
resultante do nosso livre-arbítrio? 
“Tu mesmo escolheste a tua prova. 
Quanto mais rude ela for e melhor a 
suportares, tanto mais te elevarás. 
Os que passam a vida na abundância 
e na ventura humana são Espíritos 
pusilânimes, que permanecem 
estacionários. Assim, o número dos 
desafortunados é muito superior ao 
dos felizes deste mundo, atento que 
os Espíritos, na sua maioria, procuram 
as provas que lhes sejam mais 
proveitosas. Eles veem perfeitamente 
bem a futilidade das vossas grandezas 
e gozos. Acresce que a mais ditosa 
existência é sempre agitada, sempre 
perturbada, quando mais não seja, 
pela ausência da dor.” (525 e 
seguintes) 
Resumo teórico do móvel das ações 
Humanas: 
872. A questão do livre-arbítrio se 
pode resumir assim: O homem não 
é fatalmente levado ao mal; os atos 
6 7
que pratica não foram previamente 
determinados; os crimes que comete 
não resultam de uma sentença do 
destino. Ele pode, por prova e por 
expiação, escolher uma existência em 
que seja arrastado ao crime, quer pelo 
meio onde se ache colocado, quer 
pelas circunstâncias que sobrevenham, 
mas será sempre livre de agir ou não 
agir. Assim, o livre-arbítrio existe para 
ele, quando no estado de Espírito, 
ao fazer a escolha da existência e 
das provas e, como encarnado, na 
faculdade de ceder ou de resistir 
aos arrastamentos a 
que todos nos temos 
voluntariamente 
submetido. Cabe à 
educação combater 
essas más tendências. 
Fá-lo-á utilmente, 
quando se basear no 
estudo aprofundado 
da natureza moral 
do homem. Pelo 
conhecimento das 
leis que regem essa 
natureza moral, chegar-se- 
á a modificá-la, 
como se modifica 
a inteligência pela instrução e o 
temperamento pela higiene. 
909. Poderia sempre o homem, 
pelos seus esforços, vencer as suas 
más inclinações? 
“Sim, e, frequentemente, fazendo 
esforços muito insignificantes. O 
que lhe falta é a vontade. Ah! Quão 
poucos dentre vós fazem esforços!” 
No livro “Obras Póstumas”, que 
reúne artigos de Allan Kardec, na 
Primeira Parte, que trata da Profissão 
de fé espírita raciocinada, em seu § 3º 
(Criação), aprendemos: 
14. Criando os mundos materiais, 
também criou Deus seres inteligentes 
a que damos o nome de Espíritos. 
15. Desconhecemos a origem e o 
modo de criação dos Espíritos; apenas 
sabemos que eles são criados simples 
e ignorantes, isto é, sem ciência e sem 
conhecimento do bem e do mal, porém 
perfectíveis e com igual aptidão para 
tudo adquirirem e tudo conhecerem, 
com o tempo. A princípio, eles se 
encontram numa espécie de infância, 
carentes de vontade própria e sem 
consciência perfeita de sua existência. 
16. À medida que o Espírito 
se distancia do ponto de partida, 
desenvolvem-se-lhe as ideias, como 
na criança, e, com as ideias, o livre-arbítrio, 
isto é, a liberdade de fazer ou 
não fazer, de seguir este ou aquele 
caminho para seu adiantamento, o 
que é um dos atributos essenciais do 
Espírito. 
17. O objetivo final de todos 
os Espíritos consiste em alcançar 
a perfeição de que é suscetível a 
criatura. O resultado dessa perfeição 
está no gozo da suprema felicidade 
que lhe é consequente e a que chegam 
mais ou menos rapidamente, conforme 
o uso que fazem do livre-arbítrio. 
Retornemos ao “O Livro dos 
Espíritos” para saber um pouco mais: 
122. Como podem os Espíritos, 
em sua origem, quando ainda não 
têm consciência de si mesmos, gozar 
da liberdade de escolha entre o bem 
e o mal? Há neles algum princípio, 
qualquer tendência que os encaminhe 
para uma senda de preferência a 
outra? 
“O livre-arbítrio se desenvolve 
à medida que o Espírito adquire a 
consciência de si mesmo. Já não 
haveria liberdade, desde que a escolha 
fosse determinada por uma causa 
independente da vontade do Espírito. 
A causa não está nele, está fora dele, 
nas influências a que cede em virtude 
da sua livre vontade. É o que se 
contém na grande figura emblemática 
da queda do homem e do pecado 
original: uns cederam à tentação, 
outros resistiram.” 
258. Quando na erraticidade, antes 
de começar nova existência corporal, 
tem o Espírito consciência e previsão 
do que lhe sucederá no curso da vida 
terrena? 
“Ele próprio escolhe o gênero de 
provas por que há de passar e nisso 
consiste o seu livre-arbítrio.” 
259. Do fato de pertencer ao 
Espírito a escolha do gênero de provas 
que deva sofrer, seguir-se-á que todas 
as tribulações que experimentamos na 
vida nós as previmos e buscamos? 
“Todas, não, porque não 
escolhestes e previstes tudo o que 
vos sucede no mundo, 
até às mínimas coisas. 
Escolhestes apenas o 
gênero das provações. 
As particularidades 
correm por conta da 
posição em que vos 
achais; são, muitas 
vezes, consequências 
das vossas próprias 
ações. Escolhendo, 
por exemplo, nascer 
entre malfeitores, 
sabia o Espírito a que 
arrastamentos se 
expunha; ignorava, 
porém, quais os atos que viria a 
praticar. Esses atos resultam do 
exercício da sua vontade, ou do 
seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito 
que, escolhendo tal caminho, terá 
que sustentar lutas de determinada 
espécie; sabe, portanto, de que 
natureza serão as vicissitudes que 
se lhe depararão, mas ignora se 
se verificará este ou aquele êxito. 
Os acontecimentos secundários se 
originam das circunstâncias e da força 
mesma das coisas. Previstos só são 
os fatos principais, os que influem 
no destino. Se tomares uma estrada 
cheia de sulcos profundos, sabes que 
8 9
O Benfeitor Espiritual Emmanuel, 
em seu livro “Caminho, Verdade e 
Vida”, recebido mediunicamente por 
Francisco Cândido Xavier, em seu 
Capítulo 35, nos trás a mensagem que 
segue:Semeadura 
“Mas, tendo sido semeado, cresce.” - Jesus. 
(Mc, 4 : 32) 
É razoável que todos os homens 
procurem compreender a 
substância dos atos que praticam 
nas atividades diárias. Ainda que 
estejam obedecendo a certos 
regulamentos do mundo, que os 
compelem a determinadas atitudes, é 
imprescindível examinar a qualidade 
de sua contribuição pessoal no 
mecanismo das circunstâncias, 
porquanto é da lei de Deus que toda 
semeadura se desenvolva. 
O bem semeia a vida, o mal semeia 
a morte. O primeiro é o movimento 
evolutivo na escala ascensional para a 
Divindade, o segundo é a estagnação. 
Muitos Espíritos, de corpo em 
corpo, permanecem na Terra com 
as mesmas recapitulações durante 
milênios. A semeadura prejudicial 
condicionou-os à chamada “morte no 
pecado”. 
Atravessam os dias, resgatando 
terás de andar cautelosamente, porque 
há muitas probabilidades de caíres; 
ignoras, contudo, em que ponto cairás 
e bem pode suceder que não caias, 
se fores bastante prudente. Se, ao 
percorreres uma rua, uma telha te 
cair na cabeça, não creias que estava 
escrito, segundo vulgarmente se diz.” 
262. Como pode o Espírito, que, 
em sua origem, é simples, ignorante e 
carecido de experiência, escolher uma 
existência com conhecimento de causa 
e ser responsável por essa escolha? 
“Deus lhe supre a inexperiência, 
traçando-lhe o caminho que deve 
seguir, como fazeis com a criancinha. 
Deixa-o, porém, pouco a pouco, à 
medida que o seu livre-arbítrio se 
desenvolve, senhor de proceder à 
escolha e só então é que muitas vezes 
lhe acontece extraviar-se, tomando 
o mau caminho, por desatender os 
conselhos dos bons Espíritos. A isso 
é que se pode chamar a queda do 
homem.” 
a) - Quando o Espírito goza do 
livre-arbítrio, a escolha da existência 
corporal dependerá sempre 
exclusivamente de sua vontade, ou 
essa existência lhe pode ser imposta, 
como expiação, pela vontade de Deus? 
“Deus sabe esperar, não apressa a 
expiação. Todavia, pode impor certa 
existência a um Espírito, quando este, 
pela sua inferioridade ou má vontade, 
não se mostra apto a compreender 
o que lhe seria mais útil, e quando 
vê que tal existência servirá para a 
purificação e o progresso do Espírito, 
ao mesmo tempo que lhe sirva de 
expiação.” 
O Espírito goza sempre do livre-arbítrio. 
Em virtude dessa liberdade é 
que escolhe, quando desencarnado, as 
provas da vida corporal e que, quando 
encarnado, decide fazer ou não uma 
coisa procede à escolha entre o bem e 
o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio 
fora reduzi-lo à condição de máquina. 
780. O progresso moral acompanha 
sempre o progresso intelectual? 
“Decorre deste, mas nem sempre o 
segue imediatamente.” 
a) - Como pode o progresso 
intelectual engendrar o progresso 
moral? 
“Fazendo compreensíveis o bem e 
o mal. O homem, desde então, pode 
escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio 
acompanha o da inteligência e 
aumenta a responsabilidade dos atos.” 
LIBERDADE LEGÍTIMA DECORRE DA 
LEGÍTIMA RESPONSABILIDADE, NÃO 
PODENDO AQUELA TRIUNFAR SEM 
ESTA. 
Joanna de Ângelis 
10 11
“Não useis, porém, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros 
pela caridade.” - Paulo. (Gálatas, 5:13.) 
Em todos os tempos, a liberdade foi utilizada pelos 
dominadores da Terra. Em variados setores da evolução 
humana, os mordomos do mundo aproveitam-na para o exercício 
da tirania, usam-na os servos em explosões de revolta e 
descontentamento. 
Quase todos os habitantes do Planeta pretendem a 
exoneração de toda e qualquer responsabilidade, para se 
mergulharem na escravidão aos delitos de toda sorte. 
Ninguém, contudo, deveria recorrer ao Evangelho para aviltar 
o sublime princípio. 
A palavra do apóstolo aos gentios é bastante expressiva. O 
maior valor da independência relativa de que desfrutamos reside 
na possibilidade de nos servirmos uns aos outros, glorificando o 
bem. 
O homem gozará sempre da liberdade condicional e, dentro 
dela, pode alterar o curso da própria existência, pelo bom ou 
mau uso de semelhante faculdade nas relações comuns. 
É forçoso reconhecer, porém, que são muito raros os que se 
decidem à aplicação dignificante dessa virtude superior. 
Em quase todas as ocasiões, o perseguido, com oportunidade 
de desculpar, mentaliza represálias violentas; o caluniado, com 
ensejo de perdão divino, recorre à vingança; o incompreendido, 
no instante azado de revelar fraternidade e benevolência, 
reclama reparações. 
Onde se acham aqueles que se valem do sofrimento, para 
intensificar o aprendizado com Jesus-Cristo? Onde os que se 
sentem suficientemente livres para converter espinhos em 
bênçãos? No entanto, o Pai concede relativa liberdade a todos 
os filhos, observando-lhes a conduta. 
Raríssimas são as criaturas que sabem elevar o sentido da 
independência a expressões de voo espiritual para o Infinito. A 
maioria dos homens cai, desastradamente, na primeira e nova 
concessão do Céu, transformando, às vezes, elos de veludo em 
algemas de bronze. 
Emmanuel 
débitos escabrosos e caindo de 
novo pela renovação da sementeira 
indesejável. A existência deles 
constitui largo círculo vicioso, porque 
o mal os enraíza ao solo ardente e 
árido das paixões ingratas. 
Somente o bem pode conferir 
o galardão da liberdade suprema, 
representando a chave única 
suscetível de abrir as portas sagradas 
do Infinito à alma ansiosa. 
Haja, pois, suficiente cuidado em 
nós, cada dia, porquanto o bem ou o 
mal, tendo sido semeados, crescerão 
junto de nós, de conformidade com as 
leis que regem a vida. 
Emmanuel 
Léon Denis, em texto já citado 
aqui, fala: O homem é o obreiro de 
sua libertação. Ele atinge o estado 
completo de liberdade pelo cultivo 
íntimo e pela valorização de suas 
potências ocultas. Os obstáculos 
acumulados em seu caminho são 
meramente meios de o obrigar a 
sair da indiferença e a utilizar suas 
forças latentes. Todas as dificuldades 
materiais podem ser vencidas. 
E sobre essa liberdade, Emmanuel 
complementa1 em mensagem que 
segue ao lado: 
Liberdade 
1 XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. Emmanuel, 
cap. 128 
12 13
tento O 
A Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas 
breiro 
fazedor da obra, esse tal será bem-aventurado em seus feitos.” - Tiago, 1 :25. 
O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo 
compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero culto à lei 
de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo o que houver 
semeado. Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o administrador responderá 
pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado pelo trabalho que lhe foi 
conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, 
no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que 
recebeu da Providência Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado 
às boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra. 
Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista 
ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, 
tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato de respirar. 
Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe 
competem. Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às atribuições 
que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de qualquer 
natureza. Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, 
nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se. 
Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender, aprimorar-se e ajudar a 
todos, através da inteira consagração aos nobres deveres que o mundo lhe 
confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações, que passam a produzir 
vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida comum. 
Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa à categoria 
dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas sublimes do 
Celeste Apostolado. 
Emmanuel 1 
1 XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Emmanuel, cap. 8 
14 15
Em Provérbios, 22 : 8, encontramos 
a citação: “Quem semeia vento 
colhe tempestade”. O que nos dá 
perfeita diretriz para o entendimento 
da liberdade com responsabilidade. É 
chamada Lei de Retorno. 
Dentro de uma prática das mais 
naturais dos seres humanos, o cuidado 
quanto a nossa liberdade de agir 
também deve estar presente. Há um 
ditado árabe que exemplifica bem isso: 
“Se a palavra calada é tua escrava, a 
palavra dita é senhora tua.” 
No mesmo sentido, os chineses 
ensinam em suas tradições: “ Há três 
coisas que nunca voltam atrás: a 
flecha lançada, a palavra pronunciada 
e a oportunidade perdida.” 
Em resumo: “ O plantio é opcional, 
a colheita é obrigatória”, ainda 
segundo provérbio popular chinês. 
O livre 
Arbítrio 
Por fim, acompanhemos as lições 
de Joanna de Ângelis, Veneranda 
Benfeitora Espiritual, pela lavra 
mediúnica de Divaldo Franco, nesta 
Desde o momento quando o Espírito, no processo evolutivo, conseguiu alcançar a capacidade de pensar, a fim de agir 
belíssima página que extraímos do 
de maneira consciente, o livre-arbítrio liberou-o dos automatismos naturais a que se encontrava submetido, sem o 
livro: Vitória sobre a depressão, cap. 
discernimento para as atividades pertinentes ao seu crescimento intelecto-moral. 
12, e reproduzimos a seguir: Essa admirável conquista dentro do determinismo superior ensejou-lhe, a partir daquele instante, a capacidade de experimentar 
a vivência das emoções enobrecidas, embora ainda exista o predomínio dos instintos que são inerentes à sua condição de 
humanidade. 
Foi-lhe facultado o ensejo de eleger o Bem ao invés do Mal, logo que a psique experimentou a fissão inevitável, separando as 
duas expressões da vida que se encontram ínsitas no ser. 
Compreendendo que o bem é tudo aquilo que está concorde com as leis de Deus, que proporciona alegria de viver, 
tranquilidade emocional e bem-estar, pode superar a inclinação para o mal, esse atavismo que o vem arrastando pelo sorvedouro 
das reencarnações repetitivas, sem conquistas relevantes. 
Orientado pela consciência do que deve fazer, sempre que lhe seja facultado realizá-lo, pode operar com segurança os 
mecanismos internos de que se encontra possuído, avançando na conquista de novos e mais elevados patamares morais. O 
intelecto se lhe dilata, ampliam-se-lhe as percepções da vida enriquecendo-o de júbilo, por entendê-la com segurança, ao mesmo 
tempo aumentando o círculo da afetividade fraternal que o torna membro útil do grupo social no qual se movimenta. 
Embora a aquisição do livre-arbítrio, que constitui uma bênção, a responsabilidade moral assume na consciência um papel de 
alto significado, porquanto o resultado da opção elegida desencadeia efeitos inevitáveis que devem ser acatados, avaliados e 
16 17
aplicados de forma consciente. 
Os desequilíbrios emocionais que 
induzem às ações que lhe retardam a 
marcha, porque o prendem aos elos 
do primarismo por onde deambulou, 
passam a constituir-lhe adversários 
implacáveis, que devem ser 
enfrentados em combate sério, sem 
postergações nem anuências com as 
suas atrações. 
Os velhos hábitos morais 
profundamente arraigados como efeito 
das paixões subalternas, devem ser 
substituídos por novas condutas que 
proporcionem libertação dos vícios 
e das manipulações perversas da 
ignorância antes em predomínio. 
Nessa peleja do hoje em relação ao 
ontem que deve ser superado, muitas 
vezes ocorrerão insucessos que são 
compreensíveis até que as conquistas 
recentes se fixem em forma de novos 
automatismos. 
Quanto mais sejam exercitadas as 
faculdades de discernimento espiritual, 
mais valiosas se tornam, em razão dos 
resultados que se experimentam em 
cada momento. 
A escolha correta em relação ao 
comportamento a experienciar-se, 
logo resulta em harmonia interior 
e encantamento pela existência, 
enquanto que as opções sombrias, 
ao inverso, favorecem a permanência 
da ansiedade, da insegurança e de 
contínuo mal-estar... 
Certamente, o próprio livre-arbítrio 
possui limites ante o determinismo 
que estabelece as regras do 
desenvolvimento evolutivo, no qual 
todos se encontram situados, não 
podendo, portanto, ultrapassar a 
fronteira do mérito de cada pessoa. 
* 
Procura reflexionar com cuidado 
antes de tomares decisões em relação 
aos problemas e desafios que se te 
apresentam em cada instante. 
Não hajas em decorrência do 
impulso, pura e simplesmente, quando 
surpreendido pelas ocorrências 
afligentes. 
Busca analisar os efeitos da tua 
mal, à permanência no vício, no erro e 
nos empreendimentos perturbadores, 
sem chance de evitar-lhes a injunção 
penosa. Desde que se alcançou a 
faculdade de pensar e de decidir, 
mesmo que sob os camartelos do 
sofrimento, a decisão dever firmar-se 
nas leis de amor que vigem em toda 
parte e que todos os seres humanos 
sentem, mesmo quando não as 
conseguem entender. 
Em decorrência dos 
comprometimentos antigos, existe 
um natural arrastamento para a 
continuidade da conduta malsã, que 
o bom senso, o conhecimento já 
adquirido repelem, por saber-se as 
consequências que deles resultam. 
Aceitar-se ou rejeitar-se o impulso 
doentio é opção de cada qual, 
valendo, nessa decisão, as disposições 
para a conquista da harmonia pessoal, 
a Divindade, que providencia socorros 
imediatos, enviando respostas seguras 
e as forças necessárias para o êxito do 
enfrentamento. 
Quando alguém ora, abrem-se-lhe 
os campos psíquicos, que se tornam 
dúcteis aos registros das respostas 
celestes. 
Conhecessem, as criaturas 
humanas, a excelência dos resultados 
da oração, e sempre que lhes fosse 
possível, buscariam o concurso da 
vinculação com as Esferas superiores, 
haurindo, nesse intercâmbio, energias 
saudáveis para as vitórias existenciais. 
* 
Todos são livres para pensar e para 
agir, desde que as leis lhes facultem 
a atividade. Nada obstante, ninguém 
pode fugir às consequências da sua 
escolha, do seu arbítrio. 
A vida é um ato de amor do Genitor 
Divino, merecendo ser considerada 
com elevação e respeito, a fim de que 
se coroe de frutos sazonados de paz e 
de progresso. 
Cada conquistador avança no rumo 
da sua eleição, pagando o preço da 
aventuram, do empreendimento. 
De igual maneira, utiliza-se do 
recurso extraordinário do livre-arbítrio 
pra não mais comprometer-se como 
erro, o crime, a infelicidade. 
Estás destinado à plenitude. 
Começa a experimentá-la desde agora 
nas suas primeiras expressões. 
Joanna de Ângelis 
decisão e modera a forma como os 
enfrentarás. 
Muitos males podem ser evitados, 
quando a paciência, o comedimento, 
a coragem da fé contribuem para o 
discernimento de como comportar-se 
nesses momentos desafiadores, 
enquanto a irreflexão, o orgulho ferido, 
o egoísmo direcionam a conduta para 
verdadeiros desastres... 
O respeito pela vida impõe 
serenidade em cada fase do seu 
desenvolvimento e os fenômenos 
psicológicos de alto risco merecem 
tratamento especial, de maneira a 
proporcionar saúde e paz, em vez de 
transtornos e desaires... 
Desencadeada a ação, os efeitos de 
imediato se apresentam, inevitáveis. 
Ninguém é impelido à prática do 
da felicidade. 
Um valioso recurso encontra-se à 
disposição de toda criatura sincera, no 
momento em que se aturde com os 
fatos desastrosos, com as surpresas 
desagradáveis, com os impositivos 
penosos da existência, que é a oração, 
capaz de propiciar ligação psíquica 
com as forças vivas do Universo, com 
18 19
O CELESTE Roteiro Resenha de Estudos Espíritas 
08 de setembro de 2014 nº8 
Unidade em 
estudo: Eu Sou o Caminho 
tema: 
abordagem: 
parte única 
título desta edição: 
Eu e Deus 
objetivo do tema 
abordado: 
observação: 
O Livre-arbítrio 
A Escolha é Livre 
O objetivo do tema é enaltecer a figura de Jesus 
e sua presença em nossas vidas, como expressão 
de esperança e consolo, relacionando o Espiritismo 
com a Sua mensagem, por ser ela a essência da 
Doutrina Espírita. 
Além das Notas de Referência para as citações 
contidas no texto de abordagem do assunto, 
ao final seguem referências bibliográficas, que 
recomendamos sejam lidas e estudadas, pois 
ali se encontra conhecimento que irá dar maior 
substância ao que ora nos dispomos aprender 
neste fascículo. 
Sugestões bibliográficas 
• KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Parte terceira, cap. X 
• ________. Obras póstumas. Primeira parte, cap. III 
• TEIXEIRA, Raul. Para uso diário. Joanes. Cap.: 25 
• ________. Cintilação das estrelas. Camilo. Cap.: 29 
• FRANCO, Divaldo P. Diretrizes para o êxito. Joanna de Ângelis. Cap.: 17, 
30 
• ________. Leis morais da vida. Joanna de Ângelis. Cap.: X 
• DENIS, Léon. O problemas do ser, do destino e da dor. Terceira parte, 
cap. XX e XXII 
LIVRE O HOMEM SE TORNARÁ, SOMENTE, APÓS ROMPER AS 
FÉRREAS ALGEMAS QUE O AGRILHOAM AOS FORTINS DAS 
PAIXÕES. 
Joanna de Ângelis 
20 21

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Livre-arbítrio e evolução espiritual

  • 1. especialmente ao principiante espírita Espíritas Resenha de Estudos Espiritismo estudado descortinando novos horizontes às criaturas humanas o celeste roteiro8 setembro de 2014 semeando conhecimento iluminativo; estimulando a prática incondicional do bem; enaltecendo Jesus 1 SÉRIE
  • 2. ELIVsRcoElha Dentre as dadivosas mercês de Deus, direcionadas ao Espírito em evolução, destaca-se o livre-arbítrio como sendo a faculdade de eleger o que melhor se lhe apresente durante o processo da reencarnação. Graças a essa concessão, passo a passo o ser delineia e executa a marcha ascensional, ora estacionando e vezes outras avançando, sem jamais retroceder. Árbitro especial, apóia-se na consciência, onde está escrita a Lei de Deus, elegendo o que lhe apraz e colhendo os frutos da ensementação realizada. À medida que se ergue, superando os patamares da cartografia íntima da consciência, mais lúcida e melhor se faz a seleção optativa, delineadora da sua libertação. Em razão disso, a reflexão madura, o cuidado bem pensado antes da decisão, estabelecem o programa a desenvolver no futuro. Essa atitude dignifica-o, facultando-lhe apressar ou retardar a marcha. Senhor da responsabilidade, escolhe a conduta e entrega-se à ação com a liberdade que a Vida lhe concede. Ante o fatalismo do progresso, que é irrefragável, o livre-arbítrio é uma bênção que deve ser aprofundada, de forma que a tranqüilidade após a decisão lhe constitua o fiel da balança dos comportamentos assumidos. Como ninguém está fadado ao sofrimento, a opção livre para a ação bem direcionada impulsiona o ser para a plena auto-realização. És o que eleges. Teus atos, tua vida. A personalidade transitória sempre cede lugar à individualidade do ser eterno, em marcha ininterrupta na direção de Deus. Ninguém, nada escapa a esse Deotropismo. Conforme pensares, estruturarás no mundo das formas, o que acalentas no campo das idéias. Mente e vida são termos da Realidade. Podes escolher vida ou morte. Isto é, ser livre e banhado de luz, ou escravo envolto em sombras. Tens o direito de viver em saúde ou com doença. A saúde é o estado interior e a doença um processo depurador. Se te manténs atuante e otimista, vives saudavelmente, mesmo quando portador de alguma limitação, deficiência ou patologia. Se, ao revés, te apresentas insatisfeito, ingrato em relação à vida, rebelde e depressivo, apesar da harmonia orgânica, encontras-te enfermo... Se sorris de júbilo, a existência se te apresenta amena. 2 3
  • 3. Caso sobrecarregues o cenho e anotes apenas dissabores e tristezas, a jornada se te transformará em pesado e insuportável fardo a conduzir. Quando preferes belezas, descobre-as em toda parte e embriagas-te de cor, de som, de luz. No entanto, ao te deixares conduzir pela óptica distorcida da amargura, o Sol para ti perde a claridade e a paisagem empalidece aos teus olhos... Depende de ti, agradecer ou imprecar, louvar ou reclamar, alcançar o topo da subida ou lamentar na baixada as dificuldades da ascensão, que afinal, todos sofrem e os corajosos superam. Sê tu, portanto, quem opta pelo bom, pelo belo, pelo nobre, pelo que felicita. Jesus sempre nos apresentou o mundo com tintas inapagáveis de incomum beleza: as aves dos céus e os lírios do campo com suas cores deslumbrantes; as redes ativas de pescar; as pérolas pálidas e refulgentes; os grãos de mostarda preciosa; a ceifa do trigo dourado em parábolas ricas de poesia e encantamento. Mesmo quando esteve na cruz optou pelo perdão aos Seus assassinos, a fim de logo retornar em ressurreição fulgurante, para alçar-nos aos píncaros da Sua Glória. Joanna de Ângelis Arbítrio LIVRE conceito No Dicionário de Filosofia encontramos o seguinte conceito de Livre-arbítrio: Faculdade que tem o indivíduo de determinar, com base em sua consciência apenas, a sua própria conduta; liberdade de escolha alternativa do indivíduo; liberdade de autodeterminação que consiste numa decisão independentemente de qualquer constrangimento externo mas de acordo com os motivos e intenções do próprio indivíduo. Diz Emmanuel, no livro “O Consolador”, q. 133: No íntimo, zona de pura influenciação espiritual, o homem é livre na escolha do seu futuro caminho. É o santuário da sua independência sagrada. A liberdade é a condição necessária da alma humana que, sem ela, não poderia construir seu destino, ensina-nos Léon Denis1 A noção é simples e clara. É poder tomar decisões por conta própria, cuja livre escolha se dá segundo vontade pessoal. O Mestre de Nazaré nunca impôs seus ensinos. Expôs e lecionou a liberdade de escolha, dizendo: Em Mateus 16:24 - “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Quem quiser. Ninguém era e ninguém continua sendo obrigado a segui-Lo. Faz uso do seu livre-arbítrio. 1 DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. Terceira Parte, cap. XXII E em Lucas 11: 9 e 10 - “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, se abrirá”. O que pedir, o que buscar e em que porta bater, é de inteira liberdade de cada um. O que se pode pensar do livre-arbítrio? Até que ponto pode o homem dele usufruir? Entendemos que o livre arbítrio é o recurso com que o Criador dotou a criatura, a fim de que seja ela própria responsável por sua ascensão ou por sua queda. O indivíduo consciente e racional tem o pleno direito ao uso dolivre-arbítrio, enquanto não investe contra os planos da Divindade no mundo, de maneira grave, pois, assim agindo, o indivíduo chafurda-se no visco da fatalidade, do determinismo gerado pelo mau uso da sua liberdade. (Ante o vigor do Espiritismo. Raul Teixeira. Perg. 35) 4 5
  • 4. Arbítrio LIVRE O livre-arbítrio é atributo essencial do ser humano, como bem ensina o Espiritismo. Leiamos a respeito o que nos oferece “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec: 843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos? “Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.” 844. Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento? “Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.” 845. Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer? “As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-las à prática de atos repreensíveis, no que será fundamentação espírita secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.” 849. Qual a faculdade predominante no homem em estado de selvageria: o instinto, ou o livre-arbítrio? “O instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade, no tocante a certas coisas. Mas, aplica, como a criança, essa liberdade às suas necessidades e ela se amplia com a inteligência. Conseguintemente, tu, que és mais esclarecido do que um selvagem, também és mais responsável pelo que fazes do que um selvagem o é pelos seus atos.” 851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio? “A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquejar, um bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar-lhe a vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico, o poderá abalar e amedrontar. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de se conservar livre de quaisquer peias.” 866. Então, a faculdade que favorece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? “Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas. Eles veem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor.” (525 e seguintes) Resumo teórico do móvel das ações Humanas: 872. A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim: O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos 6 7
  • 5. que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se- á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene. 909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações? “Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!” No livro “Obras Póstumas”, que reúne artigos de Allan Kardec, na Primeira Parte, que trata da Profissão de fé espírita raciocinada, em seu § 3º (Criação), aprendemos: 14. Criando os mundos materiais, também criou Deus seres inteligentes a que damos o nome de Espíritos. 15. Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem, com o tempo. A princípio, eles se encontram numa espécie de infância, carentes de vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência. 16. À medida que o Espírito se distancia do ponto de partida, desenvolvem-se-lhe as ideias, como na criança, e, com as ideias, o livre-arbítrio, isto é, a liberdade de fazer ou não fazer, de seguir este ou aquele caminho para seu adiantamento, o que é um dos atributos essenciais do Espírito. 17. O objetivo final de todos os Espíritos consiste em alcançar a perfeição de que é suscetível a criatura. O resultado dessa perfeição está no gozo da suprema felicidade que lhe é consequente e a que chegam mais ou menos rapidamente, conforme o uso que fazem do livre-arbítrio. Retornemos ao “O Livro dos Espíritos” para saber um pouco mais: 122. Como podem os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, gozar da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio, qualquer tendência que os encaminhe para uma senda de preferência a outra? “O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.” 258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? “Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.” 259. Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos? “Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades correm por conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, consequências das vossas próprias ações. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele êxito. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que 8 9
  • 6. O Benfeitor Espiritual Emmanuel, em seu livro “Caminho, Verdade e Vida”, recebido mediunicamente por Francisco Cândido Xavier, em seu Capítulo 35, nos trás a mensagem que segue:Semeadura “Mas, tendo sido semeado, cresce.” - Jesus. (Mc, 4 : 32) É razoável que todos os homens procurem compreender a substância dos atos que praticam nas atividades diárias. Ainda que estejam obedecendo a certos regulamentos do mundo, que os compelem a determinadas atitudes, é imprescindível examinar a qualidade de sua contribuição pessoal no mecanismo das circunstâncias, porquanto é da lei de Deus que toda semeadura se desenvolva. O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação. Muitos Espíritos, de corpo em corpo, permanecem na Terra com as mesmas recapitulações durante milênios. A semeadura prejudicial condicionou-os à chamada “morte no pecado”. Atravessam os dias, resgatando terás de andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.” 262. Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples, ignorante e carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável por essa escolha? “Deus lhe supre a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazeis com a criancinha. Deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, senhor de proceder à escolha e só então é que muitas vezes lhe acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender os conselhos dos bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a queda do homem.” a) - Quando o Espírito goza do livre-arbítrio, a escolha da existência corporal dependerá sempre exclusivamente de sua vontade, ou essa existência lhe pode ser imposta, como expiação, pela vontade de Deus? “Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Todavia, pode impor certa existência a um Espírito, quando este, pela sua inferioridade ou má vontade, não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, e quando vê que tal existência servirá para a purificação e o progresso do Espírito, ao mesmo tempo que lhe sirva de expiação.” O Espírito goza sempre do livre-arbítrio. Em virtude dessa liberdade é que escolhe, quando desencarnado, as provas da vida corporal e que, quando encarnado, decide fazer ou não uma coisa procede à escolha entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio fora reduzi-lo à condição de máquina. 780. O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual? “Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.” a) - Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral? “Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.” LIBERDADE LEGÍTIMA DECORRE DA LEGÍTIMA RESPONSABILIDADE, NÃO PODENDO AQUELA TRIUNFAR SEM ESTA. Joanna de Ângelis 10 11
  • 7. “Não useis, porém, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade.” - Paulo. (Gálatas, 5:13.) Em todos os tempos, a liberdade foi utilizada pelos dominadores da Terra. Em variados setores da evolução humana, os mordomos do mundo aproveitam-na para o exercício da tirania, usam-na os servos em explosões de revolta e descontentamento. Quase todos os habitantes do Planeta pretendem a exoneração de toda e qualquer responsabilidade, para se mergulharem na escravidão aos delitos de toda sorte. Ninguém, contudo, deveria recorrer ao Evangelho para aviltar o sublime princípio. A palavra do apóstolo aos gentios é bastante expressiva. O maior valor da independência relativa de que desfrutamos reside na possibilidade de nos servirmos uns aos outros, glorificando o bem. O homem gozará sempre da liberdade condicional e, dentro dela, pode alterar o curso da própria existência, pelo bom ou mau uso de semelhante faculdade nas relações comuns. É forçoso reconhecer, porém, que são muito raros os que se decidem à aplicação dignificante dessa virtude superior. Em quase todas as ocasiões, o perseguido, com oportunidade de desculpar, mentaliza represálias violentas; o caluniado, com ensejo de perdão divino, recorre à vingança; o incompreendido, no instante azado de revelar fraternidade e benevolência, reclama reparações. Onde se acham aqueles que se valem do sofrimento, para intensificar o aprendizado com Jesus-Cristo? Onde os que se sentem suficientemente livres para converter espinhos em bênçãos? No entanto, o Pai concede relativa liberdade a todos os filhos, observando-lhes a conduta. Raríssimas são as criaturas que sabem elevar o sentido da independência a expressões de voo espiritual para o Infinito. A maioria dos homens cai, desastradamente, na primeira e nova concessão do Céu, transformando, às vezes, elos de veludo em algemas de bronze. Emmanuel débitos escabrosos e caindo de novo pela renovação da sementeira indesejável. A existência deles constitui largo círculo vicioso, porque o mal os enraíza ao solo ardente e árido das paixões ingratas. Somente o bem pode conferir o galardão da liberdade suprema, representando a chave única suscetível de abrir as portas sagradas do Infinito à alma ansiosa. Haja, pois, suficiente cuidado em nós, cada dia, porquanto o bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida. Emmanuel Léon Denis, em texto já citado aqui, fala: O homem é o obreiro de sua libertação. Ele atinge o estado completo de liberdade pelo cultivo íntimo e pela valorização de suas potências ocultas. Os obstáculos acumulados em seu caminho são meramente meios de o obrigar a sair da indiferença e a utilizar suas forças latentes. Todas as dificuldades materiais podem ser vencidas. E sobre essa liberdade, Emmanuel complementa1 em mensagem que segue ao lado: Liberdade 1 XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. Emmanuel, cap. 128 12 13
  • 8. tento O A Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas breiro fazedor da obra, esse tal será bem-aventurado em seus feitos.” - Tiago, 1 :25. O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo o que houver semeado. Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providência Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado às boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra. Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato de respirar. Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe competem. Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às atribuições que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de qualquer natureza. Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se. Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender, aprimorar-se e ajudar a todos, através da inteira consagração aos nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida comum. Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa à categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado. Emmanuel 1 1 XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Emmanuel, cap. 8 14 15
  • 9. Em Provérbios, 22 : 8, encontramos a citação: “Quem semeia vento colhe tempestade”. O que nos dá perfeita diretriz para o entendimento da liberdade com responsabilidade. É chamada Lei de Retorno. Dentro de uma prática das mais naturais dos seres humanos, o cuidado quanto a nossa liberdade de agir também deve estar presente. Há um ditado árabe que exemplifica bem isso: “Se a palavra calada é tua escrava, a palavra dita é senhora tua.” No mesmo sentido, os chineses ensinam em suas tradições: “ Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.” Em resumo: “ O plantio é opcional, a colheita é obrigatória”, ainda segundo provérbio popular chinês. O livre Arbítrio Por fim, acompanhemos as lições de Joanna de Ângelis, Veneranda Benfeitora Espiritual, pela lavra mediúnica de Divaldo Franco, nesta Desde o momento quando o Espírito, no processo evolutivo, conseguiu alcançar a capacidade de pensar, a fim de agir belíssima página que extraímos do de maneira consciente, o livre-arbítrio liberou-o dos automatismos naturais a que se encontrava submetido, sem o livro: Vitória sobre a depressão, cap. discernimento para as atividades pertinentes ao seu crescimento intelecto-moral. 12, e reproduzimos a seguir: Essa admirável conquista dentro do determinismo superior ensejou-lhe, a partir daquele instante, a capacidade de experimentar a vivência das emoções enobrecidas, embora ainda exista o predomínio dos instintos que são inerentes à sua condição de humanidade. Foi-lhe facultado o ensejo de eleger o Bem ao invés do Mal, logo que a psique experimentou a fissão inevitável, separando as duas expressões da vida que se encontram ínsitas no ser. Compreendendo que o bem é tudo aquilo que está concorde com as leis de Deus, que proporciona alegria de viver, tranquilidade emocional e bem-estar, pode superar a inclinação para o mal, esse atavismo que o vem arrastando pelo sorvedouro das reencarnações repetitivas, sem conquistas relevantes. Orientado pela consciência do que deve fazer, sempre que lhe seja facultado realizá-lo, pode operar com segurança os mecanismos internos de que se encontra possuído, avançando na conquista de novos e mais elevados patamares morais. O intelecto se lhe dilata, ampliam-se-lhe as percepções da vida enriquecendo-o de júbilo, por entendê-la com segurança, ao mesmo tempo aumentando o círculo da afetividade fraternal que o torna membro útil do grupo social no qual se movimenta. Embora a aquisição do livre-arbítrio, que constitui uma bênção, a responsabilidade moral assume na consciência um papel de alto significado, porquanto o resultado da opção elegida desencadeia efeitos inevitáveis que devem ser acatados, avaliados e 16 17
  • 10. aplicados de forma consciente. Os desequilíbrios emocionais que induzem às ações que lhe retardam a marcha, porque o prendem aos elos do primarismo por onde deambulou, passam a constituir-lhe adversários implacáveis, que devem ser enfrentados em combate sério, sem postergações nem anuências com as suas atrações. Os velhos hábitos morais profundamente arraigados como efeito das paixões subalternas, devem ser substituídos por novas condutas que proporcionem libertação dos vícios e das manipulações perversas da ignorância antes em predomínio. Nessa peleja do hoje em relação ao ontem que deve ser superado, muitas vezes ocorrerão insucessos que são compreensíveis até que as conquistas recentes se fixem em forma de novos automatismos. Quanto mais sejam exercitadas as faculdades de discernimento espiritual, mais valiosas se tornam, em razão dos resultados que se experimentam em cada momento. A escolha correta em relação ao comportamento a experienciar-se, logo resulta em harmonia interior e encantamento pela existência, enquanto que as opções sombrias, ao inverso, favorecem a permanência da ansiedade, da insegurança e de contínuo mal-estar... Certamente, o próprio livre-arbítrio possui limites ante o determinismo que estabelece as regras do desenvolvimento evolutivo, no qual todos se encontram situados, não podendo, portanto, ultrapassar a fronteira do mérito de cada pessoa. * Procura reflexionar com cuidado antes de tomares decisões em relação aos problemas e desafios que se te apresentam em cada instante. Não hajas em decorrência do impulso, pura e simplesmente, quando surpreendido pelas ocorrências afligentes. Busca analisar os efeitos da tua mal, à permanência no vício, no erro e nos empreendimentos perturbadores, sem chance de evitar-lhes a injunção penosa. Desde que se alcançou a faculdade de pensar e de decidir, mesmo que sob os camartelos do sofrimento, a decisão dever firmar-se nas leis de amor que vigem em toda parte e que todos os seres humanos sentem, mesmo quando não as conseguem entender. Em decorrência dos comprometimentos antigos, existe um natural arrastamento para a continuidade da conduta malsã, que o bom senso, o conhecimento já adquirido repelem, por saber-se as consequências que deles resultam. Aceitar-se ou rejeitar-se o impulso doentio é opção de cada qual, valendo, nessa decisão, as disposições para a conquista da harmonia pessoal, a Divindade, que providencia socorros imediatos, enviando respostas seguras e as forças necessárias para o êxito do enfrentamento. Quando alguém ora, abrem-se-lhe os campos psíquicos, que se tornam dúcteis aos registros das respostas celestes. Conhecessem, as criaturas humanas, a excelência dos resultados da oração, e sempre que lhes fosse possível, buscariam o concurso da vinculação com as Esferas superiores, haurindo, nesse intercâmbio, energias saudáveis para as vitórias existenciais. * Todos são livres para pensar e para agir, desde que as leis lhes facultem a atividade. Nada obstante, ninguém pode fugir às consequências da sua escolha, do seu arbítrio. A vida é um ato de amor do Genitor Divino, merecendo ser considerada com elevação e respeito, a fim de que se coroe de frutos sazonados de paz e de progresso. Cada conquistador avança no rumo da sua eleição, pagando o preço da aventuram, do empreendimento. De igual maneira, utiliza-se do recurso extraordinário do livre-arbítrio pra não mais comprometer-se como erro, o crime, a infelicidade. Estás destinado à plenitude. Começa a experimentá-la desde agora nas suas primeiras expressões. Joanna de Ângelis decisão e modera a forma como os enfrentarás. Muitos males podem ser evitados, quando a paciência, o comedimento, a coragem da fé contribuem para o discernimento de como comportar-se nesses momentos desafiadores, enquanto a irreflexão, o orgulho ferido, o egoísmo direcionam a conduta para verdadeiros desastres... O respeito pela vida impõe serenidade em cada fase do seu desenvolvimento e os fenômenos psicológicos de alto risco merecem tratamento especial, de maneira a proporcionar saúde e paz, em vez de transtornos e desaires... Desencadeada a ação, os efeitos de imediato se apresentam, inevitáveis. Ninguém é impelido à prática do da felicidade. Um valioso recurso encontra-se à disposição de toda criatura sincera, no momento em que se aturde com os fatos desastrosos, com as surpresas desagradáveis, com os impositivos penosos da existência, que é a oração, capaz de propiciar ligação psíquica com as forças vivas do Universo, com 18 19
  • 11. O CELESTE Roteiro Resenha de Estudos Espíritas 08 de setembro de 2014 nº8 Unidade em estudo: Eu Sou o Caminho tema: abordagem: parte única título desta edição: Eu e Deus objetivo do tema abordado: observação: O Livre-arbítrio A Escolha é Livre O objetivo do tema é enaltecer a figura de Jesus e sua presença em nossas vidas, como expressão de esperança e consolo, relacionando o Espiritismo com a Sua mensagem, por ser ela a essência da Doutrina Espírita. Além das Notas de Referência para as citações contidas no texto de abordagem do assunto, ao final seguem referências bibliográficas, que recomendamos sejam lidas e estudadas, pois ali se encontra conhecimento que irá dar maior substância ao que ora nos dispomos aprender neste fascículo. Sugestões bibliográficas • KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Parte terceira, cap. X • ________. Obras póstumas. Primeira parte, cap. III • TEIXEIRA, Raul. Para uso diário. Joanes. Cap.: 25 • ________. Cintilação das estrelas. Camilo. Cap.: 29 • FRANCO, Divaldo P. Diretrizes para o êxito. Joanna de Ângelis. Cap.: 17, 30 • ________. Leis morais da vida. Joanna de Ângelis. Cap.: X • DENIS, Léon. O problemas do ser, do destino e da dor. Terceira parte, cap. XX e XXII LIVRE O HOMEM SE TORNARÁ, SOMENTE, APÓS ROMPER AS FÉRREAS ALGEMAS QUE O AGRILHOAM AOS FORTINS DAS PAIXÕES. Joanna de Ângelis 20 21